Fiocruz Bahia realiza feira de ciências, saúde e cultura em escolas municipais de Cachoeira

O Projeto Pontes Científicas, da Fiocruz Bahia, realizou nos dias 28 e 29 de maio, a Feira de Ciências, Saúde e Cultura em escolas municipais da sede e de comunidades quilombolas de Cachoeira. A iniciativa tem como principal objetivo difundir entre as escolas o conhecimento produzido no âmbito da Fiocruz Bahia, considerando a diversidade cultural e social da população e visa aproximar e estimular a participação dos jovens no fazer científico desenvolvido pela instituição, fortalecendo a cidadania. As atividades envolveram cerca de 700 estudantes e a equipe de 27 pessoas da Fiocruz Bahia. 

Pesquisadores, estudantes de pós-graduação e colaboradores da Fiocruz Bahia apresentaram estudos sobre doença falciforme, calazar (leishmaniose) e saúde ambiental, fizeram demonstrações de vídeo, podcast e fotografia e ministraram oficinas sobre câncer de mama, arboviroses (dengue, zika e chikungunya), grafite e de mudas de plantas alimentícias não convencionais (PANCS). Também foram oferecidos serviços de saúde com profissionais de odontologia e enfermagem, da Secretaria Municipal de Saúde de Cachoeira, e realizada uma feira de ciências dos estudantes das escolas participantes, além de apresentações dos grupos culturais locais Raízes do Ebano, ABW Crew e Capoeira Abalou Cachoeira. O evento teve o apoio da Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (OBSMA), da Fiocruz.

Participaram da Feira o secretário de Educação de Cachoeira, Roberto Gomes; a secretaria de Saúde de Cachoeira, Edelzuita Neta; o secretário de cultura de Cachoeira, Marcelo Souza; a coordenadora Geral de Divulgação Científica da Fiocruz, Cristina Araripe; a vice-diretora de Ensino da Fiocruz Bahia, Claudia Brodskyn; o coordenador do Projeto Pontes Científicas, Antonio Brotas; e a diretora do Centro de Artes Humanidades e Letras da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), Dyane Brito.

O secretário de Educação destacou o interesse dos estudantes pelas atividades e enfatizou a contribuição dessas atividades na educação científica e no interesse dos estudantes pela ciência. “Vemos isso refletido no olhar das crianças, na participação dos profissionais, todo mundo interessado e tendo a expectativa criada, realizada. Que essa iniciativa se expanda na rede municipal de ensino e se repita por muitas vezes”, declarou. 

“A gente traz a ciência para próximo das pessoas que precisam entender melhor o que é o fazer científico, especialmente da Fiocruz. O conhecimento precisa ser apropriado, compreendido pela população de um modo geral”, disse Cristina Araripe, que também destacou a importância do trabalho realizado junto à escola. “Para a OBSMA isso é fundamental, ela não existe sem a gente estar em contato com esses jovens estudantes e seus professores”, completou.

Claudia Brodskyn salientou o efeito multiplicador do projeto. “É extremamente eficaz, porque os estudantes levam esses conhecimentos aos seus pais, suas famílias, e isso é fundamental para a divulgação da ciência brasileira, para a gente evitar desinformação e as fakenews. Isso deve ser perpetuado também em outros municípios e escolas”.

O coordenador do projeto contou que a iniciativa começou no ano passado e será finalizado com uma atividade mais ampla para toda população de Cachoeira, na Estação Ferroviária, em novembro. “O projeto é parte da política de divulgação científica da Fiocruz Bahia, de interiorizar as atividades através de parcerias com prefeituras, Governo do Estado e universidades, de modo a apresentar as pesquisas da instituição e estimular a participação de estudantes e cientistas promovendo o interesse pela ciência”. 

A pesquisadora da Fiocruz Bahia, Valéria Borges, falou sobre a importância de interagir com os professores das escolas e desenvolver estratégias para transmitir o conhecimento para a comunidade. “Também é papel do cientista levar a ciência a extramuros, de popularizar a ciência e ter junto nessa equipe os estudantes que estão em formação na Fiocruz, dos programas de pós-graduação, de iniciação científica para que eles se motivem e sejam disseminadores desses saberes científicos, principalmente das linhas de pesquisas que desenvolvemos”.

Saul Lomba, vice-diretor do Colégio Estadual Quilombola de Tempo Integral, que faz parte do projeto de oficinas de desinformação para alunos de escolas públicas da Bahia, observou que a aproximação da Fiocruz Bahia com a educação escolar quilombola é um propulsor para a aproximação da ciência. “O espaço da universidade não foi acessível por muitos anos aos estudantes quilombolas. Quando você traz esse espaço de ciência para a escola, promovendo essa difusão de conhecimento e aproxima esse saber, faz os estudantes entenderem que o que já foi produzido através das tradições, da cultura, da oralidade, pode se entrelaçar com o conhecimento científico”.

Marcos Santos, mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PGBSMI), da Fiocruz Bahia, ressaltou o ambiente de troca de conhecimento durante as atividades. “Enquanto a gente está ensinando, eles também estão ensinando para a gente outras formas de abordar, de ver o mundo, porque, às vezes, acabamos ficando presos ao que estamos estudando e não captamos como esse conhecimento produzido chega a essas pessoas e como elas também podem contribuir muito com a gente. Também construímos pontes para que conheçam o que é fazer ciência, porque muitas vezes as pessoas acham que é como nos filmes, com super laboratórios e que o cientista é alguém inalcançável. Mas eu faço ciência, as pessoas ao meu redor fazem ciência. Às vezes, o cientista é o nosso irmão, colega, vizinho”.

O evento foi realizado em parceria com as Secretarias Municipais de Educação, Saúde e Cultura, com apoio da Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (OBSMA) e do Colégio Estadual Quilombola da Bacia do Iguape. O projeto é desenvolvido pela Fiocruz Bahia, através do edital de Apoio à Produção de Conteúdo para a Difusão do Conhecimento Científico, Tecnológico e de Inovação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), com parceria da Secretaria de Educação de Cachoeira.

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Oropouche: estabelecimento do vírus é provável já que vetor está presente em todo o Brasil, aponta pesquisador

O aumento das notificações da febre Oropouche têm chamado a atenção das autoridades de saúde e da população para o possível surgimento de uma nova epidemia. O Oropouche é um arbovírus (vírus transmitido por vetores), até então desconhecido pela maioria das pessoas, e os sintomas são semelhantes aos de outras arboviroses, como dengue, zika e chikungunya. Por isso, a importância do protocolo de diagnóstico por PCR em tempo real na detecção do vírus Oropouche, para diferenciação dessas outras doenças. A Bahia teve, em março, seis casos confirmados de febre Oropouche, em abril aumentou para 80 e até o dia 03 de junho já foram confirmados mais de 610 casos, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde da Bahia.

A Fiocruz Bahia conversou com o virologista Felipe Naveca, chefe do Laboratório de Arbovírus e Vírus Hemorrágicos no Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e coordenador do Núcleo de Vigilância de Vírus Emergentes, Reemergentes ou Negligenciados da Fiocruz Amazônia, onde foi desenvolvido o protocolo para diagnóstico da doença atualmente utilizado pelo Ministério da Saúde no Brasil e recomendado pela Organização Pan-Americana da Saúde – OPAS para outros países da América Latina.

Em entrevista, o especialista disse que o vírus Oropouche circula na região Amazônica há mais de 50 anos e que o aumento da vigilância explica, ao menos em parte, o elevado número de casos confirmados. Naveca falou também sobre a origem da doença, os sintomas, como é possível se proteger e quais os desafios para o enfrentamento da doença.

Fiocruz Bahia – Qual a origem da febre Oropouche e como ela chegou ao Brasil?
Felipe Naveca – O vírus Oropouche, que causa febre Oropouche, foi descoberto na cidade de Vega de Oropouche, em Trinidad e Tobago, e por isso recebeu esse nome. Assim como vários arbovírus, é um vírus que recebeu o nome da região onde foi isolado inicialmente. A presença do vírus Oropouche foi detectada na região Amazônica na década de 60. A entrada dele no território não é exatamente conhecida, mas se sabe que desde essa década ele circula em áreas da região Amazônica, especialmente em ciclos que envolvem animais reservatórios e vetores silvestres.

Fiocruz Bahia – De que forma e por que o espalhamento desta doença se dá no país nesse momento?
Felipe Naveca – Nós temos duas possíveis respostas. Uma é o espalhamento do vírus de fato, provavelmente por conta da mudança de comportamento do vetor, pelo aumento do desmatamento e por conta das alterações climáticas, principalmente o aumento de temperatura e regimes de chuva, que favorecem a proliferação do mosquito. No entanto, essa pode não ser a única resposta, uma vez que houve o aumentou da vigilância. Pelo menos desde 2016, nós, da Fiocruz Amazônia, temos trabalhado em defender a necessidade de que a testagem para o Oropouche seja implantada de forma sistemática pela Vigilância. O atual governo federal comprou essa ideia e conseguimos fazer a descentralização através do Ministério da Saúde para todos os laboratórios centrais dos estados. Com os testes, se detectou os casos que estavam ocorrendo. Ainda não é possível afirmar quando que ocorreu a entrada em cada estado, mas o aumento dos casos se deve também ao aumento da vigilância.

Fiocruz Bahia – A Oropouche também está avançando em outros países?
Felipe Naveca – Sim, atualmente nós temos registro da febre Oropouche na Colômbia, no Peru e na Bolívia. Recentemente Cuba também relatou casos.

Fiocruz Bahia – Com esse crescimento rápido no estado da Bahia, a perspectiva é que essa doença se estabeleça como outras arboviroses?
Felipe Naveca – A possibilidade de se estabelecer a transmissão do Oropouche na Bahia ou em qualquer outro estado é bastante clara, uma vez que a gente tem presença do vetor em todo o Brasil. Isso é uma possibilidade sim, uma vez que se estabelece um ciclo: quanto mais casos aparecem, maior a chance de se estabelecer uma rotina de transmissão contínua por vários anos. Com o aumento da vigilância estamos conseguindo ver aquilo que de repente estava circulando há algum tempo.

Fiocruz Bahia – O ciclo de transmissão é semelhante ao da dengue?
Felipe Naveca – O ciclo de transmissão só é parecido com o da dengue por contar com um vetor, mas o vetor não é o Aedes aegypti, é o Culicoides paraensis, nome científico do mosquito popularmente conhecido como maruim, meruim ou mosquito-pólvora, dependendo da região. A literatura aponta que há possibilidade de mosquitos do gênero Culex (conhecido como muriçoca ou pernilongo) estarem atuando como vetores secundários. Então é parecida com a dengue no sentido de ter um vetor, mas é diferente uma vez que não é o mesmo vetor.

Fiocruz Bahia – O Aedes aegypti tem competência para transmitir o Oropouche?
Felipe Naveca – Os estudos até o momento mostram que o Aedes aegypti não tem a capacidade de transmitir, mas isso é o que conhecemos até o momento, e a partir de análises de linhagens antigas do vírus, da década de 60. É preciso também estar atento que o vírus vai continuar evoluindo e que a gente precisa também fazer essa investigação mais a fundo agora com a linhagem mais recente. Mas o dado que temos hoje é que o Aedes aegypti não é um transmissor do vírus Oropouche.

Fiocruz Bahia – Por ser outro vetor, quais os desafios para prevenção da proliferação do mosquito e quais as medidas para se proteger da doença?  
Felipe Naveca – Uma vez que o vetor é diferente da dengue, algumas estratégias também serão diferentes. Os cuidados pessoais como utilização de repelente e roupas compridas em áreas onde há presença do vetor também são a melhor forma de impedir a picada e consequentemente a possibilidade de transmissão do vírus. Mas, por não ser um vetor tipicamente urbano, por não estar presente dentro das residências, como os Aedes, alguns cuidados também são diferentes. Esse vetor se cria bastante em áreas com matéria orgânica em decomposição, como restos de folhas ou outro material orgânico, e com umidade, esse é o ambiente preferido para proliferação do vetor.

Fiocruz Bahia – Quais são os sintomas e o que diferencia a Oropouche das outras arboviroses? Pode ser letal?
Felipe Naveca – Não dá para diferenciar a febre Oropouche, por exemplo, da dengue. São sintomas muito parecidos, como febre, mal-estar e dor generalizada. É virtualmente impossível descrever se é Oropouche ou dengue baseado somente na sintomatologia. Não podemos esquecer que uma parte dos pacientes, em torno de 50%, relata um quadro onde tem a presença dos sintomas e depois os sintomas cessam podendo voltar depois de alguns dias, isso chamaria a atenção para Oropouche, mas baseados nos sintomas de fase aguda é praticamente impossível de ter certeza. Até o momento não foram confirmados os óbitos, apesar de alguns casos descritos na literatura evoluírem com formas neurológicas, como encefalite, meningite. Nós temos casos que estão sendo investigados com relação ao óbito, mas não se tem a confirmação até o momento.

Fiocruz Bahia – É um vírus que sofre mutações rapidamente?
Felipe Naveca – Os vírus de RNA sofrem mais mutações do que os vírus de DNA, por conta de uma característica intrínseca da replicação do RNA, que é a falta de correção. No entanto, por ser um arbovírus, ele evolui menos rapidamente do que, por exemplo, o vírus Influenza, ou HIV.

Fiocruz Bahia – Qual o estado das pesquisas em Oropouche? Há estudos relacionados à vacina e tratamento, por exemplo?
Felipe Naveca – Desconheço estudos relacionados à vacina, mas com o aumento dos casos confirmados, a gente começa a mostrar melhor essa necessidade de tratamento. Assim como para outros vírus, temos hoje um tratamento sem a utilização de drogas específicas que possam atuar no combate à febre Oropouche, o que temos é o tratamento para alívio dos sintomas do paciente.

Fiocruz Bahia – Quais novos desafios a doença pode trazer para a Saúde Pública?
Felipe Naveca – É mais uma doença causada por um arbovírus a circular e o primeiro passo do ponto de vista da Saúde Pública foi dado com esse aumento da Vigilância, não só no Brasil, como em outros países da América Latina. O Ministério da Saúde distribuiu o método que nós desenvolvemos na Fiocruz Amazônia para todos os laboratórios centrais do país. A OPAS levou para diversos países e isso já resultou na detecção em outros países. Primeiro é preciso conhecer o tamanho do problema, sendo esse o primeiro passo para depois pensar em medidas mais efetivas do próprio controle da doença, mas no momento a gente ainda está bastante no início se comparado, por exemplo, ao que se sabe de dengue, chikungunya e zika.

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ELSA-Brasil lança boletim no dia mundial do Meio Ambiente

Na perspectiva de que o ambiente influencia a saúde, o Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil) apresentou o boletim dedicado ao Dia Mundial do Meio Ambiente. No documento são divulgados os principais resultados sobre a relação de características do ambiente de moradia com a saúde dos participantes do projeto.

O Dia Mundial do Meio Ambiente é celebrado no dia 05 de junho e foi estabelecido em 1972 pela Organização das Nações Unidas (ONU) durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano em Estocolmo, Suécia. A data é dedicada à mobilização da sociedade para a conscientização sobre os problemas ambientais e para o desenvolvimento de ações de preservação dos recursos naturais e de desenvolvimento sustentável.

A pesquisadora da Fiocruz Bahia, Conceição Almeida, é vice-coordenadora do ELSA na Bahia. Para baixar o boletim na íntegra, acesse aqui.

ELSA-Brasil

O ELSA-Brasil é uma investigação multicêntrica de coorte composta por 15 mil funcionários de seis instituições públicas de ensino superior e pesquisa das regiões Nordeste, Sul e Sudeste do Brasil, proposto pelo Ministério da Saúde, em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia.

A pesquisa tem o propósito de investigar a incidência e os fatores de risco para doenças crônicas, em particular, as cardiovasculares e o diabetes. Investiga, também, as associações entre as doenças e os fatores biológicos, comportamentais, ambientais, ocupacionais e sociais. Com Centros de Investigação distribuídos em seis estados, tem como objetivo também analisar as possíveis variações regionais relacionadas a essas enfermidades no país.

Para isso, foi selecionado um consórcio formado por seis instituições de diferentes estados do país: Fundação Oswaldo Cruz (Rio de Janeiro), Universidade de São Paulo (USP), e as universidades federais da Bahia (UFBA), Espírito Santo (Ufes), Minas Gerais (UFMG) e Rio Grande do Sul UFRGS).

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Estudantes de iniciação científica apresentarão trabalhos na 32ª RAIC

Entre os dias 05 e 07 de junho acontece a 32ª edição da Reunião Anual de Iniciação Científica – RAIC, na Fiocruz Bahia, organizada pelo Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC). A atividade é aberta ao público e acontece a partir das 08 horas, no Auditório Sonia Andrade.

Participarão da atividade todas e todos os bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), do Programa de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI) – Fiocruz/CNPq, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), Ações Afirmativas e do Edital Iniciação Científica Júnior CNPq – Programa de Vocação Científica (PROVOC).

Cada bolsista terá até 10 minutos para apresentar seu trabalho à banca avaliadora. A banca, por sua vez, poderá dialogar com os estudantes por aproximadamente 10 minutos. Nos dias 05 e 06 haverá as apresentações dos estudantes. Já no dia 07, às 09 horas, acontece a Sessão Científica com o pesquisador e professor da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Wilson Gomes, com o tema “A universidade na era da intolerância”. Após a sessão, será o momento das premiações dos trabalhos e das menções honrosas.

Clique aqui e confira a programação completa.

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Vírus Chikungunya pode ser principal causador de encefalite na Bahia, sugere pesquisa

Uma pesquisa revelou o predomínio do vírus Chikungunya como causador da encefalite em pacientes avaliados entre 2020 e 2022, na Bahia. O trabalho foi coordenado pelos pesquisadores Isadora Cristina de Siqueira, da Fiocruz Bahia, e Tiago Gräf, da Fiocruz Paraná, e teve participação dos doutorandos Maria Paula Sampaio e Mateus Santana do Rosario, pelo Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa, da Fiocruz Bahia. O artigo foi publicado no periódico The International Journal of Infectious Diseases (IJID) e pode ser acessado aqui.

A encefalite é uma síndrome neurológica grave, que tem alta mortalidade e é potencialmente incapacitante, podendo ser ocasionada por infecção bacteriana ou viral no cérebro. Os agentes causadores mais comuns são os herpesvírus e os enterovírus. Mas os arbovírus, um grupo extremamente diversificado de patógenos, também são agentes críticos associados à doença.

O estudo foi realizado em 12 hospitais de três cidades diferentes da Bahia. Pacientes internados em qualquer um desses hospitais que atendessem aos critérios clínicos para encefalite aguda foram inscritos para investigação, totalizando 43 participantes. A causa da encefalite na maioria, 27 casos, não foi identificada. Nove casos testaram positivo para o vírus Chikungunya; três para o vírus Dengue, dois para adenovírus humano, um para vírus varicela-zóster e um para enterovírus. A maioria dos pacientes era do sexo masculino e com idade maior ou igual a 60 anos. Os sintomas mais relatados foram febre, dores nas articulações e dor de cabeça. Confusão mental, sonolência, agitação psicomotora e crises epilépticas foram os sintomas neurológicos predominantes observados na admissão dos pacientes.

Os resultados encontrados reforçam evidências anteriores de que a chikungunya representa uma causa significativa de encefalite durante surtos e epidemias, e complementam as informações existentes sobre a epidemiologia da encefalite no Brasil.

A maioria das amostras positivas para Chikungunya foi coletada entre março e julho de 2020, coincidindo com um surto significativo desse arbovírus na Bahia. Os pesquisadores reconhecem que a positividade para Chikungunya não implica necessariamente numa relação causal entre infecção por Chikungunya e encefalite. No entanto, os dois resultados positivos de PCR que confirmam a presença do vírus no líquido cefalorraquidiano e/ou soro fornecem suporte adicional para esta arbovirose como agente causador de encefalite em regiões endêmicas.

Texto: Jamile Araújo com supervisão de Júlia Lins.

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Mauricio Barreto recebe título de pesquisador internacional distinto da ASTMH 

A Sociedade Americana de Higiene e Medicina Tropical (American Society of Tropical Medicine and Hygiene – ASTMH, na sigla em inglês) selecionou o coordenador do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), Mauricio Barreto, para ser um dos pesquisadores internacionais distintos da associação, por suas realizações na melhoria da compreensão e controle das doenças tropicais. 

O título é um reconhecimento de pessoas não cidadãs norte-americanas, que fizeram “contribuições eminentes em alguma fase da higiene e medicina tropical”. Esse título é concedido após avaliação do Comitê dos Pesquisadores Internacionais Distintos da ASTMH e aprovação dos diretores da instituição.  

Em novembro deste ano, Mauricio receberá o título em uma cerimônia realizada em Nova Orleans, nos Estados Unidos. 

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Resultado da 1ª Etapa do Edital PIBIC FAPESB 2024

A Coordenação do Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC) da Fiocruz Bahia divulga o resultado da 1ª Etapa do Edital PIBIC FAPESB – 2024 do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica (PIBIC), apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB), através do sistema de cotas institucionais. Clique aqui para conferir.

Os orientadores aprovados deverão proceder com a indicação do estudante bolsista, conforme descrito no Edital, entre os dias 21 a 27 de maio de 2024.

Para a implementação da bolsa na FAPESB é necessário encaminhar os documentos solicitados para o e-mail proiic@fiocruz.br. Os documentos devem ser encaminhados em formato PDF, sendo cada documento um arquivo, nomeados conforme descrito no Edital.

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Festival Pint of Science promoveu diálogos sobre ciência de forma descontraída

Nos dias 13, 14 e 15 de maio a Fiocruz Bahia participou do Festival Internacional de Divulgação Científica Pint of Science. O evento gratuito que reuniu um público de quase 500 pessoas ao longo dos três dias, aconteceu na Cervejaria Art Malte, no Rio Vermelho, em Salvador, e contou com a participação de pesquisadores e especialistas, com o intuito de abordar a ciência de forma descontraída e acessível à população. O evento na cidade tem a coordenação geral da pesquisadora da Fiocruz Bahia, Valéria Borges, e a vice coordenação do professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Denis Soares. 

Durante o evento, Valéria Borges reforçou a relevância da interdisciplinaridade, a inclusão, equidade e diversidade para o exercício da ciência. “Não podemos esquecer da pandemia e as tentativas de descredibilização da ciência, o que reforça ainda mais a importância de encontros como o Pint of Science e ações de divulgação científica que levem a pesquisa para fora dos muros das instituições”.  

O tema de abertura do Festival, no dia 13/05, foi ‘Potências Negras: a nossa diversidade faz e move a ciência e a educação’, com mediação de Deboraci Prates, professora da UFBA/Instituto de Ciências da Saúde. Participaram como painelistas Marilda Gonçalves, diretora da Fiocruz Bahia; Miriam Reis, diretora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), Campus dos Malës; e Antonio Alberto Lopes, diretor da Faculdade de Medicina da UFBA. 

Marilda Gonçalves compartilhou sua experiência ainda como estudante de Farmácia, de ser uma das duas pessoas negras da sua turma, e ressaltou que devido às políticas afirmativas como as cotas, o cenário nas universidades está mudando e se tornando um ambiente mais diverso. “Acho que estar na Fiocruz e ser a primeira mulher diretora também foi um passo muito importante. Hoje, com o nosso instituto completando 67 anos, fizemos uma grande festa de aniversário e isso foi muito bom para mostrar que pessoas negras e outras mulheres podem ocupar esse cargo, e que a gente pode transformar sim, porque o Brasil é um país plural, temos diversidade e isso tem que estar incorporado no nosso cotidiano”, destacou. 

Além disso, a pesquisadora pontuou a importância de compartilhar a atuação profissional de pessoas negras e como tais experiências podem ser um legado para as gerações futuras. “Precisamos mudar a realidade que está posta. O racismo existe, e acho que é importante a gente falar dele em lugares como esse, falando da nossa trajetória, do que nós fizemos e do quanto que conseguimos mudar vidas”, observou Gonçalves. 

“Comunicando Ciência” 

Em clima de descontração, a segunda noite do festival, realizada na terça-feira, 14/05, teve como tema: ‘Comunicando Ciência: tudo o que você sempre quis saber sobre vacinas e tinha vergonha de perguntar’.   

O painel, moderado pelo coordenador da Gestão da Comunicação e Divulgação Científica da Fiocruz Bahia, Antonio Brotas, contou com a participação da vice-diretora de Ensino e Informação da Fiocruz Bahia, Claudia Brodskyn; da pesquisadora da Fiocruz Bahia e membro da Academia de Ciências da Bahia, Viviane Boaventura; do pesquisador da Fiocruz Bahia e líder do Centro de Pesquisas Clínica (CPEC) das Obras Sociais Irmã Dulce, Edson Duarte e da professora da UFBA e membro da Academia de Ciências da Bahia, Suani Pinho.    

Cláudia Brodskyn iniciou a noite explicando sobre como o sistema imunológico do ser humano reage durante o processo de vacinação. A pesquisadora falou sobre o papel da vacina e a sua importância no combate às doenças, especialmente ao coronavírus. “A vacina da Covid-19 é o nosso exemplo mais recente, mas é importante lembrar que temos muitas outras que também são importantes”, lembrou.   

Edson Moreira falou sobre a produção das vacinas, explicando cada etapa de produção, os testes realizados e os critérios de segurança adotados durante a produção, distribuição e aplicação dos imunizantes. “As vacinas são seguras, foram produzidas com muito cuidado e merecem, no mínimo, a nossa gratidão”, defendeu.   

Viviane Boaventura também abordou a segurança e os requisitos para aprovação de uma vacina e sobre a realização de estudos de acompanhamento dos seus efeitos. “Toda vez que temos um relato de efeitos adversos que podem ser associados ao uso das vacinas, isso é encaminhado formalmente para as autoridades de saúde, a empresa produtora é obrigada a manter uma vigilância e os pesquisadores também fazem o papel de acompanhar a etapa após a sua produção”, tranquilizou a pesquisadora.   

Enquanto Suani Pinho abordou os modelos matemáticos para explicar as taxas de transmissão e disseminação do vírus, especialmente durante a epidemia do Covid-19, ressaltando a importância desses dados para o estabelecimento de medidas sanitárias e epidemiológicas pelos órgãos de saúde buscando beneficiar a população.  

“Cidadania, arte e inovação” 

Já na quarta-feira, 15/05, terceira e última noite do festival Pint of Science, o tema debatido foi ‘A ciência está em tudo: cidadania, arte e inovação’. Com a moderação de Denis Soares, o painel contou com a participação de Lynn Alves, professora do Instituto de Humanidades, Artes & Ciências Professor Milton Santos da UFBA; da professora do Instituto de Ciência da Informação da UFBA, Bárbara Coelho; do José Maurício Brandão, diretor da Escola de Música da UFBA e do Paulo Miguez, reitor da UFBA. 

Lynn Alves mencionou que, apesar de avanços, ainda existe uma resistência à aceitação da pesquisa em áreas humanas como parte do processo do desenvolvimento científico. Paulo Miguez ressaltou a importância da compreensão da construção da arte e a pesquisa em áreas humanas como parte do fazer científico. O pesquisador falou ainda sobre a relevância da incerteza e o olhar subjetivo para o fazer artístico, reforçando também a importância de eventos como o Pint of Science como um espaço de enfrentamento a discursos que descredibilizam a ciência e a arte.  

Para José Maurício Brandão o fazer artístico é tão profundo quanto o fazer ciência. Durante sua contribuição ao painel, Brandão mencionou que há algumas décadas atrás havia uma pressão para que a pesquisa em música se adequasse aos moldes das ciências exatas, como forma de ser levada a sério. Bárbara Coelho reforçou a urgência da discussão sobre o avanço do uso indiscriminado da inteligência artificial (IA), seu objeto de estudo, especialmente durante o período de processo eleitoral. Ressaltou ainda o impacto da IA nas pautas de equidade de gênero e raciais 

O festival 

O Pint of Science teve início no ano de 2013, em Londres, por iniciativa de estudantes que queriam contar sobre suas pesquisas e os seus resultados positivos utilizando ambientes descontraídos como bares e restaurantes. 

No Brasil, o festival chegou no ano de 2015 e, em Salvador, ocorre desde 2017, inicialmente coordenado pelo pesquisador Denis Soares, da Faculdade de Farmácia da UFBA. Este ano o evento foi coordenado pela cientista Valéria Borges, da Fiocruz Bahia. Em 2024, o Pint of Science aconteceu simultaneamente em 25 países e em mais de 400 cidades em todo o mundo, 179 delas no Brasil. 

A organização do Pint of Science Salvador contou com uma comissão local formada por Jailson Andrade (UFBA/Apub Sindicato), Samuel Pita (UFBA), Rafael Short (UFBA), Daniel Almeida (CIMATEC), Márcio Santos (Fiocruz Bahia), Jéssica Ferro (UFBA), Yasmin Monara (Fiocruz Bahia) e Yasmin Luz (Fiocruz Bahia). O evento foi apoiado pela Cervejaria ArtMalte, Bons de Fogo, Assessoria de imprensa Berradêro, Academia de Ciências da Bahia, Apub Sindicato, Síntese Biotecnologia e CBDMed Brasil. O Pint of Science mobilizou ainda a equipe da Vice-Diretoria de Ensino da Fiocruz Bahia e cerca de 50 voluntários dos programas de graduação e pós-graduação das instituições de ensino e pesquisa envolvidas. Esta edição contou ainda com uma cerveja “Pint” exclusiva produzida com malte e lúpulo nacional e promoveu uma ação solidária SOS Rio Grande do Sul, arrecadando material de higiene pessoal para doação. 

O Festival Internacional de Divulgação Cientifica já tem data para ocorrer em 2025, nos dias 19, 20 e 21 de maio e promete ampliar as ações de popularização da Ciência ao redor do mundo.   

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Estudo comparou respostas ao tratamento nas formas disseminada e cutânea da leishmaniose

Um estudo avaliou as respostas ao tratamento de 202 pacientes infectados por Leishmania braziliensis, metade com leishmaniose disseminada e outra metade com a forma cutânea, de região endêmica da doença, Corte de Pedra, no sudeste da Bahia. O trabalho, coordenado por Edgar M. Carvalho, pesquisador da Fiocruz Bahia, teve o objetivo principal de investigar se o número de lesões influenciava as manifestações clínicas e a resposta à terapia.

A leishmaniose disseminada é uma forma agressiva de leishmaniose tegumentar associada a múltiplas lesões na pele e de várias formas (pápulas, acneiformes, nódulos e úlceras) em mais de duas regiões do corpo. Ela foi descrita principalmente no Brasil em pacientes infectados pela Leishmania (Viannia) braziliensis, mas a doença está documentada em outros países das Américas.

Para determinar a relação entre a resposta imune e as manifestações clínicas e a resposta à terapia, os pesquisadores avaliaram a presença de moléculas, citocinas e quimiocinas, após estímulo das células sanguíneas com antígeno de leishmania. Os pacientes foram tratados com antimoniato de meglumina por 20 dias para leishmaniose cutânea e 30 dias nos casos de leishmaniose disseminada; 19 pacientes com leishmaniose disseminada foram tratados com anfotericina B, miltefosina ou miltefosina e antimoniato de meglumina.

A taxa de cura do antimoniato de meglumina foi baixa tanto para leishmaniose disseminada (44%) quanto para leishmaniose cutânea (60%), mas o tempo de cura foi maior na leishmaniose disseminada. A menor taxa de cura (22%) foi encontrada em pacientes com leishmaniose disseminada com número maior que 100 lesões. No entanto, o tratamento com antimoniato de meglumina associado a miltefosina curou todos os pacientes com leishmaniose disseminada, sugerindo que esta combinação deve ser considerada como terapia de primeira escolha para esta forma da doença.

A pesquisa foi publicada no periódico Emerging Infectious Diseases e pode ser acessada aqui.

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Abertas as inscrições do processo seletivo 2024.2 do PGBSMI

A coordenação do programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PGBSMI) divulga a chamada para inscrição de candidatos que desejem participar do processo seletivo 2024.2 para ingresso no programa, nível de Mestrado e Doutorado, nas datas e demais condições especificadas no edital. As inscrições vão até 13 de maio.

Os cursos do PGBSMI destinam-se à formação de profissionais com elevada qualificação para o exercício da atividades acadêmicas, científicas e tecnológicas nas suas áreas de concentração. O Mestrado tem por objetivo o aprofundamento do conhecimento técnico, científico e ético do aluno, visando a qualificação supracitada. O Doutorado tem adicionalmente por objetivo o desenvolvimento da capacidade de pesquisar com autonomia e originalidade e de produzir novos conhecimentos. O programa capacitará seus alunos a atualizarem-se em suas áreas de formação, com base na resolução de problemas e na análise crítica da produção científica mundial em suas áreas específicas.

Para consultar o edital e se inscrever clique aqui.

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Exposição Fotográfica Memória da Fiocruz Bahia está aberta ao público com entrada gratuita

Se você se interessa por curiosidades do universo científico, fatos sobre a Saúde Pública na Bahia e imagens históricas, não pode perder a Exposição Fotográfica Memórias da Fiocruz Bahia. Aberta ao público e com entrada gratuita, a exposição em homenagem aos 67 anos da instituição reúne registros fotográficos preservados desde a década de 1940, antes mesmo do marco fundacional do IGM, que corresponde à criação do ‘Núcleo de Pesquisas da Bahia’, em 1957, pelo pesquisador Octávio Mangabeira Filho.

Dentre os principais registros estão fotografias de pesquisadores e pesquisadoras em plena função, tanto nos laboratórios, como em trabalhos de campo, imagens de vetores e parasitos, fotografias das estruturas físicas dos prédios e laboratórios e muito mais.

Aberta a toda a comunidade externa, a exposição é destinada ao público de diferentes idades, estudantes da rede pública ou privada, graduandos, pós-graduandos, profissionais de saúde, organizações e pessoas interessadas em conhecer um pouco mais sobre a trajetória da Fundação Oswaldo Cruz na Bahia.

As visitações acontecem às quartas e sextas-feiras, das 14h às 16h, com passeio guiado pelas instalações da instituição. O agendamento pode ser feito através do e-mail ascom.bahia@fiocruz.br. A Fiocruz Bahia está localizada na Rua Waldemar Falcão, número 121, Candeal, Salvador/BA.

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CineFIO promove sessões de cinema e debate na Fiocruz Bahia

A Fiocruz Bahia promoverá três sessões de cinema, com filmes de curta e média metragem, seguidas de debate com a participação de pesquisadoras. Voltado para estudantes do ensino médio, professores da rede de ensino (municipal, estadual e privada), profissionais da saúde e docentes universitários e de pós-graduação, o CineFIO tem entrada gratuita e será realizado no auditório Sonia Andrade, nos dias 17/05, 24/05 e 07/06, a partir das 15h.

O CineFIO utiliza o cinema enquanto estratégia pedagógica para educação em saúde, divulgando e promovendo debates a partir de uma metodologia de ensino-aprendizagem inovadora.

Confira a programação:

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Estudo indica que resposta imune em lesão por Leishmania é diferente da observada no sangue

Um estudo analisou a resposta imunológica local e sistêmica na evolução da leishmaniose cutânea. A pesquisa, coordenada pelo pesquisador da Fiocruz Bahia Edgar M. Carvalho, avaliou se a produção de citocinas, substância que media funções celulares, no sangue dos pacientes refletia o que foi documentado na lesão. Os resultados do trabalho foram publicados em artigo no periódico Pathogens que pode ser acessado aqui.

O papel da resposta imune no desenvolvimento das lesões na leishmaniose tem sido bastante estudado, mas ainda existem lacunas nos resultados observados em laboratório para o manejo clínico da doença. A leishmaniose cutânea pode ser causada por mais de 10 espécies diferentes de parasitas do gênero Leishmania. Embora as lesões cutâneas causadas pelas diferentes espécies sejam semelhantes, o desenvolvimento delas pode ser bem diferente.

Participaram do estudo 22 pacientes com leishmaniose cutânea, por Leishmania braziliensis, com diagnóstico positivo através de PCR. As citocinas foram testadas em células do sangue e biópsias de pele. Todas as avaliações imunológicas foram realizadas antes da terapia para tratamento da doença.

Os resultados indicaram que a resposta imune nas lesões por L. braziliensis é diferente da observada no sangue periférico. Os dados sugerem que, além das citocinas IL-1β e GzmB, a IL-17 participa da patologia da leishmaniose cutânea e pode ser utilizada como marcador de gravidade da doença.

Texto: Jamile Araújo com supervisão de Júlia Lins.

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Prorrogadas as inscrições para seleção de estagiários da Fiocruz

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) prorrogou para as 12h do dia 10 de maio as inscrições para seleção de estagiários. A Fiocruz Bahia está com cinco vagas disponíveis nos perfis listados abaixo.

Clique aqui para realizar a inscrição.

Clique aqui para conferir o edital, que também está disponível na página do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE).

Nível superior

Administração, secretariado ou gestão de recursos humanos
Requisito: bacharel do 3º ao 7º período/ tecnólogo do 2º ao 3º período
Carga horária: 30 horas – manhã
Bolsa auxílio de R$1.125,69 + transporte de R$10,00 por dia

Administração ou secretariado
Requisito: bacharel do 3º ao 10º período
Carga horária: 30 horas (manhã ou tarde)
Bolsa auxílio de R$1.125,69 + transporte de R$10,00 por dia

Biblioteconomia
Requisito: bacharel do 3º ao 10º período
Carga horária: 20 horas (manhã ou tarde)
Bolsa auxílio de R$787,98 + transporte de R$10,00 por dia

Nível médio 

Técnico em refrigeração e ar-condicionado 
Requisito: 1º ao 4º ano
Carga horária: 20 horas (manhã e tarde)
Bolsa auxílio R$486,05 + transporte de R$10,00 por dia

Técnico em automação industrial
Requisito: 1º ao 4º ano
Carga horária: 20 horas (manhã ou tarde)
Bolsa auxílio de R$486,05 + transporte de R$10,00 por dia

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17° Simpósio sobre Esquistossomose recebe inscrições

Estão abertas as inscrições para o 17º Simpósio Internacional sobre Esquistossomose, principal evento científico dedicado exclusivamente à doença, organizado pela Fiocruz Bahia e realizado pela rede Fio-Schisto e Programa de Pesquisa Translacional, da Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz. A edição será realizada entre os dias 10 e 13 de novembro, em Salvador, e tem como tema central “Perspectivas para a eliminação da esquistossomose”.

Com o objetivo de promover a inclusão e a diversidade, haverá concessão da isenção de inscrição para 20% do total de vagas esperadas (60), destinadas a pessoas que se autodeclaram negras/os, indígenas ou que tenham deficiência. Os pedidos de isenção podem ser feitos até 20 de maio, e as pessoas interessadas devem seguir as instruções do edital.  

Os valores da taxa de inscrição variam de acordo com as categorias: estudante de graduação, pós-graduação, professor da educação básica, profissional do SUS e outros profissionais; e aumenta com os diferentes prazos para cada lote. Clique aqui para realizar sua inscrição.

De acordo com o presidente da 17ª edição do simpósio, Ricardo Riccio, pesquisador da Fiocruz Bahia, a organização do evento está atenta para garantir que a experiência dos/das participantes seja inclusiva e equitativa, onde sejam respeitadas a diversidade de origens, gêneros e culturas. “Estamos empenhados em promover um ambiente acolhedor para todos os envolvidos, reconhecendo a importância da cooperação global na busca por soluções para a esquistossomose”, disse em carta convite.

Esta edição também destacará os avanços tecnológicos que contribuem para a eliminação da esquistossomose, incluindo o lançamento do praziquantel pediátrico, que está em fase final de aprovação regulatória. Também serão apresentados os progressos nos novos métodos diagnósticos e atualizações sobre candidatos vacinais. A submissão de resumos de trabalhos candidatos a se apresentarem no simpósio está aberta desde 02 de maio e encerra em 12 de setembro. Veja aqui as datas importantes e as diretrizes para a submissão. 

Premiações

Durante o simpósio serão entregues aos/às autores/as dos melhores trabalhos apresentados nas sessões orais do evento o prêmio “Pirajá Silva”. Além disso, serão entregues os prêmios “José Pellegrino” e para o/a autor(a) da melhor tese de doutorado, e o prêmio “Amaury Coutinho” para o/a autor(a) da melhor dissertação de mestrado ambos em esquistossomose. O período de submissão de teses, dissertações e dos vídeos será de 04 de julho até 29 de agosto, enviadas para o seguinte e-mail schistosymposium@fiocruz.br. Confira os critérios para a participação e avaliação no site do simpósio.

Acompanhe também o perfil do evento no Instagram @schistosymposium2024.

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Dissertação analisa a situação epidemiológica da leishmaniose visceral em Barra

Estudante: Caliene Melo de Andrade Silva
Orientação: Deborah Bittencourt Mothé
Co-orientação: Jairo Torres Magalhães Junior
Título da dissertação: “EPIDEMIOLOGIA DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO MUNICÍPIO DE BARRA-BA”
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 28/05/2024
Horário: 14h00
Local: Sala do Zoom
ID da reunião: 842 1613 1909
Senha: caliene

Resumo

As mudanças socioambientais nas áreas urbanas têm influenciado os fatores que alteram a dinâmica de transmissão da Leishmaniose Visceral (LV), contribuindo para a adaptação do vetor e a consequente manutenção da doença. Os casos de Leishmaniose Visceral Canina (LVC) geralmente precedem os casos humanos. A identificação de áreas de risco para LV é de fundamental relevância para a prevenção e controle desta doença que tem grande impacto na saúde pública. OBJETIVO: Este estudo teve como objetivo analisar a situação epidemiológica da LV no município de Barra, no Oeste da Bahia. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de um estudo de corte transversal, baseado no levantamento da soroprevalência da LVC, no estudo e distribuição da fauna flebotomínea e da identificação dos casos de LV. Foram realizadas análises estatísticas e espaciais a partir dos dados primários coletados dos cães, dos flebotomíneos e dos dados secundários de incidência de casos humanos. RESULTADOS: Os nossos resultados identificaram 18,9% de soroprevalência para LVC e a presença predominante da espécie L. longipalpis na zona urbana do município de Barra – BA. A estimativa de kernel indicou uma alta densidade de casos de LVC na área do Parque das Lagoas. Enquanto que a varredura estatística espacial, identificou um cluster primário com 87,5% de prevalência para LVC e razão de prevalência de 5,21 vezes maior dos cães adquirirem a infecção neste perímetro, do que nas outras áreas estudadas. A análise multivariada revelou que cães residentes na área do Parque das Lagoas (RP=3,0), assim como os que dormem na rua (RP=3,5), estão mais susceptíveis a apresentarem LVC. Os buffers implementados ao redor das residências em que as armadilhas capturaram flebótomos, demonstraram um aumento de 69% na chance dos cães de estarem expostos a LVC. CONCLUSÃO: A partir desses resultados podemos inferir que a LVC é endêmica na zona urbana do município de Barra – BA, com destaque para determinados recortes geográficos, em que as condições socioambientais possuem fatores que contribuem para a manutenção da cadeia epidemiológica da doença. Os dados obtidos podem auxiliar para o melhor direcionamento das ações dos serviços de saúde da comunidade barrense.

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Fiocruz Bahia participa da sessão inaugural de centro de estudo da saúde da população negra e indígena

A Fiocruz Bahia participou da sessão inaugural do Centro Internacional em Estudo e Pesquisa da Saúde da População Negra e Indígena (CIEPNI), na Faculdade de Medicina, da Universidade Federal da Bahia (Famed/UFBA), hoje (30/04). Especialistas de diversas instituições de pesquisa e ensino realizaram apresentações que abordaram o tema “O que Nossas Pesquisas Revelam sobre a Saúde da População Negra e Comunidades Tradicionais”.

Integraram a mesa de abertura o reitor da UFBA, Paulo Miguez; o diretor e o vice-diretor da Famed, Antonio Alberto Lopes e Eduardo Borges, respectivamente; a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves; e o assessor de relações institucionais do Centro de Referência em Doença Falciforme, Altair Lira. Marilda Gonçalves também apresentou seus estudos em doença falciforme e o pesquisador da Fiocruz Bahia, Washington dos Santos, falou sobre o projeto Rimfal – Hemoglobina e Progressões de Doenças na Bahia. A estudante de Iniciação Científica da Fiocruz Bahia, Caroline Pinho, foi uma das debatedoras.

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Exposição fotográfica e homenagens marcam celebração dos 67 anos da Fiocruz Bahia

O Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia) celebrou seus 67 anos, no dia 29 de abril, reunindo pesquisadores, autoridades, gestores, funcionários, estudantes e representantes da sociedade civil. No evento, foi inaugurada a Exposição Fotográfica Memórias da Fiocruz Bahia, realizada a nomeação do Auditório Sonia Andrade e a abertura do Memorial Zilton Andrade, em homenagem ao casal de pesquisadores eméritos da Fiocruz Bahia, falecidos em julho de 2020 e outubro de 2022, respectivamente, com a participação da família dos cientistas. 

Integraram a mesa de abertura a Vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Machado; a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves; o Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia, André Joazeiro; a Superintendente de Vigilância e Proteção da Saúde, Rivia Barros; o Presidente do Conselho Estadual de Saúde, Marcus Sampaio; o Diretor de Empreendedorismo e Inovação da Secretaria de Educação da Bahia, Anderson Epifania; o Diretor da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), Marcos José Pinheiro; e o Pesquisador Emérito da Fiocruz e Representante da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Bernardo Galvão.

O presidente da Fiocruz, Mario Moreira, enviou uma mensagem por vídeo, falando da importância da preservação de acervos científicos e a valorização da memória institucional. “A Fiocruz tem sido uma guardiã do conhecimento científico e da memória coletiva que moldaram o nosso percurso. Nossos acervos não são apenas registros do passado, mas tesouros vivos e abrigam o legado da geração de cientistas, médicos e técnicos que marcam o desenvolvimento da ciência no nosso país, sempre visando a saúde da nossa população”, destacou.

Cristiani Machado representou a presidência da Fiocruz e citou as iniciativas que a Fiocruz Bahia tem realizado e contribuído para a ciência baiana e brasileira. “Falar em memória é olhar a nossa trajetória para compreender os desafios do presente, e sobretudo o que nós podemos construir juntos para o futuro. Vida longa ao IGM, vida longa a Fiocruz, salve a ciência, salve educação e salve o nosso SUS”.

Marilda Gonçalves falou sobre a trajetória do instituto, compartilhou momentos importantes e lembrou os dirigentes da instituição ao longo dos 67 anos. “Gostaria de agradecer a cada um que chega aqui, que faz com que essa comunidade esteja unida por um objetivo especial, que é fazer com que o IGM seja uma unidade técnico científica da Fiocruz que tem uma produção científica bastante expressiva. Agradeço a todas as pessoas que passaram e que continuam vivas em todos os nossos corações, como a doutora Sonia e o doutor Zilton Andrade”, ressaltou.

Em sua primeira visita à Fiocruz Bahia, Marcos Pinheiro salientou a importância da construção da identidade institucional. “Esses dias de memória, de comemoração, são muito importantes na constituição da identidade, e valorização da identidade dos nossos institutos, assim como foi lembrado do SUS, da Fiocruz e do povo baiano”, observou o diretor da COC.

O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do estado da Bahia parabenizou a Fiocruz e as pessoas que constroem a instituição. “A Fiocruz não é nada sem essas pessoas e sem esses funcionários, sem os pesquisadores, que estão aqui fazendo o trabalho do dia a dia, colocando a instituição no lugar de importância para ciência da Bahia, como está no Parque Tecnológico com o CIDACS ou aqui nessa unidade, fazendo tanto pela nossa ciência”, disse Joazeiro.

Marcos Sampaio, lembrou do período recente que foi preciso disputar a ciência como um direito da população. “A gente precisa reafirmar que aqui é o SUS que funciona, é o SUS que defende a democracia, que demonstra o quanto esse sistema é importante para o povo brasileiro”. Anderson da Epifania, representou a secretária de Educação do Estado, Rowenna Brito e reafirmou a relevância dos 67 anos da fundação na defesa da saúde e da vida. “Há mais de 20 anos, saindo de Candeias, do curso técnico em patologia clínica, vim estagiar aqui. Fico feliz de já ter pertencido a essa instituição e por ver colegas que atuam com garra para fazer com que a gente possa ter um futuro melhor no nosso país”.

Rivia Barros representou a secretária de Saúde da Bahia. Ela ressaltou a atuação da Fiocruz Bahia na defesa e fortalecimento do SUS’. “Ninguém pode dizer que não usa o SUS. A vigilância sanitária, por exemplo, está na vacina, está na água, na medicação que as pessoas tomam no Brasil, todos são usuários do SUS”, defendeu. Bernardo Galvão compartilhou sua vivência com Zilton Andrade e seus filhos ainda pequenos, quando estava construindo um serviço de patologia em Brasília.

A programação também contou com uma homenagem a Sonia e Zilton Andrade realizada por Marilda Gonçalves e o vice-diretor de Pesquisa da Fiocruz Bahia, Ricardo Riccio. Participaram ativamente da ocasião os filhos, netas e irmãs da família de Sonia e Zilton Andrade. O filho Carlos Andrade agradeceu a homenagem em nome dos familiares e disse que espera que o espaço com o nome de sua mãe sirva para os avanços da medicina, da saúde verdadeiramente pública e a serviço do povo, tema da luta de seus pais por toda a vida. “Quero agradecer e expressar toda a nossa gratidão à Fiocruz, ao IGM por manter essa memória viva. E homenagear os dois juntos como eles sempre estiveram e sempre viveram. Ainda mais às vésperas do centenário de meu pai, que se completa dia 14 de maio”, concluiu.

Também foram apresentadas a palestra ‘Constituição e Preservação de Acervos Científicos e Culturais da Fiocruz”, ministrada pelo diretor da COC e a mesa “Ciência e Saúde: Desafios para a preservação da memória institucional”, que finalizou o evento, com a participação de Aline Lacerda (COC); Maria Renilda Barreto (UFBA); Gillian Queiroga (Instituto de Ciências da Informação – ICI/UFBA); e mediação de Antônio Brotas (Fiocruz Bahia).

Visitação

A exposição Fotográfica Memórias da Fiocruz Bahia é aberta ao público e reúne registros de pesquisadores e pesquisadoras em plena função, tanto nos laboratórios, como em trabalhos de campo, imagens de vetores e parasitos, fotografias das estruturas físicas dos prédios e laboratórios, entre outras. A mostra seguirá aberta para visitação gratuita.

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Homenagem reuniu cientistas e amigos do pesquisador Ricardo Ribeiro (in memoriam)

O pesquisador emérito da Fiocruz Bahia, Ricardo Ribeiro dos Santos (in memoriam), foi homenageado no dia 24 de abril, na instituição. O cientista, que faleceu em abril de 2023, realizou inúmeras contribuições para a ciência e pesquisa em saúde no Brasil. Participaram do evento pesquisadores, colegas de trabalho, alunos e amigos, que compartilharam declarações e agradeceram as experiências vivenciadas. O evento foi conduzido pelo doutorando do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PGBSMI) e ex-aluno de Ribeiro, Breno Cardim.

A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, que estava representando a instituição em uma atividade externa, enviou um vídeo exibido na ocasião, destacando a carreira científica e a importância do pesquisador para o instituto. “Ricardo Ribeiro teve uma participação importante no desenvolvimento da Tecnologia da Informação e do Biotério, áreas importantes no IGM. No laboratório, ele participou de momentos relevantes na geração de conhecimento e na orientação de alunos de pós-graduação. Estamos aqui, hoje, para celebrar o que ele realizou em vida, este grande cientista, amigo e parceiro profissional”, disse a diretora.

Roberto Badaró, pesquisador e professor do SENAI de Inovação em Saúde do CIMATEC e representante da Academia de Medicina da Bahia, leu o memorial sobre o homenageado. “Ricardo Ribeiro dedicou sua existência à pesquisa científica e à medicina. Foi muito mais que um pesquisador brilhante. Foi um exemplo inspirador de dedicação, excelência e compromisso com a ciência”, iniciou Badaró.

A assessora especial da Presidência da Fiocruz, Camile Sachetti, representou o presidente Mário Moreira. A mensagem enviada por Moreira abordou a trajetória institucional de Ricardo Ribeiro que se iniciou na Fundação em 1988, permitindo interações com várias unidades do Rio de Janeiro e depois na Bahia. “Onde contribuiu fortemente com pesquisas em doenças de Chagas e, posteriormente, na terapia celular, onde, pelo pioneirismo, foi reconhecido e recebeu vários prêmios e honrarias. Ricardo participou de um momento importante na Fiocruz, no qual contribuiu cientificamente na construção da Estratégia Fiocruz para terapias avançadas”, dizia um trecho.

Mitermayer Galvão dos Reis, pesquisador da Fiocruz Bahia, falou sobre a vinda de Ricardo para a Bahia, sua convivência e contribuição. “Eu acho que o Brasil deve a Ricardo Ribeiro pelo que ele fez e representou na condição de médico, de professor, de pesquisador e de cidadão”, destacou.

Antônio Carlos Campos de Carvalho, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, contou sobre a experiência com Ricardo e o estabelecimento, em função da gestão do Instituto do Milênio, de uma rede nacional e condução de um estudo, junto com várias outras iniciativas, que colocou o Brasil no mapa mundial das terapias celulares. “Lembro da alegria dele quando o primeiro paciente foi tratado. Tinha um vídeo de um paciente, do interior da Bahia, que era um lavrador que tinha limitações severas na sua atividade física. Ricardo mostrava esse filme, com enorme orgulho de médico, de pesquisador, de cidadão e ser humano, mostrando esse lavrador capinando com a enxada na sua terra”, comentou Antônio.

A superintendente de Educação e Ciência do SENAI CIMATEC, Josiane Dantas, compartilhou a sua experiência de trabalho com Ricardo Ribeiro, a partir da criação do Instituto de Tecnologia da Saúde. “Nós, da nova geração, temos muito que aprender com quem faz ciência e construiu um legado, porque essas histórias não estão nos livros. Elas são contadas por pessoas que viveram”.

Ricardo Santana de Lima, superintendente do Hospital Universitário da Universidade Federal do Vale do São Francisco, um de seus primeiros estudantes, compartilhou emocionado suas lembranças com o mestre. “Passa um filme na cabeça. Ele me confiava tudo, até a casa dele, me confiava o carro, a única BMW que dirigi”, brincou. “Um pai, um mestre, e tínhamos muitas coisas em comum: o judô e o jiu-jitsu, o nome igual, a visão. Além de estar numa pós-graduação hoje tratando de bioengenharia, com terapia celular”, observou.

A atual chefe do Laboratório de Engenharia Tecidual e Imunofarmacologia (LETI) da Fiocruz Bahia, implementado por Ricardo Ribeiro, Milena Soares, agradeceu emocionada a todas as pessoas envolvidas na homenagem e disse como era difícil para ela falar na ocasião. “Foram 25 anos de convivência, muito aprendizado, bons momentos, muitas construções e alegrias”. Milena lembrou que Ricardo dizia que era maravilhoso poder fazer o que se gosta ainda ser pago para fazer isso. “E realmente ele amava a ciência, ele trabalhou até o fim da sua vida, fazendo o que ele gostava”, finalizou.

Também participaram da atividade por vídeo o atual presidente da Associação Brasileira de Terapia Celular e Gênica, Martin Bonamino, que em nome da sociedade prestou reconhecimento pela contribuição científica feita por Ricardo; Spencer Luiz Marques Payão, professor e pesquisador Faculdade de Medicina de Marília; e Gabriela Sampaio, uma das últimas alunas do pesquisador.

O pesquisador

Ricardo Ribeiro nasceu em 1941, na cidade de São Paulo. Formou-se em Medicina, na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e ingressou na Fiocruz em 1988, no Rio de Janeiro. A busca por uma terapia para o tratamento de pacientes com a forma cardíaca da doença de Chagas tornou-se uma missão para o cientista. Em 1998, transferiu-se para a Fiocruz Bahia, onde implantou o biotério, a informática, e o Laboratório de Imunofarmacologia (LIF), que posteriormente se tornou o Laboratório de Engenharia Tecidual e Imunofarmacologia (LETI). Nele, implantou a triagem de fármacos com ação antiparasitária e imunomoduladora e foi inovador ao propor o uso de células-tronco para tratamento da doença de Chagas.

Um dos marcos da sua carreira foi a ideia inovadora de usar células-tronco para o tratamento de doença de Chagas, o que o levou a receber o prêmio Zerbini, pela relevância nas pesquisas na área de cardiologia no país. Em 2009, Ricardo implantou o Centro de Biotecnologia e Terapia Celular (CBTC), uma parceria técnico-científica entre a Fiocruz e o Hospital São Rafael, desdobramento do primeiro estudo clínico em pacientes com cirrose hepática. Com isso, foi possível desenvolver as condições para desenvolvimento de terapias celulares avançadas.

O pesquisador também fundou a Associação Brasileira de Terapia Celular e Gênica (ABTCEL-gen), em 2004, e promoveu a implantação da plataforma de reprogramação celular para a geração de células-tronco pluripotentes induzidas e para a reprogramação direta, tecnologia que abriu inúmeras possibilidades de desenvolvimento tecnológico e terapias. Recebeu títulos e prêmios como fruto de suas contribuições para a ciência, incluindo o de Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico.

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Parceria entre Fiocruz Bahia e Instituto Couto Maia inclui autópsias minimamente invasivas em residência médica

Uma parceria entre a Fiocruz Bahia e o Instituto Couto Maia (ICOM) está inovando na maneira de estudar doenças através de autópsias minimamente invasivas. Os dados desse tipo de procedimento estão sendo utilizados em sessões anatomoclínicas, que são encontros de aprendizado que fazem parte do programa de residência médica de infectologia do ICOM. A autópsia minimamente invasiva é uma técnica mais simples, envolvendo o uso de uma agulha para coletar amostras de órgãos, em vez de grandes cortes, como a autópsia convencional.

A colaboração começou com o projeto COVPEM, coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Washington dos Santos, que resultou na primeira autópsia minimamente invasiva realizada na Bahia, em fevereiro de 2021. O procedimento foi feito pela equipe integrante do projeto, liderada pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Geraldo Gileno, no ICOM, para analisar como o organismo lida com a infecção ocasionada pelo coronavírus. Atualmente, a iniciativa foi ampliada para outras doenças infectocontagiosas.

A primeira autópsia desse tipo da nova fase das sessões anatomoclínicas foi realizada em março de 2024, marcando um passo importante na parceria entre o ICOM e o Laboratório de Patologia Estrutural e Molecular (LAPEM) da Fiocruz Bahia. “Os dados obtidos pela análise das amostras coletadas na autópsia minimamente invasiva podem ser muito informativos e elucidam as condições/doenças desenvolvidas pela pessoa que faleceu. Esses dados podem ser usados em sessões anatomoclínicas para o treinamento médico, que é o que ocorre nas sessões realizadas a partir da parceria entre a Fiocruz Bahia e o ICOM”, relata Gileno.

Sessões de aprendizado

Desde 2021, as sessões de anatomoclínicas, no contexto do programa de residência de infectologia do ICOM, são realizadas virtualmente, permitindo que médicos e residentes discutam casos complexos e aprendam mais sobre as condições estudadas.

‘’Essas sessões criam um ambiente de ensino e debate clínico e anatomopatológico, proporcionando aos residentes do programa e internos do ICOM, uma vivência em áreas de conhecimentos da infectologia que contribuem para a formação médica baseada em evidências científicas’’, avalia Áurea Paste, coordenadora da residência médica do ICOM.

Das reuniões, que ocorrem a cada seis semanas, participam médicos, preceptores e os residentes do ICOM, patologistas da Fiocruz Bahia e médicos especialistas convidados de outras instituições brasileiras. Nos encontros, são apresentadas a história clínica, exames laboratoriais ou radiológicos e os aspectos anatomopatológicos do paciente, para revisões e debates sobre as condições/doenças desenvolvidas.

Vantagens da técnica

Autópsias são realizadas com a finalidade de descobrir as causas da morte, estudar as doenças, aperfeiçoar os conhecimentos na medicina e na ciência. A necropsia minimamente invasiva utiliza agulha para coletar amostra dos órgãos, sendo mais simples, barata e segura para a equipe que a realiza, se comparada com a autópsia convencional, que envolve grandes incisões na pele para abertura das cavidades do corpo, retirada e dissecção dos órgãos. As amostras obtidas através das autópsias minimamente invasivas podem ser analisadas por diversas técnicas usadas no estudo das autópsias convencionais, como microscopia ótica e eletrônica e biologia molecular, para avaliar características genéticas.

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Dissertação avalia soroprevalência da doença de Chagas entre indígenas

Estudante: Débora Silva Amorim Freitas
Orientação: Fred Luciano Neves Santos
Coorientação: Isadora Cristina de Siqueira
Título da dissertação: “INQUÉRITO SOROEPIDEMIOLÓGICO DA DOENÇA DE CHAGAS EM POPULAÇÕES INDÍGENAS DO BRASIL”
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 29/05/2024
Horário: 09h00
Local: Sala do Zoom
ID da reunião: 836 7571 8715
Senha: debora

Resumo

No Brasil, de acordo com o último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há 1.652.876 indígenas, sendo a Bahia o estado com o segundo maior número de indígenas, precedido por Mato Grosso do Sul. Equipes especializadas em saúde indígena dedicam-se à identificação, tratamento e prevenção de doenças negligenciadas que impactam essa população, como a doença de Chagas (DC), que afeta aproximadamente 6-7 milhões de pessoas globalmente. A falta de dados específicos sobre a DC nas comunidades indígenas do Brasil é um obstáculo significativo na determinação de áreas prioritárias para a implementação de políticas públicas de combate à doença. Nosso estudo teve como objetivo avaliar a soroprevalência da DC entre os indígenas brasileiros. Para isso, foram realizados ensaios sorológicos usando antígenos recombinantes quiméricos (IBMP-8.1, IBMP-8.2, IBMP-8.3, IBMP-8.4) para detectar anticorpos anti-Trypanosoma cruzi utilizando a técnica de ELISA. Adicionalmente, as amostras foram submetidas a dois testes comerciais para validação. A análise sorológica incluiu um painel de 2.915 amostras coletadas nas populações indígenas dos estados da Bahia e Mato Grosso do Sul. Foram identificadas duas amostras positivas (0,07%), originárias de Euclides da Cunha-BA e Santa Cruz Cabrália-BA. No entanto, 66 amostras apresentaram resultados positivos em apenas um dos testes comerciais, indicando a possibilidade de reatividade cruzada com espécies do gênero Leishmania. A identificação de áreas prioritárias para intervenções e a continuação das investigações são essenciais para um controle mais eficaz da doença e para a melhoria das condições de saúde dos povos indígenas no Brasil.

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Pesquisa para busca de fármacos contra câncer é apresentada em simpósio no Piauí

A pesquisadora da Fiocruz Bahia, Clarissa Gurgel, participou do II Simpósio Multidisciplinar de Oncologia e III Workshop de Tecnologias em Saúde, realizado entre os dias 18 e 20 de abril, em Teresina, Piauí. O evento, que abordou o tema “Oncologia básica e translacional aplicada ao manejo do câncer: contexto atual e perspectivas”, teve como objetivo fomentar o intercâmbio de experiências de pesquisa básica, clínica e translacional, permitindo aprendizagem mútua e enriquecimento profissional.

Clarissa Gurgel foi uma das palestrantes e ministrou o minicurso “Modelagem, inteligência artificial e esferóides tumorais para a busca de fármacos contra o câncer”, no primeiro dia do evento. A participação da cientista e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Patologia (UFBA/Fiocruz Bahia) foi destaque na imprensa local do Piauí. 

O trabalho chamou atenção por utilizar estratégias computacionais, como a inteligência artificial, para buscar fármacos utilizados para outras doenças e que podem ser utilizados contra o câncer. “Além de identificar estes fármacos, nosso grupo utiliza um modelo de estudo tridimensional de ‘mini tumores’ que simula melhor o câncer, com resultados pré-clínicos mais confiáveis”, afirmou Clarissa. O projeto é financiado pelo Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica, do Ministério da Saúde. A pesquisadora também destacou outras ações da Fiocruz que têm como objetivo baratear e ampliar a oferta de terapias avançadas no Sistema Único de Saúde (SUS).

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IGM comemora 67 anos com o lançamento da Exposição Fotográfica Memória da Fiocruz Bahia

Também será realizada uma homenagem a pesquisadores (in memoriam) com a nomeação do Auditório Sonia Andrade e a abertura do Memorial Zilton Andrade

No dia 29 de abril, segunda-feira, a Fiocruz Bahia celebra 67 anos contribuindo para a geração e difusão de conhecimento científico e tecnológico. A programação terá início às 09h com a mesa de abertura e a palestra ‘Constituição e Preservação de Acervos Científicos e Culturais da Fiocruz’, apresentada pelo diretor da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), Marcos José de Araújo Pinheiro. Em seguida, será realizado o lançamento da Exposição Fotográfica Memória da Fiocruz Bahia. A exposição, aberta ao público, reúne registros de pesquisadores e pesquisadoras em plena função, tanto nos laboratórios, como em trabalhos de campo, imagens de vetores e parasitos, fotografias das estruturas físicas dos prédios e laboratórios, entre outras.

Ainda durante a manhã, será realizada a nomeação do Auditório Sonia Andrade e a abertura do Memorial Zilton Andrade. As atividades homenageiam o casal de Pesquisadores Eméritos da Fiocruz Bahia, Zilton e Sonia, falecidos em julho de 2020 e outubro de 2022, respectivamente. A união dos cientistas resultou na construção de uma família com seis filhos e uma parceria na área da Ciência com importantes estudos sobre doenças negligenciadas, com contribuições na área de esquistossomose e doença de Chagas.

Encerrando o turno da manhã, a mesa temática ‘Ciência e Saúde: Desafios para a Preservação da Memória Institucional’, mediada pelo coordenador da Gestão da Comunicação e Divulgação Científica da Fiocruz Bahia, Antonio Brotas, contará com a participação da assessora técnica da Vice-Direção de Patrimônio Cultural e Divulgação Científica da COC, Aline Lacerda; da professora visitante na Universidade Federal da Bahia, Maria Renilda Barreto e do diretor do Instituto de Ciência da Informação da Universidade Federal da Bahia, Gillian Queiroga.

Durante a tarde, a programação será voltada para alunos da rede pública estadual, incluindo roda de conversa, visita guiada à exposição e instalações da instituição.

A exposição Fotográfica Memórias da Fiocruz Bahia seguirá aberta para visitação que poderá ser agendada através do e-mail ascom.bahia@fiocruz.br. A Fiocruz Bahia está localizada na Rua Waldemar Falcão, número 121, Candeal, Salvador/BA

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Seminário na Fiocruz Bahia abordou desafios e perspectivas das arboviroses

O “Seminário arboviroses: desafios e perspectivas”, aconteceu na sexta-feira, 19 de abril, na Fiocruz Bahia. O objetivo do evento foi promover o diálogo entre pesquisadores, médicos, autoridades, gestores e representantes de instituições acadêmicas, governamentais e da sociedade civil, que abordaram aspectos, como quadro epidemiológico, manejo e diagnóstico das doenças, bem como produzir reflexões coletivas sobre caminhos para enfrentamento dos desafios impostos pelo aumento de infecções.

A mesa de abertura institucional teve a participação de Marcos Sampaio, presidente do Conselho Estadual de Saúde (CES); Carlos Melo, representante da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil; do promotor Carlos Robson Oliveira Leão, representante do Ministério Público da Bahia; Alda Maria da Cruz, diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis, do Ministério da Saúde; Tânia Maria Peixoto Fonseca, coordenadora de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fiocruz; Rivia Mary de Barros – Superintendente de Vigilância e Proteção da Saúde – SUVISA/SESAB; e da diretora Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves.

Marilda avaliou que o seminário foi produtivo e agradeceu a presença dos palestrantes e participantes do evento. “Já estamos marcando uma sessão pública conjunta no Ministério Público, para debater o tema e compartilhar o que tem sido produzido junto com a secretaria de saúde e outras entidades”, pontuou.

Tânia Fonseca comentou que a mesa representava bem o que tem sido a resposta às arboviroses. Para ela é preciso um trabalho conjunto da sociedade civil, com as entidades públicas, a Organização Pan-Americana, e as instituições de ensino e pesquisa. Tânia falou também sobre as dimensões e a diversidade regional que o Brasil possui.

“Tem coisas que permeiam o país como um todo e impactam nas respostas. Por exemplo, as mudanças climáticas, que vão ter uma participação muito significativa na resposta às arboviroses e no perfil que elas vão ganhando. É necessário uma mudança de mentalidade e de infra-estrutura. Os governos vão passar e nós vamos continuar falando de arboviroses. Essa é uma oportunidade de a gente refletir sobre quais são as possibilidades, e chamar a atenção para os potenciais e para as crises que vão continuar a emergir diante do cenário ambiental”, pontuou.

Após a abertura, a primeira mesa apresentou os cenários epidemiológicos das arboviroses. Tânia Fonseca, compartilhou como tem sido a atuação da Fiocruz no contexto das arboviroses. Carlos Melo, representante da OPAS/OMS no Brasil, apresentou o cenário nas Américas. Já o contexto brasileiro das arboviroses foi relatado por Alda Maria da Cruz, diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis, do Ministério da Saúde. Márcia São Pedro Leal Souza, diretora de Vigilância Epidemiológica – Divep/SESAB falou sobre o monitoramento e vigilância de arboviroses na Bahia. E a apresentação sobre o monitoramento e vigilância de dengue em Salvador nos últimos 15 anos foi realizada pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Guilherme Ribeiro.

Alda Maria da Cruz, apontou, entre outros pontos, desafios como o diagnóstico laboratorial;  a resistência vetorial; as definições de casos; sistema de informação robustos e oportunos; necessidade de saúde das crianças com síndrome da zika congênita; analisar a capacidade de resposta em epidemia; escalonar novas tecnologias de controle vetorial; redução de óbitos; mudança de comportamento da população; políticas públicas estruturantes; investimento permanente em pesquisa; e a preparação de novos gestores.

A segunda mesa tratou do manejo clínico das arboviroses, que foi mediada por Rívia Mary de Barros. E entre os participantes estava Antônio Bandeira, membro Diretor do Sociedade Brasileira de Infectologia, que falou sobre o manejo clínico da dengue. Renato Cony, subsecretário de Atenção Primária da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, compartilhou a atuação na promoção à saúde e vigilância de arboviroses na cidade do Rio de Janeiro. O manejo clínico da chikungunya foi explicitado por Rivaldo Venâncio, assessor especial da Presidência da Fiocruz. Ricardo Khouri, pesquisador da Fiocruz Bahia e professor da Faculdade de Medicina da UFBA, colaborou trazendo a perspectiva de uma só saúde no estudo de epidemiologia do vírus chikungunya.

Rivaldo Venâncio, apresentou alguns desafios na assistência de pessoas que tiveram/têm chikungunya, como uma assistência integral que inclua fisioterapia e psicologia, devido as consequência de dores por muitos meses e outros sintomas, como queda de cabelo e ganho de peso; identificar sintomas e indícios de que pode evoluir para a forma crônica da doença; atenção para as manifestações de gravidade, ou seja, óbitos; medidas preventivas de sequelas; e alternativas terapêuticas para os casos crônicos. “A atenção humanizada é parte fundamental do protocolo clínico”, ressaltou.

Na última mesa do seminário, o tema abordado foi o diagnóstico das arboviroses. Contou com as contribuições de Arabela Leal, diretoria do Laboratório Central de Saúde Pública Prof. Gonçalo Moniz (LACEN-BA), que falou sobre o diagnóstico sorológico e molecular de arboviroses na Bahia; e do pesquisador Ricardo Khouri, que apresentou a plataforma genômica em arboviroses da Fiocruz. De acordo com Ricardo, a ideia é fazer a intersecção entre a genômica, pesquisa e vigilância. “O objetivo da plataforma é oferecer diagnóstico molecular de média e alta complexidade para o SUS, pesquisa e particular. Além de disponibilizar espaço com controle de qualidade, equipamentos atualizados, treinamento avançado especializado para usuários da Fiocruz e externos, e inovação em detecção molecular avançada”.

É possível assistir o seminário no canal da Fiocruz Bahia.

Arboviroses

As arboviroses são um grupo de doenças virais transmitidas por vetores, como mosquitos e carrapatos. Algumas das mais conhecidas são dengue, zika e chikungunya, que têm como principal vetor o mosquito Aedes aegypti. Nos últimos anos, várias epidemias de arboviroses ocorreram no Brasil, e, atualmente, o país enfrenta uma epidemia de dengue que em 2024 já registrou mais de 3 milhões de casos prováveis da doença, com importante número de casos graves e óbitos.

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