Vigilância e vacinação são fundamentais para prevenção de febre amarela

Monitoramento contínuo, testagem laboratorial de mosquitos e de primatas não humanos encontrados mortos e aumento da vacinação são ações cruciais para prevenir casos humanos de febre amarela. Esta é a recomendação de pesquisadores da Fiocruz Bahia, após a investigação do surto da doença em animais ocorrido em Salvador, cujos resultados foram publicados no periódico científico Annals of Internal Medicine, nesta terça-feira (7/11), no artigo intitulado Epizootic Outbreak of Yellow Fever Virus and Risk for Human Disease in Salvador, Brazil.

Tendo em vista que a capital baiana tem sido um epicentro do vírus da dengue e mais recentemente da Zika e Chikungunya, todos transmitidos pelo Aedes aegypti, o objetivo do estudo foi investigar o risco de ocorrência de febre amarela em humanos, que também é transmitida pelo mesmo mosquito. A equipe de pesquisadores analisou a distribuição temporal do surto que afetou pequenos primatas (micos) e a distribuição espacial onde os macacos foram encontrados mortos, além de coletar mosquitos nestes locais para investigação do potencial de transmissão desses vetores.

Os achados da pesquisa sugerem que a ocorrência de febre amarela em primatas não humanos que habitam áreas densamente urbanizadas representavam um risco considerável de ressurgimento de doença em seres humanos, devido aos altos índices de infestação dos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. Os autores concluíram que a vigilância e monitoramento das populações de mosquitos e de macacos e o aumento da cobertura da vacinação contra a febre amarela podem ajudar a prevenir casos das doenças em humanos, no Brasil.

A febre amarela

 O vírus da febre amarela circula em países da América do Sul e da África. A transmissão geralmente ocorre em animais selvagens, mas ocasionalmente atinge humanos que entram nas regiões florestais. Recentemente, as preocupações com o ressurgimento da doença em área urbana cresceram devido à disseminação do Aedes aegypti, que tem demonstrado capacidade de transmitir o vírus da febre amarela. Além disso, a cobertura da vacinação contra a doença ainda é insuficiente, pois a vacina vinha sendo administrada prioritariamente para populações que residem em áreas consideradas de alto risco.

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Abertas as inscrições para o Módulo 3 de Formação em Metodologias Ativas de Ensino

Com o tema Educação CTSA e uso de Questões Sociocientíficas no Ensino, o Módulo 3 da Formação em Metodologias Ativas de Ensino está com as inscrições abertas. O curso, que é direcionado aos docentes, servidores e pesquisadores colaboradores da Fiocruz Bahia, tem como objetivo desenvolver competências referentes à utilização de metodologias ativas de ensino em Biociências, Medicina e Saúde. As inscrições estão abertas até o dia 22 de novembro e podem ser realizadas no site do curso.

O módulo 3 terá carga horária de 20 horas e as aulas serão ministradas nas dependências da instituição, no período de 27 de novembro a 14 de dezembro. Na programação, estão previstas uma roda de conversa introdutória e 4 oficinas distribuídas nas duas semanas de aula. Partindo do princípio do protagonismo dos aprendizes, a formação será construída pelos coordenadores, em conjunto com os docentes.

Clique aqui e confira a programação completa.

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Tese faz avaliação do impacto de uma mobilização sócio-educativa para o controle do Aedes aegypti

AUTORA: Kathleen Ribeiro Souza
ORIENTADOR: Luciano Kalabric Silva
TÍTULO DA TESE: “Avaliação do impacto de uma mobilização sócio-educativa para o controle do Aedes aegypti”.
PROGRAMA: Doutorado em em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa – FIOCRUZ
DATA DE DEFESA: 31/10/2017

RESUMO

Os programas de controle vetorial ainda são a principal forma de prevenir à transmissão da dengue e de outras arboviroses no Brasil. Apesar dos esforços empregados no controle vetorial do Aedes aegypti, e a despeito da manutenção de casos notificados para dengue, a introdução e reemergência de outras arboviroses, trazem ao país o desafio de combater com eficiência seu mosquito vetor. Em parte, isto pode ser explicado porque a maioria dos estratos da cidade apresenta índices de infestação predial (IIP) elevados (> 1,0%). Este trabalho tem por objetivo desenvolver ações de mobilização socioeducativas para a comunidade, de modo que ocorram mudanças no comportamento destes que resultem num controle vetorial mais efetivo refletido na queda do índice de infestação de Ae. aegypti. O estudo foi realizado em uma área de intervenção (estrato 302) e uma área controle (estrato 299) localizadas no Subúrbio Ferroviário de Salvador-Ba entre 2014 e 2017. Os ACEs foram capacitados em arboviroses, biologia do vetor e educação em saúde antes do início do projeto. Todos os ACEs e alguns representantes da comunidade das duas áreas participaram de uma pesquisa de saberes e percepções sobre dengue através da entrevista de grupos focais. Em ambos os estratos foram selecionadas casas sentinelas para avaliação das ações de intervenção através da aplicação de um inquérito CAP antes e após o estudo, além de avaliação dos índices de infestação por Ae. aegypti (IIP, IPA e IDO). No estrato 299, ações regulares de controle foram mantidas. No estrato 302, além das ações regulares de controle, os ACEs realizaram visitas domiciliares, onde os moradores receberam um kit educativo e instruções para a vistoria de seu imóvel. Os moradores participantes foram contatados por telefone mensalmente para lembrá-los da inspeção, nesse processo somente cerca de 30% da comunidade foi envolvida e apenas 27% das casas sentinelas foram incluídas na ação de intervenção ao final do estudo. A partir do GF fica evidente incertezas no conhecimento de conceituações sobre dengue entre os moradores; estado de conflito dos ACEs em exercer o papel de educador sem conhecimento necessário para tal; a valorização do seu trabalho para prevenção e controle da dengue pelos agentes de mobilização e ausência de sentimento e responsabilidade com relação à dengue pelos ACSs. Em ambos estratos os rendimentos para o inquérito CAP-pré e pós demonstram ausência de diferenças significantes. As medidas de índices de infestação avaliadas também não apresentaram reduções significativas ao longo do tempo, evidenciando ausência de mudanças comportamentais por parte dos moradores, mesmo com a presença da ação de intervenção e campanhas educativas. Parte deste insucesso pode estar associado ao baixo alcance da ação na comunidade, ao baixos níveis socioeconômicos da região, além da ausência de políticas públicas e infraestrutura local. Outro fator responsável pelos resultados está relacionado ao tipo de metodologia escolhido para o processo educacional, que se caracteriza como uma abordagem tradicional, não-interativa e bancária, sem levar em consideração portanto as perspectivas sociocognitivistas, necessárias à construção de um conhecimento que propicie as mudanças comportamentais favoráveis ao controle do vetor.

Palavras-chave: Aedes aegypti, intervenção educativa, controle vetorial, educação em saúde.

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Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação se reúne na Fiocruz Bahia

A Fiocruz Bahia recebeu, na última quarta-feira (01/11), o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia (Secti), José Vivaldo Souza de Mendonça Filho, que se reuniu com a diretora da instituição, Marilda de Souza Gonçalves. Também participaram da reunião a assessora especial de Gabinete, Fernanda Safatle; o diretor de Políticas e Programas, Leonardo Ramacciotti Miranda, além dos vice-diretores de Pesquisa, Educação e Gestão da Fiocruz Bahia, Camila Oliveira Indiani, Patrícia Tavares Veras e Valdeyer Galvão dos Reis, respectivamente.

As discussões foram norteadas por quatro principais eixos: a valorização de estratégia da saúde pública e da popularização da ciência; a cooperação com o Parque Tecnológico da Bahia, no fortalecimento do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cicads/ Fiocruz Bahia) e do Laboratório Compartilhado de Inovação; a revitalização do Museu de Ciência e Tecnologia da Bahia; e a proposta de interação com as estruturas já existentes no Centro de Pesquisas e Desenvolvimento (Ceped).

O secretário ressaltou a importância da visita institucional diante do reconhecimento que a Secti tem pela Fundação Oswaldo Cruz na Bahia (Fiocruz). “O diálogo com Dra. Marilda foi no sentido de consolidar essa relação institucional e estabelecer um campo de parcerias não só nas pautas institucionais já em curso, como novas estratégias de consolidação do nosso Museu de Ciência e Tecnologia. O Governo do Estado reconhece a Fiocruz como um patrimônio da Bahia e vamos atuar em conjunto para construir grandes resultados”, afirmou Vivaldo Mendonça.

Após a reunião com a diretoria, o grupo conheceu as Plataformas Tecnológicas, a Biblioteca, dentre outras dependências da instituição. “A Secti é um importante parceiro da Fiocruz. Esta visita deve estreitar as possibilidades de trabalharmos com projetos inovadores e desafiadores que tragam benefícios diretos e indiretos para a saúde e para toda a sociedade.  Estou certa de que vamos avançar ainda mais neste sentido”, comentou a diretora da Fiocruz Bahia.

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Violência de gênero é tema de palestra na Fiocruz Bahia

A palestra “Diálogos sobre violência de gênero e a Lei Maria da Penha” será realizada no dia 7 de novembro, às 9 horas, na Fiocruz Bahia. Aberto ao público, o evento faz parte das ações promovidas pelo Programa Fiocruz Saudável. A apresentação será ministrada pela promotora de justiça e coordenadora do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos (CAODH), Márcia Regina Ribeiro Teixeira, e pela analista técnica assistente social, Cynthia Ramos do Amaral Saad, ambas do Ministério Público do Estado da Bahia.

Na ocasião, serão abordadas as múltiplas concepções sobre violência, violência de gênero e violência contra a mulher, problematizando conceitos e terminologias. Também serão destacadas as estratégias de prevenção e as questões relacionadas aos processos interventivos: acesso ao conhecimento (educação pelo e para os Direitos Humanos), ciclo de violência e caminhos para o seu rompimento, violências sobrepostas e notificação compulsória.

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Palestras e visitas de estudantes marcaram a 14ª SNCT na Fiocruz Bahia

Apresentação de palestras e visitação de escolas às dependências da Fiocruz Bahia foram as principais atrações da 14ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) na instituição. Entre os dias 25 e 27 de outubro, diversas atividades foram realizadas e abordaram o tema da SNCT 2017: “A matemática está em tudo!”. A abertura do evento contou com a presença da diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, que apresentou a instituição aos participantes e exibiu o vídeo SOS Ciência; e da vice-diretora de Ensino, Patrícia Veras, que deu as boas-vindas ao público.

“Com certeza, teremos dias bastante produtivos durante o evento. Agradeço aos nossos convidados que em suas apresentações farão essa intercessão entre matemática e saúde, apresentando seus trabalhos realizados nas diversas instituições de saúde e pesquisa”, afirmou Veras.

A diretora do Instituto ressaltou o momento propício da Semana Nacional para falar da restrição orçamentária a qual a ciência brasileira está passando, refletindo a postura atuante da Fundação na mobilização contra os cortes. “De acordo com o Tesourômetro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que mede as perdas no orçamento; desde 2015, quase 13 bilhões de reais já foram cortados no orçamento das universidades públicas e da ciência e tecnologia no Brasil. Esses cortes já estão causando impactos importantes, como a migração de cérebros para outros países”, declarou Gonçalves.

Programação

Em atividade coordenada por Clara Mutti, coordenadora de ensino do IGM, na quarta-feira dia 25/10, 45 estudantes de Ensino Médio dos colégios estaduais Luiz Viana e Carlos Correia de Menezes Santana conheceram as Plataformas Tecnológicas e a Biblioteca e participaram de oficinas com professores de Ciências e Matemática, que abordaram o tema das arboviroses. Além disso, os alunos também se exercitaram na atividade “Consciência corporal e amor ao próximo”, ministrada pela atriz e servidora da Fiocruz Bahia, Carla Cavalcanti.

“Achei as atividades bastante criativas e produtivas, tanto para os alunos quanto para a Fundação, porque é uma forma de integrar mais às pessoas que estão no foco do seu atendimento. Como uma instituição de pesquisa que abrange toda a população, nada melhor para representar esse público do que os alunos da escola pública”, comentou a estudante Aline Santana.

No dia 26, o público formado por estudantes de graduação, pós-graduação e pesquisadores assistiu à mesa redonda intitulada “Estatística aplicada à saúde”, coordenada pelo pesquisador e coordenador do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/ Fiocruz Bahia), Maurício Barreto.

A mesa foi composta por Sheila Alvim (ISC/ELSA), que apresentou métodos estatísticos para estudos clínicos e populacionais; Felipe Torres (Fiocruz Bahia), que explanou sobre teoria de grafos e análise de redes em saúde; e Rafael Veiga (CIDACS/Fiocruz Bahia), que abordou os temas aprendizagem de máquina e inteligência artificial.

No último dia, a mesa redonda “A matemática e o mundo real: dos códigos de erro às epidemias”, coordenada por Patricia Veras, seguida de uma roda de conversa com estudantes de pós-graduação e pesquisadores da instituição sobre a carreira, concluiu a programação do evento. Os convidados para a discussão foram os professores da Universidade Federal da Bahia Suani Rubim de Pinho e Thierry Petit Lobão, do Instituto de Física e Instituto de Matemática, respectivamente.

Confira as imagens da cobertura:

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Tese avalia teste para melhorar diagnóstico da leishmaniose visceral canina.

AUTOR: Lairton Souza Borja
ORIENTADORA: Deborah Bittencourt Mothé Fraga
TÍTULO DA TESE: “Desenvolvimento de teste imunodiagnóstico baseado em antígenos recombinantes para leishmaniose visceral canina.”
PROGRAMA: Doutorado em Patologia Humana- UFBA /FIOCRUZ
DATA DE DEFESA: 10/11/2017

RESUMO

A leishmaniose visceral canina (LVC) é uma importante doença para saúde pública no Brasil. Sendo assim, o Ministério da Saúde (MS) preconiza como medida de controle da leishmaniose visceral no país o diagnóstico rápido e eutanásia dos cães soropositivos nas áreas endêmicas. Com isso, no presente grupo 6 proteínas recombinantes (rLci1, rLci2, rLci4, rLci5, rLci8 e rLci12) foram selecionados por técnicas sorológicas pois estes representavam as melhores performances no diagnóstico da LVC. O presente estudo visa produzir um teste imunodiagnóstico utilizando os antígenos previamente selecionados, em conjunto ou individualmente, que possa melhorar a performance do diagnóstico da LVC preconizado pelo MS no Brasil. Para avaliação das proteínas recombinantes nos ensaios sorológicos, amostras positivas e negativas foram selecionadas de uma soroteca com base no teste parasitológico de cultura de aspirado esplênico e teste molecular de PCR em tempo de real de aspirado esplênico. Inicialmente, para avaliação em plataforma imunocromatográfica, dois protótipos de teste rápido DPP utilizando as proteínas recombinantes, DPP I (rLci1, rLci2, rLci8, rLci12 e rLci5) e o DPP II (rLci1, rLci2, rLci8, rLci12 e rLci4) foram produzidos. Estes testes foram avaliados frente a um painel de 45 amostras positivas e 15 amostras negativas. Conjuntamente, as proteínas recombinantes foram triadas na plataforma ELISA frente a um painel de 135 amostras de soro, sendo destas 73 de cães positivos (sintomáticos e assintomáticos) e 62 de cães negativos (negativos e cães com outras infecções). Em seguida, para validação do teste ELISA rLci5 foram selecionadas 364 amostras advindas de um estudo de corte transversal na região endêmica de Camaçari/BA, sendo 183 positivas (sintomáticos e assintomáticos) e 181 negativas, e 31 amostras de cães infectados com Tripanosoma cruzi.

O DPP 1 obteve 84% de sensibilidade e o DPP 2 obteve 71% de sensibilidade. Ambos protótipos obtiveram 100% de especificidade. O DPP®LVC obteve 82% de sensibilidade e especificidade de 100%. Na triagem dos antígenos no ELISA, a proteína rLci5 foi a única que apresentou performance estatisticamente superior ao teste EIE®LVC, apresentando sensibilidade de 89% para os cães sintomáticos, 71% para os cães assintomáticos e 94% de especificidade. O EIE®LVC detectou 73% dos cães sintomáticos, 54% dos cães assintomáticos e apresentou 88% de especificidade. Com isso, a proteína rLci5 foi selecionada para compor um teste ELISA final e a validação desse teste apresentou 83% de sensibilidade, 94% de especificidade e 90% de acurácia. Testando o EIE®LVC frente ao mesmo painel de soros, este apresentou resultado inferior ao ELISA rLci5, apresentando 67% de sensibilidade, 87% de especificidade e 77% de acurácia. Por fim, foi avaliado o atual protocolo de diagnóstico da LVC do MS que utiliza o DPP®LVC como teste de triagem e o EIE®LVC como teste confirmatório, e comparado com um protocolo modificado, em que ocorreu a substituição do EIE®LVC pelo ELISA rLci5. O atual protocolo apresentou sensibilidade de 59%, especificidade de 98% e acurácia de 80%, enquanto que o protocolo modificado apresentou sensibilidade de 71%, especificidade de 99% e acurácia de 86%. Com isso, concluímos que o ELISA rLci5 é um teste promissor que pode substituir o teste EIE®LVC e aumentar a performance do diagnóstico da LVC no Brasil.

Palavras-chave: Imunodiagnóstico; Proteínas recombinantes; Leishmaniose visceral canina.

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Inscrições para 14ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia no IGM prorrogadas

As inscrições para participar das atividades da 14ª edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) no IGM foram prorrogadas para o dia 23 de outubro (segunda-feira). As atividades serão gratuitas e abertas ao público, contudo, para obter o certificado é necessário preencher os formulários que encontram-se nos hotsites listados abaixo.

A Fiocruz Bahia participará do evento, que esse ano traz o tema “A Matemática está em tudo!”. No período de 25 a 27 de outubro, haverá apresentação de palestras e visitação de escolas às dependências da instituição.

Para outras informações e inscrição nas atividades acesse os hotsites do evento nas datas pretendidas:

25 de outubro
26 de outubro
27 de outubro

Confira a programação:

CARTAZ SNCT V1

Clique na imagem para ampliar.

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Outubro rosa alerta para diagnóstico precoce do câncer de mama

Juliana Xavier (IFF/Fiocruz)

O movimento conhecido como Outubro Rosa nasceu na década de 1990 e tem como objetivo compartilhar informações sobre o câncer de mama, promover a conscientização sobre a doença, proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento e contribuir para a redução da mortalidade. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do câncer de pele não melanoma, e responde por cerca de 25% dos casos novos a cada ano.

O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação de células anormais da mama, que formam um tumor. Ainda segundo o Inca, especificamente no Brasil, o percentual de casos desse tipo de câncer é um pouco mais elevado e chega a 28,1%. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, esse tipo de câncer é o mais frequente nas mulheres das Regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. A seguir, Viviane Ferreira Esteves, gerente da Área de Atenção Clínico-cirúrgica à Mulher do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), esclarece dúvidas sobre a doença.

1. Câncer de mama não acometeu nenhum membro de minha família, por isso eu não corro risco?
Toda mulher tem risco de câncer de mama, mesmo aquelas sem histórico familiar.

2. Quais são os sintomas do câncer de mama?
Os principais sintomas do câncer de mama são nódulos endurecidos, alterações na pele ou retrações, saída de secreção espontânea pelo mamilo, alterações no mamilo e gânglios aumentados na região da axila. No entanto, o ideal é diagnosticar o câncer de mama na ausência de sintomas, pelo exame de mamografia.

3. Como faço o autoexame da mama?
Não é mais recomendada a realização do autoexame como diagnóstico precoce do câncer de mama. A orientação atual é que a mulher faça a observação e a auto palpação das mamas sempre que se sentir confortável para tal (no banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação do cotidiano), sem necessidade de uma técnica específica de autoexame, em um determinado período do mês, como preconizado nos anos 80. E, diante de alguma anormalidade, procure o especialista.

4. Quais são os exames para diagnóstico da doença?
Para diagnóstico precoce do câncer de mama os exames recomendados são a mamografia e o exame clínico das mamas. Além desses, podemos realizar a ultrassonografia e a ressonância magnética das mamas em situações especiais, por exemplo em alguns casos de mamas densas.

5. Quando devo fazer o exame de mamografia? Qual a finalidade desse exame?
O Ministério da Saúde recomenda a realização da mamografia em mulheres de 50 a 69 anos a cada dois anos. A mulher com risco elevado de câncer de mama deve ter seu caso avaliado pelo médico especialista.
A finalidade da mamografia é a detecção precoce do câncer, em fases com maior possibilidade de cura e com menores taxas de cirurgias radicais.

6. A mamografia é um exame doloroso?
A compressão mamária é desconfortável, mas necessária para a correta avaliação do médico radiologista.

7. Mulheres que têm silicone na mama podem fazer o exame da mamografia?
Sim. Inclusive existe uma incidência específica para avaliação destas mulheres com silicone.

8. Qual é o tratamento para a doença?
Existe o tratamento local e o tratamento sistêmico. O tratamento local é realizado com a cirurgia, que pode ser radical, ou seja, mastectomia, ou parcial, com as ressecções segmentares, que consiste na remoção do tumor com margem de segurança. Além da cirurgia da mama, deve ser realizada a investigação dos gânglios da axila. A cirurgia é complementada com a radioterapia em casos selecionados. O tratamento sistêmico pode ser realizado com a quimioterapia, o tratamento hormonal ou, ainda, a imunoterapia.

9. Como deve ser feita a prevenção?
A prevenção primária evita o aparecimento da doença. Nesse caso, uma alimentação saudável, exercício físico, evitar bebidas alcoólicas e tabagismo são estratégias de prevenção. A amamentação também funciona como fator protetor. A prevenção secundária é o diagnóstico precoce da doença em fases com maior possibilidade de cura. Esse tipo de prevenção é garantida com a realização da mamografia e do exame clínico das mamas.

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Vice-diretora de Pesquisa é novo Membro Júnior da Academia de Ciências da Bahia

camilaA Academia de Ciências da Bahia (ACB) realizará uma Sessão Solene de titulação e posse de novos Acadêmicos, admitidos em 2017. O evento acontecerá amanhã (4/10), às 18 horas, no Salão Nobre do Palácio da Reitoria da Universidade Federal da Bahia (UFBA), no bairro do Canela. A vice-diretora de Pesquisa da Fiocruz Bahia, Camila Indiani de Oliveira, será um dos sete empossados como Membro Júnior. Também outros 15 novos Membros Titulares serão empossados.

Na ocasião, dentre os presentes estarão o Presidente da ACB, Jailson Bittencourt de Andrade; o Presidente de Honra da ACB, Roberto Figueira Santos; e o Reitor da UFBA, João Carlos Salles Pires da Silva. A Sessão contará ainda com apresentações do músico Mario Ulloa e do Madrigal da UFBA.

Entidade de direito privado sem fins lucrativos, a ACB tem por finalidade contribuir para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia como fator essencial ao bem estar social do país, fomentando a ligação entre os setores acadêmico, produtivo e governamental do Estado da Bahia. Busca estimular o aperfeiçoamento do ensino das ciências, mediante o uso da metodologia e dos materiais ajustados às peculiaridades dos aprendizes.

Camila Indiani possui graduação em Ciências Biológicas e doutorado em Ciências (Biologia da Relação Patógeno-Hospedeiro) pela Universidade de São Paulo (USP). É professora permanente dos cursos de pós-graduação em Patologia (UFBA-Fiocruz) e em Ciências da Saúde (UFBA) e professora adjunta da Fundação Bahiana Para o Desenvolvimento das Ciências. Tem experiência em Protozoologia Parasitária Humana e Leishmaniose e se dedica a estudar a interação Leishmania-Hospedeiro-Vetor. Em 2011, foi indicada a membro afiliado da Academia Brasileira de Ciências. Atualmente, é vice-diretora de Pesquisa do Instituto Gonçalo Moniz, também conhecido como Fiocruz Bahia.

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Simpósio sobre imunologia da mucosa está com inscrições abertas

Curso mucosa fapesb 1O Satellite Symposium irá reunir especialistas em imunologia da mucosa, no dia 6 de outubro, a partir das 14 horas, na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), na Federação. O evento tem como público-alvo estudantes, professores e pesquisadores. Interessados em participar devem enviar um e-mail para cbrodskyn2009@gmail.com.

Promovido pela Fapesb, com apoio da Fiocruz Bahia, o evento contará com três apresentações, ministradas em inglês, de pesquisadores nacionais e estrangeiros. Alessandra Filardy é professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e, após seu pós-doutorado no National Institutes of Health (NIH/ EUA), tem aprofundado seus estudos em Células apresentadoras da Mucosa. Thomas Brunner é reconhecido pela sua expertise nas respostas imunes da mucosa intestinal e pele e os mecanismos que contribuem para as suas homeostases. Phil Hansbro é reconhecido internacionalmente por sua linha de pesquisa em respostas imunes pulmonares, principalmente no que se refere à asma.

Confira a programação:

14h00
Título: Functional regulation of mucosal macrophages.
Palestrante: Alessandra Filardy – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brazil

15h00
Título: Extra-adrenal glucocorticoid synthesis in the intestinal mucosa and the skin: implications for local immune homeostasis.
Palestrante: Thomaz Brunner, University of Konstanz, Konstanz, Denmark

16h00
Título: Microbiome and inflamassomes on health and disease in asthma.
Palestrante: Phillip Hansbro – University of Newcastle, Newcastle, Australia

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Fiocruz Bahia participa da 14ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia

A Fiocruz Bahia participará da 14ª edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), que esse ano traz o tema “A Matemática está em tudo!”. No período de 25 a 27 de outubro, haverá apresentação de palestras e visitação de escolas às dependências da instituição. As atividades serão gratuitas e abertas ao público, contudo, para obter o certificado é necessário preencher os formulários que encontram-se nos hotsites abaixo, até 23 de outubro.

No primeiro dia, a programação está reservada para visita de 45 estudantes de Ensino Médio e de Ensino Integrado Médio e Técnico em Saúde, indicados pelas escolas de origem, que irão conhecer as dependências do Instituto e participarão de oficinas com professores de Ciências e Matemática. No dia 26, o público poderá assistir à mesa redonda que abordará o tema “Estatística aplicada à saúde”, coordenada pelo pesquisador e coordenador do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/ Fiocruz Bahia), Maurício Barreto. E no dia 27, o tema da mesa redonda será “A matemática e o mundo real: dos códigos de erro às epidemias”, coordenada pela vice-diretora de ensino da Fiocruz Bahia, Patricia Tavares Veras, seguida de uma roda de conversa com estudantes de pós-graduação e pesquisadores da instituição sobre a carreira.

Para outras informações e inscrição nas atividades acesse os hotsites do evento nas datas pretendidas:
25 de outubro
26 de outubro
27 de outubro

Confira a programação:

CARTAZ SNCT V1

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Laboratório abre inscrições para seleção de pós-doutorado

Posdoc 2017 EDITALO Laboratório de Patologia e Biologia Molecular (LPBM) da Fiocruz Bahia divulga dois editais de seleção pública para pós-doutorado, que contemplam as áreas de Biologia Molecular e Celular e de Epidemiologia com ênfase em investigações eco-epidemiológicas relacionadas a arboviroses. Interessados em participar da seleção devem enviar o Currículo Lattes e uma carta de intenção apresentando os motivos pelos quais deseja pleitear a vaga, para o e-mail lauratauro@gmail.com, até 13 de outubro.

Os candidatos selecionados integrarão o grupo de pesquisa sobre a epidemiologia e a dinâmica de transmissão de arboviroses no meio urbano. Este grupo é liderado pelos pesquisadores da Fiocruz Bahia, Guilherme Ribeiro e Mitermayer Reis, com colaboração do pesquisador da Universidade de Emory (EUA) e Professor Visitante Especial do Programa Ciência Sem Fronteiras, Uriel Kitron.

Para a área de Biologia Molecular e Celular o candidato deve ter doutorado na área de saúde, biologia, bioquímica ou veterinária. Já na área de Epidemiologia, espera-se um profissional com doutorado na área de saúde, preferencialmente em epidemiologia, saúde pública, saúde coletiva ou áreas correlatas. Ambos devem manifestar interesse em realizar pesquisa interdisciplinar na interface da epidemiologia, estatística, ecologia e entomologia; e em realizar inquéritos de campo em uma comunidade urbana. Devem comprovar elevado nível acadêmico e ser aptos para comunicação em inglês.

Para informações como atividades a serem desenvolvidas, valor da bolsa e outros detalhes, acesse os editais:

Pós-Doutorado em Biologia Molecular e Celular

Pós-Doutorado Epidemiologia

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Lei da Biodiversidade impacta todas as pesquisas com patrimônio genético brasileiro

Assessora da Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, Manuela da Silva, ministrou palestra sobre o tema no IGM

A assessora da VPPCB da Fiocruz, Manuela da Silva, em visita ao IGM.
A assessora da VPPBC, Manuela da Silva, em visita ao IGM.

A legislação de acesso ao patrimônio genético, sobre a proteção e o acesso ao conhecimento tradicional associado e repartição de benefícios para conservação e uso sustentável da biodiversidade, foi apresentada na Fiocruz Bahia/IGM, pela assessora da Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB) da Fiocruz, Manuela da Silva. Intitulada “A Lei da Biodiversidade (Lei 13.123/15 e Decreto 8.772/16) e seu impacto na pesquisa básica e aplicada”, a palestra foi ministrada em 15 de setembro, no auditório Aluízio Prata, na instituição.

Em vigor desde novembro de 2015, a Lei da Biodiversidade, considerada um marco na área de pesquisa do país, revogou a Medida Provisória 2186/2001, se alinhando com as normas internacionais de diversidade biológica. Em entrevista, Manuela da Silva falou sobre as principais mudanças promovidas pela lei e os desafios e os ganhos para a pesquisa científica decorrentes da nova legislação.

 

IGM – Quais as principais mudanças advindas da regulamentação da Lei de Biodiversidade e acesso ao patrimônio genético?

MS – São muitas mudanças, uma das mais importantes é a substituição da autorização prévia por um cadastro autodeclaratório, também houve a ampliação do escopo da legislação, que agora inclui pesquisas básicas como taxonomia molecular, filogenia, epidemiologia molecular, ecologia molecular, assim como o uso de sequências genéticas depositadas em bancos públicos como GenBank. Outra mudança é na composição do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN), agora constituído por ministérios e a sociedade civil, consequentemente a Fiocruz perdeu o assento no Conselho.

Nós estamos representados pelo setor acadêmico (SBPC, ABA e ABC). As atividades abrangidas são pesquisa e desenvolvimento tecnológico, com a exclusão de bioprospecção, e exploração econômica que é quando haverá a repartição de benefícios. Outra novidade é a definição de que qualquer micro-organismo isolado em território brasileiro é considerado patrimônio genético.

IGM – As instituições já se adequaram às mudanças?

MS – Ainda não. Infelizmente ainda há muita desinformação, principalmente no meio acadêmico com relação à pesquisa básica. São poucas as instituições de pesquisa que estão se organizando para informar seus pesquisadores sobre a nova legislação e que estão se adequando.

IGM – Quais as implicações para as pesquisas desenvolvidas na Fiocruz? Houve a criação de alguma estrutura organizacional especial para acompanhar esse processo?

MS – A implicação é o não cumprimento da lei e consequentemente a possibilidade de multas milionárias para a instituição. Temos o Grupo de Trabalho da Lei da Biodiversidade, coordenado pela VPPCB, com a importante participação da Coordenação de Gestão Tecnológica da Fiocruz (GESTEC) e membros de alguns Núcleos de Inovação Tecnológica (NIT), envolvida com a implementação da nova legislação.lei da biodiversidade2

Também contamos com a participação do sistema GESTEC-NIT, principalmente na capacitação dos NITs para poderem apoiar os pesquisadores no cumprimento da lei. Também temos usado a Câmara Técnica de Pesquisa, para informar os Vice-diretores de pesquisa sobre a questão e a importância do envolvimento deles na sensibilização dos pesquisadores.

IGM – Quais os tipos de pesquisas e atividades que foram mais impactadas nesta regulamentação?

MS – Todos as pesquisas com o patrimônio genético brasileiro, que na lei está definido como “Informação de origem genética de plantas, animais, micro-organismos ou outras espécies da natureza, incluindo substâncias derivadas do metabolismo destes seres vivos”. Portanto, praticamente todas as pesquisas com a biodiversidade brasileira.

IGM – Quais as medidas institucionais adotadas para mitigar os impactos sobre a pesquisa?

MS – As principais medidas foram:

  • Criação de um cadastro institucional contendo todas as atividades previstas no art. 12 §2º da Lei 13.123/15 realizadas desde a entrada em vigor da lei (17/11/2015) até a disponibilização do cadastro pelo MMA, para garantir o acesso à informação e o controle das atividades realizadas durante o vácuo legal e a indisponibilidade do SisGen pelos órgãos fiscalizadores.
  • Encaminhamento de memorando circular para os Diretores, Vice-Diretores de Pesquisa das Unidades e NITs definindo os procedimentos para o preenchimento do cadastro prévio por todos os coordenadores de projetos.
  • Disponibilização de um modelo de TTM/MTA para o caso de remessa de material biológico para o exterior e instrumento jurídico no caso de envio.
  • Estabelecimento do Grupo de Trabalho (GT Lei da Biodiversidade).
  • Futura criação de outro sistema para o cadastro de projetos de bioprospecção e desenvolvimento tecnológico realizados de 30/06/2000 a 17/11/2015 para incluí-los em um único Termo de Compromisso para a regularização quanto à MP 2.186/2001.
  • Sensibilização dos pesquisadores e estudantes da Fiocruz quanto a nova legislação e as exigências
  • Participação na Câmara Setorial da Academia do CGEN, como coordenadora, para propor resoluções e orientações técnicas para fazer alguns ajustes necessários e notas informativas para esclarecimentos necessários.

IGM – Qual sua recomendação para os pesquisadores cujos projetos em andamento foram afetados por esta regulação? O que devem fazer?

MS – Devem se informar sobre a lei e o que deve ser feito para cumpri-la, inclusive utilizando o material informativo disponível no Portal da Fiocruz, e em caso de dúvidas devem procurar o seu NIT que está capacitado para ajudá-los. Nós informaremos quando o SisGen estiver disponível, e quando isso acontecer é importante que os pesquisadores façam logo o cadastro das atividades.

IGM – Como tem visto esta questão no IGM, a partir da visita realizada recentemente?

Pude constatar que a Direção do IGM está mobilizada para a sensibilização dos seus pesquisadores e alunos, e que está se preparando para o momento quando o SisGen estiver disponível. E, muito importante, está dando o apoio para o NIT poder absorver mais esta importante tarefa. Aproveito para agradecer novamente esta oportunidade de informar e sensibilizar os pesquisadores e alunos do IGM, uma unidade que tem muitas pesquisas com a biodiversidade brasileira.

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Carcinogênese espontânea e participação da via Hedgehog na doença hepática é tema de tese

AUTORA: Juliana Ribeiro de Freitas
ORIENTADORA: Patricia Sampaio Tavares Veras
TÍTULO DA TESE: CARCINOGÊNESE ESPONTÂNEA E PARTICIPAÇÃO DA VIA HEDGEHOG NA DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO ALCOÓLICA INDUZIDA POR DIETA EM CAMUNDONGOS.
PROGRAMA: Doutorado em Patologia Humana (UFBA /Fiocruz)
DATA DE DEFESA: 17/10/2017

RESUMO

Introdução: A doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) é uma condição associada à obesidade, que afeta adultos e crianças em todo o mundo. Atualmente, é considerada como manifestação hepática da síndrome metabólica e estima-se que nas duas próximas décadas será a doença hepática mais prevalente no mundo. Na patologia, a DHGNA varia de esteatose pura à esteato-hepatite (EHNA), quando a esteatose é acompanhada de balonização hepatocelular e/ou inflamação lobular e/ou fibrose perisinusoidal. Pacientes com EHNA têm maior risco de desenvolvimento de cirrose. Estudos mostram que um percentual menor de pacientes com esteatose pura podem também evoluir para cirrose. Pacientes com EHNA têm risco maior de desenvolvimento de carcinoma hepatocelular (CHC), mesmo sem cirrose estabelecida. Os mecanismos envolvidos na progressão da DHGNA e carcinogênese não são bem conhecidos. A via de sinalização Hedgehog (Hh) parece estar envolvida na agressão e regeneração hepáticas na DHGNA.

Objetivo: O presente estudo teve como objetivo utilizar um modelo em camundongos de DHGNA induzido por dieta, que reproduz do ponto de vista clínico, laboratorial e histológico a DHGNA humana e verificar a ocorrência de CHC espontâneo e avaliar a participação da via Hh no parênquima hepático e no CHC.

Metodologia: Camundongos C57BL/6 foram alimentados com dieta hipercalórica por 11 meses. Após eutanásia, foi colhido soro para dosagem bioquímica e retirado fígado para exame anatomopatológico, imuno-histoquímica e avaliação de expressão gênica. O grupo controle foi alimentado com ração regular do biotério.

Resultados: Os animais alimentados com dieta hipercalórica desenvolveram obesidade, diabetes, elevação de colesterol e de enzimas hepáticas. Todos os animais obesos apresentaram EHNA, sendo que 40% desses animais desenvolveram CHC, do tipo esteato-hepatítico. A avaliação da via Hh mostrou ativação da via no parênquima dos animais obesos e nos CHC, com intensa produção de osteopontina (OPN). Houve maior ativação da via Hh no parênquima não neoplásico dos animais que desenvolveram CHC do que nos animais obesos sem CHC.

Conclusão: O modelo de indução de DHGNA por dieta em camundongos resultou em EHNA em todos os animais obesos, com desenvolvimento de CHC espontâneo. Foi detectada ativação da via Hh nos fígados dos animais com EHNA e nos CHC. A ativação da via Hh no parênquima hepático dos animais obesos precede o surgimento do CHC, indicando que essa ativação com produção de OPN é um evento precoce nesse modelo de carcinogênese espontânea em DHGNA.

Palavras-chave: esteato-hepatite; carcinoma hepatocelular; Hedgehog, Osteopontina.

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Dissertação descreve a epidemiologia das infecções causadas por Gram-negativos multirresistentes

AUTORA: Helena Ferreira Leal
ORIENTADOR: Joice Neves Reis Pedreira
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: EPIDEMIOLOGIA DAS INFECÇÕES DE CORRENTE SANGUÍNEA CAUSADAS POR BACTÉRIAS GRAM-NEGATIVAS MULTIDROGA RESISTENTES EM UM HOSPITAL GERAL DE SALVADOR-BA.
PROGRAMA: Doutorado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
DATA DE DEFESA: 16/10/2017

RESUMO

Introdução: As infecções de corrente sanguínea (ICS) são uma das mais prevalentes no ambiente hospitalar e estão associadas a elevadas taxas de morbimortalidade. O isolamento de bactérias Gram-negativas multirresistentes (MDR) nesse tipo de infecção é considerado uma tendência nos últimos anos, implicando na redução do arsenal terapêutico e aumentando o impacto clínico dessas enfermidades. Dentre as preocupações relacionadas à resistência, destacam-se a produção de enzimas β-lactamases de espectro ampliado (ESβL) e carbapenemases.

Objetivos: Descrever a epidemiologia das infecções de corrente sanguínea causadas por Gram-negativos multirresistentes, procurando elucidar fatores de risco para multirresistência e mortalidade; verificar a presença de genes de resistência e principais clones circulantes; bem como avaliar a performance de testes microbiológicos que detectam a presença de β-lactamases.

Metodologia: Foi realizado um estudo prospectivo, no qual dados clínico-epidemiológicos foram coletados através da revisão de prontuários. Os micro-organismos foram identificados por MALDI TOF-MS e o perfil de susceptibilidade foi determinado pelo sistema automatizado VITEK-2® e método de Kirby-Bauer; a pesquisa de genes de resistência foi realizada através de PCR e a genotipificação foi realizada por PFGE e MLST. Os testes fenotípicos avaliados consistiram no Teste de Hodge Modificado (MTH), Método de Inativação de Carbapenemases, Teste indireto de carbapenemase, Blue-CARBA, RAPIDEC ® CARBA-NP e o teste recomendado pela Nota Técnica 01/2013 da ANVISA.

Resultados: Dos 143 pacientes incluídos no estudo, 28,7 % (n=41) foram acometidos por ICS causadas por patógenos MDR. Foram identificados como fatores de risco para infecções MDR o uso prévio de antimicrobianos, doença hepática, sexo masculino, idade ≥60 e bacteremia por K. pneumoniae. Óbito foi independentemente associado à idade ≥60, escore de Pitt ≥4 e infecção MDR. Dentre os determinantes de resistência pesquisados SHV, TEM, OXA-1-like e CTX-M-1 foram variantes enzimáticas predominantes, enquanto CTX-M-9, CTX-M-2, KPC, VIM, GES, OXA-48-like, NDM e OXA-23-like caracterizaram-se como enzimas emergentes. K. pneumoniae foi a espécie microbiana mais resistente e com maior prevalência de genes de resistência 37/50 (74,0%); a caracterização molecular de isolados desta espécie revelou uma estrutura populacional policlonal, entretanto todos os isolados de K. pneumoniae detentores do gene blaKPC foram identificados como pertencentes ao grupo clonal CG258. A avaliação dos testes fenotípicos evidenciou uma elevada concordância entre o VITEK-2 e o teste manual de disco aproximação para detecção de ESβL (95,9 %), indicando este último como uma boa alternativa para laboratórios com limitações financeiras. Quanto à detecção de carbapenemases, o MTH foi o teste de maior acurácia. No que tange à detecção da enzima KPC todos os testes mostraram-se boas alternativas, uma vez que nenhum falso-negativo foi detectado.

Conclusões: No presente estudo a epidemiologia das ICS causadas por MDRGN foi descrita pela primeira vez na cidade de Salvador, fornecendo importantes informações acerca de fatores de risco, preditores de mortalidade, genes de resistência e clones circulantes. Adicionalmente, a avaliação dos testes fenotípicos aqui empreendida fornece valiosas informações para microbiologistas que realizam a detecção de ESβL e carbapenemases na prática clínica.
Palavras-chave: Bacteremia. Resistência microbiana a medicamentos. Bactérias Gram-negativas.

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Ministério da Saúde lança primeiro boletim sobre suicídio no Brasil

Agência Saúde / Ministério da Saúde

AF-cvv_setembro-amarelo_faixaEm alusão ao setembro amarelo, mês de conscientização sobre a importância da prevenção do suicídio, o Ministério da Saúde divulgou, nesta quinta-feira (21/9), o primeiro Boletim Epidemiológico de Tentativas e Óbitos por Suicídio no Brasil. Um dos alertas é a alta taxa de suicídio entre idosos com mais de 70 anos. Nessa faixa etária, foram registradas média de 8,9 mortes por 100 mil nos últimos seis anos. A média nacional é 5,5 por 100 mil. Também chamam atenção o alto índice entre jovens, principalmente homens, e indígenas. O diagnóstico inédito vai orientar a expansão e qualificação da assistência em saúde mental no país.

O Ministério da Saúde, com base nos dados do boletim, lança uma agenda estratégica para atingir meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de redução de 10% dos óbitos por suicídio até 2020. Entre as ações, destacam-se a capacitação de profissionais, orientação para a população e jornalistas, a expansão da rede de assistência em saúde mental nas áreas de maior risco e o monitoramento anual dos casos no país e a criação de um Plano Nacional de Prevenção do Suicídio. Desde 2011, a notificação de tentativas e óbitos é obrigatória no país em até 24h.

“Temos o compromisso de reforçar agora toda nossa rede de atenção psicossocial junto aos gestores locais, visando fortalecer e ampliar a assistência a todos os indivíduos que necessitam de atenção e cuidado neste momento”, afirmou o Secretário de Vigilância em Saúde, Adeilson Cavalcante.

O diagnóstico registrou entre 2011 e 2016, 62.804 mortes por suicídio, a maioria (62%) por enforcamento. Os homens concretizaram o ato mais do que as mulheres, correspondendo a 79% do total de óbitos registrados. Os solteiros, viúvos e divorciados, foram os que mais morreram por suicídio (60,4%). Na comparação entre raça/cor, a maior incidência é na população indígena. A taxa de mortalidade entre os índios é quase três vezes maior (15,2) do que o registrado entre os brancos (5,9) e negros (4,7). “A reúne esforços entre as áreas de vigilância e assistência em saúde com programas de prevenção e cuidado da saúde mental para diminuir a mortalidade por suicídio”, ressaltou Quirino Cordeiro Junior, coordenador geral de Saúde Mental, álcool e outras drogas do Ministério da Saúde.

Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio é maior entre os homens, cuja taxa é de 9 mortes por 100 mil habitantes. Entre as mulheres, o índice é quase quatro vezes menor (2,4 por 100 mil). Na população indígena, a faixa etária de 10 a 19 anos concentra 44,8% dos óbitos. “A notificação de casos é muito importante para que consigamos visualizar onde se encontram as regiões com maiores indicadores e reunir esforços para diminuir as taxas de suicídio. Já trabalhamos com ações de prevenção nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) que, em breve, devem chegar nas áreas de maior incidência”, enfatizou Maria de Fátima Marinho, Diretora do Departamento de Doenças e Agravos Não-Transmissíveis do Ministério da Saúde.

O documento apresenta ainda que, entre os anos de 2011 e 2016, ocorreram 48.204 tentativas de suicídio. Ao contrário da mortalidade, foram as mulheres que atentaram mais contra própria vida, 69% do total registrado. Entre elas, 1/3 fez isso mais de uma vez. Por raça/cor, a população branca (53,2%) registrou maior taxa. Do total de tentativas no sexo masculino, 31,1% tinham entre 20 e 29 anos. Além disso, 58% dos homens e mulheres que tentaram suicídio utilizaram substâncias que provocaram envenenamento ou intoxicação.

Entre os fatores de risco para o suicídio estão transtornos mentais, como depressão, alcoolismo, esquizofrenia; questões sociodemográficas, como isolamento social; psicológicos, como perdas recentes; e condições clínicas incapacitantes, como lesões desfigurantes, dor crônica, neoplasias malignas. No entanto, tais aspectos não podem ser considerados de forma isolada e cada caso deve ser tratado no Sistema Único de Saúde conforme um projeto terapêutico individual.

Assistência é fator de proteção 

Os serviços de assistência psicossocial tem papel fundamental na prevenção do suicídio. O Boletim apontou que nos locais onde existem Centros de Apoio Psicossocial (Caps), uma iniciativa do SUS, o risco de suicídio reduz em até 14%. Existem no país, 2.463 Caps e, no último ano, foram habilitadas 146 unidades, com custeio anual de R$ 69,5 milhões do Ministério da Saúde. Por isso, a agenda estratégia prevê a expansão dessas unidades nas regiões de maior risco.

Outro ponto para ampliar o atendimento é a parceria com o Centro de Valorização da Vida (CVV). O Ministério da Saúde tornou gratuito a ligação para a instituição que faz o apoio emocional por para prevenção de suicídios. A partir do dia 30 de setembro, além do Rio do Grande do Sul, o 188 ficará disponível sem custo de ligação para mais oito estados: MS, SC, PI, RR, AC, AP, RO e RJ. A expansão beneficiará 21% da população brasileira. Para se ter ideia do impacto da medida, no Rio Grande do Sul, onde já funciona desde setembro, número de atendimento aumento em treze vezes: de 4.500 ligações em setembro de 2015 para 58.800 em agosto deste ano. Além disso, a entidade também presta assistência pessoalmente, via e-mail ou chat. A representante do CVV, Leila Herédia, ressalta a importância da gratuidade das ligações para o aumento dos atendimentos. “O custo das ligações era um fator impeditivo na hora das pessoas procurarem ajuda. No momento de angústia, as pessoas querem ser ouvidas, querem conversar. A medida vai facilitar o acesso da população aos serviços do CVV”, afirmou.

Também está previsto materiais de orientação para ampliar a comunicação social e qualificar a informação aos jornalistas, profissionais de saúde e a população. Por isso, o Ministério lançou um folheto informativo para os jornalistas, com sugestões sobre como abordar o tema. Para a população, foi feito um folder com foco na identificação de sinais de alerta, como o que fazer e o que não fazer diante de uma pessoa com risco de suicídio. Já para profissionais de saúde, foi feito documento sobre a importância da notificação compulsória da tentativa de suicídio em até 24h e que traz informações técnicas sobre acolhimento na rede do SUS. Todos os documentos estão disponíveis para download no Portal da Saúde (www.saude.gov.br).

Já para a Educação Permanente dos profissionais de saúde na prevenção do suicídio, o Ministério da Saúde oferta, em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), um curso à distância sobre Crise e Urgência em Saúde Mental. Desde 2014, já foram capacitados 1.994 profissionais. A próxima turma, prevista para 2018, capacitará outros 1.500 profissionais da RAPS, com capítulo sobre suicídio. Outra capacitação prevista é a Oficina Nacional de Qualificação das Ações de prevenção suicídio entre povos indígenas, que será realizada em novembro. Também para os índios, ainda nesta ano, haverá a implantação das linhas de cuidados de prevenção do suicídio com capacitações em 16 DSEI prioritários e formação de jovens indígenas multiplicadores em estratégias de valorização da vida nas regiões com maior incidência de suicídio.

Confira a apresentação do boletim e outras informações no Portal da Saúde.

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Cursos de pós-graduação da Fiocruz Bahia têm excelência em avaliação da Capes

capes 6Os programas de pós-graduação em Patologia Humana (PgPAT – Fiocruz/UFBA) e em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI) da Fiocruz Bahia receberam conceito 6, na última avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal do Ensino Superior (Capes), do Ministério da Educação (MEC). O resultado da avaliação quadrienal, cuja nota máxima é 7, foi divulgado nesta quarta-feira (20/9).

Este resultado é importante para a instituição, pois consolida a qualidade dos cursos. O PgBSMI passou do conceito 4 para 6 e o PgPAT manteve seu nível de excelência com conceito 6. A atribuição das notas 6 e 7 é reservada aos programas que têm desempenho reconhecidamente elevado e que podem ser comparados a programas de boa qualidade no exterior. São considerados: a formação expressiva de mestres e, sobretudo, de doutores, com elevada qualificação; produção científica de elevada qualidade aferida pela publicação de artigos por docentes permanentes e discentes em periódicos dos estratos superiores do Qualis (A1 e A2); inserção nacional e, especialmente, internacional; e consolidação e liderança nacional.

A vice-diretora de Ensino da Fiocruz Bahia, Patrícia Tavares Veras, afirmou que o resultado salienta a qualidade das publicações e do desempenho dos professores e alunos. Veras também ressaltou a importância do trabalho da Secretaria Acadêmica, que dá suporte diário aos docentes e discentes; do professor do PgBSMI Edson Duarte e da coordenadora geral das pós-graduações da Fiocruz, Cristina Guilam, que através de relatório fundamentaram a mudança da área de concentração do curso, antes de Biotecnologia, para Medicina 2; e do trabalho do novo coordenador do curso, o pesquisador Guilherme Ribeiro.

“O PgPat já é um curso consolidado, sendo o programa de Patologia melhor avaliado do Nordeste. O avanço para o conceito 6 pelo PgBSMI é muito significativo para a instituição, além de possibilitar aumento de financiamento e autonomia na administração dos recursos. Adicionalmente, acredito que poderemos ampliar o apoio à mobilidade estudantil e o processo de internacionalização fundamental para que os cursos passem para o nível 7”, afirmou a vice-diretora.

Empenho Coletivo

O coordenador do PgBSMI destacou a importância do resultado obtido e citou alguns avanços no curso que permitiram a ascensão do conceito do curso. “A nota 6 é um reconhecimento pela elevada qualidade do nosso programa em diversos aspectos. Temos um corpo docente de excelência, comprometido socialmente e engajados em produzir avanços científicos e tecnológicos que possam se traduzir em melhorias para a saúde e qualidade de vida das populações. Nossos alunos têm publicado conjuntamente com os docentes do programa de forma regular e essa produção tem alta qualidade”, explicou.

Ribeiro recordou que, em levantamento realizado no início do ano, durante o preparo do relatório para a Capes, identificou-se que 40% dos artigos com participação de alunos e professores do programa no último quadriênio tinham sido publicados em revistas de alto impacto, com Qualis A1 ou A2. “Além disso, o curso vem apresentando um expressivo crescimento no número de pós-graduados titulados. Mais da metade dos mestres e doutores que formamos defenderam suas dissertações e teses nos últimos quatro anos”.

E aproveitou para parabenizar todos que têm trabalhado pelo sucesso do programa. “Esse resultado é fruto do trabalho de muitos que tem contribuído para o crescimento curso desde sua abertura em 2006: coordenadores do programa, membros do colegiado, docentes, discentes, secretaria acadêmica e diretores do centro, todos tem um papel importante nessa conquista”, comemorou.

A pesquisadora da Fiocruz Bahia e coordenadora do PgPAT, Claudia Brodskyn, recebeu com “orgulho e satisfação” o resultado da Capes. “Continuamos sendo um curso de excelência e aproveitarmos o momento para agradecer todos os nossos professores, alunos, secretárias, diretoria e vice-diretoria de ensino do Instituto Gonçalo Moniz, bem como a Pró-Reitoria de Ensino da UFBA que sempre tem nos apoiado em todas as nossas ações”, declarou.

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Pesquisa identifica nova abordagem de exame diagnóstico para hanseníase

20 09 hanseniase filipeCom o objetivo de apresentar uma ferramenta adicional para o diagnóstico da hanseníase, pesquisadores realizaram um estudo para avaliar as respostas de anticorpos contra a proteína Mce1A em pacientes com a doença. Os resultados da pesquisa foram publicados, em 5 de setembro, na revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz. O Memórias é um periódico científico da Fiocruz, que esse ano obteve liderança do fator de impacto na América Latina.

Intitulado “ELISA-based assay of immunoglobulin G antibodies against mammalian cell entry 1A (Mce1A) protein: a novel diagnostic approach for leprosy”, o artigo é de autoria do mestrando Filipe Rocha e coordenado pelo pesquisador Sérgio Arruda, ambos da Fiocruz Bahia, além de profissionais vinculados a outras instituições de saúde e pesquisa nacionais e internacionais.

O diagnóstico de hanseníase é complexo e novas ferramentas e metodologias são necessárias para detectar casos em estágios iniciais e prevenir a transmissão. O genoma de Mycobacterium leprae contém o gene mce1A, que codifica uma proteína de entrada de células de mamífero. Os pesquisadores se basearam na hipótese de que a presença de Mce1A na superfície celular poderia ser detectada pelo sistema imunológico do hospedeiro e induzir a produção de biomarcadores sorológicos de infecção e doença por M. leprae.

Para realização da pesquisa, foi realizado um estudo transversal envolvendo 89 voluntários (55 casos de hanseníase, 12 contatos familiares e 22 controles endêmicos), no Hospital Couto Maia, em Salvador. Além das respostas de anticorpos contra a Mce1A, foram avaliados contatos domiciliares dos pacientes e da população em geral.

Os achados apontaram que esta nova abordagem de diagnóstico apresenta um método fácil, não invasivo e barato para o rastreio da hanseníase, que pode ser aplicável em áreas endêmicas.

Clique aqui e leia o artigo na íntegra.

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Dengue grave aumenta em cinco vezes as chances de bebê natimorto, diz estudo

19 09 lancet infectious diseaseA Zika não é mais a única infecção por arbovirose a ser considerada letal para um bebê em desenvolvimento. Um estudo científico detectou que a dengue também pode representar um risco à vida do feto. Ter dengue durante a gestação quase dobra a probabilidade de um bebê nascer morto ou morrer durante o parto, enquanto a dengue severa aumentaria em cinco vezes as chances de um natimorto – nome dado à morte do feto acima de 500g dentro do útero ou durante o parto.

O achado, publicado na edição de setembro do periódico The Lancet, foi obtido a partir da análise dos registros de sistemas de informações brasileiros.  Para chegar a tais resultados, os pesquisadores cruzaram os dados de mais de 162 mil natimortos e 1,5 milhão de nascidos vivos, sendo que, desses, 275 natimortos e 1.507 nascidos vivos tinham sido expostos a dengue. Este é o primeiro estudo realizado em larga escala a demonstrar a associação. Apenas um estudo anterior, com uma pequena amostra de um hospital, indicou a relação entre a infecção e natimorto.

O artigo, intitulado “Symtomatic dengue infection during pregnancy and the risk os stillbirth in Brazil, 2016-12: matched case-control study”, contou com a autoria dos pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde (Cidacs/IGM/Fiocruz) Enny Paixão, Mauricio Barreto, Maria Glória Teixeira e Laura Rodrigues, em parceria com pesquisadores do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA), Universidade de São Paulo (USP) e da London School of Hygiene & Tropical Medicine, no Reino Unido.

Dados

O estudo foi realizado com dados obtidos entre dezembro de 2012 e janeiro de 2016 do Sinasc (Sistema de informação de Nascimentos), SIM (Sistema de Informação de Mortalidade) e Sinan (Sistema Nacional de Agravos de Notificação).

A análise indicou que o risco de natimortos entre todos os nascimentos registrados no período foi de 11 por 100 nascidos vivos. Já quando considerado apenas a amostra das mães infectadas por dengue, a taxa de incidência foi de 15 por 1.000. Quando considerada a gravidade da doença, a dengue severa aumenta o risco de natimorto em cinco vezes, cerca de três vezes mais que a dengue comum.

Os mecanismos pelos quais a dengue causaria o nascimento de natimortos é desconhecido, mas os pesquisadores apontam três hipóteses para explicar o fenômeno: os sintomas de dengue afetariam diretamente o feto; a dengue causaria mudanças na placenta; ou o próprio vírus teria um efeito direto no bebê em formação.

Apesar de desde os anos 1980 o Brasil passar por sistemáticas epidemias de dengue, a doença era considerada letal apenas quando atingia sua forma hemorrágica, que agravava o quadro do infectado podendo levar a morte. No entanto, com a epidemia de anomalias congênitas associadas à Zika ocorrida em 2015, a investigação científica se voltou para os efeitos das infecções virais durante a gestação.

Em 2015, cerca de 2.6 milhões de bebês foram considerados natimortos no mundo. A estimativa é que infecções virais, no geral, representam cerca de 14% de todos os óbitos fetais. Algumas infecções possuem forte evidência científica de associação com natimortos:  Sífilis, Toxoplasmose, Citomegalovírus e Parvovírus B19.

***

Confira abaixo a entrevista com a autora principal do estudo, a pesquisadora do Cidacs Enny Paixão, doutoranda da London School of Hygiene & Tropical Medicine, em Londres.

Esse estudo é pontual ou é parte de algum outro em andamento? Qual é a importância desse achado?

Este estudo compõe a minha tese de doutorado que tem por objetivo verificar se existe associação entre dengue e desfechos negativos da gravidez. Este achado é importante tanto para a formação de políticas públicas quanto para protocolos de assistência em unidade de saúde, que podem recomendar que em áreas endêmicas para dengue, mulheres grávidas sejam consideradas população de risco, por isso requerem monitoramento de perto. É importante notar que os efeitos do dengue ocorreram principalmente no momento agudo da doença, ressaltando a importância da assistência adequada para evitar o óbito fetal.

As epidemias de dengue estão ocorrendo de forma cíclica no Brasil desde a década de 1980, mas só agora, com a Zika, que a comunidade científica se atentou para os efeitos da infecção em gestantes. Por quê?

Na verdade, este estudo foi iniciado antes da relação entre o zika e a microcefalia ser detectada. Mas o advento do zika acelerou as pesquisas e alertou a comunidade cientifica sobre a importância dos possíveis efeitos de infecções virais durante a gestação. O papel das infecções virais como precursor de efeitos adversos na gestação ainda é pouco conhecido e pesquisas nesta área precisam ser conduzidas e aceleradas.

É possível que haja outros efeitos da infecção por dengue que ainda não foram pesquisados? Qual é o panorama atual do conhecimento científico sobre os flavivírus?

É possível, e também é possível que com a circulação de 3 arboviroses juntas no mesmo ambiente gere alguma modificação no padrão epidemiológico. Não sabemos nada sobre os efeitos da co-circulação das 3 arboviroses. Ainda existem lacunas na literatura sobre o zika. E os efeitos do dengue na gestação ainda precisam ser melhor compreendidos. Além da discussão sobre vacinação.

O que deve ser pesquisado daqui para frente?

Existe um amplo campo de pesquisa na área de arboviroses como um todo. Mas especificamente com relação a dengue e efeitos adversos da gestação, é importante identificar os mecanismos patológicos que envolvem essa associação, além de repetir esses estudos em outros lugares para verificar se os resultados são similares, verificar os efeitos de dengue na mortalidade materna.

Vocês utilizaram apenas registros dos Sistema de Informação em Saúde para encontrar essa relação. Como o uso de grandes volumes de dados pode ajudar na pesquisa em saúde? Você acredita que os estudos epidemiológicos, em um futuro próximo, ganharão mais precisão e credibilidade com a utilização desses registros administrativos?

O uso de dados administrativos é uma grande ferramenta, principalmente em estudos que envolvem desfechos raros e de longa duração, que estava sendo subutilizada no Brasil. Linkage (cruzamento entre diversas bases de dados) na área de saúde materna infantil tem sido amplamente utilizado em países desenvolvidos para entender a associação entre exposições ocorridas previamente e durante a gravidez e os efeitos no feto, nascimentos e até mesmo durante a infância. Como esses dados já são produzidos rotineiramente, esse tipo de pesquisa se torna mais barato, rápido, com menos perda de follow-up (acompanhamento dos pesquisados) por isso mais conveniente do que as coortes tradicionais. Claro que existem grandes desafios que precisam ser superados para que possamos produzir conhecimento com esses dados, principalmente relacionados a acurácia do linkage, mas estamos avançando e este estudo demostra que os dados de rotina produzidos pelo Brasil podem ser utilizados para alavancar diversas áreas de pesquisa e responder inúmeras perguntas de investigação.

Confira o artigo na íntegra clicando aqui.

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Participação de pacientes é destaque do XIII Simpósio Internacional sobre HTLV-1 no Brasil

Foto: Gerson Rosario/ Nucom EBMSP
Ao centro da mesa, a diretora da Fiocruz Bahia Marilda Gonçalves. Foto: Gerson Rosario/EBMSP

Pesquisadores, médicos, profissionais e estudantes da área de saúde se reuniram para discutir sobre pesquisa de ponta em HTLV, entre os dias 11 a 13 de setembro, no Centro de Convenções da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), em Salvador. Coordenado pelos pesquisadores da Fiocruz Bahia Bernardo Galvão e Maria Fernanda Grassi, o evento teve como objetivo difundir os avanços gerados pelos diferentes grupos de pesquisa, aprofundar a discussão sobre epidemiologia, patogênese e tratamento da infecção e fortalecer redes de colaboração entre os pesquisadores das diversas instituições.

De acordo com Grassi, mais da metade das cidades do estado da Bahia tem indivíduos infectados com HTLV e a estrutura do SUS ainda é muito precária para atender a esses pacientes, por isso a 13ª edição do evento visou também dar apoio à rede de profissionais das secretarias estadual e municipal de saúde. “Este ano, trouxemos diversos profissionais do SUS e fizemos palestras mais voltadas para a intervenção clínica, para que esses profissionais também entendam melhor a complexidade do paciente com HTLV”, explicou a pesquisadora.

Participaram do evento profissionais e pesquisadores vinculados a instituições de pesquisa e ensino, como Marilda Gonçalves, diretora da Fiocruz Bahia; Maria Luísa Soliani, diretora da EBMSP; Achileia Bittencourt, da Universidade Federal da Bahia (UFBA); Marzia Puccioni, do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF/ UFRJ); e Fernando Proietti, pesquisador da Fiocruz Pernambuco.

Foto: Gerson Rosario/ Nucom EBMSP
Participaram profissionais da saúde, estudantes e pacientes. Foto: Gerson Rosario/ EBMSP

“A realização desse evento demonstra o envolvimento da Fiocruz com um problema grave de saúde pública que é o vírus HTLV. Como uma importante instituição de pesquisa, não podemos medir esforços, ainda que com recursos escassos devido ao cenário nacional de restrição orçamentária, para buscarmos responder às questões pertinentes à doença e apoiar as ações relacionadas a pesquisa e assistência”, afirmou Marilda Gonçalves.

O pesquisador do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/ Fiocruz) Abelardo Araújo, conferencista da palestra “Perspectivas do Tratamento do Paciente com HTLV”, ressaltou a importância do simpósio em Salvador, cidade com a maior prevalência de HTLV do país. “Esses eventos são importantes para levantar a bola de um problema grave, muito negligenciado, que afeta uma população de uma faixa economicamente ativa, que pode muitas vezes ficar incapacitada. O Brasil é o país com o maior número absoluto de infectados e ainda não há um número de centros suficientes para acompanhar esses pacientes”, salientou Araújo.

A pesquisadora da Fiocruz Bahia Fernanda Grassi. Foto: Gerson Rosario/ EBMSP
A pesquisadora da Fiocruz Bahia Fernanda Grassi. Foto: Gerson Rosario/ EBMSP

Os pacientes também participaram ativamente da programação, expondo suas demandas. A presidente da associação HTLVIDA de apoio aos portadores do vírus HTLV-1 e 2 do estado da Bahia, Adjeane Oliveira, disse ter esperança ao ver pesquisadores e profissionais de várias partes do Brasil e do mundo mobilizados para dar qualidade de vida aos portadores do vírus.

“Essa doença não tem cura, os pacientes não têm assistência e nem políticas públicas de apoio, diferente dos portadores do HIV. A gente precisa se unir para que seja dada mais atenção ao HTLV, para que deixe de ser uma doença tão negligenciada e as pessoas saibam sobre ela. Muita gente com os sintomas está perambulando de médico em médico e não tem diagnóstico final por desconhecimento”, comentou Oliveira.

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