Autor: Julia Lins
Fundação Oswaldo Cruz conclui Eleições 2016 para a Presidência
A Comissão Eleitoral informou, no dia 25 de novembro, o resultado da apuração dos votos das Eleições Fiocruz 2016 para a Presidência, que foram encerradas às 23h. De 23 a 25 de novembro, 4.415 servidores votaram para o mandato 2017-2020 com taxa de comparecimento às urnas de 82,1 %. A candidata Nísia Trindade, atual vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz, foi a primeira colocada, com 2.556 votos em primeira opção (59,7 %) e 534 votos em segunda opção. É a primeira vez na história da instituição que uma mulher é eleita pelos servidores para presidir a Fiocruz.
A segunda colocação ficou com a pesquisadora e ex-diretora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), Tania Araújo-Jorge, que obteve 1.695 votos em primeira opção (39,6 %) e 656 votos em segunda opção. Na segunda-feira (28 de novembro), às 9h, a Comissão Eleitoral apresentará o resultado ao Conselho Deliberativo da Fiocruz para homologação. O resultado será enviado para o ministro da Saúde. Nísia Trindade fez um breve discurso de agradecimento. “Nesse momento, gostaria de compartilhar com vocês a ideia de que a Fiocruz, a partir de segunda-feira, esteja unida. A palavra de unidade é fundamental”, afirmou. “Vivemos um momento muito difícil no Brasil e no mundo, um momento de descrédito na política. A política é um valor que cabe a nós, que temos a tradição de lutar pela cidadania e pela reforma sanitária, resgatar”, disse Nísia.Democracia
O presidente da Comissão Eleitoral da Fiocruz e superintendente do Canal Saúde, Arlindo Fábio Gómez de Souza, deu início ao processo de apuração dos votos na Tenda da Ciência Virgínia Schall, no campus sede da Fiocruz, em Manguinhos, no Rio de Janeiro, exatamente às 19h. “O enriquecimento é óbvio nos avanços desta prática democrática que nos norteia nesta Casa”, disse na abertura dos trabalhos. “Nós honramos as tradições e particularmente aqueles companheiros que lutaram tanto pela liberdade e democracia no nosso país e na nossa instituição. Uma vez mais se coloca esse processo eleitoral como um processo civilizatório”, discursou Arlindo.
O permanente aprendizado em lidar com as diferenças e o contraditório como “algo absolutamente normal” foi destacado pelo presidente da Comissão. Ele falou da importância da utilização das redes sociais no processo. “Nós ainda não estamos acostumados com a presença desse elemento novo das redes sociais, que têm uma função absolutamente fundamental. Essas eleições propiciaram um aprendizado na utilização e na relevância que elas têm”, afirmou. A apuração foi transmitida em tempo real, com acesso aberto.A tecnologia permitiu ampliar a participação no processo eleitoral. “Alcançamos quase a totalidade dos trabalhadores. No último debate, foram 1.871 conexões. Uma das campanhas que acompanhava e filmava, teve mais de 500 conexões”, informou. O processo eleitoral foi iniciado com uma convocatória, em 9/9. Depois do período de inscrição, divulgação, impugnação e homologação das candidaturas, de 19 a 30/9, começaram as campanhas das duas candidatas inscritas, de 3/10 a 22/11. A Comissão Eleitoral promoveu dois debates, em 25/10 e 17/11.
Estudo transcritômico da resistência de superbactéria à polimixina B é publicado no BMC Genomics
O artigo The polymyxin B-induced transcriptomic response of a clinical, multidrug-resistant Klebsiella pneumoniae involves multiple regulatory elements and intracellular targets, do periódico científico BMC Genomics, discute a resistência da bactéria Klebsiella pneumoniae a múltiplos fármacos e a influência de estresse abiótico em uma linhagem clínica. O estudo, publicado em 25 de outubro, conta com a assinatura do pesquisador da Fiocruz Bahia, Pablo Ivan Pereira Ramos, que participa como primeiro autor do trabalho.
Em casos extremos, algumas bactérias, como as do gênero K. pneumoniae, passaram a apresentar resistência a maioria das alternativas clínicas disponíveis, sendo necessário o uso de substâncias consideradas de “último recurso”, como a polimixina B. Contudo, a toxidade sobre os rins e a falta de informações farmacodinâmicas tornam o uso dessa substância para tratamento reduzido. A Klebsiella pneumoniae causa pneumonia e infecção urinária e acomete, principalmente, pessoas com a imunidade baixa, sendo uma das principais causas de infecção hospitalar.
Para esta pesquisa, fruto de uma colaboração entre a Fiocruz Bahia, Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), Universidade de São Paulo (UNIFESP) e Universidad de Córdoba, da Argentina; os cientistas sequenciaram, em plataforma Illumina HiSeq 2500, o RNA de bactérias K. pneumoniae derivadas de um mesmo modelo original e as observaram em um ambiente com pH ácido, elevadas concentrações de cálcio e privado de magnésio, expondo-as também a elevadas concentrações do antibiótico polimixina B. Com esta estratégia, pôde-se verificar qual era resposta do patógeno à exposição ao antibiótico somado a alterações abióticas.
Ao obter dados sobre o transcritoma da bactéria nestas condições, entre os resultados encontrados, foi verificado que o mecanismo de atuação da polimixina B em Klebsiella pneumoniae não se limita à desestruturação da membrana, que era a explicação clássica, mas também envolve alvos intracelulares adicionais, inclusive regulatórios, que induzem mudanças metabólicas nesta bactéria.
Para ler o artigo completo clique aqui.
Prorrogadas as inscrições para seleção de estagiários
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) publicou o Edital de Estágio não obrigatório 2016.3 para seleção de estagiários de níveis superior e médio. O prazo para as inscrições foram prorrogados para o dia 10 de dezembro e devem ser realizadas na página do Centro de Integração Empresa Escola (CIEE). A inscrição é gratuita. Os estagiários receberão bolsa mensal, de acordo com a carga horária e nível de escolaridade, mais auxílio transporte. A data prevista para o início do estágio é 09 de fevereiro de 2017. Clique aqui para conferir o Edital.
Vagas para Bahia
Nível superior:
– Psicologia (1 vaga)
– Administração (1 vaga)
– Administração/Arquivologia/Biblioteconomia (1 vaga)
– Sistemas de informação / Ciência da Computação / Engenharia da Computação / Análise e Desenvolvimento de Sistemas / Sistemas para Internet (1 vaga)
Uso da Anfotericina B no tratamento de fungo e leishmaniose é tema de publicação do Colloids and Surfaces B: Biointerfaces
Em trabalho publicado no periódico científico Colloids and Surfaces B: Biointerfaces, pesquisadores discutem tratamentos com a Anfotericina B (AmB-UDL) para infecção fúngica cutânea e leishmaniose. Intitulado Topical amphotericin B in ultradeformable liposomes: Formulation, skin penetration study, antifungal and antileishmanial activity in vitro, o artigo conta com a co-autoria de Camila Indiani de Oliveira, pesquisadora do Laboratório de Imunoparasitologia (LIP), da Fiocruz Bahia.
Infecções fúngicas e leishmaniose são graves problemas de saúde pública. Fungos do gênero Candida são responsáveis pela segunda maior causa de cegueira do mundo, denominada ceratite fúngica. A doença atinge numerosamente pacientes soro positivos e foi observado um aumento exponencial no número de infecções e micoses causadas por fungos do mesmo gênero, nos últimos 30 anos, em pacientes que fazem uso de medicações imunossupressoras.
A leishmaniose, causada por protozoários eucariontes do gênero Leishmania, é uma doença não contagiosa, presente em 88 países do mundo. É de difícil tratamento e atinge cães e seres humanos. A infecção causa graves lesões na pele nariz, boca, queixo e orelhas. Em alguns casos o parasita pode atingir baço, fígado e medula óssea causado lesões ainda mais severas.
Com o intuito de viabilizar novas alternativas de tratamento para essas infecções, os pesquisadores testaram lipossomas ultra deformáveis contendo anfotericina B. A equipe mediu sua citotoxicidade e, após uma hora de incubação não oclusiva, a acumulação total de anfotericina em pele humana foi 40 vezes maior que com outras substâncias, mostrando que essa formulação apresenta grande potencial clinico no tratamento dessas infecções.
A pesquisa foi realizada em parceria entre a Fiocruz Bahia e as universidades localizadas na Argentina Universidad Nacional de Quilmes e Facultad de Ciencias Bioquímicas y Farmacéuticas, Suipacha. Clique aqui para ler o artigo publicado na edição de novembro de 2015.
“Plasmodium vivax na Amazônia: resposta immune ao principal antígeno candidato à vacina”
Luzia Helena Carvalho possui Graduação em Farmácia Bioquímica pela Universidade Federal de Minas Gerais (1985), Mestrado (1990), Doutorado (1995) em Parasitologia pela Universidade Federal de Minas Gerais e Pós-Doutorado pela New York University (1998-2001). Foi consultora do “Malaria Research and Reference Reagent Resource Center (MR4/ATCC/NIH)” (2006-2009). Atualmente é pesquisadora associada do Instituto René Rachou da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-Minas) e membro do corpo editorial da Plos One. Tem experiência na área de Parasitologia e Imunologia, com ênfase em Malária, atuando principalmente nos seguintes temas: malária humana, resposta imune, inflamação, Plasmodium vivax, interação parasito célula hospedeira. (Texto informado pelo autor)
BMC Genomics publica estudo abrangente de genes do bacilo de Koch
Visando ampliar os conhecimentos sobre a tuberculose, no trabalho intitulado Recombination in pe/ppe genes contributes to genetic variation in Mycobacterium tuberculosis lineages pesquisadores de diversos países como Brasil, Inglaterra, Holanda, África do Sul, Malawi, Portugal, Peru, Paquistão, Bulgária e Arábia Saudita remontaram e analisaram genomas do patógeno causador da doença. Participaram do artigo, publicado no periódico científico BMC Genomics, a pesquisadora da Fiocruz Bahia, Theolis Barbosa Bessa, e Erivelton de Oliveira Sousa, egresso do mestrado da Pós-graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa e servidor do Lacen-BA.
A tuberculose é uma doença infectocontagiosa provocada pelo Mycobacterium tuberculosis, mais conhecido como bacilo de Koch. Essa doença acompanha a humanidade desde os seus primórdios. Há sete distintas linhagens de micobactérias tuberculosas, cuja evolução acompanhou a dispersão das populações humanas da África para os demais continentes.
O tratamento atual é eficiente para curar a doença, porém o uso irregular dos medicamentos está relacionado ao surgimento de bactérias resistentes que produzem quadros mais graves e com maior risco de morte. Em algumas regiões do planeta a resistência a fármacos anti-tuberculose está associada à co-infecção com o vírus da imunodeficiência humana (HIV). Essas condições agravantes contribuem para que a doença seja considerada um dos maiores problemas de saúde pública no mundo.
Após o sequenciamento completo do genoma do bacilo, foi possível reconhecer famílias de genes associadas com maior virulência. Entretanto, as famílias dos genes prolina-glutamato e prolina-prolina-glutamato não estão bem caracterizadas devido ao seu alto teor de GC e sua natureza altamente repetitiva, o que torna as pesquisas na área dificultadas. Um estudo mais aprofundado do genoma nestas regiões pode contribuir com descobertas acerca de fatores da virulência e interação do patógeno com o hospedeiro.
Nesta pesquisa, os cientistas remontaram 518 genomas de uma coleção de bactérias isoladas de pacientes em várias regiões do mundo e validaram os resultados utilizando dados de sequenciamento previamente disponíveis. A análise mostrou que a variação genética nos genes das famílias estudadas é consistente com as linhagens das micobactérias, o que sugere adaptação a populações humanas específicas. Há evidências de que 65 genes dessas famílias sofrem pressão seletiva, incluindo porções reconhecidas pelo sistema imunológico através da ligação a moléculas do complexo principal de histocompatibilidade.
O trabalho foi o primeiro estudo aprofundado que permitiu maior compreensão da diversidade genética nos genes das famílias prolina-glutamato e prolina-prolina-glutamato. Além de apresentar uma metodologia capaz de superar empecilhos que dificultavam trabalhos de pesquisa nesta área, o estudo possui grandes implicações para o desenvolvimento de uma tão necessária vacina.
Clique aqui para acessar o artigo publicado em fevereiro de 2016.
Dissertação analisa o retardo do tratamento do câncer de colo do útero
AUTORA: Perla Machado Santana.
ORIENTADOR: Guilherme de Sousa Ribeiro.
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: Retardo do Tratamento de Mulheres com Câncer do Colo do Útero.
PROGRAMA: Mestrado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa – Fiocruz Bahia.
DATA DE DEFESA: 12/12/2016
RESUMO
Introdução: O câncer do colo do útero é uma doença que apresenta um alto potencial de cura quando diagnosticado e tratado precocemente. Entretanto, sua morbimortalidade em todo o mundo ainda é elevada, constituindo-se um grande problema de Saúde Pública. O diagnóstico tardio desta neoplasia e o atraso no início do tratamento são fatores que comprometem a sobrevivência das mulheres acometidas. Assim, os determinantes para o retardo no atendimento especializado e no início do tratamento precisam ser melhor compreendidos para a efetiva assistência a essas mulheres.
Objetivo: Descrever as características demográficas, socioeconômicas, clínicas e relacionadas ao acesso a serviços de saúde de mulheres com câncer do colo do útero e investigar a associação destas características com o retardo para um atendimento especializado e para o início do tratamento.
Metodologia: Trata-se de um estudo de coorte onde foram incluídas mulheres com câncer do colo do útero atendidas no Hospital Aristides Maltez, no período de 2011 a 2014. Foram coletados dados demográficos, socioeconômicos, clínicos e de acesso ao serviço de saúde das pacientes, descritos através da mediana e intervalo interquartil para variáveis contínuas, e por frequências absolutas e relativas para variáveis categóricas. Foram obtidos dados sobre o tempo entre o início dos sintomas e o primeiro atendimento no hospital, bem como sobre o tempo entre o primeiro atendimento no hospital e o início do tratamento. A associação entre as variáveis de exposição e de desfecho foram analisadas inicialmente através do Teste de Wilcoxon ou Teste qui-quadrado. As variáveis que apresentaram associação com um nível de significância de 20% foram incluídas em modelos de regressão linear ou logística para investigar associações independentes com um nível de significância de 5%.
Resultados: Foram incluídas 897 pacientes, predominando mulheres pardas, casadas, residentes do interior da Bahia, com idade mediana de 50 anos e com baixo nível socioeconômico. Essas mulheres apresentarem doença com estadiamento avançado, que exigiu mais de um tipo de tratamento, sendo mais comuns as intervenções radioterápicas e quimioterápicas. A mediana de tempo entre o início dos sintomas e o primeiro atendimento no hospital foi de 6 (IIQ: 3- 12) meses. Nas análises multivariadas características demográficas, socioeconômicas e de acesso ao serviço de saúde não estiveram associadas com o tempo decorrido para o primeiro atendimento. A mediana de tempo entre o primeiro atendimento no hospital e o início do tratamento foi de 91 (IIQ: 63- 127) dias. Observou-se que menor nível de escolaridade, estágio mais avançado da doença e radioterapia ou quimioterapia como principal tratamento realizado foram fatores associados com o retardo no tratamento da doença.
Conclusões: Para a maior parte das mulheres houve atraso no acesso ao primeiro atendimento especializado e no início do tratamento do câncer cervical. O tempo para início do tratamento esteve associado com algumas características socioeconômicas e clínicas. São necessárias medidas de ampliação da cobertura da Estratégia de Saúde da Família e dos programas de rastreamento e detecção desta neoplasia, bem como de educação em saúde e melhoria da rede de serviços de atendimento especializado no diagnóstico e tratamento.
Palavras-Chaves: Câncer do colo do útero; Coorte; Características socioeconômicas; Retardo no tratamento; Salvador-BA.
Pesquisadora da Fiocruz Bahia será a nova presidente da SBI
Durante o 41º Congresso da Sociedade Brasileira de Imunologia (IMMUNO 2016), realizado entre os dias 29 de outubro e 2 de novembro, foi votado e anunciado, em Assembleia Geral, a nova diretoria da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI) para o biênio 2018-2019, bem como os representantes dos conselhos Deliberativo e Fiscal para o mesmo período. Três pesquisadores da Fiocruz Bahia irão integrar a nova equipe: Claudia Brodskyn será a Presidente; Camila Indiani, a Secretária-Geral; e Lucas Pedreira, o Primeiro Secretário.
O Congresso, que aconteceu no Centro de Convenções de Campos do Jordão, em São Paulo, reuniu lideranças nacionais e internacionais da pesquisa no campo da Imunologia, além de jovens cientistas e estudantes. A programação contou com mesas temáticas, conferências e apresentações, onde foram abordados os diferentes aspectos da reposta imune. Os oradores trataram ainda de temas como zika, doença de Chagas e câncer.
Imagem: http://sbi.org.br/
Participaram do evento os pesquisadores da Fiocruz Bahia Bruno Andrade, Cláudia Brodskyn e Valéria Borges, além de estudantes de Iniciação Científica e pós-graduação. Destes, destacaram-se a pós-doutoranda, ganhadora do Prêmio Capes de Teses 2016, Nívea Luz; Daniel Feijó, estudante de pós-doutorado, finalista do prêmio SBI-BD Bioscience Pesquisador 2016; e a estudante de mestrado Sara Nunes, selecionada para uma apresentação oral.
“A participação da Fiocruz Bahia no Congresso foi uma oportunidade de encontro entre os pares de pesquisa e com outros grupos que realizam pesquisas de ponta em Imunologia. Também foi uma oportunidade para os alunos que apresentaram seus trabalhos. Durante todos esses anos em que participamos do evento, vários alunos nossos foram selecionados para apresentações orais. Acredito que esse intercâmbio foi um ganho grande para a Instituição”, destacou Valéria Borges.
Durante a conferência de encerramento do evento, o Diretor da Fiocruz Bahia e também colunista no blog da SBI, Manoel Barral-Netto, entregou ao pesquisador João Viola, do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a placa de Membro Honorário, em homenagem ao seu trabalho na presidência da Sociedade durante sua gestão (2014-2015).
Edição 2017 na Bahia – A próxima edição do evento está prevista para acontecer entre os dias 2 e 6 de outubro de 2017, em Costa do Sauipe, na Bahia, e irá reunir pesquisadores nacionais e internacionais em torno da temática de Imunologia das Mucosas. “No próximo ano, pretendemos homenagear as mulheres na ciência e promover a participação de alunos no Congresso. A programação científica está bastante adiantada e vários pesquisadores já confirmaram a participação, além disso já contatamos as empresas patrocinadoras e em breve recorreremos as agências financiadoras”, antecipou, Claudia Brodskyn.
Não haverá Sessão Científica nesta sexta-feira (18/11).
Ferramentas de bioinformática para filotipagem para o HTLV são desenvolvidas em dissertação
AUTOR: Murilo Freire Oliveira Araújo.
ORIENTADOR: Túlio de Oliveira.
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: Desenvolvimento de uma ferramenta de filotipagem para o Human T Lymphotropic Virus type 1 (HTLV-1). 60 f. il.
PROGRAMA: Mestrado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa – Fiocruz Bahia.
DATA DE DEFESA: 24/11/2016.
RESUMO
Introdução: O gerenciamento e a análise de dados biológicos através de métodos computacionais modernos necessitam que, em alguns casos, os pesquisadores submetam seus dados para diversas aplicações diferentes, inclusive softwares distintos. Por conseguinte, configurações, parâmetros e comandos devem ser conhecidos, a fim de permitir o fluxo de informações entre as diversas ferramentas. A integração entre as ferramentas de bioinformática pode atenuar esta problemática abstraindo o fluxo de dados, tornando mais transparente para o usuário o processo de obtenção de tipos específicos de informação, como a identificação automática de vírus e seus subtipos.
Objetivo: Desenvolver ferramentas de bioinformática para a tipagem, genotipagem e de filotipagem para o Human T Lymphotropic Virus (HTLV) tipos 1, 2 ,3 e 4.
Material e Métodos: Primeiro analisou-se e modificou-se a ferramenta REGA Genotype Tool adicionando suporte para a genotipagem do HTLV tipos 1, 2 3 e 4. A segunda etapa aprimorou o HTLV-1 Molecular Epidemiology Database, reconstruindo seu banco de dados e as páginas web da aplicação. Adicionou-se a funcionalidade de login, download automático de dados e de auditoria e manutenção dos dados. O banco de dados passou a incluir sequências do HTLV-2, HTLV-3 e HTLV-4. Na terceira etapa, as ferramentas foram integradas através da construção de um Servlet no REGA Genotype Tool e de páginas específicas na aplicação de banco de dados capazes de realizar requisições e recuperar informações acerca das análises filogenéticas.
Resultados: A funcionalidade de genotipagem do HTLV-1 foi migrada para a nova versão do REGA Genotype Tool e adicionou-se a capacidade de genotipar os demais tipos do HTLV. Esta ferramenta foi otimizada visando um melhor desempenho e facilidades na inclusão de novos organismos no futuro. O Banco de Dados Público do HTLV-1 foi aprimorado: seu esquema foi normalizado e ganhou novas tabelas; As páginas foram refeitas utilizando padrões modernos de tecnologia web; Foram acrescidas as funcionalidades de login, download de sequências e auditoria e manutenção dos dados; E este passou a conter também sequências dos tipos 2, 3 e 4 do HTLV. Ocorreu a integração entre estas duas ferramentas, permitindo que o resultado de uma genotipagem seja recuperado pelo Banco de Dados e este possa realizar os tratamentos de arquivos e as consultas necessários para identificação dos tipos de vírus e seus subtipos.
Palavras-Chave: HTLV, bioinformática, genotipagem, banco de dados.
Desenvolvimento de ferramentas de bioinformática para a genotipagem de vírus é tema de dissertação
AUTOR: Vagner de Souza Fonseca
ORIENTADOR: Luiz Carlos Júnior Alcântara.
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: Desenvolvimento de ferramentas de bioinformática para a genotipagem dos vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela.
PROGRAMA: Mestrado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa – Fiocruz Bahia.
DATA DE DEFESA: 25/11/2016
RESUMO
Os Arbovírus transmitidos por mosquitos, como Dengue (DENV), Chikungunya (CHIKV), Zika (ZIKV) e Febre Amarela (YFV), são considerados importantes desafios para a saúde pública. Além do cenário causado pelo DENV, responsável por epidemias há décadas e endêmico em quase todo o país, a introdução do CHIKV e do ZIKV no Brasil traz grande preocupação. Os Arbovírus são transmitidos por mosquitos do gênero Aedes, particularmente Ae. aegypti e suas doenças relacionadas resultam em aumento dos custos financeiros associados ao diagnóstico e ao tratamento. Para facilitar o diagnóstico e o desenvolvimento de estratégias de prevenção e tratamento de forma eficiente, foram desenvolvidas ferramentas de bioinformática capazes de genotipar esses vírus baseando-se em modelos evolutivos apropriados de forma automática, precisa e rápida. Nesta plataforma, sequências destes arbovírus são selecionadas no Genbank por meio de um Sistema Configurável Automático de Mineração (SCAM), para obter um conjunto eficiente de sequências referências que foram utilizadas no desenvolvimento das ferramentas. Este processo envolveu o alinhamento das sequências referências seguidas por reconstruções de árvores filogenéticas. Para atribuir os genótipos às sequências dos usuários, a ferramenta analisa as sequências uma a uma, através da identificação pelo programa BLAST, seguido pelo alinhamento com o programa ClustalW e posterior com a reconstrução filogenética utilizando o programa PAUP*. A classificação genotípica ocorre quando as sequencias do usuário se agrupam filogeneticamente com o bootstrap igual ou superior a 70%. Essas novas ferramentas de genotipagem automáticas fornecem uma classificação precisa para esses arbovírus mesmo quando as sequências do usuário são oriundas de tecnologias de última geração (NGS), lendo, portanto, fragmentos curtos.
Palavras-Chave: Arbovírus; Árvores filogenética; Genotipagem Automática.
Tese faz caracterização genômica proviral, clínica e epidemiológica da infecção pelo HTLV-1
AUTORA: Thessika Hialla Almeida Araújo.
ORIENTADOR: Luiz Carlos Junior Alcântara.
TÍTULO DA TESE: Caracterização genômica proviral, clínica e epidemiológica da infecção pelo linfotrópico de células T do tipo I (HTLV-1).
PROGRAMA: Doutorado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa – Fiocruz Bahia.
DATA DE DEFESA: 28/11/2016.
Resumo
O vírus linfotrópico de células T humanas tipo 1 foi o primeiro retrovírus humano isolado em 1980. Este agente etiológico está associado principalmente à paraparesia espástica tropical e mielopatia associada ao HTLV (TSP/HAM), à Leucemia/Linfoma de células T do Adulto (ATLL) e à dermatite infecciosa associada ao HTLV (DIH). Estima-se que entre 5 a 10 milhões de indivíduos estejam infectados pelo HTLV e a distribuição da infecção é mundial. Apesar da importância clínica e epidemiológica do HTLV-1, há uma limitação de estudos relacionados às sequências disponíveis nos bancos de dados públicos. Deste modo, este estudo foi dividido em três etapas: a primeira refere-se à avaliação do perfil e das informações disponíveis nas sequências publicadas mundialmente. Entre as sequências publicadas, 93% apresentaram informação sobre origem geográfica e apenas 39% informação sobre a condição clínica: sendo 29% sequencias virais geradas de indivíduos com TSP/HAM e 67,8% de assintomáticos. Ficou clara a escassez destas informações, que são importantes para trabalhos envolvendo a diversidade viral, estudos clínicos e epidemiológicos. Estes resultados direcionaram a realização das etapas seguintes: um segundo capítulo abrangendo as ferramentas disponíveis para a mineração, gerenciamento e genotipagem do HTLV-1 e um último capítulo destinado à geração e caracterização de genomas completos. No segundo capítulo, foram descritas duas ferramentas online, destinadas à estudos relacionados ao HTLV-1: o banco de dados sobre a Epidemiologia Molecular do HTLV-1 e a ferramenta de subtipagem. Nesta descrição, são reveladas não apenas as possibilidades, de estudo para o HTLV-1, disponíveis através dessas ferramentas, bem como foi possível revelar as necessidades inerentes à análise de sequências virais. Na última etapa, foram gerados 31 genomas completos provenientes de indivíduos com diferentes perfis clínicos através da plataforma de sequenciamento Ion Torrent. Estas sequências foram genotipadas através da HTLV-1 Subtyping Tool (descrita no segundo capítulo), sendo todas pertencentes ao subtipo Cosmopolita, subgrupo transcontinental. A análise da distância genética usando o programa MEGA 7.0, demonstrou baixa diversidade intra e intergrupos. O programa Geneious R6 foi usado para análise da região promotora viral para identificar os sítios de ligação de fatores de transcrição. Foram identificadas duas mutações que aboliram o sítio de ligação do fator Sp1. O mesmo programa foi utilizado para identificar SNPs (Single Nucleotide Polimorphism) nas regiões codificantes do genoma. Não foram encontradas associações entre os SNPs e os diferentes perfis clínicos dos pacientes (TSP/HAM, DIH, ATLL, Assintomáticos). Entretanto, identificou-se um maior número global de mutações nas sequencias do grupo assintomático em relação aos sintomáticos. Na avaliação do efeito protéico das mutações, a análise físico-química e a busca de sítios de modificações pós-traducionais, utilizando os programas Network Protein Sequence Analysis (NPSA) e a ferramenta Prosite do GeneDoc, respectivamente, foram realizadas. A análise físico-química demostrou que um SNP nos genes env, região pX e gag, resultou em sequências proteicas (gp46, p13 e p19) com menor antigenicidade. Em contrapartida, uma mutação no gene gag resultou em uma maior antigenicidade em p24. Em relação a análise das modificações pós-traducionais, identificou-se que pequeno número de mutações relacionadas a criação e anulação destes sítios nos diferentes perfis clínicos, sem associação entre eles. Este estudo contribuiu para encrementar o número de genomas completos do HTLV-1 disponíveis em banco de dados. Além disso, os dados gerados sugerem que o maior número de mutações encontradas no grupo de indivíduos assintomáticos pode influenciar a resposta imunológica, e consequentemente, o não desenvolvimento de doença. Para investigar melhor a contribuição destas mutações é necessário gerar e caracterizar um maior número de genomas completos do HTLV-1.
Dissertação compara método de inclusão parcial de produtos de prostatectomia
AUTORA: Luiza Cavalcanti Fadul.
ORIENTADOR: Daniel Abensur Achanazio.
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: Avaliação de margens circunferenciais, extensão extraprostática e escore de gleason em produtos de prostatectomia radical examinados por método de inclusão parcial e método de inclusão parcial com inclusão suplementar de toda periferia da próstata.
PROGRAMA: Mestrado em Patologia Humana – Fiocruz Bahia/ UFBA.
DATA DE DEFESA: 24/11/2016.
RESUMO
INTRODUÇÃO: Estudos recentes sugerem que a inclusão parcial deixa de detectar até 21% e 47% de margens circunferenciais positivas (MCP) e extensão extraprostática (EEP), respectivamente. Kim et al (2009) sugerem que a inclusão de toda a periferia da próstata (3mm de espessura) previne a falha na detecção de MCP e EEP.
OBJETIVO: Comparar um método de inclusão parcial de produtos de prostatectomia radical com a inclusão suplementar de toda periferia da próstata.
METODOLOGIA: Foram revistos 148 casos de produtos de prostatectomia radical em dois serviços de patologia de Salvador-BA, após a adoção de um protocolo incluindo 3mm de tecido periférico da próstata. Foi avaliado se após a análise das lâminas histológicas adicionais houve mudança na margem, extensão extraprostática, escore de Gleason e extensão da MCP e EEP.
RESULTADOS: O método de inclusão parcial deixou de detectar 29% do envolvimento de MCP e 20% dos casos com EEP. Mudança de acometimento focal para extenso foi observada em 11/21 (52%) casos de MCP e em 5/13 (38%) dos casos de EEP. Mudança no escore de Gleason foi incomum (5%).
CONCLUSÃO: Os resultados mostram a importância da inclusão de toda a periferia da próstata para análise microscópica quando métodos de inclusão parcial são adotados.
Palavras-chave: Neoplasias da Próstata; Prostatectomia; Estadiamento de Neoplasias
Inibição da enzima Heme Oxygenase-1 suprime infecção da tuberculose, conclui pesquisa publicada no mBio
O artigo Pharmacological Inhibition of Host Heme Oxygenase-1 Suppresses Mycobacterium tuberculosis Infection In Vivo by a Mechanism Dependent on T Lymphocytes, publicado em 25 outubro, no periódico cientifico mBio, conta com assinatura do pesquisador da Fiocruz Bahia Bruno Andrade. Na publicação, discute-se a inibição do agente causador da tuberculose através de enzimas antioxidantes.
A tuberculose é uma doença infectocontagiosa, que se manifesta em diversas partes do corpo como rins, ossos e meninges, mas que em 85% dos casos afeta diretamente os pulmões. A doença é um grave problema de saúde pública, pois a infecção causada pelo Mycobacterium tuberculosis, mais conhecido como Bacilo de Koch, afeta até 1/3 da população mundial e é considerada a mais letal dentre os agentes infeciosos.
A doença, se for diagnosticada a tempo é curável, contudo, o fato de o tratamento ser ministrado ao longo de 6 meses com dosagens controladas de antibióticos, resulta em alguns dos casos, em uma infecção recaída e resistência a múltiplas drogas. Além disso, a não existência de vacinas contra e métodos de proteção contra a tuberculose tornam a profilaxia da doença extremamente complexa.
Com o intuito de traçar novas estratégias no tratamento da infecção do Bacilo de Koch, os pesquisadores passaram a estudar a enzima antioxidante Heme oxygenase-1 (HO-1). O Dr. Andrade já publicou artigos mostrando que a enzima HO-1 é regulada na infecção do Mycobacterium tuberculosis e que pode ser considerada um marcador de doença ativa em pacientes. Porém até então não se sabia ao certo se esta enzima desempenha papel protetor ou se associa a uma maior suscetibilidade à tuberculose.
A equipe realizou um estudo com modelo experimental utilizando camondongos, no qual um inibidor enzimático conhecido por tin protoporfirina IX (SnPPIX) foi administrado nos animais durante infecção aguda por Mycobacterium tuberculosis. Os roedores tratados com o SnPPIX, apresentaram uma redução substancial em cargas bacterianas pulmonares comparáveis às obtidas após a terapia antibiótica convencional.
Posterirormente, os pesquisadores também observaram que a administração de uma medicação antibacteriana juntamente ao inibidor da Heme oxygenase-1, propiciou uma eliminação dos patógenos mais eficiente e acelerada. Percebeu-se que tanto a indução pulmonar de HO-1 e expressão na eficácia de SnPPIX no tratamento na redução da carga bacteriana foram dependentes da presença de linfócitos T do hospedeiro. Com isso, os especialistas puderam concluir que a HO-1 pode servir como alvo potencial para a terapia adjuvante no contexto da tuberculose pulmonar.
A pesquisa foi uma parceria do Laboratório Integrado de Microbiologia e Imunorregulação da Fiocruz Bahia com a fundação José Silveira e as instituições americanas National institutes of Health e Univesity of California.
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Publicação do BMC Microbiology discute potencial antibiótico do N-acetil-cisteína (NAC) na tuberculose
Estudo conduzido pelo pesquisador da Fiocruz Bahia Bruno Andrade foi publicado no periódico científico BMC Microbiology. O artigo intitulado N-acetyl-cysteine exhibits potent anti-mycobacterial activity in addition to its known anti-oxidative functions, divulgado no dia 28 de outubro, discute o estresse oxidativo causado pela infecção do agente causador da tuberculose e possíveis alternativas antibióticas à infecção.
A tuberculose, também conhecida como doença do peito, é uma doença infectocontagiosa, provocada pelo Bacilo de Koch, bactéria integrante do complexo Mycobacterium tuberculosis. Além de causar grande estresse oxidativo, a infecção do Bacilo afeta diretamente os pulmões e pode se alastrar para outros tecidos do corpo humano. A alta taxa de mortalidade faz com que a doença seja considerada um dos mais graves problemas de saúde pública no Brasil e no mundo.
Sabe-se que o estresse oxidativo causado pela doença é um fator agravante na infecção, pois há acúmulo de radicais livres que causam oxidação de lipídeos e proteínas, dessa forma, os pesquisadores realizaram um estudo para averiguar o potencial do antioxidante N-acetil-cisteína (NAC) e seu potencial antibiótico no contexto da tuberculose. Presente na lista de medicamentos essenciais da Organização Mundial da Saúde (OMS), o NAC já é utilizado como uma terapia auxiliar em pacientes com diversas doenças respiratórias, caracterizadas pela formação de muco espesso, como a fibrose cística.
A equipe realizou uma comparação em plasma entre pacientes com tuberculose pulmonar e infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis. Mediu-se também a acumulação de espécies ativas de oxigênio em culturas de macrófagos derivados de monócitos infectados. Além disso, um modelo animal utilizando camundongos foi utilizado para que se testasse a capacidade do NAC no controle da infecção in vivo. Ao final do estudo, os especialistas puderam concluir que o N-acetil-cisteína exibe potentes efeitos antibióticos, mostrando-se um limitador da doença através da supressão da resposta oxidativa no hospedeiro e possuir atividade antimicrobiana direta.
A pesquisa foi uma parceria entre os especialistas do Laboratório Integrado de Microbiologia e Imunorregulação (LIMI) da Fiocruz Bahia, do National Institutes of Health (EUA), Universidade Federal da Bahia, Universidade de São Paulo, Hospital Octávio Mangabeira e Universidade do Estado do Amazonas.
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Ministério da Saúde incentiva homens a cuidar da saúde
Por Carolina Valadares, da Agência Saúde
Estudo com mais de 6 mil adultos do sexo masculino aponta que 1/3 (31%) desse público ainda não têm o hábito de ir ao médico. Cuidados de prevenção devem começar desde a adolescência
Muitas doenças podem ser prevenidas quando os homens procuram os serviços de saúde regularmente. Esse é o alerta do Ministério da Saúde durante todo este mês de novembro, período em que fará campanha nas redes sociais sobre o tema. O objetivo é incentivar os homens a irem rotineiramente às unidades de saúde para acompanhar como anda a sua saúde. Dados do Ministério da Saúde apontam que dos 6.141 homens que participaram do inquérito telefônico (Vigitel 2015), 1/3 (31%) ainda não têm o hábito de ir ao médico. Desses que não vão, 55% afirmam que não precisam.
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O Ministério da Saúde tem adotado ações para levar esse público mais aos postos de saúde. Recentemente foi lançada a campanha de combate à sífilis que tem como foco as gestantes jovens e seus parceiros sensibilizando-os para a realização do teste de sífilis no início da gestação e, também incentivando o parceiro a fazer o teste, evitando a reinfeção. Também visando a prevenção desde cedo, o ministério anunciou que, a partir de janeiro do próximo ano será disponibilizado a vacina contra o HPV para a população masculina de 12 a 13 anos na rotina do Calendário Nacional de Vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS).
“É preciso desconstruir essa ideia de que o homem é um super herói e que não precisa ir preventivamente aos serviços de saúde. Essa ideia errônea leva os homens muitas vezes a descobrir as doenças quando já estão em estágio avançado, o que prejudica a cura”, explica o secretário de Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde, Francisco de Assis Figueiredo. De acordo com o secretário, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, do Sistema Único de Saúde (SUS), promove ações específicas voltadas ao homem e as pessoas que ele quer bem. “O homem precisa se cuidar para estar bem ao lado da sua família”, disse o secretário.
A prevenção representa ganho de qualidade de vida. Neste sentido, no SUS, o homem pode fazer uma série de exames de check-up, como sangue (hemograma e dosagem dos níveis de colesterol total e frações, triglicerídios, glicemia e insulina); aferição de pressão arterial, verificação de peso e cálculo de IMC (índice de massa corporal); função pulmonar (indicada aos fumantes); pesquisa de antígeno de superfície do vírus da hepatite B (HBsAg); e teste de detecção de sífilis, pesquisa de anticorpos anti-HIV e dos vírus da hepatite C. E esses cuidados de prevenção, devem começar desde a adolescência.
Para muitos homens, o pré-natal, por exemplo, é voltado apenas para a mulher, no período da gestação. De acordo com a pesquisa Saúde do Homem Paternidade e Cuidado feita pela Coordenação Nacional de Saúde do Homem do Ministério da Saúde e Ouvidoria do SUS, cerca de 84% dos homens não realizaram exames durante o pré-natal da mulher. Ou seja, o que muitos não sabem, é que eles, também, podem realizar consultas de pré-natal, tendo acesso a testes de sífilis, hepatites e HIV, além de tirar medidas antropométricas (pessoa, altura e índice de Massa Corporal); exames de rotina como hemograma, lipidograma; atualização do cartão de vacina; aferição da pressão arterial; e teste de glicemia.
Entre os problemas de saúde que mais acometem o homem estão a obesidade (57%), o alcoolismo (25%), o tabagismo (13%), segundo dados do Vigitel 2015. As principais causas de morte entre os homens, segundo dados do Sistema de Informação de Mortalidade, são as causas externas, como acidentes de trânsito, acidentes de trabalho e lesões por violência. Em segundo lugar estão as doenças do aparelho circulatório (como infarto agudo do miocárdio), seguida das neoplasias (brônquios e pulmões).
MAIS CUIDADOS – Com o objetivo de prevenir, desde cedo, o HPV entre os homens, a partir de janeiro do próximo ano, o Ministério da Saúde passa a disponibilizar a vacina contra o HPV para a população masculina de 12 a 13 anos na rotina do Calendário Nacional de Vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS).
Para evitar grande parte das doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e hipertensão, é importante que, não só o homem, mas como toda a família, adote dicas simples de saúde. A primeira dica do Ministério da Saúde é adotem uma alimentação saudável; bebam ao menos 2 litros de água por dia; evitem fumar e ingerir bebidas alcoólicas; pratiquem exercícios físicos e atividades de lazer regularmente e procurem uma unidade de saúde para fazer check up.
Com a saúde em dia, o homem pode estar mais presente na vida de sua família em todos os momentos. Para isso, muitos são os avanços no SUS que têm permitido essa maior participação.
Em 2005, por exemplo, foi publicada a Lei do Acompanhante (11.108/2005) que determina que os serviços da rede pública de saúde, da rede própria ou conveniada, são obrigados a permitir a gestante o direito a acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto. A participação no momento do parto, sendo o pai biológico ou não, pode trazer benefícios para a mulher, para a criança e para o próprio pai.
Além disso, a publicação do Marco Legal da Primeira Infância (Lei 13.257/2016) que apresenta alguns artigos específicos ligados ao exercício da paternidade ativa e consciente, como a ampliação da licença paternidade para os funcionários das empresas cidadãs para 20 dias, o acompanhamento de consultas médicas e exames complementares durante o período de gravidez da esposa ou companheira aos funcionários registrados em CLT e a garantia de um dia por ano para acompanhar filho de até seis anos em consulta médica.
“Inflammasome activation by sand fly midgut microbiota augments virulence of visceral leishmaniasis”
Eleições Presidenciais Fiocruz 2016: candidata Tânia Araújo visita a Fiocruz Bahia
Em função da campanha para as Eleições Presidenciais Fiocruz 2016, a Fiocruz Bahia recebeu, ontem (3/11), a visita da candidata Tânia Araújo, que atualmente é chefe do Laboratório de Inovações em Terapias, Ensino e Bioprodutos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC-RJ). A candidata percorreu a unidade, pela manhã, conhecendo os setores e conversando com os colaboradores. Já pela tarde, Tânia Araújo apresentou, no Auditório Aluízio Prata, suas propostas em debate com os servidores.
A candidata afirmou que as visitas, durante a campanha eleitoral, têm possibilitado um aprendizado maior sobre a Fiocruz. Segundo Tânia, os centros regionais são extremamente importantes para a Fundação, pois eles uma dimensão nacional da instituição através de sua inserção local, na qual podem trabalhar questões regionais de forma objetiva. “É muito importante que as unidades regionais se integrem no conjunto das atividades da Fiocruz e integração é uma das palavras chaves da nossa campanha, além de participação e transparência”, salientou.
Na apresentação, a candidata tratou da questão orçamentária, ressaltando a necessidade de transparência e apresentando a proposta de construção de um orçamento com participação ativa do conjunto das pessoas, no âmbito interno da Fiocruz. Tania Araújo destacou que os pactos principais de sua campanha giram em torno do compromisso e equidade na atenção às unidades regionais e nas questões orçamentárias, como a separação de orçamento de custeio condominial e custeio de atividades de manutenção básica e de apoio a novos grupos de produtividade.
Tânia Araújo destacou ainda a importância de pensar sobre o orçamento diante da perspectiva de congelamento de gastos públicos, que tende a repercutir em todos os níveis nas atividades da Fundação.
Pesquisadores da Fiocruz Bahia demonstram grande variação na composição microbiana da pele em pacientes com leishmaniose cutânea
Publicado na revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, o estudo coordenado pelas pesquisadoras da Fiocruz Bahia, Aldina Barral e Vanessa Salgado, identificou o microbioma de lesões de leishmaniose cutânea localizada (LCL) e a redução acentuada da diversidade bacteriana nestas lesões. A equipe de pesquisadores testaram a hipótese de que as comunidades bacterianas em lesões LCL são diferentes das encontradas na pele saudável.
Com a participação de especialistas da Universidade Federal da Bahia (UFBA), do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Doenças Tropicais, Instituto de Investigação em Imunologia e da Universidade de São Paulo (USP), os resultados da pesquisa foram publicados no artigo The microbiological signature of human cutaneous leishmaniasis lesions exhibits restricted bacterial diversity compared to healthy skin.
A leishmaniose cutânea localizada (LCL) é a forma mais comum da doença e é caracterizada por úlceras crônicas indolores simples ou múltiplas, que comumente se apresenta com infecção bacteriana secundária. Os pesquisadores realizaram uma análise comparando o sequenciamento de 16S RNA – obtido a partir do isolamento do DNA bacteriano – de amostras de pele saudável e pele com leishmaniose, coletadas em feridas de 10 participantes (2 mulheres e 8 homens), com média de idade de 35 anos, que moram na área endêmica há uma média de 32 anos e apresentavam lesões cutâneas ulceradas clinicamente comprovadas, como leishmaniose cutânea.
Resultados – O estudo mostrou que a microbiota de lesões cutâneas em pacientes com leishmaniose, que residem em área de grande predominância do Leishmania braziliensis, apresenta menor diversidade bacteriana se comparadas às amostras de pele saudável.
A redução da diversidade bacteriana significativa nas microbiotas das lesões LCL revelaram a predominância de bactérias estreptococos e espécies anaeróbicas estritas e facultativas. Estas últimas estariam vivendo em simbiose, criando um microambiente com pouco oxigênio nas lesões LCL e podendo contribuir na persistência da Leishmania. O sistema imune inato também proporciona um ambiente favorável à resistência de algumas bactérias comensais, prejudicando outras espécies não adaptadas.
Clique aqui e leia o artigo completo, publicado em abril de 2016.
Papel do ferro na função mitocondrial da Leishmania é tema de estudo publicado na PLOS Pathogens
Um estudo realizado pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Juliana P. Bezerra de Menezes, em conjunto com pesquisadores da University of Maryland (EUA), aborda o transporte de ferro em tripanossomatídeos e seu papel na virulência da Leishmania. Os resultados do estudo estão no artigo Trypanosomatid Iron Transporter that Regulates Mitochondrial Function Is Required for Leishmania amazonensis Virulence, publicado no periódico científico PLOS Pathogens.
A Leishmania spp. é um protozoário parasita da família Trypanosomatidae, responsável por um amplo conjunto de doenças humanas, conhecidas como leishmanioses, cujas manifestações clínicas variam de lesões cutâneas de cura espontânea a doenças viscerais fatais.
O estudo mostrou que o MIT1, um homólogo mitocondrial dos genes que importam ferro altamente conservado entre protozoários, é essencial para a viabilidade dos promastigotas de Leishmania. Foi observada uma falha de crescimento nos promastigotas knockout para o alelo LMIT1, além de uma maior susceptibilidade à espécies reativas de oxigênio. Adicionalmente, os parasitos sem o LMIT1 não são capazes de replicar no interior de macrófagos ou causar lesão cutânea em camundongos infectados. Os autores mostraram ainda que parasitos se o LMIT1 apresentam redução da função mitocondrial e são incapazes de aumentar a expressão da enzima FeSOD.
Os resultados da pesquisa demonstram a importância da captação de ferro mitocondrial em parasitas tripanossomatídeos e destacam o papel da LMIT1 no processo de regulação de ferro que conduz a diferenciação de L. amazonensis em amastigotas infecciosos.
Clique aqui para ler o trabalho publicado em janeiro de 2016.
Biomarcadores no acompanhamento da tuberculose é tema de publicação do periódico Tuberculosis
Intitulado Immunoglobulin G response to mammalian cell entry 1A (Mce1A) protein as biomarker of active tuberculosis, o artigo publicado, no dia 12 de julho, no periódico cientifico Tuberculosis, discute a resposta de imunoglobulinas como biomarcadores no acompanhamento da tuberculose. Coordenados pelo pesquisador da Fiocruz Bahia Sérgio Arruda e por sua orientanda Iukary Takename, a equipe de pesquisadores realizou um estudo, em Salvador, com amostras de soro coletadas de 104 pacientes.
A tuberculose é uma doença infectocontagiosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis. A doença, que possui a tosse como principal sintoma, afeta principalmente os pulmões, mas pode se manifestar em outros localidades do corpo como rins, ossos e meninges. Por afetar cerca de 6 milhões de pessoas anualmente, 90 mil só no Brasil, a tuberculose é considerada um grave problema de saúde pública, agravado pela falta do teste conhecido como PPD para diagnosticar a infecção.
O diagnóstico precoce é fundamental para que se tenha tratamento e controle eficazes da doença, contudo as limitações existentes na técnica de identificação dos patógenos por meio da microscopia tem atrasado os diagnósticos. Cerca de 40% dos pacientes com tuberculose são negativos a baciloscopia e as culturas de Mycobacterium tuberculosis para tornarem-se visíveis demandam tempo.
Dessa forma, sabendo que a virulência da bactéria causadora da tuberculose está estritamente ligada aos componentes de sua parede celular e que a proteína 1A (Mce1A) também favorece a entrada do bacilo na célula humana, os pesquisadores examinaram os níveis séricos de imunoglobulinas contra essa proteína. Dos participantes da pesquisa, 39 tinham tuberculose pulmonar, 15 tiveram contato com a doença, 19 tiveram contato e apresentavam uma infecção latente, 13 eram saudáveis que não tiveram contato com pacientes com a doença e 18 pacientes tinham hanseníase.
Ao realizar uma análise dos dados coletados, a equipe constatou que os níveis de todas as classes de imunoglobulinas foram significativamente mais elevados em pacientes com tuberculose pulmonar, do que os outros grupos de controle. Constatou-se também uma diminuição significativa de valores basais dos níveis de imunoglobulinas, após o tratamento da tuberculose. Os pesquisadores concluíram que os anticorpos IgG da proteína Mce1A podem ser uma ferramenta complementar no diagnóstico da tuberculose.
O estudo foi feito em parceria entre a Fiocruz Bahia e a Secretaria de Saúde de Salvador e do Estado da Bahia, com colaboração da University of California (EUA).
Clique aqui para acessar o artigo completo.
“PACK – A strategy to bring quality to primary health care: trials and impact on policy in South Africa and Brazil”
“I am an academic public health physician. I have worked in 4 medical schools, in the UK (Bristol, UEA) and South Africa (Cape Town, Free State), doing epidemiological then health services research, and teaching medical and postgraduate research students.
Good primary health care is a foundation of good population health. So my research is mostly focused on innovation, integration and evaluation of primary health care, for HIV/AIDS, tuberculosis, respiratory disease, diabetes, and other long term conditions. When I was a medical student and junior doctor in 1980s South Africa, the struggle for liberation from apartheid had a big influence on me. I was active in anti-apartheid student and health politics in my twenties. This led me into occupational health and safety, consulting and doing epidemiological research for non-racial trade unions. My research since then has been grounded on methods I learned from fellow occupational epidemiologists. But when apartheid started dying out in the early nineties, I realised that there were even greater health benefits to be gained from health system reform, especially through massive expansion and strengthening of public sector primary health care. Hence my shift to health services research.
After public health specialist training in South Africa and the UK I learned more from British health services researchers and public health colleagues . One of the many admirable features of the NHS is that it encourages experimentation and is responsive to health services research evidence, which it funds generously. This makes the UK a world leader in the research methods I use, such as the evaluation of complex interventions with cluster randomised trials, cost effectiveness evaluation, and interdisciplinary mixtures of epidemiology, economics and social science. It has been my privilege to be based in this scientifically excellent setting while applying myself to the health care challenges of high, middle and low income countries.
- Educational and professional qualifications
- PhD, University of Bristol
- MSc (Public Health Medicine), London School of Hygiene and Tropical Medicine
- Diploma in Occupational Health, University of Cape Town
- Bachelor of Medicine and Bachelor of Surgery (MBChB), University of Cape Town
- Fellow of the Faculty of Public Health, United Kingdom”
Fonte: University of East Anglia
Abertas as inscrições para o I Seminário de Saúde do Trabalhador do Município de Salvador
O I Seminário de Saúde do Trabalhador do Município de Salvador acontece nos dias 01 e 02 de dezembro, durante os quais serão realizados minicursos, conferências, mesas redondas e exposição de pôsteres, no Auditório da Faculdade Devry Ruy Barbosa. O evento tem como objetivo debater as principais pautas do campo da saúde do trabalhador na atualidade e disseminar o conhecimento técnico-científico e prático entre trabalhadores e gestores da saúde e segurança, sindicatos, instituições públicas, organizações não governamentais, docentes e pesquisadores da área da saúde e afins. A submissão de resumos e as inscrições para os minicursos podem ser realizadas através do hotsite do curso, até o dia 20 de novembro.
A programação conta com a presença de importantes pesquisadores da área Saúde e do Direito, que discutirão, entre outras temáticas, os impactos da terceirização na saúde dos trabalhadores; a saúde mental e o trabalho, intoxicações exógenas ocupacionais, saúde do trabalhador na atenção básica e as LER/DORT.
O evento propõe apresentar as experiências acumuladas na Rede Nacional de Saúde do Trabalhador, em especial as novas iniciativas propostas no Centro de Referência em Saúde do Trabalhador de Salvador nos âmbitos da atenção e vigilância, bem como oportunizar a outros profissionais e ou serviços o compartilhamento de experiências neste campo temático, como estratégia de fomentar a formação e educação permanente e o fortalecimento da rede de informações em Saúde do Trabalhador.
O Seminário de caráter interinstitucional, é realizado em parceria com a Fiocruz Bahia e a Faculdade Devry Ruy Barbosa e é promovido pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Salvador, por meio da Diretoria de Vigilância em Saúde, através do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST).
Para conferir a programação e mais informações clique aqui.
Servidor da Fiocruz Bahia é homenageado em Ato de Celebração à Vida
Servidores da Fiocruz Bahia promoveram um encontro, ontem (25/10), pela manhã, para homenagear o servidor Tauar Figueiredo, que faleceu em junho deste ano. O “Ato de Celebração à Vida” foi realizado no jardim da instituição, onde, em ação simbólica, foi plantado um Flamboyant e fixada uma placa em menção ao homenageado.
A analista de Gestão em Saúde da Fiocruz Bahia, Maria Julia Alves, deu início ao evento falando sobre a ideia da homenagem. “Com este ato, simbolizamos a vida como uma forma de nos ajudar a assimilar a falta trágica de um colega tão querido que ofereceu para tantos de nós, aquilo que é fundamental para sustentar nossas relações e dar sentido ao nosso cotidiano: alegria e leveza do viver”, declarou. Em seguida, outros servidores contribuíram com depoimentos e oração. O Diretor da Fiocruz Bahia, Manoel Barral-Netto finalizou o ato com a leitura do texto gravado no monumento.
A iniciativa surgiu de um grupo de colegas, durante uma oficina sobre Diálogo e Gestão de Conflitos, realizada na instituição e foi acolhida pela Direção da Fiocruz Bahia, que permitiu a realização da homenagem, além de receber o apoio do Sindicato dos Servidores de Ciência, Tecnologia, Produção e Inovação em Saúde Pública (Asfoc BA), que patrocinou a placa fixada no local.
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Pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação voltados a doenças negligenciadas e a necessidade de esforço global coordenado
Por Bethânia Almeida
Observatório em Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde
Pesquisas realizadas na década de 1990 apontaram que menos de 10% dos recursos destinados à pesquisa em saúde eram alocados para doenças ou condições responsáveis por 90% da carga de doenças no mundo, aspecto conhecido por gap 10/90. A partir destes estudos deficiências relacionadas aos esforços em pesquisa voltados a doenças que afetam desproporcionalmente populações pobres de países em desenvolvimento ficaram mais evidentes.
É consenso que doenças cujos mercados não apresentam potenciais de rentabilidade não recebem investimentos por parte de empresas privadas ocasionando falhas de mercado. Doenças relacionadas à pobreza também sofrem de falhas de ciência pela insuficiência de conhecimentos para avançar na obtenção de tecnologias e falhas de saúde pública porque mesmo quando existem tecnologias disponíveis nem sempre os doentes têm acesso aos serviços de saúde, sendo, portanto, negligenciadas em aspectos que não se restringem a falta de investimentos por parte de empresas biofarmacêuticas.
Esforços voltados à inovação tecnológica precisam ser integrados às estratégias de saúde pública. Um exemplo da necessidade de aproximação entre inovação tecnológica e saúde pública é que o alcance de metas relacionadas à redução de doenças infecciosas e mortalidade materno-infantil preconizadas pelo relatório The Global Health 2035 não serão alcançadas sem a obtenção de novas tecnologias incluindo medicamentos, reativos para diagnóstico e vacinas.
A obtenção de inovações em setores baseados em ciência como o setor saúde é pautada em processos caros, demorados e incertos por não existir relação direta entre investimentos e resultados em suas diversas etapas. Adicionalmente, diferentes competências são necessárias para avançar de um estágio ao outro que vão desde a pesquisa em bancada, produção de pequenos lotes para testes pré-clínicos e clínicos, licenciamento, produção e distribuição em escala. A coordenação e integração entre distintos conhecimentos científicos, técnicos e gerenciais no desenvolvimento da tecnologia são imprescindíveis para minimizar riscos e incertezas para que uma invenção chegue à sociedade e se torne uma inovação tecnológica[1].
Conhecimentos que embasam avanços científicos relacionados às doenças negligenciadas são obtidos principalmente a partir de pesquisas conduzidas em universidades e institutos públicos de pesquisa, que contam com financiamento público. A despeito de algumas destas pesquisas terem perspectiva de aplicação em produtos, processos e políticas em geral são mais voltadas à obtenção de conhecimentos fundamentais e não se pautam em agendas institucionais articuladas a estratégias e prioridades nacionais e globais de P&D.
Pesquisas promissoras encontram dificuldades para alcançar a fase de ensaios clínicos devido aos altos custos e necessidade de competências específicas para conduzir estas etapas, cruciais para que uma tecnologia seja licenciada. Como não existe mercado comercial para motivar investimentos privados, são necessários modelos alternativos que alinhem políticas de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação às necessidades globais de saúde.
A partir dos anos 2000 as Parcerias para o Desenvolvimento de Produtos (PDPs) tem se destacado como a melhor estratégia para alinhar interesses, coordenar competências e recursos voltados ao desenvolvimento de tecnologias para doenças negligenciadas. Iniciativas que tem contado principalmente com o aporte financeiro de organizações filantrópicas e governamentais de países desenvolvidos.
As PDPs são definidas enquanto organizações internacionais sem fins lucrativos com foco em questões específicas e particulares de saúde pública que impulsionam o desenvolvimento de produtos em conjunto com parceiros externos. O diferencial desta estratégia é que possibilita preencher lacunas nos processos iniciais de P&D através da integração de capacidades científicas, técnicas e regulatórias sob uma única estrutura financeira e de gestão, evitando a fragmentação de recursos e competências até então dispersas entre os atores.
A despeito de críticas relacionadas a sobreposição de atuação entre PDPs, assimetria de influência entre parceiros e falta de transparência quanto a estrutura de governança e acordos firmados, que incluem aspectos de propriedade intelectual em favor de empresas biofarmacêuticas, a estratégia de coordenar e integrar esforços entre parceiros para atingir objetivos específicos é considerada a mais adequada para viabilizar inovações voltadas a doenças que não tem apelo comercial.
Neste sentido, acredita-se que PDPs globais devem ser estabelecidas tendo por lastro princípios, critérios e objetivos claros pautados em aspectos humanitários que visam superar a privação de cuidados à saúde. Embora o poder de compra dos países, de organismos internacionais e organizações sem fins lucrativos também devam ser levados em considerados na estruturação desta dinâmica de inovação pela necessidade de economia de escala para ampliar as chances de as tecnologias terem preços acessíveis. Adicionalmente, a gestão do conhecimento e acesso aberto a dados são imprescindíveis para evitar duplicidade de esforços, redução de custos e tempo.
A estruturação, monitoramento e avaliação dos novos arranjos institucionais e interdependência entre atores e países em PDPs globais podem contar com a intermediação da Organização Mundial de Saúde (OMS) cujo papel seria de suma importância enquanto órgão público multilateral e independente. Defende-se ainda que cada país deva ter autonomia para analisar sua infraestrutura científica e tecnológica acerca da doença em questão e prioridades de saúde para definir as formas de cooperação dentro das PDPs globais, enquanto os critérios de contribuições financeiras regulares até a obtenção do produto poderiam ser pautados na realidade dos países, a exemplo do Produto Interno Bruto.
Levando-se em consideração que aspectos éticos e solidários são insuficientes para mobilizar ações devido ao envolvimento de recursos econômicos, normativos e políticos que estão distribuídos assimetricamente entre os atores, os quais também possuem interesses distintos, metodologias de avaliação de impacto acerca da introdução e efetividade das novas tecnologias devem ser empregadas para prover evidências sobre as externalidades destas, em níveis locais e globais.
O alinhamento e estabelecimento de colaborações estratégicas orientadas à saúde global atuando com critérios claros acerca do tipo de tecnologia a ser desenvolvida, papel dos envolvidos, monitoramento e avaliação transparentes podem superar obstáculos que impedem a obtenção de inovações voltadas a doenças que afetam desproporcionalmente as populações mais pobres do planeta. Doenças que deixarão de ser negligenciadas com o comprometimento, coordenação de esforços e regularidade de recursos por parte de governos, comunidades científicas, organizações filantrópicas e empresas privadas.
Referências
ALMEIDA, B.A. A dinâmica de inovação no setor de vacinas e o desenvolvimento de candidatas à vacina contra a dengue. Tese (doutorado) – Instituto de Saúde Coletiva. Universidade Federal da Bahia, 2014.
Global Forum for Health Research .The 10/90 Report on Health Research 2000.
Moran M. The grand convergence: Closing the divide between public health funding and global health needs. PLoS Biol. 2016; 14(3): e1002363.
Morel, C. Inovação em saúde e doenças negligenciadas. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 22(8): 1522-1523, ago, 2006.
Morel CM, Acharya T, Broun D, Dangi A, Elias C, Ganguly NK, et al. Health innovation networks to help developing countries address neglected diseases. Science. 2005; 309:401–4.
Stokes, D. E. O quadrante de Pasteur: a ciência básica e a inovação tecnológica. Tradução José Emílio Maiorino. Campinas, SP: Editora UNICAMP, 2005.
VELÁSQUEZ, G. Public-private partnerships in global health: putting business before health? – Research Papers 49, The South Centre January 2014.
Yamey, G; Morel, C. Investing in Health Innovation: A Cornerstone to Achieving Global Health Convergence. PLoS Biol. 2016; 14(3): e1002389.
Inscrições para o curso EndNote encerram dia 26/10
A Biblioteca de Ciências Biomédicas Eurydice Pires de Sant´Anna, dando prosseguimento ao Programa de Treinamentos Continuados, está com inscrições abertas para o curso EndNote. Interessados deverão se inscrever pelo e-mail biblioteca@bahia.fiocruz.br, informando nome da Instituição, setor, ramal, e-mail e telefones de contato, para a confirmação da inscrição. As vagas são limitadas.
*Inscrições: até 12h do dia 26/10/2016
Quando: 26 de outubro
Horário: 15h às 17h
Onde: Sala de Aula I da Biblioteca – Fiocruz Bahia, Rua Waldemar Falcão, 121, Candeal.
PLOS One publica estudo sobre polimorfismo associado à gravidade da síndrome inflamatória de reconstituição imune
O pesquisador da Fiocruz Bahia, Bruno Andrade, conduziu um estudo que analisa o papel da enzima Leucotrieno A 4 Hidrolase (LTA4H) na ocorrência e gravidade clínica da síndrome inflamatória de reconstituição imune (SIRI), em uma coorte de pacientes co-infectados com HIV e tuberculose. Os resultados da pesquisa estão descritos no artigo Role of LTA4H Polymorphism in Tuberculosis-Associated Immune Reconstitution Inflammatory Syndrome Occurrence and Clinical Severity in Patients Infected with HIV, publicado no periódico científico PLOS One, no dia 19 de setembro.
Além de Andrade, fizeram parte da equipe de estudiosos Leonardo Gil-Santana e Jilson Almeida, da Fiocruz Bahia, em parceria com pesquisadores vinculados às instituições indianas National Institute for Research in Tuberculosis, Government Hospital of Thoracic Medicine e Government Vellore Medical College and Hospital. O grupo de especialistas avaliou prospectivamente 142 pacientes portadores das duas enfermidades, virgens de tratamento antirretroviral, no sul da Índia.
No estudo, foi analisado o genótipo da enzima LTA4H, estimando a frequência do genótipo de tipo selvagem (CC) e dos genótipos mutantes (CT ou TT), nos pacientes que desenvolveram ou não a síndrome SIRI após o início do tratamento antirretroviral. Foram realizados testes para verificar a associação entre os polimorfismos da LTA4H, bem como a incidência e gravidade da síndrome.
De acordo com os resultados, 86 indivíduos apresentaram o genótipo selvagem (CC), nos quais a incidência de SIRI foi de 34%, e 56 tiveram genótipos mutantes (43-CT e apenas 13-TT), com incidência da síndrome de 37%. Do total de pacientes, 51 desenvolveram a SIRI depois do início do tratamento. Os resultados mostraram, ainda, uma frequência maior da síndrome grave no grupo de genótipos mutantes em comparação ao de genótipo selvagem. Além disso, a terapia com corticoides foi efetiva no tratamento da SIRI em todos os casos, independente do genótipo de LTA4H.
De acordo com os pesquisadores, esses achados são relevantes para a adoção de medidas de precaução na gestão da síndrome, no qual um teste genotípico pode auxiliar na previsão da gravidade clínica da SIRI, orientando a administração de doses de esteroides (corticoide), talvez até de maneira profilática.
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