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A sífilis é causada pela bactéria Treponema pallidum, que pode ser transmitida sexualmente, por transfusão de sangue, ou de mãe para filho, durante a gravidez. Para detecção da doença, existem vários exames sorológicos, porém as diferentes formas clínicas da infecção podem influenciar o resultado dos testes e não há consenso sobre quais antígenos têm o melhor desempenho no diagnóstico.
Um grupo de pesquisadores da Fiocruz Bahia realizou um estudo com o objetivo de avaliar o desempenho das proteínas recombinantes TmpA, TpN17, TpN47 e TpN15 para diagnóstico da sífilis, usando ferramentas distintas. O trabalho coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Fred Luciano Neves Santos, foi publicado no periódico científico Plos One.
No estudo, as proteínas foram avaliadas utilizando soros de 338 indivíduos que testaram negativo para a Treponema pallidum, 173 que testaram positivo para a bactéria e 209 soros de indivíduos infectados com outras doenças, como doença de Chagas, dengue, hepatite B e C, HIV, esquistossomose, HTLV, filariose, leishmaniose e leptospirose, para avaliação de reatividade cruzada.
De acordo com os autores da pesquisa, o uso de proteínas recombinantes em imunoensaios demonstrou proporcionar maior confiabilidade aos resultados para diagnóstico de sífilis. Apesar da baixa sensibilidade, que pode ser melhorada com a avaliação das misturas antigênicas, as proteínas apresentaram alta capacidade diagnóstica.
Nas análises realizadas em microarranjo líquido, o escore de sensibilidade variou até 90% para TpN17, 100% para TpN47 e 80,0% para TmpA. Os valores mais baixos e mais altos de especificidade foram apresentados pelos antígenos TpN47 (91,9%) e TmpA (100%), respectivamente. A TpN47 apresentou o maior escore de precisão (95,5%) entre todas as proteínas recombinantes testadas.
Para o ELISA, TpN17 e TmpA tiveram sensibilidade de 69,9%, enquanto TpN47 obteve 53,8%. A especificidade foi quase 100% para as três proteínas. Não foi observada reação cruzada para TpN17 nas amostras de soro de infecções não bacterianas. Em relação às amostras positivas para leptospirose, o escore de reatividade cruzada variou de 8,6 a 34,6%.
O estudo será continuado em nova fase, com utilização de amostras de pacientes clinicamente definidas, através do projeto de doutorado de Ângelo Antônio Silva, aluno do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde de Medicina Investigativa (PgBSMI), da Fiocruz Bahia.