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O curso “Desenvolvimento de Ferramentas Diagnósticas para Identificação de Patógenos” aconteceu de 12 a 30 de setembro, em formato virtual. Coordenado pelo professor e pesquisador da Fiocruz Bahia, Fred Luciano Santos, a formação foi baseada na disciplina ofertada na Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI). Nesta edição, o objetivo foi oferecer o conteúdo para a comunidade externa ao Instituto Gonçalo Moniz (sede da Fiocruz Bahia).
Esta edição, o curso abordou os tópicos de ferramentas de identificação de novos marcadores diagnósticos; métodos de obtenção de proteínas; ferramentas de análise estrutural e do comportamento físico-químico de proteínas; fases de desenvolvimento de um teste diagnóstico, protocolo STARD e parâmetros de desempenho; interação antígeno-anticorpo; testes diagnósticos baseados em interações antígeno-anticorpo; desenvolvimento de ensaios imuno-histoquímicos; e análise por microscopia eletrônica e confocal.
Foram 107 participantes, contando com estudantes da Argentina, Estados Unidos e Portugal. Do Brasil, participaram mestrandos, doutorandos e profissionais do Acre, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Durante a abertura, o professor Fred Santos afirmou que a ideia era que cada aula fosse ministrada por um especialista diferente. Para tanto, foram convidados cientistas da Fiocruz, das unidades do Paraná, Rio de Janeiro e da Bahia. A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, elogiou a programação. “Esse curso é voltado para a pesquisa e também para práticas de laboratório, e eu acredito que todos tiveram um bom aproveitamento. Todos nós ganhamos com essa iniciativa”.
A vice-diretora de Ensino e Informação, Claudia Brodskyn, caracterizou a atividade como “essencial” e declarou esperar que o curso entre no calendário do Instituto. “Ter atraído tantos estudantes de outros países demonstra como essas pesquisas são importantes não só no nosso país, mas também em outros países. A identificação de patógenos e o estudo da patogênese das doenças infecciosas é uma tradição em nosso instituto e Fred está dando continuidade a essa tradição”, congratula a pesquisadora.
“Nós vimos durante a pandemia a corrida para a montagem de kits diagnósticos para detectar uma nova doença. Agora temos a Monkeypox, e a necessidade da montagem de testes diagnósticos o mais rápido possível”, comentou a coordenadora do PgBSMI Deborah Fraga. De acordo com Fraga, a formação de recursos humanos nesse aspecto é essencial. “Ainda temos velhos problemas, as vezes temos testes diagnósticos não tão bons, fora do padrão ouro. E teremos novos problemas, novas epidemias que irão surgir e vão precisar dessa expertise. Essa disciplina vem em um momento muito importante para capacitar pessoas nessa área”.
O professor partilhou que a ideia do curso foi inspirada em sua própria trajetória enquanto discente, quando não encontrou atividades do tipo. “Eu tinha essa necessidade de ofertar uma disciplina que fosse abrangente, que analisasse desde o início da ideia de síntese de um kit diagnóstico. Naquela ocasião não encontrei nada que abrangesse esse conjunto de assuntos”, relata. No último dia, o pesquisador apresentou o teste rápido TR Chagas Bio-Manguinhos desenvolvido por equipe liderada por ele, para diagnóstico da doença de Chagas.
Avaliações dos discentes
A participação de alunos estrangeiros foi uma das surpresas do curso. O doutorando no Instituto de Investigações em Engenharia Genética e Biologia Molecular (CONICET), Argentina, Arturo Muñoz Calderon fez parte dos quatro alunos de outros países que integraram a turma. “É um curso muito bem estruturado, que abordou desde os aspectos mais básicos até os mais complexos das ferramentas de diagnóstico baseado em proteínas”, afirmou o discente.
Oriundo de Coimbra, Portugal, o doutorando da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra José Pedro Sousa Baptista abordou os pontos que considera os mais positivos da atividade. “Corpo docente de elevada qualidade e material de aprendizagem muito rico e disponibilizado de forma adequada. Este curso está a superar as expectativas”, reitera, afirmando que espera que o curso tenha continuidade.
“Sinto que estou recebendo uma boa base de várias técnicas que desconhecia”, diz Raquel Angélica Andrade, doutoranda no Programa de Pós-graduação em Microbiologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). A também doutoranda do PgBSMI Luana Evangelista de Araújo concorda. “O curso tem se mostrado muito completo em relação aos temas que estão sendo abordados. Acredito que este curso deve continuar ao longo dos anos, pois traz conhecimentos e técnicas muito importantes, principalmente pra quem trabalha com o desenvolvimento de testes diagnósticos”, completa.
LARA GERALDA MAGELA DOS SANTOS VIEIRA
Mestrado – Ciências Biológicas – Universidade Federal de Ouro Preto
“Para mim, a ementa e a forma como os assuntos foram abordados foram os pontos mais importantes do curso. Todos os professores apresentaram domínio do tema, muita didática e paciência. Um fator que que contribuiu muito para o meu aprendizado foi que todos os palestrantes reviram conceitos básicos e chaves antes de afunilar para um conhecimento mais específico. Isso me permitiu acompanhar e aprender temas que estão fora da minha área de atuação. Parabéns pela organização! Com certeza faria de novo e indicarei para amigos”.
EMILY THAYS DA SILVA RODRIGUES
Mestrado – Ciências Farmacêuticas – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
“Se no início do meu mestrado eu tivesse a oportunidade de fazer um curso como esse, talvez tivesse avançado com mais rapidez e com mais conhecimento técnico em meus experimentos. O meu muito obrigada ao professor Fred, equipe organizadora e todos os professores envolvidos. Parabéns pela iniciativa!”
SUZANE OLACHEA ALLEND
Doutorado – Biotecnologia – Universidade Federal de Pelotas
“Só queria agradecer a oportunidade de fazer um curso como esse, com grandes abordagens, com métodos atuais, não pecando com os métodos mais “comuns” ou mais utilizados no dia-a-dia. Vocês estão de parabéns pela iniciativa, esse tipo de disciplina como dito nas aulas é bem difícil de encontrar e acredito que todos nós saímos com uma bagagem maior do que quando iniciamos. O nosso curso de Pós-graduação em Biotecnologia da Universidade Federal de Pelotas agradece muito a oportunidade”.
AMILTON SEIXAS NETO
Pós-doutorado – Microbiologia e Parasitologia – Universidade Federal de Pelotas
“Gostaria de iniciar parabenizando a todos que pensaram e organizaram o curso Desenvolvimento de Ferramentas para Identificação de Patógeno. Tudo foi muito bem pensado e organizado, e, por ser à distância, permitiu uma maior liberdade e facilitou o aprendizado. As aulas foram muito didáticas, informativas e atualizadas, sendo possível tirar dúvidas com os professores e com os colegas de curso. Gostaria de sugerir que o curso se mantenha ativo com novas edições, para que outros colegas e pesquisadores possam realizar o curso também. Estou recomendando a todos”.