Diferentes abordagens terapêuticas promovem melhorias in vitro na ativação endotelial da doença falciforme

21-heme-changes-hifO periódico cientifico Microvascular Research, vinculado a editora Elsevier, publicou um artigo assinado por pesquisadores da Fiocruz Bahia intitulado Heme changes HIF-α, eNOS and nitrite production in HUVECs after simvastatin, HU, and ascorbic acid therapies. No presente trabalho, os pesquisadores discutiram diferentes abordagens terapêuticas no tratamento da doença falciforme a partir de uma análise comparativa in vitro, após avaliar a produção de óxido nítrico, fator induzido por hipóxia alfa e a enzima óxido nítrico sintase endotelial (eNOS) em cultura de células.

A doença falciforme é caracterizada por uma anemia hemolítica genética com extensa ativação endotelial. As hemácias dos pacientes com doença falciforme carregam a hemoglobina variante S (HbS) que, em baixa tensão de oxigênio, forma polímeros insolúveis, os quais levam a alteração nas membranas desses corpúsculos. A retenção física das hemácias falcizadas, bem como a sua interação através de moléculas de adesão com os leucócitos, o endotélio vascular e as plaquetas levam às crises vaso-oclusivas, responsáveis pelos frequentes quadros de dor nos pacientes.

A equipe de especialistas liderada pela pesquisadora Marilda Gonçalves, da Fiocruz Bahia, tinha por objetivo avaliar a produção de óxido nítrico, do fator induzido por hipóxia alfa (HIF-1α) e da enzima eNOS em células endoteliais da veia umbilical humana (HUVEC) desafiadas com heme, em frente ao tratamento com ácido ascórbico, sinvastatina e hidroxiuréia, visando alternativas terapêuticas aos pacientes com anemia falciforme.

Dessa forma, concluiu-se que, em face ao microambiente hemolítico vascular, diferentes abordagens terapêuticas podem ser pensadas de modo a promoverem uma melhoria clínica dos pacientes, mostrando-se como uma estratégia viável no tratamento.

Clique aqui e leia o artigo na íntegra

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“Zika Virus: Novos Rumos”

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Gubio Soares Campos possui doutorado em Virologia – Universidad de Buenos Aires (2000). Atualmente é Farmaceutico da Universidade Federal da Bahia e professor de microbiologia – Coordenador do Laboratorio de Viirologia do Instituto de Ciencias da Saude-UFBA, experiência na área de Microbiologia, com ênfase em Virologia, atuando principalmente nos seguintes temas: Rotavirus, Caev, Norovirus, Dengue,HPV , Chikungunya, Dengue e o descobridor do Zika virus no Brasil em abril de 2015 na cidade de Camaçari -Bahia.

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Luzes cor de rosa iluminam o prédio da Fiocruz Bahia na campanha de prevenção ao câncer de mama

outubro-rosaosA entrada da Fiocruz Bahia ficará iluminada de rosa durante todo o mês de outubro, no período da noite, em apoio ao Outubro Rosa, campanha de conscientização da prevenção ao câncer de mama. De acordo com a campanha, o objetivo é chamar atenção, diretamente, para a realidade atual do câncer de mama e a importância do diagnóstico precoce.

Segundo dados do Ministério da Saúde, o câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres, depois do de pele não melanoma, respondendo por cerca de 25% dos casos novos a cada ano. A estimativa de novos casos para 2016 foi de 57.960 (INCA). O câncer de mama também acomete homens, porém é raro, representando apenas 1% do total de casos da doença.

O movimento popular internacionalmente conhecido como Outubro Rosa é comemorado em todo o mundo. O nome remete à cor do laço rosa que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama e estimula a participação da população, empresas e entidades.

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Inscrições prorrogadas para o Curso de Imuno-histoquímica

imunio-histoquimica-prorrogadas-2016Abertas as inscrições para o Curso de Imuno-histoquímica (IHQ), que acontece na Fiocruz Bahia, entre os dias 17 e 19 de outubro. Direcionado a estudantes e profissionais de nível médio e superior que atuam na área da saúde, com preferência para técnicos que já trabalhem em laboratórios, os interessados em participar do processo seletivo podem realizar as inscrições no site do curso, prorrogadas até o dia 10 de outubro (segunda-feira).

O objetivo é capacitar estudantes e profissionais da área laboratorial de saúde para executar a técnica de imuno-histoquímica, com ênfase no diagnóstico auxiliar de dermatopatias neoplásicas e infecciosas. As aulas teóricas têm por finalidade atualizar os alunos e profissionais nos seguintes temas: introdução à histopatologia e imuno‐histoquímica e importância da imuno‐histoquímica no diagnóstico e pesquisa. Já as aulas práticas visam demonstrar a execução das técnicas de histopatologia e de imuno-histoquímica em marcadores celulares e infecciosos.

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VideoSaúde Distribuidora amplia acervo com títulos sobre zika

Pâmela Liarena (VideoSaúde Distribuidora)*

Para contribuir com informações para o enfrentamento da situação de emergência em saúde pública de importância internacional declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – provocada pela infecção pelo vírus zika e sua relação com a microcefalia e outras doenças -, a VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz buscou ampliar o seu acervo audiovisual com produções sobre o tema. Foram adquiridas duas produções: a série Crianças contra zika e o documentário Zika. Os títulos estão disponíveis no acervo e toda a população pode solicitar cópias.

A série Crianças contra zika reúne seis videoclipes, que falam sobre o vírus da zika e o combate ao Aedes aegypti, produzidos com diferentes técnicas de animação. A trilha sonora é de autoria de músicos brasileiros, com curadoria musical de André Abujamra. Participam Zeca Baleiro, Hélio Ziskind, Arnaldo Antunes, Xis, Marisa Orth e o grupo Palavra Cantada. A série foi criada pelo Ministério da Saúde para mostrar a crianças e adultos como fazer para se proteger do mosquito.

Zika traz uma abordagem delicada e dramática desta epidemia. A diretora do filme, Débora Diniz, conta a história de mulheres do Nordeste do Brasil que tiveram suas vidas impactadas pelo vírus durante a gravidez. Casos de microcefalia, aborto e até o relato emocionado da mãe que cedeu os órgãos de seu bebê – morto em consequência da infecção – e ajudou os pesquisadores a comprovar a relação da má formação com a doença.

Imagem do documentário ‘Zika’, que traz uma abordagem delicada e dramática da epidemia
O tema também foi tratado na aula aberta do Curso de Especialização em Comunicação e Saúde, Comunicação e informação em tempos de zika, e contou com a presença de pesquisadores da Fiocruz. Foram analisados aspectos relacionados à cobertura, produção de informação e circulação de notícias sobre a epidemia de zika, tanto no contexto da grande mídia, quanto da comunicação pública. A aula está disponível no canal da VideoSaúde no Youtube.

*Esta matéria foi originalmente publicada no jornal Linha Direta da Presidência da Fiocruz, edição número 29. 

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“Plaquetas e micropartículas plaquetárias como sensores e efetores na inflamação e na resposta às infecções”

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Patricia Bozza graduou-se em Medicina em 1990, pela Faculdade de Ciências Médicas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro; e obteve o título de Doutor em Ciências (concentração em Farmacologia) em 1993 pelo Programa de Biologia Celular e Molecular do Instituto Oswaldo Cruz. Em 1994, Patricia foi nomeada Pew Latin American Fellow e desenvolveu o pós-doutorado no Beth Israel Hospital, Harvard Medical School. Patrícia Bozza é pesquisadora titular do Instituto Oswaldo Cruz, pesquisadora 1 A do CNPq e membro da Academia Brasileira de Ciências. Patricia foi International Scholar do Howard Hughes Medical Institute no período 2002-2006, e coordenou o comitê Brasileiro do Programa Pew em ciências biomédicas. O grupo de pesquisa liderado pela Patrícia está voltado para o estudo dos mecanismos celulares e moleculares envolvidos na resposta inflamatória e metabólica às infecções; bem como a participação do processo inflamatório e alterações do metabolismo lipídico na obesidade e câncer.

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Papel da Saliva de Flebótomos como Marcador e seu efeito contra Leishmania é tema de tese

AUTORA: Katrine Bezerra Cavalcanti.
ORIENTADORA: Aldina Maria Prado Barral.
TÍTULO DA TESE: Papel da Saliva de Flebótomos como Marcador de exposição e seu efeito na proteção contra Leishmania braziliensis.
PROGRAMA: Doutorado em Patologia Humana – UFBA /Fiocruz Bahia
DATA DE DEFESA: 14/10/2016

RESUMO

A Leishmaniose Tegumentar (LT) apresenta um espectro de manifestações clínicas causadas principalmente pelo protozoário Leishmania braziliensis, o principal agente etiológico nas Américas, esse parasita é transmitido aos hospedeiros vertebrados através da picada de inseto vetor, o flebótomo do gênero Lutzomyia, durante a alimentação sanguíneas das fêmeas. Comumente encontrados em área endêmica de LT, os flebótomos Lutzomyia intermedia e Lutzomyia whitmani, foram incriminados como vetores da Leishmania. Apesar dos amplos estudos acerca da saliva dos vetores e do papel dos flebótomos na transmissão da Leishmania, muito pouco se sabe sobre o envolvimento de L. whitmani na LT. Dessa forma, o objetivo deste trabalho visou avaliar o papel de L. whitmani em etapas críticas da transmissão da L. braziliensis, como a avaliação do vetor na área endêmica, a exposição de animais no peridomicílio humano a esta espécie de flebótomo e o papel da saliva do vetor no estabelecimento da L. braziliensis em infecção experimental murina. Os resultados deste trabalho evidenciaram que galinhas situadas no peridomicílio humano produziram anticorpos anti-saliva de L. whitmani, apresentando reconhecimento específico aos componentes salivares desta espécie. Também foi possível observar que a imunização de camundongos com saliva de L. whitmani é capaz de induzir à proteção contra a infecção por L. braziliensis em camundongos previamente imunizados. Estudos envolvendo a participação de importantes flebótomos vetores encontrados em área endêmica surge como uma ferramenta essencial para o entendimento da dinâmica da cadeia epidemiológica e futuros estudos envolvendo o desenvolvimento de vacinas eficazes contra a doença.

Palavras-chave: Flebótomos, Lutzomyia whitmani, saliva, resposta imune, vacinação.

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Sessão Científica Extra: “Crônicas de um Programa de Pesquisa: o hospedeiro, o Vilão e a Microbiota”

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O Dr. Miyajima falará sobre estratégias de investigação em coortes e biomarcadores com um foco maior dentro do meu atual programa de pesquisa (doenças nosocomiais), que é voltado a reações entéricas por causa do efeito colateral de antibióticos, perfil imunológico e genômico de pacientes durante a infecção, microbioma, ferramentas de epidemiologia molecular e estudos de coorte prospectivos. Um dos interesses do pesquisador é desenvolver estratégicas para competência de biomarcadores que possam contemplar aspectos nultidisciplinares (imunogenético, genômico, transcritômico, microbioma, imuno-ensaios e ensaios de PCR imuno-ensaios customizados etc).

Sobre o palestrante

O Prof. Dr. Fabio Miyajima atua primariamente nas áreas de Epidemiologia Molecular de Doenças Crônicas e Infecciosas, com experiência no desenho e gerenciamento de estudos clínicos e epidemiológicos, técnicas aplicadas de multiômica para pesquisa e diagnóstico, desenvolvimento de ensaios para biomarcadores, interação patógeno-hospedeiro, susceptibilidade do hospedeiro, modelagens multivariáveis para estudos de desfechos clínicos, e medicina personalizada e translacional. Reúne mais de 13 anos de experiência acadêmica no exterior, incluindo-se PhD em Epidemiologia Molecular e Ciências da Saúde pela Universidade de Manchester e Pós Doutorado em Medicina Translacional pela Universidade de Liverpool, do qual atualmente é Fellow do Instituto de Medicina Translacional, Investigador e Cientista Líder do Programa de Pesquisas Clínicas em Doenças Nosocomiais (Conselho de Pesquisas Médicas, MRC/UK), tendo trabalhado por 5 anos como cientista pós-doutor do Hospital Universitário de Liverpool (Royal Liverpool & Broadgreen University Hospitals). É graduado em Odontologia pela Universidade de São Paulo (FOB/USP), Mestre em Odontologia Social com ênfase em Genética Molecular pela Universidade Estadual de Campinas (FOP/Unicamp).

Desde sua ida ao exterior, a ênfase do Pesquisador tem sido na integração multidisplinar para o estudo genético-epigenético e molecular de fenótipos multifatoriais, tais como declínio cognitivo patológico e fisiológico e transtornos mentais em populações e coortes. Dentro do atual programa que participa, isso foi incrementado com  abordagens para estudos de interação parasito-hospedeiro e de análise de perfil e resposta imunológicos e imunogenético de pacientes, tais como decorrentes do  uso de drogas (reações idiopáticas) ou resultado de infecções. Como parte do entusiasmo pessoal em regionalizar sua pesquisa com a realidade brasileira e se alinhar às necessidades de grupos regionais, o Dr. Fábio tem se exercitado à internacionalização da pesquisa, seja através de mobilidade e orientação/supervisão de pesquisadores brasileiros, com idas ao Brasil para fins de conferência e treinamento científico, além de organização de eventos, oficinas e participação em programas de pós-graduação e conferências locais. Reúne um interesse crescente em pesquisas interdisciplinares de natureza translacional, de integração multiômica no estudo de susceptibilidade a doenças e resposta do hospedeiro, segurança-eficácia/sensibilização das terapias medicamentosas com transferência de conhecimento e tecnologia para outras doenças e condições clínicas, particularmente transtornos mentais, câncer e doenças tropicais do Brasil.

O Prof. Dr. Fábio Miyajima possui inúmeras parcerias e colaborações com instituições no exterior e exerce voluntariamente a função de intermediador de projetos e promotor do programa Ciências sem Fronteiras (Science without Borders – UUK) na Universidade de Liverpool, tendo mediado o recrutamento de diversos estudantes de pós-graduação (orientação/coorientação e tutor) e supervisionado estudantes do programa de graduação sanduíche do CsF. É também Professor convidado do Programas de Pós-graduação em Análises Clínicas (MACPro) e de Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários (BAIP), ambos do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará (UFPA); Professor cadastrado do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde (PPGCS) e do Núcleo de estudos em Aptidão Física, Informática, Metabolismo, Esporte e Saúde (NAFIMES) da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), e colaborador do Programa de Pós-graduação em Farmacologia da Universidade Federal do Ceará, e do Departamento de Neurociências e Comportamento da Universidade de São Paulo (campus Ribeirão Preto).

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Prédio da Fiocruz Bahia é iluminado de amarelo em apoio à campanha de prevenção do suicídio

seytrmbtro-amareloosLuzes amarelas iluminarão o prédio da Fiocruz Bahia até o fim do mês, no período da noite, em referência ao Setembro Amarelo, campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio. O objetivo é valorizar a vida e chamar a atenção para o suicídio que, apesar de ser responsável por 32 mortes por dia no Brasil, ainda é tratado como tabu pela sociedade. Para a Fiocruz, este é um problema de saúde pública e a estatística somente será reduzida com esclarecimento e prevenção. Confira o Especial Suicídio da Agência Fiocruz de Notícias.

A campanha é uma parceria com o Centro de Valorização da Vida (CVV). Um marco importante para colocar em pauta a questão foi a definição de 10 de setembro como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Na data, profissionais de saúde e movimentos organizados se movimentam pela causa. Baixe a cartilha da Associação Brasileira de Psiquiatria, Suicídio: Informando para Prevenir.

Números

Segundo o relatório da OMS, o Brasil é o oitavo país em número absoluto de suicídios. O relatório revela que, anualmente, mais de 804 mil pessoas cometem suicídio por ano no mundo, o que representa uma morte a cada 40 segundos. Cerca de 75% dos casos ocorrem em países de rendas média e baixa. De acordo com especialistas, uma das maiores causas de tentativas de suicídio são os transtornos do espectro depressivo. Os estudiosos observam ainda que quem tenta suicídio pede ajuda.

A OMS afirma que é possível prevenir suicídios – mais de 90% poderiam ser evitados, segundo a agência. Para isso, defende, entre outras iniciativas, a adoção de uma abordagem multisetorial abrangente, já que muitos países não têm uma estratégia nacional de prevenção. No Plano de Ação de Saúde Mental 2013/2020 da OMS, há uma meta de reduzir em 10% os índices de suicídio.

Em relação às faixas etárias, segundo os dados do relatório, o suicídio é a segunda maior causa de mortes entre pessoas de 15 a 29 anos. O documento, porém, mostra que as taxas de suicídio são maiores entre os que têm mais de 70 anos.

 

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Estudo publicado no BMC Research Notes aborda produção de IL-12 canino para controle de infecções em cães

32-optimization-of-canine-interleukinEstudo realizado por pesquisadores da Fiocruz Bahia, publicado no periódico científico BMC Research Notes, aborda a interleucina-12 (IL-12) recombinante canina e descreve um método eficiente para a produção dessa proteína. A IL-12 poderá ser utilizada na imunomodulação de cães visando o tratamento de doenças. Os resultados desta pesquisa estão no artigo intitulado Optimization of canine interleukin-12 production using a baculovirus insect cell expression system.

A interluecina-12 foi inicialmente descrita como um fator estimulador de células assassinas naturais (NK) (NKSF) por sua capacidade de promover a ativação de células NK.  Alguns estudos mostram que a IL-12 possui um potencial terapêutico no tratamento de câncer e doenças infeciosas, além do potencial como adjuvante na formulação de algumas vacinas. Dessa forma, a produção e o estudo da interleucina-12 recombinante suscita grande interesse na comunidade científica.

Coordenados pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Geraldo Gileno de Sá Oliveira, os cientistas realizaram a produção da IL-12 a partir da clonagem do DNA codificante em baculovírus e a infecção pelo vírus recombinante de células de inseto em cultura.

Foram avaliados vários parâmetros para a otimização da produção de IL-12 canina recombinante no sistema de células de inseto com baculovirus, a fim de determinar as condições apropriadas de produção da IL-12 canina, em miligramas por litro de cultura de células de inseto. Além disso, a pesquisa descreve um método simples e eficaz para avaliar semi-quantitativamente a expressão de proteínas recombinantes secretadas no sistema de células de inseto com baculovirus.

Através desta pesquisa, pode-se afirmar que a IL-12 tem o potencial para promover, sozinho ou em combinação com outros agentes imuno moduladores, as respostas imunológicas mediadas por células, que são úteis no controle de infecções causadas por agentes patogénicos intracelulares, de doenças alérgicas mediadas por anticorpo e de neoplasias. Além disso, esta pesquisa tem uma ampla aplicação na área da produção de proteína recombinante, útil para estudos posteriores sobre intervenções terapêuticas das doenças infecciosas em cães.

Participaram deste estudo os pesquisadores da Fiocruz Bahia, Cristiane Garboggini Melo de Pinheiro, Mayara de Oliveira Pedrosa e Naiara Carvalho Teixeira em parceria com pesquisadores de Bio-Manguinhos (Fiocruz/RJ) e da Wageningen University (Holanda).

Clique aqui para acessar o artigo publicado em janeiro de 2016

 

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Journal of Oral Pathology and Medicine publica estudo sobre a expressão do gene VEGFA no câncer de boca

24-elevated-vegfa-mrna-levelsA pesquisadora da Fiocruz Bahia, Clarissa Araújo Gurgel Rocha, em conjunto com estudiosos da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e do A.C Camargo Cancer Center (São Paulo), realizou um estudo publicado no Journal of Oral Pathology & Medicine, que teve como objetivo avaliar a expressão do fator de crescimento endotelial vascular A (VEGFA, na sigla em inglês) e sua proteína em carcinoma escamocelular oral e margens neoplásicas histologicamente livres de tumor, bem como caracterizar a expressão desta molécula no estroma tumoral.

O câncer de boca acomete, principalmente, homens que fazem uso exagerado de cigarro e/ou álcool, com idade entre 50-60 anos. Quando diagnosticados tardiamente, a mortalidade deste tipo de câncer é alta e, geralmente, a sobrevida é inferior a 50%, em cinco anos. O fator de crescimento endotelial vascular A é um regulador positivo da angiogênese e participa da regulação da proliferação, migração e diferenciação de células endoteliais, sendo produzido por células tumorais e estromais.

Conforme descrito no artigo Elevated VEGFA mRNA levels in oral squamous cell carcinomas and tumor margins: a preliminary study, o trabalho foi realizado através da análise dos níveis de expressão do gene VEGFA em amostras de carcinoma escamocelular criopreservados, margem adjacente ao tumor e mucosa não tumoral de pacientes saudáveis. Em adição, foi realizado o estudo da expressão imuno-histoquímico desta proteína.

Os resultados mostraram maiores níveis de expressão do gene VEGFA em carcinomas escamocelulares de estágio clínico III e IV (mais agressivos) e, de forma pioneira, uma maior expressão deste gene, em margens histologicamente livres de tumor. Apoiados nos resultados, os pesquisadores concluíram que maiores níveis de expressão de VEGFA apontam para tumores mais agressivos e que as margens neoplásicas livres de células tumorais podem estar relacionadas com a produção de moléculas angiogênicas que favorecem a progressão tumoral.

Clique aqui para ler o artigo completo, publicado em fevereiro de 2016.

 

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Biomedicine & Pharmacotherapy publica estudo sobre mielopatia associada ao HTLV-1

22-hysalin-f-a-seco-steroid-fromCom o objetivo de investigar os efeitos da fisalina F em células mononucleares do sangue periférico de indivíduos (PBMC, na sigla em inglês) com mielopatia associada ao vírus HTLV-1, as pesquisadoras Maria Fernanda Grassi e Milena Botelho Pereira Soares, da Fiocruz Bahia, lideraram um estudo cujos resultados foram descritos no artigo Physalin F, a seco-steroid from Physalis angulata L., has immunosuppressive activity in peripheral blood mononuclear cells from patients with HTLV1-associated myelopathy, publicado no periódico científico Biomedicine & Pharmacotherapy.

O HTLV-1 atinge entre 5-10 milhões de pessoas, principalmente na América Latina, Caribe, África do Sul e Central e Japão. O vírus é o agente etiológico de duas doenças graves: a leucemia e linfoma de células-T adultas e a mielopatia (ou paraparesia espástica tropical), uma doença neurológica progressiva que ocorre em menos de 5% de indivíduos infectados com o vírus.

Neste estudo, aprovado pela abordagem de pesquisa Institucional da Fundação Oswaldo Cruz, foram analisadas amostras de sangue venoso de 21 indivíduos infectados com HTLV-1 e com diagnóstico de mielopatia. As amostras foram rastreadas para anticorpos HTLV-1/2. O grupo avaliado abrangeu 14 mulheres e 7 homens, com uma média de idade de 61 anos.

Os resultados mostraram que o tratamento com fisalina F aumentou a população apoptótica de PBMC em indivíduos com mielopatia. A análise da transmissão de microscopia eletrônica de PBMC mostrou que a fisalina F induz alterações ultra-estruturais, tais como núcleos picnóticos, mitocôndrias danificadas, formação de vacúolo autofágica melhorada, e a presença de figuras do tipo mielina.

Neste contexto, os pesquisadores concluíram que a fisalina F, além de induz a apoptose de PBMC, implica na diminuição da proliferação e produção de citocinas espontânea causada por infecção por HTLV-1.

O estudo é fruto de parceria com o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Escola Bahiana de Medicina. Além das coordenadoras, estão dentre os pesquisadores da Fiocruz Bahia envolvidos no trabalho Lorena A. Pinto, Cássio S. Meira, Cristiane F. Villarreal, Marcos A. Vannier e Bernardo Galvão-Castro. Clique aqui para acessar o artigo completo, publicado em janeiro de 2016.

 

 

 

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Pesquisa sobre biomarcadores da leishmaniose visceral canina é publicada na Scientific Reports

scientific-reportEstudo coordenado pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Cláudia Brodskyn, avalia a associação de alguns biomarcadores com a manifestação clínica da leishmaniose visceral canina (LVC). O fruto dessa pesquisa é o artigo Circulating Biomarkers of Immune Activation, Oxidative Stress and Inflammation Characterize Severe Canine Visceral Leishmaniasis, publicado no periódico online Scientific Reports (Nature), em 6 de setembro.

A leishmaniose visceral é uma doença causada pelo protozoário parasita Leishmania infantum, transmitido aos seres humanos e animais através da picada do flebotomíneo Lutzomyia longipalpis, o mosquito-palha. Os cães são considerados o principal reservatório urbano do parasita e sua presença na área endêmica é um fator de risco para a ocorrência da leishmaniose visceral humana.

Neste estudo, os pesquisadores utilizaram amostras de soro de 70 cães do município de Camaçari – considerada uma área endêmica de leishmaniose visceral e LVC – com diferentes manifestações clínicas da doença. Foram avaliados, simultaneamente, os biomarcadores de inflamação, ativação imune, estresse oxidativo e as concentrações de imunoglobulina G (IgG) de saliva anti-flebotomíneo, a fim de caracterizar uma bioassinatura associada à gravidade da LCV.

Os resultados demonstraram que a avaliação da expressão dos biomarcadores identificou uma bioassinatura distinta que poderia agrupar separadamente os grupos de animais com escores clínicos diferentes. Foi observado que os cães com os maiores escores clínicos também apresentaram altas cargas parasitárias e concentrações elevadas de anticorpos anti-saliva.

De acordo com os pesquisadores, os resultados sugerem que a gravidade clínica de LCV é fortemente associada a um perfil inflamatório distinto, caracterizado por uma expressão diferencial de eicosanóides e quimiocinas circulantes. Os cientistas afirmam que a caracterização da gravidade da doença é essencial para evitar a propagação da infecção, já que os animais sintomáticos são melhores disseminadores de parasitas em áreas endêmicas.

O estudo foi realizado pelos pesquisadores da Fiocruz Bahia Manuela Solcà, Bruno  Andrade, Melissa Abbehusen, Ricardo Khouri, Deborah Fraga, Valeria Borges, Patrícia Veras, em parceria com pesquisadores da Fiocruz Piauí, Bio-Manguinhos (Fiocruz/ RJ) e National Institutes of Health (EUA).

Clique aqui para ler o trabalho.

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Eficácia da pirfenidona adjuvante no tratamento da tuberculose é tema de publicação da JCI Insight

jci-insightO periódico científico JCI Insight publicou, no dia 8 de setembro, um estudo que buscou verificar se a adição da droga pirfenidona, como uma terapia adjuvante, pode trazer benefícios ao tratamento antimicrobiano da tuberculose. Os resultados da pesquisa estão no artigo The antifibrotic drug pirfenidone promotes pulmonary cavitation and drug resistance in a mouse model of chronic tuberculosis. Bruno Andrade, da Fiocruz Bahia, está entre os nomes dos pesquisadores que assinaram o trabalho.

De acordo com os especialistas, a pirfenidona é uma droga antifibrótica recentemente aprovada para o tratamento da fibrose pulmonar idiopática (FPI). Como a tuberculose gera uma inflamação granulomatosa, que destrói o parênquima pulmonar e forma fibroses, os cientistas trabalharam com a hipótese de que as características anti-inflamatórias e antifibróticas da pirfenidona poderiam reduzir os danos da inflamação pulmonar, melhorando a penetração da droga antimicrobiana para acelerar a resposta ao tratamento.

Para investigar essa possibilidade, os pesquisadores avaliaram a eficácia da pirfenidona durante a terapia com drogas antituberculosa, utilizando camundongos C3HeB/FeJ infectados com tuberculose crônica. Este modelo experimental parece ser mais robusto do que o tradicional, pois animais desta espécie desenvolvem granulomas e cavitações pulmonares de maneira mais semelhante à observada em pacientes com tuberculose.

No estudo, os animais receberam tratamento diário, durante 5 a 7 dias por semana. Aqueles que foram tratados com a terapia padrão de drogas foram comparados com 2 esquemas alternativos de tratamento contendo pirfenidona. Os cientistas analisaram, também, a gravidade global da lesão, fibrose, cavitação, carga bacteriana e a resposta imunológica dos animais.

Os resultados demonstraram que, ao contrário da hipótese proposta, a pirfenidona adjuvante reduz a depuração bacteriana, elevando as taxas de recaída/relapso. Foi observado que esta falha está fortemente associada ao surgimento de bacilos resistentes às drogas antimicrobianas, ao aumento da cavitação e a uma patologia pulmonar significativa. O estudo mostra que, apesar dos antifibróticos serem usados como parte da terapia contra a tuberculose, deve haver um cuidado no seu uso. Além disso, os cientistas afirmam que se ampliarem o uso da pirfenidona na prática clínica, será necessário um aumento da monitoração do paciente nas regiões endêmicas de tuberculose.

A pesquisa foi desenvolvida em parceria com a Johns Hopkins University School of Medicine (EUA), Howard Hughes Medical Institute (EUA), Université des Sciences, des Techniques et des Technologies de Bamako (Mali, África) e a Fundação José Silveira (Salvador – BA).

Clique aqui para acessar o artigo.

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Óleo de planta da Caatinga tem efeito antitumoral, aponta publicação do Basic & Clinical Pharmacology & Toxicology

19-antitumour-activity-of-the-microencapsulationPublicado no periódico científico Basic & Clinical Pharmacology & Toxicology (BCPT), o trabalho intitulado Antitumour Activity of the Microencapsulation of Annona vepretorum Essential Oil, investigou o potencial antitumoral de planta nativa da Caatinga, popularmente conhecida por “bruteira”. Coordenado por Daniel Bezerra, pesquisador da Fiocruz Bahia, o estudo demonstrou que o óleo essencial a base da planta de nome científico Annona vepretorum, tem propriedades inibitórias no crescimento de tumores.

Com aplicações nutricionais e medicinais conhecidas, a planta já era utilizada para tratar picadas de cobra, infecções bacterianas e inflamações diversas. Devido a sua composição química e propriedades terapêuticas, a equipe decidiu investigar a citotoxicidade de propriedades da planta em tumores.

Para obter o óleo essencial, os pesquisadores hidrodestilaram folhas de Annona vepretorum. Ao inocular o óleo em camundongos com melanoma, constatou-se uma inibição do crescimento das células cancerígenas, efeito atribuído à presença da substância espatulenol.

Além disso, provou-se que o óleo essencial da Annona vepretorum, quando microencapsulada com β-ciclodextrina, tem seu efeito antitumoral aumentado. De acordo com os especialistas, esses achados são de extrema relevância para futuros estudos que visem encontrar alternativas para o tratamento de células cancerígenas.

A pesquisa foi realizada através de parceria entre Fiocruz Bahia, Universidade Federal da Bahia, Universidade Federal de Sergipe, Hospital São Rafael, Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste e a Universidade Federal de Manaus.

Clique aqui para ler na íntegra o artigo publicado em outubro de 2015

 

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“Spatial Atg8 deconjugation depends on the regulation of Atg4 function by Atg1 phosphorylation”

fulvio

Fulvio Reggiori (1970) studied Biochemistry at University of Fribourg, Switzerland, and in 1997, he obtained his PhD in Biochemistry from the same Institution. Here, in the laboratory of Prof. Andreas Conzelmann, he has worked on the remodeling of the lipid moiety of GPI-anchored proteins and on sphingolipid biosynthesis in yeastSaccharomyces cerevisiae.

After staying one additional year in the same laboratory as a postodoctoral fellow, in 1998, he moved to the MRC Laboratory of Molecular Biology in Cambridge, United Kingdom. There, in the laboratory of Dr. Hugh Pelham, he has investigated the signals targeting integral membrane proteins into the internal vesicles of multivesicular bodies. He characterized ubiquitin-dependent and independent signals, and identified one of the ubiquitin ligases specifically involved in this pathway.

In 2001, he joined the laboratory of Prof. Daniel Klionsky at the Life Sciences Institute of the Michigan University of Michigan in Ann Arbor (USA). There, he started working on different aspects of the molecular mechanism of autophagy in yeast. In particular, he first described the dynamic trafficking of Atg9 and show the involvement in this process of proteins such as Atg1, Atg2, Atg13 and Atg18, and phosphatidylinositol-3-phosphate.

In 2005, Fulvio Reggiori became a tenured Assistant Professor at the Department of Cell Biology of the University Medical Center Utrecht, where he is working on the molecular mechanism and regulation of autophagy using yeastSaccharomyces cerevisiae as a model organism. The laboratory interests are also on pathogens that subvert autophagy to invade and replicate in host cells and a particular research focus has been coronaviruses. Since September 2011, he is an Associate professor at the same Institution.

Fonte: University Medical Center Utrecht

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Divulgada lista de selecionados para o curso de Tópicos Avançados em Imunologia

lista-de-selecionados-topicos-avancadosA coordenação do curso de Tópicos Avançados em Imunologia divulga o resultado da seleção dos inscritos. As aulas iniciam em 19 de setembro e finalizam no dia 23.

Foram oferecidas 100 vagas para as aulas teóricas (palestras dos pesquisadores convidados), sendo 30 vagas destinadas para estudantes da Pós-Graduação em Patologia da (Fiocruz/UFBA) e em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (Fiocruz Bahia), para os quais o curso será oferecido formalmente como disciplina optativa. As outras 70 vagas foram destinadas a estudantes de outros cursos de pós-graduação e pesquisadores interessados.

Clique aqui e confira a lista de selecionados.

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Publicação do BMC Infectious Diseases associa a carga bacteriana no escarro à inflamação sistêmica na tuberculose pulmonar

associations-betweenRealizado a partir da análise de amostras de soro de 73 pacientes, o estudo de coorte coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Bruno Andrade, demonstrou que a carga de Mycobacterium tuberculosis, bactéria causadora da tuberculose, presente no escarro está diretamente associada uma assinatura biológica de inflamação sistêmica, que por sua vez impacta o perfil imunológico e a evolução das lesões pulmonares avaliadas por estudos radiográficos.

Os resultados da pesquisa estão no artigo intitulado Associations between systemic inflammation, mycobacterial loads in sputum and radiological improvement after treatment initiation in pulmonary TB patients from Brazil: a prospective cohort study, publicado pelo BMC Infectious Diseases, no dia 5 de agosto.

No trabalho, os cientistas demonstraram que a carga bacteriana elevada presente em culturas de escarro obtidas durante o pré-tratamento, estava associada com o aumento da inflamação sistêmica e com um risco elevado de diagnóstico positivo para culturas de M. tuberculosis positivas no 60º dia do início do tratamento. Também foi observado que a carga de micobactérias no escarro antes do tratamento e a inflamação sistêmica estão associadas ao status das lesões radiográficas durante o tratamento.

Para chegar a estas conclusões, a equipe de pesquisadores traçou o perfil imunológico, microbiano e da evolução das lesões radiográficas de tuberculose em pacientes com idade entre 18 e 60 anos, antes e 60 dias após o início do tratamento anti-tuberculose. Mediram os níveis de citocinas, proteína C-reativa (PCR) e os valores da taxa de sedimentação de glóbulos vermelhos e compararam as mudanças observadas no perfil imunológico ao longo do tempo com as cargas de micobactérias em culturas de escarro no 60° dia de tratamento.

O estudo identificou biomarcadores que podem ser usados, para além da avaliação clínica dos pacientes com tuberculose, no acompanhamento da evolução de lesões pulmonares após o início do tratamento. De acordo com os pesquisadores, a compreensão dos mecanismos inflamatórios associados aos resultados do tratamento de tuberculose pulmonar pode levar a novas propostas terapêuticas para a diminuição da carga da doença.

A pesquisa é fruto de parceria da Fiocruz Bahia com a Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, a Fundação José Silveira (Salvador), Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC- Salvador), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (Fiocruz/RJ) e a equipe da Rede Brasileira de Pesquisa em Tuberculose.

Clique aqui e leia o artigo na íntegra.

 

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Não há lirismo no suicídio: os números que assustam

Um parafuso cai no chão

Nessa noite escura de hora extra

Mergulhando na vertical, tilintando levemente

Não vou chamar a atenção de ninguém

Como da última vez

Numa noite como essa

Quando alguém mergulhou para o chão.

A poesia de Xu Lizhi, do setor de produção da empresa chinesa Foxconn, que se suicidou em 2014 atirando-se do prédio onde trabalhava, chamou a atenção de publicações como Washington Post, Bloomberg Businessweek e Business Insider, e revelou ao mundo o sofrimento dos jovens e trabalhadores chineses. Mas, não são só eles, o problema mundial do suicídio afeta pessoas de diferentes etnias, idades, gêneros. Humanos.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), no mundo ocorrem, anualmente, 804 mil mortes causadas por suicídio, representando 11,4 mortes por cada 100 mil habitantes. Os principais métodos utilizados são o envenenamento, o enforcamento e o uso de armas de fogo, gerando uma morte a cada 40 segundos.

A baixa renda, a falta de política de prevenção, o não controle de armas de fogo são alguns indicadores que fazem com que 75% dos casos sejam em países em que a renda de maior parte da população é considerada baixa ou média. No ranking mundial, a Índia lidera com 258 mil óbitos por ano, seguida da China (120,7 mil), EUA (43 mil) e Rússia (31 mil).

Nos dados extraídos do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, é possível ver porque o Brasil é o oitavo na lista da OMS. De 2012 a 2014, temos 31.507 casos de suicídio no país. Na tabela abaixo, é possível ver, por faixa etária, os números que mostram que se não há um aumento expressivo, também não há um recuo forte nas taxas.

De qualquer forma, é importante ressaltar que o suicído é uma das causas externas de violência que, atrás dos acidentes de trânsito e homicídios, vêm tirando a vida de muitas pessoas, principalmente os jovens.

 

Dor e Preconceito

Trecho do documentário “Suicídio no Brasil”, produzido pela VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz

Para muitos, o suicidio é considerado “maldito”, “perigoso”, “contagioso”, “doloroso” – a incompreensão, a intolerância, o medo e o preconceito em  falar sobre o assunto dificultam uma abordagem serena sobre o tema e muitas vezes até o atendimento a quem está sofrendo.  Para a coordenadora da Comissão CVV-Comunidade, do Centro de Valorização da Vida – CVV, no Rio de Janeiro, Maria das Graças Araujo, quem liga em busca de ajuda quer ser ouvido – “qualquer pessoa que necessite falar, será ouvida. Não importa o sexo, a idade ou o nível sócio-econômico”, afirma. Há 54 anos, CVV trabalha com prevenção ao suicídio. Os mais de um milhão de pedidos de ajuda que chegam por ano ao Centro são acolhidos por telefone (141), chat, skype, e-mail e até carta no plantão de 24 horas diárias. Dois mil voluntários se revezam em 72 postos espalhados por 18 estados e o Distrito Federal.

O sigilo com que trabalham os voluntários explica a ausência de estatísticas do CVV, que recebe o maior número de ligações durante a madrugada. “Não há câmeras no skype ou bina nos telefones”, garante Maria das Graças, “o sigilo é uma questão de confiança. Não perguntamos nada”, afirma.

O trabalho desenvolvido pela instituição é reconhecido, tanto é que o CVV participou ativamente da elaboração da Política Nacional de Prevenção do Suicídio do Ministério da Saúde.  A Política inclui os Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), que são cerca 2.128 unidades espalhadas pelo território nacional, para realizar assistência especializada e tem capacidade de 43 milhões de atendimentos anuais.

Tentativas muitas

Pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação – Sinan/MS, no período de 2009 a 2014 foram notificados um total de 73.790 casos de lesões autoprovocadas compreendidas como tentativa de suicídio no País, sendo que 2.519 (6,3%) notificados em 2009 e 21.633 (10%) em 2014, o que equivale a uma variação relativa de 59,2%. Os dados publicados pelo Mapa da Violência 2014 fazem um comparativo entre as notificações de violência, como homicídios e acidentes de trânsito, e os casos de suicídio, considerado também como uma violência. Confira na tabela abaixo:

Conforme dados de diversas fontes, para cada suicídio efetivado, entre 40 e 60 tentativas ocorrem em todo o mundo. “De acordo com o último Mapa da Violência no Brasil, de 2014, diariamente, no Brasil, 32 pessoas se matam por dia, uma a cada 45 minutos, e isso é muito grave”, alerta Maria das Graças Araujo. “Segundo a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), 17% dos brasileiros pensaram seriamente em cometer suicídio no decorrer de suas vidas”, destaca a coordenadora do CVV.

Para compreender melhor o que isto representa, veja a relação entre o número de tentativas e a efetivação do suicídio no infográfico abaixo. É importante observar que, em 2011, houve uma mudança na Declaração de Óbito, com maior detalhamento das informações coletadas (veja o documento sobre a Consolidação da Base de Dados de 2011, do SIM/MS, feita pela Coordenação Geral de Informações e Análise Epidemiológica – CGIAE.

Quem tenta suicídio pede ajuda, ao contrário do que diz o mito. O Brasil alcançou o triste posto de país da América Latina com maior número de suicidas. É preciso falar sobre isso”, enfatiza a coordenadora do CVV.  O psiquiatra e professor de Medicina da Universidade de Campinas (Unicamp), Neury Botega, concorda e também defende a necessidade de se desmistificar o tema para evitar novos casos:

Setembro Amarelo

Uma das formas de lutar pela prevenção é o movimento mundial “Setembro amarelo”, campanha da OMS que estimula a prevenção ao suicídio vinculada ao dia 10 do mês, no qual se comemora o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. O objetivo da campanha é colocar na mesa o debate sobre um assunto ainda hoje considerado tabu para os brasileiros.

No Brasil, o CVV apoia a campanha da OMS, que visa dar apoio às iniciativas de ajuda a pessoas que já tentaram alguma vez tirar a própria vida e, “por isso, fazem parte de um grupo maior de risco”. Segundo a OMS, a meta é, até 2020, reduzir em 10% a taxa de suicídio.

Diante desse quadro preocupante, a Fiocruz entra na campanha iluminando, desde 1º de setembro, o Castelo Mourisco com a cor amarela. Para o psiquiatra e psicanalista Carlos Estellita-Lins, pesquisador do Icict e coordenador do Grupo de Pesquisa de Prevenção ao Suicídio – PesqSUI/Licts/Icict, “a Fundação, seguindo outras iniciativas de prevenção e recomendações da OMS, entende que é preciso colocar a prevenção do suicídio na agenda de saúde mental e saúde pública brasileiras, observando cuidados imprenscindíveis com jornalismo responsável, arquitetura segura, transporte cidadão”, afirma.

Com esta matéria, o Icict inicia a sua colaboração para debater o tema com a série “Não há lirismo no suicídio”, que mostrará  que o suicídio acontece em diferentes faixas etárias, que ser indígena no Brasil também pode significar sofrimento que leva à morte e a questão da prevenção.

Acesse também o especial “Suicídio”, da Agência Fiocruz de Notícias, aqui.

Créditos da série “Não há lirismo no suicídio”:
Infográficos e produção fotográfica: Vera Lúcia Fernandes de Pinho (Ascom/Icict/Fiocruz)
Edição de vídeo e fotografias: Graça Portela (Ascom/Icict/Fiocruz)
Apoio: Raíza Tourinho (Ascom/Icict/Fiocruz) e João Paulo Cofir (Secretaria/Biblioteca de Manguinhos/Fiocruz)

Colaboração: Rosany Bochner (Sinitox/Fiocruz)

Foto & arte Castelo Mourisco: Peter Ilicciev (CCS/Fiocruz)

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Curso Biostatistics for Health Research está com as inscrições abertas

curso BIOSTATISCom o objetivo de preparar os alunos para as análises estatísticas que possivelmente irão encontrar no campo da pesquisa em saúde, o curso Biostatistics for Health Research – An introduction to Statistical Analysis está com as inscrições abertas. O público-alvo são doutores e alunos de doutorado e mestrado com projetos envolvendo dados de epidemiologia. Os interessados em participar devem ter fluência em inglês, já que todas as atividades serão realizadas neste idioma, e podem se inscrever até o dia 01 novembro, através de formulário no site do curso.

As aulas acontecem nas dependências da Fiocruz Bahia, de 08 de novembro à 08 de dezembro, às terças e quintas-feiras, das 16:30 às 18:00, e estão organizadas em palestras, com aprendizagem baseada em problemas através de auto-estudo e exemplos de análise de dados simples, usando o pacote de software estatístico STATA.

Na conclusão do curso, espera-se que os alunos sejam capazes de entender os principais conceitos e teorias de métodos de bioestatística aplicados na pesquisa em saúde para traduzir questões de pesquisa e resolver problemas de bioestatística simples usando o STATA, além de interpretar os resultados.

Para mais informações acesse o site do Biostatistics for Health Research.

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Fiocruz Bahia exibe o documentário A Loucura Entre Nós

REDE-DIALOGOSAcontece, no dia 13 de setembro (terça-feira), a exibição do filme A Loucura Entre Nós, às 9h30, no auditório principal da Fiocruz Bahia. O filme, dirigido por Fernanda Fontes Vareille, foi inspirado no livro homônimo do médico psiquiatra Marcelo Veras, que ao final da exibição conversará com o público sobre a temática apresentada. O evento, promovido pela Rede Diálogos, é gratuito e aberto ao público.

Com 76 minutos de duração, o documentário reflete sobre as fronteiras do que é considerado “normal” ao dar voz a pessoas que lutam para resgatar suas conexões sociais após experiências no hospital psiquiátrico.

A Rede Diálogos é um projeto que visa o desenvolvimento integral do servidor, o estímulo do diálogo e a promoção de ações para a melhoria das relações no trabalho e conscientização das pessoas sobre o seu papel na construção de um ambiente de trabalho mais saudável.

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“Nanobiotecnologia e Aplicações Teranósticas em Doenças infecciosas”

Luis Ricardo GoulartLuiz Ricardo Goulart

Possui graduação em Ciências Biológicas pela Faculdade Educacional de Machado e graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras (1984), mestrado em Genética pela Purdue University (1987), doutorado em Genética Molecular pela Purdue University (1990), pós-doutorado em Patologia Molecular Médica pela Virginia Commonwealth University (1999) e pós-doutorado em Microbiologia Médica e Imunologia pela University of California Davis (2010), onde também foi professor visitante (2010-2012). Atualmente é Professor Titular da Universidade Federal de Uberlândia (desde 1992) e Professor Adjunto do Depto. de Microbiologia Médica e Imunologia da Universidade da Califórnia-Davis, EUA (desde 2013). Tem experiência nas áreas de Biologia Molecular e Nanotecnologia, com aplicações para a saúde humana e animal. É coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Teranóstica e Nanobiotecnologia, um núcleo de excelência que engloba 14 Instituições Federais, 29 Laboratórios, 12 instituições estrangeiras e 11 empresas, financiado pelo CNPq, FAPEMIG, CAPES e FINEP. Participa das seguintes redes de pesquisas: Rede Brasileira de Pesquisas sobre o Câncer, Rede Mineira de Biotecnologia Aplicada à Agropecuária, Rede Mineira de Genomas, Rede de Pesquisas sobre a Dengue, Rede de Pesquisa em Doenças Infecciosas Humanas e Animais no Estado de Minas Gerais e Centro de Referência Nacional em Hanseníase e Dermatoses Sanitárias. É bolsista PQ-1B do CNPq, atuou como membro dos Comitês Assessores Multidisciplinar e da Presidência do CNPq e do Comitê Assessor do CT-INFRA da FINEP. Suas linhas de pesquisas compreendem o desenvolvimento de novas moléculas bioativas por meio de tecnologias combinatórias com aplicações diagnósticas e terapêuticas e o desenvolvimento de plataformas nanobiotecnológicas para o aprimoramento de sensores biológicos e sistemas terapêuticos para o controle de doenças humanas, animais e vegetais.

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Estudo publicado na Medical Physics faz análise de métodos para obtenção de qualidade em imagem clínica

17-Optimization-of-oncological--Um estudo realizado pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Milena Soares, publicado na revista Medical Physics, descreve métodos para alcançar uma qualidade consistente da imagem em tomografia oncológica por emissão de pósitrons computadorizada (PET/TC), através do uso de do radiofármaco fluordesoxiglicose (18F-FDG).

O artigo Optimization of oncological 18F-FDG PET/CT imaging based on a multiparameter analysis delineia um método analítico e individualizado para alcançar uma qualidade de imagem sempre homogênea em PET, pois o aumento da quantidade de ruído nas imagens pode influenciar na acurácia diagnóstica. Desta forma, a pesquisa fornece descrições das técnicas para obtenção de resultados qualificados e de forma individualizada.

No estudo, uma menor variabilidade da qualidade das imagens de tomografia oncológica em uma máquina de alta performance foi obtida a partir da análise das relações existentes entre a quantidade de medicamento, características individuais de cada paciente e tempo de aquisição das imagens. A metodologia proposta na pesquisa pode ser usada por centros de PET/TC para padronizar protocolos, uniformizar os resultados, gerindo melhor o paciente, realizando operações de baixo custo e com menor exposição à radiação.

Para a obtenção dos resultados, foram analisados dados oncológicos de varredura das tomografias computadorizadas de 58 indivíduos, obtendo-se 696 imagens, a fim de atingir curvas analíticas que revelassem a qualidade da imagem. Os pesquisadores alcançaram melhores resultados (baixo nível de ruídos) mantendo doses de radiação 18F-FDG as mais baixas possíveis, com variações de acordo à massa corporal dos pacientes.

O estudo é um trabalho de tese de doutorado de Vinícius de Oliveira Menezes, pelo programa da RENORBIO, e contou com a participação de pesquisadores do Hospital São Rafael (Salvador-BA), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Federal de Sergipe (UFS), Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (Maceió-AL), Yale University School of Medicine (EUA), University of Pisa (Itália) e Fundación Centro Diagnóstico Nuclear (Argentina).

Clique aqui para ler o artigo completo, publicado em fevereiro de 2016.

 

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Associação entre distúrbio do metabolismo glicídico e tuberculose pulmonar é tema de pesquisa publicada na Plos One

12-Glucose-Metabolism-Disorder-Is-AssociatedNo artigo Glucose Metabolism Disorder Is Associated with Pulmonary Tuberculosis in Individuals with Respiratory Symptoms from Brazil, publicado no periódico científico Plos One, os especialistas descrevem como constataram que pacientes que possuem distúrbios do metabolismo da glicose, como o pré-diabetes e o diabetes mellitus têm maior fator de risco para contrair tuberculose pulmonar.

Em contextos de alta endemicidade, onde as duas doenças são altamente prevalentes, a associação entre diabetes mellitus e tuberculose pulmonar já havia sido comprovada, contudo, a associação entre esta infecção e o pré-diabetes (desordem metabólica da glicose) permanecia desconhecida. Sem esse conhecimento, a determinação dos grupos de risco da doença era dificultada e até imprecisa.

Liderada pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Bruno Andrade, a equipe de pesquisadores mediu o índice glicêmico de 892 indivíduos que apresentavam sintomas pulmonares compatíveis com tuberculose, em um centro de referência no tratamento da doença. Após analisarem os dados coletados, juntamente com o histórico de cada paciente, foi possível concluir que aqueles com pré-diabetes possuíam maior risco de estarem com tuberculose pulmonar no momento da visita clínica para investigação diagnóstica.

Além de contribuir no âmbito da definição dos grupos de risco, a pesquisa sugere que, ao reduzir o índice glicêmico desses pacientes, existe uma potencial diminuição do risco de se desenvolver uma tuberculose pulmonar. Mostrou-se também que o nível alto de glicose no sangue é um fator de risco significativamente maior que o hábito de fumar, por exemplo.

O estudo foi fruto de parceria entre a Fiocruz Bahia, a Faculdade de Tecnologia e Ciências, Fundação José Silveira, o Instituto Brasileiro para Investigação da Tuberculose, a Universidade Federal da Bahia e a University of Massachusetts Medical School (EUA).

Clique aqui para ler, na íntegra, o artigo publicado em abril de 2016.

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Plos One publica estudo dos efeitos da diabetes na apresentação clínica da tuberculose

10 Diabetes is associated with worseO periódico científico Plos One publicou o artigo intitulado Diabetes Is Associated with Worse Clinical Presentation in Tuberculosis Patients from Brazil: A Retrospective Cohort Study, apresentando um estudo coordenado pelo pesquisador Bruno Andrade, da Fiocruz Bahia. No trabalho, os pesquisadores realizaram uma análise retrospectiva de coorte de 408 pacientes com tuberculose (TB), em um centro de referência da doença no Brasil.

De acordo com o estudo, o aumento da prevalência de diabetes mellitus (DM) em todo o mundo, especialmente nos países em desenvolvimento, bem como a persistência da tuberculose como uma questão de saúde pública nessas mesmas regiões, enfatizam a importância de investigar esta associação. Os especialistas compararam o perfil clínico da doença em pacientes com TB com ou sem DM coincidentes, no período se 2004 a 2010.

Os dados sobre o diagnóstico da TB e DM foram utilizados para definir os grupos de estudo. Esses grupos foram comparados com relação à apresentação da TB no momento do diagnóstico, assim como os resultados clínicos, tais como taxas de cura e mortalidade após o início da terapia anti-tuberculose (ATT). Os autores também criaram um escore de gravidade clínica composto de informações sobre parâmetros clínicos, radiológicos e microbiológicos. Tal escore foi utilizado para testar se a DM estava associada a uma deterioração clínica da TB.

Conclusões – Os resultados do estudo apontaram que, geralmente, pacientes com DM eram mais velhos do que os pacientes com TB não-diabéticos e os indivíduos diabéticos se apresentavam mais frequentemente com tosse, suores noturnos, hemoptise e mal-estar do que aqueles sem DM.

O padrão global de lesões pulmonares avaliadas por radiografia foi semelhante entre os grupos e, em comparação com os não-diabéticos, aqueles com as duas doenças exibiram mais frequentemente escarro positivo para o Mycobacterium tuberculosis. Pacientes com TB e DM permaneceram com escarro positivo até 30 dias após o início da ATT, indicando que tais pacientes podem permanecer transmitindo a infecção por períodos mais longos do que pacientes não diabéticos.

Esses e outros achados do trabalho reforçam a ideia de que o diabetes impacta negativamente a tuberculose pulmonar. O estudo defende a triagem sistemática de DM em centros de referência da tuberculose em áreas endêmicas.

A pesquisa é fruto da colaboração entre Fiocruz Bahia, Faculdades de Tecnologia e Ciências, Fundação José Silveira, Universidade Federal da Bahia e University of Massachusetts Medical School (EUA).

Clique aqui e leia, na íntegra, o artigo publicado em 11 de janeiro de 2016.

 

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Estudo sobre a incidência das doenças gripais em Salvador foi publicado no BMC Infectious Diseases

18 Influenza-like illness in an urban communitA fim de identificar os fatores que contribuem para a sazonalidade das doenças gripais em uma comunidade de Salvador, o pesquisador da Fiocruz Bahia, Guilherme Ribeiro, coordenou um estudo que buscou estimar a incidência e avaliar a relação da ocorrência dessas doenças com fatores climáticos e sazonais. O fruto desta pesquisa, realizado em parceria com pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Universidade de Yale (EUA), foi o artigo intitulado Influenza-like illness in an urban community of Salvador, Brazil: incidence, seasonality and risk factors, publicado pelo jornal científico BMC Infectious Diseases.

Para esta pesquisa, os especialistas estudaram 5.817 casos de doenças febris agudas, em pacientes com idade de 5 anos ou mais, na emergência da unidade de saúde do bairro de Pau da Lima, durante o período de 2009 a 2013. Dentre esses pacientes, os que apresentavam tosse e dor de garganta, além da febre, e tinham resultados negativos em testes de dengue e leptospirose foram considerados casos de doenças gripais e usados para estimar a incidência das doenças gripais na comunidade. Os pesquisadores também avaliaram se fatores climáticos, como pluviometria, temperatura e humidade relativa do ar, ou sazonais – duração dos períodos escolares e estação do ano – influenciaram na incidência de casos.

Os resultados do estudo indicaram que 45,6% dos pacientes com doenças febris agudas apresentavam manifestações compatíveis com às causadas pela gripe, com uma incidência anual média de 60 casos/mil habitantes. Crianças entre 5-9 anos apresentaram maior risco – com incidência anual alcançando 105 casos/mil habitantes em 2009. Além disso, houve uma relação significativa direta entre a incidência de doenças gripais em crianças e o número de dias de aulas por mês. A pesquisa registrou picos sazonais da doença entre agosto e setembro (fim do inverno e início da primavera), mas sem associação com chuvas, umidade relativa do ar ou temperatura.

Diante desses resultados, os especialistas concluíram que as doenças gripais são uma ameaça à saúde pública, não só em países de clima temperado, mas também nos países tropicais. Os picos dessas doenças em crianças 5-9 anos, associados ao período escolar, sugerem que elas desempenham papel relevante na transmissão. De acordo com os pesquisadores, é muito importante compreender a carga, a sazonalidade e os fatores que influenciam na ocorrência da doença para orientar o melhor período para realização de campanhas de vacinação contra a gripe no Brasil.

Clique aqui para ter acesso ao artigo publicado em março de 2016.

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Artigo publicado no Cytokine analisa indutores de inflamação em doença falciforme

16-Sickle-red-cells-as-danger-signalsO periódico científico Cytokine, vinculado a editora Elsevier, publicou o artigo intitulado Sickle red cells as danger signals on proinflammatory gene expression, leukotriene B4 and interleukin-1 beta production in peripheral blood mononuclear cells assinado por pesquisadores da Fiocruz Bahia. No trabalho, o grupo de pesquisa coordenado pela pesquisadora Marilda Gonçalves demonstrou, através de achados originais, importantes vias de sinalização associadas ao estado inflamatório do paciente com anemia falciforme.

A anemia falciforme (AF) é uma doença genética caracterizada pela produção da hemoglobina variante S (HbS) que, em condições de redução de oxigênio, pode polimerizar e modificar a forma bicôncava dos glóbulos vermelhos para o formato em foice, acarretando em disfunção do transporte de oxigênio. Os indivíduos com AF podem estar estáveis, com manifestações subclínicas, ou em crise, mostrando inflamação sistêmica com fenômenos vaso-oclusivos, situação que além de ser extremamente dolorosa, pode torná-los suscetíveis à destruição dos glóbulos vermelhos e infecções.

No estudo, os pesquisadores testaram a hipótese de que as hemácias de pacientes com AF induzem expressão gênica de receptores do tipo Toll (TLR) e Nod (NLR, domínio pyrin contendo o NLRP3) em células mononucleares de sangue periférico (PBMC). Esta condição também pode contribuir para a manutenção do estado inflamatório em pacientes com a doença.

Foram analisados os TLRs (2, 4, 5 e 9), NLRP3, caspase-1, IL-1 beta e IL-18 em PBMC isolados de indivíduos com a AF em comparação ao PBMC de indivíduos saudáveis. Além disso, foi investigado o papel das hemácias desses pacientes como padrões moleculares associados ao dano celular (DAMPs) em relação à expressão gênica dessas moléculas em culturas de PBMC de indivíduos sadios.

Desta forma, o trabalho demonstrou que as hemácias de pacientes com AF não apenas contribuem para o aumento da expressão gênica de moléculas relacionadas a inflamação sistêmica, mas também podem ser responsáveis pela manutenção desses eventos inflamatórios.

A pesquisa foi realizada através de parceria da Fiocruz Bahia com a Universidade Federal da Bahia e a Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia (HEMOBA).

Clique aqui para acessar o artigo publicado em março de 2016.

 

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Associação entre Síndrome Seca e vírus HTLV-1 é tema de estudo publicado no Journal of Immunology Research

14-Association-of-Sicca-Syndrome-HTLVA pesquisa coordenada pelo pesquisador Edgar Carvalho com a participação da pesquisadora Isadora Siqueira, ambos da Fiocruz Bahia, avaliou o papel dos fatores imunológicos e da carga proviral na Síndrome Seca (Sicca Syndrome) associada ao HTLV-1, em pacientes sem mielopatia. O resultado das análises está no artigo Association of Sicca Syndrome with Proviral Load and Proinflammatory Cytokines in HTLV-1 Infection, publicado no Journal of Immunology Research.

Os especialistas realizaram um estudo de coorte transversal, entre 2009 e 2011, em que foram recrutados 272 indivíduos de ambos os sexos, com idade entre 18 e 60 anos, infectados com o vírus HTLV-1. Do total de participantes, 21,7% tinham síndrome seca e, em todos eles, o resultado para anticorpos anti-Sjögren foram negativos. Não houve diferença entre a carga proviral em pacientes com ou sem Síndrome Seca, no entanto, a produção de TNF- e IFN- foi maior no grupo com Síndrome Seca.

Estes dados levaram os especialistas a concluirem que pacientes com Síndrome Seca associada ao HTLV-1 não têm síndrome de Sjögren, entretanto a produção elevada de TNF- e IFN- neste grupo de pacientes pode estar contribuindo para a patogênese da Síndrome Seca associada ao HTLV-1. O estudo foi fruto de parceria entre Fiocruz Bahia, Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Doenças Tropicais (CNPq- MCT).

Clique aqui e acesse o artigo na íntegra, publicado em 19 de janeiro.

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Dissertação avalia potencial de células-tronco no tratamento de lesão raquimedular

AUTORA: MOTA, Roberta Alves.
ORIENTADORA: SOARES, Milena Botelho Pereira.
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: Avaliação do potencial terapêutico de células-tronco mesenquimais superexpessando IGF-1 no tratamento de lesão raquimedular em modelo experimental. 71 f. il.
PROGRAMA: Mestrado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa – Fiocruz Bahia
DATA DE DEFESA: 01/09/2016

 

RESUMO

 

A lesão medular é uma patologia que atinge a qualidade de vida dos pacientes, possui uma alta incidência e ocasiona um alto custo para o governo e a sociedade. Até hoje, os tratamentos convencionais utilizados não são completamente eficazes na restauração da lesão raquimedular. Assim, a busca por novas alternativas terapêuticas é de extrema importância. A terapia celular, incluindo o uso de células-tronco mesenquimais (CTM), emergiu como uma área promissora no tratamento da lesão medular, demonstrando melhora na função neurológica, como mostrado em modelos experimentais. Além do potencial terapêutico das MSC em lesões da medula espinhal, vários fatores de crescimento, incluindo IGF-1, estão presentes nestas células, o que pode melhorar a recuperação da lesão medular. O IGF-1 é um importante regulador biológico no organismo, incluindo o estimulo à diferenciação de vários tipos celulares, assim como apresentar atividade anti apoptótica. O presente estudo teve como objetivo avaliar os efeitos das CTM superexpessando IGF-1 no tratamento lesão medular em modelo experimental murino. Os camundongos foram lesionados e transplantados com CTM-GFP+, CTM-GFP+-IGF-1 ou salina. As avaliações funcionais foram realizadas uma vez por semana durante quatro semanas utilizando a Basso Mouse Scale. As avaliações de imunofluorescência foram realizadas 2 e 5 dias após a lesão para quantificar o número de células GFP+ e avaliar proliferação e apoptose das células transplantadas, assim como nas células endógenas no sítio da lesão. Os resultados obtidos demonstraram que os camundongos transplantados com CTM-IGF-1 apresentaram melhora gradual na função locomotora, com diferença estatisticamente significativamente na segunda, terceira e quarta semanas, quando comparado com o grupo CTM. As análises de imunofluorescência mostraram que não houve diferença na quantificação das células GFP+ entre os grupos. Porém o grupo CTM-IGF-1 apresentou uma tendência no aumento do número de células Ki-67+ e menor número de células caspase-3+, quando comparado com o grupo CTM, 5 dias de transplante. Um significante aumento na proliferação e apoptose das células endógenas no grupo CTM-IGF-1 foi observado em relação aos tempos de 2 e 5 dias, quando comparado ao grupo CTM. Os resultados demonstraram que houve diferença no grupo CTM comparado com os grupos salina e CTM-IGF-1 no tempo de 2 dias após o transplante. Porém, no dia 5 não houve diferença entre os grupos. Com base nestes resultados, a superexpressão de IGF-1 pelas CTM contribuiu para uma melhor recuperação dos camundongos lesionados, e pode levar a opções terapêuticas inovadoras para o tratamento da lesão medular, com foco na terapia utilizando células geneticamente modificadas.

Palavras-chave: Lesão raquimedular; Célula-tronco; IGF-1.

 

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