“O Papel do Parasito e do Hospedeiro na Resposta Inflamatória na Leishmaniose Cutânea Disseminada”

02 09 Edgar Carvalho

 

Edgar Marcelino de Carvalho Filho nasceu em Salvador-Bahia e após concluir o curso secundário no Colégio de Aplicação, foi graduado em Medicina pela Universidade Federal da Bahia (1973), fez especialização em Reumatologia e Imunologia pela University of Virginia (1979), mestrado em Medicina e Saúde pela Universidade Federal da Bahia (1977), doutorado em Medicina e Saúde pela Universidade Federal da Bahia (1986) e pós-doutorado em Imunologia no Weill Cornell Medical College (1990-1991). É Pesquisador do Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz (FIOCRUZ Bahia), Professor Titular Aposentado de Clínica Médica da Universidade Federal da Bahia, Professor Titular Aposentado de Imunologia da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública e Pesquisador Associado do Serviço de Imunologia do Hospital Universitário Professor Edgard Santos. É também Professor Adjunto do Weill Cornell Medical College e Professor Adjunto da University of Iowa. É editor do Plos Neglected Tropical Diseases, e do corpo editorial do Case Reports in Medicine e da Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. Tem formação em Clínica Médica com ênfase em Imunologia Clínica, Doenças Tropicais e Reumatologia, e tem como principais áreas de atuação em pesquisa a Imunopatogênese das leishmanioses, imunopatologia e manifestações clínicas associadas à infecção pelo HTLV-1, Imunopatogênese da Esquistossomose, Influência das helmintíases na resposta imune das doenças inflamatórias crônicas e doenças auto-imunes e Imunoterapia nas doenças infecciosas. Foi bolsista do Howard Hugges e Presidente da Sociedade Brasileira de Imunologia. É Coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Medicina Tropical e é membro da Academia Brasileira de Ciências e da Academia de Ciências da Bahia (Texto informado pelo autor)

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Fiocruz anuncia nova fase de vacina para esquistossomose

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) dará início aos estudos clínicos de Fase II da vacina brasileira para esquistossomose, chamada de Vacina Sm14, em etapa realizada em parceria com a empresa Orygen Biotecnologia S.A. A vacina é um dos projetos de pesquisa e desenvolvimento em saúde priorizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), visando garantir o acesso da população dos países pobres a ferramentas de medicina coletiva com tecnologia de última geração.


Uma das doenças parasitárias mais devastadoras socioeconomicamente, atrás apenas da malária, a esquistossomose infecta mais de 200 milhões de pessoas, de acordo com a OMS, essencialmente em países pobres. Relacionada à precariedade de saneamento, a doença tem áreas endêmicas em mais de 70 países, onde 800 milhões de pessoas vivem sob risco de infecção, sobretudo na África. No Brasil, 19 estados apresentam casos, especialmente os da região Nordeste, além de Minas Gerais e Espírito Santo.

Lote da Vacina Sm14, que será usado em testes clínicos na região endêmica do Senegal, na África (Fotos: Gutemberg Brito – IOC/Fiocruz)
Vacina inédita

Desenvolvida e patenteada pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), a vacina foi produzida a partir de um antígeno – substância que estimula a produção de anticorpos, evitando que o parasita causador da doença se instale no organismo ou que lhe cause danos. Foi utilizada a proteína Sm14, sintetizada a partir do Schistosoma mansoni, verme causador da esquistossomose na América Latina e na África. “Esta é a primeira vez no mundo que uma vacina parasitária produzida com tecnologia brasileira de última geração chega à Fase II de estudos clínicos. Estamos trabalhando para contribuir para o enfrentamento de um problema de saúde pública que afeta populações pobres de diversas localidades do mundo”, destaca Miriam Tendler, pesquisadora do Laboratório de Esquistossomose Experimental do IOC/Fiocruz, que lidera os estudos.

Baseada em uma tecnologia inovadora, a vacina Sm14 possui patentes depositadas no Brasil, Europa, Estados Unidos, Austrália, Japão, Nova Zelândia, África do Sul, Canadá, Cuba, Egito e Índia, além das organizações africanas de propriedade intelectual ARIPO e OAPI. De acordo com o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, a vacina para esquistossomose desenvolvida pela Fundação representa mais um decisivo passo no objetivo de fortalecer, no Brasil, uma base tecnológica capaz de assegurar o atendimento das demandas do sistema público de saúde. “A vacina traduz uma conjunção de valores significativos, pois reúne competência científica e capacidade de transformação, levando a um processo de inovação voltado para a resolução de uma doença negligenciada, com impacto mundial extremamente significativo. Este imunizante, o primeiro para a doença em todo o mundo, é fruto de uma iniciativa enraizada na Fiocruz, com liderança da pesquisadora Miriam Tendler, além da criação de parcerias exemplares da relação público/privado”, pontua.

Pesquisadora do Laboratório de Esquistossomose Experimental do IOC/Fiocruz, Miriam Tendler lidera os estudos para desenvolvimento da Vacina Sm14
A etapa final de desenvolvimento da Vacina Sm14 é alvo de uma parceria público-privada (PPP) entre a Fiocruz e a empresa Orygen Biotecnologia S.A., agora parceira no desenvolvimento e produção da vacina humana. “Essa pesquisa poderá trazer um enorme impacto social e científico para o Brasil, que é a grande missão da Orygen desde sua criação. A Sm14 é uma daquelas iniciativas que mostram a capacidade de inovação do país e nós estamos orgulhosos em participar ativamente”, afirma Andrew Simpson, diretor científico da Orygen Biotecnologia S.A.

Prioridade para a Organização Mundial da Saúde

É crescente a preocupação da OMS com o contraste entre os países ricos e pobres na área de insumos tecnológicos para a saúde. Em 2010, a Assembleia Mundial da Saúde anunciou a criação de um grupo de trabalho com consultores experts em financiamento e coordenação de pesquisa e desenvolvimento científico, que em inglês tem a sigla CEWG. Em maio de 2013, o CEWG divulgou um plano estratégico de ação com vistas a proporcionar aos países pobres o acesso a plataformas para a solução de questões crônicas em saúde pública específicas desses países. Poucos meses depois, o grupo tornou pública uma lista preliminar com 22 projetos candidatos, para, enfim, em dezembro de 2013, anunciar os 7+1 projetos de inovação selecionados para serem apoiados política e estrategicamente pelo fundo cooperado gerenciado pela OMS – entre os quais, a Vacina Sm14, que assim tem assegurado o seu desenvolvimento final.

Uma particularidade relacionada à Vacina Sm14 é o fato de desequilibrar e mudar o paradigma de transferência de tecnologia que tradicionalmente segue uma lógica vertical onde o Hemisfério Norte ‘fornece’ conhecimento para o Hemisfério Sul. O Sm14 inaugura uma premissa horizontal, onde o Hemisfério Sul desenvolve uma tecnologia para o próprio Hemisfério Sul, começando com a colaboração Brasil-África nos Testes Clínicos de Fase II da vacina contra esquistossomose.

Estudos clínicos de Fase II

Os estudos clínicos da Fase II A serão realizados em adultos moradores da região endêmica no Senegal, na África, local atingido simultaneamente por duas espécies do parasito Schistosoma, causador da doença. Essa característica, que não existe em nenhuma região brasileira, é muito importante para que se possa verificar a segurança da Vacina Sm14 com escopo ampliado em relação a estes dois agentes. A área escolhida é hiperendêmica, ou seja, possui alta taxa de prevalência da doença, que afeta a população de forma continuada. Nessa etapa, a segurança do produto será avaliada, bem como a sua capacidade de induzir imunidade nas pessoas vacinadas. Está prevista a participação de 350 voluntários, entre adultos, inicialmente, e em crianças, ao longo de três etapas de Fase II. Os estudos foram aprovados por comitê de ética no Senegal.

Pesquisadora manipula caramujos do gênero Biomphalaria, espécie reservatório dos parasitas Schistosoma
Enquanto os estudos de Fase I foram realizados em área não endêmica, com voluntários saudáveis, nos estudos de Fase II os voluntários serão moradores de áreas endêmicas, que já tiveram contato com a doença, o que reflete a situação real onde a vacina será utilizada efetivamente. A Vacina Sm14 será administrada em três doses, com intervalos de um mês entre cada uma.

A Fase II A de estudos clínicos será realizada em parceria com a organização não-governamental senegalesa Espoir pour La Santé, sendo coordenada em campo pelo pesquisador Gilles Riveau, do Instituto Pasteur de Lille, na França, e diretor geral do Centre de Recherche Biomedicale Espoir pour La Santé. “Esta fase será conduzida por uma entidade respeitada internacionalmente, em uma estrutura de laboratório de última geração, composta por profissionais altamente qualificados”, ressalta Miriam. Estão previstas auditorias independentes de instituições locais, seguindo as regras internacionais de pesquisa com seres humanos e que incluirão o acompanhamento por um conselho assessor composto por especialistas de vários países. Os testes acontecerão entre setembro e dezembro de 2016, período que corresponde à mais alta endemicidade da doença em território africano. Tanto o protocolo de pesquisa quanto a documentação regulatória foram submetidos às autoridades senegalesas. A conclusão e os resultados dos estudos estão previstos para 2017.

“Temos orgulho da importante contribuição que a Vacina Sm14 representa, não apenas por seu caráter científico inovador, mas por inovar também no fluxo criativo, em que um país endêmico é capaz de gerar uma tecnologia que responde a um desafio, ao mesmo tempo, local e global. Isso é, de fato, fazer ciência para a sociedade”, avalia o diretor do IOC/Fiocruz, Wilson Savino.

Expectativas

Na etapa de estudos clínicos de Fase I, conduzido junto ao Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), que teve os resultados publicados em janeiro de 2016 na revista científica internacionalVaccine, os pesquisadores já haviam comprovado um dos mecanismos específicos da resposta imune provocada pela Vacina Sm14: a ativação de anticorpos e da citocina Interferon-gama, que é produzida pelo organismo em resposta ao agente infeccioso. A partir desta etapa, os especialistas irão mapear os mecanismos que atuam para que a pessoa adquira proteção contra a doença.

Os casos de esquistossomose acontecem em ambientes onde não há infraestrutura adequada de saneamento básico: fezes de pessoas infectadas com o verme Schistosoma, quando despejadas inapropriadamente em rios e outros cursos de água doce, podem infectar caramujos do gênero Biomphalaria. Por sua vez, os caramujos liberam larvas do verme na água, podendo infectar outras pessoas por meio do contato com a pele, reiniciando o ciclo da doença. “A vacinação tem o potencial de interromper o ciclo de transmissão. A vacina Sm14 foi desenvolvida para induzir uma imunidade duradoura”, completa a pesquisadora Miriam Tendler.

Financiamento e parcerias

A pesquisa é financiada pelo IOC/Fiocruz, Fiocruz, OMS e Orygen Biotecnologia S.A., por meio de recursos próprios e também através de recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A etapa de desenho da molécula contou com a parceria do pesquisador Richard Garret, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC).

Confira também:

Imagens de apoio para imprensa: Fotografia e Imagens em vídeo.

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Revisão sobre interações de células dendríticas com a Leishmania é publicada no Journal of Immunology Research

15 Dendritic cells and LeishmaniaVisando ampliar os conhecimentos sobre a leishmaniose, pesquisadores da Fiocruz Bahia realizaram uma revisão sobre a interação entre as células dendríticas e diferentes espécies de Leishmania. Os resultados do estudo realizado pelo Laboratório Integrado de Microbiologia e Imunoregulação (LIMI), foi publicado no Journal of Immunology Research, com o título Dendritic Cells and Leishmania Infection: Adding Layers of Complexity to a Complex Disease.

A leishmaniose é um grave problema de saúde em diversas localidades do mundo, suas manifestações clínicas diferem de acordo com o hospedeiro e o patógeno. Contudo, essa doença não é grande alvo de pesquisa da comunidade científica internacional.

Sabia-se que as células dendríticas apresentavam um comportamento distinto na resposta imune dos hospedeiros, podendo ser resistentes ou suscetíveis à infecção por diferentes espécies de Leishmania. Ao estudar as características dessas interações, os pesquisadores contribuíram significativamente com futuros trabalhos científicos principalmente no que se refere ao desenvolvimento da vacina, medida profilática de maior impacto contra a doença.

O trabalho coordenado pelas pesquisadoras da Fiocruz Bahia, Cláudia Brodskyn e Natalia Tavares, contou com a parceria de pesquisadores da Universidade Federal da Bahia e do Instituto de Investigação em Imunologia.

Clique aqui para acessar o artigo, publicado em dezembro de 2015.

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A 5ª edição da Capacitação para uso do AVA está com as inscrições abertas

AVAA V Capacitação para uso da plataforma do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) da Fiocruz Bahia (Moodle Básico) tem como objetivo capacitar os participantes para a criação e gerenciamento de cursos on-line por meio do Moodle, como forma de apoiar cursos com ensino presencial e/ou à distância. O público-alvo são docentes e as inscrições podem ser feitas clicando aqui, até o dia 12 de setembro.

O curso será composto por um treinamento eminentemente prático utilizando uma rede de computadores: o módulo básico. As aulas serão ministradas na biblioteca da instituição e estão divididas entre 4h presenciais e 16h não presenciais (on-line). Serão oferecidas no total de 20 vagas.

Mais informações no site do curso.

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Abertas as inscrições para a Formação em Metodologias Ativas de Ensino

formativasVisando aprimorar os modelos pedagógicos e a metodologia de ensino dos Programas de Pós-Graduação da Fiocruz Bahia, a Formação em Metodologias Ativas de Ensino é direcionada aos docentes credenciados nesses programas e tem como objetivo desenvolver competências referentes à utilização de metodologias ativas de ensino em Biociências, Medicina e Saúde. As inscrições podem ser realizadas até o dia 29 de agosto, no site do curso.

As aulas serão realizadas nas dependências da instituição e estão estruturadas em módulos trimestrais, com 2 encontros por mês. Partindo do princípio do protagonismo dos aprendizes, a formação será construída pelos coordenadores, em conjunto com os docentes da Fiocruz Bahia.

Clique aqui para acessar a programação e para mais informações.

 

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Plos Neglected Tropical Diseases publica artigo sobre eficácia de teste rápido para leishmaniose visceral canina

07 The rapid test basedPesquisadores da Fiocruz Bahia comprovaram que a inclusão do teste rápido DPP-LVC ao protocolo de diagnóstico da leishmaniose visceral canina torna a detecção desta doença mais acurada. O trabalho foi publicado no periódico científico PLOS Neglected Tropical Diseases, no artigo intitulado The Rapid Test Based on Leishmania infantum Chimeric rK28 Protein Improves the Diagnosis of Canine Visceral Leishmaniasis by Reducing the Detection of False-Positive Dogs.

Os cães em centros urbanos são considerados o principal reservatório da leishmaniose visceral e, no Brasil, uma das medidas de controle dessa endemia é a eutanásia dos animais que apresentam sorologia positiva para a infecção pelo parasito Leishmania infantum.

No estudo, coordenado pelas pesquisadoras da Fiocruz Bahia, Patrícia Veras e Deborah Fraga, a equipe de especialistas comparou dois protocolos: o anteriormente utilizado (EIE-LVC-Ensaio de ELISA como triagem e IFI-LVC-Imunofluorescência como comprobatório) e o recentemente implantado (DPP-LVC-Teste rápido como triagem + EIE-LVC-Ensaio de ELISA como comprobatório) pelo Ministério da Saúde, no Brasil.

O objetivo dos pesquisadores foi avaliar se o novo protocolo, que substitui o teste de ELISA (EIE-LVC) pelo teste rápido (DPP-LVC) na triagem, além do teste ELISA ter passado a ser usado como teste comprobatório, tornou o diagnóstico do cão com leishmaniose visceral mais eficaz. Para isso, a equipe testou a acurácia dos dois protocolos utilizando mais de 700 soros de cães como uma amostra randômica da população de cães de uma área endêmica para leishmaniose visceral canina.

Após análise dos dados e comparação dos resultados, foi possível concluir que o protocolo que utiliza o teste rápido, DPP-LVC, implantado no Brasil em novembro de 2011, efetivamente, tornou o protocolo mais acurado na detecção da leishmaniose visceral canina, por diminuir significativamente diagnósticos equivocados, os chamados falso-positivos, podendo ter levado a redução de eutanásia desnecessária de cães.

Além das coordenadoras do estudo, pertencentes ao Laboratório de Patologia e Biointervenção (LPBI) da Fiocruz Bahia, estão dentre os autores do artigo os estudantes em fase de graduação e pós-graduação da instituição: Luciano Vasconcellos Pacheco, Lairton Souza Borja, Leila Andrade Bastos e Manuela da Silva Solcà.

Clique aqui para acessar o artigo publicado em janeiro.

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“Modelagem Computacional com base em marcadores para compreensão da dinâmica de transmissão de arboviroses”

hugo e marcio 26 08

Hugo Saba

Gerente de Pós-Graduação na Universidade do Estado da Bahia – UNEB. Possui graduação em Processamento de Dados pela Faculdade Rui Barbosa (1995), Especialização em Computação Científica pela Fundação Visconde de Cairu (FVC) (2003), Mestrado em Modelagem Computacional pela FVC (2005) e Doutorado em Difusão do Conhecimento na Universidade Federal da Bahia (UFBA)(2013), Professor Efetivo da UNEB. Colaborador em Cursos de Pós-graduações lecionando disciplinas de Gestão de Projetos e TI. Tem experiência na área de Ciência da Computação, atuando principalmente nos seguintes temas: modelagem computacional, tecnologias sociais, engenharia de software, gestão de projetos, educação a distância, gestão do conhecimento e difusão do conhecimento. No ambito profissional, vem atuando nos últimos anos como coordenador de projetos de pesquisa e desenvolvimento, junto a Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs). Professor Permanete dos Programas: Doutorado em Difusão do Conhecimento(28001010064P0) e Mestrado Profissional em Ensino da Física (PROFIS), e Professor Colaborador no Mestrado Profissional em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação(PROFNIT) Contato: hugosaba@pq.cnpq.br

Márcio Araújo

Doutorando do programa MCTI do Senai CIMATEC com a linha de pesquisa em Sistemas Complexos. É mestre em Modelagem Computacional na Faculdade de Tecnologia SENAI CIMATEC em Salvador-BA, fez MBA na FGV-SP e extensão na Ohio University (EUA), graduação em Processamento de Dados pela Faculdade Ruy Barbosa. Experiência na área de Ciência da Computação. Participou do projeto ODI do IEL nacional. Participou das fases de: requisitos, testes e implantação da Portabilidade Numérica do Brasil em conjunto com a Neustar (EUA). Certificado em ITIL v2 e Cobit 4.1. Participou como gerente de projeto de vários sistemas criados para serviços de telecomunicações. Foi gerente da célula de problemas do sistema de Portabilidade Numérica do Brasil e também um dos responsáveis pela arquitetura do sistema. Tem conhecimentos sólidos em processos de desenvolvimento de sistemas, pois já atuou como gerente de projetos na fábrica de software da DBA Engenharia de Sistemas.

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Papel do baço na progressão da leishmaniose visceral canina é tema de publicação do Plos One

11-Disruption-of-Splenic-LymphoidPesquisadores da Fiocruz Bahia assinaram artigo publicado no periódico científico PLOS ONE, intitulado Disruption of Splenic Lymphoid Tissue and Plasmacytosis in Canine Visceral Leishmaniasis: Changes in Homing and Survival of Plasma Cells. A pesquisa aborda o papel do baço na progressão da leishmaniose visceral canina.

A leishmaniose visceral é uma doença causada pela Leishmania infantum, transmitida por meio dos mosquitos do gênero Phlebotomus. Os cães são tidos como principal reservatório urbano do protozoário causador da doença, que apresenta manifestações clínicas semelhantes em cães e seres humanos.

Para a realização do estudo coordenado pelo pesquisador Washington LC dos Santos, da Fiocruz Bahia, os especialistas agruparam baços caninos de uma área endêmica para leishmaniose visceral em três categorias: baços normais de cães não infectados, baços normais de cães infectados por Leishmania e baços desestruturados de cães infectados com Leishmania.

Ao realizar uma análise comparativa entre os baços caninos divididos nessas categorias, os pesquisadores encontraram alterações na distribuição das células imunocompetentes do baço que podem contribuir com a progressão da leishmaniose visceral. Além disso, essas alterações do baço podem prejudicar a capacidade do órgão de proteger os indivíduos contra outros patógenos que circulam no sangue.

A pesquisa é fruto de uma colaboração entre a Fiocruz Bahia, a Faculdade de Farmácia e a Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia.

Clique aqui para acessar o artigo publicado em maio.

 

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Artigo do Infectious Diseases aborda estudo que mostra fatores associados à proteção contra Leishmania braziliensis

05 Immunologic markers of expression in leishmaniaPesquisadores da Fiocruz Bahia assinaram o artigo Immunologic Markers of Protection in Leishmania (Viannia) braziliensis Infection: A 5-Year Cohort Study, publicado no The Journal of Infectious Diseases, periódico vinculado à universidade de Oxford (UK). O trabalho descreve um estudo realizado ao longo de 5 anos, com 308 moradores sadios do povoado Corte de Pedra (BA), conhecido por ter alta incidência de casos de leishmaniose.

Fruto de uma pesquisa coordenada por Edgar Carvalho, pesquisador da Fiocruz Bahia, através de um estudo de coorte, a equipe de especialistas concluiu que a proteção contra leishmaniose cutânea está associada à produção da proteína Interferon-γ (IFN-γ). Dos indivíduos sadios estudados, 45 (14.6%) desenvolveram leishmaniose cutânea ao longo do estudo, 101 (32.8%) infecção subclínica, e 162 (52.6%) não apresentaram evidência de infeção por Leishmania braziliensis.

Os autores concluíram que a produção de IFN-γ, a negatividade do teste cutâneo para antígeno de Leishmania e a capacidade de monócitos de destruir o parasito são fatores associados à proteção quanto ao desenvolvimento da doença.

A pesquisa é de extrema importância para que se possa compreender os mecanismos de controle parasitário e se possa traçar estratégias para diminuir a incidência da doença, além de, futuramente, possibilitar o desenvolvimento de uma vacina.

Além da Fiocruz Bahia, também fizeram parte do estudo pesquisadores da Universidade Federal da Bahia, do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Doenças Tropicais e do Weill Cornell Medical College (EUA).

Para acessar o artigo publicado em maio, clique aqui.

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Tese aborda estudo com fármacos antimaláricos

AUTORA: MACEDO, Taís Soares.
ORIENTADORA: SOARES, Milena Botelho Pereira.
TÍTULO DA TESE: Atividade antimalárica, espectro e mecanismo de ação de compostos de rutênio e platina com a cloroquina. Brasil. 66 f. il.
PROGRAMA: Doutorado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa – Fiocruz Bahia
DATA DE DEFESA: 08/09/2016

 

RESUMO

 

A malária é uma das doenças infecciosas de maior incidência e que mais leva a óbito no mundo. Os medicamentos disponíveis são capazes de combater o parasita no ciclo intraeritrocítico, no entanto há cepas resistentes ao tratamento com quinolinas e artemisininas. Além disso, os medicamentos em uso clínico não eliminam as formas sexuadas do parasita, responsáveis pela transmissão, nem os hipnozoítos, fase hepática latente causadora das recidivas da doença. Em virtude disso, é necessário identificar novos fármacos antimaláricos. Dentre as classes de moléculas com potencial terapêutico antimalárico, os complexos com metais de transição se destacam como possíveis candidatos. Neste trabalho, a atividade antimalárica foi estudada em detalhes para duas classes de complexos metálicos contendo a cloroquina na composição. Em relação ao metal utilizado, o átomo de rutênio está presente nos compostos MCQ, FCQ, BCQ, FFCQ e a platina nos compostos WV-90, WV-92, WV-93, WV-94. Dois complexos sem a presença da cloroquina na sua composição, FCL e WV-48, também foram testados como antimaláricos. A inibição do crescimento in vitro no ciclo eritrocítico das cepas 3D7 (sensível à cloroquina) e W2 (resistente à cloroquina) do Plasmodium falciparum revelou que os complexos sem cloroquina não apresentaram atividade em concentrações inferiores à 3.0 μM. Entretanto, a incorporação da cloroquina na composição de complexos de platina e rutênio resultou em compostos com atividade antiparasitária em concentrações abaixo de 1.0 μM. Portanto, a presença da cloroquina se mostrou essencial para a atividade antimalárica. Quando à potência e seletividade in vitro dos complexos metálicos foram comparadas à cloroquina, observou-se que nenhum dos complexos metálicos apresentou potência ou seletividade superiores às da cloroquina. Em trofozoítos do P. falciparum, os complexos de rutênio apresentaram uma ação parasiticida mais rápida que a Cloroquina, enquanto que os complexos de platina apresentaram uma ação mais lenta que os de rutênio, mostrando um perfil mais similar ao observado com o tratamento com a cloroquina. Tal como a cloroquina, os complexos de platina e de rutênio inibiram a polimerização da hemina em β-hematina. Os complexos de rutênio exerceram ação parasiticida em cultura de trofozoítos através da produção de espécies reativas de oxigênio (ROS), enquanto que os complexos de platina não induzem de maneira significativa a produção de ROS. Os complexos de platina reduziram a viabilidade da mitocôndria em trofozoítos, possivelmente por exercerem uma ação de autofagia mitocondrial. Ao contrário da cloroquina, que apresenta um espectro de ação restrito ao ciclo eritrocítico assexuado do Plasmodium, tanto os complexos de rutênio quanto os complexos de platina apresentaram um espectro de ação mais amplo, reduzindo a viabilidade celular na cultura de gametócitos do P. falciparum e inibindo a carga parasitária em células hepáticas infectadas com esporozoítos do P. berguei. Em camundongos Swiss Webster infectados com a cepa NK65 do P. berghei o tratamento com complexo MCQ foi o que apresentou maior eficácia, reduzindo em 95.1 % a parasitemia e em 40 % a taxa de mortalidade quando administrado na dose de 50 mg/kg por via intraperitoneal, enquanto que a Cloroquina na mesma dose por via oral resultou na cura e reduziu em 100 % a taxa de mortalidade.

Palavras-chave: Plasmodium, Malária, Complexos Metálicos, Cloroquina, multiestágio.

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Pesquisa sobre transmissão da Leishmania é tema de artigo do Parasites & Vectors

09 The site of the biteA pesquisadora Juliana Menezes, da Fiocruz Bahia, assina trabalho publicado no periódico cientifico Parasites & Vectors. No artigo The site of the bite: Leishmania interaction with macrophages, neutrophils and the extracellular matrix in the dermis, discute-se a interação do parasito Leishmania com neutrófilos, macrófagos e com elementos que compõem a matriz extracelular da pele.

A leishmaniose é uma doença tropical causada pelos protozoários do gênero Leishmania e transmitida ao homem por meio de insetos vetores, conhecidos como flebotomíneos. Essa doença é uma ameaça a milhões de pessoas ao redor do mundo. O objetivo do trabalho foi discutir os mecanismos envolvidos no contato inicial da Leishmania com o hospedeiro.

A interação da Leishmania com a matriz extracelular da derme, com neutrófilos e macrófagos é fundamental para o estabelecimento e progressão da doença. Os especialistas têm pesquisado essa temática, pois acreditam que o estudo dessa interação pode solucionar questões da doença ainda não respondidas e melhorar a compreensão acerca da patogênese da leishmaniose.

Clique aqui para ler o artigo publicado, em maio, no site da revista.

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Abertas as inscrições para o curso de Tópicos Avançados em Imunologia

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Estão abertas, até o dia 07 de setembro, as inscrições para o curso de Tópicos Avançados em Imunologia. Coordenado pelas pesquisadoras Valéria Borges e Cláudia Brodskyn da Fiocruz Bahia, o curso tem como objetivo aprimorar o conhecimento e avanços recentes no tema de Imunologia para estudantes de pós-graduação e pesquisadores com interesse na área. As inscrições podem ser realizadas no site do curso e são gratuitas.

Nesta edição, serão discutidos tópicos sobre a ativação da resposta imune inata e da resposta imune adquirida, assim como as interações entre estes tipos de resposta no contexto da inflamação. Também serão abordados os processos regulatórios das mesmas, com ênfase nos mecanismos inflamatórios celulares e moleculares destes processos. As aulas acontecerão no período de 19 a 23 de setembro.

Serão oferecidas 100 vagas para as aulas teóricas (palestras dos pesquisadores convidados), sendo 30 vagas destinadas para estudantes da Pós-Graduação em Patologia da (Fiocruz/UFBA) e em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (Fiocruz Bahia), para os quais o curso será oferecido formalmente como disciplina optativa. As outras 70 vagas são destinadas a estudantes de outros cursos de pós-graduação e pesquisadores interessados.

Clique aqui e confira a programação e mais informações sobre o curso

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Projeto Ciência na Estrada participa do X Festival da Cultura Japonesa

japonesaNos dias 27 e 28 de agosto, o Ciência na Estrada, projeto do Laboratório de Biologia Parasitária (LPB) da Fiocruz Bahia, coordenado pelo pesquisador Marcos Vannier, participará do X Festival da Cultura Japonesa, que acontece no Parque de Exposições, em Salvador.

A equipe do projeto, em parceria com o grupo de enfermagem da Universidade Federal da Bahia (UFBA), irá desenvolver, no stand destinado ao Espaço da Criança, atividades de prevenção da tríplice epidemia de zika, chikungunya e dengue, em campanha de combate ao Aedes aegypti.

A programação do stand conta com a realização de jogos eletrônicos e manuais educativos e apresentação de maquetes de casas com demonstração de possíveis criadouros de mosquito, em que a as crianças poderão participar de forma interativa na simulação de medidas profiláticas.

O Ciência Móvel, ônibus pertencente ao projeto, também será uma das atrações do evento. Nele, será exibido um vídeo sobre o mosquito e terá um microscópio para observação das fases de evolução do Aedes. As atividades do stand serão desenvolvidas de 10h às 16h, nos dois dias do festival.

 

 

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Fiocruz e British Council assinam parceria para pesquisar zika

Por André Costa

A Fundação Oswaldo Cruz e o British Council assinaram, na última quinta-feira (11/8), uma parceria para o desenvolvimento de estudos conjuntos entre pesquisadores do Brasil e do Reino Unido em zika. O evento de assinatura, realizado no campus da Fiocruz em Manguinhos, no Rio de Janeiro, oficializou o edital para estudos sobre impactos sociais do vírus zika no Brasil, que está aberto até as 12h do dia 12/9.

(Confira aqui o edital)

O edital procura incentivar parcerias entre pesquisadores brasileiros e instituições britânicas de ensino superior e pesquisa. Serão contempladas até dez propostas que abordem o tema vírus zika de forma interdisciplinar, envolvendo pesquisa aplicada e tendo como foco central o desenvolvimento de capacidades para responder ou prevenir os impactos sociais da síndrome congênita do zika no Brasil.

No evento de lançamento do edital, o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, ao centro, destacou o papel da Fundação no enfrentamento do vírus (Foto: Peter Ilicciev / CCS)
Cada projeto deve envolver pesquisadores brasileiros e britânicos, tendo duração entre 18 e 24 meses e orçamento mínimo de £ 50.000 (cinquenta mil libras) ou £ 65.000 (sessenta e cinco mil libras), dependendo do estado, e máximo de £ 100.000 (cem mil libras). Os recursos são provenientes tanto do Fundo Newton, do governo britânico, quanto da Fiocruz e de outras instituições de pesquisa nacionais, com cada país sendo responsável por metade do financiamento.

No lançamento do edital, o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, ressaltou que a Fundação sempre esteve na linha de frente de combate ao vírus zika, atuando em diversas em frentes contra a epidemia, do controle vetorial à pesquisa laboratorial. Com o edital, disse Gadelha, a Fiocruz expande sua atuação em uma área que, segundo ele, “muitas vezes não recebe a prioridade que merece. Ao enfatizarmos os aspectos sociais da zika, pensamos em questões que se apresentarão como um desafio permanente após a epidemia. Esta parceria é muito importante e apropriada”.

O presidente do British Council, Christopher Rodrigues, por sua vez, ressaltou três aspectos da parceria como particularmente importantes: a compreensão que ele promove sobre o impacto social de doenças novas e negligenciadas; a atenção que ele confere ao impacto das mudanças climáticas no ambiente humano; e, finalmente, o estabelecimento de parcerias de pesquisa. “São parecerias entre pessoas, instituições e entre os países. E, como sabemos, trabalhando juntos, temos maior probabilidade de encontrar respostas do que pessoas trabalhando separados”, disse.

O embaixador britânico no Brasil, Alex Ellis, destacou que a parceria se insere em um contexto maior de cooperação entre os dois países. Ellis ressaltou a importância do investimento em ciência em um contexto de crise econômica, referindo-se ao investimento realizado na área no Reino Unido após enfrentar severa recessão em 2010. “A ciência é uma grande aposta para o meu país. Quanto tivemos a grande recessão em 2010 e 2011, com um enorme déficit orçamentário, equivalente ao brasileiro atual, uma aposta muito inteligente foi a de investir em ciência. Nosso ministro da Fazenda disse que, mesmo no pior cenário fiscal, a ciência se mantinha como prioridade”, explicou. “Isso acontece porque, nessas horas, é importante apontar para o futuro, e é isto o que a ciência faz”.

O evento de lançamento também contou com a presença de pesquisadores da Fiocruz, que puderam esclarecer dúvidas sobre o edital. De acordo com as recomendações, os pesquisadores brasileiros que ainda não possuem parceiros britânicos devem procurar estabelecer contato o quanto antes.

Para encontrar um parceiro britânico, é possível preencher um formulário no site da International Unit (em inglês), o que disponibilizará um anúncio para a comunidade acadêmica do Reino Unido. Em caso de dúvidas, sugere-se escrever para newton@international.ac.uk, indicando o assunto Institutional Links – Brazil July call.

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Frontiers in Microbiology publica artigo sobre a progressão da doença de Chagas

08 Chronic Chagas Disease

Publicado no periódico suíço Frontiers in Microbiology, o trabalho realizado pelos pesquisadores da Fiocruz Bahia, Fabíola Cardillo e Lain Pontes de Carvalho, e pelo pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Jose Mengel, sugere que a presença do parasita Trypanosoma cruzi pode não ser o único fator responsável pela progressão clínica doença de Chagas. Os resultados da pesquisa estão descritos no artigo intitulado Chronic Chagas’ Disease: Targeting the Interleukin-2 Axis and Regulatory T Cells in a Condition for Which There Is No Treatment.

A doença de Chagas em humanos pode ser dividida em aguda, crônica e indeterminada. A doença crônica é a mais importante, considerando o número total de pessoas infectadas. De acordo com os autores da pesquisa, ao contrário da maioria das previsões, um grande estudo multicêntrico (placebo-controlado, com ensaio clínico duplo-cego) demonstrou que o tratamento com benzonidazol não foi capaz de modificar a evolução clínica da doença crônica, apesar de promover uma redução de carga parasitária significativa.

Os resultados da pesquisa sugerem que, talvez, uma infecção crônica inadequadamente tratada pelas defesas do hospedeiro, possivelmente envolvendo um mal funcionamento de mecanismos imunoreguladores e fenômenos autoimunes, são fatores a serem considerados como agravantes da doença.

Ainda de acordo com os especialistas, o estudo das fases aguda e crônica da infecção com patógenos intracelulares, tais como T. cruzi, permite a elucidação de mecanismos e condições que podem ser direcionados para reprogramar o sistema imunológico do hospedeiro, por meio de ferramentas que interagem com os componentes de regulação do sistema imunológico.Este conhecimento poderia resultar em uma melhor compreensão do equilíbrio necessário para atingir ou restabelecer a saúde do hospedeiro do T. cruzi, proporcionando novas estratégias para tratar a doença de Chagas.

Clique aqui e acesse o texto na íntegra, publicado em maio.

In Memoriam: Lain Pontes de Carvalho

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Avaliação de quimioterápico para tratamento da leishmaniose é tema de dissertação

AUTORA: BASTOS, Leila Andrade.
ORIENTADORA: VERAS, Patrícia Sampaio Tavares.
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: Avaliação do 17-AAGc como potencial quimioterápico para o tratamento da leishmaniose visceral em hamster.
PROGRAMA: Mestrado em Patologia Experimental – Fiocruz Bahia.
DATA DE DEFESA: 25/08/2016

 

RESUMO

 

A leishmaniose é causada por protozoários do gênero Leishmania. Considerada endêmica em diversos países, incluindo o Brasil, o tratamento dessa doença consiste na utilização de agentes quimioterápicos. No entanto, essas drogas apresentam diversos efeitos colaterais, alto custo e aumento progressivo de falha terapêutica com baixas taxas de cura. Tendo em vista a necessidade para desenvolvimento de novos compostos anti- Leishmania, ensaios realizados anteriormente por nosso grupo evidenciaram o potencial do 17 – allylamino 17 – demethoxygeldanamycin (17-AAG) no tratamento in vivo da leishmaniose cutânea (LC). Essa droga inibe a atividade ATPásica da proteína de choque térmico 90 (HSP90), que no parasito é conhecida por exercer funções essenciais. Como consequência, sua inibição pode levar à morte do parasito, resultando no controle da doença. Assim, nosso estudo avaliou o potencial do 17-AAG no tratamento da leishmaniose visceral (LV) utilizando hamster como modelo experimental. Este modelo foi utilizado, pois apresenta características clínico-patológicas semelhantes às observadas em humanos com calazar. Inicialmente foi realizado um ensaio de toxicidade com o 17 –AAG utilizando doses intraperitoneais de 20 ou 40 mg/kg diariamente ou em dias alternados, totalizando quinze aplicações. O esquema terapêutico causou toxicidade no fígado dos animais tratados com ambas as doses e no rim dos animais tratados com 40mg/kg. Todos os animais que receberam 40mg/kg e 80% daqueles que receberam 20mg/kg vieram a óbito no final dos dois esquemas terapêuticos. Com o intuito de reduzir a toxicidade e avaliar o potencial leishmanicida do 17-AAG, experimentos subsequentes foram realizados utilizando doses menores de 5 ou 10 mg/kg de 17-AAG em intervalos maiores de três dias, totalizando sete aplicações. Os animais do estudo apresentavam alterações bioquímicas e hematológicas, antes mesmo de iniciar o tratamento, permanecendo com essas alterações durante todos os períodos avaliados, que foram igualmente observadas nos animais do grupo controle não tratados com 17-AAG. Com o intuito de avançar na avaliação de toxicidade e eficácia do tratamento, outro ensaio foi realizado utilizando doses de 10 ou 20 mg/kg de 17-AAG em dias alternados, totalizando sete aplicações. A análise histopatológica mostrou que os hamsters tratados não apresentaram alterações em fígado e rim adicionais às observadas no grupo controle. Esses achados mostram que o tratamento com 17-AAG foi tóxico somente para as células hepáticas dos animais, quando aplicado em doses mais elevadas e em intervalo de tempo curtos. Em doses mais baixas e intervalos maiores, as análises histopatológicas do fígado e rim dos animais revelaram alterações similares às causadas pelo diluente. Quando os hamsters foram tratadas com as doses toleradas de 10 ou 20 mg/kg de 17-AAG em dias alternados, o 17- AAG não foi capaz de reduzir a carga parasitária no baço, fígado ou linfonodo desses animais. Em conjunto, esses dados mostram que os hamsters não representam um modelo adequado para teste com 17-AAG, pois, os mesmos não toleraram doses elevadas deste fármaco que seriam necessárias para o controle da infecção, indicando a necessidade da utilização de outro modelo experimental nos estudos de tratamento da LV.

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Abertas as inscrições para o curso Mendeley

CURSOS-CONTINUADOS-MENDELEYDando continuidade ao programa Treinamentos Continuados da Biblioteca, a Biblioteca de Ciências Biomédicas Eurydice Pires de Sant’Anna, da Fiocruz Bahia, realiza o curso Mendeley. As inscrições encerram no dia 25 de agosto. Mendeley é um gerenciador de referências livre e uma rede social acadêmica.

O curso será ministrado por William Lobão, doutorando do Programa de Pós-graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI/ Fiocruz Bahia). Os interessados deverão se inscrever pelo e-mail biblioteca@bahia.fiocruz.br, informando nome da instituição, setor, e-mail e telefones de contato, para a confirmação da inscrição. As vagas são limitadas.

Quando: 26 de agosto (sexta-feira)
Horário: 9h às 11h
Local: Sala de Aula I da Biblioteca, Fiocruz Bahia – Rua Waldemar Falcão, 121, Candeal.

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Estudo sobre desempenho de antígenos na detecção da doença de Chagas é publicado no Plos One

Performance Assessment of Four Chimeric TrypanosomaUm estudo coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Fred Luciano Santos, foi publicado, no dia 12 de agosto, no periódico científico Plos One, em artigo intitulado Performance Assessment of Four Chimeric Trypanosoma cruzi Antigens Based on Antigen-Antibody Detection for Diagnosis of Chronic Chagas Disease. O trabalho descreve a produção de quatro proteínas quiméricas de Trypanosoma cruzi (T. cruzi) e avalia seu desempenho para fins de diagnóstico da doença crônica de Chagas.

A doença de Chagas é uma zoonose causada pelo hemoparasita T. cruzi, sendo transmitida ao homem pelo contato com fezes e/ou urina de insetos hematófagos infectados (barbeiros), consumo de alimentos ou bebidas contaminados, transfusão de sangue proveniente de doador infectado e de mãe infectada para o filho durante a gravidez.

O desempenho dos testes sorológicos depende dos antígenos usados para captura de anticorpos específicos. Antígenos recombinantes quiméricos têm sido usados como alternativa para a produção de testes cada vez mais seguros, com baixos relatos de resultados falso positivos, falso negativos ou inconclusivos. Além disso, a compreensão sobre a natureza antigênica e dos fatores que afetam uma reação sorológica, tais como pH e força iônica, são de extrema importância para a produção de testes com elevados parâmetros de desempenho.

Para realização do estudo, as quatro proteínas quiméricas foram expressas em bactérias Escherichia coli, purificadas por técnicas cromatográficas e quantificadas por fluorimetria. A partir daí, os estudiosos analisaram a capacidade das moléculas em detectar anticorpos anti-T. cruzi no soro de 20 indivíduos negativos e 280 positivos para a doença de Chagas, provenientes de áreas endêmica e não endêmicas de Pernambuco. Estas avaliações foram realizadas pela metodologia de microarranjo líquido e testes imunoenzimáticos.

Para a padronização e validação dos testes acima, os autores realizaram a avaliação da estrutura secundária das proteínas por meio de dicroísmo circular e espalhamento dinâmico da luz. Os resultados revelaram que em pH ácido há maior tendência de agregação proteica e formação de estruturas secundárias, o que poderia levar a uma diminuição na capacidade diagnóstica das quimeras. Ao final, o estudo sugere que as proteínas quiméricas podem ser usadas como matriz antigênica para o diagnóstico da doença de Chagas.

A pesquisa é fruto de parceria entre pesquisadores das unidades da Fiocruz Bahia, Fiocruz Paraná, Fiocruz Rio de Janeiro (Biomanguinhos) e Fiocruz Pernambuco.

Clique aqui para ler o artigo na íntegra.

 

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Dissertação faz avaliação funcional das células citotóxicas de indivíduos infectados pelo HTLV-1

AUTOR: QUEIROZ, Gabriel Andrade Nonato.
ORIENTADORA: GRASSI, Maria Fernanda Rios.
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: Avaliação funcional das células citotóxicas (NK e Linfócitos T CD8+) de indivíduos infectados pelo HTLV-1.
PROGRAMA: Mestrado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa – Fiocruz Bahia
DATA DE DEFESA: 16/08/2016

 

RESUMO

A prevalência da pelo HTLV-1 em Salvador é de 1,8% na população geral. Cerca de 1 a 3% dos indivíduos infectados desenvolvem a Mielopatia associada ao HTLV-1/ Paraparesia espástica tropical (HAM/TSP), uma doença progressiva e incapacitante. Os mecanismos imunológicos envolvidos no desenvolvimento da HAM/TSP são ainda desconhecidos. As células citotóxicas podem ter um papel crucial no controle de infecções virais. Na infecção pelo HTLV-1 há uma intensa ativação das células citotóxicas que podem levar a exaustão celular. Adicionalmente, a avaliação da expressão de marcadores de ativação e de inibição podem revelar a atividade destas células no contexto desta indexação. Desta forma, o presente estudo teve como objetivo avaliar a função das células citotóxicas (NK e Linfócitos T CD8+) de indivíduos infectados pelo HTLV-1, mais especificamente avaliar a função degranulativa e a frequência dos receptores de ativação, de inibição e marcadores de exaustão destas células. Trata-se de um estudo experimental, de corte transversal, analítico envolvendo pacientes acompanhados pelo Centro de HTLV da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, realizado no período entre setembro de 2014 e julho de 2016. Foram selecionados 51 pacientes (25 HAM/TSP e 26 assintomáticos) e um grupo controle, constituído de 18 indivíduos não infectados. Nossos resultados demonstram intensa atividade degranulativa das células citotóxicas em indivíduos infectados pelo HTLV-1, refletida pelo aumento da frequência de células expressando CD107a, bem como os citotóxicos de granzima B e de perforina. Na subpopulação de células NK foi observado um aumento da frequência de CD107a e de granzima B nos pacientes HAM/TSP e assintomáticos em relação aos controles, aumento de perforina nos assintomáticos em relação aos controles e aumento de IFN- γ em pacientes com HAM/TSP em relação aos controles. Na subpopulação de linfócitos T CD8observamos um aumento da frequência de perforina nos pacientes com HAM/TSP e em assintomáticos comparado aos controles, bem como aumento de CD107a, granzima B e IFN- γ em pacientes com HAM/TSP em relação aos controles. Estes achados revelam grande ativação celular, contudo não foi observada exaustão em células NK e linfócitos T CD8+   na população estudada. Adicionalmente, este estudo demonstra pela primeira vez uma redução da frequência de células NK expressando o receptor de ativação NKp30 em pacientes com HAM/TSP em relação aos indivíduos não infectados.

 

Palavras-chave: HTLV-1; Células Citotóxicas, Receptores, Exaustão Celular.

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As inscrições para o curso EndNote vão até o dia 16/08

endnoteA Biblioteca de Ciências Biomédicas Eurydice Pires de Sant´Anna, dando prosseguimento ao Programa de treinamentos continuados, está com inscrições abertas para o curso EndNote. Interessados deverão se inscrever pelo e-mail biblioteca@bahia.fiocruz.br, informando nome da Instituição, setor, ramal, e-mail e telefones de contato, para a confirmação da inscrição. As vagas são limitadas.

Quando: 16 de agosto
Horário: 15h às 17h
Onde: Sala de Aula I da Biblioteca – Fiocruz Bahia, Rua Waldemar Falcão, 121, Candeal.

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Tese caracteriza população de indivíduos com anemia falciforme em Itabuna (BA)

AUTORA: ALELUIA, Milena Magalhães.
ORIENTADORA: GONÇALVES, Marilda de Souza.
TÍTULO DA TESE: Avaliação de Biomarcadores em indivíduos com doença falciforme da região sul da Bahia
PROGRAMA: Doutorado em Patologia Humana – UFBA/ Fiocruz Bahia
DATA DE DEFESA: 12/08/2016
 

RESUMO

 

INTRODUÇÃO: A doença falciforme (DF) e uma desordem genética, com elevada prevalência mundial e heterogeneidade clínica. A apresentação clinica dos indivíduos com anemia falciforme (AF) e doença HbSC está relacionada a fisiopatologia da anemia hemolítica, além da influência de parâmetros hematológicos, bioquímicos, presença da talassemia alfa com deleção de 3.7 Kb, haplótipos ligados ao grupo de genes da globina beta S (βS) e polimorfismos de um único nucleotídeo (SNPs) relacionados a síntese da HbF. Fatores que contribuem para o estabelecimento de biomarcadores associados a gravidade e mecanismos fisiopatológicos da DF.

OBJETIVO: Caracterizar a população em estudo, analisando biomarcadores, eventos clínicos e marcadores genéticos associados aos mecanismos fisiopatológicos e gravidade da DF na região Sul da Bahia.

MÉTODOS: Consiste em um estudo de corte transversal e casuística composta por 200 pacientes com DF acompanhados pelo Centro de Referência a Doença Falciforme de Itabuna, Bahia e, 36 pacientes com AF da Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Estado da Bahia, Brasil, no período de 2013 a 2015. Os indivíduos apresentaram idade entre 01 e 61 anos, sendo identificados 70,5 % (141/200) pacientes com AF e 29,5 % (59/200) com a doença HbSC. Todos envolvidos assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido e responderam ao questionário sócio-demográfico. Foram realizadas analises de parâmetros hematológicos, bioquímicos, metabolitos do oxido nítrico, investigação do perfil de hemoglobinas e diagnostico de hemoglobinopatia por cromatografia liquida de alta performance (HPLC); além da análise de polimorfismos genéticos como, detecção da talassemia alfa com deleção de 3.7kb através de reação em cadeia de polimerase (PCR). Os haplótipos ligados ao grupo de genes da globina- βS foram determinados por PCR seguida pela digestão com enzimas de restrição (PCRRFLP). A identificação dos SNPs: BCL11A gene rs6732518; rs766432, HMIP gene rs11759553; rs35959442 e OR51B5/6 gene rs4910755; rs7483122, no cromossomo 2, 6 e 11, respectivamente, foi realizada por PCR em Tempo Real utilizando sondas da TaqMan.

RESULTADOS: Foram envolvidos 200 pacientes acompanhados pelo Centro de Referência a Doença Falciforme de Itabuna, sendo 52,0 % (104/200) do sexo feminino, 22,0 % (44/200) com idade de 6 a 10 anos e 20,0 % (40/200) de 21 a 30 anos (40/200). A cor parda autodeclarada foi mais observada em 52,0 % (104/200) dos pacientes. A idade do primeiro diagnostico em até 6 meses de vida correspondeu a 38,0 % (76/200) e, desse grupo, 68 pacientes foram diagnosticados por triagem neonatal. Em relação a escolaridade, 60,5 % (121/200) relataram algum tipo de grau de instrução. Observamos que 87,5 % (70/80) dos pacientes pediátricos fizeram uso profilaxia medicamentosa. Encontramos que a hospitalização esteve mais associada aos pacientes com AF sem uso de hidroxiureia (HU) com frequência de 91,8 % (90/99). A partir dos marcadores genéticos, encontramos frequência de 0,16 para o gene -α3,7Kb, sendo 4 pacientes homozigotos (-α/-α) e 28 heterozigotos (-/αα), além disso, o haplótipo BEN foi mais frequente, seguido do haplótipo CAR. Na avaliação de biomarcadores me pacientes com AF, evidenciamos que concentrações elevadas de desidrogenasse lática (LDH) sugerem um perfil hemolítico. Os metabolitos do oxido nítrico (NO) demonstraram influencia na ativação endotelial e, níveis elevados de lipoproteína de alta densidade de colesterol (HDL-C) em associação aos elevados níveis de lipoproteína de baixa densidade de colesterol (LDL-C) estiveram associados a uma condição inflamatória. A co-heranca da talassemia alfa com a AF está associada a melhora do quadro hemolítico, com menor contagem de plaquetas; porém, contribui para viscosidade sanguínea. Na análise dos pacientes com AF acompanhados Centro de Referência a Doença Falciforme de Itabuna e Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Estado da Bahia, Brasil, encontramos, o perfil genético modulador da HbF, o haplótipo CAR como mais frequente na população estudada, demonstrando níveis intermediários de HbF e elevados níveis de HbS. No que se refere ao tratamento com HU, os pacientes com AF receberam doses de 15, 20 e 25 mg/kg/dia e o tempo de utilização variou de 2 meses a 4 anos e 2 meses, observando melhora no perfil hematológico, com redução na contagem de leucócitos e plaquetas. Além disso, verificamos que a melhora dos parâmetros laboratoriais e perfil clinico estiveram associados ao tempo de utilização. A análise dos SNPs localizados nos genes BCL11A, HMIP e OR51B5/6 demonstraram maior influência sobre o perfil hematológico e na associação do SNP rs766432 no gene BCL11A em utilização de HU foi encontrado perfil hematológico com elevada contagem de hemácias e concentração de hemoglobina, menor contagem de plaquetas e níveis reduzidos de bilirrubina direta e indireta. Em relação a caracterização clínica, a associação com a presença do SNP rs766432 no gene BLC11A e HU foram observadas menor frequência de eventos clínicos, no entanto, a litíase biliar esteve elevada. Sugerimos que a ocorrência desse evento clinico ocorra de forma independente a presença do SNP.

CONCLUSÃO: Concluímos que parâmetros laboratoriais e marcadores genéticos contribuem para compreensão dos mecanismos fisiopatológicos e heterogeneidade clínica da DF na população alvo do presente estudo. Ressaltamos a importância relativa a investigação desses marcadores no intuito de seguimento clinico adequado e delineamento de estratégias para o desenho de novos fármacos e modalidades terapêuticas.

Palavras-chave: Doença Falciforme, Biomarcadores, Talassemia Alfa 3.7kb, Haplótipos da globina- βS, Polimorfismos, Hidroxiureia.

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Perfil de mulheres que utilizam contraceptivos orais combinados é avaliado em tese

AUTORA: FERREIRA, Júnia Raquel Dutra.
ORIENTADORA: GONÇALVES, Marilda de Souza.
TÍTULO DA TESE: Contraceptivos orais combinados utilizados por mulheres na Bahia: perfil epidemiológico e alterações cardiometabólícas e hemostáticas.158 f. il.
PROGRAMA: Doutorado em Patologia Humana – UFBA/Fiocruz Bahia
DATA DE DEFESA: 11/08/2016

RESUMO

 

Os contraceptivos orais combinados (COCs) são mundialmente utilizados. Entretanto, apresentam afeitos desfavoráveis no metabolismo lipídico, glicêmico, em variáveis hemostáticas e níveis pressóricos relacionados à dose do componente estrogênico e ao tipo de progestina presente na formulação. Além disso, a condição de saúde e a predisposição genética da mulher que utiliza os COCs podem aumentar o risco cardiovascular e tromboembólico. Assim, o presente trabalho estudou mulheres em idade fértil em uso de contraceptivos orais combinados, que utilizaram o serviço público de saúde na Bahia. Através da avaliação de parâmetros cardiometabólicos e hemostáticos e considerando condições médicas pré-existentes A casuística foi composta por 609 mulheres que apresentaram idade entre 15 e 45 anos, onde 499 mulheres eram usuárias de COCs e 110 mulheres não utilizavam COCs há pelo menos dois anos. Todas assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido e responderam a um questionário sócio-económico-demográfico, com dados sobre a saúde reprodutiva e o uso de COCs e tiveram a pressão arterial (PA) aferida, bem como o peso e altura e cálculo do índice de massa corporal (IMC). Além disso, foram realizadas análises de marcadores inflamatórios, hematológicos, bioquímicos, perfil hemostático, perfil de hemoglobinas e metabólitos do óxido nítrico. Em relação aos COCs, o uso de formulações contendo 20-30 µg de etinilestradiol e 100-250 µg de levonorgestrel foi descrito por 43.7% das mulheres; no geral, a população estudada era predominantemente constituída de mulheres negras e pardas; a maioria declarou ser de baixa renda e ter concluído o ensino médio. Entre as mulheres que utilizavam COCs, 14,2% tinham pelo menos uma contraindicação para o seu uso, onde hipertensão foi a mais frequente (10,6%), seguida de hábito de fumar acima dos 35 anos (2,4%). Além disso, 1.2% das mulheres apresentaram duas ou mais contraindicações para o uso de COCs. Contraindicações de categoria 3, onde os riscos são considerados maiores que os benefícios, foram observadas em 9,8% das mulheres que utilizavam COCs e categoria 4, condição em que os COCs são contraindicados, foi observada em 3,2%. Em relação ao uso de COCs, a obesidade e as alterações nos parâmetros cardiometabólicos, verificou-se que estes fatores estavam associados ao aumento da pressão sistólica (p≤0,001), díastólica (p=0,001), colesterol total (p=0,008), lipoproteína de baixa densidade (p≤0,001), lipoproteína de muito baixa densidade (p≤0,001 ), tríglicerídeos (p≤0,001), proteína C reativa (PCR) (p≤0,001) e metabólitos do NO (p≤0,001) e concentrações diminuídas de lipoproteína de alta densidade (HDL) (p≤0,001). Entretanto, somente os níveis de PCR e HDL apresentaram relevância clínica, os quais são descritos como marcadores associados ao risco cardiovascular. O uso de COCs foi independentemente associado a concentrações diminuídas de HDL, principalmente, aqueles de 2a geração de progestinas (p<0.001; OR=8,976; 95% CI 2.786-28,914). A avaliação dos parâmetros hematológicos e cardiometabólicos PCR em mulheres HbSC e HbAC os quais parecem estar associados aos diferentes tipos de progestinas presentes as formulações dos COCs. Além disso, o uso de COCs parece estar associado com diminuição nos níveis de HDL em mulheres HbAC, embora clinicamente irrelevantes. Por outro lado, os níveis de D-dímero estiveram elevados em todas as mulheres portadoras de Hb variantes, independente do uso de COCs. Desta forma, o acompanhamento clínico e laboratorial, considerando o tipo de formulação de COCs prescrita e o histórico familiar, bem como as características médicas relevantes são investigações importantes que devem ser levadas em conta para se evitar desfechos indesejáveis para essas mulheres.

Palavras-chave: Contraceptivos orais combinados; contraindicações, tromboembolismo venoso; doença cardiovascular; obesidade, hemoglobinas variantes.

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Estudos sobre vírus Zika e esporotricose são destaques da revista Memórias

Por: Maíra Menezes

memorias_ioc_agosto_2016_internaA edição de agosto da revista científica Memórias do Instituto Oswaldo Cruz já está disponível e pode ser acessada gratuitamente online. Entre os destaques, a publicação traz um artigo que apresenta imagens de microscopia de células infectadas pelo vírus Zika, analisando a estrutura viral e os impactos da infecção na estrutura celular. Uma pesquisa que realiza, pela primeira vez, a comparação entre métodos de infecção experimental de insetos Phlebotomus perniciosus, transmissores das leishmanioses, por parasitos Leishmania infantum, causadores da forma visceral da doença, também está no periódico. Entre os dez artigos publicados, a revista apresenta ainda um estudo que aponta que uma molécula com estrutura semelhante à miltefosina é promissora para o desenvolvimento de um novo tratamento contra a esporotricose.

Estrutura do vírus Zika
Utilizando a técnica de microscopia eletrônica de transmissão, pesquisadores analisaram a estrutura do vírus Zika e o comportamento das partículas virais dentro das células infectadas. O estudo foi realizado pelo Laboratório de Morfologia e Morfogênese Viral do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) em parceria com o Laboratório de Flavivírus do IOC e o Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo. Os cientistas utilizaram amostra de sangue de um paciente diagnosticado com a doença para isolar o vírus. Em seguida, células Vero – derivadas de células rim de macaco – foram infectadas. Seis dias após a infecção, partículas virais foram observadas agrupadas no interior das células. O nucelocapsídeo, que compõe a estrutura dos vírus, contendo seu material genético, também foi detectado.

Infecção experimental
Considerando que os estudos mais citados sobre a infecção experimental de flebotomíneos – insetos transmissores das leishmanioses – envolveram espécies de parasitos Leishmania causadoras da forma cutânea da doença, pesquisadores franceses compararam metodologias de infecção experimental com o parasito Leishmania infantum, que provoca a modalidade visceral do agravo. Os cientistas da Universidade de Nice-Sophia Antipolis e do Centre Hospitalar Universitário de Nice, na França, utilizaram duas estratégias para infectar insetos Phlebotomus perniciosus: o uso de alimentadores artificiais com sangue contendo o parasito e a alimentação direto dos insetos em camundongos infectados. O trabalho apontou grande variedade na intensidade de infecção do vetor e o alimentador artificial foi considerado o método mais eficiente para obter altas taxas de infectividade.

Molécula contra esporotricose
Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade de São Paulo (USP), Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Biologia Estrutural e Bioimagem e Fundação Nacional Helênica de Pesquisa, da Grécia, identificaram uma molécula promissora para o desenvolvimento de um novo tratamento contra a esporotricose. O grupo realizou testes in vitro com oito fármacos com estrutura molecular semelhante à da miltefosina, medicamento usado em casos de leishmaniose. Capaz de agir sobre diversos parasitos, esse antimicrobiano teve atividade demonstrada recentemente contra o fungo Sporothrix schenckii, uma das espécies causadoras da esporotricose. Com potencial para gerar menos efeitos colaterais, a molécula TCAN26 foi menos citotóxica quando testadas em células de mamífero, mais seletiva para o fungo e apresentou atividade superior à da miltefosina.

Conheça a nova edição da revista Memórias do IOC.

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PGPAT divulga Edital de Seleção de Mestrado e Doutorado 2016.2

PGPAT-2016Os interessados em participar do processo seletivo do Programa de Pós-Graduação em Patologia Humana (PGPAT) já podem acessar o Edital de Seleção de Mestrado e Doutorado 2016.2. A proposta do Curso é formar docentes e pesquisadores, sendo que a condução de pesquisa de qualidade é essencial para o bom desempenho do ensino universitário. As inscrições poderão ser realizadas a partir do dia 1º de setembro.

Os candidatos ao PGPAT devem ser alunos graduados em curso da área biomédica, no entanto, a inscrição para seleção também poderá ser feita, condicionalmente, por aluno matriculado no último semestre do curso de graduação (estes candidatos devem comprovar a sua condição de graduados antes da matrícula).

O curso é composto por dois grandes eixos: Patologia Humana e Patologia Experimental.O Mestrado tem como objetivo o acúmulo de conhecimentos gerais da área de atuação do curso, aprofundamento dos conhecimentos em disciplinas específicas do campo onde atua, além da exposição prática ao método científico através da execução dos experimentos necessários ao seu trabalho de conclusão do curso.

O Doutorado é visto como a etapa de formação do pesquisador independente. Tal formação se dá pelo trabalho orientado por pesquisador já formado, onde a dedicação, o estudo independente e os trabalhos específicos são mais importantes que o ensino ministrado em disciplinas.

Clique aqui para acessar o site do Programa.

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“Repensando o gene na era pós-genômica”

Repensando o gene na era pós-genômicaCharbel El-Hani é Professor Associado do Instituto de Biologia, UFBA, onde coordena o Laboratório de Ensino, Filosofia e História da Biologia (LEFHBio). Bacharel em Ciências Biológicas pela UFBA (1992), Mestre em Educação pela UFBA (1995) e Doutor em Educação pela USP (2000). Fez pós-doutorado no Centro de Filosofia da Natureza e Estudos da Ciência, da Universidade de Copenhague, Dinamarca, com Claus Emmeche, de 2003 a 2004. Coordena o INCT em Estudos Interdisciplinares e Transdisciplinares em Ecologia e Evolução (IN-TREE), financiado pelo CNPq e pela FAPESB, que reúne cerca de 200 pesquisadores de 13 instituições brasileiras e 35 instituições estrangeiras. Além deste projeto, coordena no momento três outros projetos financiados pelo CNPq e CAPES. É Book Review Editor do periódico Science & Education. Coordena o evento de popularização da ciência Café Científico Salvador (http://cafecientificossa.blogspot.com) e escreve no Blog Darwinianas (https://darwinianas.com/), vinculado ao INCT IN-TREE. É Vice-Presidente da Associação Brasileira de Filosofia e História da Biologia (ABFHIB). O laboratório está vinculado a uma comunidade virtual de prática (ComPratica) e um grupo de pesquisa colaborativa com professores do ensino fundamental e médio, graduandos e pós-graduandos, licenciandos e pesquisadores (CoPPEC). Principais interesses de pesquisa: Pesquisa em Educação Científica, Filosofia da Biologia, História da Biologia, Biologia Evolutiva e Comportamento Animal. 

 

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Estudo publicado na Parasite & Vectors aponta que bueiros são focos de mosquito transmissor de arboviroses

Parasitc and VectorEstudo liderado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Guilherme Ribeiro, indicando que a água acumulada no interior dos bueiros é foco de mosquito transmissor de enfermidades como dengue, zika e chikungunya, foi publicado na mais conceituada revista científica internacional especializada no tema, a Parasites & Vectors. O artigo intitulado Storm drains as larval development and adult resting sites for Aedes aegypti and Aedes albopictus in Salvador, Brazil, publicado no dia 27 de julho, pode ser lido na íntegra no site da revista.

No trabalho descrito, pesquisadores e estudantes de Pós-Graduação da Fiocruz Bahia, da Universidade Federal da Bahia e da Universidade de Emory (EUA) observaram no total de 122 bueiros, também conhecidos como bocas de lobo, dos bairros de Brotas, Cabula, Piatã e Pituba, no período de março a julho de 2015, com o intuito de verificar com que frequência a água fica acumulada servindo como criadouro de mosquitos.

Foram identificados pelos pesquisadores, espécimes de Aedes aegypti, tanto adultos quanto em suas fases larvais, em bueiros de dois dos quatro bairros, sendo mais comum nos bueiros que também continham larvas de outras espécies de mosquitos, como a muriçoca (pernilongo comum). A presença do Aedes aegypti também foi mais frequente nas inspeções precedidas por período de pouca chuva. O Aedes albopictus, outro mosquito que também pode transmitir arbovírus, foi encontrado em bueiros de um dos bairros pesquisados.

De acordo com os especialistas, os achados são de grande relevância por chamar atenção para a necessidade de reorientação nos programas de prevenção e controle de arboviroses, já que as principais ações assumem que os focos de reprodução dos mosquitos transmissores de dengue, zika e chikungunya encontram-se nas residências e não nos ambientes públicos.

A fim de ampliar o estudo para saber a extensão do problema em outras áreas da cidade, a equipe de pesquisadores está trabalhando em parceria com o Centro de Controle de Zoonoses do município de Salvador. Os resultados também ensejaram discussões intersetoriais no município, com o intuito de planejar ações de combate à proliferação do Aedes nos bueiros.

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The Journal of Immunology publica estudo sobre degranulação de neutrófilos para controle do L. amazonensis

Journal-Imunology_01O artigo Degranulating Neutrophils Promote Leukotriene B4 Production by Infected Macrophages To Kill Leishmania amazonensis Parasites, publicado no periódico científico The Journal of Immunology, em 22 de janeiro, aborda um estudo realizado por pesquisadores da Fiocruz Bahia, acerca do efeito da degranulação de neutrófilos sobre macrófagos infectados com o parasita Leishmania amazonensis. O estudo demonstrou que neutrófilos ativados interagem com macrófagos infectados levando a um aumento do seu poder microbicida, principalmente pelo eicosanoide chamado leukotrieno B-4.

Os neutrófilos são células sanguíneas que fazem parte do sistema imunológico, eles são responsáveis pelas primeiras respostas contra os patógenos e são ativados durante a transmigração endotelial para o local da inflamação. Na presente pesquisa, os neutrófilos humanos foram ativados in vitro com proteínas de matriz extracelular imobilizadas, tais como a fibronectina (FN), colágeno, laminina e somente a ativação de neutrófilos por FN, induziu a libertação do conteúdo dos grânulos.

Os resultados mostram que o tratamento de neutrófilos humanos com FN in vitro induz a degranulação e produção de ROS (do inglês, espécies reativas de oxigênio), enquanto em repouso, eles permaneciam não ativados. Foi detectada uma maior produção de ROS em neutrófilos tratados com FN; além da liberação da enzima MMP-9 e aumento da atividade da elastase neutrofílicae (NE), em comparação com células em repouso ou outras proteínas.

A partir deste conjunto de resultados, os estudiosos puderam concluir que a fibronectina induziu uma ativação mais eficiente de neutrófilos, a presença de neutrófilos ativados com FN diminui a carga parasitária de macrófagos infectados por L. amazonensis. Além disso, resultados sugerem que a diminuição da infecção em macrófagos é independente do contato da célula e pode ser intermediada por mediadores solúveis. O leukotrieno B-4 tem um papel fundamental na ativação do macrófago induzindo a produção de TNf-alfa, essencial para a morte parasitária.

Participaram do estudo os pesquisadores da Fiocruz Bahia Natália Tavares, Lilian Afonso, Martha Suarez, Mariana Ampuero, Deboraci Brito Prates, Théo Araújo-Santos, Manoel Barral-Netto, Valéria Matos Borges e Cláudia Brodskyn.

Clique aqui para ter acesso ao trabalho.

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“Skin/Blood microbiopsy: A novel diagnostic tool for visceral leishmaniasis”

alon warburgDr. Alon Warburg é especialista em Microbiologia e Genética Molecular, pesquisa sobre doenças infecciosas, especialmente a leishmaniose. Sua investigação centra-se no vetor, o mosquito-palha. É vinculado ao Department of Microbiology and Molecular Genetics (Institute for Medical Research Israel-Canada) e The Kuvin Centre for the Study of Infectious and Tropical Diseases (The Hebrew University).

 

 

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Fiocruz Bahia amplia suas atividades no Parque Tecnológico com instalação de novo Centro

assinaturaO diretor da Fiocruz Bahia, Manoel Barral Netto, e o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado (SECTI), Manoel Mendonça, assinaram, na última sexta-feira (29/07), um termo de cessão oficializando a entrega do espaço que abrigará uma nova estrutura da Fiocruz Bahia no Parque Tecnológico da Bahia: o Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde (CIDACS). Fruto de fortes parcerias científicas entre Fiocruz Bahia, Fiocruz Brasília, UFBA, CIMATEC e a London School of Hygiene and Tropical Medicine (Reino Unido), o Centro vai congregar pesquisa, capacitação e processos de democratização do acesso a dados e conhecimento.

Dentre os objetivos do CIDACS, destaca-se o estudo dos efeitos de políticas sociais na saúde, através da realização de pesquisas e avaliações de programas governamentais. Com a inauguração prevista para início dezembro deste ano, a implantação da nova estrutura, por meio de avançados recursos computacionais e perspectiva multidisciplinar e integrativa, permitirá que grupos de pesquisa que já atuam em epidemiologia, bioinformática, estatística e computação, trabalhem em interação e de forma complementar.

De acordo com Manoel Barral Netto, a Fiocruz Bahia está ampliando a sua área de atuação. “A construção de um espaço geográfico de tratamento de grandes dados no Parque Tecnológico da Bahia aproxima a Fundação de outros parceiros que também trabalham com tratamento de dados para a saúde de uma forma abrangente”, avaliou o diretor.

Manoel Mendonça ressaltou que a Bahia é um estado que já tem tradição de pesquisa, principalmente na área de saúde coletiva. “Nós temos interesse de criar no Parque o que chamamos de área de atrito, que é trazer pesquisadores de várias origens e formações para trabalhar e criar coisas novas para sociedade baiana e brasileira”, frisou.

Produção de dados em saúde – O Centro abrigará projetos como da ‘Coorte de 100 milhões de brasileiros’ e a ‘Plataforma de Vigilância de Longo Prazo para a Zika e Microcefalia no âmbito do SUS’. Outros projetos incluem o desenvolvimento de ferramentas de apoio e análise para atenção básica à saúde, e projetos diversos no campo da biologia computacional e da bio-informática. Os pesquisadores irão dispor de infraestrutura inédita em termos de capacidade de armazenamento, segurança e análise de dados e será permitido que se utilize grandes bases de dados identificados, através de rigoroso sistema de proteção das informações pessoais.

Segundo Maurício Barreto, pesquisador da Fiocruz Bahia, com a produção massiva de dados de pesquisa em saúde, os recursos necessários para produção de conhecimento se ampliaram muito com a utilização de computação de alta velocidade. “A ideia é envolver pesquisadores de diferentes campos em saúde, mas que utilizem grandes bases de dados e que precisem de métodos para integrar e resolver problemas a partir desses dados”, explicou.

Outro importante papel do Centro ocorrerá no campo científico por meio da introdução e operacionalização do conceito de ciência aberta, que busca tornar a pesquisa científica e a divulgação de dados abertos a todos os setores da sociedade, com a lógica de permitir que o conhecimento gerado seja acessível a instituições de ensino e de pesquisa, gestores públicos, profissionais de saúde e a sociedade, em geral.

Seminário – Na ocasião da inauguração, será realizado um seminário comemorativo, envolvendo os pesquisadores do Centro, parceiros e especialistas nacionais e internacionais. A programação será definida em breve.

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Estudo sobre a subnotificação da dengue é publicado no Emerging Infectious Diseases

CDC Emerging 06Pesquisadores da Fiocruz Bahia, da Universidade Federal da Bahia, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da Yale University School of Public Health assinaram o artigo intitulado Accuracy of Dengue Reporting by National Surveillance System, Brazil, publicado no jornal médico Emerging Infectious Diseases. O estudo coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Guilherme Ribeiro, foi realizado entre janeiro de 2009 e dezembro de 2011, com pacientes de uma unidade de emergência pública, em Salvador (BA).

De acordo com os autores da pesquisa, a dengue é uma doença subnotificada globalmente. No entanto, o grau de subnotificação no Brasil, país que mais notifica casos de dengue no mundo, permanecia desconhecida. Nesse contexto, os pesquisadores realizaram um estudo para avaliar a magnitude da subnotificação da doença no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).

Para a realização da pesquisa, foram coletadas amostras de sangue de pacientes com idade igual ou superior a 5 anos, que buscavam atendimento médico por uma doença febril aguda. Uma segunda amostra de sangue foi coletada na fase de convalescença, 15 dias depois. Empregando testes sorológicos e moleculares nas amostras de sangue coletadas, os pacientes incluídos no estudo foram classificados entre aqueles com e sem dengue.

Em seguida, os pesquisadores identificaram se os pacientes com e sem o diagnóstico laboratorial de uma infecção pelo vírus da dengue haviam sido oficialmente notificados para o Sinan, como caso suspeito da doença. No Brasil, a notificação de casos suspeitos é obrigatória.

Resultados – A pesquisa indicou que 1 em cada 4 pacientes atendidos por uma doença febril da unidade de emergência onde o estudo foi realizado tinha evidência laboratorial de infecção pelo vírus da dengue, no entanto, para cada 20 pacientes que o estudo permitiu identificar com tendo dengue, apenas 1 havia sido notificado ao Sinan. Esses e outros dados levaram os autores do estudo a concluírem que a vigilância tem subestimado, substancialmente, a carga da doença no Brasil.

Os pesquisadores ainda calcularam um fator multiplicador que permite estimar um número mais correto de casos da doença para cada caso que é notificado. Aplicando este fator de multiplicação, eles estimaram que a incidência anual média, oficialmente registrada em Salvador no período de estudo, de 303,8 casos/100.000 habitatantes, deve ter sido, na realidade de 3.645,7 casos/100.000 habitantes.

Clique aqui e acesse, na íntegra, o artigo publicado em fevereiro de 2016.

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