PROIIC divulga resultados do Processo Seletivo PIBIC e PIBITI

A coordenação do Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC) torna público o resultado do processo seletivo de bolsas de Iniciação Científica e Tecnológica (Pibic e Pibiti) cotas CNPq realizado pela Coordenação PIBIC/RJ. Os resultados podem ser acessados aqui ou através dos links: Pibic e Pibiti.

Pedidos de esclarecimento e reconsideração:

A coordenação do Pibic e Pibiti receberá solicitações referentes a recurso nos dias 24 e 25 de julho, até às 17h, pelos e-mails: pibic@fiocruz.br e pibiti@fiocruz.br. Todo documento deverá ser enviado com cópia para a coordenação do Pibic/Pibiti da sua unidade.

Próximos passos:

Os candidatos aprovados serão indicados na Plataforma Carlos Chagas, a partir do dia 01 de agosto de 2018, e receberão um e-mail do CNPq para finalizarem o cadastro e o Termo de Aceite. Destaca-se que é necessário que o bolsista possua conta corrente do Banco do Brasil para o recebimento da bolsa.

Os participantes também devem realizar o cadastro na intranet e o curso de Biossegurança para serem vinculados à Fiocruz Bahia, a partir do dia 01/08, após a implementação das bolsas.

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Estudo identifica casos de polineuropatia sensitiva relacionados à infecção por zika e chikungunya

A pesquisadora do Instituto Gonçalo Moniz (IGM/ Fiocruz Bahia), Isadora Cristina de Siqueira, participou de um estudo que mostra uma possível relação entre arbovírus, como dengue, chikungunya e zika, com a polineuropatia sensorial reversível.

A pesquisa foi publicada no Journal of the Neurological Sciences, no artigo intitulado Reversible sensory polyneuropathy during an arboviral outbreak in Salvador, Bahia, Brazil e foi realizado em parceria com o Hospital Geral Roberto Santos e Hospital Santa Izabel, em Salvador; e com o Centro de Doenças Tropicais da Universidade do Texas, nos Estados Unidos. No trabalho, foi descrita uma série de casos de cinco pacientes.

Para o estudo, foram coletadas amostras de sangue e fluido cerebroespinhal dos pacientes e realizados testes sorológicos para arbovírus e exames de imagem para descartar outras doenças neurológicas. As manifestações neurológicas nos participantes foram consideradas leves, com duração de cerca de sete dias, e apenas um deles precisou ficar internado. Tais características dos sintomas não atendiam os critérios para Síndrome de Guillan-Barré, doença autoimune que acometeu diversos pacientes infectadas com arbovírus na época do surto, em 2015.

Os resultados dos exames mostraram que os pacientes apresentaram algum tipo de infecção por um dos vírus transmitidos por mosquito, tanto aguda quanto pregressa, e a maioria deles (80%) apresentou infecção recente por zika ou chikungunya. A neuropatia periférica associada à chikungunya já havia sido relatada em estudos anteriores, porém, essa foi a primeira descrição de um subtipo de neuropatia apenas sensitiva e reversível, com fortes evidências do vírus como causa.

Desta forma, esse estudo é importante para alertar médicos e profissionais de saúde sobre outras doenças neurológicas, possivelmente causadas por infeções por zika ou chikungunya, além das já relatadas durante o surto, como Guillan-Barré.

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Pesquisa analisa papel da citocina pró-inflamatória IL-1β na tuberculose

Acredita-se que a citocina pró-inflamatória IL-1β desempenha um papel importante na proteção do hospedeiro contra a infecção por Mycobacterium tuberculosis, agente causador da tuberculose. Estudos realizados em camundongos geneticamente deficientes em IL-1β e IL-1α demonstram que esses animais são extremamente suscetíveis à doença, bem como a estimulação in vitro de macrófagos infectados pelo M. tuberculosis com IL-1β resulta em redução de cargas micobacterianas, o que demonstra a atividade anti-micobacteriana desta citocina. A produção excessiva da IL-1β, entretanto, tem sido associada com doença mais grave da tuberculose e aumento de pulmão.

Um estudo liderado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Bruno Andrade, e pelo pesquisador do National Institutes of Health (NIH/EUA), Eduardo Amaral, identificou a relação entre a presença de catepsina lisossomal B (CTSB) e geração de IL-1β, após infecção por micobactéria in vitro. Os resultados podem ser acessados através do artigo Lysosomal Cathepsin Release Is Required for NLRP3-Inflammasome Activation by Mycobacterium tuberculosis in Infected Macrophages, publicado na revista científica Frontiers in Immunology. A CTSB tem sido proposta para desempenhar um papel na indução da inflamação aguda. Esta catepsina ativa no citosol, líquido que preenche as células, é crucial para a montagem do complexo proteico chamado inflamassoma NLRP3 e, consequentemente, para a geração de IL-1β.

Compreender as nuances da função da IL-1β na tuberculose torna-se fundamental no desenho de intervenções terapêuticas que atuam alterando seus níveis e sua atividade em um quadro inflamatório. De acordo com Andrade, o papel da IL-1 na tuberculose tem sido descrito como uma espada de dois gumes. Ao passo que é essencial para a imunidade contra a micobactéria, o excesso de produção está associado a dano tecidual colateral, conhecido como imunopatologia. Para o estudo, foram utilizadas amostras de 13 pacientes com diagnóstico de tuberculose pulmonar ativa, confirmada por cultura de escarro, e de 12 doadores de sangue saudáveis, que foram pareados por idade e sexo e recrutados entre 2012 e 2014. 

Os experimentos in vivo mostram que existe uma produção de IL-1 que independe do inflamassoma. Ensaios in vitro, por sua vez, mostram que a produção desta citocina por macrófagos infectados é dependente da ativação deste complexo molecular. “Ao reduzir a produção de IL-1 dependente do inflamassoma via inibição da catepsina B, é possível que consigamos reduzir a imunopatologia da tuberculose sem afetar a imunidade conta a micobactéria. Isto, portanto, abre possibilidades de intervenções terapêuticas focadas na redução da gravidade clínica e potencial prevenção de sequelas pulmonares resultantes de extensa destruição tecidual detectada em muitos casos desta doença”, explicou o pesquisador.

Os resultados da pesquisa apontam que o CTSB (e possivelmente outras catepsinas inibidas) é indutor chave da montagem e ativação do inflamassoma no contexto da infecção pelo M. tuberculosis. Os dados também demonstraram uma associação de níveis aumentados de CTSB com tuberculose ativa em pacientes e modelos animais. Os experimentos in vitro com macrófagos infectados com M. tuberculosis também indicam que essas elevações podem refletir aumentos nos níveis intracelulares da forma madura da enzima. Os achados deste estudo revelam um papel anteriormente não apreciado da atividade de catepsina dependente da proteína ESAT-6 na montagem de inflamassoma com NLRP3 e produção de IL-1 em macrófagos infectados por M. tuberculosis.

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Aberta seleção para pós-doutorado em Saúde em Biotecnologia e Medicina Investigativa

O Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI) torna público o calendário e as normas para a seleção de candidatos a pós-doutorado do Programa Nacional de Pós-Doutorado (PNPD/CAPES). As inscrições estão abertas até o dia 02 de agosto de 2018.

O auxílio concedido pelo PNPD/CAPES é composto de: bolsa mensal, no valor de R$4.100,00, pagos diretamente ao bolsista, e o pagamento de recursos de custeio anual. As modalidades de participantes são: Brasileiros ou estrangeiros residentes no Brasil e portadores de visto temporário; Estrangeiros residentes no exterior; e Brasileiros ou estrangeiros, residentes no Brasil, que atuem como docentes ou pesquisadores em IES ou instituições públicas de pesquisa.

Clique aqui e confira o edital.

 

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Inscrições para a 9ª Obsma encerram dia 31 de julho

Estão abertas até 31 de julho de 2018 as inscrições para a 9ª edição da Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (Obsma) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Coordenada pela Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC) da Fiocruz, a Olimpíada é um projeto educacional voltado a professores e alunos da educação básica de todo o Brasil que busca estimular a produção de trabalhos interdisciplinares sobre saúde e meio ambiente em salas de aula de escolas públicas e privadas. Inscrições são gratuitas. Por isso, envolva sua escola, prepare seu projeto e inscreva-se na 9ª Obsma! 

Clique nos links para acessar:

Regulamento

Cadastro e inscrição de trabalhos

Dúvidas frequentes

Quem pode participar

Professores do Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano) e Ensino Médio, incluindo Educação de Jovens e Adultos (EJA), podem inscrever na 9ª Obsma trabalhos que tenham sido desenvolvidos em escolas de todo o Brasil entre 2017 e 2018, inserindo-se em uma das três modalidades:

Produção Audiovisual
Produção de Texto
Projeto de Ciências

 

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Tese analisa critérios da Microscopia Confocal de Reflectância no diagnóstico de neoplasias

AUTORIA: Naiara Abreu Fraga Braghiroli
ORIENTAÇÃO: Luiz Antonio Rodrigues de Freitas
TÍTULO DA TESE: “MICROSCOPIA CONFOCAL DE REFLECTÂNCIA (MCR) NO DIAGNÓSTICO DE NEOPLASIAS DA PELE.”
PROGRAMA: Doutorado em Patologia Humana-UFBA /FIOCRUZ
DATA DE DEFESA: 25/07/2018

RESUMO

INTRODUÇÃO: Desde sua introdução na prática da clínica médica, a Microscopia Confocal de Reflectância (MCR) vem contribuindo no diagnóstico não invasivo de neoplasias benignas e malignas da pele. Ela tem sido utilizada como ferramenta auxiliar em lesões com achados equívocos ao exame clínico e dermatoscópico. A MCR tem reduzido substancialmente a necessidade de realização de biópsias de lesões benignas, especialmente em locais anatômicos de difícil acesso cirúrgico. Os resultados obtidos tem demonstrado excelente correlação com os aspectos histológicos, articulando-se como uma ponte entre a dermatoscopia e a histopatologia. Os aprimoramentos tecnológicos na funcionalidade e dimensões das sondas, e a subsequente disponibilização de equipamentos mais compactos, como o Vivascope 1500 e o Vivascope 3000, vêm, progressivamente, revolucionando a abordagem médica das neoplasias cutâneas. Assim, a MCR é atualmente reconhecida como uma ferramenta adjunta no diagnóstico in vivo não invasivo de neoplasias cutâneas, na delimitação de imagens tumorais e no monitoramento da resposta ao tratamento não cirúrgico do câncer de pele.

OBJETIVO: O presente trabalho lida com o estabelecimento de critérios na MCR de lesões cutâneas equívocas, e correlaciona as características observadas com os aspectos histológicos, no sentido de validar uma ferramenta diagnóstica não invasiva, que permita diferenciar, com significativa precisão, as neoplasias benignas e malignas da pele.

CONCLUSÕES: Os aspectos morfológicos observados à MCR na avaliação das estruturas da pele mostram equivalência com os achados histológicos, permitindo plena comparação entre as imagens da microscopia confocal e as imagens histopatológicas. O equipamento de MCR com pistola portátil (handheld ) (HH-RCM) permite o acesso a áreas anatômicas curvadas e pode ser aplicado diretamente à superfície cutânea, sem a necessidade do anel de fixação, tornando o exame da microscopia confocal mais factível e rápido. O modelo HH-RCM é capaz de diagnosticar com precisão pápulas solitárias faciais inespecíficas, dentre elas: carcinoma basocelular (CBC), tricoblastoma desmoplásico, carcinoma escamocelular (CEC), hiperplasia sebácea e nevo melanocítico intradérmico. O equipamento tradicional para realização da MRC, assim como o modelo portátil HH-RCM, demonstram um alto valor preditivo positivo no diagnóstico do CBC. O modelo tradicional mostra um valor preditivo negativo maior que o modelo portátil, devido ao seu campo de visão mais largo, oferecendo uma visão da arquitetura total das lesões maiores que 1,0 mm. A MCR se mostrou precisa no diagnóstico de ceratose seborréica clonal, enquanto que, ao exame clínico e à dermatoscopia, aparenta aspecto semelhante ao melanoma maligno da pele. A mucinose dérmica focal, apesar de clinicamente se assemelhar ao CBC, mostra características na MCR que permitem sua diferenciação do CBC. A MCR permite caracterizar o CEC pigmentado pela presença do padrão de favo de mel atípico nas camadas granulosa e espinhosa da epiderme, associado a presença dos pequenos círculos brilhosos ao redor das papilas dérmicas. O padrão de distribuição dos vasos ao nível da junção dermo-epidérmica e derme papilar é relevante para o diagnóstico do CEC cutâneo. O sinal da “casa de botão” na MCR associado ao padrão de favo de mel atípico ao nível epidérmico é importante no diagnóstico do CEC in situ.

Palavras-chaves: Microscopia confocal de reflectância; Câncer de pele; Carcinoma basocelular; Carcinoma espinocelular; Ceratose seborréica clonal; Lesões equívocas cutâneas; Mucinose dérmica focal; Neoplasia cutânea; Tricoepitelioma desmoplásico

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Dissertação avalia técnica de identificação da Neisseria meningitidis em portadores assintomáticos

AUTORIA: Ítalo Eustáquio Ferreira
ORIENTAÇÃO: Mitermayer Galvão dos Reis
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “Identificação de Neisseria meningitidis em portadores assintomáticos através da técnica de PCR em tempo real”.
PROGRAMA: Mestrado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
DATA DE DEFESA: 16/07/2018

RESUMO

INTRODUÇÃO: A cultura é considerada a metodologia padrão ouro para a identificação de N. meningitidis. Entretanto, o emprego de técnicas moleculares, como a PCR em tempo real (qPCR) tem melhorado a capacidade de detecção do meningococo. Nos estudos em portadores, a qPCR empregando o gene sodC como alvo tem sido indicada.

OBJETIVO: O presente estudo teve como objetivo avaliar a técnica de qPCR (sodC) para a identificação de N. meningitidis, a partir de material de orofaringe mantido em meio de transporte STGG, coletado de portadores assintomáticos.

MATERIAL E MÉTODOS: O ensaio da qPCR foi padronizado e validado com critérios locais e a metodologia comparada com os resultados obtidos previamente a partir da cultura. Foram utilizadas um total de 1200 amostras de material de orofaringe mantidas em meio de transporte STGG a -70°C. Os ensaios da qPCR foram realizados empregando o cycle threshold (Ct) padrão (Ct≤35) e o Ct≤37 validado neste estudo.

RESULTADOS: Através da qPCR (Ct≤35) foram obtidas um total de 84 (7%) amostras positivas (Ct médio= 30,4 ± 3.1; 95% IC 29,7-31) em comparação com a cultura (n=59; 4,9%), enquanto a qPCR (Ct≤37) permitiu a identificação de 99 (8,3%) amostras positivas (Ct médio= 35,6 ± 5,1; 95% IC 35,3-36). Apenas uma amostra positiva na cultura não foi identificada através da qPCR (Ct≤37). A concentração de DNA na etapa prévia de extração melhorou a capacidade de detecção de amostras positivas na qPCR. A caracterização dos genogrupos de N. meningitidis através da qPCR mostrou a presença de amostras não-grupáveis.

CONCLUSÔES: Os resultados obtidos neste estudo mostram que a qPCR (Ct≤37) é uma alternativa eficaz para a identificação e caracterização de N. meningitidis a partir do meio de transporte STGG, devendo ser empregada em associação à cultura nos estudos de portadores de N. meningitidis.

Palavras-Chave: Neisseria meningitidis, identificação, qPCR, portadores.

 

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Prevalência de portadores de Neisseria meningitidis em estudantes é analisada em dissertação

AUTORIA: Viviane de Matos Ferreira
ORIENTAÇÃO: Mitermayer Galvão dos Reis
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “Prevalência de portadores de Neisseria meningitidis em estudantes de 18 a 24 anos de um centro universitário”
PROGRAMA: Mestrado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
DATA DE DEFESA: 18/07/2018

RESUMO

 INTRODUÇÃO: Em 2010, o Brasil introduziu a vacina meningocócica C conjugada (MCC) no Programa Nacional de Imunização para crianças <5 anos de idade. Em Salvador, houve uma ampliação da campanha para a faixa etária de 10 a 24 anos, pretendendo atingir os indivíduos mais afetados. A investigação do papel dos portadores saudáveis na disseminação da doença meningocócica na comunidade pode contribuir com informações úteis para subsidiar condutas apropriadas de vacinação.

OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência de portadores de  N. meningitidis (Nm) e caracterizar molecularmente os isolados coletados de adultos jovens em um centro universitário em Salvador, após 6 anos de introdução da MCC.

MATERIAL E MÉTODOS: Entre agosto e novembro de 2016, um total de 407 swabs orofaríngeos foram coletados de estudantes entre 18 e 24 anos. A identificação das cepas de Nm foi realizada a partir de métodos clássicos e qPCR. A caracterização molecular dos isolados foi realizada através do sequenciamento do genoma total (WGS). Também foram analisados os fatores de associados potenciais para a colonização.

RESULTADOS: A prevalência de portadores foi de 12,3% (50/407). O estado de portador foi associado ao gênero masculino (RPA: 1,88 IC95% 1,05 – 3,38; p=0,034), ao contato próximo com indivíduos com doença meningocócica (RPA: 2,00 95% IC 0,69 – 5,18, p=0,200) e a frequência a festas/bares pelo menos uma vez por mês (RPA: 3 22 95% IC 1,43 – 7,25; p = 0,005). Um total de 221 (54,3%) indivíduos relataram terem sido imunizados pela MCC. Não houve diferença na colonização por Nm entre indivíduos vacinados e não vacinados. Dos 50 portadores de Nm, 46 isolados foram identificados pela cultura e 4 foram detectados apenas por qPCR. A maioria dos isolados (92%; 46/50) apresentou-se como não grupável (WGS e qPCR), 6% (3/50)  pertenciam ao genogrupo B (WGS)  e 2% (1/ 50) foi classificado como genogrupo C (qPCR). Um total de 58% (29/50) dos isolados apresentaram deleção da cápsula (cnl). Foram identificadas 24 sequências tipo (STs), incluindo 22 STs pertencentes a 11 complexos clonais definidos (CCs) e 6 novos STs. O complexo clonal mais frequente foi cc198, representando 26% dos isolados. As variantes PorA e FetA mais predominantes foram P1.18,25-37 (15,21%) e F5-5 (43,47%), respectivamente. Todos os isolados apresentaram proteína PorB classe 3 e FHbp, sendo a subfamília A / v2-3 da FHbp presente em 87% dos isolados. Apenas um isolado possuiu a variante NadA-6.177. Todos os isolados apresentaram NHBA, com p010 e p0912 representando 28,26% e 13,04% dos isolados, respectivamente.

CONCLUSÕES: Os nossos resultados demonstraram que a colonização por Nm consistiu principalmente de cepas não-agrupáveis com alto grau de diversidade genética. A identificação de apenas um indivíduo colonizado pelo genogrupo C pode ter sido uma consequência da imunização pela MCC em 2010, o que pode ter contribuído para a redução da circulação do sorogrupo C. 

Palavras-chave: Neisseira meningitidis, portador, colonização, sorogrupo

 

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Biblioteca da Fiocruz Bahia oferece Curso PubMed

A Biblioteca de Ciências Biomédicas Eurydice Pires de Sant’Anna está com inscrições abertas para o Curso PubMed, que visa dar treinamento para uso de ferramentas e fontes de informação científica. Esta atividade integra o Programa de Treinamentos Continuados. As vagas são limitadas.

Para inscrições e outras informações, clique aqui.

Curso PubMed
Data: 12 de julho
Horário: das 15h às 17h
Local: Sala de Aula I da Biblioteca – Fiocruz Bahia. Rua Waldemar Falcão, nº 121. Candeal.

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Divulgada chamada para participação de estudantes da Pós-Graduação da Fiocruz Bahia na SNCT

A Coordenação de Ensino da Fiocruz Bahia divulga chamada para participação de estudantes da Pós-Graduação da instituição na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT): Monitoria e Apresentação de Trabalhos. Os interessados em se candidatar devem encaminhar a documentação até o dia 30 de julho. No ano de 2018, a SNCT abordará o tema “Ciência para a Redução das Desigualdades”. As atividades da Fiocruz Bahia na Semana terão como público-alvo estudantes de ensino médio e ocorrerão nos dias 18 e 19/de outubro de 2018.

A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) é realizada anualmente, no mês de outubro, sob a coordenação do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), por meio do Departamento de Difusão e Popularização da Ciência e Tecnologia (DEPDI/SECIS). A SNCT tem como objetivo contribuir para a popularização da Ciência e Tecnologia, através de atividades inovadoras, lúdicas, com linguagem acessível e que despertem o interesse e curiosidade da população pela Ciência.

Clique aqui e confira a programação e outras informações.

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Dengue aumenta em três vezes o risco de morte materna, aponta estudo

 Em grávidas com Dengue Hemorrágica esse risco é de até 450 vezes mais

A dengue coloca um quarto da população mundial sob riscos de saúde, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Um estudo publicado nesta semana indica que atenção à mulher grávida infectada com dengue deve ser ainda maior, devido ao risco de morte ser três vezes maior do que em gestantes sem a doença. O risco de óbito materno chega a ser 450 vezes maior quando a mulher possui dengue hemorrágica, a forma mais grave da infecção.

O artigo tem como principal autora a epidemiologista Enny Paixão, pesquisadora do Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), e foi publicado com o título “Dengue in pregnancy and maternal mortality: a cohort analysis using routine data” no periódico Scientific Reports, da Nature, nesta segunda-feira, 2 de julho.

O estudo faz parte da tese de doutorado de Paixão, realizado na London School Hygiene of Tropical Medicine, sob a orientação da professora Laura Rodrigues. No ano passado, a pesquisa conduzida por Paixão já havia relacionado à dengue durante a gestação com o aumento do risco de óbito fetal. Além do Cidacs-Fiocruz Bahia, da London School, a pesquisa foi feita com a participação também de pesquisadores do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/Ufba).

Metodologia

Para obter essas evidências, a pesquisa usou dados obtidos de bases governamentais, os chamados dados administrativos, dos Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc), o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). O estudo foi realizado por meio de técnica denominada linkage probabilístico, em que as informações (como nome e data de nascimento) de diferentes bases são cruzadas com o intuito de encontrar o mesmo indivíduo.

No período entre 1º de janeiro de 2007 e 31 de dezembro de 2012, houve 10.259 registros de óbitos maternos por diferentes causas. Para compor a amostra estudada, foram excluídas os registros de mulheres com diagnóstico de aborto ou com os óbitos fetais (pois o grupo de comparação eram nascidos vivos), os óbitos de mulheres que não foram associadas nem com os óbitos fetais, nem com os nascidos vivos,  e aqueles que não havia como atribuir a situação de dengue ou não. Assim ao final foram utilizados 4.053 mortes maternas e 17.391.826 nascidos vivos como grupo comparação.

Relevância

Os resultados encontrados no estudo demonstram a importância de priorizar os exames de diagnóstico de dengue durante o periodo gestacional. Quando a dengue foi diagnosticada por análise dos sintomas, esse grupo revelou três vezes mais riscos de morte. Já quando o diagnóstico foi confirmado por exame laboratorial, esse risco aumentou em oito vezes.

Já quando a paciente apresentou o quadro de dengue hemorrágica confirmado por análise laboratorial, houve o aumento de mortalidade materna em 450 vezes. Os autores destacam que mudanças fisiológicas na gestação podem mascarar sintomas de dengue hemorrágica, dificultando o diagnóstico. Isso implica que, provavelmente, há casos de dengue hemorrágica que chegaram ao óbito sem serem diagnosticados.

O estudo também observou que pré-eclâmpsia e eclâmpsia, complicações associadas ao descontrole da pressão arterial na gravidez, eram mais frequentes no grupo com dengue. “No nosso estudo achamos que a frequência dessas complicações foi maior no grupo com dengue do que no grupo comparação, mas outros estudos precisam ser feitos para verificar essa relação”, afirmou a pesquisadora Enny Paixão. “Quando a infecção for diagnosticada, a paciente deve ser acompanhada de perto para se evitar o óbito”, diz.

Mortes maternas

Para o estudo, foi utilizada a definição da 10ª revisão da Classificação Internacional de Doença (CID-10) em que é considerada morte materna “a morte de uma mulher durante a gestação ou dentro de um período de 42 dias após o término da gestação, independentemente da duração ou da localização da gravidez, devida a qualquer causa relacionada com ou agravada pela gravidez ou por medidas em relação a ela, porém não devida a causas acidentais ou incidentais”, em conformidade com a OMS.

Reduzir a mortalidade materna é um Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). No Brasil, de acordo com a publicação Saúde Brasil: 2017 – Uma análise da situação de saúde e os desafios para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, houve um aumento na vigilância de houve um aumento na investigação da morte materna o percentual de incremento de óbitos maternos entre a notificação do óbito e a classificação obtida após a investigação tem se mostrado inconstante entre as unidades da Federação ao longo dos anos. No Brasil, em 2015, o incremento foi de 28%, sendo os maiores incrementos observados na Região Sudeste (35%) e Nordeste (28%).

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Alunos egressos da Fiocruz se reuniram na Casa de Oswaldo Cruz

À esquerda, o egresso do IGM, Theo Araujo, durante o encontro. Foto: Peter Ilicciev.

Estudantes formados nas diversas unidades da Fiocruz se reuniram durante o Encontro de Egressos dos Cursos da Fiocruz. O evento, promovido pela Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, que ocorreu no dia 28 de maio, no Museu da Vida (Casa de Oswaldo Cruz | Fiocruz), no Rio de Janeiro, abordou as experiências dos alunos egressos durante o período que estiveram na instituição.

A cerimônia contou com a presença do vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Manoel Barral-Netto, e do coordenador-adjunto da Educação, Milton Ozório Moraes. Do Instituto Gonçalo Moniz (IGM/ Fiocruz Bahia), o aluno egresso homenageado foi Theo Araujo, que teve toda a sua formação acadêmica, desde a Iniciação Científica (IC) até o Doutorado, na Fiocruz Bahia.

No evento, Theo foi convidado a discursar e descreveu um pouco da importância da Fiocruz em sua formação, além dos desafios posteriores a sua saída da Fiocruz Bahia. “Sempre me considerei um privilegiado por estar em um ambiente prolífico como a Fiocruz. Hoje, me declaro um cientista que transita em diferentes áreas do conhecimento. A instituição me possibilitou a experiência em diferentes laboratórios, com profissionais de excelência, que não saem da minha lembrança, e que hoje são parceiros, colaboradores. Me possibilitou a inserção no cenário científico internacional, pois sempre buscamos a excelência em nossas pesquisas”, afirmou.

Também, agradeceu aos pesquisadores do IGM Patrícia Veras, Marcos André, Jorge Clarêncio, Claudia Brodskyn, Manoel Barral, Aldina Barral e Valeria Borges, além de Patrícia Bozza, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), e Rodrigo Soares, do Instituto René Rachou (Fiocruz Minas), pelas contribuições em seus anos de formação.

Formação no IGM

Na Fiocruz Bahia, Theo Araujo foi estudante de Iniciação Científica, no período de 2003 a 2007, orientado pela pesquisadora da instituição, Valéria Borges. Em 2007, ingressou no Mestrado em Patologia Humana e Experimental (PGPAT), e em 2009 deu início ao doutorado no mesmo programa, concluindo em 2013. Ainda na instituição, fez 13 cursos complementares, que vão desde a escrita científica até métodos específicos na área de biologia celular, molecular e imunologia. Fora da Fiocruz Bahia, Theo fez Pós-doutorado, no Programa de Pós-doutorado Junior do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, na área de Imunofarmacologia. Hoje, é professor da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB). 

Theo Santos com a pesquisadora e orientadora, Valéria Borges (à direita) e a pesquisadora e co-orientadora, Patricia Bozza (à esquerda).

Valeria Borges comentou como foi o desenvolvimento de Theo e o que representa as conquistas dele para o PGPAT. “Durante todas as etapas de formação, Theo foi um estudante extremamente dedicado e envolvido com o tema de seu projeto. Ele concluiu a sua tese com três artigos publicados, sendo um deles capa do importante The Journal of Infectious Diseases, com uma contribuição original que abriu perspectivas para a linha de pesquisa que hoje ele coordena como professor adjunto da UFOB”.

A pesquisadora considera um grande privilégio ter sido orientadora de Théo. “Os sete anos de convívio foi de aprendizado mútuo e incentivo para que Theo trilhasse sua carreira de pesquisador. Agora, na atual posição de coordenadora do PGPAT, é importante registrar que o sucesso de Theo reflete o empenho na nossa pós-graduação em formar profissionais competentes, nucleadores de conhecimento e formação de recursos humanos qualificado”, completou. 

Durante o evento, o egresso abordou como a sua formação no instituto foi importante para a sua vida profissional. “Não tenho dúvida que a capacidade de captar recursos para a pesquisa que eu tenho hoje, bem como realizar o ensino e extensão na minha função de professor do magistério superior, são um constructo desses anos de convívio em um ambiente saudável e de espírito acadêmico, com amplas oportunidades de formação básica e complementar nas áreas da saúde”, declarou.

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Dissertação avalia a influência do diabetes no resultado da leishmaniose cutânea localizada

AUTORIA: Ícaro Bonyek Santos da Silva
ORIENTAÇÃO: Natália Machado Tavares
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “A INFLUÊNCIA DO DIABETES NA PATOGÊNESE DA LEISHMANIOSE CUTÂNEA: O PAPEL DO LEUCOTRIENO B4.”
PROGRAMA: Mestrado em Patologia Humana-UFBA /FIOCRUZ
DATA DE DEFESA: 17/07/2018

INTRODUÇÃO: A leishmaniose permanece como uma das doenças tropicais mais negligenciadas do mundo. A resposta imune do hospedeiro contra a Leishmania tem um papel crítico na eliminação dos parasitas, mas também é responsável pela inflamação e gravidade da doença. A forma cutânea localizada (LCL) é caracterizada pela presença de uma única lesão ulcerada na pele e inflamação descontrolada. A suscetibilidade aumentada de infecções de pele é uma das complicações do diabetes. Quando comparada ao estado euglicêmico, a hiperglicemia leva a alterações na produção de citocinas e quimiocinas pró-inflamatórias, principalmente pelo aumento da produção de leucotrieno B4 (LTB4), um mediador lipídico inflamatório.

OBJETIVO: Nesse contexto, o presente estudo teve como objetivo avaliar a influência do diabetes no resultado do LCL humano, considerando o papel do LTB4.

MATERIAL E MÉTODOS: Primeiramente, foram medidos os níveis séricos de mediadores inflamatórios, como LTB4, PGE2, IL-1β, IL-6, TNF-α e IL-10 por ensaio imunoenzimático (ELISA) em pacientes euglicêmicos ou hiperglicêmicos com LCL. Em seguida foi feito uma correlação com dados clínicos, como glicose, tempo, tamanho, número e área da lesão. Para determinar à suscetibilidade a infecção por Leishmania braziliensis, foi feito a infecção de macrófagos de indivíduos diabéticos ou não, cultivados em condições com baixa e alta concentração de glicose. O sobrenadante da cultura foi destinado a mensuração do LTB4 e as células para análise da expressão gênica de receptores do tipo Toll (TLR) e do BLT1.

RESULTADOS: Detectamos aumento de LTB4, IL-6 e TNF-α no plasma de pacientes diabéticos com LCL comparado a não diabético. Interessantemente, apenas o LTB4 apresentou correlação positiva com o tempo de cicatrização. Os ensaios in vitro indicam que a glicose aumenta a taxa de infecção e a viabilidade de parasitos de maneira dose-dependente em macrófagos humanos infectados por L. braziliensis. Além disso, a alta concentração de glicose modula negativamente BLT1, TLR2 e TLR4.

CONCLUSÃO: Juntos, esses resultados sugerem que pacientes diabéticos produzem altos níveis de LTB4 e que este está relacionado com o tempo de cicatrização. Além disso, altas concentrações de glicose aumentam a suscetibilidade de macrófagos à infecção por L. braziliensis através da modulação negativa de BLT1, TLR2 e TLR4 diminuindo assim, a ação do LTB4 produzido exacerbadamente.

Palavras-chave: LTB4; Diabetes; Leishmania baziliensis; Inflamação.

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Fiocruz Bahia participa da mobilização “Dois de Julho em Defesa da Ciência”

O Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia) participará da mobilização estadual em defesa da Ciência e Tecnologia, marcado para 2 de julho, dia da Independência da Bahia. A concentração dos participantes está marcada para as 07h00, no Largo da Lapinha, em Salvador. A expectativa é de contar com a presença de cerca de 500 cientistas baianos.

“Esta manifestação representa um momento de luta pela Ciência e Tecnologia, estamos unidos e clamando por mudanças no aporte de verbas, precisamos gerar conhecimentos e manter a qualidade da nossa Ciência. Um povo sem a ciência de qualidade perde muito da sua dignidade, cidadania e esperança em um futuro melhor para as novas gerações; precisamos da parceria da sociedade em prol dessa luta pela sustentabilidade da ciência”, declarou Marilda de Souza Gonçalves, diretora da Fiocruz Bahia.  

O intuito do protesto é chamar a atenção para o momento que a ciência e tecnologia no Brasil passa, em especial na Bahia, por conta da carência de recursos e investimentos financeiros para pesquisas e estímulo de projetos. Outras manifestações estão marcadas em cidades como Fortaleza, no dia 01 de julho, e Brasília, no dia 12 de julho, no Congresso Nacional. Jailson Andrade, presidente da Academia de Ciências da Bahia, afirma que a falta de apoio à ciência no Brasil chegou a uma situação dramática e a mobilização da sociedade se faz necessária para chamar atenção sobre a questão.

A mobilização está sendo organizada pela Academia de Ciências da Bahia (ACB) e conta com o apoio das instituições de ensino federais UFBA, UFOB, UFRB e UFSB, além das estaduais UNEB, UESF, UESB e UESC. Estão envolvidos também a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Instituto Federal da Bahia (IFBA), o IF-Baiano, a Academia de Letras da Bahia, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Baiana de Medicina Veterinária.

Com informações da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.

 

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Estudo investiga proteção gerada pela saliva de mosquito palha contra Leishmania

Durante a picada do mosquito transmissor da leishmaniose, conhecido como o flebotomíneo, é depositado na pele do hospedeiro uma combinação de saliva, parasitas, dentre outros fatores derivados de parasitas. Pesquisas anteriores têm demonstrado que a exposição constante a picadas de flebotomíneos não infectados induz respostas imunoprotetoras à Leishmania, encorajando estudiosos a identificar potenciais moléculas candidatas a vacina contra a doença.

Uma equipe coordenada pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Claudia Brodskyn, realizou um estudo que se concentrou na análise da proteína salivar LJM11, identificada como molécula imunogênica em cães, camundongos e pessoas contaminadas pela doença. A pesquisa concluiu que a imunização com a LJM11 protege contra infecção por Leishmania braziliensis, na presença de saliva do mosquito Lutzomyia longipalpis, em modelo experimental, utilizando camundongos. Os resultados foram descritos em artigo intitulado Immunization with LJM11 salivary protein protects against infection with Leishmania braziliensis in the presence of Lutzomyia longipalpis saliva, publicado na revista científica Acta Tropica. 

No Brasil, os flebotomíneos são conhecidos por diferentes nomes de acordo com sua ocorrência geográfica, como tatuquira, mosquito palha, asa dura, entre outros. O uso de uma proteína salivar como componente da vacina anti-Leishmania tem sido amplamente discutido, entretanto, a variedade de moléculas salivares entre diferentes espécies de vetores deve ser considerada. Para o presente estudo, foram analisadas apenas as salivas de flebotomíneos das espécies Lutzomyia longipalpis e Lutzomyia intermedia.

A LJM11 pertence à família das proteínas “yellow” presentes na glândula salivar dos flebotomíneos Lutzomyia e Phlebotomus. Em estudos anteriores, foi demonstrada sua capacidade de induzir uma resposta imune celular em vertebrados e observado que a imunização com a LJM11 resultou em proteção contra a infecção por Leishmania major transmitida por Lutzomyia longipalpis, evidenciando a capacidade de proteção dessa molécula. Na pesquisa, também foi investigado se a imunização com LJM11 é capaz de induzir uma resposta de proteção cruzada contra a infecção por L. braziliensis na presença de Lu. longipalpis ou Lu. Intermedia.

Como resultado, verificou-se que a imunidade gerada pela LJM11 protege camundongos contra infecção por L. braziliensis na presença de Lu. longipalpis, mas não na presença de Lu. Intermedia. Os achados também demonstraram que a proteção induzida por LJM11 pode ser específica para Lu. Longipalpis, destacando a importância da identificação de candidatos a vacinas contra a proteção cruzada, especialmente quando se considera áreas endêmicas onde diferentes espécies de flebotomíneos transmitem as mesmas espécies de Leishmania. De acordo com os pesquisadores, estes e outros resultados da pesquisa ressaltam a importância de avaliar a especificidade das respostas protetoras mediadas por saliva. 

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Tese avalia produtos de glicação avançada (PFGAs) como marcadores de estresse oxidativo presente na doença falciforme

AUTORIA: Uche Samuel Ndidi
ORIENTAÇÃO: Marilda de Souza Gonçalves
TÍTULO DA TESE: “Efeitos da N(épsilon)-(Carboximetil)lisina (CML), um produto final de glicação avançada (PFGA), na doença falciforme”.
PROGRAMA: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa.
DATA DE DEFESA: 15/06/2018

Resumo

INTRODUÇÃO: A doença falciforme (DF) caracteriza-se pela presença da hemoglobina S, que pode estar em homozigose (HbSS), como na anemia falciforme (AF), bem como em associação com outras hemoglobinas variantes ou talassemias, como na doença SC (HbSC). A HbS forma agregados em estado de desoxigenação, com consequente rigidez eritrocitária, fatores que contribuem para alterações na microvasculatura, resultando em vaso-oclusão, isquemia tecidual, lesão de órgãos, eventos dolorosos e comprometimento crônico de vários orgãos e sistemas. A gravidade da vaso-oclusão e a progressão para isquemia do órgão terminal são potencializadas pelo estresse oxidativo, sendo que os produtos finais de glicação avançada (PFGAs), tais como N(épsilon)carboximetilisina (CML), constituem marcadores desse processo de oxidação.

OBJETIVO: O objetivo geral do presente estudo foi determinar os níveis de CMLs no soro de pacientes com DF (HbSS e HbSC), bem como associar essas concentrações a biomarcadores laboratoriais e genético, bem como ao tratamento com a hidroxiuréia (HU).

MATERIAIS E MÉTODOS: Os testes hematológicos foram realizados em contador de células automatizado; os marcadores bioquímicos foram mensurados no soro por ensaio de imunoquímica. Os perfis de hemoglobina foram confirmados por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC). Os haplótipos associados ao grupo de genes da globina beta S (HBB S) e genes da globina beta C (HBB C) foram investigados por reação em cadeia da polimerase, seguida da análise de polimorfismos de comprimento de fragmentos de restrição (RFLP). Os níveis séricos de CML foram avaliados por ELISA competitivo. As análises estatísticas foram realizadas utilizando-se os softwares SPSS e GraphPAd, considerando p<0,05 como significativos.

RESULTADOS: O presente estudo demonstra a existência de características laboratoriais distintas nos indivíduos com AF em tratamento com HU em comparação aos sem tratamento. Em resumo, o estudo demonstrou que o tratamento com HU reduziu a anemia hemolítica aguda e as crises vaso-oclusivas. Em relação aos níveis de CML, foi demonstrado que os indivíduos com AF apresentaram concentrações mais elevadas no soro, em comparação aos controles saudáveis (HbAA). Foi identificada a correlação significativa entre alanina aminotransferase (ALT) e CML. Demonstrou ainda que a CML está associada ao haplótipo βS em pacientes com AF e evidenciou que os níveis de CML estiveram mais elevados nos pacientes com doença SC em comparação com os controles saudáveis e também revelou anemia hemolítica, crises de dor e hipocolesterolemia em pacientes com HbSC em comparação com o controle saudável.

CONCLUSÃO: Nossos resultados sugerem que a HU possui influencia na inflamação, hemólise e função hepática dos pacientes com AF. As evidências do presente estudo sugerem a possibilidade de que os CMLs tenham papel na patologia da DF, com associação aos haplótipos da globina beta, nas complicações presentes na AF, mas que os seus níveis séricos não são influenciados pelo tratamento com HU.
Palavras-chave: doença falciforme, hidroxiureia, N(épsilon)-(carboximetil)lisina, HbS, HbSC.

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Cidacs-Fiocruz Bahia irá assessorar departamento de inteligência e saúde da Opas

O coordenador do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), Mauricio Barreto, foi convidado a compor o Grupo Técnico Assessor sobre Evidência e Inteligência para a Ação na Saúde da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial de Saúde (OPAS/OMS). O grupo visa subsidiar a estruturação do Departamento de Evidência e Inteligência para Ação na Saúde (EIH, em inglês), um novo setor da instituição destinado a conduzi-la “à era moderna das informações para a saúde”.

De acordo com termo de referência do grupo, os membros convidados devem ter uma reputação reconhecida, com um trabalho científico sólido com evidências em saúde e inteligência. Além de ter comprovadamente habilidades técnicas relacionadas a análise de saúde e ciências de dados. O mandato dos membros é de um ano, renovável por mais um.

“Sua vasta experiência e seus conhecimentos especializados em ciência e análise de dados serão um grande recurso para as nossas deliberações a respeito das forças e fatores propulsores, os quais devem ser considerados conforme nos tornamos uma organização que baseia seu trabalho em dados e análises”, declarou no convite a diretora da OPAS, Carissa Etienne.

Sobre o pesquisador

Médico epidemiologista, Mauricio Barreto é coordenador do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs), pesquisador sênior do Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz) e professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (ISC/UFBA). Barreto acumula uma carreira de grande prestígio científico: ele é membro titular das academias baiana e brasileira de ciências, da The World Academy of Science (TWAS) e pesquisador 1-A do CNPq; publicou mais de 400 trabalhos em revistas científicas, além de 40 monografias e capítulos de livros; orientou 18 dissertações de mestrado e 25 teses de doutorado; foi Conselheiro para América Latina da Associação Internacional de Epidemiologia (2002-2008) e participou de diversos comitês assessores na Organização Mundial da Saúde. Em maio de 2017, sua carreira foi reconhecida pela Assembleia Legislativa da Bahia com a Comenda 2 de Julho, a mais alta condecoração da casa.

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Técnica para diagnóstico de Chagas identifica diferentes variações genéticas

O teste laboratorial mais utilizado para detectar a doença de Chagas, enfermidade causada pelo Trypanosoma cruzi, é o ELISA, que usa partes deste protozoário para a pesquisa de anticorpos específicos circulantes no sangue. No entanto, os testes que usam este tipo de material muitas vezes fornecem resultados falso positivos ou falso negativos, além disso, o ELISA detecta apenas uma única doença por vez. Um estudo coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Fred Luciano Neves Santos, avaliou uma técnica que permite a identificação de várias doenças e diferentes variações genéticas do Trypanosoma cruzi, em apenas um teste, cujos resultados indicaram uma precisão diagnóstica global superior a 99%.

O trabalho, realizado em conjunto com pesquisadores da Fiocruz Paraná, Fiocruz Pernambuco e o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio-Manguinhos (Fiocruz/RJ), foi publicado no Journal of Clinical Microbiology, no artigo intitulado “Performance Assessment of a Trypanosoma cruzi Chimeric Antigen in Multiplex Liquid Microarray Assays. A publicação apresenta uma parte da pesquisa que busca biomarcadores diagnósticos. A nova técnica também apresenta maior sensibilidade, podendo identificar a doença com poucos patógenos circulantes.

“O interessante é que várias doenças sejam identificadas ao mesmo tempo em um único teste. Uma alternativa para alcançar este objetivo é o microarranjo líquido, conhecido como Luminex. Neste novo teste, nós preferimos utilizar proteínas sintéticas (quimeras) formadas por diversas partes do parasita. Esta estratégia já foi realizada e verificada anteriormente pelo ELISA, com excelentes resultados”, declarou Fred Luciano. Essas quimeras podem vir a substituir os antígenos atualmente usados no mercado para ensaio e testes, já que obtiveram desempenho que atende aos critérios pré-definidos pelo Ministério da Saúde.

No estudo, foram utilizadas 1.333 amostras de sangue de indivíduos de diversas regiões do Brasil e de outros países das Américas (653 indivíduos portadores da doença de Chagas e 680 não infectados), para avaliar o desempenho dessas quimeras na detecção de anticorpos para o T. cruzi e verificar o desempenho em variantes genéticas. De acordo com o pesquisador, a utilização de quimeras produzidas a partir de regiões altamente antigênicas do parasita é mais eficaz para diagnóstico da doença do que os utilizados atualmente, aumentando a sensibilidade e especificidade do teste.

Entretanto, a utilização dessa tecnologia nos serviços ambulatoriais e diagnósticos pelos serviços de saúde públicos do Brasil pode se mostrar um desafio, mesmo que a patente pertença a Fiocruz. Segundo Fred Luciano, o teste ELISA ainda é mais barato. “Esse é um caminho normal. Quando a metodologia do microarranjo líquido for popularizada, tende a baixar o valor”, relatou. O equipamento do teste ELISA custa de R$900 até R$ 60 mil reais. Já o equipamento para testes em microarranjo líquido tem o custo de até R$300 mil, mas apresenta maior eficiência para identificar diferentes variações genéticas.

Doença negligenciada

A doença de Chagas (ou Tripanossomíase americana) é uma doença negligenciada, transmitida não apenas pelo barbeiro, mas também pela transfusão de sangue, ingestão de alimentos contaminados, de forma congênita e pelo transplante de órgãos. Por conta das migrações de indivíduos infectados provenientes de áreas endêmicas, a enfermidade chega a regiões não endêmicas na Europa e na Ásia. Em países onde a doença de Chagas é endêmica, o teste para diagnóstico é obrigatório para prevenir a transmissão através da transfusão de sangue. Estima-se que 90% dos infectados desconhecem que são portadores do Trypanosoma cruzi, pela falta de diagnóstico da doença que é endêmica em 21 países das Américas.

De acordo com o Ministério da Saúde, a doença apresenta uma fase aguda que pode ser sintomática ou não, podendo evoluir para as formas crônicas caso não seja tratada precocemente com medicamento específico. Superada a fase aguda, aproximadamente 70% dos infectados evoluirão para uma forma indeterminada, sem nenhuma manifestação clínica da doença de Chagas e com exames complementares sem alterações. Os demais, desenvolverão formas clínicas crônicas, divididas em três tipos de acordo com as complicações apresentadas: cardíaca, digestiva ou cardio-digestiva (mista).

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Pesquisadores da Fiocruz Bahia tomam posse na Academia de Ciências da Bahia

A Academia de Ciências da Bahia (ACB) realizará uma Sessão Solene de titulação e posse de novos Acadêmicos, admitidos em 2018. Os pesquisadores da Fiocruz Bahia Edson Duarte Moreira Júnior e Luiz Antônio Rodrigues de Freitas tomarão posse como Membros Titulares em Ciências da Vida. O pesquisador Guilherme de Sousa Ribeiro será empossado como Membro Junior. O evento acontece amanhã (6/6), às 18 horas, no Salão Nobre do Palácio da Reitoria da Universidade Federal da Bahia (UFBA), no Canela. Também outros 6 novos membros serão empossados, incluindo a área de Ciências Exatas, Agrárias e da Terra.

A abertura do evento será realizada pelo Presidente de honra da ACB, Roberto Figueira Santos, e o Reitor da UFBA, João Carlos Salles Pires da Silva. Também estarão presentes a Profa. Viga Gordilho, Prof. Othon Jambeiro, Prof. Amilcar Baiardi e Prof. Pedro de Almeida Vasconcelos. O Presidente da ACB, Prof. Jailson Bittencourt de Andrade, encerrará a cerimônia que vai contar com a apresentação musical do Duo Robatto: Lucas Robatto (Flauta) e Pedro Robatto (Clarineta).

Entidade de direito privado sem fins lucrativos, a ACB tem por finalidade contribuir para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia como fator essencial ao bem estar social do país, fomentando a ligação entre os setores acadêmico, produtivo e governamental do Estado da Bahia. Busca estimular o aperfeiçoamento do ensino das ciências, mediante o uso da metodologia e dos materiais ajustados às peculiaridades dos aprendizes.

Conheça os novos membros:

Edson Duarte Moreira Júnior

Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), mestrado em Saúde Pública e doutorado em Epidemiologia, pela Universidade de Columbia em Nova York e pós-doutorado pela Universidade McGill, em Montreal. Atualmente, é pesquisador titular do Instituto de Pesquisa Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia), professor colaborador do Curso de pós-graduação em Patologia Humana e Experimental da UFBA/ Fiocruz e do Curso de Pós-Graduação em Medicina e Saúde da UFBA. Também é chefe do Centro de Pesquisa Clínica do Hospital Santo Antônio, atuando principalmente na área de epidemiologia clínica.

 

Luiz Antônio Rodrigues de Freitas

Graduado em Medicina, mestre e doutor em Patologia Humana pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Fez pós-doutorado no Instituto Pasteur de Lyon-Françam, em Patologia Ultraestrutural do Fígado e na School of Public Health of Harvard University. É Professor Titular de Patologia da Faculdade de Medicina da Bahia, atuando na graduação e como professor do Programa de Pós-graduação em Patologia da UFBA/FIOCRUZ. É pesquisador titular aposentado da Fiocruz, atualmente é pesquisador externo. Atua na área diagnóstica da patologia humana coordenando, na Fiocruz, uma unidade de referência do Ministério da Saúde, para o diagnóstico histológico de doenças hepáticas e em transplantes hepáticos.

 

Guilherme de Sousa Ribeiro

Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com residência em Infectologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Possui mestrado em Epidemiologia pela Harvard School of Public Health, nos EUA e doutorado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa pela Fiocruz. É Professor Associado do Instituto de Saúde Coletiva (ISC-UFBA), atuando também como Professor Permanente da Pós-Graduação em Saúde Coletiva do ISC-UFBA e da Pós-Graduação em Saúde, Ambiente e Trabalho da Faculdade de Medicina da UFBA. Desde 2014, é Pesquisador Assistente em Saúde Pública da Fiocruz Bahia e Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa, da mesma instituição. 

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Pesquisador Lain Carlos Pontes de Carvalho é homenageado na Fiocruz Bahia

Marcada por tributos, memórias e emoções, foi realizada, no dia 23 de maio, a homenagem ao pesquisador do Instituto Gonçalo Moniz (IGM/ Fiocruz Bahia) Lain Carlos Pontes de Carvalho (1952-2016). A cerimônia contou com a presença de pesquisadores, colegas de trabalho, amigos e familiares do homenageado. Ao final do evento, foi entregue uma placa de homenagem para a família do pesquisador e foi descerrada a placa com o nome de Lain Carvalho, que nomeou o antigo Pavilhão Núcleo de Epidemiologia e Bioestatística (NEB).

Durante a abertura, a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, agradeceu aos participantes por estarem compartilhando um momento especial, “no qual estamos aqui reunidos para prestar esta homenagem, que é importante para que não esqueçamos que o Dr. Lain Pontes de Carvalho deixou como legado muito do que somos”, afirmou. “Lain possuía um dom, ele era um homem de visão, pensava sempre no futuro e na maneira de como alcançá-lo, era prático, direto e pragmático. Ele possuía uma capacidade de pensar em pontos que poucos ousariam, mas isso não o distanciava dos outros, pois ele aproximava, agregava e colaborava”, declarou a diretora.

Luiz Freitas, pesquisador aposentado da instituição, deu prosseguimento à homenagem. Ao discursar, afirmou que se sentiu honrado por poder atuar como mestre de cerimônia, além de ser o responsável pela leitura do memorial do pesquisador. Durante sua fala, Freitas abordou a trajetória da carreira de pesquisador de Lain, o primor técnico com que ele desempenhava os experimentos e a criatividade para desenvolver aparelhos. “Ainda sem computadores, desenvolveu a habilidade de elaborar peças próprias para estudar e para projetos. Desenvolveu, também, a habilidade de redigir textos em inglês de forma impecável”, observou.

Também subiram ao púlpito para homenagear o pesquisador, Wilson Savino, coordenador de Estratégias de Integração Regional e Nacional da Fiocruz e colega de Lain na graduação; Bernardo Galvão Castro Filho e Ricardo Ribeiro, pesquisadores aposentados da Fiocruz Bahia, colaboradores e amigos; Mitermayer Galvão Reis e Washington Luis Conrado dos Santos, pesquisadores da instituição; e Neci Soares, ex- aluna de Lain, hoje professora da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Os convidados Roberto Meyer, chefe do Laboratório de Imunologia e Biologia Molecular, do Instituto de Ciências da Saúde da UFBA, que foi colaborador de Lain em projetos de pesquisa, e Joseli Lannes Vieira, pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/ Fiocruz), que foi a primeira aluna de Lain na Iniciação Científica, não puderam estar presentes e enviaram suas declarações. Maria Luisa Carvalho Soliani, reitora da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, foi representada na cerimônia por Bernardo Galvão, que também é coordenador do Centro Integrativo Multidisciplinar de HTLV, na Escola Bahiana.

Homenagem dos Familiares

Na cerimônia, os familiares de Lain também falaram sobre sua experiência de vida com o pesquisador. “Lain tinha 3 anos e 5 cm a mais que eu. Procurei segui-lo a vida inteira. Nos falávamos todos os dias. Quando soube dessa homenagem, larguei tudo no Rio de Janeiro e vim para cá. Não podia perder este momento”, contou Lian Carvalho, irmão do pesquisador, que também é médico.

A esposa, Neuza Alcântara, também falou sobre o cientista e agradeceu ao instituto pela homenagem. “Agradeço muito o que fizeram. Têm razão de fazer esse memorial. O que ele mais se dedicou na vida foi ao trabalho. Mesmo trabalhando o dia inteiro, quando chegava em casa ainda lia material. Aprendi com ele esse amor pelo trabalho. Foi excelente pai. Não passava um dia em que não me dizia que me amava e que eu era bonita. O último poema que escreveu dizia: Vivo numa bolha. Nessa bolha tem uma flor, que se chama Neuzinha”, disse emocionada.

Sobre Lain Carvalho

Formado em Medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, em 1975, Lain Carvalho era um dos mais importantes e respeitados pesquisadores da sua geração. Além de pesquisador e ex-diretor da Fiocruz Bahia, atuava na pós-graduação, com contribuições relevantes na área de imunologia, principalmente visando a biointervenção em doenças de natureza inflamatória (leishmanioses, doença de Chagas, alergia e doenças autoimunes). O pesquisador da Fiocruz Bahia contribuiu para a ciência e formação de novos professores e cientistas, além da estruturação e gestão do instituto.

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Bactéria associada a imunidade natural contra a meningite é encontrada em 4,5% de jovens

Pesquisadores da Fiocruz Bahia realizaram um estudo sobre a Neisseria lactamica, uma bactéria comensal fermentadora de lactose que pode estar associada à imunidade natural contra a Neisseria meningitidis,  causadora da meningite bacteriana. A pesquisa foi realizada para melhor compreender sobre esse microrganismo pouco investigado. O artigo “Epidemiology and molecular characterization of Neisseria lactamica carried in 11–19 years old students in Salvador, Brazil, publicado na revista científica International Journal of Medical Microbiology, descreve a epidemiologia e a diversidade genética de N. lactamica.

Esta bactéria é frequentemente isolada da nasofaringe de crianças e é raramente associada à doença invasiva, pois não possui vários fatores de virulência geralmente encontrados em N. meningitidis. Entretanto, a evidência de respostas de reatividade cruzada contra antígenos comuns entre as duas espécies tem encorajado o desenvolvimento de vacinas contra o meningococo baseadas em N. lactamica. Além disto, alguns desses antígenos são componentes da vacina 4CMenB para o sorogrupo B de N. meningitidis.

A administração da vacina 4CMenB e a presença de N. lactamica podem ser sinérgicas, ou seja, pode sensibilizar ou reforçar a resposta imune. Por outro lado, a vacinação pode resultar na eliminação ou prevenção da colonização por esse microrganismo, resultando na perda da imunidade natural. O estudo contínuo da caracterização de cepas circulantes de N. lactamica pode contribuir para um melhor entendimento sobre a colonização meningocócica, os fatores de virulência e a resposta a vacinas.

Para o presente estudo, coordenado pela pesquisadora da Fiocruz Bahia Leila Campos, foram analisadas amostras de orofaringe coletadas de 1200 estudantes de Salvador, com idade de 11 a 19 anos, de 134 diferentes escolas públicas, durante setembro a dezembro de 2014. O material passou por isolamento e identificação de N. lactamica e caracterização molecular através do sequenciamento do genoma total. Foi identificada uma grande diversidade genética, com a presença de 32 sequências tipo (ST) diferentes, quando comparadas com a base de dados de sequências de genoma de Neisseria, o BIGSdb.

No estudo, foi encontrada a prevalência da bactéria em 4,5% (54/1200) dos jovens estudados, sem diferença estatística entre sexo e idade, embora se tenha observado uma tendência de maior prevalência entre os indivíduos de 11 anos de idade. A prevalência de N. lactamica nos diversos grupos etários foi semelhante a de N. meningitidis na mesma população. Apenas um participante foi co-colonizado por N. meningitidis e N. lactamica.

Em relação aos componentes da vacina 4CMenB, foi constatado que nenhum dos isolados de N. lactamica continha as proteínas recombinantes presentes na vacina NadA ou FHPB, utilizados na preparação da vacina. Entretanto, foram identificadas 21 variantes das proteínas recombinantes FetA, 20 de NhbA e duas variantes da PorB. Estudos futuros, incluindo um maior número de isolados são necessários para avaliar o impacto da vacina 4CMenB na colonização pela bactéria. Os resultados deste estudo fornecem informações importantes sobre o genoma de N. lactamica para a realização de análises futuras que poderão auxiliar a nossa compreensão sobre a dinâmica de colonização das espécies de Neisseria.

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