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Um estudo avaliou a proteção contra a Covid-19 em indivíduos que tiveram infecção antes da vacinação, durante a onda da variante Ômicron no Brasil. Os resultados, publicados no site Medvix, em formato preprint (sem revisão dos pares), apontaram que a imunidade híbrida (pré-infecção mais vacinação) ofereceu, neste período, alta proteção contra hospitalização ou óbito, independentemente do tipo do imunizante: Astrazeneca, Coronavac, Janssen e Pfizer.
O grupo de cientistas do projeto VigiVac, liderado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Manoel Barral, utilizou informações de bancos de dados da campanha nacional de imunização do Ministério da Saúde, entre 01 de janeiro e 22 de março de 2022. A eficácia da infecção anterior na prevenção de reinfecção, em comparação com os não vacinados e sem pré-infecção, foi baixo (28,9%), aumentando com a vacinação, principalmente após o reforço, embora com rápido declínio. A proteção contra resultados graves em pré-infectados foi maior (85,6%) e aumentou com a vacinação, variando de 88 a 100%.
No estudo com desenho caso-controle, casos e controles foram definidos como indivíduos com resultados do teste RT-PCR positivo e negativo, respectivamente Foram analisados 918.219 testes, em 899.050 indivíduos, sendo 51,9% positivos para Covid-19 e 48,1% negativos. Destes, 35,2% não eram vacinados, 2,4% tinham infecção prévia e 32,8% não tinham pré-infecção por coronavírus.
A pesquisa é uma continuidade do trabalho publicado na revista Lancet Infectious Disease, que mostrou a proteção da vacina em pessoas previamente infectadas pelas variantes Gama e Delta. Entender o efeito da combinação de infecção e vacina, denominada imunidade híbrida, na efetividade das vacinas é de grande importância para orientar políticas públicas de vacinação.