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AUTORIA: Martha Sena Suarez
ORIENTAÇÃO: Cláudia Ida Brosdkyn
TÍTULO DA TESE: “Avaliação da interação entre neutrófilos humanos infectados por Leishmania amazonenses ou Leishmania braziliensis com células dendríticas: impacto dos receptores de adenosina”.
PROGRAMA: Pós-Graduação em Patologia Humana
DATA DE DEFESA: 22/08/2019
HORÁRIO: 09h
RESUMO
Os neutrófilos (NØs) modulam a resposta imune pela produção de citocinas e quimiocinas ou interação direta com outras células. Células dendríticas (DCs) apresentam antígenos e ao interagirem com diferentes componentes do sistema imune, modulam a resposta adaptativa, responsável pela eliminação de microrganismos e manutenção da memória imunológica. O ATP extracelular produzido após dano celular exibe propriedades pró-inflamatórias, enquanto a adenosina, produto do catabolismo do ATP, exibe propriedades antiinflamatórias. Neste trabalho, avaliamos o efeito da interação entre DCs humanas e NØs infectados por L. braziliensis (Lb) ou L. amazonensis (La) e a participação dos receptores de adenosina.
Metodologia: NØs purificados do sangue de doadores saudáveis foram infectados ou não por Lb ou La e co-cultivados com DCs geradas in vitro de monócitos tratados com IL-4 / GMCSF. As DCs nestas co-culturas foram avaliadas quanto sua taxa de infecção, expressão de moléculas de superfície e produção de citocinas. Para investigar a participação da adenosina, a carga parasitária nestas células foi avaliada após inibição de CD39, CD73 ou receptores A2A e A2B.
Resultados: O co-cultivo de DCs com NØs infectados com La aumentou a carga parasitária, reduziu a expressão de moléculas de superfície e a produção de citocinas próinflamatórias, aumentando a produção de anti-inflamatórias. Resultados opostos foram obtidos nas co-culturas de DCs e Nϕs infectados por Lb. O bloqueio do CD39, mas não do CD73, em NØs ou em DCs reduziu a carga parasitária nas DCs co-cultivadas com NØs
infectados por La. Já a inibição dos receptores A2B ou A2A diminui a carga parasitária após a co-cultura das DCs com NØs infectados por La ou quando cultivadas com adenosina. Este mesmo tratamento só alterou a carga parasitária em DCs co-cultivadas com NØs infectados por Lb na presença da adenosina. Nossos resultados indicam que NØs infectados por La e Lb modulam diferentemente a ativação das DCs. Apenas os NØs infectados por La parecem inibir as DCs, com consequente aumento da sua carga parasitária, ativação de ectonucleotidases, redução de moléculas co-estimulatórias e de IL-12 e aumento de IL-10. Observamos também influência dos receptores de adensosina, evidenciada pela reversão da carga parasitaria nas DCs na presença dos inibidores desses receptores.