Cidacs/Fiocruz Bahia inaugura primeiro datacenter voltado para dados administrativos e de saúde do Brasil

Getting your Trinity Audio player ready...

 

Segurança, velocidade e estabilidade são as principais preocupações no trabalho de análise envolvendo grandes volumes de dados. Por conta disso, o Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), que desenvolve um dos maiores estudos populacionais do mundo, a partir de informações de mais de 130 milhões de brasileiros, está inaugurando o primeiro datacenter destinado à integração de dados administrativos e de saúde do Brasil. A cerimônia de inauguração ocorre no dia 9 de junho, às 15h, no auditório do Edifício Tecnocentro, no Parque Tecnológico da Bahia.

Uma das inovações desta estrutura é que ela está alocada em um container montado em anexo ao Edifício Tecnocentro – onde o Cidacs funciona. O datacenter ampliará a eficiência no processamento de grandes bases de dados sociais e de saúde porque expande a estrutura computacional do Centro.

“O datacenter aumenta nossa capacidade de absorver novos projetos de pesquisa e dá mais agilidade aos projetos em curso”, afirma o coordenador do Cidacs, Mauricio Barreto. Atualmente, o Centro desenvolve dezenas de projetos científicos dedicados a investigar o impacto de políticas sociais e de saúde na população com parcerias e colaborações nacionais e internacionais.

A vice-coordenadora do Cidacs, Maria Yury Ichihara, também elenca os ganhos para o Centro e para a pesquisa científica sobre as desigualdades sociais e em saúde no Brasil com a inauguração do datacenter. “Poderemos vincular novas bases de dados de programas sociais, como Criança Feliz, Censo Escolar ou da Relação Anual de Informações Sociais e aprofundar a análise de determinantes sociais e impactos de políticas em eventos de saúde em extratos populacionais e eventos raros”, destaca.

Capacidade técnica do datacenter do Cidacs

O datacenter contém em sua estrutura sistemas computacionais que agregam a Sala Segura do Cidacs – que abriga os dados individualizados que precisam estar protegidos –, o ambiente de análise e a área administrativa, bem como o sistema de telecomunicações e gerador de energia elétrica.

“Já estão instalados dois clusters computacionais [infraestrutura de computação distribuída], que serão ampliados, e outro cluster que será instalado até o final do ano de 2022”, explica o responsável pela Plataforma de Dados do Cidacs, Roberto Carreiro. Ainda segundo ele, estes recursos computacionais irão proporcionar aos projetos do Cidacs um total aproximado de 2.600 hilos de processamento em CPU (vCPU) e 240.000 em GPU (Cuda), capacidade de memória de 24 terabytes e 2,5 petabytes de armazenamento.

O datacenter do Cidacs é parte das ações de um projeto financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates. O projeto tem um componente de infraestrutura, onde o datacenter está inserido, e de pesquisa relacionada a avaliação do serviço de atenção primária na saúde materno-infantil.

Cidacs cresce e dribla cenário de crise na pesquisa científica

Inaugurado em dezembro de 2016, o Cidacs surgiu com uma proposta inovadora de conduzir estudos e pesquisas a partir de uma plataforma que permitisse a utilização de grandes volumes de dados individualizados. Esta estratégia permitia uma produção científica ágil, robusta e capaz de alcançar evidências científicas em proporções inéditas rapidamente e com custos baixos. O Centro usa dados administrativos de vários sistemas de informação sociais e de saúde do governo brasileiro e executa uma série de procedimentos – como limpeza, padronização e harmonização – para adequá-los para suas investigações.

Um dos principais produtos é a coorte com dados administrativos. Esta inovação é constituída com dados de mais de 130 milhões de indivíduos pertencentes a famílias com baixa renda (que recebem renda per capita de menos de 3 salários mínimos) que são elegíveis para programas sociais do governo federal. Pesquisas sobre hanseníase, zika, dengue, covid-19, além de investigações sobre saúde mental exploram a coorte para uma análise mais eficaz sobre políticas sociais e de saúde ao longo do tempo.

Nos últimos anos, o Cidacs aumentou seus recursos humanos em 180% – saindo de 60 pessoas em 2017 para 170 em 2021 e, atualmente, possui 28 projetos ativos e 22 subprojetos – alguns deles com financiamentos de agências internacionais. Além disso, a estrutura física e computacional também vem sendo ampliada. Os parceiros e colaboradores estão em diversas partes do Brasil e no mundo, como Reino Unido, EUA, Áustria, Chile, Equador e Argentina. Mais de 70 artigos científicos revisados por pares já foram publicados por pesquisadores do Cidacs. Veja mais no site: https://cidacs.bahia.fiocruz.br/

 

twitterFacebookmail
[print-me]