Defesa analisa mutações genéticas para pessoas com citopenia clonal, síndrome mielodisplásica e neoplasia mielóides

AUTORA: Luciene da Cruz Oliveira
ORIENTADORA: Dalila Lucíola Zanette
COORIENTADOR: Marco Aurélio Salvino Araújo
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “PERFIL DE MUTAÇÕES EM PACIENTES COM CITOPENIA CLONAL DE SIGNIFICADO INDETERMINADO, SÍNDROME MIELODISPLÁSICA E NEOPLASIAS MIELÓIDES RELACIONADAS”.
PROGRAMA: Pós-Graduação em Patologia Humana – UFBA/FIOCRUZ
DATA DE DEFESA: 04/06/2018

Resumo

INTRODUÇÃO: Mutações em inúmeros genes são descritas em neoplasias mielóides. O avanço de técnicas de sequenciamento contribuiu para a identificação destas mutações em pacientes com citopenias e sem critérios diagnósticos para neoplasia mielóides.

OBJETIVO: Avaliar a prevalência de mutações nos genes: SF3B1, TET2, U2AF1, IDH1/2, TP53, OGG1, XRCC1 e APEX1 em pacientes com citopenias, síndrome mielodisplásica e neoplasias mielóides relacionadas.

MATERIAL E MÉTODOS: A extração de DNA foi realizada a partir de sangue da medula óssea de pacientes maiores de 18 anos e com diagnóstico de citopenias e neoplasias mielóides relacionadas sem tratamento específico no momento da coleta. Foi realizado o sequenciamento por PCR dos fragmentos que continham as principais mutações. Os dados foram analisados com o software IBM SPSS Data Analysis and Statistical Software, versão 21.0.

RESULTADOS: Foram avaliados 47 pacientes, 22 pacientes com diagnóstico de citopenia sem critérios para diagnóstico de neoplasias mielóides, 18 pacientes com Síndrome Mielodisplásica, 5 pacientes com diagnóstico de Síndrome Mielodisplásica/Síndrome Mieloproliferativa não classificada e dois casos com Leucemia Mielóide Aguda Secundária. A mediana de idade do grupo total de casos foi 65 anos, com leve predomínio do sexo masculino (57,4%). Trinta e quatro pacientes (72,3%) apresentaram pelo menos um gene mutado. Os principais genes mutados em ordem decrescente de frequência foram: XRCC1 (29%), APEX1 (21%), U2AF1 (10%), OGG1 (10%), TET2 (9%), SF3B1 (3%), TP53 (3%) e IDH2 (2%). O grupo com Síndrome Mielodisplásica apresentou o maior número de casos com genes mutados (p=0,042). Vinte e seis casos, com pelo menos uma mutação identificada, tinham cariótipo normal (p=0,319) e os pacientes com idade superior a 60 anos apresentaram maior taxa de pelo menos um gene mutado (p=0,021). A presença de mutação foi maior com níveis de hemoglobina maiores que 10g/dL (p=0,035) e porcentagem de blastos menor que 2% na medula óssea (p=0,023). No grupo de pacientes com diagnóstico de Síndrome Mielodisplásica, a presença de mutação também foi mais associada a porcentagem de blastos na medula óssea menor que 2% (p=0,007).

CONCLUSÕES: O perfil de mutações nos genes avaliados neste trabalho apresentou frequência diferente em relação a dados previamente publicados em relação aos genes SF3B1 e U2AF1. Isto pode estar relacionado a diferenças étnicas populacionais de nossa amostra estudada. A frequência alta de mutações germinativas nos genes de reparo: XRCC1, OGG1 e APEX1 foi um resultado relevante e chama a atenção a presença destas mutações no grupo de pacientes com citopenia clonal de significado indeterminado. Estudos adicionais são necessários para melhor avaliação deste resultado e suas implicações em evolução prognóstica.

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Fiocruz Bahia realiza homenagem ao pesquisador Lain Carlos Pontes de Carvalho

O Instituto Gonçalo Moniz (IGM/ Fiocruz Bahia) vai realizar uma homenagem ao pesquisador Lain Carlos Pontes de Carvalho (1952-2016) pelas suas contribuições ao fortalecimento e desenvolvimento da ciência; à formação de novos cientistas e professores; e à gestão e estruturação da instituição. O evento acontece na Fiocruz Bahia, no dia 23 de maio, às 09 horas. Na ocasião, será descerrada a placa com o nome de Lain Carlos Pontes de Carvalho, que nomeará o atual Pavilhão Núcleo de Epidemiologia e Bioestatística (NEB) da instituição.

Formado em Medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, em 1975, Lain Pontes era um dos mais importantes e respeitados pesquisadores da sua geração. Além de pesquisador e ex-diretor da Fiocruz Bahia, atuava na pós-graduação, com contribuições relevantes na área de imunologia, principalmente visando a biointervenção em doenças de natureza inflamatória (leishmanioses, doença de Chagas, alergia e doenças autoimunes).

Data: 23 de maio de 2018
Horário: 09 horas
Local: Auditório Aluízio Prata, Instituto Gonçalo Moniz – Rua Waldemar Falcão, nº 121, Candeal.

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Expressão de microRNAs influenciam no prognóstico da leishmaniose cutânea, aponta pesquisa

Um estudo realizado por pesquisadores da Fiocruz Bahia identificou o perfil de microRNAs expresso nas lesões ativas de pacientes com leishmaniose cutânea localizada (LCL), causada por Leishmania braziliensis. Utilizando uma análise que integra dados globais de expressão gênica publicamente disponíveis, o estudo comparou amostras de biópsias de lesões cutâneas de pacientes com LCL e pele saudável. Com isso, foi identificado o perfil de microRNAs expressos durante a doença. Estas pequenas moléculas de RNA não são codantes, mas regulam, em nível pós-transcricional, a expressão de genes que podem estar implicados na manifestação clínica da doença.

Os resultados da pesquisa estão descritos no artigo Integrated Analysis Reveals That miR-193b, miR-671, and TREM-1 Correlate With a Good Response to Treatment of Human Localized Cutaneous Leishmaniasis Caused by Leishmania braziliensis, publicado em 04 de abril, na revista Frontiers in Immunology. A Leishmaniose Cutânea Localizada é uma doença crônica causada por parasitas protozoários do gênero Leishmania, transmitida por picadas de flebótomos infectados, sendo caracterizada por lesões cutânea ulceradas causadas, predominantemente, pela resposta inflamatória descontrolada. É endêmica no estado da Bahia, com mais de 1.000 casos reportados apenas no ano de 2017.

A equipe liderada pela pesquisadora da Fiocruz Bahia Natalia Tavares, composta pelos pesquisadores Pablo Rafael Oliveira, Claudia Brodskyn, Pablo Ivan Ramos, Aldina Barral, Viviane Boaventura, Ricardo Khouri, pela doutoranda Sara Nunes e pelos mestrandos Icaro Bonyek Silva e Mariana Ampuero, investigou o envolvimento de miRNAs e seus genes alvos na LCL humana usando conjuntos de dados disponíveis publicamente, em um repositório chamado “Gene Expression Omnibus (GEO)”, o qual hospeda estudos e mapeamentos genéticos. Os resultados também foram validados em novas amostras de biópsias de pacientes provenientes de outra área endêmica no estado da Bahia.

Descobertas

Os resultados do estudo apontam que a expressão dos miRNAs miR-193b e miR-671 está fortemente associada aos seus genes alvo, TREM1, CD40 e TNFR, sugerindo um papel importante desses miRNAs na regulação da expressão de genes relacionados à resposta inflamatória. Além disso, a análise revelou que a tríade miR-193b/miR-671/TREM1 se correlaciona apenas em pacientes que apresentam cura clínica mais rápida (até 59 dias), o que não acontece em pacientes que necessitam de maior tempo e, consequentemente, mais ciclos de tratamento para alcançar a cura clínica (acima de 60 dias).

Sabendo que esses miRNAs podem regular a resposta inflamatória e influenciar o tempo de cicatrização, os achados da pesquisa revelam o potencial destas moléculas em determinar o desfecho e também para o prognóstico da doença nos pacientes. No futuro, de acordo com os autores do artigo, estudos mais detalhados devem confirmar se a tríade miR-193b/miR-671/TREM1 pode ser aplicada como biomarcador de prognóstico para a leishmaniose cutânea localizada. Além disso, testes futuros sobre esta via podem gerar novas alternativas terapêuticas não apenas para a LCL humana, mas para outras doenças de pele nas quais a inflamação também tem papel prepoderante.

O grupo segue dando continuidade a esta linha de pesquisa, investigando os mecanismos de ação dos microRNAs identificados, não apenas na LCL, mas também em outras doenças inflamatórias de pele, tais como psoríase e lúpus, ampliando as possibilidades de aplicação destes achados.

 

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Inscrições para a 9ª Obsma já estão abertas!

9ª Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente homenageia Ano Oswaldo Cruz e destaca Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Estão abertas as inscrições para a 9ª edição da Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (Obsma) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Coordenada pela Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC) da Fiocruz, a Olimpíada é um projeto educativo voltado a professores e alunos da Educação Básica de todo o Brasil que busca estimular a produção de trabalhos interdisciplinares sobre saúde e meio ambiente em salas de aula de escolas públicas e privadas. Inscrições são gratuitas e vão até 31 de julho de 2018. Por isso, envolva sua escola, prepare seu projeto e inscreva-se na 9ª Obsma! laugh

Clique nos links para acessar:

Regulamento | Cadastro de professor e inscrição de trabalhos | Dúvidas frequentes

 

Prêmio Obsma – Ano Oswaldo Cruz

A novidade na competição é o inédito Prêmio Obsma – Ano Oswaldo Cruz. Unindo-se às homenagens pelo centenário de morte do cientista (saiba mais), além da premiação tradicional, a Olimpíada irá conferir esta premiação especial a um trabalho sobre saúde e meio ambiente que tenha utilizado como fontes de pesquisa artigos, capítulos, livros, teses, dissertações e/ou recursos educacionais (multimídias, jogos educacionais, sites, audiovisuais, entre outros) produzidos pela Fundação Oswaldo Cruz. Quanto melhor estes recursos forem utilizados no trabalho, maior a chance dele ser escolhido!

É necessário que o professor cite qual(is) fonte(s) usou no momento da inscrição.

Clique aqui e confira como realizar pesquisas com conteúdos produzidos pela Fiocruz
Quer participar do Prêmio Obsma – Ano Oswaldo Cruz? Clique aqui e NÃO DEIXE DE LER ESTE TEXTO!

 

 

De olho nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Além disso, a 9ª Obsma vai reafirmar a importância dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) preconizados pelas Nações Unidas estimulando que os trabalhos abordem de forma crítica e criativa temas da Agenda 2030 — clique aqui para conhecer cada um dos ODS. Uma das formas de promover esta iniciativa será por meio das Oficinas Pedagógicas, que a Olimpíada realiza desde 2013.

  

Nelas, uma equipe multidisciplinar dialoga com grupos de professores sobre as relações entre educação, saúde, meio ambiente e ciência em sala de aula. As Oficinas, que acontecem com apoio do CNPq e parcerias locais, são gratuitas e abertas a professores da Educação Básica do estado, município ou região em que ocorrem, e a programação é sempre divulgada no site e nas redes sociais. Saiba mais sobre elas neste link.

 

Quem pode participar

Professores do Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano) e Ensino Médio, incluindo Educação de Jovens e Adultos (EJA), podem inscrever na 9ª Obsma trabalhos sendo desenvolvidos nas escolas  de todo o Brasil entre 2017 e 2018, inserindo-se em uma das três modalidades: Produção Audiovisual, Produção de Texto ou Projeto de Ciências. 

A Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente conta com apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.

Saiba mais sobre a Obsma, acompanhe nossas atualizações e notícias sobre saúde e meio ambiente em nosso site e redes sociais:

Site: www.olimpiada.fiocruz.br
Facebook: www.facebook.com/obsma
Twitter: www.twitter.com/obsma
YouTube: www.youtube.com/obsma

 

Coordenação Nacional Obsma – (21) 2560.8259 – olimpiada@fiocruz.br 

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Programa de pós-graduação em Patologia divulga edital de seleção 2018.2

A Secretaria Acadêmica do Programa de Pós-Graduação em Patologia (PGPAT) divulga o Edital do processo de seleção para ingresso em mestrado e doutorado no referido programa, para o semestre 2018.2 (clique aqui). As inscrições foram prorrogadas para o dia 04 de junho de 2018, com a entrega dos documentos na Secretaria Acadêmica, até as 11h00.

Ressalta-se a novidade desse edital aos interessados para inscrição no Doutorado, que deverão apresentar em acréscimo: candidatos ao doutorado que defenderam a dissertação de mestrado há mais de um ano (maior ou igual a 12 meses) deverão apresentar comprovação (cópia) de pelo menos um artigo aceito para publicação ou publicado em periódico indexado em base de dados bibliográficas, tendo o candidato como um dos autores.

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Dissertação investiga papel da microbiópsia de pele na avaliação da capacidade de transmissão de Leishmania infantum

AUTOR: Tiago Feitosa Mota
ORIENTADORA: Deborah Bittencourt Mothé Fraga
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “Papel da microbiópsia de pele na avaliação da capacidade de transmissão de cães infectados por Leishmania Infantum ao inseto vetor e no diagnóstico da Leishmaniose Visceral Canina”.
PROGRAMA: Pós-Graduação em Patologia Humana-UFBA /FIOCRUZ
DATA DE DEFESA: 04/05/2018

Resumo

INTRODUÇÃO: A leishmaniose visceral é uma zoonose negligenciada de importância global. Nas Américas é causada por protozoários da espécie Leishmania infantum, e transmitida por meio da picada de flebotomíneos da espécie Lutzomyia longipalpis. O cão é o principal hospedeiro no meio urbano e quando infectado possui alta carga parasitária na pele, favorecendo seu papel na transmissão do parasito ao vetor. Assim, torna-se importante a realização de estudos para avaliar sua capacidade de transmissão ao vetor. A única técnica utilizada na avaliação da transmissibilidade é o xenodiagnóstico, que é muito laborioso, tem custo elevado e baixa sensibilidade. A microbiópsia de pele (MB) pode ser uma alternativa mais rápida e simples para sua substituição, dado que coleta tecido cutâneo e sanguíneo como ocorre na picada de flebotomíneos. A MB também pode ser uma alternativa promissora para ser utilizada no diagnóstico da leishmaniose visceral canina (LVC) por ser menos invasiva que a biópsia convencional de pele (BC), podendo ser realizada em qualquer sitio anatômico onde a BC não é indicada devido ao risco de lesões e sangramentos.

OBJETIVO: Avaliar a utilização da MB como alternativa para o xenodiagnóstico na avaliação da transmissibilidade e como alternativa para o diagnóstico da LVC frente a BC.

MÉTODO: A MB foi realizada em diversos locais como patas, região escapular, orelhas, focinho e áreas de alopecia de 26 animais naturalmente infectados e seus resultados foram comparados aos obtidos na qPCR de aspirado esplênico e BC. Foram realizados xenodiagnósticos, BCs na região escapular esquerda e MB no focinho, abdômen e face interna da orelha esquerda de outros 35 cães infectados por L. infantum. Todos os animais foram classificados em sintomáticos e assintomáticos por meio de um sistema de escore clínico. Os flebotomíneos utilizados no xenodiagnóstico foram mantidos no insetário e dissecados em dois momentos, no 2° ou 3° dia e entre o 8° e 10° dia, com observação direta sob microscopia óptica (40x) dos intestinos médios na busca por formas promastigotas de L. infantum. As amostras de pele obtidas nas MBs e BCs tiveram o seu DNA extraído e foi realizada qPCR buscando o kDNA do parasita. As positividades dos testes foram comparadas utilizando o teste exato de Fisher e o índice kappa. A carga parasitária obtida nas MBs positivas dos dois grupos de animais foi correlacionada pelo teste de Kruskal-Wallis.

RESULTADOS: Não houve diferença estatística entre a sensibilidade da qPCR da MB, do aspirado esplênico e BC. Da mesma forma a positividade no xenodiagnóstico não foi diferentedentre as classificações clínicas. A MB detectou mais animais positivos em comparação ao xenodiagnóstico de forma estatisticamente significante (p<0,05). Não houve diferença significativa entre a carga parasitária da MB e BC.

CONCLUSÃO: A MB pode vir a ser utilizada como alternativa para o diagnóstico da LVC pois é tão sensível quanto a BC e pode auxiliar na identificação de locais da pele do cão onde o xenodiagnóstico terá maior sensibilidade. Pode ser que a MB possa ser utilizada na avaliação da transmissibilidade de cães infectados por L. infantum, porém com limitações.

Palavras-chave: Xenodiagnóstico, transmissibilidade, diagnóstico minimamente invasivo, microbiópsia de pele, qPCR de amostra de pele.

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Alta participação marca segundo encontro das Quintas de Vigilância

Com o tema “Gerenciamento de Resíduos em Instituições de Saúde”, aconteceu no Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia), nesta quinta-feira, 26/4, o segundo encontro das Quintas de Vigilância. Os palestrantes convidados para essa edição foram Sheila Sotelino da Rocha, Tecnologista Sênior do Núcleo de Biossegurança (VPSRA/Fiocruz); e Leandro Pereira da Silva, Fiscal de Controle Sanitário Odontólogo. A quantidade de participantes superlotou o Auditório Aluízio Prata, que contou com a presença de mais de 100 pessoas.

Durante a abertura, a diretora do IGM, Marilda Gonçalves, agradeceu a oportunidade de colaborar no evento, através da parceria Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) com a Fiocruz. “Estamos cumprindo nossa missão institucional que é o desenvolvimento da saúde e do SUS, além de contribuir com a cidadania e a aproximação da ciência com a sociedade. Por sermos uma instituição de saúde, o gerenciamento de resíduos é um assunto palpitante para nós”. A diretora também cumprimentou a palestrante Sheila Sotelino, que foi umas das pioneiras na construção da Biossegurança na Fiocruz.

Antônio Amarilio Lopo, coordenador da Vigilância Sanitária em Portos, Aeroportos e Fronteiras (CVPAF/ANVISA – BA) e idealizador e organizador do evento, destacou a concepção do projeto concretizado “por várias mãos”.  “Todos aqueles que quiserem, podem participar. É um projeto de inclusão, construção e divulgação do conhecimento”, ressaltou. O evento é uma realização da ANVISA e da Escola de Administração Fazendária (ESAF), em parceria com diversas instituições. No intervalo das palestras, o Conselho Regional de Odontologia da Bahia ofereceu um coffee break aos participantes. 

Destinação imprópria

A primeira apresentação foi ministrada por Sheila Sotelino, que abordou tópicos sobre a classificação dos Resíduos em Serviços de Saúde, as regulamentações vigentes, elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos em Serviços de Saúde (PGRSS) e o manejo de resíduos. De acordo com a palestrante, um total de 3.331 municípios brasileiros destinaram cerca de 29,7 milhões de toneladas de resíduos sólidos para áreas ambientais sem as devidas medidas de proteção contra danos e degradações ambientais, segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE).

“A Bahia foi o estado com o maior número de unidades de destinação impróprias, com 359 vazadouros a céu aberto, recebendo 8 mil toneladas de resíduos/dia. Do total de 71,3 milhões de toneladas de resíduos coletados no país, 256.238 toneladas foram Resíduos de Serviços de Saúde coletados, tratados e com disposição final adequados”, afirmou.

O tema “Gerenciamento de Resíduos em Odontologia” foi ministrado por Leandro Silva que explicou sobre segregação, acondicionamento, identificação, coleta, transporte, armazenamento e destinação de resíduos. “O gerenciamento é um conjunto de procedimentos de gestão, planejados e implementados a partir de bases científicas, técnicas, normativas e legais, com o objetivo de minimizar a geração de resíduos e proporcionar um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando à proteção dos trabalhadores e a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente”, definiu.

 

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Quintas de Vigilância vai abordar Gerenciamento de Resíduos em Instituições de Saúde

O segundo encontro das “Quintas de Vigilâncias”, que acontece no dia 26 de abril, no Instituto Gonçalo Moniz (IGM/ Fiocruz Bahia), terá como tema “Gerenciamento de Resíduos em Instituições de Saúde”. O evento é um espaço destinado a troca de experiência entre profissionais de saúde e meio ambiente, a academia, dos poderes públicos federais, estaduais e municipais, servindo de ponte entre as Vigilâncias e a sociedade. As inscrições devem ser realizadas, preferencialmente, através do Sistema de Inscrições Eletrônicas da Esaf (acesse o passo a passo para inscrição, clique aqui) ou pelo e-mail: inscricoes.esaf.ba@fazenda.gov.br.

A primeira palestrante será Sheila Sotelino da Rocha, doutora em Saúde Pública (Fiocruz Pernambuco), especialista em Vigilância Sanitária de Produtos e Serviços de Saúde (Ensp/Fiocruz) e Tecnologista Sênior do Núcleo de Biossegurança (VPSRA/Fiocruz). Já o especialista em Auditoria de Sistemas e Serviços de Saúde (UFBA) e mestrando em Saúde Coletiva com Concentração em Vigilância Sanitária (ISC/ UFBA), Leandro Pereira da Silva, abordará o tópico “Gerenciamento de Resíduos em Serviços Odontológicos”.

Quintas de Vigilâncias –  “Gerenciamento de Resíduos em Instituições de Saúde”
Data: 26/04/2018
Horário: 8h30 às 12h
Local: Auditório Aluízio Prata, Fiocruz Bahia – Rua Waldemar Falcão, nº 121, Candeal.

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Divulgado edital de seleção para Pós-Graduação em Biotecnologia em Medicina Investigativa

O Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PGBSMI) divulgou o edital de seleção 2018.2 para mestrado e doutorado. As inscrições serão abertas no dia 25 de abril e encerram em 09 de maio. Os cursos do PgBSMI destinam-se à formação de profissionais com elevada qualificação para o exercício de atividades acadêmicas, científicas e tecnológicas nas suas áreas de concentração.

O mestrado tem por objetivo o aprofundamento do conhecimento técnico, científico e ético do aluno, visando à qualificação supracitada. O doutorado tem por objetivo o desenvolvimento de competência para conduzir pesquisas originais e independentes em áreas específicas. O PGBSMI capacitará seus alunos a atualizarem-se em suas áreas de formação, com base na resolução de problemas e na análise crítica da produção científica mundial em suas áreas específicas.

 

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Campanha de vacinação contra Influenza 2018

Texto: Antonio Fuchs / Edição: Juana Portugal – Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/ Fiocruz)

A chegada do inverno é também o início da temporada de gripes e resfriados. Este ano a preocupação dos infectologistas é grande porque no inverno do ano passado, no hemisfério norte, houve um notório aumento dos casos de Influenza. Somente nos Estados Unidos o subtipo H3N2 infectou mais de 47 mil pessoas, causando a morte principalmente em crianças e idosos.

O Brasil já está se prevenindo para uma possível epidemia da doença. O Ministério da Saúde vem se mantendo vigilante quanto à circulação de vírus Influenza e tem informado que o país conta com uma rede de três estações-sentinela: o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, a Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, e o Instituto Evandro Chagas, em Belém do Pará, que fazem exames em indivíduos infectados para descobrir quais são as cepas virais que mais circulam em cada região.

A vacina contra a Influenza já está adaptada para essa temporada e a campanha de vacinação começou, em todo território nacional, no dia 23 de abril. A meta do Governo Federal é vacinar 54 milhões de pessoas até 1º de junho e, para alcançar esse número, foram adquiridas cerca de 60 milhões de vacinas.

O público-alvo para receber as doses gratuitamente no SUS são pessoas a partir de 60 anos, crianças de seis meses a cinco anos, trabalhadores da área de saúde, professores das redes pública e privada, mulheres gestantes e puérperas, indígenas, pessoas privadas de liberdade (incluindo adolescentes cumprindo medidas socioeducativas), profissionais do sistema prisional e portadores de doenças que aumentam o risco de complicações em decorrência da Influenza. A escolha desse grupo ocorre por eles serem mais vulneráveis aos efeitos da gripe e sofrerem mais com seus sintomas e desdobramentos. A vacina é contraindicada para quem tem alergia severa a ovo.

Existem três tipos de vírus Influenza circulando no Brasil: A, B e C. O tipo C causa apenas infecções respiratórias brandas, não possui impacto na Saúde Pública e não estando relacionado com epidemias. Já os vírus da Influenza A e B são responsáveis por epidemias sazonais, sendo o vírus Influenza A responsável pelas pandemias que ocorrem de tempos em tempos. A vacina contra a gripe ofertada no Sistema Único de Saúde (SUS) protege contra as Influenzas A e B.

Confira a entrevista com o médico infectologia e chefe do Laboratório de Pesquisa em Imunização e Vigilância em Saúde do INI, José Cerbino Neto, para conhecer melhor o que são os subtipos de Influenza existentes, o possível risco de epidemia no Brasil, saber que medidas devemos adotar para evitar a contaminação pelo vírus e entender porque é fundamental se vacinar contra a doença.

Cada ano temos uma sigla diferente para o vírus da Influenza. Por que isso? São todos o mesmo vírus?

José Cerbino Neto: Na realidade o que temos são subtipos de vírus. O vírus Influenza circula todo ano com alguns subtipos predominantes. Nós temos a Influenza A, com os subtipos H1N1 e H3N2, e a Influenza B. De tempos em tempos ocorrem grandes mudanças nos vírus, como a que provocou a pandemia que ocorreu em 2009 com o H1N1, e também acontecem pequenas variações de um ano para o outro que fazem com que ele não seja tão bem reconhecido assim pelo nosso sistema imunológico, tornando a vacina do ano anterior menos eficaz.

As vacinas de 2018 já contemplam essas variações?

José Cerbino Neto: Sim. Por conta dessas variações nos vírus, as vacinas são adaptadas todo o ano. Pode ocorrer de não mudarmos a vacina porque o vírus não sofreu alteração, mas não é o caso agora. Por exemplo, tivemos de 2016 a 2017 uma mudança no subtipo do H1N1. Era o mesmo vírus que sofreu algumas pequenas variações que foram incluídas na vacina para proteger melhor contra o vírus que estava em circulação na época. Esse ano temos uma mudança no H3N2, justamente porque o vírus que circulou em 2017 no hemisfério norte já não era tão bem adaptado para a vacina. Isso fez com que tivéssemos um número maior de casos de infecção pelo H3N2, inclusive de casos graves. Esse H3N2 foi um subtipo que se comportou com maior gravidade, principalmente nas faixas etárias avançadas, trazendo um aumento de mortalidade associada a ele. Então a vacina que vamos usar esse ano contra o H3N2 já não é a mesma que foi utilizada no hemisfério norte ou a utilizada em 2017 aqui no Brasil. Ela foi modificada para casar melhor com o subtipo que está circulando atualmente.

Como são feitas essas mudanças nas vacinas?

José Cerbino Neto: Essas mudanças são definidas pela Organização Mundial de Saúde. A OMS tem uma rede de laboratórios de referência espalhados pelo mundo inteiro, e a Fiocruz é um desses laboratórios, localizado no Instituto Oswaldo Cruz (IOC). Esses laboratórios vão isolando os vírus ao longo do ano e enviam para a OMS os subtipos para ela definir que cepa deve ser contemplada na vacina trivalente (H1N1, H3N2, Influenza B) e os laboratórios fabricam em cima dessa recomendação.

Isso explica o porquê a vacina não foi tão bem casada no hemisfério norte esse ano e ocorreu o aumento de casos de H3N2. Isso porque tem um tempo entre a identificação do vírus que está em circulação e a OMS informar para os laboratórios qual a cepa deve conter a vacina e os laboratórios produzirem a vacina que será utilizada no ano seguinte. Nesse intervalo de tempo o vírus pode sofrer uma mudança e já não ser exatamente o mesmo que vinha circulando antes.

Nós produzimos a vacina no Brasil?

José Cerbino Neto: Sim, essa produção fica a cargo do Instituto Butantan.

Como podemos diferenciar o H1N1 ou H3N2 de um resfriado?

José Cerbino Neto: Temos vários estudos que mostram que é uma diferenciação difícil do ponto de vista clínico. Muitas vezes o médico pensa ser Influenza e não é. O oposto também ocorre. O que usamos como principal diferencial entre resfriado e gripe é a presença da febre.

Se você parar para pensar nos últimos anos quando ficou gripado, você não teve febre. Teve outros sintomas como coriza, nariz entupido, espirrou, mas não teve febre. Você estava resfriado, não gripado, na verdade.  Embora esse comportamento não seja observado em 100% dos casos, a febre ainda é o melhor marcador clínico que temos para diferenciar uma da outra. É uma das coisas, inclusive, que as pessoas confundem quando recebem a vacina e acham que ficam gripadas.

Exatamente. Essa é uma afirmação constante: “tomei a vacina e fiquei gripado”. Isso procede?

José Cerbino Neto: Não, não procede. Na verdade a vacina protege contra, no caso, três subtipos de Influenza (H1N1, H3N2, Influenza B), mas existem outros subtipos que estão circulando em menor frequência e têm outros vírus respiratórios que causam resfriado, que também estão em circulação e a vacina não protege contra eles.

Se uma pessoa vai ficar resfriada ou gripada por algum desses outros subtipos durante o ano, o mais provável é que isso ocorra logo depois de tomar a vacina, porque ela é administrada justamente antes desses vírus circularem para a pessoa ficar protegida. O que acontece é uma associação temporal. Se eu tomo a vacina e 10 ou 15 dias depois fico resfriado, eu penso que a culpa é da vacina, mas essa vacina não contém o vírus vivo. Ela pode trazer reações adversas como qualquer vacina ou medicamento, mas desenvolver a gripe não é uma das reações associadas à vacina porque ela não contém o vírus vivo. Então é impossível, biologicamente falando, uma pessoa ficar gripada porque tomou a vacina.

Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil tivemos, até o começo do mês de abril de 2018, 71 casos e 12 mortes confirmadas por conta do H3N2. Como é o tratamento de uma pessoa com Influenza. Ela deve ser isolada?

José Cerbino Neto: É importante destacar que além da vacina nós temos o antiviral, que é um medicamento específico para o tratamento das pessoas gripadas. Esse antiviral tem que ser iniciado rapidamente para que ele surta efeito. O ideal é que seja iniciado nas primeiras 48 horas dos sintomas e, no máximo, até quatro dias de doença para que ele tenha realmente alguma eficácia.

No momento que você tem o sintoma respiratório deve procurar a assistência médica para que o diagnóstico seja rápido, principalmente se você tem alguns fatores de risco para as formas graves, se é idoso, uma criança muito nova, se tem alguma outra comorbidade ou doença.

A gripe começa a ser transmitida antes dos sintomas. Então, do ponto de vista de convívio social, não há uma restrição de você ter que ficar isolado em casa. Mas uma coisa importante, e issa é uma mudança cultural que precisamos reforçar, é que a criança doente não pode ir para a escola e que a pessoa gripada não pode trabalhar porque isso é o que amplia a disseminação da doença. Em um ambiente de trabalho ou na escola, a taxa de aglomeração é muito maior do que em casa. Em casa você convive com mais uma, duas ou três pessoas e no trabalho, 200 pessoas.

Culturalmente, temos aquele pensamento de que quem está gripado e quer ficar em casa está fazendo “corpo mole” para não ir trabalhar. A gente precisa mudar essa cultura. Isso tem que ser corrigido. A pessoa que está gripada não pode ir trabalhar. Não só por ele, mas pelas pessoas que ele pode estar colocando em risco. Não que ele precise ficar em isolamento, mas ele não deve frequentar locais com grandes aglomerações, principalmente locais de trabalho e escolas.

Existe algum grupo mais afetados pela Influenza?

José Cerbino Neto: O risco de infecção é igual para todo mundo, mas existem grupos que possuem o risco da forma mais grave da Influenza, como os idosos, as crianças até cinco anos, as gestantes e as pessoas com outras doenças, principalmente doenças pulmonares ou cardiovasculares.

Podemos dizer que a vacina não imuniza contra o vírus da Influenza, mas que ela minimiza os sintomas caso a pessoa venha a ficar doente?

José Cerbino Neto: Não, a vacina imuniza sim contra o vírus, mas nenhuma vacina é 100% eficaz. Em alguns casos ela não impede totalmente que você se infecte pelo vírus, mas ela reduz muito o risco, principalmente de formas graves.

Quais as medidas preventivas que podemos adotar para evitar a transmissão da doença?

José Cerbino Neto: As duas principais medidas são as lavagens das mãos e evitar o contato com as mucosas. Existem até campanhas que falam dos sete buracos da cabeça (olhos, ouvidos, narinas e boca) e se você evitar o contato com eles, não terá transmissão da Influenza por essa via, principalmente em regiões tropicais como a nossa. Existem trabalhos que mostram que aqui a transmissão pelo contato é até mais importante que a transmissão aérea.

“Ah, mas a transmissão não é respiratória? ”, a pessoa pode perguntar. Ela ocorre por gotículas respiratórias, mas não é necessariamente aérea. Por exemplo, o computador é um clássico para transmissão de gripe. Você está ali trabalhando, tosse, espirra ou fala em cima do teclado, outra pessoa vem, usa aquele teclado e como o vírus sobrevive algum tempo no ambiente, pode se infectar.

Como expliquei, em regiões tropicais isso pode ser até mais importante do que em locais mais frios. O vírus sobrevive um tempo no ambiente, mas isso varia de acordo com a umidade, a temperatura do local. etc.

Então, lavagem das mãos é importante, o uso de álcool gel também. Esse tipo de higiene é fundamental, além de se manter os ambientes sempre bem arejados.

Vamos começar a campanha de vacinação agora no Brasil. O risco é alto assim para nosso país em ter uma epidemia como a que ocorreu nos Estados Unidos?

José Cerbino Neto: Existe sim. A gente vai ter uma vacina que teoricamente está mais adaptada para esse vírus H3N2 que causou milhares de mortes nos Estados Unidos, então a expectativa é que ela funcione melhor aqui e que a gente não tenha tanto problema quanto eles tiveram no hemisfério norte.

A gente pode reforçar que a vacina está melhor adaptada ao vírus H3N2, mas como é uma situação dinâmica não temos como prever, teoricamente, qual vai ser a efetividade dela.

No Brasil, alguma região pode ser mais afetada do que a outra pelo vírus? Por exemplo, o Sul por ser mais frio, pode ser uma região mais problemática para a doença?

José Cerbino Neto: O interessante no Brasil que é um fator que dificulta o controle da Influenza, e a OMS passou a considerar isso de uns anos para cá, é que há uma diferença na epidemiologia da doença entre as regiões tropicais e temperadas. Isso foi demonstrado em diversos artigos publicados por pesquisadores, inclusive aqui da Fiocruz e do nosso grupo no INI.

Essa sazonalidade da doença muito marcada é uma característica das regiões temperadas. No hemisfério sul temos uma grande concentração de casos no inverno, no período de maior frio, e isso é um espelho do que acontece no hemisfério norte. Entretanto, na nossa região mais tropical e subtropical, que pega as regiões Norte, Nordeste, principalmente, essa sazonalidade não é tão marcante.

Não é uma questão de um número maior ou menor de casos, mas o fato de não estar tão concentrada no tempo. Estamos tendo casos no Ceará antes da vacina estar disponível, porque lá a doença não obedece essa sazonalidade como aqui no Rio de Janeiro. O Ministério da Saúde antecipou, esse ano, a vacinação em Goiás porque os casos já estavam acontecendo por lá e se analisarmos a série histórica da doença, ela segue o regime de chuvas nessa região. A Influenza não segue um regime de inverno ou verão nessas áreas.

Então a dificuldade que a gente tem no país em relação a essas áreas do norte e nordeste, principalmente, é que não se tem essa mesma distribuição de casos que encontramos nas regiões sul ou sudeste e, por conta disso, não há a vacina disponível antes do início do surgimento dos casos. Temos etapas para cumprir como identificar o vírus, fazer a proposta que vai estar na vacina, produzir a vacina e disponibilizar para a rede de saúde. Então, em algumas regiões do Brasil, e isso é valido para todas as regiões tropicais, o vírus se antecipa e começa a circular antes da vacina estar disponível. Isso acaba gerando algum problema de cobertura e, consequentemente, o aumento de casos porque as pessoas ainda não estão imunizadas.

Para encerrarmos e deixar um alerta bem claro: existe a variante do vírus da Influenza H2N3 como propagado nas redes sociais?

José Cerbino Neto: Não existe a variação H2N3 do vírus da Influenza. Isso é notícia falsa, conforme foi notificado em campanha na internet veiculada pelo Ministério da Saúde.

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Inscrições abertas para as Conferências Clinicopatológicas 2018

Entre os dias 17 e 19 de maio, acontecem as Conferências Clinicopatológicas 2018, que este ano terão como tema “Integração clinicopatológica em larga escala”. O encontro vai reunir, na Fiocruz Bahia, profissionais das áreas de Patologia Renal, Hepática e da Pele e de Ciências da Computação, com interesse em análise e classificação de imagens. O prazo para as inscrições encerra em 15 de maio, já a submissão de resumos vai até 11 de maio, ambas podem ser realizadas no site do curso.

O evento será realizado por meio de mesas redondas compostas por miniconferências e discussões sobre os recursos utilizados para a identificação de lesões anatomopatológicas na pele, no fígado e no rim. Essas mesas redondas são destinadas a médicos e estudantes de medicina e pós-graduandos da área biomédica, tendo como pré-requisito a aprovação em disciplinas com conteúdo de histologia e de patologia geral.  

 

Programação

Para a quinta-feira (17), está previsto o seminário anual de pesquisas do projeto PathoSpotter, através de apresentação de miniconferência e trabalhos na área de análise e seleção de imagens em patologia diagnóstica, com a participação de especialistas da dermatopatologia, hepetopatologia, nefropatologia e pesquisadores da área de Matemática e Ciências da Computação. Já a sexta-feira (18) será dedicada a avanços em medicina investigativa e assistencial com conferências e encontros de especialistas nas áreas de Nefrologia, Hepatologia e Dermatologia. Na manhã de sábado (19), ocorrerão as reuniões ordinárias dos clubes de Patologia Hepática, Renal e Dermatológica aberta a médicos e estudantes de medicina.

Outras informações podem ser encontradas no site das Conferências Clinicopatológicas 2018.

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Exposição Oswaldo Cruz: Médico do Brasil é inaugurada na Fiocruz Bahia

O Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia) inaugurou, na segunda-feira (9/4), a exposição itinerante “Oswaldo Cruz: Médico do Brasil”, que ocupará a biblioteca da instituição até o dia 9 de julho. Durante a abertura, mais de 200 estudantes do ensino fundamental e médio de escolas próximas à Fiocruz Bahia foram recepcionados pela diretora da instituição, Marilda Gonçalves; pela vice-diretora de Ensino, Patrícia Veras; e pelo Diretor Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), Paulo Elian.

Marilda abriu o evento e, em seu discurso, incentivou os estudantes a seguirem a carreira de cientista. “Quando concluí o nível médio, nunca imaginei que pudesse me tornar uma pesquisadora ou professora de pós-graduação e, hoje, estou aqui. Cada um de vocês pode se prover dessa vontade de ser um cientista e melhorar nossa saúde pública que está tão necessitada de cabeças e corações. Essa aproximação com a escola é importante para germinar essa semente e vocês saberem que podem ser os cientistas de amanhã”, declarou.

Paulo Elian contou que a Fundação “se preocupa em se relacionar com a sociedade e procura desconstruir a ideia de que a ciência é produzida em um ambiente fechado e hermético, sem o diálogo com a sociedade. Recebê-los é desmistificar a ciência”, afirmou. Logo após, Patrícia Veras conversou com os alunos e respondeu perguntas sobre a carreira de cientista e as pesquisas da Fiocruz: “a instituição vai além do tratamento das doenças e possui um conjunto de professores e pesquisadores que as estudam”.

Em seguida, os estudantes assistiram a um vídeo, que exibiu a história da evolução das políticas de saúde pública do Brasil, e à apresentação de “O avental de história”, contracenado pela servidora da Fiocruz Bahia e atriz Carla Cavalcanti, que conta a chegada de Oswaldo Cruz à antiga Fazenda Manguinhos (RJ) e sua ideia de construir um imponente castelo para chamar a atenção da população para a importância da ciência. A exibição lúdica, realizada através de um avental com fantoches, foi escrito pela museóloga Claudia Oliveira (Museu da Vida/ Fiocruz), pensado especialmente para o público infantil.

A vida do médico do Brasil

Na exposição, organizada pelo Museu da Vida, a trajetória do médico sanitarista Oswaldo Cruz é contada por meio de 18 painéis com textos e imagens. A curadoria de conteúdos é da Casa de Oswaldo Cruz (COC/ Fiocruz), o texto é do jornalista e escritor Humberto Werneck e o projeto gráfico é assinado por Karyn Mathuiy. A parceria com a Fiocruz Bahia foi proporcionada através de Ana Carolina de Souza, servidora do Museu da Vida, e Flavia Sousa Lima. Além disso, a mostra também dispõe de microscópios que possibilitam ver de forma ampliada o mosquito Culex (muriçoca) e o Schistosoma Mansoni (parasita causador da esquistossomose) e de coleções de artrópodes, besouros, aracnídeos e moluscos. Até o dia 12 de abril, mais de 400 estudantes já visitaram a exposição. A mostra está aberta ao público, de segunda a sexta, das 9h às 16h. Para visitas guiadas e assistir ao “Avental de história” é necessário solicitar agendamento prévio, pelo e-mail ascom@bahia.fiocruz.br.

Oswaldo Cruz foi um importante sanitarista que obteve vitórias sobre a peste bubônica, a febre amarela e a varíola. Falecido aos 44 anos, por insuficiência renal, ainda representa um ícone de pesquisa e ações em saúde na história brasileira e científica. Neste ano, o Castelo em Manguinhos, projeto desenvolvido junto à Luís Moraes Junior, arquiteto e engenheiro, completou 100 anos, sendo uma das ambições de Oswaldo Cruz para desenvolvimento cientifico na saúde do país. Hoje, a obra é o símbolo da Fundação Oswaldo Cruz.

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Mais dinâmico e integrado: Cidacs lança novo site

O Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) lançou nesta quarta-feira, 11 de abril, seu novo site. O espaço virtual oferece algumas novidades, entre as quais estão os espaços ‘Plataforma de Dados’, ‘Publicações’ de artigos científicos e ‘Inovações’ para apresentar as realizações do Centro. Tudo isso adaptável a qualquer dispositivo e em português e inglês, uma vez que agora o site é responsivo e bilíngue.

O novo meio de comunicação da instituição é fruto de trabalho colaborativo. O site foi adaptado às demandas e anseios dos colaboradores do Centro pelo Núcleo de Comunicação do Cidacs (Nucom/Cidacs). O ambiente está disponível em fase beta e até o final de abril receberá críticas e sugestões quanto ao conteúdo e navegabilidade. A ideia é que todos os usuários possam contribuir na implementação de medidas para torná-lo o mais intuitivo e inteligente possível. O ambiente é novo, mas está hospedado no endereço antigo: www.cidacs.bahia.fiocruz.br para que todos continuem acessando sem dificuldades.

Novidades

Uma das principais mudanças é que as “Plataformas de Pesquisa” ganhou destaque e agora traz também seus pesquisadores. Ao clicar nos nomes dos integrantes é possível ter uma breve descrição dos currículos e trabalhos que realizam no Centro.  Outra novidade é a Plataforma de Dados, espaço em que o internauta pode compreender os processos e competências do Cidacs, na área da ciência de dados. Lá, é possível ver tanto os processos quanto os datasets (conjunto de dados) e bases de dados que estão disponíveis no Cidacs.

E se os termos estiverem muito complicados, o internauta pode consultar Glossário de Termos, outra novidade criada para facilitar a comunicação entre o Cidacs e a comunidade interessada em ciência, saúde pública, saúde coletiva, políticas públicas e sociais.

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Fiocruz Bahia promove 1º Café com Inovação

Com o objetivo de disseminar a cultura da inovação no âmbito regional, o Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia) promove o 1º Café com Inovação, que terá como tema “A pesquisa científica e suas formas de inserção no Sistema de Inovação em Saúde”. Direcionado a pesquisadores, professores, acadêmicos, profissionais e organizações ligadas ao tema, o evento visa alinhar as ações da instituição às estratégias governamentais de incentivo à Pesquisa e Desenvolvimento. O Café com Inovação acontece no dia 18 de abril, às 8h30, na Fiocruz Bahia. As inscrições podem ser realizadas neste site, até o dia do evento. 

Os palestrantes serão Leonides Rezende Júnior, professor aposentado da Universidade Federal de Minas Gerais com experiência na área de Bioquímica e Imunologia; Maria Celeste Emerick, Coordenadora de Gestão Tecnológica (Sistema GESTEC-NIT) da Fiocruz, e Hamilton de Moura Ferreira Júnior, professor da Faculdade de Economia da Universidade Federal da Bahia. Caso o número de inscritos exceda as 70 vagas disponíveis, será divulgada uma lista de selecionados para participação no encontro, sendo prioridade para pesquisadores, gestores de projetos e discentes Fiocruz. 

Para conferir a programação e outras informações clique aqui.

Café com Inovação – A pesquisa científica e suas formas de inserção no Sistema de Inovação em Saúde.
Data: 18 de abril de 2018
Horário: 8h30 às 11h00
Local: Auditório do Pav. Aluízio Prata, Fiocruz Bahia. Rua Waldemar Falcão, 121 – Candeal.

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Fiocruz lança editais para estágio não obrigatório

Nesta quarta-feira (4), a Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas (Cogepe) lançou dois novos editais para seleção de estagiários da Fiocruz na modalidade de estágio não obrigatório, que é remunerado. As inscrições podem ser realizadas de 9/4 a 23/4, no site do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE).

No total, a oferta é de 201 vagas, distribuídas entre as unidades do Rio de Janeiro e as unidades regionais, das quais 6 vagas são para a Fiocruz Bahia. Os editais e seus anexos detalham todas as etapas do processo seletivo por grupos e perfis. Os documentos estão disponíveis nos sites do CIEE  e da Cogepe/Fiocruz. São as seguintes áreas: 

  • Administração – 1 vaga
  • Biblioteconomia ou Arquivologia – 1 vaga
  • Sistemas de informação, Ciência da Computação, Engenharia da Computação, Análise e Desenvolvimento de Sistemas ou Sistemas para Internet – 2 vagas
  • Psicologia – 1 vaga
  • Jornalismo – 1 vaga 

As vagas podem ter carga horária de quatro ou seis horas diárias, conforme requisitos dispostos em cada perfil e os limites previstos na Lei nº 11.788/08 e Orientação Normativa nº 4, de 4 de julho de 2014. Os selecionados receberão bolsa estágio de acordo com o nível e a carga horária: Nível superior (quatro horas) R$ 364,00, (seis horas) R$ 520,00, nível médio (quatro horas) R$ 203,00, (seis horas) R$ 290,00. Além da bolsa, os estagiários receberão o auxílio transporte no valor de R$ 132,00.

Link para o edital 01/2018 – Regionais
Link para os anexos edital 01/2018 – Regionais
Quadro de vagas Regionais

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Pesquisa associa gravidade da malária vivax à disfunção renal

No Brasil, as três principais espécies de Plasmodium que causam a malária são: P. falciparum, P. vivax e P. malariae. De modo geral, o P. vivax é conhecido por ser causador de um tipo de malária mais branda e raramente mortal. Porém, nos últimos anos, casos mais graves da doença têm sido mais frequentemente relatados. Apesar das descrições clínicas do envolvimento da doença em múltiplos órgãos, dados que a associam à disfunção renal são relativamente escassos. Diante desse cenário, pesquisadores da Fiocruz Bahia realizaram uma pesquisa para investigar a associação entre disfunção renal e a progressão da doença por P. vivax. Os achados sugerem que a disfunção renal, identificada pelo nível elevado da creatinina, influencia na gravidade da doença e sua consequente mortalidade.

O estudo, de autoria dos pesquisadores da Fiocruz Bahia Bruno Andrade e Manoel Barral Netto e do estudante de iniciação científica Luís Cruz, foi descrito no artigo Distinct inflammatory profile underlies pathological increases in creatinine levels associated with Plasmodium vivax malaria clinical severity, publicado na revista Plos Neglected Tropical Diseases, em 29 de marçoA ideia do trabalho surgiu durante o treinamento para o programa de Iniciação Científica. “Observei esse padrão entre os pacientes de nosso estudo e também já se tinha mais conhecimento da associação entre disfunção renal e a malária de pacientes infectados pelo P. Falciparum. O interessante é que nossas hipóteses se comprovaram com as análises: as alterações descritas se associam às respostas do hospedeiro ao parasita e não aos níveis de parasitemia – oposto ao que intuitivamente poderia ser pensado”, explicou Luís.

Para chegar a essas conclusões, a equipe, através de um banco de dados, analisou retrospectivamente 179 pacientes da Amazônia brasileira com malária vivax: 161 com malária sintomática, 12 com malária grave não letal e 6 com malária grave letal. Os estudiosos avaliaram os biomarcadores da função renal para determinar suas associações com a progressão da doença, além de biomarcadores inflamatórios para avaliar a inflamação relacionada à disfunção renal.

Conclusões

Níveis elevados de creatinina foram encontrados predominantemente em mulheres e nos pacientes que não sobreviveram. Além disso, a indicação de disfunção renal não foi associada ao nível de parasitas presentes nos indivíduos infectados, indicando que a gravidade da doença pelo P. vivax está associada a níveis elevados da creatinina sérica e à resposta inflamatória sistêmica exacerbada.

Apesar de as mulheres terem apresentado o parâmetro mais alterado, não indica que elas apresentam maior probabilidade para desfechos mais graves. De acordo com Luís, não se pode dizer, a partir desse estudo, se algum sexo apresenta maior risco a progressões graves do que o outro, mas esse dado levanta questões e ajuda a direcionar também futuras perguntas e perspectivas para a área. “Apesar de todos os pacientes mais graves terem apresentado as maiores elevações na avaliação da creatinina, nem todas as alterações nesse parâmetro se refletiram em maior gravidade clínica – e a maioria das mulheres se encaixou nesse último grupo”, afirmou.

O estudo defende a avaliação sistemática da função renal como parte da avaliação clínica em pacientes infectados, porém ainda é preciso realizar estudos adicionais em modelos experimentais para investigar os mecanismos de como isso acontece. Como P. vivax é uma espécie de Plasmodium amplamente distribuída no mundo, e casos graves estão sendo cada vez mais relatados, é importante entender melhor o papel da lesão renal nessas apresentações, especialmente considerando que ela pode afetar os desfechos clínicos.

O grupo está dando continuidade a outros dois trabalhos sobre a malária vivax. Um na linha do comprometimento renal, aprofundando mais na resposta dos indivíduos e em outros fatores que poderiam estar os tornando mais susceptíveis a esse tipo de progressão durante a infecção; e outro em uma linha que busca novos detalhes e perspectivas quanto às associações entre o comprometimento renal e o acometimento hepático.

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Divulgado o Edital de Iniciação Científica cotas Fapesb 2018

A Coordenação do Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC) do Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia) divulgou o EDITAL PIBIC-FAPESB/COTAS- 2018. O prazo para a apresentação de propostas encerra em 27 de abril. Poderão solicitar bolsas pesquisadores com doutorado exercendo atividade de pesquisa, com vínculo comprovado com a Fiocruz em tempo integral (regime de 40 horas), e pesquisadores visitantes da Fiocruz que se dedicam exclusivamente a atividades de pesquisas no IGM.

A Iniciação Científica tem como objetivo estimular pesquisadores produtivos a envolverem estudantes de graduação nas atividades científica, tecnológica, profissional, artística e cultural ,despertando a vocação científica e incentivando talentos potenciais. Qualquer dúvida pertinente a este EDITAL deve ser esclarecida através do e-mail proiic@bahia.fiocruz.br.

* No dia 19 de abril, houveram mudanças de prazos do Edital, em Etapa 3 – Indicação dos Estudantes, no Cronograma e em Acompanhamento e Avaliação. 

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Fiocruz Bahia recebe a exposição “Oswaldo Cruz: Médico do Brasil”

A exposição itinerante “Oswaldo Cruz: Médico do Brasil”, que será inaugurada no dia 9 de abril (segunda-feira), às 10h, no Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia), ocupará a biblioteca da instituição até dia 09 de julho. Os kits expositivos compreendem 18 painéis, onde textos e imagens contam a vida do médico sanitarista Oswaldo Cruz.

O cientista acumula as vitórias sobre a peste bubônica, a febre amarela e a varíola, bem como a fundação da medicina experimental no país – numa lógica de pesquisa associada ao ensino que ainda hoje pauta as atividades da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A exposição estará aberta gratuitamente para visita, de segunda a sexta, das 9h às 16h, e tem como público-alvo estudantes do ensino médio, fundamental e das áreas de saúde.

Durante o período da exposição, também haverá a atividade periódica “O avental de história”, especialmente criada para o público infantil (5 a 10 anos). As apresentações, realizadas por meio da contação de história e de um avental colorido, com bolsos de onde saem as principais personagens da história, relatam a chegada do cientista à antiga Fazenda Manguinhos (RJ) e a sua ideia de construir um imponente castelo, para chamar a atenção da população para a importância da ciência.

Apenas para visitas guiadas e para participar da atividade “O avental de história” é necessário realizar agendamento, através do e-mail ascom@bahia.fiocruz.br.

Exposição “Oswaldo Cruz: Médico do Brasil”

Data de lançamento: 09 de abril de 2018
Horário: 10 horas
Local: Auditório Aluízio Prata – Fiocruz Bahia. Rua Waldemar Falcão, nº 121, Candeal.

Visitação: 09 de abril a 09 de julho de 2018
Horário: Das 09 ás 16 horas (de segunda a sexta)
Local: Biblioteca – Fiocruz Bahia. 
Entrada gratuita

 

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Jovens estão mais vulneráveis a Doenças Tropicais Negligenciadas, diz estudo

Doença de Chagas aguda, leishmaniose, malária e esquistossomose fazem parte do grupo de Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs) que ainda constituem um grave problema de saúde pública no Brasil. Uma pesquisa desenvolvida na Fiocruz Bahia mapeou a incidência de casos dessas infecções, de 2009 a 2013, através do banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), que monitora as doenças do Brasil. O estudo realizado pelo pesquisador Fred Luciano Neves Santos, fruto de parceria entre instituições brasileiras e argentinas, identificou que crianças e adolescentes, de até 19 anos, estão mais propensos a adquirir estes parasitas, nas regiões mais pobres do país.

De acordo com o artigo Neglected tropical diseases in Brazilian children and adolescents: data analysis from 2009 to 2013, publicado na revista Infectius Diseases of Poverty, a má nutrição e deficiência cognitiva são fatores que influenciam no desenvolvimento dessas doenças em crianças. Só o Brasil detém 95% dos casos de leishmaniose entre os 12 países que compõem a América Latina. Essas vulnerabilidades sanitárias proporcionam a infecção também por leishmaniose, malária e esquistossomose.

Para avaliar a efetividade das estratégias de controle dessas doenças, foram investigados os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal. Ao todo, foram 65 mil casos divididos por microrregião, faixa etária, gênero, evolução e desordem clínica e co-infecção por HIV. A faixa de adolescentes de 15 a 19 anos teve a maior quantidade de casos, 21 mil, seguido por indivíduos de 10 a 14 anos, com 13 mil. Com menor incidência, 11 mil crianças de 5 a 9 anos foram afetadas pelas DTNs citadas. Na faixa de até 19 anos de idade, os indivíduos de 12 anos, representando 40 mil crianças, tiveram maior incidência das doenças. A maioria, de 62% dos casos, era formada por meninos.

A leishmaniose cutânea foi demonstrada como a infecção negligenciada de maior impacto, identificada em 49% dos casos, principalmente em meninos de 15 a 19 anos. O maior número de casos foi registrado em Valença, no interior da Bahia. Em segundo lugar foi a esquistossomose, com 34% dos resultados, ocorrendo principalmente em crianças de 10 a 14 anos, e repete o padrão das outras doenças com maior incidência nos meninos, mais identificada no eixo Norte-Nordeste. Em terceiro lugar, a leishmaniose visceral soma 16% dos casos, e malária, em quarto, com 0,66%. A doença de Chagas aguda representou com 0,36% dos casos investigados, com 233 pessoas infectadas.

Segundo os autores, o levantamento serviu para comprovar que essas quatro doenças ainda representam um problema grave de saúde pública no Brasil e demonstra a necessidade de ser desenvolvido um estudo para reformulação social, econômica e nas políticas de saúde pública. Além disso, os índices estatísticos e geográficos podem servir para estabelecer prioridades e embasar iniciativas para controle e eliminação desses patógenos.

Clique aqui para ler, na íntegra, o artigo publicado em novembro de 2017.

 

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Inscrições abertas para a 26ª Reunião Anual de Iniciação Científica

Já se encontra disponível o regulamento (clique aqui), o formulário de inscrição online e o modelo de relatório para participar da 26ª Reunião Anual de Iniciação Científica (RAIC). As inscrições e a submissão de trabalhos, que serão realizadas online, estão abertas até 18 de abril de 2018. 

A 26ª RAIC tem como objetivo proporcionar avaliação de desempenho do bolsista no período em curso através da exposição e discussão dos trabalhos de iniciação científica (IC) e Iniciação Tecnológica (IT), com vistas à avaliação do desenvolvimento dos projetos e ao intercâmbio de experiências entre estudantes, pesquisadores e demais profissionais da Fiocruz.

A aprovação do bolsista pela Comissão Avaliadora é aspecto decisivo para a renovação da cota. Destaca-se que a participação na RAIC é obrigatória a todos os alunos de Iniciação Científica do PROIIC (Cotas FAPESB e Cotas PIBIC/PIBITI – Fiocruz/CNPq e Cotas Fiocruz) e aos alunos vinculados a projetos do CNPq no IGM. 

Esse ano, o sistema de gestão de bolsas PIBIC, PIBITI e RAIC foi reformulado. O Manual com o passo a passo de utilização do novo sistema está disponível aqui. Qualquer dúvida deve ser esclarecida através do e-mail proiic@bahia.fiocruz.br.

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Mulheres expostas ao racismo têm maior chance de sofrer Transtornos Mentais Comuns, aponta estudo

A saúde mental de mulheres brasileiras pode ser prejudicada quando sofre preconceito por causa da cor da pele, tanto na dimensão pessoal, quanto em grupo, aumentando em até 70% a chance de sofrer Transtornos Mentais Comuns (TMC). Essa foi a conclusão de um estudo realizado pelo pesquisador e coordenador do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs) da Fiocruz Bahia, Maurício Barreto, em conjunto com pesquisadores do Instituto de Saúde Coletiva e do Instituto de Humanidades Artes e Ciências Professor Milton Santos, ambos da Universidade Federal da Bahia (ISC/IHAC/UFBA). 

A pesquisa foi descrita no artigo Personal-Level and Group-Level Discrimination and Mental Health: the Role of Skin Color, Journal of Racial and Ethnic Health Disparities, publicado no Journal of Racial And Ethnic Health Disparities. O estudo contou com a participação de 1130 mulheres inscritas originalmente em um programa de pesquisa denominado Mudanças Sociais, Asma e Alergia na América Latina (SCAALA), criado em 2004, que tem como objetivo estudar os fatores associados ao surgimento e persistência dos sintomas de asma e marcadores de alergia na população Latino-Americana.

No trabalho de campo, foram utilizados os instrumentos “Experiences of Discrimination” (EOD) e SRQ-20 para identificar os denominados transtornos mentais comuns. Ambos os instrumentos têm sido validados para a língua portuguesa, no Brasil. Os resultados do questionário mostram que, de 38,3% das mulheres que afirmaram ter sintomas de TMC, 8,5% disseram sofrer alto nível de preconceito e 41,6% demonstraram ter preocupações sobre discriminação. As mulheres que tiveram maior nível de TMCs, tiveram maior exposição a experiências de racismo. Também evidenciou-se que a relação entre TMCs e exposição ao racismo é mais concentrada em mulheres que se declararam de cor parda, seguidas pelas de cor negra e, por fim, do tom branco.

Segundo a pesquisa, esses resultados são importantes pelo fato de explicar o porquê que os futuros estudos sobre TMC em saúde pública deverão, também, considerar preconceito em nível de grupo tanto quanto em nível individual, além da cor da pele.

Clique aqui e acesse o artigo publicado em dezembro de 2017.

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