Um estudo analisou a resposta imunológica local e sistêmica na evolução da leishmaniose cutânea. A pesquisa, coordenada pelo pesquisador da Fiocruz Bahia Edgar M. Carvalho, avaliou se a produção de citocinas, substância que media funções celulares, no sangue dos pacientes refletia o que foi documentado na lesão. Os resultados do trabalho foram publicados em artigo no periódico Pathogens que pode ser acessado aqui.
O papel da resposta imune no desenvolvimento das lesões na leishmaniose tem sido bastante estudado, mas ainda existem lacunas nos resultados observados em laboratório para o manejo clínico da doença. A leishmaniose cutânea pode ser causada por mais de 10 espécies diferentes de parasitas do gênero Leishmania. Embora as lesões cutâneas causadas pelas diferentes espécies sejam semelhantes, o desenvolvimento delas pode ser bem diferente.
Participaram do estudo 22 pacientes com leishmaniose cutânea, por Leishmania braziliensis, com diagnóstico positivo através de PCR. As citocinas foram testadas em células do sangue e biópsias de pele. Todas as avaliações imunológicas foram realizadas antes da terapia para tratamento da doença.
Os resultados indicaram que a resposta imune nas lesões por L. braziliensis é diferente da observada no sangue periférico. Os dados sugerem que, além das citocinas IL-1β e GzmB, a IL-17 participa da patologia da leishmaniose cutânea e pode ser utilizada como marcador de gravidade da doença.
Texto: Jamile Araújo com supervisão de Júlia Lins.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) prorrogou para as 12h do dia 10 de maio as inscrições para seleção de estagiários. A Fiocruz Bahia está com cinco vagas disponíveis nos perfis listados abaixo.
Clique aqui para conferir o edital, que também está disponível na página do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE).
Nível superior
Administração, secretariado ou gestão de recursos humanos Requisito: bacharel do 3º ao 7º período/ tecnólogo do 2º ao 3º período Carga horária: 30 horas – manhã Bolsa auxílio de R$1.125,69 + transporte de R$10,00 por dia
Administração ou secretariado Requisito: bacharel do 3º ao 10º período Carga horária: 30 horas (manhã ou tarde) Bolsa auxílio de R$1.125,69 + transporte de R$10,00 por dia
Biblioteconomia Requisito: bacharel do 3º ao 10º período Carga horária: 20 horas (manhã ou tarde) Bolsa auxílio de R$787,98 + transporte de R$10,00 por dia
Nível médio
Técnico em refrigeração e ar-condicionado Requisito: 1º ao 4º ano Carga horária: 20 horas (manhã e tarde) Bolsa auxílio R$486,05 + transporte de R$10,00 por dia
Técnico em automação industrial Requisito: 1º ao 4º ano Carga horária: 20 horas (manhã ou tarde) Bolsa auxílio de R$486,05 + transporte de R$10,00 por dia
Estão abertas as inscrições para o 17º Simpósio Internacional sobre Esquistossomose, principal evento científico dedicado exclusivamente à doença, organizado pela Fiocruz Bahia e realizado pela rede Fio-Schisto e Programa de Pesquisa Translacional, da Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz. A edição será realizada entre os dias 10 e 13 de novembro, em Salvador, e tem como tema central “Perspectivas para a eliminação da esquistossomose”.
Com o objetivo de promover a inclusão e a diversidade, haverá concessão da isenção de inscrição para 20% do total de vagas esperadas (60), destinadas a pessoas que se autodeclaram negras/os, indígenas ou que tenham deficiência. Os pedidos de isenção podem ser feitos até 20 de maio, e as pessoas interessadas devem seguir as instruções do edital.
Os valores da taxa de inscrição variam de acordo com as categorias: estudante de graduação, pós-graduação, professor da educação básica, profissional do SUS e outros profissionais; e aumenta com os diferentes prazos para cada lote. Clique aqui para realizar sua inscrição.
De acordo com o presidente da 17ª edição do simpósio, Ricardo Riccio, pesquisador da Fiocruz Bahia, a organização do evento está atenta para garantir que a experiência dos/das participantes seja inclusiva e equitativa, onde sejam respeitadas a diversidade de origens, gêneros e culturas. “Estamos empenhados em promover um ambiente acolhedor para todos os envolvidos, reconhecendo a importância da cooperação global na busca por soluções para a esquistossomose”, disse em carta convite.
Esta edição também destacará os avanços tecnológicos que contribuem para a eliminação da esquistossomose, incluindo o lançamento do praziquantel pediátrico, que está em fase final de aprovação regulatória. Também serão apresentados os progressos nos novos métodos diagnósticos e atualizações sobre candidatos vacinais. A submissão de resumos de trabalhos candidatos a se apresentarem no simpósio está aberta desde 02 de maio e encerra em 12 de setembro. Veja aqui as datas importantes e as diretrizes para a submissão.
Premiações
Durante o simpósio serão entregues aos/às autores/as dos melhores trabalhos apresentados nas sessões orais do evento o prêmio “Pirajá Silva”. Além disso, serão entregues os prêmios “José Pellegrino” e para o/a autor(a) da melhor tese de doutorado, e o prêmio “Amaury Coutinho” para o/a autor(a) da melhor dissertação de mestrado ambos em esquistossomose. O período de submissão de teses, dissertações e dos vídeos será de 04 de julho até 29 de agosto, enviadas para o seguinte e-mail schistosymposium@fiocruz.br. Confira os critérios para a participação e avaliação no site do simpósio.
Estudante: Caliene Melo de Andrade Silva Orientação: Deborah Bittencourt Mothé Co-orientação: Jairo Torres Magalhães Junior Título da dissertação: “EPIDEMIOLOGIA DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO MUNICÍPIO DE BARRA-BA” Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa Data de defesa: 28/05/2024 Horário: 14h00 Local:Sala do Zoom ID da reunião: 842 1613 1909 Senha: caliene
Resumo
As mudanças socioambientais nas áreas urbanas têm influenciado os fatores que alteram a dinâmica de transmissão da Leishmaniose Visceral (LV), contribuindo para a adaptação do vetor e a consequente manutenção da doença. Os casos de Leishmaniose Visceral Canina (LVC) geralmente precedem os casos humanos. A identificação de áreas de risco para LV é de fundamental relevância para a prevenção e controle desta doença que tem grande impacto na saúde pública. OBJETIVO: Este estudo teve como objetivo analisar a situação epidemiológica da LV no município de Barra, no Oeste da Bahia. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de um estudo de corte transversal, baseado no levantamento da soroprevalência da LVC, no estudo e distribuição da fauna flebotomínea e da identificação dos casos de LV. Foram realizadas análises estatísticas e espaciais a partir dos dados primários coletados dos cães, dos flebotomíneos e dos dados secundários de incidência de casos humanos. RESULTADOS: Os nossos resultados identificaram 18,9% de soroprevalência para LVC e a presença predominante da espécie L. longipalpis na zona urbana do município de Barra – BA. A estimativa de kernel indicou uma alta densidade de casos de LVC na área do Parque das Lagoas. Enquanto que a varredura estatística espacial, identificou um cluster primário com 87,5% de prevalência para LVC e razão de prevalência de 5,21 vezes maior dos cães adquirirem a infecção neste perímetro, do que nas outras áreas estudadas. A análise multivariada revelou que cães residentes na área do Parque das Lagoas (RP=3,0), assim como os que dormem na rua (RP=3,5), estão mais susceptíveis a apresentarem LVC. Os buffers implementados ao redor das residências em que as armadilhas capturaram flebótomos, demonstraram um aumento de 69% na chance dos cães de estarem expostos a LVC. CONCLUSÃO: A partir desses resultados podemos inferir que a LVC é endêmica na zona urbana do município de Barra – BA, com destaque para determinados recortes geográficos, em que as condições socioambientais possuem fatores que contribuem para a manutenção da cadeia epidemiológica da doença. Os dados obtidos podem auxiliar para o melhor direcionamento das ações dos serviços de saúde da comunidade barrense.
A Fiocruz Bahia participou da sessão inaugural do Centro Internacional em Estudo e Pesquisa da Saúde da População Negra e Indígena (CIEPNI), na Faculdade de Medicina, da Universidade Federal da Bahia (Famed/UFBA), hoje (30/04). Especialistas de diversas instituições de pesquisa e ensino realizaram apresentações que abordaram o tema “O que Nossas Pesquisas Revelam sobre a Saúde da População Negra e Comunidades Tradicionais”.
Integraram a mesa de abertura o reitor da UFBA, Paulo Miguez; o diretor e o vice-diretor da Famed, Antonio Alberto Lopes e Eduardo Borges, respectivamente; a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves; e o assessor de relações institucionais do Centro de Referência em Doença Falciforme, Altair Lira. Marilda Gonçalves também apresentou seus estudos em doença falciforme e o pesquisador da Fiocruz Bahia, Washington dos Santos, falou sobre o projeto Rimfal – Hemoglobina e Progressões de Doenças na Bahia. A estudante de Iniciação Científica da Fiocruz Bahia, Caroline Pinho, foi uma das debatedoras.
O Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia) celebrou seus 67 anos, no dia 29 de abril, reunindo pesquisadores, autoridades, gestores, funcionários, estudantes e representantes da sociedade civil. No evento, foi inaugurada a Exposição Fotográfica Memórias da Fiocruz Bahia, realizada a nomeação do Auditório Sonia Andrade e a abertura do Memorial Zilton Andrade, em homenagem ao casal de pesquisadores eméritos da Fiocruz Bahia, falecidos em julho de 2020 e outubro de 2022, respectivamente, com a participação da família dos cientistas.
Integraram a mesa de abertura a Vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Machado; a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves; o Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia, André Joazeiro; a Superintendente de Vigilância e Proteção da Saúde, Rivia Barros; o Presidente do Conselho Estadual de Saúde, Marcus Sampaio; o Diretor de Empreendedorismo e Inovação da Secretaria de Educação da Bahia, Anderson Epifania; o Diretor da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), Marcos José Pinheiro; e o Pesquisador Emérito da Fiocruz e Representante da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Bernardo Galvão.
O presidente da Fiocruz, Mario Moreira, enviou uma mensagem por vídeo, falando da importância da preservação de acervos científicos e a valorização da memória institucional. “A Fiocruz tem sido uma guardiã do conhecimento científico e da memória coletiva que moldaram o nosso percurso. Nossos acervos não são apenas registros do passado, mas tesouros vivos e abrigam o legado da geração de cientistas, médicos e técnicos que marcam o desenvolvimento da ciência no nosso país, sempre visando a saúde da nossa população”, destacou.
Cristiani Machado representou a presidência da Fiocruz e citou as iniciativas que a Fiocruz Bahia tem realizado e contribuído para a ciência baiana e brasileira. “Falar em memória é olhar a nossa trajetória para compreender os desafios do presente, e sobretudo o que nós podemos construir juntos para o futuro. Vida longa ao IGM, vida longa a Fiocruz, salve a ciência, salve educação e salve o nosso SUS”.
Marilda Gonçalves falou sobre a trajetória do instituto, compartilhou momentos importantes e lembrou os dirigentes da instituição ao longo dos 67 anos. “Gostaria de agradecer a cada um que chega aqui, que faz com que essa comunidade esteja unida por um objetivo especial, que é fazer com que o IGM seja uma unidade técnico científica da Fiocruz que tem uma produção científica bastante expressiva. Agradeço a todas as pessoas que passaram e que continuam vivas em todos os nossos corações, como a doutora Sonia e o doutor Zilton Andrade”, ressaltou.
Em sua primeira visita à Fiocruz Bahia, Marcos Pinheiro salientou a importância da construção da identidade institucional. “Esses dias de memória, de comemoração, são muito importantes na constituição da identidade, e valorização da identidade dos nossos institutos, assim como foi lembrado do SUS, da Fiocruz e do povo baiano”, observou o diretor da COC.
O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do estado da Bahia parabenizou a Fiocruz e as pessoas que constroem a instituição. “A Fiocruz não é nada sem essas pessoas e sem esses funcionários, sem os pesquisadores, que estão aqui fazendo o trabalho do dia a dia, colocando a instituição no lugar de importância para ciência da Bahia, como está no Parque Tecnológico com o CIDACS ou aqui nessa unidade, fazendo tanto pela nossa ciência”, disse Joazeiro.
Marcos Sampaio, lembrou do período recente que foi preciso disputar a ciência como um direito da população. “A gente precisa reafirmar que aqui é o SUS que funciona, é o SUS que defende a democracia, que demonstra o quanto esse sistema é importante para o povo brasileiro”. Anderson da Epifania, representou a secretária de Educação do Estado, Rowenna Brito e reafirmou a relevância dos 67 anos da fundação na defesa da saúde e da vida. “Há mais de 20 anos, saindo de Candeias, do curso técnico em patologia clínica, vim estagiar aqui. Fico feliz de já ter pertencido a essa instituição e por ver colegas que atuam com garra para fazer com que a gente possa ter um futuro melhor no nosso país”.
Rivia Barros representou a secretária de Saúde da Bahia. Ela ressaltou a atuação da Fiocruz Bahia na defesa e fortalecimento do SUS’. “Ninguém pode dizer que não usa o SUS. A vigilância sanitária, por exemplo, está na vacina, está na água, na medicação que as pessoas tomam no Brasil, todos são usuários do SUS”, defendeu. Bernardo Galvão compartilhou sua vivência com Zilton Andrade e seus filhos ainda pequenos, quando estava construindo um serviço de patologia em Brasília.
A programação também contou com uma homenagem a Sonia e Zilton Andrade realizada por Marilda Gonçalves e o vice-diretor de Pesquisa da Fiocruz Bahia, Ricardo Riccio. Participaram ativamente da ocasião os filhos, netas e irmãs da família de Sonia e Zilton Andrade. O filho Carlos Andrade agradeceu a homenagem em nome dos familiares e disse que espera que o espaço com o nome de sua mãe sirva para os avanços da medicina, da saúde verdadeiramente pública e a serviço do povo, tema da luta de seus pais por toda a vida. “Quero agradecer e expressar toda a nossa gratidão à Fiocruz, ao IGM por manter essa memória viva. E homenagear os dois juntos como eles sempre estiveram e sempre viveram. Ainda mais às vésperas do centenário de meu pai, que se completa dia 14 de maio”, concluiu.
Também foram apresentadas a palestra ‘Constituição e Preservação de Acervos Científicos e Culturais da Fiocruz”, ministrada pelo diretor da COC e a mesa “Ciência e Saúde: Desafios para a preservação da memória institucional”, que finalizou o evento, com a participação de Aline Lacerda (COC); Maria Renilda Barreto (UFBA); Gillian Queiroga (Instituto de Ciências da Informação – ICI/UFBA); e mediação de Antônio Brotas (Fiocruz Bahia).
Visitação
A exposição Fotográfica Memórias da Fiocruz Bahia é aberta ao público e reúne registros de pesquisadores e pesquisadoras em plena função, tanto nos laboratórios, como em trabalhos de campo, imagens de vetores e parasitos, fotografias das estruturas físicas dos prédios e laboratórios, entre outras. A mostra seguirá aberta para visitação gratuita.
O pesquisador emérito da Fiocruz Bahia, Ricardo Ribeiro dos Santos (in memoriam), foi homenageado no dia 24 de abril, na instituição. O cientista, que faleceu em abril de 2023, realizou inúmeras contribuições para a ciência e pesquisa em saúde no Brasil. Participaram do evento pesquisadores, colegas de trabalho, alunos e amigos, que compartilharam declarações e agradeceram as experiências vivenciadas. O evento foi conduzido pelo doutorando do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PGBSMI) e ex-aluno de Ribeiro, Breno Cardim.
A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, que estava representando a instituição em uma atividade externa, enviou um vídeo exibido na ocasião, destacando a carreira científica e a importância do pesquisador para o instituto. “Ricardo Ribeiro teve uma participação importante no desenvolvimento da Tecnologia da Informação e do Biotério, áreas importantes no IGM. No laboratório, ele participou de momentos relevantes na geração de conhecimento e na orientação de alunos de pós-graduação. Estamos aqui, hoje, para celebrar o que ele realizou em vida, este grande cientista, amigo e parceiro profissional”, disse a diretora.
Roberto Badaró, pesquisador e professor do SENAI de Inovação em Saúde do CIMATEC e representante da Academia de Medicina da Bahia, leu o memorial sobre o homenageado. “Ricardo Ribeiro dedicou sua existência à pesquisa científica e à medicina. Foi muito mais que um pesquisador brilhante. Foi um exemplo inspirador de dedicação, excelência e compromisso com a ciência”, iniciou Badaró.
A assessora especial da Presidência da Fiocruz, Camile Sachetti, representou o presidente Mário Moreira. A mensagem enviada por Moreira abordou a trajetória institucional de Ricardo Ribeiro que se iniciou na Fundação em 1988, permitindo interações com várias unidades do Rio de Janeiro e depois na Bahia. “Onde contribuiu fortemente com pesquisas em doenças de Chagas e, posteriormente, na terapia celular, onde, pelo pioneirismo, foi reconhecido e recebeu vários prêmios e honrarias. Ricardo participou de um momento importante na Fiocruz, no qual contribuiu cientificamente na construção da Estratégia Fiocruz para terapias avançadas”, dizia um trecho.
Mitermayer Galvão dos Reis, pesquisador da Fiocruz Bahia, falou sobre a vinda de Ricardo para a Bahia, sua convivência e contribuição. “Eu acho que o Brasil deve a Ricardo Ribeiro pelo que ele fez e representou na condição de médico, de professor, de pesquisador e de cidadão”, destacou.
Antônio Carlos Campos de Carvalho, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, contou sobre a experiência com Ricardo e o estabelecimento, em função da gestão do Instituto do Milênio, de uma rede nacional e condução de um estudo, junto com várias outras iniciativas, que colocou o Brasil no mapa mundial das terapias celulares. “Lembro da alegria dele quando o primeiro paciente foi tratado. Tinha um vídeo de um paciente, do interior da Bahia, que era um lavrador que tinha limitações severas na sua atividade física. Ricardo mostrava esse filme, com enorme orgulho de médico, de pesquisador, de cidadão e ser humano, mostrando esse lavrador capinando com a enxada na sua terra”, comentou Antônio.
A superintendente de Educação e Ciência do SENAI CIMATEC, Josiane Dantas, compartilhou a sua experiência de trabalho com Ricardo Ribeiro, a partir da criação do Instituto de Tecnologia da Saúde. “Nós, da nova geração, temos muito que aprender com quem faz ciência e construiu um legado, porque essas histórias não estão nos livros. Elas são contadas por pessoas que viveram”.
Ricardo Santana de Lima, superintendente do Hospital Universitário da Universidade Federal do Vale do São Francisco, um de seus primeiros estudantes, compartilhou emocionado suas lembranças com o mestre. “Passa um filme na cabeça. Ele me confiava tudo, até a casa dele, me confiava o carro, a única BMW que dirigi”, brincou. “Um pai, um mestre, e tínhamos muitas coisas em comum: o judô e o jiu-jitsu, o nome igual, a visão. Além de estar numa pós-graduação hoje tratando de bioengenharia, com terapia celular”, observou.
A atual chefe do Laboratório de Engenharia Tecidual e Imunofarmacologia (LETI) da Fiocruz Bahia, implementado por Ricardo Ribeiro, Milena Soares, agradeceu emocionada a todas as pessoas envolvidas na homenagem e disse como era difícil para ela falar na ocasião. “Foram 25 anos de convivência, muito aprendizado, bons momentos, muitas construções e alegrias”. Milena lembrou que Ricardo dizia que era maravilhoso poder fazer o que se gosta ainda ser pago para fazer isso. “E realmente ele amava a ciência, ele trabalhou até o fim da sua vida, fazendo o que ele gostava”, finalizou.
Também participaram da atividade por vídeo o atual presidente da Associação Brasileira de Terapia Celular e Gênica, Martin Bonamino, que em nome da sociedade prestou reconhecimento pela contribuição científica feita por Ricardo; Spencer Luiz Marques Payão, professor e pesquisador Faculdade de Medicina de Marília; e Gabriela Sampaio, uma das últimas alunas do pesquisador.
O pesquisador
Ricardo Ribeiro nasceu em 1941, na cidade de São Paulo. Formou-se em Medicina, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e ingressou na Fiocruz em 1988, no Rio de Janeiro. A busca por uma terapia para o tratamento de pacientes com a forma cardíaca da doença de Chagas tornou-se uma missão para o cientista. Em 1998, transferiu-se para a Fiocruz Bahia, onde implantou o biotério, a informática, e o Laboratório de Imunofarmacologia (LIF), que posteriormente se tornou o Laboratório de Engenharia Tecidual e Imunofarmacologia (LETI). Nele, implantou a triagem de fármacos com ação antiparasitária e imunomoduladora e foi inovador ao propor o uso de células-tronco para tratamento da doença de Chagas.
Um dos marcos da sua carreira foi a ideia inovadora de usar células-tronco para o tratamento de doença de Chagas, o que o levou a receber o prêmio Zerbini, pela relevância nas pesquisas na área de cardiologia no país. Em 2009, Ricardo implantou o Centro de Biotecnologia e Terapia Celular (CBTC), uma parceria técnico-científica entre a Fiocruz e o Hospital São Rafael, desdobramento do primeiro estudo clínico em pacientes com cirrose hepática. Com isso, foi possível desenvolver as condições para desenvolvimento de terapias celulares avançadas.
O pesquisador também fundou a Associação Brasileira de Terapia Celular e Gênica (ABTCEL-gen), em 2004, e promoveu a implantação da plataforma de reprogramação celular para a geração de células-tronco pluripotentes induzidas e para a reprogramação direta, tecnologia que abriu inúmeras possibilidades de desenvolvimento tecnológico e terapias. Recebeu títulos e prêmios como fruto de suas contribuições para a ciência, incluindo o de Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico.
Uma parceria entre a Fiocruz Bahia e o Instituto Couto Maia (ICOM) está inovando na maneira de estudar doenças através de autópsias minimamente invasivas. Os dados desse tipo de procedimento estão sendo utilizados em sessões anatomoclínicas, que são encontros de aprendizado que fazem parte do programa de residência médica de infectologia do ICOM. A autópsia minimamente invasiva é uma técnica mais simples, envolvendo o uso de uma agulha para coletar amostras de órgãos, em vez de grandes cortes, como a autópsia convencional.
A colaboração começou com o projeto COVPEM, coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Washington dos Santos, que resultou na primeira autópsia minimamente invasiva realizada na Bahia, em fevereiro de 2021. O procedimento foi feito pela equipe integrante do projeto, liderada pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Geraldo Gileno, no ICOM, para analisar como o organismo lida com a infecção ocasionada pelo coronavírus. Atualmente, a iniciativa foi ampliada para outras doenças infectocontagiosas.
A primeira autópsia desse tipo da nova fase das sessões anatomoclínicas foi realizada em março de 2024, marcando um passo importante na parceria entre o ICOM e o Laboratório de Patologia Estrutural e Molecular (LAPEM) da Fiocruz Bahia. “Os dados obtidos pela análise das amostras coletadas na autópsia minimamente invasiva podem ser muito informativos e elucidam as condições/doenças desenvolvidas pela pessoa que faleceu. Esses dados podem ser usados em sessões anatomoclínicas para o treinamento médico, que é o que ocorre nas sessões realizadas a partir da parceria entre a Fiocruz Bahia e o ICOM”, relata Gileno.
Sessões de aprendizado
Desde 2021, as sessões de anatomoclínicas, no contexto do programa de residência de infectologia do ICOM, são realizadas virtualmente, permitindo que médicos e residentes discutam casos complexos e aprendam mais sobre as condições estudadas.
‘’Essas sessões criam um ambiente de ensino e debate clínico e anatomopatológico, proporcionando aos residentes do programa e internos do ICOM, uma vivência em áreas de conhecimentos da infectologia que contribuem para a formação médica baseada em evidências científicas’’, avalia Áurea Paste, coordenadora da residência médica do ICOM.
Das reuniões, que ocorrem a cada seis semanas, participam médicos, preceptores e os residentes do ICOM, patologistas da Fiocruz Bahia e médicos especialistas convidados de outras instituições brasileiras. Nos encontros, são apresentadas a história clínica, exames laboratoriais ou radiológicos e os aspectos anatomopatológicos do paciente, para revisões e debates sobre as condições/doenças desenvolvidas.
Vantagens da técnica
Autópsias são realizadas com a finalidade de descobrir as causas da morte, estudar as doenças, aperfeiçoar os conhecimentos na medicina e na ciência. A necropsia minimamente invasiva utiliza agulha para coletar amostra dos órgãos, sendo mais simples, barata e segura para a equipe que a realiza, se comparada com a autópsia convencional, que envolve grandes incisões na pele para abertura das cavidades do corpo, retirada e dissecção dos órgãos. As amostras obtidas através das autópsias minimamente invasivas podem ser analisadas por diversas técnicas usadas no estudo das autópsias convencionais, como microscopia ótica e eletrônica e biologia molecular, para avaliar características genéticas.
Estudante: Débora Silva Amorim Freitas Orientação: Fred Luciano Neves Santos Coorientação: Isadora Cristina de Siqueira Título da dissertação: “INQUÉRITO SOROEPIDEMIOLÓGICO DA DOENÇA DE CHAGAS EM POPULAÇÕES INDÍGENAS DO BRASIL” Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa Data de defesa: 29/05/2024 Horário: 09h00 Local:Sala do Zoom ID da reunião: 836 7571 8715 Senha: debora
Resumo
No Brasil, de acordo com o último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há 1.652.876 indígenas, sendo a Bahia o estado com o segundo maior número de indígenas, precedido por Mato Grosso do Sul. Equipes especializadas em saúde indígena dedicam-se à identificação, tratamento e prevenção de doenças negligenciadas que impactam essa população, como a doença de Chagas (DC), que afeta aproximadamente 6-7 milhões de pessoas globalmente. A falta de dados específicos sobre a DC nas comunidades indígenas do Brasil é um obstáculo significativo na determinação de áreas prioritárias para a implementação de políticas públicas de combate à doença. Nosso estudo teve como objetivo avaliar a soroprevalência da DC entre os indígenas brasileiros. Para isso, foram realizados ensaios sorológicos usando antígenos recombinantes quiméricos (IBMP-8.1, IBMP-8.2, IBMP-8.3, IBMP-8.4) para detectar anticorpos anti-Trypanosoma cruzi utilizando a técnica de ELISA. Adicionalmente, as amostras foram submetidas a dois testes comerciais para validação. A análise sorológica incluiu um painel de 2.915 amostras coletadas nas populações indígenas dos estados da Bahia e Mato Grosso do Sul. Foram identificadas duas amostras positivas (0,07%), originárias de Euclides da Cunha-BA e Santa Cruz Cabrália-BA. No entanto, 66 amostras apresentaram resultados positivos em apenas um dos testes comerciais, indicando a possibilidade de reatividade cruzada com espécies do gênero Leishmania. A identificação de áreas prioritárias para intervenções e a continuação das investigações são essenciais para um controle mais eficaz da doença e para a melhoria das condições de saúde dos povos indígenas no Brasil.
A pesquisadora da Fiocruz Bahia, Clarissa Gurgel, participou do II Simpósio Multidisciplinar de Oncologia e III Workshop de Tecnologias em Saúde, realizado entre os dias 18 e 20 de abril, em Teresina, Piauí. O evento, que abordou o tema “Oncologia básica e translacional aplicada ao manejo do câncer: contexto atual e perspectivas”, teve como objetivo fomentar o intercâmbio de experiências de pesquisa básica, clínica e translacional, permitindo aprendizagem mútua e enriquecimento profissional.
Clarissa Gurgel foi uma das palestrantes e ministrou o minicurso “Modelagem, inteligência artificial e esferóides tumorais para a busca de fármacos contra o câncer”, no primeiro dia do evento. A participação da cientista e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Patologia (UFBA/Fiocruz Bahia) foi destaque na imprensa local do Piauí.
O trabalho chamou atenção por utilizar estratégias computacionais, como a inteligência artificial, para buscar fármacos utilizados para outras doenças e que podem ser utilizados contra o câncer. “Além de identificar estes fármacos, nosso grupo utiliza um modelo de estudo tridimensional de ‘mini tumores’ que simula melhor o câncer, com resultados pré-clínicos mais confiáveis”, afirmou Clarissa. O projeto é financiado pelo Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica, do Ministério da Saúde. A pesquisadora também destacou outras ações da Fiocruz que têm como objetivo baratear e ampliar a oferta de terapias avançadas no Sistema Único de Saúde (SUS).
Também será realizada uma homenagem a pesquisadores (in memoriam) com a nomeação do Auditório Sonia Andrade e a abertura do Memorial Zilton Andrade
No dia 29 de abril, segunda-feira, a Fiocruz Bahia celebra 67 anos contribuindo para a geração e difusão de conhecimento científico e tecnológico. A programação terá início às 09h com a mesa de abertura e a palestra ‘Constituição e Preservação de Acervos Científicos e Culturais da Fiocruz’, apresentada pelo diretor da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), Marcos José de Araújo Pinheiro. Em seguida, será realizado o lançamento da Exposição Fotográfica Memória da Fiocruz Bahia. A exposição, aberta ao público, reúne registros de pesquisadores e pesquisadoras em plena função, tanto nos laboratórios, como em trabalhos de campo, imagens de vetores e parasitos, fotografias das estruturas físicas dos prédios e laboratórios, entre outras.
Ainda durante a manhã, será realizada a nomeação do Auditório Sonia Andrade e a abertura do Memorial Zilton Andrade. As atividades homenageiam o casal de Pesquisadores Eméritos da Fiocruz Bahia, Zilton e Sonia, falecidos em julho de 2020 e outubro de 2022, respectivamente. A união dos cientistas resultou na construção de uma família com seis filhos e uma parceria na área da Ciência com importantes estudos sobre doenças negligenciadas, com contribuições na área de esquistossomose e doença de Chagas.
Encerrando o turno da manhã, a mesa temática ‘Ciência e Saúde: Desafios para a Preservação da Memória Institucional’, mediada pelo coordenador da Gestão da Comunicação e Divulgação Científica da Fiocruz Bahia, Antonio Brotas, contará com a participação da assessora técnica da Vice-Direção de Patrimônio Cultural e Divulgação Científica da COC, Aline Lacerda; da professora visitante na Universidade Federal da Bahia, Maria Renilda Barreto e do diretor do Instituto de Ciência da Informação da Universidade Federal da Bahia, Gillian Queiroga.
Durante a tarde, a programação será voltada para alunos da rede pública estadual, incluindo roda de conversa, visita guiada à exposição e instalações da instituição.
A exposição Fotográfica Memórias da Fiocruz Bahia seguirá aberta para visitação que poderá ser agendada através do e-mail ascom.bahia@fiocruz.br. A Fiocruz Bahia está localizada na Rua Waldemar Falcão, número 121, Candeal, Salvador/BA
O “Seminário arboviroses: desafios e perspectivas”, aconteceu na sexta-feira, 19 de abril, na Fiocruz Bahia. O objetivo do evento foi promover o diálogo entre pesquisadores, médicos, autoridades, gestores e representantes de instituições acadêmicas, governamentais e da sociedade civil, que abordaram aspectos, como quadro epidemiológico, manejo e diagnóstico das doenças, bem como produzir reflexões coletivas sobre caminhos para enfrentamento dos desafios impostos pelo aumento de infecções.
A mesa de abertura institucional teve a participação de Marcos Sampaio, presidente do Conselho Estadual de Saúde (CES); Carlos Melo, representante da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil; do promotor Carlos Robson Oliveira Leão, representante do Ministério Público da Bahia; Alda Maria da Cruz, diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis, do Ministério da Saúde; Tânia Maria Peixoto Fonseca, coordenadora de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fiocruz; Rivia Mary de Barros – Superintendente de Vigilância e Proteção da Saúde – SUVISA/SESAB; e da diretora Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves.
Marilda avaliou que o seminário foi produtivo e agradeceu a presença dos palestrantes e participantes do evento. “Já estamos marcando uma sessão pública conjunta no Ministério Público, para debater o tema e compartilhar o que tem sido produzido junto com a secretaria de saúde e outras entidades”, pontuou.
Tânia Fonseca comentou que a mesa representava bem o que tem sido a resposta às arboviroses. Para ela é preciso um trabalho conjunto da sociedade civil, com as entidades públicas, a Organização Pan-Americana, e as instituições de ensino e pesquisa. Tânia falou também sobre as dimensões e a diversidade regional que o Brasil possui.
“Tem coisas que permeiam o país como um todo e impactam nas respostas. Por exemplo, as mudanças climáticas, que vão ter uma participação muito significativa na resposta às arboviroses e no perfil que elas vão ganhando. É necessário uma mudança de mentalidade e de infra-estrutura. Os governos vão passar e nós vamos continuar falando de arboviroses. Essa é uma oportunidade de a gente refletir sobre quais são as possibilidades, e chamar a atenção para os potenciais e para as crises que vão continuar a emergir diante do cenário ambiental”, pontuou.
Após a abertura, a primeira mesa apresentou os cenários epidemiológicos das arboviroses. Tânia Fonseca, compartilhou como tem sido a atuação da Fiocruz no contexto das arboviroses. Carlos Melo, representante da OPAS/OMS no Brasil, apresentou o cenário nas Américas. Já o contexto brasileiro das arboviroses foi relatado por Alda Maria da Cruz, diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis, do Ministério da Saúde. Márcia São Pedro Leal Souza, diretora de Vigilância Epidemiológica – Divep/SESAB falou sobre o monitoramento e vigilância de arboviroses na Bahia. E a apresentação sobre o monitoramento e vigilância de dengue em Salvador nos últimos 15 anos foi realizada pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Guilherme Ribeiro.
Alda Maria da Cruz, apontou, entre outros pontos, desafios como o diagnóstico laboratorial; a resistência vetorial; as definições de casos; sistema de informação robustos e oportunos; necessidade de saúde das crianças com síndrome da zika congênita; analisar a capacidade de resposta em epidemia; escalonar novas tecnologias de controle vetorial; redução de óbitos; mudança de comportamento da população; políticas públicas estruturantes; investimento permanente em pesquisa; e a preparação de novos gestores.
A segunda mesa tratou do manejo clínico das arboviroses, que foi mediada por Rívia Mary de Barros. E entre os participantes estava Antônio Bandeira, membro Diretor do Sociedade Brasileira de Infectologia, que falou sobre o manejo clínico da dengue. Renato Cony, subsecretário de Atenção Primária da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, compartilhou a atuação na promoção à saúde e vigilância de arboviroses na cidade do Rio de Janeiro. O manejo clínico da chikungunya foi explicitado por Rivaldo Venâncio, assessor especial da Presidência da Fiocruz. Ricardo Khouri, pesquisador da Fiocruz Bahia e professor da Faculdade de Medicina da UFBA, colaborou trazendo a perspectiva de uma só saúde no estudo de epidemiologia do vírus chikungunya.
Rivaldo Venâncio, apresentou alguns desafios na assistência de pessoas que tiveram/têm chikungunya, como uma assistência integral que inclua fisioterapia e psicologia, devido as consequência de dores por muitos meses e outros sintomas, como queda de cabelo e ganho de peso; identificar sintomas e indícios de que pode evoluir para a forma crônica da doença; atenção para as manifestações de gravidade, ou seja, óbitos; medidas preventivas de sequelas; e alternativas terapêuticas para os casos crônicos. “A atenção humanizada é parte fundamental do protocolo clínico”, ressaltou.
Na última mesa do seminário, o tema abordado foi o diagnóstico das arboviroses. Contou com as contribuições de Arabela Leal, diretoria do Laboratório Central de Saúde Pública Prof. Gonçalo Moniz (LACEN-BA), que falou sobre o diagnóstico sorológico e molecular de arboviroses na Bahia; e do pesquisador Ricardo Khouri, que apresentou a plataforma genômica em arboviroses da Fiocruz. De acordo com Ricardo, a ideia é fazer a intersecção entre a genômica, pesquisa e vigilância. “O objetivo da plataforma é oferecer diagnóstico molecular de média e alta complexidade para o SUS, pesquisa e particular. Além de disponibilizar espaço com controle de qualidade, equipamentos atualizados, treinamento avançado especializado para usuários da Fiocruz e externos, e inovação em detecção molecular avançada”.
As arboviroses são um grupo de doenças virais transmitidas por vetores, como mosquitos e carrapatos. Algumas das mais conhecidas são dengue, zika e chikungunya, que têm como principal vetor o mosquito Aedes aegypti. Nos últimos anos, várias epidemias de arboviroses ocorreram no Brasil, e, atualmente, o país enfrenta uma epidemia de dengue que em 2024 já registrou mais de 3 milhões de casos prováveis da doença, com importante número de casos graves e óbitos.
Estudante: Vanessa Tibolla Moretto Orientação: Lúcio Macedo Barbosa Coorientação: Ronald Edward Blanton Título da tese: “CONTAMINAÇÃO FECAL NO RIO DO COBRE E RESISTÊNCIA AOS ANTIMICROBIANOS EM ISOLADOS DE ESCHERICHIA COLI E KLEBSIELLA PNEUMONIAE COMUNITÁRIAS, AMBIENTAIS E HOSPITALARES NA CIDADE DE SALVADOR, BAHIA, BRASIL” Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa Data de defesa: 26/04/2024 Horário: 14h00 Local: Auditório do LASP – Fiocruz Bahia
Resumo
INTRODUÇÃO: A resistência aos antimicrobianos é um grande problema de Saúde Pública mundial. As bactérias entéricas constituem uma das classes mais relevantes de bactérias resistentes que comumente infectam humanos. É importante salientar que além da resistência encontrada no ambiente hospitalar, bactérias que constituem a microbiota humana também são importantes na disseminação dessa resistência. A contaminação fecal possui influência na disseminação e introdução de bactérias entéricas no ambiente aquático, que por sua vez, tornaram-se meios potencializadores na disseminação de genes de resistência aos antimicrobianos. De acordo com o último relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), estudos que envolvam o desenvolvimento científico que englobam a saúde animal, ambiental e humana, visão One Health, são de extrema relevância para a avaliação sistêmica da saúde de forma interdisciplinar. OBJETIVOS: O presente estudo teve como objetivo rastrear e quantificar a contaminação fecal do rio Cobre e determinar a frequência de resistência aos β-lactâmicos entre isolados de E. coli e K. pneumoniae provenientes de amostras ambientais, comunitárias e hospitalares de uma mesma macrorregião geográfica da cidade de Salvador. MÉTODOS: Conduzido no período de 2021 a 2022, em três áreas de interesse: Rio do Cobre (ambiental), Hospital do Subúrbio (hospitalar) e no bairro de Pirajá (comunidade). As amostras ambientais foram provenientes de amostras de água do principal rio que corta a região, o Rio do Cobre, as amostras clínicas foram obtidas dos pacientes ambulatoriais e internados do Hospital do Subúrbio e as amostras comunitárias através de amostras fecais de indivíduos no bairro de Pirajá. A quantificação e rastreamento da contaminação fecal no rio foi realizada através do Coliscan Easygel® e por Microbial Source Tracking, respectivamente. A triagem de isolados resistentes às cefotaximas foi realizada através do crescimento em ágar MacConkey (cefotaxina 2μg/mL). A identificação em gênero e espécie e perfil de sensibilidade aos antimicrobianos foram realizados através do MALDI-TOF e Vitek, respectivamente. A descrição dos genes de resistência aos antimicrobianos foi realizada através de PCR convencional, para alvos das β-lactamases. RESULTADOS: Todos os pontos demonstraram algum tipo de contaminação, incluindo contaminação fecal humana e, segundo as normas do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), todos os pontos avaliados excederam o valor aceitável para balneabilidade. Bactérias entéricas multirresistentes foram encontradas em todas as áreas de estudo, sendo o Hospital do Subúrbio o local com maiores taxas de resistência aos carbapenêmicos (72,83%). Os genes blaOXA1/4/30, blaCTX-M-1, blaSHV-1 e blaTEM-1/2 foram os mais frequentes no presente estudo, por outro lado, nenhum isolado apresentou positividade para os genes blaOXA-48, blaOXA-23, blaBKC-1 e blaGES. CONCLUSÕES: o Rio do Cobre pode ser considerado um reservatório ambiental para bactérias fecais resistentes e genes de resistência aos antimicrobianos. A ocorrência de isolados resistentes tanto no ambiente, como na comunidade e no hospital reforça a importância da necessidade de medidas de controle e saneamento adequado.
A Fiocruz Bahia realizará uma homenagem ao pesquisador titular emérito Ricardo Ribeiro dos Santos (in memoriam), no dia 24 de abril, às 9h30, no Auditório Aluízio Prata, na Fiocruz Bahia. O cientista, que faleceu em abril de 2023, realizou inúmeras contribuições para a ciência e pesquisa em saúde no Brasil.
Ricardo Ribeiro nasceu em 1941, na cidade de São Paulo. Formou-se em Medicina, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e ingressou na Fiocruz em 1988, no Rio de Janeiro. A busca por uma terapia para o tratamento de pacientes com a forma cardíaca da doença de Chagas tornou-se uma missão para o cientista. Em 1998, transferiu-se para a Fiocruz Bahia, onde implantou o biotério, a informática, e o Laboratório de Imunofarmacologia (LIF), que posteriormente se tornou o Laboratório de Engenharia Tecidual e Imunofarmacologia (LETI). Nele, realizou pesquisas em imunopatologia da doença de Chagas, implantou a triagem de fármacos com ação antiparasitária e imunomoduladora e foi inovador ao propor o uso de células-tronco para tratamento da doença.
Outro marco na trajetória de Ricardo Ribeiro foi a inauguração do Centro de Biotecnologia e Terapia Celular (CBTC), uma parceria técnico-científica entre a Fiocruz e o Hospital São Rafael, desdobramento do primeiro estudo clínico em pacientes com cirrose hepática. Com isso, foi possível desenvolver as condições para desenvolvimento de terapias celulares avançadas.
O pesquisador também fundou a Associação Brasileira de Terapia Celular e Gênica (ABTCEL-gen), em 2004, e promoveu a implantação da plataforma de reprogramação celular para a geração de células-tronco pluripotentes induzidas e para a reprogramação direta, tecnologia que abriu inúmeras possibilidades de desenvolvimento tecnológico e terapias. Recebeu títulos e prêmios como fruto de suas contribuições para a ciência, incluindo o de Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico.
A Fiocruz Bahia recebeu o Vice-presidente de Gestão e Desenvolvimento Institucional e Diretor Executivo da Fiocruz, Juliano Lima, nesta sexta-feira, 12 de abril. O objetivo da visita foi uma reunião com a diretoria da Fiocruz Bahia. Na ocasião, o vice-presidente foi recebido pela diretora, Marilda de Souza Gonçalves, e os vice-diretores de Pesquisa, Ensino e Gestão, Ricardo Riccio, Claudia Brodskyn e Valdeyer Reis, respectivamente, e visitou setores e dependências da instituição.
De acordo com Juliano Lima, a diretoria executiva tem uma avaliação de que as unidades regionais, por estarem distantes da sede central da Fiocruz, no Rio de Janeiro, têm exigências e necessidades particulares. “A ideia é construir um programa que possa contribuir para que essas unidades tenham um fortalecimento da gestão”, comentou.
O vice-presidente destacou a importância de escutar e saber quais são os principais problemas e dificuldades enfrentadas, além de se comprometer com alguns investimentos. “Nós também viemos discutir sobre investimentos que a unidade precisa e que eu me comprometi a realizar, como a reforma estrutural do auditório”, observou.
Marilda Gonçalves disse que a visita do diretor executivo da Fiocruz foi uma primeira etapa de visitas programadas, visando o fortalecimento da infraestrutura e ações institucionais com estratégias que facilitem o trabalho dos servidores e colaboradores, bem como a melhoria da qualidade das atividades, principalmente na pesquisa e ensino. “A próxima visita será ainda nesse primeiro semestre e está prevista a realização de uma assembleia com a participação de toda a comunidade da Fiocruz Bahia”, ressaltou.
Outro compromisso foi feito no campo da tecnologia da informação, que contempla um conjunto de reformas que possam dar uma condição melhor, com ações de imediato, como a troca do cabeamento nos prédios e melhoria da infraestrutura computacional, além de outras ações mais a longo prazo.
O “Seminário arboviroses: desafios e perspectivas” será realizado no dia 19 de abril, a partir das 08h30, na Fiocruz Bahia. A programação será composta de mesas formadas por pesquisadores, médicos, autoridades, gestores e representantes de instituições acadêmicas, governamentais e da sociedade civil, que abordarão aspectos, como quadro epidemiológico, manejo e diagnóstico da doença. O seminário é gratuito, aberto ao público e não necessita inscrição.
As arboviroses são um grupo de doenças virais transmitidas por vetores, como mosquitos e carrapatos. Algumas das mais conhecidas são dengue, zika, chikungunya e febre amarela, que têm como principal vetor o mosquito Aedes aegypti. Nos últimos anos, várias epidemias de arboviroses ocorreram no Brasil, e, atualmente, o país enfrenta uma epidemia de dengue que em 2024 já registrou mais de 3 milhões de casos prováveis da doença, com importante número de casos graves e óbitos.
Teve início na manhã desta quinta-feira, 11 de abril, o 1º Encontro Nacional da Periferia Brasileira de Letras (PBL), no Centro de Cultura da Câmara Municipal de Salvador, que segue até dia 12/4. O evento é uma iniciativa da Cooperação Social da Presidência da Fiocruz, e conta com a participação dos 12 coletivos literários que compõem a Rede PBL. A programação teve debates sobre experiências literárias, políticas públicas em cultura, saúde, literatura e periferias, assim como apresentações artísticas.
A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, esteve na mesa de abertura do encontro, com também a participação do presidente da Academia de Letras da Bahia, Ordep Serra; a diretora geral da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), Piti Canella; o diretor Geral da Fundação Pedro Calmon, Vladimir Pinheiro; o deputado estadual Robinson Almeida; o Assessor Especial da Secretaria de Educação da Bahia, Manoel Calazans; Leonídio Madureira, coordenador da Cooperação Social da Presidência da Fiocruz; e por vídeo, a presidenta da Fundação Nacional de Artes (Funarte), Maria Marighella. A mesa de abertura foi apresentada por Fabrício Brito, do grupo de arte popular A Pombagem, um dos coordenadores do evento.
Na apresentação da mesa, Fabrício Brito falou sobre as muitas mãos e cabeças que contribuíram para a realização do primeiro encontro nacional da PBL. “Nesse sentido é importante fazer algumas menções, a começar pela Fiocruz, que é o nosso sustentáculo que é a base institucional, e que realiza muitos projetos e um deles é a PBL. Esse projeto tem ganhado uma dimensão de movimento, e não é à toa, porque se trata de uma rede composta por coletivos incríveis que atuam em quebradas, em comunidades no Brasil como um todo”.
Leonídio Madureira explicou a importância de iniciativas como a do encontro para a Fiocruz e que a experiência tem gerado muito aprendizado. “Nós sabemos que saúde não é só ausência de doença. Nós sabemos que é muito mais que isso, é um bem-estar, é o próximo do bem viver, e isso se constroi como? Com as pessoas, com o movimento organizado, com as pessoas na rua”, observou.
Marilda Gonçalves ressaltou que nos quase 124 anos de Fiocruz, há um forte movimento democrático e de apoio a todos os movimentos que estão relacionados à democracia, à saúde, e à implementação da saúde em todos os territórios. “Essa relação da Fiocruz com a democracia vem desde muito tempo, inclusive quando nós tivemos a cassação de direitos de vários pesquisadores nossos durante episódios ligados à ditadura. A Fiocruz é uma instituição de resistência e ela está sempre ao lado de todas as comunidades”, destacou.
Além disso, a diretora falou sobre a atuação da Fiocruz Bahia, que completa 67 anos em 2024, na integração com os movimentos populares e com o fórum de bairros periféricos de Salvador, que teve papel importante na pandemia de covid-19, quando a instituição atuou com lideranças desses bairros para traçar diretrizes para comunicação dentro das comunidades.
“É muito gratificante estar aqui e ver esse movimento literário onde a gente está exaltando e popularizando a cultura, porque nós precisamos que todos tenham acesso à cultura, à educação, à saúde, a uma vida digna e que possamos todos juntos festejar o nosso país e a diversidade que ele representa, a diversidade cultural e de raças. E estamos aqui nesse auditório bastante colorido e isso representa a nossa população, o nosso povo, os nossos saberes tradicionais e toda a nossa energia que vibra aqui nessa cidade tão maravilhosa que é a cidade de Salvador”, concluiu Marilda.
Além de Leonídio, estavam presentes Felipe Eugênio e Mariane Martins, que também coordenam o projeto PBL. A Cooperação Social da Presidência da Fiocruz tem o compromisso de ampliação da presença institucional, prioritariamente, junto Movimentos Sociais, Grupos Sociais historicamente minorizados em seus direitos e Territórios sócio, civil e ambientalmente vulnerabilizados a partir de bases teórica, conceitual e metodológica voltadas para construção de processos de desenvolvimentos territorializados, equânimes e sustentáveis na perspectiva estratégica da Saúde em sua dimensão ampliada.
As secretarias de Saúde e de Promoção da Igualdade Racial da Bahia, em parceria com a Agenda Jovem Fiocruz, entregaram no dia 12 de março o resultado de um levantamento sobre a situação de saúde de jovens e adolescentes. Essas faixas etárias representam 29,6% da população baiana, sendo que jovens entre 15 e 29 anos compõem 22,4%.
A pesquisa é a primeira fase – chamada prospecção – da elaboração de uma política de cuidado para juventude e adolescência para o Sistema Único de Saúde (SUS) nos estados do Nordeste, fruto de uma parceria entre governos estaduais da Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte e a cidade do Recife com a Agenda Jovem Fiocruz e o Centro de Saúde Escola Samuel Barnsley Pessoa (CSEB) da Faculdade de Medicina da USP. A Fiocruz Bahia também fez parte da prospecção nesse estado.
O objetivo é responder às demandas em saúde de adolescentes e jovens a partir da atenção primária, tendo como inspiração a Linha de Cuidado para Adolescentes e Jovens (LCA&J) implementada no estado de São Paulo. Trata-se de uma política “ascendente”, ou seja, que é feita a partir das demandas da população. Na fase de prospecção, cada estado pode identificar essas demandas locais para direcionar as políticas de saúde da maneira mais adequada.
Na Bahia, uma das principais questões identificadas é a desigualdade racial nos problemas de saúde. Porém, os serviços do SUS estão deixando de registrar a identificação de raça/cor dos pacientes.
“Encontramos grande subnotificação da população negra e indígena nos dados. Essa informação faz parte da rotina do sistema de saúde, mas ainda é negligenciada”, afirmou a pesquisadora responsável pelo projeto, Gilmara Silva de Oliveira. “Isso mostra a importância de ampliar a formação continuada para gestores e trabalhadores do SUS, pensando no racismo institucional como determinante social da condição de saúde”, alertou a cientista.
Ao todo, 25% dos atendimentos não preencheram o quesito raça/cor dos pacientes. Mas, considerando os dados com essa informação, a população preta e parda responde por aproximadamente 94% dos casos de internação em todos os indicadores analisados. Na Bahia, 81% da população é considerada negra, sendo 58,6% composta de pessoas pardas e 22,4% de pessoas pretas.
Os pesquisadores recomendam que a macrorregião de saúde de Ilhéus seja a região pilotopara a implementação da política de cuidado. Ela foi escolhida por apresentar uma quantidade de comunidades rurais, quilombolas e indígenas, além de já ser alvo de monitoramento da saúde de adolescentes, graças a pesquisadores do Núcleo Jovem Bom de Vida, da Universidade Estadual de Santa Cruz de (UFSC).
Para Marilda Gonçalves, pesquisadora da Fiocruz Bahia, a pesquisa é especialmente importante para melhorar a atenção e o cuidado à saúde jovens e adolescentes. “Esse estudo traz uma esperança quanto ao acompanhamento dos adolescentes, jovens e suas famílias, em vários estados da Federação. Nos enche de esperança quanto a uma mudança rápida no quadro que foi descrito”, afirma a cientista.
Jovens sofrem com violências e gestação
Os pesquisadores levantaram dados dos atendimentos do SUS no ano de 2021. Mais da metade (58%) das internações de jovens e adolescentes foram de mulheres, causadas por gravidez, parto e puerpério (período logo após a gestação). Dessas internações, 7,6% resultaram em abortamento da gravidez.
O recorte racial mais uma vez mostra diferenças entre as baianas. Entre as jovens e adolescentes brancas, mais de 70% fizeram sete ou mais consultas pré-natal. Já entre as negras esse percentual é 65,6%, e entre mães indígenas, 52%.
Na região de Ilhéus, 7,4% das mulheres nessa faixa etária não fizeram nenhuma consulta pré-natal, e mais da metade (53,8%) não chegaram a fazer 7 consultas.
A população masculina de jovens e adolescentes sofre principalmente com agressões, especialmente entre os jovens negros. De todas as mortes de jovens e adolescentes baianos em 2021,91% foram de pardos (75,1%) e pretos (8,6%).
Levando em conta toda a população jovem e adolescente, 65,8% das mortes foram causadas por agressões, sendo que mais 10% foram resultado da ação de forças de segurança.
Homens jovens e adolescentes correspondem a 80,5% das internações por “causas externas” no SUS em 2021, categoria que inclui acidentes, violências e envenenamentos: 42% de todas as internações de homens jovens e adolescentes foi por “causas externas” naquele ano.
Linha de Cuidado
Linhas de Cuidado são uma estratégia de organização da atenção à saúde no SUS, que busca articular toda a rede de serviços de um território a partir da atenção Básica para o cuidado a uma determinada população ou questão de saúde. O objetivo da Agenda Jovem Fiocruz, da Equipe de Pesquisa da LCA&J do CSEB e das secretarias dos estados é desenvolver uma Linha de Cuidado especificamente para jovens e adolescentes, público que recebe pouca atenção dos serviços de saúde.
“Jovens têm necessidades distintas de acordo com a faixa etária e outros marcadores sociais. Por exemplo, nem todo jovem é adolescente”, explica André Sobrinho, coordenador da Agenda Jovem Fiocruz. “Apesar de sofrerem vários agravos à saúde, pessoas jovens apresentam dificuldade em acessar os serviços. Por isso, uma Linha de Cuidado pode oferecer um melhor acolhimento a essa população. Isso requer alinhamento entre pesquisa e gestão, o que abre muitas possibilidades de adaptação ao território”, completa.
O declínio dos títulos de anticorpos específicos para o Trypanosoma cruzi, em pacientes com diagnóstico de doença de Chagas crônica que fizeram tratamento, foi avaliado em estudo, utilizando proteínas quiméricas. A pesquisa, de coorte transversal prospectiva entre os anos de 2000 e 2004, envolveu participantes com diagnóstico positivo para T. cruzi, da região de Añatuya, na Argentina, e que foram tratados com benznidazol. O trabalho foi realizado pela estudante de doutorado do Programa de Pós-graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa, Tycha Bianca Sabaini Pavan, e coordenado pelo pesquisador Fred Luciano Neves Santos, da Fiocruz Bahia.
A doença de Chagas é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, transmitido por diversas vias, como os vetores triatomíneos (insetos infectados), o consumo de alimentos e bebidas contaminadas, de mãe para filho, transfusões de sangue, transplantes de órgãos e, menos comumente, acidentes laboratoriais. O seu tratamento pode ser feito com dois medicamentos: benznidazol e nifurtimox.
Algumas lacunas dificultam o progresso na erradicação da doença. Uma delas é a inexistência de um teste que possa avaliar com eficiência a cura após o tratamento. Atualmente, o declínio de anticorpos contra o T. cruzi é avaliado com testes sorológicos convencionais, que podem levar anos. Por isso, a procura de novos marcadores de cura se faz necessária.
A pesquisa contou com amostras de soro de dez pacientes coletadas antes do tratamento (dia zero) e após o término do tratamento (2, 3, 6, 12, 24 e 36 meses). Para a detecção de anticorpos anti-T. cruzi, foi utilizado o método ELISA indireto, com duas proteínas quiméricas recombinantes (IBMP-8.1 e IBMP-8.4) como antígenos de captura. As alterações no índice de reatividade entre os grupos antes e após o tratamento foram avaliadas pelo teste de Friedman.
Nos resultados, foi observada uma diminuição nos títulos de anticorpos séricos dos participantes após o tratamento com benznidazol, especialmente IBMP-8.1. Porém, devido ao pequeno número de amostras e ao curto período de acompanhamento, os pesquisadores avaliaram que é prematuro concluir que esta molécula sirva como critério para determinar uma cura sustentada. Além disso, os resultados apontam a necessidade de mais estudos para validar testes baseados nesses ou em outros biomarcadores para demonstrar a cura parasitológica.
Os pesquisadores avaliam que os resultados encontrados podem ser um ponto de partida interessante para investigações adicionais comparando o comportamento pós-tratamento com diferentes tipos de antígenos quiméricos e diferentes composições de epítopos. Mais estudos com maior período de acompanhamento são necessários para confirmar a hipótese de que o IBMP-8.1 e o IBMP-8.4 podem ser úteis para verificar uma redução de sinal nos títulos séricos e, portanto, podem ser usados como critério de cura pós-terapêutica na doença de Chagas crônica.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) está com as inscrições abertas para seleção de estagiários. A Fiocruz Bahia está com cinco vagas disponíveis nos perfis listados abaixo. As inscrições começam nesta terça-feira (9/4) e vão até o dia 30 de abril.
Clique aqui para conferir o edital, que também está disponível na página do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE).
Confira:
Nível superior
Administração, secretariado ou gestão de recursos humanos Requisito: bacharel do 3º ao 7º período/ tecnólogo do 2º ao 3º período Carga horária: 30 horas – manhã Bolsa auxílio de R$1.125,69 + transporte de R$10,00 por dia
Administração ou secretariado Requisito: bacharel do 3º ao 10º período Carga horária: 30 horas (manhã ou tarde) Bolsa auxílio de R$1.125,69 + transporte de R$10,00 por dia
Biblioteconomia Requisito: bacharel do 3º ao 10º período Carga horária: 20 horas (manhã ou tarde) Bolsa auxílio de R$787,98 + transporte de R$10,00 por dia
Nível médio
Técnico em refrigeração e ar-condicionado Requisito: 1º ao 4º ano Carga horária: 20 horas (manhã e tarde) Bolsa auxílio R$486,05 + transporte de R$10,00 por dia
Técnico em automação industrial Requisito: 1º ao 4º ano Carga horária: 20 horas (manhã ou tarde) Bolsa auxílio de R$486,05 + transporte de R$10,00 por dia
A Conferência Livre de Ciência, Tecnologia e Inovação foi realizada no dia 03 de abril, no auditório do Departamento de Educação da Universidade Estadual da Bahia (Uneb), em Salvador. Com o tema “Equidade de Raça e Gênero: Fator propulsor do Desenvolvimento Sustentável”, o evento faz parte dos preparativos para a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, e envolveu diferentes setores da sociedade como pesquisadores(as), acadêmicos(as), profissionais, estudantes, membros da sociedade civil e outros grupos sociais.
Além de contribuir com as discussões da Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, foram indicadas(os) representantes para participar da 5ª Conferência Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (CECTI), realizada nos dias 04 e 05 de abril, com o tema “Por Uma Bahia Mais Inovadora”, organizada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI).
No período da manhã, aconteceu a mesa de abertura Institucional, e o painel “CT&I na Saúde de Pessoas Negras, Indígenas e Povos Comunidades Tradicionais: o papel das lideranças”. A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, fez uma apresentação com dados sobre desigualdade de gênero e raça no Brasil relacionados a temas como trabalho, saúde e violência. Além disso, apontou desafios para superação das desigualdades e promoção de políticas públicas para promover a equidade de raça e gênero.
“É muito importante estarmos atentos às políticas que possam promover a eliminação do racismo, a redução das desigualdades sociais, da desigualdade de gênero, para que todos nós tenhamos saúde, bem-estar, com acompanhamentos clínicos preventivos adequados. Além da redução das dificuldades administrativas, de raça e gênero, e nesse caso cito a importância de estarmos em cargos de poder. E o mais importante, a redução da violência para que nós possamos sobreviver e fazer parte dessa sociedade que é tão cara pra todos nós”, ressaltou Marilda.
Marilda destacou a importância do encontro e da elaboração de um documento que registre todas as necessidades e direitos. “Para que a gente realmente possa fazer uma ciência de qualidade, para que ela seja viva e que todos nós possamos contribuir com o que nós sabemos de melhor, de cada um, de cada família, dos nossos pertencimentos”, pontuou.
Augusto Sérgio dos Santos São Bernardo, assessor chefe do Gabinete da Reitoria da UNEB, ressaltou que a equidade de raça e gênero faz parte do eixo central para pensar ciência e tecnologia. “Estamos em um estágio importante da produção do conhecimento, que se traduz na busca de soluções sustentáveis, como propõe a conferência estadual. Temos uma receita fundamental para pensar em inovação tecnológica na Bahia, que é juntar todos esses marcadores de maneira transversal”.
Em sua fala, o presidente do Conselho Estadual de Saúde da Bahia, Marcos Sampaio, refletiu sobre o papel da liderança negra e o papel da ciência na vida das pessoas negras. “O primeiro papel da liderança negra é resistir, pois as nossas habilidades, os nossos conhecimentos, estão sempre à prova”.
Marcos destacou também que o racismo é o maior agravo que atinge a população do país devido ao seu impacto na saúde mental. “Muitas pessoas, por conta do racismo, chegam na depressão. E a depressão leva também as pessoas a comerem mal, a se cuidarem mal, a ficarem sedentárias. E com isso as pessoas param de sonhar, param de viver, isso acumula doenças, e são determinantes que muitas vezes não são discutidos” concluiu.
Já no período da tarde houve dois painéis com os temas: “Educação, Políticas Afirmativas e o Fomento de Políticas Públicas para CT&I”; e “Tecnologias e Inovação para Equidade Racial e de Gênero na CT&I”.
A ação faz parte do eixo 4 – Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Social – tem como principal objetivo sistematizar contribuições e propostas que possam auxiliar, de forma efetiva, na ampliação da participação de pessoas negras, indígenas e povos e comunidades tradicionais na área de Ciência, Tecnologia e Inovação, indicando caminhos para a construção de políticas públicas de incentivo à formação de pesquisadores(as), fomento à pesquisa e a ocupação dos espaços acadêmicos e de decisão, superando barreiras e dificuldades enfrentadas nos mais diversos âmbitos da sociedade.
As Conferências são promovidas pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, e são importantes espaços de informação e conhecimento de excelência criados com o objetivo de contribuir para a melhoria da CT&I brasileira. Elas podem ser realizadas em âmbito municipal, estadual, temática, ou em qualquer outra configuração que estimule a participação social das instituições envolvidas.
Esta edição é fruto de uma parceria entre a Fiocruz Bahia, a Associação de Pesquisadores Negros da Bahia (APNB), o Centro de Estudos dos Povos Afro-Indígenas Americanos da Universidade Estadual da Bahia (CEPAIA – UNEB), o Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC-UFBA), a Secretaria Estadual de Promoção da Igualdade Racial (SEPROMI), a Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI). Participaram das mesas e paineis representantes da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN); docentes e representantes da UNEB; da Unilab (Campus dos Malês); da UFBA; da UFRB; do Conselho Estadual de Saúde da Bahia; da Fiocruz Piauí; da FAPESB; do Centro Ref. Doença Falciforme/Hemoba.
Para saber mais sobre a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia & Inovação clique aqui.
A Coordenação do Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC) da Fiocruz Bahia torna público o Edital PIBIC FAPESB – 2024, do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica (PIBIC), apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB), através do sistema de cotas institucionais, em conformidade com a Resolução Nº 003/2020 – Norma específica para Bolsas na modalidade de Iniciação Científica da FAPESB.
O Programa concederá bolsas da cota institucional FAPESB/Fiocruz, com duração de 12 meses, podendo se candidatar alunos de graduação regularmente matriculados em instituições de ensino superior localizadas no estado da Bahia. As inscrições podem ser realizadas de 03/04 a 03/05/2024.
Estudante: Luíza Araújo de Santana Cavalcanti Orientação: Luciano Kalabric Silva Título da dissertação:“PREVALÊNCIA DA INFECÇÃO PELO VÍRUS DA HEPATITE E (HEV) EM PACIENTES IMUNOCOMPROMETIDOS QUE REALIZARAM TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS SÓLIDOS E MEDULA ÓSSEA” Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa Data de defesa: 05/04/2024 Horário: 09h00 Local:Sala Virtual do Zoom ID da reunião: 813 5210 4699 Senha: luiza
Resumo
INTRODUÇÃO: O SARS-CoV-2 possui quatro proteínas estruturais (S, M, N e E) e 16 não estruturais, alvos da resposta imune humoral e celular, especialmente a proteína S. As vacinas anti-SARS-CoV-2 no Brasil foram formuladas com adenovírus contendo DNA de S (ChAdOx1), RNA de S (BNT162b2) e vírus inativado (CoronaVac). Mutações na proteína Spike originaram as variantes Gama, Delta e Ômicron, que apresentam alterações no sítio de ligação de anticorpos neutralizantes, resultando no escape da resposta imune. Além disso, há uma redução nos títulos de anticorpos meses após a vacinação. Há lacunas sobre o impacto dessas mutações nos epítopos de linfócitos T CD8+ e no papel dos linfócitos na proteção contra variantes do vírus, considerando as diferentes plataformas de vacinação. OBJETIVO: Caracterizar a resposta dos linfócitos T aos peptídeos do SARS-CoV-2 em indivíduos imunizados com diferentes plataformas vacinais. Especificamente, predizer in silico regiões imunodominantes nas sequências S, M e N das variantes Gama, Delta e Ômicron do SARS-Cov-2 para linfócitos T CD8+ e quantificar a proporção de linfócitos T e magnitude da resposta aos epítopos das proteínas Spike, estruturais e não estruturais das variantes e da cepa original de Wuhan do SARS-CoV-2 em indivíduos imunizados com plataformas vacinais diferentes. MATERIAL E MÉTODOS: Os epítopos das regiões imunodominantes das sequências de consenso das proteínas S, M e N das variantes Gama, Delta e Ômicron foram preditos a partir da probabilidade de apresentação aos linfócitos T CD8+, afinidade com as moléculas de HLA da população brasileira e antigenicidade positiva, através dos softwares NetCTLpan, NetMHCpan e Vaxijen. Em seguida, a quantificação de linfócitos T produtores de IFN-y em resposta aos epítopos das proteínas do SARS-CoV-2 foi realizada por ELISPOT em três grupos vacinados contra SARS-COV-2 pelas plataformas CoronaVac (n=7), ChAdOx1 (n=8) e BNT162b2 (n=9). O número de células formadoras de spots (CFS) em resposta aos epítopos foi comparado entre os grupos. RESULTADOS: Foram identificadas 17 regiões imunodominantes na sequência de referência da proteína Spike. Dessas, 14 permaneceram conservadas nas variantes Gama, 16 na Delta e 12 na Ômicron. Nas proteínas M e N, apenas a variante Ômicron apresentou nova região imunodominante. Mutações em regiões imunodominantes rresultaram em mudanças na antigenicidade, com ganho de regiões exclusivas ou perda, sendo a proteína Spike a mais variável, especialmente da variante Ômicron. As regiões imunodominantes mutadas passaram a ser reconhecidas por novas moléculas de HLA. Indivíduos vacinados com CoronaVac, ChAdOx1 e BNT162b2 exibiram números de CFS semelhantes aos epítopos das proteínas do SARS-CoV-2 original e da proteína S da variante Gama. A vacina BNT162b2 demonstrou um número maior de CFS para a proteína S da variante Delta, além de uma magnitude de resposta mais elevada às proteínas do SARS-CoV-2. CONCLUSÃO: As regiões imunodominantes das sequências S, M e N das variantes Gama, Delta e Ômicron do SARS-CoV-2 demonstram conservação em relação à sequência de referência da cepa original de Wuhan. Variações decorrentes das mutações foram mais frequentes na proteína Spike da variante Ômicron. As vacinas CoronaVac, ChAdOx1 e BNT162b2 elicitam respostas de linfócitos T produtores de IFN-γ semelhantes aos epítopos de Wuhan e Gama. Vacinados com BNT162b2 apresentam uma maior proporção de linfócitos respondedores aos epítopos de S da variante Delta, além de uma magnitude de resposta superior.
Um estudo investigou uma correlação entre o perfil de anticorpos de indivíduos infectados pelo Trypanosoma cruzi com as formas clínicas da doença de Chagas crônica. O trabalho foi realizado pela estudante Isabela Machado Serrano, pelo Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa e coordenado pelos pesquisadores Mitermayer Galvão dos Reis e Fred Luciano Neves Santos, da Fiocruz Bahia.
Apesar da descoberta da doença de Chagas há 115 anos, questões significativas permanecem sem resposta, particularmente no que diz respeito à identificação de um marcador biológico para avaliar a progressão da doença de manifestações assintomáticas para manifestações sintomáticas específicas do coração e do trato digestório.
O trabalho investigou a eficácia de um antígeno quimérico recombinante de T. cruzi, utilizado como ferramenta diagnóstica para detectar anticorpos anti-T. cruzi em diferentes apresentações clínicas da doença de Chagas, incluindo as formas indeterminada, cardíaca leve e cardíaca grave. Foram analisadas 97 amostras de soro de pacientes classificados nas formas negativa (38), indeterminada (24), cardíaca leve (20) e cardíaca grave (15).
A investigação concluiu que o anticorpo IgG1 apresentou níveis maiores em comparação aos demais, mostrando diferença significativa entre os grupos cardíaca leve e indeterminada. Os níveis de IgG3 foram maiores nos indivíduos do grupo na forma cardíaca leve em comparação com o grupo na forma cardíaca grave. Além disso, aponta que os IgG1 e IgG3 podem servir como biomarcadores para avaliar a progressão da doença de Chagas, porque apresentam variações entre os grupos clínicos. Os resultados destacam a capacidade promissora da molécula IBMP-8.4, utilizada para o diagnóstico, em distinguir os grupos clínicos com base na forma da doença de Chagas.
A doença de Chagas é uma condição tropical negligenciada e transmitida por vetores, causada por um protozoário Trypanosoma cruzi. Este parasita impõe uma significativa carga de saúde em 21 países latino-americanos, com aproximadamente 6 a 7 milhões de casos e 7.500 mortes anualmente. Estima-se que 75 milhões de pessoas correm o risco de contrair a doença em todo o mundo.
Em regiões endêmicas, o T. cruzi é transmitido principalmente por contato com fezes ou urina de insetos triatomíneos sugadores de sangue infectados, os conhecidos “barbeiros”, que carregam o parasita em seus intestinos. Outros modos de transmissão incluem a ingestão de alimentos e bebidas contaminados, transplante de órgãos, transmissão de mãe para filho, transfusão de sangue e, menos comumente, acidentes laboratoriais.
A Fiocruz Bahia vai participar do Festival Internacional de Divulgação Científica Pint of Science, que retorna a Salvador neste ano, nos dias 13, 14 e 15 de maio. Com a presença de pesquisadores e especialistas abordando a ciência de forma descontraída e acessível à população, o objetivo do evento é ser um marco para a disseminação do conhecimento na capital baiana.
A sede dos encontros será a Cervejaria Art Malte, localizada no Rio Vermelho, sempre das 19h às 22h. O evento é gratuito e aberto ao público, não sendo necessária inscrição prévia para participar. No local, será cobrado somente o valor do consumo de cada um.
O tema de abertura do Festival, no dia 13, será “Potências Negras: a nossa diversidade faz e move a ciência e a educação”. No dia 14, “Comunicando Ciência: tudo que você queria saber sobre vacina e tinha vergonha de perguntar” e, por fim, no dia 15, o assunto abordado vai ser “A ciência está em tudo: cidadania, arte e inovação”.
Da Fiocruz Bahia, irão participar da programação a diretora Marilda Gonçalves; o coordenador da Gestão em Comunicação e Divulgação Científica, Antonio Brotas; as pesquisadoras Claudia Brodskyn e Viviane Boaventura e o pesquisador Edson Duarte. O evento na cidade é coordenado pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Valéria Borges, e o professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Denis Soares.
Neste ano, o evento acontecerá simultaneamente em 25 países e em mais de 400 cidades em todo o mundo, 179 delas no Brasil.
História do Festival
O Pint of Science teve início no ano de 2013, em Londres, por iniciativa de estudantes que queriam contar sobre suas pesquisas e os seus resultados positivos utilizando ambientes descontraídos como bares e restaurantes.
No Brasil, o festival chegou no ano de 2015 e, em Salvador, ocorre desde 2017, inicialmente coordenado pelo pesquisador Denis Soares, atual diretor da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal da Bahia. No entanto, este ano o evento estará sob a coordenação local da cientista Valéria Borges, da Fiocruz Bahia.