Fiocruz Bahia disponibiliza bens para doação a órgãos federais

Doação de Bens

 

Em cumprimento ao decreto 99658 de 30/10/90, combinado com o decreto 6087 de 20/04/2007, a Fiocruz Bahia comunica que está colocando à disposição de órgãos públicos federais bens diversos classificados como Inservíveis, na situação de Antieconômico e Irrecuperável. Os interessados deverão entrar em contato com a Seção de Patrimônio, pelo telefone 3176-2222, e tratar com Eugenia Olivia Reis de Souza. Caberá aos interessados a retirada e transporte dos bens.

Clique aqui para acessar a lista.

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Curso Estratégias de Busca para Revisão Sistemática no PubMed recebe inscrições

revisão sistematica pubmedA Biblioteca de Ciências Biomédicas Eurydice Pires de Sant’Anna, da Fiocruz Bahia, realizará, no dia 24 de agosto, o curso Estratégias de Busca para Revisão Sistemática no PubMed, que faz parte do programa Treinamentos Continuados. Interessados em participar podem se inscrever através deste link, até o dia 23/8. O requisito exigido é que o aluno saiba usar o básico do Pubmed.

Curso Estratégias de Busca para Revisão Sistemática no PubMed

Quando: 24/08/2017
Horário: 15h às 17h
Local: Sala de Aula I da Biblioteca, Fiocruz Bahia – Rua Waldemar Falcão, 121, Candeal.

Vagas limitadas!

 

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Inscrições abertas para o curso Mendeley

CURSOS CONTINUADOS MENDELEYDando continuidade ao programa Treinamentos Continuados, a Biblioteca de Ciências Biomédicas Eurydice Pires de Sant’Anna, da Fiocruz Bahia, realizará o curso Mendeley no dia 17 de agosto. Os interessados em participar deverão se inscrever pelo hotsite https://cursos.bahia.fiocruz.br/treinamentoscontinuados, até o dia 16/8. Mendeley é um gerenciador de referências livre e uma rede social acadêmica. As vagas são limitadas!

Curso Mendeley

Quando: 17 de agosto (quinta-feira)
Horário: 15h às 17h
Local: Sala de Aula I da Biblioteca, Fiocruz Bahia – Rua Waldemar Falcão, 121, Candeal.

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Prorrogado o prazo para submissão de trabalho para o XIII Simpósio Internacional sobre HTLV-1 no Brasil

SIMP_HTLV2017-PROrrgO prazo para submissão de trabalhos para o XIII Simpósio Internacional sobre HTLV-1 no Brasil foi prorrogado até o dia 21 de agosto. Interessados em participar do evento podem realizar as inscrições até o dia 02 de setembro, também no site do simpósio. O evento reunirá, nos dias 11 a 13 de setembro, em Salvador, renomados pesquisadores para discutir sobre pesquisa de ponta em HTLV. O público-alvo são pesquisadores, médicos, profissionais e estudantes da área de saúde.

Coordenado pelos pesquisadores da Fiocruz Bahia, Bernardo Galvão e Maria Fernanda Grassi, o evento pretende difundir os avanços gerados pelos diferentes grupos de pesquisa, aprofundar a discussão sobre epidemiologia, patogênese e tratamento da infecção e fortalecer redes de colaboração entre os pesquisadores das diversas instituições brasileiras e internacionais.

Os pacientes também participarão ativamente da programação, expondo suas demandas. Nessa ocasião, será realizado o I Encontro Estadual de HTLV da Bahia, voltado principalmente para os profissionais de saúde da rede do Sistema Único de Saúde que cuidam de pacientes infectados pelo HTLV, objetivando integrar o conhecimento básico à prática clínica. O evento permitirá a criação da Associação Brasileira de Retrovirologia, afiliada a Sociedade Internacional de Retrovirologia.

Clique aqui para conferir a programação, critérios para envio de trabalhos e outras informações.

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Dissertação avalia o fluxo sanguíneo cerebral em criança e adolescentes com doença falciforme

AUTOR: Bartholomew Friday Chukwu
ORIENTADORA: Marilda de Souza Gonçalves
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “Velocidade de Fluxo Sanguíneo Cerebral em Criança e Adolescentes com doença Falciforme em Salvador, Bahia”.
PROGRAMA: Mestrado em Patologia Humana (UFBA /Fiocruz)
DATA DE DEFESA: 16/08/2017

RESUMO

Introdução: a doença falciforme (DF) é caracterizada por complicações agudas e crônicas. Entre as agudas podemos citar: episódios álgicos, síndrome torácica aguda (STA), priapismo, crise hemolítica, infecções agudas e acidente vascular cerebral (AVC), sendo este útimo responsavel por complicações a longo prazo. A velocidade do fluxo sanguíneo cerebral elevada é o fator de risco mais importante para o desenvolvimento do AVC. A identificação de pacientes de risco associados a velocidades de fluxo sanguíneos cerebrais anormais é realizada pelo Doppler transcraniano (DTC), exame fundamental à prevenção primária desse evento.

Objetivos: avaliar as velocidades de fluxo sanguíneo cerebral em crianças e adolescentes com DF em Salvador-Bahia, para identificar aqueles com risco alto de AVC, além de correlacionar as velocidades de fluxo cerebral com os perfis clínico e hematológico dos pacientes.

Metodos: o DTC por insonação, utilizando uma sonda de 2 MHZ, foi realizado em crianças de 2 a 16 anos que preencheram os critérios de inclusão no estudo. A saturação de oxigênio e os parâmetros antropométricos foram medidos e os perfis clínico e hematológico foram obtidos dos prontuários de cada paciente.

Resultados: cento e trinta e cinco pacientes foram recrutados para o estudo. A mediana geral da velocidade média máxima (VMMAX) foi de 125cm/s. Pacientes com anemia falciforme (HbSS; AF) apresentaram velocidades significamente mais elevadas (131cm/s) que aqueles com HbSC (107cm/s). Apenas um (0,74%) paciente apresentou a velocidade de fluxo sanguíneo cerebral anormal e 18 (13,33%) apresentaram velocidade de fluxo sanguíneo condicional. As velocidades de fluxo sanguuíneo cerebral correlacionaram-se inversamente com a saturação de oxigênio, concentração de hemoglobina e idade do paciente, e positivamente com a contagem total de leucócitos, neutrófilos, monócitos e plaquetas. A contagem total de leucócitos, neutrófilos, monócitos e a concentração de hemoglobina fetal (HbF), e idade do paciente, apresentaram associação linear com a velocidade do fluxo sanguuíneo cerebral, enquanto outras variáveis foram mantidas constantes. Os pacientes que apresentaram história pregressa de STA e eventos dolorosos recorrentes apresentaram risco aumentado para o desenvolvimento de velocidades de DTC alteradas.

Conclusão: a frequência de velocidade do fluxo sanguíneo cerebral anormal em crianças e adolescentes com DF em Salvador-bahia foi baixa. As crianças mais jovens e aquelas com AF apresentaram, geralmente, velocidades do fluxo sanguíneo cerebral mais elevadas e risco maior para o desenvolvimento de velocidades alteradas. A presença de saturação de oxigênio e concentração de hemoglobina diminuídas e leucometria e contagem de plaquetas elevadas estiveram associadas as velocidades de fluxo sanguíneo cerebral mais elevadas ao serem estimadas pelo DTC.
Palavras chave: doença falciforme; Doppler transcraniano; crianças; adolescentes; Salvador.

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Começou a Feira de Soluções para a Saúde – Zika

IMG_7849As atividades da “Feira de Soluções para a Saúde – Zika” foram iniciadas hoje (8/8), em Salvador, nas dependências do Senai/Cimatec. O evento promovido pela Fiocruz Brasília em parceria com o Centro de Integração de Dados em Conhecimento para a Saúde (Cidacs/ Fiocruz Bahia), reúne, até o dia 10/8, diversos expositores que apresentarão um importante conjunto de soluções para as arboviroses que acometem o Brasil. A feira é a primeira de uma série de cinco – uma em cada região do País.

Autoridades dos campos da ciência e da saúde, além de gestores de instituições do governo federal, estadual e municipal participaram da abertura do evento. Também estiveram presentes a Diretora da Fiocruz Bahia Marilda Gonçalves e os Vice-Diretores de Educação e Gestão da instituição, Patrícia Veras e Valdeyer Galvão dos Reis, respectivamente.

O governador da Bahia Rui Costa falou sobre a disseminação de conhecimento nas escolas para sensibilizar mais fortemente as famílias sobre as ações de prevenção das doenças e da importância do desenvolvimento de estratégias para redução de mosquitos. “Espero que nós possamos num próximo encontro já colher os frutos desses debates”, enfatizou.

A presidente da Fiocruz Nísia Trindade, que não pode comparecer à solenidade em função de uma reunião estratégica no Ministério da Saúde, através de vídeo ressaltou a importância da busca de soluções para os problemas associados à epidemia de zika. “É uma satisfação ver esse trabalho sendo realizado. Não poderia deixar de mandar um abraço a cada um dos organizadores e a cada um que faz com que seja realidade esse trabalho de associação entre a educação, a pesquisa e a atenção à saúde da população de uma maneira integrada, que é a única forma de darmos uma resposta às questões de saúde”, concluiu a presidente da Fundação.

A representante da ONG Projeto “Abraço a Microcefalia” Joana Passos salientou a importância da feira na troca de experiências entre mães com filhos com microcefalia. “Essa integração tem o objetivo de oferecer melhor qualidade de vida para as crianças com microcefalia, elas precisam de cuidado para o resto de suas vidas, sobretudo precisam ser incluídas na sociedade”, afirmou.

A palestra de abertura, que contemplou o tema “O papel da translação do conhecimento para soluções de Saúde Pública”, foi ministrada pela pesquisadora da Fiocruz Pernambuco Celina Turchi, responsável pela equipe que estabeleceu o vínculo entre o zika e a microcefalia. A médica foi eleita pela revista “Time” como uma das 100 pessoas mais influentes de 2017 e escolhida como uma das dez cientistas mais importantes de 2016 pela revista “Nature”.

Nos dois primeiros dias da Feira, a programação contempla também o Seminário Internacional da resposta brasileira ao Zika vírus, organizado pelo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e parceiros. Outro destaque será o Hackathon, maratona tecnológica em que os participantes serão desafiados a propor o desenvolvimento de softwares ou aplicativos que facilitem a prevenção e o combate às arboviroses como zika, dengue e chikungunya.

Clique aqui e confira a programação completa.

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Simpósio Internacional sobre HTLV-1 está com as inscrições abertas

SIMP_HTLV2017O XIII Simpósio Internacional sobre HTLV-1 no Brasil reunirá, nos dias 11 a 13 de setembro, em Salvador, renomados pesquisadores para discutir sobre pesquisa de ponta em HTLV. As inscrições podem ser feitas pelo site do simpósio até o dia 02 de setembro. Já o prazo para submissão dos trabalhos científicos vai até 11 de agosto. O público-alvo são pesquisadores, médicos, profissionais e estudantes da área de saúde.

Coordenado pelos pesquisadores da Fiocruz Bahia, Bernardo Galvão e Maria Fernanda Grassi, o evento pretende difundir os avanços gerados pelos diferentes grupos de pesquisa, aprofundar a discussão sobre epidemiologia, patogênese e tratamento da infecção e fortalecer redes de colaboração entre os pesquisadores das diversas instituições brasileiras e internacionais.

Os pacientes também participarão ativamente da programação, expondo suas demandas. Nessa ocasião, será realizado o I Encontro Estadual de HTLV da Bahia, voltado principalmente para os profissionais de saúde da rede do Sistema Único de Saúde que cuidam de pacientes infectados pelo HTLV, objetivando integrar o conhecimento básico à prática clínica. O evento permitirá a criação da Associação Brasileira de Retrovirologia, afiliada a Sociedade Internacional de Retrovirologia.

Clique aqui para conferir a programação, critérios para envio de trabalhos e outras informações.

 

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Influência do poliformismo de genes na anemia falciforme em pacientes pediátricos é estudado em dissertação

AUTORA: Rifkath Marie Laurence Rahimy
ORIENTADORA: Dalila Luciola Zanette
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: Poliformismo no genes UGT1A1 e BCL11A: Relação com fatores laboratoriais e com a resposta a Hidroxiureia em pacientes com anemia falciforme.
PROGRAMA: Mestrado em Patologia Humana (UFBA /Fiocruz)
DATA DE DEFESA: 18/08/2017

RESUMO

INTRODUÇÃO: Os níveis séricos de bilirrubina encontram-se frequentemente aumentados em pacientes com anemia falciforme, já acometidos por hemólise exacerbada, favorecendo a agravação do quadro clinico e a ocorrência de litíases biliares.

OBJETIVO: O objetivo do presente estudo foi analisar a influência do polimorfismo A(TA)nTAA no promotor do gene UGT1A1 e de dois polimorfismos no gene BCL11A (rs1427407 e rs7606173), sobre alguns parâmetros laboratoriais e sobre a resposta à hidroxiureia em pacientes pediátricos com anemia falciforme.

MATERIAL E MÉTODOS: Amostras de soro e sangue total foram utilizadas para a realização das análises hematológicas e bioquímicas. O DNA foi extraído a partir de amostras de sangue periférico, e os fragmentos contendo os polimorfismos foram amplificados pelo método de reação em cadeia da polimerase, seguido de sequenciamento com primers específicos.

RESULTADOS: Foram estudados 97 pacientes, com idade variando entre dois e 17 anos (7,433±4,075). Para o polimorfismo em UGT1A1, foram encontrados de cinco até oito repetições (TA) e as frequências do alelo selvagem (TA)6 e do alelo mutante (TA)7 foram respectivamente de 0,60 e 0,34. Quarenta pacientes (41,24%) eram homozigotos para o alelo (TA)6, 33 heterozigotos (TA)6/7, e 13 homozigotos (TA)7/7. Os níveis de bilirrubina total e indireta foram significativamente maiores nos pacientes com sete ou mais repetições (TA), p=0,0038 e p=0,0022, respectivamente, em comparação aos homozigotos (TA)6/6 ou heterozigotos (TA)5/6 ou (TA)5/7. Foi encontrada uma correlação negativa significativa entre os níveis de hemoglobina fetal e os níveis de bilirrubina total (r=-0,3782, p=0,0001) e de bilirrubina indireta (r=-0,3761, p=0,0015), sendo que para os indivíduos (TA)7/7 e (TA)7/8, essa correlação deixou de ser válida (p>0,05), tanto para a bilirrubina total quanto para a bilirrubina indireta. Ademais, níveis maiores de bilirrubina nos indivíduos (TA)7/7 e (TA)7/8 não foram associados a aumento dos níveis de marcadores de hemólise. A frequência do alelo ancestral G do rs1427407 foi de 0,78 e para o alelo selvagem G do rs7606173, a frequência foi 0,57. Em indivíduos sem uso de hidroxiureia, houve uma diferença significativa dos níveis de hemoglobina fetal entre os genótipos do rs1427407 (p=0,0382), sendo o maior nível associado com o genótipo mutante TT, enquanto ocorreu um aumento não significativo para o genótipo selvagem GG do rs7606173. Subsequentemente, os pacientes homozigotos TT para o rs1427407 tiveram menores níveis de bilirrubina total e indireta (p=0,0102 e p=0,0108). Não foi encontrada associação TT/CC, e também não foi encontrado homozigoto mutante TT nos pacientes portadores do haplótipo CAR/CAR.

CONCLUSÕES: Este estudo confirmou que o alelo (TA)7 está associado a níveis elevados de bilirrubina, independentemente do grau de hemólise. O alelo mutante T do rs1427407 e o alelo ancestral G do rs7606173 são associados à níveis maiores de hemoglobina fetal e menores níveis de bilirrubina, sendo o efeito maior associado ao alelo T.

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Indução de enzima heme oxygenase-1 reflete desfechos clínicos do tratamento antituberculose

02 08 ho1 induces tuberculoseUm estudo com o objetivo de ampliar a análise da enzima antioxidante heme oxygenase-1 (HO-1) como biomarcador da tuberculose ativa e de delinear os mecanismos através dos quais o bacilo Mycobacterium tuberculosis (MTb) induz a produção de HO-1 em células infectadas, foi realizado por pesquisadores vinculados a instituições de pesquisa e ensino nacionais e estrangeiras, coordenados pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Bruno Andrade.

A pesquisa descrita no artigo “Mycobacterium tuberculosis Induction of Heme Oxygenase-1 Expression Is Dependent on Oxidative Stress and Reflects Treatment Outcomes”, publicado no periódico científico Frontiers in Immunolgy, em maio; analisou a expressão de HO-1 in vivo em infecção experimental de coelhos, camundongos e primatas não-humanos e confirmou, nestes diferentes modelos animais, que os níveis de HO-1 estão associados à infecção e doença ativas e diminuem em função de terapia antituberculose (ATT).

Também foram examinadas as concentrações circulantes de HO-1 em uma coorte de 130 pacientes com tuberculose pulmonar co-infectados e não infectados com HIV-1, submetidos a ATT, para investigar mudanças na expressão deste biomarcador em relação ao estado de HIV-1, gravidade da doença radiológica e resultado da ATT. Além disso, foram realizados estudos in vitro usando macrófagos humanos derivados de monócitos infectados e macrófagos de murídeos derivados da medula óssea.

Os achados da pesquisa fornecem uma visão mais aprofundada sobre a utilidade do HO-1 como biomarcador de ambas as doenças e como terapia bem-sucedida em pacientes co-infectados e monocectados pela tuberculose, revelando uma via previamente indocumentada que liga a expressão da enzima ao estresse oxidativo.

A doença

A tuberculose é uma doença aérea causada por infecção com bacilos de Mycobacterium tuberculosis e é um importante problema de saúde global, já que estima-se que aproximadamente 1,7 bilhão de pessoas estão infectadas. Em 2015, estimava-se que 1,4 milhões de pessoas morreram de tuberculose apenas, com mais de 0,4 milhão de mortes como resultado da co-infecção tuberculose-HIV, tornando a doença das 10 principais causas de morbidade e morte em todo o mundo.

A HO-1 é uma potente enzima antioxidante, que é induzida em resposta ao estresse celular. Em vários sistemas experimentais, a expressão de HO-1 é desencadeada em resposta a fatores como o acúmulo de heme, exposição a compostos tóxicos de arsênio, hipoxia, fome. A enzima catalisa a degradação de moléculas de heme em ferro livre, biliverina e monóxido de carbono (CO), o último produto exibindo efeitos anti-inflamatórios e citoprotetores.

Os mecanismos pelos quais o bacilo induz HO-1, bem como a forma como a sua expressão é afetada pela coinfecção do HIV-1 e a terapia antituberculose bem-sucedida (ATT), ainda são pouco compreendidas.

O conceito de que o HO-1 pode realmente promover a infecção por tuberculose é apoiado por experimentos em que o crescimento de Mycobacterium tuberculosis em macrófagos foi suprimido pela adição de um inibidor farmacológico da atividade enzimática HO-1 do hospedeiro. O mesmo fármaco quando administrado em ratos infectados com o bacilo induziu uma diminuição substancial nas cargas de micobacterias pulmonares quando administrado em conjunto com terapia antibiótica antituberculose e aceleração da depuração bacteriana. Juntos, esses resultados argumentam que, no contexto da infecção da tuberculose, a HO-1 pode ser prejudicial e não benéfica.

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Confira o Especial da Semana do Aleitamento Materno

Incentivar a amamentação. Oferecer apoio e acolhimento às mulheres. Conscientizar a população e os profissionais de saúde sobre a importância do aleitamento materno para a saúde da mãe e do bebê. Contribuir para a redução das taxas de mortalidade infantil, com a consequente melhora da saúde da população infantil e materna. Demonstrar os benefícios que traz para a sociedade e o país.

Em 2016, a rBLH-Br beneficiou cerca de 166 mil recém-nascidos internados em unidades de tratamento intensivo e semi-intensivo do país (foto: Peter Ilicciev)
Estes são os principais objetivos da Semana Mundial da Amamentação (SMAM), comemorada desde 1992 em mais de 150 países, por iniciativa da Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno (World Alliance for Breastfeeding Action – Waba). No Brasil, a Semana Mundial foi coordenada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) até 1998. A partir do ano seguinte, a coordenação passou ao Ministério da Saúde, que continua a realizar as campanhas em parceria com a SBP.

As comemorações da Semana Mundial da Amamentação no Brasil foram instituídas entre 1º e 7 de agosto, por portaria do Ministério da Saúde. Além de utilizar a participação de mulheres e homens famosos como madrinhas e padrinhos, para chamar a atenção do público para a importância do aleitamento materno, as campanhas também adaptam os temas definidos pela Waba à realidade brasileira. Em 2017, o lema é “Trabalhar juntos para o bem comum”.

Pioneira no atendimento à saúde da mulher e da criança, a Fundação Oswaldo Cruz mantém-se engajada nas campanhas pelo aleitamento materno por meio das ações do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz). Unidade voltada para ensino, pesquisa, assistência, desenvolvimento tecnológico e extensão no âmbito da saúde da mulher, da criança e do adolescente, o IFF é responsável pela criação e coordenação da Rede Brasileira de Banco de Leite Humano (rBLH-BR) e do Programa Iberoamericano de Bancos de Leite Humano.

Criada ainda na década de 1980, a Rede Brasileira de Banco de Leite Humano é considerada a maior e mais complexa do mundo pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Referência para outras experiências internacionais, o Banco de Leite Humano (BLH) idealizado pela Fiocruz é responsável pela promoção do aleitamento materno e execução das atividades de coleta, processamento e controle de qualidade do leite produzido nos primeiros dias após o parto (o colostro), leite de transição e leite humano maduro, para posterior distribuição sob prescrição do médico ou nutricionista.

De 31 de julho a 4 de agosto, neste especial, realizado em parceria com o Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), a Agência Fiocruz de Notícias publicará materiais que reforçam o protagonismo das ações da Fundação no incentivo ao aleitamento materno. Nos destaques laterais, é possível conhecer as principais iniciativas da Fiocruz em relação ao tema. Outras orientações importantes para mães e profissionais de saúde também estão relacionadas no especial, como entrevistas e material de apoio em livros e vídeos. Como diz o lema da campanha 2017 da Semana Mundial da Amamentação, seguimos trabalhando juntos para o bem comum.

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Divulgado resultado do processo seletivo de bolsas PIBIC e PIBITI/CNPq após julgamento de recursos

pibic peq OK resultadoA coordenação do Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC) torna público o resultado do processo seletivo de bolsas PIBIC e PIBITI CNPq, coordenado pela Coordenação PIBIC/RJ, após o julgamento dos recursos. Clique aqui para acessar o documento.

Os resultados por ordem de classificação e as notas de corte podem ser acessados através dos sites www.pibic.fiocruz.br e www.pibiti.fiocruz.br. Maiores informações sobre a avaliação dos bolsistas, assim como pedidos de reconsideração, devem ser solicitadas nas próximas 48 horas à Coordenação PIBIC/RJ, através do e-mail pibic@fiocruz.br.

Próximos passos:
– A Coordenação PIBIC/Rio ressalta que os alunos classificados ficarão aguardando a disponibilidade de cotas liberadas pelo CNPq, o número total só nos é informado no momento da implementação.
– Os candidatos aprovados serão indicados na Plataforma Carlos Chagas a partir do dia 01 de agosto de 2017 e receberão um e-mail do CNPQ para finalizarem o cadastro e o Termo de Aceite.
– Os candidatos aprovados devem realizar o cadastro na intranet e o curso de Biossegurança e serão vinculados ao IGM a partir do dia 01/08, após a implementação das bolsas.

 

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Prorrogadas inscrições para vagas de estágio não obrigatório

ESTAGIO prorrogadasForam prorrogadas as inscrições para seleção de estagiários da Fiocruz, o novo prazo é o dia 4 de agosto (sexta-feira). Confira o edital. Para se candidatar à vaga, o candidato deve preencher o formulário online e enviar os documentos até o dia 8 de agosto. O período de seleção acontecerá entre 14 de setembro e 6 de outubro e o resultado final será divulgado entre os dias 6 e 16 de outubro.

As vagas podem ter carga horária de quatro ou seis horas diárias, conforme requisitos dispostos em cada perfil e os limites previstos na lei. Os selecionados receberão bolsa estágio de acordo com o nível e a carga horária: Nível superior (quatro horas) R$ 364,00, (seis horas) R$ 520,00, nível médio (quatro horas) R$ 203,00, (seis horas) R$ 290,00. Além da bolsa, os estagiários receberão o auxílio transporte no valor de R$ 132,00.

O edital e seus anexos detalham todas as etapas do processo seletivo por grupos e perfis. A divulgação do resultado da primeira fase (análise da documentação) está prevista para 11 de setembro.

 

Vagas para Bahia (nível superior):

Administração com interesse em gestão de projetos –  1 VAGA
Arquivologia/Biblioteconomia – 2 VAGAS
Administração ou  Gestão de Pessoas – 1 VAGA
Comunicação Social com habilitação em Jornalismo –  1 VAGA
Engenharia Ambiental, Química , Biologia, Farmácia  ou Segurança do Trabalho – 1 VAGA
Administração, Contabilidade ou Economia – 1 VAGA
Engenharia Civil – 1 VAGA
Engenharia Elétrica – 1 VAGA

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Intervenções evitam reprodução de Aedes aegypti em bocas de lobo em bairro de Salvador

intervenções nos bueirosEm cenários urbanos, as estruturas de drenagem de águas pluviais, conhecidas como bocas de lobo ou bueiros, podem reter água e servir como local de desenvolvimento do mosquito Aedes aegypti, o principal vetor de vírus da dengue, chikungunya e zika. Com base nessa informação e com o intuito de reduzir a quantidade de mosquitos transmissores de doenças, a associação de moradores de um condomínio fechado de Salvador, Bahia, realizou, entre abril e maio de 2016, uma intervenção em 52 drenos pluviais.

A intervenção consistiu em colocar concreto na parte inferior das bocas de lobo para elevar sua base até o nível do tubo de saída água, evitando seu acúmulo, e na instalação de uma malha metálica cobrindo o tubo de saída, para evitar o entupimento com detritos.

Diante desse cenário, o pesquisador da Fiocruz Bahia Guilherme Ribeiro coordenou um estudo sobre o efeito dessas mudanças na prevenção do acumulo de água parada e sua consequente infestação pelo Aedes e outros mosquitos nas fases adulta e imatura. Os resultados desta pesquisa podem ser acessados no artigo “Effect of an intervention in storm drains to prevent Aedes aegypti reproduction in Salvador, Brazil, publicado no periódico Parasite & Vectors, em 11 de julho.

Para determinar o impacto destas intervenções, a equipe composta por pesquisadores da Fiocruz Bahia, do Instituto de Saúde Coletiva, UFBA e das Universidade de Emory e do Texas (EUA), comparou a frequência em que essas bocas de lobo acumulavam água, bem como mosquitos adultos e imaturos, utilizando dados analisados anterior e posteriormente à intervenção.

Resultados

Durante as inspeções realizadas antes da intervenção, 92,3% das bocas de lobo acumulavam água. Mosquitos Aedes aegypti imaturos e adultos foram encontrados em 21% e 19% das bocas de lobo, respectivamente. Após a intervenção, a água ficou acumulada em apenas 9,6% das bocas de lobo, nenhuma apresentou Aedes imaturos e apenas 5,8% continham adultos. Com isso, após a intervenção, o número total de Aedes imaturos coletados diminuiu de 109 para 0 e os adultos diminuíram de 37 para 8. A coleta de outros mosquitos adultos e imaturos (principalmente Culex spp. – muriçoca) também diminuiu.

De acordo com os autores, este estudo exemplifica como uma simples intervenção sobre estruturas de drenagem pluvial pode resultar em uma redução importante da retenção de água e, consequentemente, impactar a proliferação das populações do Aedes aegypti. No entanto, os pesquisadores ressalvam que ainda são necessárias avaliações maiores e em diferentes locais para confirmar se modificações estruturais em drenos realizados em toda uma cidade têm potencial de reduzir a infestação dos mosquitos transmissores de doenças em uma maior escala.

Confira matéria relacionada ao tema:

Estudo publicado na Parasite & Vectors aponta que bueiros são focos de mosquito transmissor de arboviroses

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Cidacs abre vagas para pesquisadores

cidacs vagas para pesquisadoresO Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/ Fiocruz Bahia) seleciona quatro pesquisadores doutores em Epidemiologia, Geografia, Estatística, Economia Aplicada ou áreas correlatas. Os selecionados participarão de dois projetos de pesquisas: um de estruturamento de uma coorte de nascimentos para o estudo dos impactos epidemiológicos produzidos pela transmissão congênita do vírus Zika e outro focado na análise de questões relacionadas à equidade e a sustentabilidade de áreas urbanas e seus efeitos na saúde.

As vagas são para Salvador (BA) e a remuneração varia entre R$ 4,6 mil e R$ 6 mil mensais por, no mínimo, 12 meses. As inscrições encerram dia 27/08.

Confira abaixo os editais:
Pesquisador em epidemiologia
Pós-doc em análises espaciais e problemas urbanos
Analista de Pesquisa

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Pesquisadora participa de formação internacional em liderança climática

IMG_2288A pesquisadora da Fiocruz Bahia Nelzair Vianna recebeu o certificado do curso Climate Reality Leadership Corps, que aconteceu nos dias 27 a 29 de junho, nos EUA. Trata-se de um curso de formação de liderança em mudanças climáticas com representantes de diversos países e setores: ciência, governo, educação, empreendedores e sociedade civil. O evento foi promovido pelo The Climate Reality Project, organização sem fins lucrativos, que tem como Fundador o Ex Vice Presidente dos Estados Unidos e Prêmio Nobel da Paz, Al Gore, que ministrou algumas palestras.

A pesquisadora conta que foi a única representante do Brasil neste treinamento, entre outros líderes locais já formados em eventos anteriores. “A partir da minha história profissional e pessoal tive a oportunidade de aplicar candidatura para este curso, que seleciona pessoas engajadas na sua comunidade. Foi pontuado a minha atuação como pesquisadora neste tema e engajamento na comunidade local. Meu objetivo é, por meio da ciência, poder dialogar com os outros setores para enfrentar as situações de vulnerabilidade que ainda podem, de alguma forma, serem revertidas”, afirma Vianna.

Estudando esta temática desde 2005, a pesquisadora do Laboratório de Epidemiologia Molecular e Bioestatística – LEMB, começou realizando estudos sobre a contaminação atmosférica urbana por metais pesados em sete locais de Salvador e seguiu seus estudos aplicando a metodologia de análise de riscos, trazendo evidencias científicas para a tomada de decisão em políticas públicas locais. Hoje, é responsável pelo desenvolvimento de pesquisas científicas na área de Saúde Ambiental na Fiocruz Bahia.

“Considerando que a crise climática atualmente também é reconhecida como emergência médica, torna-se relevante envolver a instituição na produção de conhecimentos e engajamento diante das soluções propostas para o combate às mudanças climáticas”, conta. “A oportunidade de realizar este treinamento com uma liderança tão influente em nível global como o Al Gore foi instigante, sobretudo pela capacidade que ele tem de envolver, além de cientistas na área climática e da saúde, outros atores fundamentais para a busca de soluções ao que estamos vivendo”, completa a pesquisadora.

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Plataforma Zika apresenta seus primeiros resultados com Feira de Soluções para a Saúde

A “Plataforma Zika – Plataforma de vigilância de longo prazo para a Zika e suas consequências, no âmbito do SUS”, projeto do Centro de Integração de Dados em Conhecimento para a Saúde (Cidacs/ Fiocruz), apresenta seus primeiros resultados com a realização das Feiras de Soluções para a Saúde – Zika, série de cinco – uma em cada região do País, a primeira será realizada em Salvador, entre os dias 08 e 10 de agosto.

O objetivo geral da plataforma é a integração de conhecimentos da coorte epidemiológica com diferentes bases de dados da saúde e de políticas de desenvolvimento social (CadÚnico/PBC), para acompanhamento de longo prazo das condições de vida de crianças nascidas entre 2001 e 2015, acometidas pelo vírus.

“A Plataforma foi proposta como uma contribuição da Fiocruz em resposta à emergência decorrente da epidemia de zika e da identificação das anomalias congênitas decorrentes da infecção na gestação, durante o primeiro semestre de 2016”, conta Wanderson Oliveira, membro da plataforma que conta com outros cerca de 50 pesquisadores, apoiadores e instituições participantes no Brasil e no exterior.

O estudo atuará em cinco eixos: Epidemiologia, Pesquisas, Redes, Segurança e Ciência aberta.  Cada eixo possui um responsável pela coordenação e gestão de projetos e subprojetos. Apesar de serem integrados, os mesmos possuem independência e agenda própria de atividades. A Feira de Soluções é um dos produtos esperados no desenvolvimento do Eixo 3.

zika

O evento, promovido pela Fiocruz Brasília em parceria com o Centro, receberá centenas de expositores que apresentarão um importante conjunto de soluções para as arboviroses que acometem o Brasil.

Nos dois primeiros dias da Feira, a programação contempla também o Seminário Internacional da resposta brasileira ao Zika vírus, organizado pelo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e parceiros. Outro destaque será o Hackathon, maratona tecnológica em que os participantes serão desafiados a propor o desenvolvimento de softwares ou aplicativos que facilitem a prevenção e o combate às arboviroses como zika, dengue e chikungunya.

Ondas de infecções

Uma pesquisa sobre as duplas epidemias da infecção do vírus foi realizada por Wanderson Oliveira, resultado de sua tese de doutorado em epidemiologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Em conjunto com estudiosos vinculados ao Ministério da Saúde e da UFGRS, o pesquisador utilizou dados obtidos através dos sistemas de informação de saúde, coordenados pelo Ministério da Saúde, de janeiro de 2015 até novembro de 2016, e analisou o agrupamento espacial da infecção durante a gravidez e da microcefalia no país, para obter a estimativa da densidade.

Os achados deste estudo foram publicados no periódico científico The Lancet, em 22 de junho, no artigo Infection-related microcephaly after the 2015 and 2016 Zika virus outbreaks in Brazil: a surveillance-based analysis. A pesquisa identificou duas ondas distintas de possíveis infecções pelo vírus Zika que se estenderam em todas as regiões brasileiras no período analisado. Dados apontam que a distribuição da microcefalia relacionada à infecção após os surtos do vírus variou ao longo do tempo e nas regiões brasileiras. As razões para essas aparentes diferenças ainda não estão totalmente esclarecidas.

A maioria dos casos (70,4%) de microcefalia ocorreu na região nordeste após a primeira onda de infecções, com o pico de ocorrência mensal estimado em 49,9 casos por 10 000 nascimentos vivos. Após uma grande e bem documentada segunda onda de infecção pelo vírus em todas as regiões do Brasil, de setembro de 2015 a setembro de 2016, a ocorrência de microcefalia foi muito menor do que a primeira, atingindo níveis de epidemia em todas as regiões brasileiras, exceto no Sul, com picos mensais estimados variando de 3,2 a 15 casos por 10 000 nascimentos vivos.

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Curso internacional é selecionado em chamada de apoio da Fiocruz

Curso internacional apoio da FiocruzO I International Course on Immune Regulation foi selecionado na chamada para apoio à realização de cursos de curta duração com abrangência internacional da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC) da Fiocruz. A iniciativa da VPEIC visa incentivar e consolidar a cooperação e intercâmbio dos Programas de Pós-graduação da Fiocruz entre si e com instituições estrangeiras.

Trata-se de um curso sobre imunoregulação, abrangendo as áreas de câncer, doenças infecciosas e metabólicas, bem como avanços da nanotecnologia na área. Os convidados internacionais são os especialistas em imunoterapia para o câncer e terapia celular com CAR-T cells, Attilio Bondanza, vinculado à da Universidade de San Raffaele (Itália), e em regulação por microRNAs, Carlos Henrique Cardoso Serezani, da Universidade de Vanderbilt (EUA).

Coordenado pelos pesquisadores da Fiocruz Bahia Bruno Solano, Natália Tavares e Theolis Bessa, o curso concorreu com diversos eventos de outras unidades da Fundação, para uma lista restrita destinada a apoiar até 10 propostas. Mais detalhes sobre a programação do curso serão divulgados com a abertura das inscrições.

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Estudo descreve surto de enfermidade conhecida como “doença da urina preta” em Salvador

25 07 doença de haffIntitulado Clinical and laboratory evidence of Haff disease – case series from an outbreak in Salvador, Brazil, December 2016 to April 2017, o artigo publicado em junho, no periódico Eurosurveillance, descreve os primeiros 15 casos ocorridos durante um surto da doença de Haff, em Salvador, Bahia. O surto teve início em dezembro de 2016 e se prolongou até abril de 2017, acometendo um total de 67 pessoas. Embora uma intensa dor muscular seja a principal característica da doença, durante o período do surto, os doentes ficaram conhecidos como tendo a “doença da urina preta”, devido ao relato de escurecimento da urina por alguns dos pacientes.

Em dezembro de 2016, após a identificação dos primeiros seis casos, as autoridades locais de saúde pública iniciaram uma pesquisa ativa de novos casos nas unidades de saúde e hospitais em Salvador e também pesquisaram registros médicos para identificar retrospectivamente casos compatíveis com a doença de Haff, que poderiam ter ocorrido entre julho e dezembro do mesmo ano.

A equipe de pesquisa, composta pelos pesquisadores da Fiocruz Bahia Guilherme Ribeiro, Maria Fernanda Grassi e pelo doutorando Antônio Bandeira, em conjunto com o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) de Salvador e profissionais vinculados a outras instituições de pesquisa e ensino, utilizaram a seguinte definição de caso para identificação de casos suspeitos da doença de Haff: início súbito de dor muscular em mais de duas regiões do corpo não relacionados à atividade física, associado a níveis elevados de creatinina fosfoquinase (CPK) e consumo de peixe ou produtos derivados de peixe nas 72h que precederam o surgimento dos sintomas. Dentre os 15 casos reportados, 14 haviam ingerido peixe cozido das espécies ‘Olho de Boi’ (Seriola spp) ou ‘Badejo’ (Mycteroperca spp).

Apenas uma pessoa não teria comido peixe, mas consumiu um prato de comida baiana com possíveis subprodutos de peixe. Oito pacientes relataram urina escura compatível com mioglobinúria e uma erupção cutânea leve foi observada em quatro. Onze casos faziam parte de quatro grupos familiares, enquanto que quatro casos isolados também foram identificados. Treze pacientes foram hospitalizados, metade deles por menos de 3 dias. A idade dos enfermos variou entre 14 e 75 anos.

Dos pacientes estudados, dez fizeram teste de chikungunya e zika, dada a circulação significativa de ambos os vírus em Salvador desde 2015, e realizaram análises de RT-PCR para enterovírus e parechovírus. Os resultados deram negativo, descartando a possibilidade de infecção viral. Além disso, peças de peixes não cozidos de um paciente foram enviadas para análise de toxinas na Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos (EUA), através do Ministério da Saúde; não revelando toxinas ou contaminação de metais pesados.

Em 21 casos semelhantes nos EUA, onde as amostras de peixes ou frutos do mar suspeitos foram testadas, também todas resultaram negativas para diferentes toxinas aquáticas mais conhecidas. Ainda assim, a equipe trabalha com a hipótese de que a causa mais provável da doença seja uma toxina presente na cadeia alimentar aquática.

Sobre a doença

Os casos de doença de Haff foram descritos pela primeira vez em 1924, na região do Báltico, na Prússia e na Suécia e envolveram o consumo de diferentes peixes de água doce cozidos. Posteriormente, os Estados Unidos e China também reportaram casos associados à ingestão de peixes e lagostins respectivamente. No Brasil, um surto de 27 casos de doença de Haff ocorreu durante 4 meses no norte do estado do Amazonas, em 2008, e um caso adicional da região amazônica foi relatado em 2013. Relatos desta região sugerem que a ingestão de três espécies diferentes de peixes de água doce presentes nos rios amazônicos estariam associados à doença. Como no surto de Salvador, na Amazônia, o mesmo padrão de agregados dos casos em núcleos familiares foi observado.

Os pesquisadores ressaltam a importância de que os médicos de outras localidades estejam alertas no caso de pacientes que retornem de Salvador com mialgia e sintomas de rabdomiólise, para considerar a doença de Haff como possível diagnóstico diferencial. Também deve ser tomado cuidado ao tratar estes pacientes, de modo a evitar agentes anti-inflamatórios não esteróides, devido a uma possível toxicidade renal simultânea.

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PROIIC divulga o resultado do processo seletivo de bolsistas PIBIC e PIBITI CNPq

pibic peq OK resultadoO PROIIC divulga o resultado do processo seletivo de bolsistas PIBIC e PIBITI CNPq, conduzido pela Coordenação PIBIC/RJ. Os resultados (clique aqui para acessar) e as notas de corte também podem ser acessados através dos sites www.pibic.fiocruz.br e www.pibiti.fiocruz.br. Maiores informações sobre a avaliação dos bolsistas, assim como pedidos de reconsideração devem ser feitos nas próximas 48 horas, à Coordenação PIBIC/RJ, através do e-mail pibic@fiocruz.br.

Próximos passos

– A Coordenação PIBIC/RJ ressalta que os alunos classificados ficarão aguardando a disponibilidade de cotas liberadas pelo CNPq, o número total só é informado no momento da implementação.
– Os candidatos aprovados serão indicados na Plataforma Carlos Chagas a partir do dia 01 de agosto de 2017 e receberão um e-mail do CNPq para finalizarem o cadastro e o Termo de Aceite.
– Os candidatos aprovados devem realizar o cadastro na intranet e o curso de Biossegurança e serão vinculados ao IGM a partir do dia 01/08, após a implementação das bolsas.

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Resolvina D1 favorece o estabelecimento da infecção por Leishmania amazonensis, aponta estudo.

24 07 Resolvin D1As resolvinas da série D já foram descritas, em diversos estudos, como potentes mediadores anti-inflamatórios e imunomoduladores, embora não se saiba se elas desempenham papéis significativos na infecção por Leishmania. Neste cenário, um estudo realizado pelos pesquisadores Hayna Malta, Bruno Andrade, Dalila Zanette, Jackson Costa, Aldina Barral, Jaqueline França e Valéria Borges, da Fiocruz Bahia, em conjunto com as pesquisadoras Patrícia Bozza, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), e Christianne Bandeira-Melo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); abordou esta questão, avaliando os níveis circulantes desses mediadores lipídicos em pacientes com leishmaniose tegumentar (LT).

A LT é causada por um patógeno intracelular e exibe manifestações clínicas associadas ao equilíbrio entre a replicação do parasita e a destruição inflamatória mediada por imunidade do tecido da pele. Na forma clínica mais comum, chamada leishmaniose cutânea localizada (LCL), são observadas úlceras de pele, geralmente responsiva ao tratamento de primeira escolha. Por outro lado, uma forma clínica rara sem tratamento eficiente disponível, a leishmaniose cutânea difusa (LCD), é caracterizada pelas numerosas lesões nodulares com macrófagos fortemente parasitados.

Para caracterizar o papel das resolvinas na infecção por Leishmania, os pesquisadores avaliaram os níveis circulantes de resolvinas D1 e D2 (RvD1 e RvD2) em pacientes com LCL ou LCD de uma área endêmica no Brasil. Também foram realizados ensaios in vitro com macrófagos humanos derivados de monócitos infectados com L. amazonensis. Os resultados da pesquisa podem ser encontrados no artigo publicado no periódico Scientific Reports, no dia 10 de abril, intitulado “Resolvin D1 drives establishment of Leishmania amazonensis infection”.

Ao testar se os níveis plasmáticos elevados de RvD1 estavam associados ao aumento da replicação de Leishmania in vivo, os pesquisadores encontraram correlação positiva entre os níveis de RvD1 com o número de lesões na população estudada. As concentrações de RvD2 não foram diferentes entre os grupos clínicos. Essas observações sugeriram que a RvD1 aumenta a carga de infecção de L. amazonensis em macrófagos humanos e levaram os especialistas à hipótese de que os níveis de RvD1 poderiam estar associados a um ambiente imunológico que favorece o desenvolvimento de LCD.

Esses resultados são consistentes com a ideia de que o parasito desencadeia uma produção precoce e transitória de RvD1 por macrófagos que devem ser importantes para a proliferação intracelular de Leishmania. As descobertas apresentadas ainda precisam de validação adicional em diferentes populações de pacientes e configurações epidemiológicas em estudos prospectivos, mas apontam para a ideia de que interferir com a via RvD1 poderia potencialmente servir como uma terapia adjuvante para LCD e outras formas clínicas da doença. Esses achados argumentam fortemente que o bloqueio da produção de RvD1 pode servir como uma estratégia para reduzir a carga intracelular de infecção por L. amazonensis.

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Alunas de pós-graduação se destacam em projeto de sequenciamento do genoma do Zika

Jaqueline Goes e Nuno Faria, da Universidade de Oxford (UK), no ZIBRA 1. Foto de Ricardo Funari.

Um estudo de sequenciamento do genoma do vírus Zika, realizado pelo pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Luiz Alcantara, em parceria com pesquisadores de outras instituições de pesquisa nacionais e internacionais, resultou, recentemente, em duas publicações na Nature, uma das revistas científicas mais citadas no mundo. O Zika in Brazil Real Time Analysis (ZiBRA) é um projeto itinerante que, em junho de 2016, visitou 5 estados da região Nordeste em um laboratório móvel e analisou amostras de cerca de 1250 pacientes com perfil clínico da infecção pelo vírus. A proposta fundamental do projeto foi dar suporte às autoridades em saúde pública, nas medidas de prevenção em áreas com risco de introdução ou incidência de arbovirus, como Zika.

Da equipe coordenada pelo pesquisador Luiz Alcantara, da Fiocruz Bahia, participaram as estudantes da Fiocruz Bahia Jaqueline Goes, doutoranda pelo programa de Pós-graduação em Patologia da UFBA/Fiocruz (PgPAT), e Marta Giovanetti, pós-doutoranda pelo programa de Pós-graduação em Biotecnologia em Medicina Investigativa (PgBSMI).

Jaqueline conta que foi inserida no grupo a convite do coordenador do estudo e seu orientador. “Alcântara tem essa característica de sempre envolver os estudantes dele em projetos, principalmente internacionais. Ele fez uma reunião com o nosso grupo que estava trabalhando com arbovirose e perguntou se a gente tinha interesse em participar. Eu achei superinteressante a ideia e aceitei”, conta a biomédica, mestre pelo PgBSMI.

Depois da experiência no ZIBRA, Jaqueline já considera seguir a carreira de pesquisadora. “Com a participação no projeto, comecei a ter uma noção maior de como a ciência funciona. O ganho para saúde pública proporcionado pela pesquisa me estimula muito e hoje, eu diria que iniciei com a ideia da docência, mas já começo a pensar na carreira de pesquisadora, até porque como pesquisador você acaba ensinando”, revela.

A pós-doutoranda Marta Giovanetti em atividade no Zibra.
Marta Giovanetti no laboratório móvel. Foto de Ricardo Funari.

Marta explica que, para o desenvolvimento do projeto, assim como toda a equipe, elas foram inicialmente treinadas em todas as atividades realizadas: “fizemos seleção das amostras, organização dos dados; coleta dos mosquitos e caracterização das espécies; extração do RNA das amostras e dos mosquitos; diagnóstico molecular; preparo da biblioteca e corrida do sequenciamento; input e output dos dados e análises das sequências”, detalha a bióloga e doutora em biologia molecular, pela Universidade de Roma Tor Vergata, na Itália.

O ZIBRA foi inspirado na experiência da análise genômica do Ebola na África durante o surto de 2014-2015. Atualmente, os pesquisadores estão trabalhando na execução do ZIBRA-2, em que, além do Zika, estão sendo monitorados também os vírus da dengue, chikungunya e febre amarela. Para esta segunda etapa, a equipe esteve no Amazonas, onde foi montado um laboratório fixo para analisar amostras dos LACEN de cinco estados da região Norte, com vistas a seguir para a região Sudeste e, posteriormente fazer análises em outros países da América do Sul e Central.

“Participar de projetos de uma grandeza e com um impacto científico como o ZIBRA permite para nós, jovens pesquisadores, estarmos inseridos nas mais novas tecnologias, colaborar com pesquisadores nacionais e internacionais de excelência no mundo e principalmente alimentar aquela que, na minha opinião, deveria ser a principal característica de um pesquisador, a curiosidade”, declara Marta.

Os cursos

A proposta do PgPAT, que possui conceito 6 pela Capes, é formar pesquisadores, entendendo que a condução de pesquisa de qualidade é essencial para o bom desempenho do ensino acadêmico. A área de concentração é composta por dois grandes eixos: Patologia Humana e Patologia Experimental. Já o PgBSMI destina-se à formação de profissionais com elevada qualificação para o exercício de atividades acadêmicas, científicas e tecnológicas nas seguintes áreas de concentração: Biotecnologia Aplicada à Saúde, Epidemiologia Molecular e Medicina Investigativa, Biologia Celular e Biologia Computacional Aplicada a Saúde.

Jaqueline salienta a importância do curso de Patologia em sua formação. “A macro disciplina, lecionada logo no primeiro semestre, me proporcionou uma base para que eu conseguisse compreender a fisiopatologia do vírus Zika e me deu a base para eu entender quase tudo relacionado a parte clínica dos arbovírus”, comenta. Durante o curso, surgiu a oportunidade de participar do programa Ciência sem Fronteiras, a doutoranda submeteu um projeto para seleção, através do PgPAT, e foi contemplada com uma bolsa para doutorado sanduíche na Inglaterra.

“Irei passar seis meses desenvolvendo meu projeto junto com um outro pesquisador parceiro no ZIBRA e no ZIBRA-2. A ideia é desenvolver outros protocolos de sequenciamento, inclusive para outros vírus emergentes e que existe a possibilidade não muito remota de apresentarem surtos aqui, no Brasil. As vezes o protocolo funciona muito bem na Inglaterra, mas a gente tem que adaptar à nossa realidade que é diferente da inglesa”, conta Jaqueline.

Marta em atividade com o sequenciador MinION.
A pós-doutoranda com o MinION. Foto de Ricardo Funari.

Sempre inserida em projetos de pesquisas ligados ao estudo da diversidade genética e história evolutiva de diferentes vírus, Marta desenvolve projetos na Itália. “Através do reconhecimento que o Curso de Pós-graduação em Biotecnologia da Fiocruz possui no Brasil e no mundo, e além da oportunidade e do desafio que me foi dado, decidi escolher o Curso para poder contribuir com a minha pesquisa e principalmente adquirir novos conhecimentos havendo a oportunidade de colaborar com pesquisadores de excelência no Brasil”, explica a bióloga.

Publicações na Nature

O sequenciamento do genoma tornou-se uma poderosa ferramenta para o estudo de doenças infecciosas emergentes. Contudo, o sequenciamento realizado diretamente a partir de amostras clínicas (isto é, sem isolamento e cultura) como sangue, urina e saliva, permanece desafiante no caso de vírus como Zika, para o qual os métodos de sequenciamento podem gerar números insuficientes de leituras virais.

Com base nesse desafio, foi publicado em 24 de maio, no periódico Nature Protocols, o artigo intitulado “Multiplex PCR method for MinION and Illumina sequencing of Zika and other virus genomes directly from clinical samples“, de autoria dos participantes do ZiBRA, que é um protocolo para a geração de genomas de codificação-sequência-completa utilizado pelos pesquisadores no projeto. A Nature Protocols apresenta os protocolos em um estilo de “receita”, fornecendo descrições passo a passo dos procedimentos que os pesquisadores podem levar ao laboratório e aplicar imediatamente em sua própria pesquisa.

No mesmo dia, a Nature publicou online o artigo Establishment and cryptic transmission of Zika virus in Brazil and the Americassendo o tema capa da revista, no qual os pesquisadores afirmaram que, embora a recente epidemia do vírus Zika nas Américas e sua relação com defeitos congênitos tenham atraído grande atenção, ainda permanecem desconhecidas a epidemiologia da doença e a evolução do vírus, em parte devido à falta de dados genômicos. Os cientistas geraram 110 genomas do Zika, de amostras clínicas e do mosquito, de 10 países e territórios, expandindo a diversidade genética viral observada no grande surto.

De acordo com os autores, evidências indicam que o Zika circulou sem ser detectado em várias regiões, durante muitos meses, antes da confirmação dos primeiros casos transmitidos localmente, destacando a importância da vigilância das infecções virais. As análises de genomas com dados ecológicos e epidemiológicos permitiram aos pesquisadores estimar que o vírus esteve presente no Nordeste do Brasil em fevereiro de 2014 e é provável que tenha se disseminado a partir de lá, nacional e internacionalmente, antes da primeira detecção de Zika nas Américas.

Confira os links:

– Projeto ZIBRA.

– Capa da Revista Nature.

 

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Tese avalia potencial alvo para o desenvolvimento de vacina para HTLV-1

AUTORA: Fernanda Khouri Barreto
ORIENTADOR: Luiz Carlos Júnior Alcantara
TÍTULO DA TESE: ORF-1 do HTLV-1 como potencial alvo para o desenvolvimento de uma vacina terapêutica
PROGRAMA: Doutorado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
DATA DE DEFESA: 27/07/2017

RESUMO

O HTLV-1 é o agente etiológico de doenças humanas, tais como leucemia/linfoma de célula T do adulto (ATLL), paraparesia espástica tropical/mielopatia associada ao HTLV (HAM/TSP), dermatite infectiva associada ao HTLV-1 (DIH), entre outras. Estima-se que cerca de 5-10 milhões de pessoas estejam infectadas pelo HTLV-1 no mundo e apesar dessa infecção ser endêmica em diferentes regiões geográficas, ainda permanece sem métodos terapêuticos eficazes. O genoma desse retrovírus é composto por duas fitas simples de RNA, com os genes gag, pol, env e uma região próxima à extremidade 3′ conhecida como pX. A região pX contém quatro quadros abertos de leitura (ORFs) que codificam proteínas regulatórias específicas. A ORF-I codifica as proteínas p12 e p8, que quando expressas em quantidades equivalentes favorecem a infectividade e persistência viral. Mutações gênicas específicas na ORF-I do HTLV-1 podem alterar o padrão de expressão e, consequentemente, a concentração relativa destas proteínas, implicando na alteração da persistência viral e no desfecho da infecção.

Portanto, esse trabalho teve como objetivo caracterizar a ORF-I do HTLV-1 de pacientes com diferentes perfis clínicos visando o desenvolvimento de uma vacina terapêutica que possa ser utilizada para o controle da infecção. Para tal, inicialmente foi realizada a anotação completa do principal genoma do HTLV-1 (ATK1), utilizado como sequência referência para a caracterização molecular da ORF-I. Em seguida, 1530 sequências da ORF-I provenientes de indivíduos assintomáticos e com HAM/TSP foram submetidas a análise de dataming para busca de associações entre mutações, carga proviral e sintomatologia. Esses dados demonstraram que apesar da baixa diversidade genética dessa região, alterações nucleotídicas específicas quando combinadas com alta carga proviral podem estar associadas ao desenvolvimento de HAM/TSP. Para avaliar o grau de conservação genética da ORF-I em outros perfis clínicos, amostras de 23 pacientes assintomáticos, 11 pacientes com DIH, 13 com ATLL e 16 com HAM/TSP foram coletadas e submetidas à amplificação e sequenciamento.

As sequências foram analisadas in silico utilizando programas de bioinformática para caracterização molecular. Os dados demonstraram a baixa diversidade genética desta região, corroborando com o fato de que o genoma do HTLV-1 é geneticamente estável e, portanto, o desenvolvimento de uma vacina terapêutica é viável. Esse trabalho possibilitou a disponibilização no GenBank das primeiras sequências da ORF-I do HTLV-1 provenientes de pacientes com DIH. Utilizando os dados gerados nas análises in silico foram preparados plasmídeos para expressão de peptídeos correspondentes aos sítios de clivagem da p12 para formação da p8, além de plasmídeos de expressão contendo a região gênica que codifica as proteínas p12 e p8 separadamente. Esses produtos poderão ser utilizados para o desenvolvimento e avaliação de vetores capazes de alterar a expressão da ORF-I.

A partir desses dados foi possível identificar a ORF-I do HTLV-1 como um possível alvo para uma vacina terapêutica e estabelecer um modelo de construção de peptídeos de competição enzimática capazes de influenciar a expressão de p12 e p8.

Palavras-chave: HTLV-1; ORF-I; mutação; vacina.

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