Desempenho de testes comerciais para Covid-19 variam com momento da infecção, aponta estudo

Uma pesquisa foi realizada para avaliar o desempenho de testes sorológicos comerciais para diagnóstico do vírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19. Coordenado por Fred Luciano Santos, pesquisador da Fiocruz Bahia, os resultados foram publicados em artigo no periódico IJID Regions e podem ser acessados aqui.

Durante a pandemia de Covid-19, as rápidas mudanças no cenário pandêmico e as limitações no diagnóstico in vitro levaram à introdução de numerosos dispositivos de diagnóstico com desempenhos variáveis. Por isso, o trabalho avaliou três testes comerciais no Brasil para detecção de anticorpos contra a Covid-19. Os kits avaliados foram: GOLD ELISA COVID-19 IgG + IgM, Anti-SARS-CoV-2 NCP IgM ELISA e o Anti-SARS-CoV -2 NCP IgG ELISA.

Para o estudo, foram coletadas 90 amostras de soro de doadores de sangue negativos e 352 de pacientes não vacinados positivos para Covid-19, atendidos em dois hospitais de Salvador e região, entre março e outubro de 2020. De acordo com as análises, os três kits distinguiram eficientemente entre amostras negativas e positivas, mas o desempenho variou dependendo do momento da infecção.

O GOLD ELISA COVID-19 IgG + IgM demonstrou a maior sensibilidade, que é a capacidade de identificar os casos da doença, e especificidade, capacidade de identificar indivíduos sem a doença, com valores de 98,9%. O ELISA Anti-SARS-CoV-2 NCP IgG demonstrou menor sensibilidade, mas teve especificidade de 100%. Já o ELISA Anti-SARS-CoV-2 NCP IgM exibiu menor sensibilidade, particularmente em amostras coletadas logo após resultados positivos por RT-PCR. O desempenho desses testes melhorou após 15 dias do início dos sintomas, mas na primeira semana, tanto o ELISA Anti-SARS-CoV-2 NCP IgM quanto o ELISA Anti-SARS-CoV-2 NCP IgG tiveram dificuldade para diferenciar amostras positivas e negativas.

Os resultados reforçam a importância de considerar o teste sorológico adequado para o período específico da infecção. Os pesquisadores destacam as limitações encontradas, como a ausência de amostras de outras infecções respiratórias e a utilização de soros de indivíduos ambulatoriais. Futuras investigações devem focar na validação desses ensaios em grupos demográficos variados, incluindo aqueles vacinados com diferentes vacinas contra a Covid-19, para delinear melhor a sua utilidade em contextos clínicos.

Texto: Jamile Araújo, com supervisão de Júlia Lins.

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Fiocruz Bahia participará do Dois de Julho Pela Ciência

A Fiocruz Bahia vai participar da programação do Dois de Julho Pela Ciência, promovida pela Academia de Ciências da Bahia (ACB). A primeira atividade, intitulada “As lutas de independência do Nordeste do Brasil, será no dia 27 de junho, em Cachoeira. No dia 02 de julho ocorrerá o cortejo, em Salvador, com saída da Lapinha às 07h. Vão participar acadêmicos, pesquisadores, professores, estudantes e colaboradores de instituições de pesquisa e ensino da Bahia.

Confira a programação completa.

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Dissertação avalia perfil da expressão gênica na resistência terapêutica do câncer de cólon

Estudante: Priscila Galvão Dória Antunes
Orientação: Clarissa Araújo Gurgel Rocha
Título da dissertação: Perfil da expressão gênica na resistência terapêutica do câncer de cólon e sua relação com microambiente tumoral
Programa: Pós-Graduação em em Patologia Humana e Experimental
Data de defesa: 05/07/2024
Horário: 13h30
Local: Sala Virtual do Zoom
ID da reunião: 864 9776 0186
Senha: defesa

Resumo

Introdução: o câncer colorretal é uma doença heterogênea, no entanto tratada majoritariamente com terapia sistêmica baseada em 5-Fluorouracil em associação com outros quimioterápicos. Uma significativa parcela dos pacientes é diagnosticada com doença metastática, e apresentam sobrevida global mediana de cerca de 37 meses após o início do tratamento. A resistência a medicamentos antineoplásicos está associada à evolução da doença e ao insucesso terapêutico. Sabe-se que o microambiente tumoral tem um papel importante na progressão do câncer, contribuindo para processos que podem estar associados aos mecanismos de resistência terapêutica no câncer de cólon. Objetivo: Avaliar o perfil de expressão gênica e população de células imunes no câncer de cólon, a fim de contribuir para a identificação de potenciais biomarcadores de resistência terapêutica. Métodos: foi realizado um estudo in silico a partir de dados de RNA-seq de amostras extraídas do banco de dados The Cancer Genome Atlas Program (TCGA) e classificadas nos subgrupos moleculares (CMS1, CMS2, CMS3 e CMS4), subdivididas em dois grupos (resistentes a tratamento e não resistentes). Foram utilizados os seguintes algoritmos: i. Limma, para busca de genes diferencialmente expressos; ii. WGCNA para construção de redes de co-expressão; iii. CIBERSORT, para estimar a proporção de células imunes infiltrantes nas amostras e, iv. TIMER, para explorar a relação entre os genes centrais e o conteúdo de células imunes. Resultados: foram encontrados 20 genes diferencialmente expressos, sendo 18 deles relacionados ao grupo de amostras consideradas resistentes a tratamento oncológico inicial e com pior sobrevida global. Macrófagos M0 e M1 e células T CD4 de memória em repouso estavam em maior proporção e mais infiltradas no microambiente tumoral, quanto maior a expressão de alguns dos genes diferencialmente expressos de resistência terapêutica encontrados. Além disso, esses genes correlacionam-se com processos biológicos de diferenciação neuronal, axogênese e transmissão sináptica. Conclusão: O perfil de expressão gênica encontrado neste estudo sugere a presença de genes diferencialmente expressos de membrana sináptica, os quais podem estar envolvidos com vias neuronais que influenciam o microambiente tumoral. Além disso, a presença de macrófagos M0 e M1, bem como células T CD4 de memória em repouso, sugere uma interação potencial que pode desempenhar um papel na resistência terapêutica observada em pacientes com câncer de cólon.

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Desenvolvimento de teste ELISA de baixo custo e alto desempenho para Covid é tema de tese

Aluno: Leonardo Maia Leony
Orientador: Fred Luciano Neves Santos
Título da tese: DESENVOLVIMENTO DE IMUNOENSAIOS ENZIMÁTICOS (ELISA) DE ALTO DESEMPENHO E BAIXO CUSTO PARA O DIAGNÓSTICO IN VITRO DA INFECÇÃO PELO SARS-COV-2
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 24/07/2024
Horário: 13h30
Local: Sala Virtual do Zoom
ID da reunião: 820 8124 8056
Senha: leonardo

Resumo

INTRODUÇÃO:  O SARS-CoV-2, patógeno zoonótico da família Coronaviridae, é o agente etiológico da COVID-19. As principais técnicas para diagnóstico in vitro da doença incluem ensaios moleculares, como a RT-qPCR, que são amplamente utilizados devido à sua precisão diagnóstica. Todavia, a sensibilidade desses métodos diminui com o tempo, enquanto os métodos de diagnóstico indireto aumentam em sensibilidade conforme a infecção progride. Apesar da alta precisão no início da infecção, os ensaios moleculares enfrentam desafios como altas taxas de falsos negativos, necessidade de infraestrutura complexa e custosa, além de exigirem mão de obra especializada. Testes sorológicos indiretos surgem como alternativas valiosas, especialmente quando as técnicas diretas falham, há demora no acesso à assistência médica, ou em locais isolados. Objetivo: Desenvolver, avaliar e validar imunoensaios enzimáticos indiretos (ELISA) de baixo custo e alto desempenho para a detecção de imunoglobulinas G (IgG) e M (IgM) anti-SARS-CoV-2, utilizando os antígenos S1 e S2. Material e Métodos. Os antígenos recombinantes S1 e S2 foram adquiridos comercialmente através da empresa Creative Diagnostics. Definiu-se o tamanho amostral com base em uma população acima de 1 milhão, frequência esperada de 5% e intervalo de confiança de 95%. As amostras foram inicialmente testadas com três kits comerciais de sorologia. Os ensaios foram padronizados usando checkerboard titration, e a razão de sinal-ruído foi utilizada para determinar as condições ideais para os testes. Avaliou-se o desempenho dos imunoensaios em termos de sensibilidade, especificidade, acurácia, área abaixo da curva ROC, razões de verossimilhança, índice Kappa de Cohen e razão de chances diagnósticas, intervalos de confiança de 95%. Resultados. Foram utilizadas 354 amostras de pacientes hospitalizados e positivos para SARS-CoV-2 por RT-qPCR, além de 338 amostras negativas pré-pandemia de doadores de sangue. O kit GOLD ELISA COVID-19 IgG+IgM detectou imunoglobulinas em 57,6% (204/354) das amostras positivas, enquanto os kits Anti-SARS-CoV-2 NCP ELISA IgG e Anti-SARS-CoV-2 NCP ELISA IgM detectaram IgG e IgM em 41,6% (147/353) e 43,1% (155/353) das amostras, respectivamente. Os ELISAs S1 e S2 IgG detectaram anticorpos em 52,4% (186/354) e 63,7% (225/323) das amostras, respectivamente. Conclusão. O ELISA S1 IgG apresentou sensibilidade similar aos kits comerciais, enquanto o ELISA S2 IgG apresentou desempenho superior. A análise de custos sugere que o ELISA S2 IgG é mais econômico que o ELISA S1 IgG, representando uma alternativa promissora para expandir o acesso ao diagnóstico de COVID-19 em variados contextos.

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Estudo analisa desorganização esplênica na leishmaniose visceral recidivante

Aluno: Jonathan Luís Magalhães Fontes
Orientador: Washington Luis C. dos Santos
Título da tese: LXPLEEN: Estudo dos genes e células envolvidas com a desorganização esplênica na leishmaniose visceral recidivante
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana e Experimental
Data de defesa: 10/07/2024
Horário: 09h00
Local: Auditório Sonia Andrade

Resumo

INTRODUÇÃO: A leishmaniose visceral (LV) é uma zoonose negligenciada e que tem impactos consideráveis na saúde pública. Um dos problemas relacionado à LV é o surgimento de formas graves que leva ao óbito de 6-8% dos pacientes, mesmo na vigência de tratamento, além disso, alguns pacientes desenvolvem uma forma recidivante, com a ocorrência de múltiplos retornos ao hospital em curto período. O baço, um órgão linfoide responsável pela hemocaterese e vigilância imunológica, é afetado na LV apresentando desorganização da polpa branca (PB) e extensa substituição da celularidade normal da polpa vermelha (PV) por plasmócitos. Apesar disso, pouco se sabe a respeito da contribuição da desestruturação esplênica na LV humana e como e as mudanças na celularidade esplênica mudam o perfil de produção de citocinas no órgão favorecendo a susceptibilidade à infecção. OBJETIVO: Nosso objetivo é definir quais as células e vias de sinalização estão envolvidas na desestruturação dos compartimentos esplênicos e qual a provável associação com a progressão na LV recidivante. MATERIAL E MÉTODOS: Utilizando baços de 6 pacientes com LV recidivante e 5 pacientes controle, realizamos imunohistoquímica para avaliar a distribuição e a relação de leucócitos (Linfócitos T e Treg, Linfócitos B e Macrófagos) e citocinas (IL1B, IL4, IL6, IL10, IL17, IFNy, TNFa e TGFb) nos compartimentos de PB e PV do baço. Além disso, foi feita análise da expressão gênica e identificação de perfis de DEG e redes de interação gênica envolvidas com a LV recidivante. RESULTADOS: Há acúmulo de macrófagos e plasmócitos na PV de pacientes com LV, com redução da apoptose e da expressão de genes relacionados à migração de linfócitos; Há aumento da expressão de BCL10 e ICOSLG; A via de sinalização de IL6 está super-expressa nos pacientes com LV, e há aumento da quantidade de IL6 total e correlação negativa entre IL6 e porcentagem de PB esplênica; Há correlação negativa entre número de leucócitos circulantes e número de leucócitos esplênicos. CONCLUSÕES: Nos pacientes com LV recidivante ocorre acúmulo de células no baço mediado pela redução da apoptose e migração de células, corroborando para o hiperesplenismo. Além disso, a via de sinalização por IL6 contribui para a desorganização do baço.

Palavras-chave: Leishmaniose visceral recidivante; população leucocitária; baço; via de sinalização IL6.

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Pesquisadores desenvolvem ferramenta para avaliar impacto da perda de olfato em brasileiros

Uma pesquisa desenvolveu e validou uma versão em português brasileiro do Questionário de Distúrbios Olfativos (QOD), importante instrumento para avaliação da qualidade de vida de indivíduos com distúrbios olfativos. A perda do olfato pode ser causada pela COVID-19, por outros vírus respiratórios e por doenças neurológicas, como o Parkinson, podendo impactar significativamente no bem-estar dos indivíduos. No Brasil, cerca de 10% das pessoas que têm COVID-19 têm problemas com o olfato por mais de um mês.

A perda de olfato pode causar impactos na saúde mental como ansiedade, depressão, isolamento social, alterações no apetite e no peso, riscos à segurança, impacto na vida profissional e redução da produtividade. Por isso, ter uma ferramenta validada como o QOD ajuda a entender melhor o impacto da perda de olfato e a desenvolver estratégias para melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas.

O QOD foi desenvolvido para avaliar qualitativamente o grau de disfunção olfativa durante as atividades diárias. No estudo, também foi aplicado o questionário de Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde (WHOQOL-bref) e o Teste de Identificação de Olfato, da Universidade da Pensilvânia (UPSIT®), utilizado para quantificar a perda olfativa.

O trabalho, publicado no periódico Clinics, foi coordenado pela pesquisadora Viviane Sampaio Boaventura, da Fiocruz Bahia, e Marco Aurélio Fornazieri, pesquisador da Universidade de Londrina (PR). Foram recrutados para participar da investigação 126 adultos, entre maio de 2018 e agosto de 2022, em Salvador e Londrina. Os dados sociodemográficos e clínicos foram obtidos por meio de questionários aplicados por entrevistadores treinados.

Os pacientes tinham entre 18 e 65 anos com queixa de disfunção olfatória pós-infecciosa por rinite alérgica, sinusite crônica, por causas pós-traumática ou desconhecidas. Os pacientes de Salvador eram mais velhos, menos escolarizados, apresentavam disfunção olfatória grave, tinham pior qualidade de vida em geral e escores mais baixos de qualidade de vida associados ao olfato (QOD), quando comparados aos pacientes de Londrina.

Os pesquisadores concluíram que o questionário desenvolvido para falantes do português brasileiro mostrou-se consistente e confiável, representando um avanço importante, pois estabelece o QOD como um instrumento clínico e científico confiável. O Questionário pode ser empregado na população brasileira como um instrumento útil para pesquisa, avaliação médica do paciente e tratamento da perda de olfato.

Para acessar o estudo completo clique aqui.

Texto: Jamile Araújo com supervisão de Júlia Lins.

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Fiocruz Bahia participa da 120ª Assembleia Geral do Cosems Bahia

A Fiocruz Bahia participou da 120ª Reunião da Assembleia Geral Ordinária do Conselho Estadual de Secretários Municipais de Saúde (Cosems Bahia), realizado no dia 18 de junho, na União dos Municípios da Bahia, em Salvador. O evento, que ocorre mensalmente reunindo centenas de secretários e técnicos de saúde da Bahia e dos municípios, teve como tema “Mais Saúde da Família”. Stela Souza, presidente do Cosems, coordenou a mesa composta pelo secretário adjunto da Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, Jérzey Timóteo; a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves; o novo Secretário Municipal de Saúde de Salvador, Alexandre Reis; dentre membros da diretoria executiva do Conselho, além de secretárias e secretários municipais de saúde do estado.

O presidente da Fiocruz, Mario Santos Moreira, enviou vídeo reafirmando o compromisso da Fiocruz com o Cosems e os secretários e secretárias de saúde da Bahia. Marilda Gonçalves, presente no evento em homenagem aos 124 anos da Fiocruz, falou sobre a trajetória da Fundação e destacou o papel estratégico da instituição para o fortalecimento do Sistema Único da Saúde (SUS). Também abordou os 67 anos da Fiocruz Bahia, apresentou as linhas de pesquisa, plataformas e ensino da unidade e salientou que a instituição está à disposição do Cosems Bahia. “A Fiocruz é ciência e saúde para a defesa da vida e do bem-estar”. 

Stela Souza ressaltou a relevância da atuação da Fiocruz durante a pandemia de Covid-19 e das várias ações científicas que contribuem com a população brasileira e com a humanidade. “Não podemos deixar de reconhecer a importância da Fiocruz Bahia, que está levando, com um conjunto de pesquisadores, o conhecimento, a saúde, e a qualificação para a Bahia e o Brasil”, concluiu.

Jérzey Timóteo apresentou a portaria GM/MS Nº 3.493 de 10 de abril de 2024, que altera a GM/MS nº 6, de 28 de setembro de 2017, para instituir uma nova metodologia de cofinanciamento federal do Piso de Atenção Primária à Saúde, no âmbito do SUS, com o objetivo de fortalecer e valorizar a Estratégia Saúde da Família.

O Cosems Bahia é uma instância representativa dos secretários e secretárias municipais de saúde da Bahia e tem, entre suas atribuições, a defesa do SUS, lutar com os municípios por mais recursos e investimentos na Saúde, que viabilizem melhorias e ampliações de serviços, necessárias na assistência à população, e proporcionar apoio técnico para qualificar o trabalho dos gestores municipais de Saúde.

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CineFIO aproxima ciência e estudantes através do cinema

O CineFIO promoveu debates acerca de temas sobre saúde e ciência através da linguagem cinematográfica. Foram exibidas três sessões de cinema, na Fiocruz Bahia, entre maio e junho de 2024, reunindo 193 pessoas, entre estudantes do Colégio Estadual Luis Viana e Colégio Maanaim e integrantes da instituição. O CineFIO é um projeto realizado por meio do edital interno de divulgação científica e foi organizado por um grupo de pesquisadores e estudantes de pós-graduação.

A primeira sessão do CineFio, realizada no dia 17 de maio, abordou a jornada da paciente com câncer de mama. A atividade teve a participação a médica mastologista e oncoplástica, Ana Claudia Imbassahy como debatedora. O público fez perguntas e tirou dúvidas com a especialista, que também é coordenadora do Serviço e Residência de Mastologia do Hospital Aristides Maltez. O média-metragem exibido foi “Cristina” (Diretora: Michèle Ohayon. Ano 2016. Duração: 39’).

Já no dia 24 de maio, o tema da sessão foi “Saúde Planetária”, com participação da pesquisadora da Fiocruz Bahia Nelzair Araújo Vianna. Na ocasião, foi exibido o curta-metragem ‘A Promessa da Saúde Planetária’ (Direção: Planetary Health Alliance. Ano 2021. Duração: 10 min). A Saúde Planetária é um campo e movimento social transdisciplinar e orientado para soluções, focado em analisar e abordar os impactos das perturbações humanas nos sistemas naturais da Terra, na saúde humana e em toda a vida no planeta.

A última sessão aconteceu no dia 07 de junho, com o tema “Mulheres na Ciência”, com a exibição do curta-metragem “Ciência, Luta de Mulher” (Diretora: Rithyele Dantas. Ano 2022. Duração: 22’48”); e teve como debatedoras Valéria de Matos Borges e Natália Tavares, pesquisadoras da Fiocruz Bahia. O filme conta as histórias reais de Isis Abel, bióloga, biomedicina e epidemiologista; Helena Padilha, assistente social, socióloga e bacharel em Direito; Maria da Glória Teixeira, medica e sanitarista; e Nina da Hora, cientista da computação e hacker antirracista, que conversam sobre o fazer e lutar pela ciência no país, além de abordar suas carreiras e os temas das desigualdades, raça e maternidade.

Elza Rosana Malhado Freitas, professora de Educação Física do Colégio Luiz Viana, compartilhou que gosta de levar os alunos a buscar conhecimento. “Incentivo eles a aprenderem coisas novas. E a importância dessa atividade foi falarmos sobre o câncer de mama. Foi um momento muito bom de conhecimento e de grande importância para os meus alunos”, comentou.

A estudante do Colégio Luis Viana, Evelyn Santos Carvalho, de 16 anos, disse que gostou de conhecer a Fiocruz e que achou o cine debate informativo. “Acho que é muito importante levar os alunos para esse tipo de espaço. É muito interessante para a gente saber coisas novas, até assuntos como câncer de mama que é algo que acontece muito entre as mulheres e causa muitas mortes, então é muito bom a gente ter esse tipo de conhecimento. Principalmente guiado pela escola”.

Darlan Souza, estudante de 16 anos, achou interessante os conteúdos do cine debate. O aluno mora no bairro de Brotas, mas não conhecia o espaço físico da Fiocruz, e comentou que gostou de conhecer o local. “Achei super interessante conhecer um pouco mais, e até ver o microscópio antigo da exposição”. O estudante não conhecia pessoalmente laboratórios de pesquisa e disse que gostaria de voltar a visitar o espaço.

O pós-doutorando da Fiocruz Bahia, Joab Xavier, que fez parte da equipe organizadora do CineFio, explicou que todos consideraram importante fazer parte de um projeto de divulgação científica que envolvia temas de saúde e cinema. Ele destacou ainda a relevância do trabalho realizado em equipe nas funções que cada pessoa exerceu. “Outro aspecto importante foi o oferecimento de pipoca, suco e refrigerante para os participantes para remeter ao aspecto lúdico do cinema e como espaço de interação entre os participantes, a equipe e as debatedoras, que suscitaram discussões e curiosidades importantes sobre os temas abordados”, relatou Joab.

Para Nelzair Vianna, orientadora de Joab, o Cine Fio foi uma oportunidade de trazer temas científicos importantes de uma forma lúdica. “Nós ficamos muito felizes com essa iniciativa de Joab. Essa atividade conseguiu engajar alunos, funcionários e pesquisadores com bastante entusiasmo na proposta de divulgação científica, alcançando não só o público interno mas também especialmente jovens estudantes da rede pública de Salvador. Nós estamos empenhados em estimular este tipo de debate como uma iniciativa de combate à desinformação”, concluiu.

Exposição comemorativa

Os participantes também visitaram a Exposição Fotográfica Memórias da Fiocruz Bahia, guiados pelo historiador Adroaldo Bélens. Aberta ao público e com entrada gratuita, a exposição em homenagem aos 67 anos da instituição reúne registros fotográficos preservados desde a década de 1940, antes mesmo do marco fundacional do instituição.

Dentre os principais registros estão fotografias de pesquisadores e pesquisadoras em plena função, tanto nos laboratórios, como em trabalhos de campo, imagens de vetores e parasitos, fotografias das estruturas físicas dos prédios e laboratórios.

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Pesquisa é premiada no 34° Congresso Brasileiro de Patologia

Uma pesquisa, desenvolvida no Laboratório de Patologia Estrutural e Molecular (LAPEM) da Fiocruz Bahia e no Laboratório de Computação de Alto Desempanho (LCAD) da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), recebeu prêmio da Sociedade Brasileira de Patologia (SPB), durante o 34° Congresso Brasileiro de Patologia e 27° Congresso Brasileiro de Citopatologia, realizado entre os dias 29 de maio e 01 de junho, em Belém (PA).

O trabalho intitulado “Classificação da Amiloidose em imagens digitais de biópsias renais usando corantes não específicos”, na área de Patologia Computacional, foi escolhido como um dos dez melhores do evento, considerando todas as áreas da patologia.

O estudo é coordenado pelo pesquisador Washington LC dos-Santos, da Fiocruz Bahia, e Angelo Duarte, da UEFS, e contou com a coparticipação dos pesquisadores Gledson de Oliveira, da UEFS, e Luciano Rebouças de Oliveira, da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

O LAPEM teve três trabalhos aprovados para apresentação oral, considerados os melhores nas áreas de Autópsias, Patologia das doenças Infecciosas e Patologia Computacional. Washington considera a premiação uma vitória pelo fato de o trabalho ainda estar em fase incipiente de execução. “O prêmio mantém uma trajetória de reconhecimento e premiações da Fiocruz Bahia como centro gerador de pesquisa de excelência em patologia”, destacou.

A sessão de premiação marcou o encerramento do penúltimo dia da atividade, em 31 de maio, com a entrega do Prêmio SBP, Prêmio Kolplast, Prêmio SBP Categoria Pôster, Prêmio SBP Categoria Médico Residente, Prêmio Seminário de Lâminas, Prêmio SBP de Iniciação Científica e Prêmio APESP.

O 34º Congresso da SBP

O maior evento científico da Patologia e Citopatologia brasileira e da América do Sul, o congresso aconteceu pela primeira vez na região Norte do Brasil. O tema da edição foi “Inovação & Integração”, representando as perspectivas e desafios da Patologia de vanguarda. Fizeram parte dos debates temas como patologia digital, inteligência artificial e novas ferramentas, partindo da perspectiva de que este é um momento de inflexão nessa especialidade, com a inclusão de tecnologias modernas para uma melhor acurácia diagnóstica.

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Capacidade cicatrizante de biocurativos na leishmaniose tegumentar é avaliada em tese

Estudante: Pedro Brito Borba
Orientação: Camila Indiani de Oliveira
Título da tese: Avaliação da capacidade cicatrizante de biocurativos de celulose bacteriana no tratamento da leishmaniose tegumentar
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana e Experimental
Data de defesa: 03/07/2024
Horário: 09h00
Local: Auditório Sonia Andrade

Resumo

INTRODUÇÃO:A leishmaniose é uma doença endêmica no Brasil e a Leishmaniose Tegumentar é a forma clínica mais prevalente, caracterizada pela presença de uma úlcera localizada, com alta atividade inflamatória. O tratamento de primeira escolha, preconizado pelo Ministério da Saúde é antimoniato de meglumina (AM), aplicado por via endovenosa ou intramuscular, durante 20 dias consecutivos. Entre as limitações observadas para o tratamento com MA temos uma baixa taxa de cura (50-60%) além da toxicidade, exigindo, assim, a busca por novas abordagens terapêuticas. A celulose bacteriana (CB) é formada por uma rede de fibrilas de celulose e suas características físico-químicas permitem que esta seja utilizada como um biocurativo para o tratamento de úlceras. A CB também permite a ancoragem de moléculas com potencial terapêutico, funcionando como um sistema de delivery. Neste sentido, observamos que o dietilditiocarbamato de sódio (DETC), um inibidor da SOD-1, foi capaz de reduzir a carga parasitária in vitro e de modular o desenvolvimento da lesão em modelo pré-clínico de leishmaniose tegumentar causado por Leishmania braziliensis. OBJETIVOS: Neste trabalho, avaliamos e caracterizamos as propriedades físico-químicas e a estabilidade de biocurativos de CB-DETC. Em paralelo, realizamos dois ensaios clínicos, prova de conceito, para avaliar a eficácia dos biocurativos de BC como tratamento aditivo ao AM em pacientes com LT causada por L. braziliensis. MATERIAIS/MÉTODOS: Inicialmente, investigamos as características da CB-DETC por meio de microscopia eletrônica de varredura e perfil cristalográfico. Avaliamos também a liberação do DETC a partir os biocurativos, quantificamos a massa de DETC por espectrofotometria e realizamos uma análise térmica por termogravimetria. Os ensaios clínicos foram realizados em Corte de Pedra, área endêmica de LT. No primeiro ensaio, os pacientes recrutados foram divididos em dois grupos: o grupo controle recebeu o tratamento convencional com AM e o grupo teste recebeu AM juntamente com a aplicação tópica de CB. Ambos os grupos foram tratados por 20 dias e os biocurativos foram substituídos a cada dois dias. A taxa de cura, o tempo de cicatrização e os efeitos adversos foram avaliados em diferentes tempos (15 dias, 60 dias e 90 dias após fim do tratamento). No segundo ensaio, repetimos os grupos teste e controle e adicionamos um grupo placebo, o qual foi tratado com AM e um curativo de gaze, ao invés de BC. RESULTADOS: as imagens obtidas por MEV e o padrão cristalográfico da CBDETC mostram que o DETC é bem incorporado à BC. Os ensaios de liberação e quantificação da massa de DETC indicaram, no entanto, instabilidade e possível degradação, sugerindo a necessidade de estabilização do DETC de modo a sustentar a sua liberação in vivo. Levando em conta o potencial terapêutico da CB, realizamos um ensaio clínico para avaliar a eficácia do uso combinado de CB+AM. Neste ensaio, os pacientes tratados com AM+CB apresentaram uma maior taxa de cura no tempo inicial (60 dias após o início do tratamento) (p=0,01). Efeitos adversos locais, proveniente da aplicação tópica da CB não foram relatados, demonstrando a segurança do tratamento. No segundo ensaio, empregando um grupo placebo, uma redução no tempo de cicatrização nos grupos teste e placebo e uma redução no mediador inflamatório IL-1α no grupo teste. CONCLUSÕES: O sistema CB-DETC se apresentou instável para uso em aplicações clínicas. No entanto, o biocurativo de CB em associação ao AM aumenta a taxa de cura em pacientes com LT e redução no tempo de cicatrização e de mediadores inflamatórios importantes na LT. Modificações no sistema CB-DETC devem ser realizadas a fim de aumentar a sua estabilidade. Por outro lado, o biocurativo de CB apresenta potencial para incorporação na prática clínica, impactando positivamente na resolução da LT.

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Resposta imune de cães expostos a múltiplas picadas de Lutzomyia longipalpis é tema de tese

Estudante: Yuri de Jesus Silva
Orientação: Deborah Bittencourt Mothé
Coorientação: Manuela da Silva Solcà
Título da tese: AVALIAÇÃO DA CINÉTICA DA RESPOSTA IMUNE E CARACTERIZAÇÃO DOS EVENTOS CELULARES INICIAIS NA PELE DE CÃES EXPOSTOS AO LUTZOMYIA LONGIPALPIS
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 26/06/2024
Horário: 14h00
Local: Sala do Zoom
ID da reunião: 850 1204 6629
Senha: yuri

Resumo

INTRODUÇÃO: A transmissão da Leishmaniose Visceral (LV) ocorre quando o vetor Lutzomyia longipalpis alimenta-se do hospedeiro vertebrado infectado por Leishmania infantum. Esses vetores, além do parasita, injetam saliva nos hospedeiros vertebrados durante o repasto sanguíneo. A exposição à saliva induz respostas iniciais locais, como ativação de moléculas, vias de sinalização, recrutamento de células, e respostas sistêmicas como a produção de anticorpos anti-saliva, bem como respostas celulares com diferentes produções de citocinas. OBJETIVO: Avaliar a cinética de evolução da resposta imune de cães expostos a múltiplas picadas de Lutzomyia longipalpis e caracterizar os eventos celulares iniciais na pele destes animais. MÉTODO: Cães foram expostos ao vetor e foram retirados três fragmentos de 3mm de pele na pré-exposição (tempo 0) e pós exposição (4h, 24h e 48h) para investigação dos genes diferentemente expressos. Estas biópsias foram mantidas em RNA later a -80°C para posterior extração do RNA, sequenciamento e análise. Posteriormente, os animais foram expostos semanalmente a picadas de flebótomos e amostras de sangue foram coletadas até os animais alcançarem a produção máxima de anticorpos contra a saliva. Os animais foram acompanhados com coletas de sangue semanais para determinar o tempo de queda da produção de anticorpos anti saliva. Após a detecção da queda dos níveis de anticorpos, os animais foram reexpostos uma única vez para verificar o efeito da reexposição. A técnica ELISA foi utilizada para mensurar a produção de anticorpos anti-saliva nas amostras. Para avaliação da resposta celular, amostras de sangue total foram coletadas na pré-exposição e ao longo da exposição, isolando as células mononucleares de sangue periférico. Uma vez isoladas, estas células foram reestimuladas com SGH (homogenato de glândula salivar). Citocinas e quimiocinas foram dosadas através de ensaio de Luminex nos sobrenadantes obtidos dessas culturas. RESULTADOS: Quanto ao RNAseq, 70% dos genes expressos diferencialmente foram relacionados ao período de 4 horas após a exposição à saliva. Esses genes revelaram 11 vias enriquecidas, 9 das quais, incluindo IL-7 e TNF, que estão relacionadas à avaliação mais inicial de 4h pós-exposição. As células NK apresentaram maior abundância apenas no primeiro momento avaliado e linfócitos citotóxicos foram mais abundantes nas primeiras 24 horas após a exposição à saliva. Em relação à cinética, após 21 dias da primeira exposição, 100% dos cães apresentavam títulos detectáveis de anticorpos anti-LJM11&17. Todos os cães ainda apresentavam títulos de anticorpos anti-LJM11&17 em um ano. Com uma única re-exposição, observamos que a resposta humoral é persistente e a reexposição levou a uma resposta de produção de anticorpos antisaliva. As células mononucleares do sangue periférico responderam especificamente à estimulação com homogeneizado de glândula salivar de Lutzomyia longipalpis (SGH), produzindo GMCS-F, IL-2, IL-7 e MCP-1 em sobrenadantes celulares recuperados 48 horas após a estimulação (p < 0.05). CONCLUSÃO: O presente trabalho mostrou que eventos celulares na pele de cães picados pelo vetor iniciam-se rapidamente, induzindo uma resposta anti saliva persistente e um perfil inflamatório único, caracterizado por expressões variadas de citocinas e quimiocinas circulantes, refletindo a ativação de diferentes tipos de células imunes.

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Tese avalia desempenho diagnóstico de proteínas recombinantes para sífilis

Estudante: Ângelo Antônio Oliveira Silva
Orientação: Fred Luciano Neves Santos
Título da tese: Aprimoramento e desenvolvimento de métodos diagnósticos in vitro para a sífilis
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 18/06/2024
Horário: 13h30
Local: Sala do Zoom
ID da reunião: 879 6134 7666
Senha: angelo

Resumo

INTRODUÇÃO: A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum e caracteriza-se por ser crônica e multissistêmica. O cenário epidemiológico atual apresenta elevada incidência, sendo o problema de saúde pública que mais afeta adultos, gestantes e recém-nascidos. O diagnóstico é realizado por meio de testes sorológicos não treponêmicos (VDRL e RPR) e testes treponêmicos (ELISA, QML e IFI). Os testes treponêmicos apresentam desempenho variável, dependendo da fase clínica, mas, entre eles, os imunoenzimáticos se destacam devido à preparação antigênica usada, uma vez que as proteínas recombinantes melhoram a sensibilidade, especificidade e reprodutibilidade. Assim, o estudo de novos biomarcadores é relevante para melhoria do diagnóstico da IST. OBJETIVO: Avaliar o desempenho diagnóstico de proteínas recombinantes treponêmicas (TpN17 e TmpA) para o imunodiagnóstico da sífilis. MATERIAL E MÉTODOS: Ensaios de dicroísmo circular (DC), espalhamento dinâmico da luz (DLS) e fluorimetria de varredura diferencial (DSF) foram utilizados para avaliar a estrutura e estabilidade dos antígenos. O ELISA sanduíche duplo antígeno (DAgS-ELISA) foi padronizado por meio de checkerboard titration. Setecentas e doze amostras séricas foram obtidas no CEDAP, HEMOBA e IGM,sendo 187 positivas para sífilis, 211 negativas e 314 positivas para outras doenças infectoparasitárias. Todas as amostras foram reavaliadas quanto à presença ou ausência de anticorpos anti-T. pallidum, utilizando VDRL, FTA-ABS e ELISA. Os resultados foram avaliados por meio da análise dos parâmetros de desempenho diagnóstico. RESULTADOS: Dos pacientes recrutados, 91,5% e 25,2% residem em Salvador e no Distrito Sanitário Barra/Rio Vermelho, respectivamente. Na população do estudo, a maioria era do sexo masculino (89,9%), solteira (o) (89,4%), atendida no ambulatório de IST (55,9%), faixa etária de 25 a 34 anos (41,0%), homossexuais (60,6%), assintomáticos (61,2%), diagnosticada com sífilis primária (52,1%) e com histórico de reinfecção (52,1%). No ELISA indireto, a acurácia foi de 95,4% (TmpA) e 98,7% (TpN17). O índice de Kappa de Cohen (κ) apresentou concordância quase perfeita para as duas moléculas. A TpN17 apresentou reatividade cruzada apenas com a doença de Chagas (1,54%), enquanto a TmpA apresentou reatividade cruzada com doença de Chagas (3,07%), HBV (1,25%), HIV (9,52%) e HTLV (1,64%). No DAgS-ELISA, os valores de especificidade, sensibilidade e acurácia para a TpN17 foram de 100%, 88,9%, 94,3%, respectivamente. O índice κ demonstrou concordância quase perfeita. Foram observadas reatividades cruzadas com doença de Chagas (11,5%), HBV (2,6%), HCV (6,4%) e HTLV (6,8%). Nas análises estruturais, a TpN17 apresentou-se como uma amostra monodispersa, resistente no desnovelamento, mas sem resistência na renaturação. A TmpA foi vista como polidispersa, menos resistente no desnovelamento, mas com maior capacidade de renovelamento. Nos espectros do DC, as estruturas secundárias das proteínas estavam em conformidade com o esperado para elas. CONCLUSÃO: As moléculas TmpA e TpN17 demonstraram elevada capacidade diagnóstica, sendo capazes de diferenciar amostras positivas das negativas para sífilis. No entanto, o ELISA indireto mostrou-se mais promissor. A TpN17 mostrou-se mais resistente às condições extremas de temperatura.

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Estudantes de Iniciação Científica da Fiocruz Bahia são premiados na 32ª RAIC

A 32ª edição da Reunião Anual de Iniciação Científica (RAIC) da Fiocruz Bahia foi realizada entre os dias 05 e 07 de junho. Organizada pelo Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC), a atividade teve participação dos 89 bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) Fiocruz/CNPq, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), Ações Afirmativas e do Edital Iniciação Científica Júnior CNPq – Programa de Vocação Científica (PROVOC). O evento contou com a Sessão Científica ministrada pelo pesquisador e professor da UFBA, Wilson Gomes, com o tema “A universidade na era da intolerância”. As premiações dos trabalhos e as menções honrosas marcaram o encerramento.

Jorge Clarêncio, coordenador do PROIIC, declarou que a 32ª edição da RAIC foi um sucesso e toda a comunidade da Fiocruz Bahia ajudou na organização do evento. “Houve uma mobilização grande dos estudantes lotando as salas das apresentações, uma adesão ampla dos alunos em apresentar seus trabalhos na jornada, a adesão dos orientadores e uma delicadeza e respeito muito grande dos avaliadores na hoje de julgar os trabalhos”, avaliou.

Clarêncio falou sobre a importância da reunião como o momento ápice do ciclo de um ano de iniciação científica. “É o momento em que os estudantes e seus orientadores apresentam os resultados colhidos que estavam previstos nos projetos que foram aprovados em editais do ciclo 2023/2024”.

Uma das estudantes premiadas foi Júlia Alves de Santana, de 23 anos, que cursa Farmácia na UFBA, e é aluna de iniciação científica pelo PIBIC na Fiocruz desde setembro de 2023, no Laboratório de Pesquisa Clínica e Translacional – LPCT, orientada pela pesquisadora Valéria de Matos Borges. Ela avalia que a RAIC é uma experiência que impulsiona os estudantes. “Foi muito desafiante e enriquecedor viver tudo isso. Fiquei bastante surpresa e absolutamente chocada sem saber se aquele anúncio era real, mas também fiquei e estou muito feliz, pois significa muito para mim e para todos que se dedicaram para que esse trabalho fosse realizado”, destacou.

Agatha Raissa Silva de Almeida, de 17 anos, estudante do Colégio Estadual Luis Viana, foi premiada pelo trabalho desenvolvido no Provoc, orientado pela pesquisadora Marilda Gonçalves e pelo pós-doutorando Setondji Cocou Modeste Alexandre. “Foi uma experiência incrível, e tenho certeza que ela irá me ajudar muito. Ter o meu trabalho premiado foi extremamente gratificante e fiquei muito feliz por ter tido reconhecimento depois de tanta dedicação. Quero continuar a ter bons resultados”, ressaltou. Para Agatha, fazer parte do Provoc é algo especial. “Por meio do programa vivi experiências incríveis e conheci pessoas maravilhosas. Ele me deu a oportunidade de aprender muitas coisas, uma delas é que sou capaz de realizar meus objetivos, basta eu me esforçar e não desistir”.

O Programa de Vocação Científica (Provoc), na Fiocruz, tem como objetivo principal promover a iniciação científica de alunos do ensino médio que tenham acentuado interesse pelas atividades de pesquisa nas áreas das Ciências Biológicas, Saúde e Ciências Humanas e Sociais em Saúde. Por meio da participação em projetos de pesquisa científica e tecnológica, o Provoc visa proporcionar aos jovens estudantes uma experiência de longa duração em atividades voltadas para a produção de conhecimento.

Para conferir a lista completa dos estudantes premiados e das menções honrosas, clique aqui.

Primeiro indígena estudante de iniciação científica da Fiocruz Bahia apresenta trabalho na RAIC

Rodrigo André Santos Menezes, de 27 anos, primeiro indígena a ingressar em um programa de iniciação científica na Fiocruz Bahia, é estudante do programa pelo edital de Ações Afirmativas, orientado pela pesquisadora Isadora Cristina de Siqueira. Integrante do povo Tuxá, natural de Rodelas, no interior da Bahia, Rodrigo estuda Medicina na UNEB.

O estudante avalia a apresentação de seu trabalho como uma experiência gratificante, principalmente por ser um indígena abordando uma temática relacionada aos povos originários. “Foi uma oportunidade ímpar de compartilhar a diversidade e a profundidade da nossa cultura, tradições e visões de mundo com um público mais abrangente. Além de trazer à tona as questões que impactam nossas comunidades, o evento permitiu ampliar a conscientização sobre as necessidades e desafios enfrentados pelos povos indígenas”, observou.

Além disso, Rodrigo diz que representar sua comunidade em uma instituição com prestígio traz uma grande responsabilidade, mas também oferece uma oportunidade única de destacar as questões e perspectivas indígenas no cenário acadêmico e científico. “Este marco não só abre portas para futuras gerações de indígenas na ciência, mas também sublinha a importância da diversidade e da inclusão na pesquisa e na saúde pública. É um privilégio poder contribuir com meu conhecimento e experiências, promovendo a valorização e a preservação da nossa cultura e identidade dentro da Fiocruz”, pontuou.

O futuro médico pretende continuar sua jornada na pesquisa, se dedicando às questões que afetam diretamente as comunidades indígenas, com o objetivo de contribuir para a melhoria da qualidade de vida e a promoção da saúde desses povos. ”Busco engajar-me na preservação da cultura indígena e na defesa de seus direitos, utilizando a produção de conhecimento científico como uma ferramenta para o empoderamento, reconhecimento e visibilidade dessas comunidades indígenas”, concluiu Rodrigo.

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Fiocruz Bahia realiza feira de ciências, saúde e cultura em escolas municipais de Cachoeira

O Projeto Pontes Científicas, da Fiocruz Bahia, realizou nos dias 28 e 29 de maio, a Feira de Ciências, Saúde e Cultura em escolas municipais da sede e de comunidades quilombolas de Cachoeira. A iniciativa tem como principal objetivo difundir entre as escolas o conhecimento produzido no âmbito da Fiocruz Bahia, considerando a diversidade cultural e social da população e visa aproximar e estimular a participação dos jovens no fazer científico desenvolvido pela instituição, fortalecendo a cidadania. As atividades envolveram cerca de 700 estudantes e a equipe de 27 pessoas da Fiocruz Bahia. 

Pesquisadores, estudantes de pós-graduação e colaboradores da Fiocruz Bahia apresentaram estudos sobre doença falciforme, calazar (leishmaniose) e saúde ambiental, fizeram demonstrações de vídeo, podcast e fotografia e ministraram oficinas sobre câncer de mama, arboviroses (dengue, zika e chikungunya), grafite e de mudas de plantas alimentícias não convencionais (PANCS). Também foram oferecidos serviços de saúde com profissionais de odontologia e enfermagem, da Secretaria Municipal de Saúde de Cachoeira, e realizada uma feira de ciências dos estudantes das escolas participantes, além de apresentações dos grupos culturais locais Raízes do Ebano, ABW Crew e Capoeira Abalou Cachoeira. O evento teve o apoio da Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (OBSMA), da Fiocruz.

Participaram da Feira o secretário de Educação de Cachoeira, Roberto Gomes; a secretaria de Saúde de Cachoeira, Edelzuita Neta; o secretário de cultura de Cachoeira, Marcelo Souza; a coordenadora Geral de Divulgação Científica da Fiocruz, Cristina Araripe; a vice-diretora de Ensino da Fiocruz Bahia, Claudia Brodskyn; o coordenador do Projeto Pontes Científicas, Antonio Brotas; e a diretora do Centro de Artes Humanidades e Letras da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), Dyane Brito.

O secretário de Educação destacou o interesse dos estudantes pelas atividades e enfatizou a contribuição dessas atividades na educação científica e no interesse dos estudantes pela ciência. “Vemos isso refletido no olhar das crianças, na participação dos profissionais, todo mundo interessado e tendo a expectativa criada, realizada. Que essa iniciativa se expanda na rede municipal de ensino e se repita por muitas vezes”, declarou. 

“A gente traz a ciência para próximo das pessoas que precisam entender melhor o que é o fazer científico, especialmente da Fiocruz. O conhecimento precisa ser apropriado, compreendido pela população de um modo geral”, disse Cristina Araripe, que também destacou a importância do trabalho realizado junto à escola. “Para a OBSMA isso é fundamental, ela não existe sem a gente estar em contato com esses jovens estudantes e seus professores”, completou.

Claudia Brodskyn salientou o efeito multiplicador do projeto. “É extremamente eficaz, porque os estudantes levam esses conhecimentos aos seus pais, suas famílias, e isso é fundamental para a divulgação da ciência brasileira, para a gente evitar desinformação e as fakenews. Isso deve ser perpetuado também em outros municípios e escolas”.

O coordenador do projeto contou que a iniciativa começou no ano passado e será finalizado com uma atividade mais ampla para toda população de Cachoeira, na Estação Ferroviária, em novembro. “O projeto é parte da política de divulgação científica da Fiocruz Bahia, de interiorizar as atividades através de parcerias com prefeituras, Governo do Estado e universidades, de modo a apresentar as pesquisas da instituição e estimular a participação de estudantes e cientistas promovendo o interesse pela ciência”. 

A pesquisadora da Fiocruz Bahia, Valéria Borges, falou sobre a importância de interagir com os professores das escolas e desenvolver estratégias para transmitir o conhecimento para a comunidade. “Também é papel do cientista levar a ciência a extramuros, de popularizar a ciência e ter junto nessa equipe os estudantes que estão em formação na Fiocruz, dos programas de pós-graduação, de iniciação científica para que eles se motivem e sejam disseminadores desses saberes científicos, principalmente das linhas de pesquisas que desenvolvemos”.

Saul Lomba, vice-diretor do Colégio Estadual Quilombola de Tempo Integral, que faz parte do projeto de oficinas de desinformação para alunos de escolas públicas da Bahia, observou que a aproximação da Fiocruz Bahia com a educação escolar quilombola é um propulsor para a aproximação da ciência. “O espaço da universidade não foi acessível por muitos anos aos estudantes quilombolas. Quando você traz esse espaço de ciência para a escola, promovendo essa difusão de conhecimento e aproxima esse saber, faz os estudantes entenderem que o que já foi produzido através das tradições, da cultura, da oralidade, pode se entrelaçar com o conhecimento científico”.

Marcos Santos, mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PGBSMI), da Fiocruz Bahia, ressaltou o ambiente de troca de conhecimento durante as atividades. “Enquanto a gente está ensinando, eles também estão ensinando para a gente outras formas de abordar, de ver o mundo, porque, às vezes, acabamos ficando presos ao que estamos estudando e não captamos como esse conhecimento produzido chega a essas pessoas e como elas também podem contribuir muito com a gente. Também construímos pontes para que conheçam o que é fazer ciência, porque muitas vezes as pessoas acham que é como nos filmes, com super laboratórios e que o cientista é alguém inalcançável. Mas eu faço ciência, as pessoas ao meu redor fazem ciência. Às vezes, o cientista é o nosso irmão, colega, vizinho”.

O evento foi realizado em parceria com as Secretarias Municipais de Educação, Saúde e Cultura, com apoio da Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (OBSMA) e do Colégio Estadual Quilombola da Bacia do Iguape. O projeto é desenvolvido pela Fiocruz Bahia, através do edital de Apoio à Produção de Conteúdo para a Difusão do Conhecimento Científico, Tecnológico e de Inovação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), com parceria da Secretaria de Educação de Cachoeira.

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Oropouche: estabelecimento do vírus é provável já que vetor está presente em todo o Brasil, aponta pesquisador

O aumento das notificações da febre Oropouche têm chamado a atenção das autoridades de saúde e da população para o possível surgimento de uma nova epidemia. O Oropouche é um arbovírus (vírus transmitido por vetores), até então desconhecido pela maioria das pessoas, e os sintomas são semelhantes aos de outras arboviroses, como dengue, zika e chikungunya. Por isso, a importância do protocolo de diagnóstico por PCR em tempo real na detecção do vírus Oropouche, para diferenciação dessas outras doenças. A Bahia teve, em março, seis casos confirmados de febre Oropouche, em abril aumentou para 80 e até o dia 03 de junho já foram confirmados mais de 610 casos, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde da Bahia.

A Fiocruz Bahia conversou com o virologista Felipe Naveca, chefe do Laboratório de Arbovírus e Vírus Hemorrágicos no Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e coordenador do Núcleo de Vigilância de Vírus Emergentes, Reemergentes ou Negligenciados da Fiocruz Amazônia, onde foi desenvolvido o protocolo para diagnóstico da doença atualmente utilizado pelo Ministério da Saúde no Brasil e recomendado pela Organização Pan-Americana da Saúde – OPAS para outros países da América Latina.

Em entrevista, o especialista disse que o vírus Oropouche circula na região Amazônica há mais de 50 anos e que o aumento da vigilância explica, ao menos em parte, o elevado número de casos confirmados. Naveca falou também sobre a origem da doença, os sintomas, como é possível se proteger e quais os desafios para o enfrentamento da doença.

Fiocruz Bahia – Qual a origem da febre Oropouche e como ela chegou ao Brasil?
Felipe Naveca – O vírus Oropouche, que causa febre Oropouche, foi descoberto na cidade de Vega de Oropouche, em Trinidad e Tobago, e por isso recebeu esse nome. Assim como vários arbovírus, é um vírus que recebeu o nome da região onde foi isolado inicialmente. A presença do vírus Oropouche foi detectada na região Amazônica na década de 60. A entrada dele no território não é exatamente conhecida, mas se sabe que desde essa década ele circula em áreas da região Amazônica, especialmente em ciclos que envolvem animais reservatórios e vetores silvestres.

Fiocruz Bahia – De que forma e por que o espalhamento desta doença se dá no país nesse momento?
Felipe Naveca – Nós temos duas possíveis respostas. Uma é o espalhamento do vírus de fato, provavelmente por conta da mudança de comportamento do vetor, pelo aumento do desmatamento e por conta das alterações climáticas, principalmente o aumento de temperatura e regimes de chuva, que favorecem a proliferação do mosquito. No entanto, essa pode não ser a única resposta, uma vez que houve o aumentou da vigilância. Pelo menos desde 2016, nós, da Fiocruz Amazônia, temos trabalhado em defender a necessidade de que a testagem para o Oropouche seja implantada de forma sistemática pela Vigilância. O atual governo federal comprou essa ideia e conseguimos fazer a descentralização através do Ministério da Saúde para todos os laboratórios centrais dos estados. Com os testes, se detectou os casos que estavam ocorrendo. Ainda não é possível afirmar quando que ocorreu a entrada em cada estado, mas o aumento dos casos se deve também ao aumento da vigilância.

Fiocruz Bahia – A Oropouche também está avançando em outros países?
Felipe Naveca – Sim, atualmente nós temos registro da febre Oropouche na Colômbia, no Peru e na Bolívia. Recentemente Cuba também relatou casos.

Fiocruz Bahia – Com esse crescimento rápido no estado da Bahia, a perspectiva é que essa doença se estabeleça como outras arboviroses?
Felipe Naveca – A possibilidade de se estabelecer a transmissão do Oropouche na Bahia ou em qualquer outro estado é bastante clara, uma vez que a gente tem presença do vetor em todo o Brasil. Isso é uma possibilidade sim, uma vez que se estabelece um ciclo: quanto mais casos aparecem, maior a chance de se estabelecer uma rotina de transmissão contínua por vários anos. Com o aumento da vigilância estamos conseguindo ver aquilo que de repente estava circulando há algum tempo.

Fiocruz Bahia – O ciclo de transmissão é semelhante ao da dengue?
Felipe Naveca – O ciclo de transmissão só é parecido com o da dengue por contar com um vetor, mas o vetor não é o Aedes aegypti, é o Culicoides paraensis, nome científico do mosquito popularmente conhecido como maruim, meruim ou mosquito-pólvora, dependendo da região. A literatura aponta que há possibilidade de mosquitos do gênero Culex (conhecido como muriçoca ou pernilongo) estarem atuando como vetores secundários. Então é parecida com a dengue no sentido de ter um vetor, mas é diferente uma vez que não é o mesmo vetor.

Fiocruz Bahia – O Aedes aegypti tem competência para transmitir o Oropouche?
Felipe Naveca – Os estudos até o momento mostram que o Aedes aegypti não tem a capacidade de transmitir, mas isso é o que conhecemos até o momento, e a partir de análises de linhagens antigas do vírus, da década de 60. É preciso também estar atento que o vírus vai continuar evoluindo e que a gente precisa também fazer essa investigação mais a fundo agora com a linhagem mais recente. Mas o dado que temos hoje é que o Aedes aegypti não é um transmissor do vírus Oropouche.

Fiocruz Bahia – Por ser outro vetor, quais os desafios para prevenção da proliferação do mosquito e quais as medidas para se proteger da doença?  
Felipe Naveca – Uma vez que o vetor é diferente da dengue, algumas estratégias também serão diferentes. Os cuidados pessoais como utilização de repelente e roupas compridas em áreas onde há presença do vetor também são a melhor forma de impedir a picada e consequentemente a possibilidade de transmissão do vírus. Mas, por não ser um vetor tipicamente urbano, por não estar presente dentro das residências, como os Aedes, alguns cuidados também são diferentes. Esse vetor se cria bastante em áreas com matéria orgânica em decomposição, como restos de folhas ou outro material orgânico, e com umidade, esse é o ambiente preferido para proliferação do vetor.

Fiocruz Bahia – Quais são os sintomas e o que diferencia a Oropouche das outras arboviroses? Pode ser letal?
Felipe Naveca – Não dá para diferenciar a febre Oropouche, por exemplo, da dengue. São sintomas muito parecidos, como febre, mal-estar e dor generalizada. É virtualmente impossível descrever se é Oropouche ou dengue baseado somente na sintomatologia. Não podemos esquecer que uma parte dos pacientes, em torno de 50%, relata um quadro onde tem a presença dos sintomas e depois os sintomas cessam podendo voltar depois de alguns dias, isso chamaria a atenção para Oropouche, mas baseados nos sintomas de fase aguda é praticamente impossível de ter certeza. Até o momento não foram confirmados os óbitos, apesar de alguns casos descritos na literatura evoluírem com formas neurológicas, como encefalite, meningite. Nós temos casos que estão sendo investigados com relação ao óbito, mas não se tem a confirmação até o momento.

Fiocruz Bahia – É um vírus que sofre mutações rapidamente?
Felipe Naveca – Os vírus de RNA sofrem mais mutações do que os vírus de DNA, por conta de uma característica intrínseca da replicação do RNA, que é a falta de correção. No entanto, por ser um arbovírus, ele evolui menos rapidamente do que, por exemplo, o vírus Influenza, ou HIV.

Fiocruz Bahia – Qual o estado das pesquisas em Oropouche? Há estudos relacionados à vacina e tratamento, por exemplo?
Felipe Naveca – Desconheço estudos relacionados à vacina, mas com o aumento dos casos confirmados, a gente começa a mostrar melhor essa necessidade de tratamento. Assim como para outros vírus, temos hoje um tratamento sem a utilização de drogas específicas que possam atuar no combate à febre Oropouche, o que temos é o tratamento para alívio dos sintomas do paciente.

Fiocruz Bahia – Quais novos desafios a doença pode trazer para a Saúde Pública?
Felipe Naveca – É mais uma doença causada por um arbovírus a circular e o primeiro passo do ponto de vista da Saúde Pública foi dado com esse aumento da Vigilância, não só no Brasil, como em outros países da América Latina. O Ministério da Saúde distribuiu o método que nós desenvolvemos na Fiocruz Amazônia para todos os laboratórios centrais do país. A OPAS levou para diversos países e isso já resultou na detecção em outros países. Primeiro é preciso conhecer o tamanho do problema, sendo esse o primeiro passo para depois pensar em medidas mais efetivas do próprio controle da doença, mas no momento a gente ainda está bastante no início se comparado, por exemplo, ao que se sabe de dengue, chikungunya e zika.

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ELSA-Brasil lança boletim no dia mundial do Meio Ambiente

Na perspectiva de que o ambiente influencia a saúde, o Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil) apresentou o boletim dedicado ao Dia Mundial do Meio Ambiente. No documento são divulgados os principais resultados sobre a relação de características do ambiente de moradia com a saúde dos participantes do projeto.

O Dia Mundial do Meio Ambiente é celebrado no dia 05 de junho e foi estabelecido em 1972 pela Organização das Nações Unidas (ONU) durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano em Estocolmo, Suécia. A data é dedicada à mobilização da sociedade para a conscientização sobre os problemas ambientais e para o desenvolvimento de ações de preservação dos recursos naturais e de desenvolvimento sustentável.

A pesquisadora da Fiocruz Bahia, Conceição Almeida, é vice-coordenadora do ELSA na Bahia. Para baixar o boletim na íntegra, acesse aqui.

ELSA-Brasil

O ELSA-Brasil é uma investigação multicêntrica de coorte composta por 15 mil funcionários de seis instituições públicas de ensino superior e pesquisa das regiões Nordeste, Sul e Sudeste do Brasil, proposto pelo Ministério da Saúde, em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia.

A pesquisa tem o propósito de investigar a incidência e os fatores de risco para doenças crônicas, em particular, as cardiovasculares e o diabetes. Investiga, também, as associações entre as doenças e os fatores biológicos, comportamentais, ambientais, ocupacionais e sociais. Com Centros de Investigação distribuídos em seis estados, tem como objetivo também analisar as possíveis variações regionais relacionadas a essas enfermidades no país.

Para isso, foi selecionado um consórcio formado por seis instituições de diferentes estados do país: Fundação Oswaldo Cruz (Rio de Janeiro), Universidade de São Paulo (USP), e as universidades federais da Bahia (UFBA), Espírito Santo (Ufes), Minas Gerais (UFMG) e Rio Grande do Sul UFRGS).

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Estudantes de iniciação científica apresentarão trabalhos na 32ª RAIC

Entre os dias 05 e 07 de junho acontece a 32ª edição da Reunião Anual de Iniciação Científica – RAIC, na Fiocruz Bahia, organizada pelo Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC). A atividade é aberta ao público e acontece a partir das 08 horas, no Auditório Sonia Andrade.

Participarão da atividade todas e todos os bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), do Programa de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI) – Fiocruz/CNPq, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), Ações Afirmativas e do Edital Iniciação Científica Júnior CNPq – Programa de Vocação Científica (PROVOC).

Cada bolsista terá até 10 minutos para apresentar seu trabalho à banca avaliadora. A banca, por sua vez, poderá dialogar com os estudantes por aproximadamente 10 minutos. Nos dias 05 e 06 haverá as apresentações dos estudantes. Já no dia 07, às 09 horas, acontece a Sessão Científica com o pesquisador e professor da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Wilson Gomes, com o tema “A universidade na era da intolerância”. Após a sessão, será o momento das premiações dos trabalhos e das menções honrosas.

Clique aqui e confira a programação completa.

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Vírus Chikungunya pode ser principal causador de encefalite na Bahia, sugere pesquisa

Uma pesquisa revelou o predomínio do vírus Chikungunya como causador da encefalite em pacientes avaliados entre 2020 e 2022, na Bahia. O trabalho foi coordenado pelos pesquisadores Isadora Cristina de Siqueira, da Fiocruz Bahia, e Tiago Gräf, da Fiocruz Paraná, e teve participação dos doutorandos Maria Paula Sampaio e Mateus Santana do Rosario, pelo Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa, da Fiocruz Bahia. O artigo foi publicado no periódico The International Journal of Infectious Diseases (IJID) e pode ser acessado aqui.

A encefalite é uma síndrome neurológica grave, que tem alta mortalidade e é potencialmente incapacitante, podendo ser ocasionada por infecção bacteriana ou viral no cérebro. Os agentes causadores mais comuns são os herpesvírus e os enterovírus. Mas os arbovírus, um grupo extremamente diversificado de patógenos, também são agentes críticos associados à doença.

O estudo foi realizado em 12 hospitais de três cidades diferentes da Bahia. Pacientes internados em qualquer um desses hospitais que atendessem aos critérios clínicos para encefalite aguda foram inscritos para investigação, totalizando 43 participantes. A causa da encefalite na maioria, 27 casos, não foi identificada. Nove casos testaram positivo para o vírus Chikungunya; três para o vírus Dengue, dois para adenovírus humano, um para vírus varicela-zóster e um para enterovírus. A maioria dos pacientes era do sexo masculino e com idade maior ou igual a 60 anos. Os sintomas mais relatados foram febre, dores nas articulações e dor de cabeça. Confusão mental, sonolência, agitação psicomotora e crises epilépticas foram os sintomas neurológicos predominantes observados na admissão dos pacientes.

Os resultados encontrados reforçam evidências anteriores de que a chikungunya representa uma causa significativa de encefalite durante surtos e epidemias, e complementam as informações existentes sobre a epidemiologia da encefalite no Brasil.

A maioria das amostras positivas para Chikungunya foi coletada entre março e julho de 2020, coincidindo com um surto significativo desse arbovírus na Bahia. Os pesquisadores reconhecem que a positividade para Chikungunya não implica necessariamente numa relação causal entre infecção por Chikungunya e encefalite. No entanto, os dois resultados positivos de PCR que confirmam a presença do vírus no líquido cefalorraquidiano e/ou soro fornecem suporte adicional para esta arbovirose como agente causador de encefalite em regiões endêmicas.

Texto: Jamile Araújo com supervisão de Júlia Lins.

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Mauricio Barreto recebe título de pesquisador internacional distinto da ASTMH 

A Sociedade Americana de Higiene e Medicina Tropical (American Society of Tropical Medicine and Hygiene – ASTMH, na sigla em inglês) selecionou o coordenador do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), Mauricio Barreto, para ser um dos pesquisadores internacionais distintos da associação, por suas realizações na melhoria da compreensão e controle das doenças tropicais. 

O título é um reconhecimento de pessoas não cidadãs norte-americanas, que fizeram “contribuições eminentes em alguma fase da higiene e medicina tropical”. Esse título é concedido após avaliação do Comitê dos Pesquisadores Internacionais Distintos da ASTMH e aprovação dos diretores da instituição.  

Em novembro deste ano, Mauricio receberá o título em uma cerimônia realizada em Nova Orleans, nos Estados Unidos. 

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Resultado da 1ª Etapa do Edital PIBIC FAPESB 2024

A Coordenação do Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC) da Fiocruz Bahia divulga o resultado da 1ª Etapa do Edital PIBIC FAPESB – 2024 do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica (PIBIC), apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB), através do sistema de cotas institucionais. Clique aqui para conferir.

Os orientadores aprovados deverão proceder com a indicação do estudante bolsista, conforme descrito no Edital, entre os dias 21 a 27 de maio de 2024.

Para a implementação da bolsa na FAPESB é necessário encaminhar os documentos solicitados para o e-mail proiic@fiocruz.br. Os documentos devem ser encaminhados em formato PDF, sendo cada documento um arquivo, nomeados conforme descrito no Edital.

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Festival Pint of Science promoveu diálogos sobre ciência de forma descontraída

Nos dias 13, 14 e 15 de maio a Fiocruz Bahia participou do Festival Internacional de Divulgação Científica Pint of Science. O evento gratuito que reuniu um público de quase 500 pessoas ao longo dos três dias, aconteceu na Cervejaria Art Malte, no Rio Vermelho, em Salvador, e contou com a participação de pesquisadores e especialistas, com o intuito de abordar a ciência de forma descontraída e acessível à população. O evento na cidade tem a coordenação geral da pesquisadora da Fiocruz Bahia, Valéria Borges, e a vice coordenação do professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Denis Soares. 

Durante o evento, Valéria Borges reforçou a relevância da interdisciplinaridade, a inclusão, equidade e diversidade para o exercício da ciência. “Não podemos esquecer da pandemia e as tentativas de descredibilização da ciência, o que reforça ainda mais a importância de encontros como o Pint of Science e ações de divulgação científica que levem a pesquisa para fora dos muros das instituições”.  

O tema de abertura do Festival, no dia 13/05, foi ‘Potências Negras: a nossa diversidade faz e move a ciência e a educação’, com mediação de Deboraci Prates, professora da UFBA/Instituto de Ciências da Saúde. Participaram como painelistas Marilda Gonçalves, diretora da Fiocruz Bahia; Miriam Reis, diretora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), Campus dos Malës; e Antonio Alberto Lopes, diretor da Faculdade de Medicina da UFBA. 

Marilda Gonçalves compartilhou sua experiência ainda como estudante de Farmácia, de ser uma das duas pessoas negras da sua turma, e ressaltou que devido às políticas afirmativas como as cotas, o cenário nas universidades está mudando e se tornando um ambiente mais diverso. “Acho que estar na Fiocruz e ser a primeira mulher diretora também foi um passo muito importante. Hoje, com o nosso instituto completando 67 anos, fizemos uma grande festa de aniversário e isso foi muito bom para mostrar que pessoas negras e outras mulheres podem ocupar esse cargo, e que a gente pode transformar sim, porque o Brasil é um país plural, temos diversidade e isso tem que estar incorporado no nosso cotidiano”, destacou. 

Além disso, a pesquisadora pontuou a importância de compartilhar a atuação profissional de pessoas negras e como tais experiências podem ser um legado para as gerações futuras. “Precisamos mudar a realidade que está posta. O racismo existe, e acho que é importante a gente falar dele em lugares como esse, falando da nossa trajetória, do que nós fizemos e do quanto que conseguimos mudar vidas”, observou Gonçalves. 

“Comunicando Ciência” 

Em clima de descontração, a segunda noite do festival, realizada na terça-feira, 14/05, teve como tema: ‘Comunicando Ciência: tudo o que você sempre quis saber sobre vacinas e tinha vergonha de perguntar’.   

O painel, moderado pelo coordenador da Gestão da Comunicação e Divulgação Científica da Fiocruz Bahia, Antonio Brotas, contou com a participação da vice-diretora de Ensino e Informação da Fiocruz Bahia, Claudia Brodskyn; da pesquisadora da Fiocruz Bahia e membro da Academia de Ciências da Bahia, Viviane Boaventura; do pesquisador da Fiocruz Bahia e líder do Centro de Pesquisas Clínica (CPEC) das Obras Sociais Irmã Dulce, Edson Duarte e da professora da UFBA e membro da Academia de Ciências da Bahia, Suani Pinho.    

Cláudia Brodskyn iniciou a noite explicando sobre como o sistema imunológico do ser humano reage durante o processo de vacinação. A pesquisadora falou sobre o papel da vacina e a sua importância no combate às doenças, especialmente ao coronavírus. “A vacina da Covid-19 é o nosso exemplo mais recente, mas é importante lembrar que temos muitas outras que também são importantes”, lembrou.   

Edson Moreira falou sobre a produção das vacinas, explicando cada etapa de produção, os testes realizados e os critérios de segurança adotados durante a produção, distribuição e aplicação dos imunizantes. “As vacinas são seguras, foram produzidas com muito cuidado e merecem, no mínimo, a nossa gratidão”, defendeu.   

Viviane Boaventura também abordou a segurança e os requisitos para aprovação de uma vacina e sobre a realização de estudos de acompanhamento dos seus efeitos. “Toda vez que temos um relato de efeitos adversos que podem ser associados ao uso das vacinas, isso é encaminhado formalmente para as autoridades de saúde, a empresa produtora é obrigada a manter uma vigilância e os pesquisadores também fazem o papel de acompanhar a etapa após a sua produção”, tranquilizou a pesquisadora.   

Enquanto Suani Pinho abordou os modelos matemáticos para explicar as taxas de transmissão e disseminação do vírus, especialmente durante a epidemia do Covid-19, ressaltando a importância desses dados para o estabelecimento de medidas sanitárias e epidemiológicas pelos órgãos de saúde buscando beneficiar a população.  

“Cidadania, arte e inovação” 

Já na quarta-feira, 15/05, terceira e última noite do festival Pint of Science, o tema debatido foi ‘A ciência está em tudo: cidadania, arte e inovação’. Com a moderação de Denis Soares, o painel contou com a participação de Lynn Alves, professora do Instituto de Humanidades, Artes & Ciências Professor Milton Santos da UFBA; da professora do Instituto de Ciência da Informação da UFBA, Bárbara Coelho; do José Maurício Brandão, diretor da Escola de Música da UFBA e do Paulo Miguez, reitor da UFBA. 

Lynn Alves mencionou que, apesar de avanços, ainda existe uma resistência à aceitação da pesquisa em áreas humanas como parte do processo do desenvolvimento científico. Paulo Miguez ressaltou a importância da compreensão da construção da arte e a pesquisa em áreas humanas como parte do fazer científico. O pesquisador falou ainda sobre a relevância da incerteza e o olhar subjetivo para o fazer artístico, reforçando também a importância de eventos como o Pint of Science como um espaço de enfrentamento a discursos que descredibilizam a ciência e a arte.  

Para José Maurício Brandão o fazer artístico é tão profundo quanto o fazer ciência. Durante sua contribuição ao painel, Brandão mencionou que há algumas décadas atrás havia uma pressão para que a pesquisa em música se adequasse aos moldes das ciências exatas, como forma de ser levada a sério. Bárbara Coelho reforçou a urgência da discussão sobre o avanço do uso indiscriminado da inteligência artificial (IA), seu objeto de estudo, especialmente durante o período de processo eleitoral. Ressaltou ainda o impacto da IA nas pautas de equidade de gênero e raciais 

O festival 

O Pint of Science teve início no ano de 2013, em Londres, por iniciativa de estudantes que queriam contar sobre suas pesquisas e os seus resultados positivos utilizando ambientes descontraídos como bares e restaurantes. 

No Brasil, o festival chegou no ano de 2015 e, em Salvador, ocorre desde 2017, inicialmente coordenado pelo pesquisador Denis Soares, da Faculdade de Farmácia da UFBA. Este ano o evento foi coordenado pela cientista Valéria Borges, da Fiocruz Bahia. Em 2024, o Pint of Science aconteceu simultaneamente em 25 países e em mais de 400 cidades em todo o mundo, 179 delas no Brasil. 

A organização do Pint of Science Salvador contou com uma comissão local formada por Jailson Andrade (UFBA/Apub Sindicato), Samuel Pita (UFBA), Rafael Short (UFBA), Daniel Almeida (CIMATEC), Márcio Santos (Fiocruz Bahia), Jéssica Ferro (UFBA), Yasmin Monara (Fiocruz Bahia) e Yasmin Luz (Fiocruz Bahia). O evento foi apoiado pela Cervejaria ArtMalte, Bons de Fogo, Assessoria de imprensa Berradêro, Academia de Ciências da Bahia, Apub Sindicato, Síntese Biotecnologia e CBDMed Brasil. O Pint of Science mobilizou ainda a equipe da Vice-Diretoria de Ensino da Fiocruz Bahia e cerca de 50 voluntários dos programas de graduação e pós-graduação das instituições de ensino e pesquisa envolvidas. Esta edição contou ainda com uma cerveja “Pint” exclusiva produzida com malte e lúpulo nacional e promoveu uma ação solidária SOS Rio Grande do Sul, arrecadando material de higiene pessoal para doação. 

O Festival Internacional de Divulgação Cientifica já tem data para ocorrer em 2025, nos dias 19, 20 e 21 de maio e promete ampliar as ações de popularização da Ciência ao redor do mundo.   

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Estudo comparou respostas ao tratamento nas formas disseminada e cutânea da leishmaniose

Um estudo avaliou as respostas ao tratamento de 202 pacientes infectados por Leishmania braziliensis, metade com leishmaniose disseminada e outra metade com a forma cutânea, de região endêmica da doença, Corte de Pedra, no sudeste da Bahia. O trabalho, coordenado por Edgar M. Carvalho, pesquisador da Fiocruz Bahia, teve o objetivo principal de investigar se o número de lesões influenciava as manifestações clínicas e a resposta à terapia.

A leishmaniose disseminada é uma forma agressiva de leishmaniose tegumentar associada a múltiplas lesões na pele e de várias formas (pápulas, acneiformes, nódulos e úlceras) em mais de duas regiões do corpo. Ela foi descrita principalmente no Brasil em pacientes infectados pela Leishmania (Viannia) braziliensis, mas a doença está documentada em outros países das Américas.

Para determinar a relação entre a resposta imune e as manifestações clínicas e a resposta à terapia, os pesquisadores avaliaram a presença de moléculas, citocinas e quimiocinas, após estímulo das células sanguíneas com antígeno de leishmania. Os pacientes foram tratados com antimoniato de meglumina por 20 dias para leishmaniose cutânea e 30 dias nos casos de leishmaniose disseminada; 19 pacientes com leishmaniose disseminada foram tratados com anfotericina B, miltefosina ou miltefosina e antimoniato de meglumina.

A taxa de cura do antimoniato de meglumina foi baixa tanto para leishmaniose disseminada (44%) quanto para leishmaniose cutânea (60%), mas o tempo de cura foi maior na leishmaniose disseminada. A menor taxa de cura (22%) foi encontrada em pacientes com leishmaniose disseminada com número maior que 100 lesões. No entanto, o tratamento com antimoniato de meglumina associado a miltefosina curou todos os pacientes com leishmaniose disseminada, sugerindo que esta combinação deve ser considerada como terapia de primeira escolha para esta forma da doença.

A pesquisa foi publicada no periódico Emerging Infectious Diseases e pode ser acessada aqui.

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Abertas as inscrições do processo seletivo 2024.2 do PGBSMI

A coordenação do programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PGBSMI) divulga a chamada para inscrição de candidatos que desejem participar do processo seletivo 2024.2 para ingresso no programa, nível de Mestrado e Doutorado, nas datas e demais condições especificadas no edital. As inscrições vão até 13 de maio.

Os cursos do PGBSMI destinam-se à formação de profissionais com elevada qualificação para o exercício da atividades acadêmicas, científicas e tecnológicas nas suas áreas de concentração. O Mestrado tem por objetivo o aprofundamento do conhecimento técnico, científico e ético do aluno, visando a qualificação supracitada. O Doutorado tem adicionalmente por objetivo o desenvolvimento da capacidade de pesquisar com autonomia e originalidade e de produzir novos conhecimentos. O programa capacitará seus alunos a atualizarem-se em suas áreas de formação, com base na resolução de problemas e na análise crítica da produção científica mundial em suas áreas específicas.

Para consultar o edital e se inscrever clique aqui.

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Exposição Fotográfica Memória da Fiocruz Bahia está aberta ao público com entrada gratuita

Se você se interessa por curiosidades do universo científico, fatos sobre a Saúde Pública na Bahia e imagens históricas, não pode perder a Exposição Fotográfica Memórias da Fiocruz Bahia. Aberta ao público e com entrada gratuita, a exposição em homenagem aos 67 anos da instituição reúne registros fotográficos preservados desde a década de 1940, antes mesmo do marco fundacional do IGM, que corresponde à criação do ‘Núcleo de Pesquisas da Bahia’, em 1957, pelo pesquisador Octávio Mangabeira Filho.

Dentre os principais registros estão fotografias de pesquisadores e pesquisadoras em plena função, tanto nos laboratórios, como em trabalhos de campo, imagens de vetores e parasitos, fotografias das estruturas físicas dos prédios e laboratórios e muito mais.

Aberta a toda a comunidade externa, a exposição é destinada ao público de diferentes idades, estudantes da rede pública ou privada, graduandos, pós-graduandos, profissionais de saúde, organizações e pessoas interessadas em conhecer um pouco mais sobre a trajetória da Fundação Oswaldo Cruz na Bahia.

As visitações acontecem às quartas e sextas-feiras, das 14h às 16h, com passeio guiado pelas instalações da instituição. O agendamento pode ser feito através do e-mail ascom.bahia@fiocruz.br. A Fiocruz Bahia está localizada na Rua Waldemar Falcão, número 121, Candeal, Salvador/BA.

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CineFIO promove sessões de cinema e debate na Fiocruz Bahia

A Fiocruz Bahia promoverá três sessões de cinema, com filmes de curta e média metragem, seguidas de debate com a participação de pesquisadoras. Voltado para estudantes do ensino médio, professores da rede de ensino (municipal, estadual e privada), profissionais da saúde e docentes universitários e de pós-graduação, o CineFIO tem entrada gratuita e será realizado no auditório Sonia Andrade, nos dias 17/05, 24/05 e 07/06, a partir das 15h.

O CineFIO utiliza o cinema enquanto estratégia pedagógica para educação em saúde, divulgando e promovendo debates a partir de uma metodologia de ensino-aprendizagem inovadora.

Confira a programação:

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