Introdução do HTLV-1aA no Brasil a partir de populações infectadas do oeste da África é investigada em tese.

AUTORA: Adjile Edjide Roukiyath Amoussa
ORIENTADOR: Luiz Carlos Junior Alcantara
TÍTULO DA TESE: “Origem do HTLV-1Aa no Brasil: Conexão entre o oeste e sul do continente Africano”.
PROGRAMA: Pós-Graduação em Patologia Humana-UFBA /FIOCRUZ
DATA DE DEFESA: 20/03/2018

RESUMO

Até o momento quatro tipos de HTLV foram isolados e descritos na literatura, sendo que somente o HTLV tipo 1 foi considerado endêmico em várias regiões do mundo, principalmente na África, Japão, Caribe e em ambos continentes americanos. No Brasil, esta infecção é mais comum entre os descendentes de imigrantes originados dos países endêmicos, por exemplo, o Japão e países da África Subsaariana. O Subgrupo “A´´ do HTLV-1 subtipo “a´´ (HTLV-1 aA) é o mais frequente de todos subgrupos e possui disponíveis, um número maior de sequências LTR no Genbank e nos bancos de dados secundários. Para entender a origem do HTLV-1 aA no Brasil vários estudos de análises filogenéticas da região LTR do vírus, juntamente à caracterização dos haplótipos do gene da β-globina dos indivíduos infectados foram realizados. Alguns desses estudos sugeriram que houve múltiplas introduções durante o período pós-colombiano, principalmente, através da migração da população africana para o Brasil. Segundo os dados históricos a maioria dos africanos que foram trazidos para o Brasil são originados da região oeste da África. Dessa forma, o objetivo do presente trabalho foi investigar a introdução do HTLV-1aA no Brasil a partir de populações infectadas do oeste da África. Primeiramente, para confirmar esta introdução do HTLV-1aA no Brasil, durante o período pós-colombiano, foram estudadas 380 sequências LTR de diferentes regiões do mundo previamente publicadas no banco de dados: HTLV-1 Molecular Epidemiology Database. Nosso estudo mostrou que há um agrupamento monofilético entre as sequências isoladas no Brasil com as sequências do sul da África, não sendo observada um agrupamento monofilético entre as sequências isoladas no Brasil e na região oeste da África, como já foi mostrado por estudos anteriores. Todas as sequências do genótipo “aA´´ se agruparam dentro do subtipo Transcontinental e foram identificados três grupos monofiléticos de interesse com valor de confiabilidade acima de 70%, confirmando a hipótese de múltiplas introduções do HTLV-1aA no Brasil. As análises de datação molecular dos grupos monofiléticos identificados mostraram uma introdução durante o período pós-colombiano do HTLV-1 aA no Brasil no ano de 1500. Em seguida, 16 novas sequências LTR, obtidas neste estudo, foram caracterizadas como pertencendo ao subtipo HTLV-1aA e uma introdução do HTLV-1 durante o período pós-colombiano foi confirmada, com o valor do tamanho efetivo da amostragem superior a 200. Por fim, para esclarecer a ausência até o momento de agrupamento monofiletico do genótipo “aA´´ com os genotipos isolados na região oeste da África, seria importante a obtenção das sequências isoladas em Benim, um país que participou com muitos africanos trazidos para o Brasil durante o tráfico negreiro de acordo com dados históricos. Dessa forma, foi avaliado a soroprevalência da infeção pelo HTLV em Benim. 2035 doadores de sangue foram testados na triagem do HTLV por ELISA. No total, 12 indivíduos foram identificados positivos, sendo 0.58% que foi estatisticamente significativo (CI 95% 0.259%-0.919%) e 7 foram indeterminadas (DO/CO 1<<1.23) para a infecção pelo HTLV. Nossos achados revelaram também a informação de que o sangue desses indivíduos positivos já foram transfusionados para alguns receptores, devido à falta do teste da triagem para o HTLV nos bancos de sangue em Benim. Os dados de epidemiologia do HTLV em Benim, obtidos neste estudo são extremamente relevantes para gerar as sequências do HTLV-1 isolados no Benim, afim de entender melhor a origem do HTLV-1aA no Brasil. A presença de casos com sorologia positivos entre os doadores de sangue em Benim, nos chama atenção para a importância da inclusão da triagem do teste para HTLV, buscando evitar a disseminação desta infecção dentro da população deste país.

Palavras-chave: HTLV-1, LTR, análise filogenética, período pós-colombiano, doadores de sangue, HTLV transmissão e prevenção.

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Fiocruz marca presença no Fórum Social Mundial 2018

“Povos, Territórios e Movimentos em Resistência” é tema do evento com mais de 1300 atividades que iniciou nesta terça-feira, 13/3, e vai até sábado, 17/3. Com o slogan “Resistir é criar, resistir é transformar”, o Fórum Social Mundial (FSM) pretende promover uma resistência a retrocessos e ataques à democracia brasileira e promete reunir mais de 60 mil pessoas, em Salvador, nestes cinco dias.

A programação vasta e diversificada ocorrerá em vários pontos da cidade, com sede no Campus de Ondina da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e contará com a participação, também, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Na abertura do evento, os participantes foram recepcionados ao Salão Nobre da Reitoria, no Canela, ao som da Orquestra de Frevo e Dobrados, sob regência do maestro Fred Dantas, para participar da homenagem da Universidade a personalidades da ciência e cultura baiana, entre eles estão os pesquisadores eméritos Sônia e Zilton Andrade.

Amanhã, 14/03, às 8h, a Fiocruz participa da Sessão Audiovisual Saúde e Cidadania na sala 13 da Faculdade de Comunicação da UFBA, em Ondina. A programação será iniciada com a exibição do filme “Mulheres das Águas”, lançado pelo Selo Fiocruz Vídeo, seguida de debate com Paulo Pena (UFBA), Thaís Gomes (UFBA) e Eliete Paraguaçu, além de representantes de movimentos sociais. Na ocasião, a diretora do Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia) Marilda Gonçalves, fará parte do evento de lançamento do 3º Concurso Selo Fiocruz (10h), edital de seleção pública para produções audiovisuais sobre saúde, com apoio da TVE Bahia/Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (Irdeb). Está previsto o apoio financeiro de R$85 mil a R$200 mil para os projetos selecionados.

Já na sexta-feira, 16/3, o FSM receberá na Tenda do Conselho Nacional de Saúde a mesa “Acesso a medicamentos no mundo: vivemos uma crise de desabastecimento”, às 14h30, com a presença de Carlos Gadelha, Coordenador das Ações de Prospecção da Fundação Oswaldo Cruz, e Leandro Safatle, Secretário Executivo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamento, e Tomás Pippo, Coordenador da Unidade de Medicamentos, Tecnologia e Pesquisa em Saúde da OPAS/OMS no Brasil.

Para o último dia de evento, 17/3, o pesquisador Fernando Carneiro (Fiocruz Ceará) irá promover uma atividade devolutiva do livro Campos, Florestas e Águas: Práticas e Saberes em Saúde, em que fará um “toxiturismo” denuncia a poluição, o genocídio e o racismo ambiental na Baía de Todos os Santos, em solidariedade às comunidades da Ilha de Maré. A participação da Fiocruz também conta com o trabalho “Múltiplas estratégias de resistências populares para o horizonte e territórios saudáveis”, do coordenador do Ecomuseu de Manguinhos, Filipe Eugênio. O estudo aborda a questão da cultura e das artes em territórios vulnerabilizados nas periferias das cidades do país, com enfoque na literatura.

Além desses, muitos outros pesquisadores e estudantes da instituição estão participando da programação do fórum. “A Fiocruz participa do FSM a partir da necessidade em estreitar o diálogo com os movimentos sociais e territórios em situação de vulnerabilidade social e ambiental, comunidades tradicionais e povos originários dentro duma perspectiva de promoção da saúde”, afirma José Leonídio, coordenador de Cooperação Social da Fiocruz. Pretende-se fomentar o debate para a co-construção de propostas de enfrentamento às desigualdades sociais e inequidades e aprofundar o debate sobre qual o modelo de desenvolvimento para o Brasil. Para ele, o FSM “é um ambiente propício para que possamos construir propostas mais sinérgicas em que a Fiocruz contribua com sua capacidade de pesquisa, ensino e serviços em diálogo com movimentos e grupos sociais historicamente minorizados”.

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Experiência brasileira de integração de grandes bases de dados para pesquisa em saúde é apresentada na Índia

Qual é o impacto de políticas públicas na saúde das populações em um país com grande desigualdade econômica e economia emergente? É, principalmente, em busca dessa resposta que os pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) estão se debruçando sobre os dados vinculados de mais da metade da população brasileira. A experiência acumulada na construção desse conhecimento, por meio da “Coorte de 100 Milhões de Brasileiros”, poderá ajudar na pesquisa em saúde de outro gigante emergente: a Índia. 

Nesta semana, entre 12 e 16 de março, a pesquisadora e vice-coordenadora do Cidacs, Maria Yury Ichihara, compartilha a experiência no desenvolvimento da Coorte para cientistas e formuladores de políticas públicas em duas cidades indianas: Nova Délhi e Bangalore. O principal objetivo das reuniões, organizadas pela Universidade de Glasgow (Reino Unido) e Governo do Estado de Kanarkata (Índia), é o de avaliar experiências na integração de dados nacionais, na qual a coorte de 100 milhões constitui-se em experiência inédita. Ichihara também coordena um grupo de trabalho para desenvolver um índice de privação a nível de pequenas áreas (setores censitários) para todo o Brasil, estudo que também será apresentado, uma vez que os pesquisadores e autoridades indianos estão interessados na construção de um índice similar naquele país.

O evento faz parte do Projeto “NIHR Global Health Research Group on Social Policy and Health Inequalities” (Grupo de Pesquisa de Saúde Global em Políticas Sociais e Iniquidades em Saúde), conduzido no Cidacs em cooperação com a Universidade de Glasgow. Além das duas instituições e dos gestores governamentais do Governo Central da Índia e do Estado de Karnakata, estarão presentes nas reuniões pesquisadores das universidades de Harvard (EUA); London School of Hygyene and Tropical Medicine (Reino Unido); e das instituições indianas Jawaharlal Nehru University (New Delhi) e Public Health Foundation of India (Odisha).

O coordenador do Cidacs, Mauricio Barreto, avalia que essas reuniões são importantes para compartilhar “o trabalho que vem sendo realizado na avaliação de desigualdades em saúde, ampliar a cooperação internacional na produção de conhecimentos científicos para uso na política de saúde, estreitar a cooperação do Cidacs/IGM com a Universidade de Glasgow e estabelecer contatos com acadêmicos e gestores da Índia”.

Privação

O principal objetivo do Índice de Privação em desenvolvimento no Cidacs é construir um “mapa da pobreza crônica”, possibilitando a avaliação de quais variáveis traduzem a condição de vida dos indivíduos. O índice se diferencia dos outros indicadores de pobreza por olhar o nível mais local – e não agregado por municípios como já se fez anteriormente. Assim, o índice permitirá compreender e mensurar quais são os fatores que refletem na condição de vida dos indivíduos diante das desigualdades estruturais das regiões em que habitam.

O desenvolvimento do índice considera uma série de variáveis. No estágio atual, a pesquisa está em processo de validar a possibilidade de análise de 16 indicadores de nível local em seis dimensões: renda; condições de habitação; etnicidade; escolaridade; infraestrutura urbana; e saneamento. “A pobreza crônica é multidimensional. Tem que ter uma combinação dessas privações”, explica Ichihara. De acordo com ela, a possibilidade que este índice trará para avaliação dos determinantes sociais da saúde vai gerar “um custo-benefício fantástico” para a aplicação de políticas públicas, uma vez que focaliza as intervenções.

A pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e colaboradora do projeto, Deborah Malta, que coordenou o “Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil 2011-2022”, afirma que o índice deve não só auxiliar a pesquisa em saúde, mas se tornará “uma ferramenta bastante útil” para os gestores e trabalhadores em saúde.

Idealizador da Coorte de 100 milhões, o pesquisador Mauricio Barreto também acredita nos benefícios da pesquisa e elenca as potencialidades do índice: “Monitorar as desigualdades na saúde, entender as causas das desigualdades e facilitar a avaliação de potenciais impactos dos programas sociais sobre as desigualdades em saúde a fim de alcançar a equidade em saúde”.

Programação

Embora a Índia tenha vários conjuntos de dados que permitam o estudo da privação a nível subnacional e subestadual, eles variam consideravelmente em cobertura e qualidade. Assim, esses dados não são amplamente utilizados para entender as diferenças regionais no país asiático, vitais para as intervenções de políticas públicas. Os pesquisadores acreditam que uma possível maneira de superar tais deficiências nos dados é a vinculação dos diferentes sistemas de dados, tal qual realizado no Cidacs. No entanto, alcançar essa integração é tecnicamente desafiador.

Diante deste quadro, o workshop “Data Linkages and Deriving Deprivation Measures in India: An exploration”, realizado nesta segunda-feira, 12, pretende trabalhar com os formuladores de políticas na Índia para avaliar a viabilidade da vinculação de dados no contexto da Índia e se essa metodologia pode atender a necessidades do país. A programação da semana ainda inclui discussões com formuladores de políticas em Bangalore, Karnataka, e uma proposta de um projeto em parceria entre os pesquisadores participantes e os gestores indianos.

Pesquisa

A Coorte de 100 Milhões de Brasileiros é uma plataforma de estudos e pesquisas para avaliação do impacto das políticas públicas nos desfechos em saúde. A metodologia adotada pela Coorte, a vinculação de dados individuais oriundos de diferentes bases governamentais, tem o potencial de trazer respostas inéditas no campo da saúde e é a primeira vez que é realizada em um país emergente com um volume de dados tão grande – uma das bases de dados da Coorte produzidas no Cidacs, por exemplo, cruza dados de 114 milhões de indivíduos registrados no Cadastro único (CadÚnico) com os 44 milhões de nascimentos registrados durante 14 anos no Sistema Nacional de Nascimentos (Sinasc).

Já o Índice de Privação está sendo desenvolvido a partir dos dados censitários (censo 2010), mas, posteriormente, deverá ser utilizado nas bases produzidas da Coorte para compreender o impacto da pobreza crônica nos desfechos de saúde, como a mortalidade.

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Fiocruz Bahia vai sediar a abertura da 2ª edição das Quintas de Vigilância com o tema febre amarela

O Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz) irá sediar, no 22 de março, a abertura do segundo ano das Quintas de Vigilância, que terá como tema “Febre Amarela no Século XXI”. A temática foi motivada pela epidemia de febre amarela vivida nos últimos meses, como também a política pública brasileira de vacinação. Interessados em participar podem se inscrever, preferencialmente, pelo Sistema de Inscrições Eletrônicas da Esaf ou através do e-mail cvspaf.ba@anvisa.gov.br. Quem tiver dificuldade em acessar o sistema pode conferir o Tutorial para Inscrições no SISFIE. A entrada é franca e contará com certificação pela ESAF.

Realizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Escola de Administração Fazendária (ESAF) e a Fiocruz Bahia, o evento é destinado à de troca de experiências entre profissionais de saúde e de meio ambiente, à academia e aos poderes públicos federais, estaduais e municipais, funcionando como uma ponte entre as Vigilâncias e a sociedade. 

Para a discussão interdisciplinar, foram convidados os pesquisadores Olindo Filho (Instituto René Rachou/Fiocruz Minas) e Gecilmara Pileggi (FMRP/USP), além do médico veterinário Marcelo Mário Santos Medrado, especialista em Saúde Coletiva; servidor da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB) e da Secretaria de Saúde do Município de Salvador (SMS). As abordagens da palestra seguirão as duas vertentes: Estado de duração da imunidade empregada pela dose fracionada da vacina da febre amarela e Panorama de incidência de febre amarela no Brasil nos séculos XX e XXI.

As Quintas de Vigilância são eventos para troca de experiência entre profissionais de saúde e meio ambiente. Além disso, é uma forma de aproximação com os meios acadêmicos, os poderes públicos federais, estaduais e municipais, assim como a sociedade.

Serviço:

O que: Quintas de Vigilâncias
Quando: Dia 22 de março, das 8h às 12h
Onde: Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia). Rua Waldemar Falcão, 121. Candeal, Salvador-BA

 

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Pesquisadores da Fiocruz Bahia integram nova diretoria da SBI

Foto: SBI

Aconteceu, na sede da Sociedade Brasileira de Imunologia – SBI, em São Paulo, a posse da nova diretoria eleita no 41º Congresso da Sociedade Brasileira de Imunologia. Os novos integrantes, que tomaram posse no dia 22 de fevereiro, vão gerir a sociedade no biênio 2018-2019. Três pesquisadores da Fiocruz Bahia fazem parte da equipe: Claudia Brodskyn é a nova Presidente; Camila Indiani, a Secretária-Geral; e Lucas Pedreira, o Primeiro Secretário.

Além da posse, foi realizada uma reunião de alinhamento entre as gestões, em que foi abordada a continuidade dos projetos das diretorias anteriores, seleção da comissão de ensino (que será anunciada em breve), criação de novos financiamentos, atualização do estatuto da SBI e contato com outras sociedades para o desenvolvimento de projetos de educação científica e política. 

De acordo com Brodskyn, na nova gestão, serão mantidos os congressos comuns, mas também serão realizados novos projetos. “Pretendemos promover a formação das regionais, estimulando a realização de simpósios, como o simpósio sul de imunologia e atualmente o do centro oeste. Este ano teremos também o do norte-nordeste. Além disso, teremos a realização de cursos para os estudantes de pós-graduação e de graduação em imunologia”, apontou. 

Outro ponto de destacado pela nova presidenta foi o incentivo aos jovens pesquisadores e estudantes. “A SBI tem procurado incentivar seus pesquisadores para a formação de redes de colaboração, seja através de seus congressos bem como no apoio a realização de simpósios e cursos. Assim, tentamos de alguma forma um sentido de inclusão com todos os imunologistas das diferentes regiões brasileiras. Os jovens serão incentivados com uma maior participação nos congressos e simpósios, na organização de cursos de imunologia para estudantes de graduação e também Travel Awards para realizarem cursos no Brasil e na América Latina”, declarou. 

 

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Dissertação relaciona assinatura transcriptomica de lesões com a presença da leishmania e resposta imune inata.

AUTOR: Valdomiro Silveira Moitinho Junior
ORIENTADOR: Antonio Ricardo Khouri
TÍTULO DA TESE: “Perfil de Transcriptoma imune revela um mecanismo de degradação de matriz extracelular na Leishmaniose Cutânea Humana”.
PROGRAMA:
 Pós-Graduação em Patologia Humana – UFBA/FIOCRUZ
DATA DE DEFESA: 23/03/2018

RESUMO

INTRODUÇÃO: A leishmaniose é uma zoonose amplamente disseminada em mais de 90 países, que já afeta 15 milhões de pessoas em todo o mundo e cresce a uma taxa de 1,6 milhão de novos casos por ano. A forma clinica mais frequente da doença é a leishmaniose cutânea localizada (LCL). Geralmente, esses pacientes apresentam uma única lesão que começa no local de entrada do parasito, como pequenas pápulas que evoluem para nódulos e ulceram no centro. Alguns estudos têm buscado esclarecer os mecanismos que controlam o desenvolvimento das lesões e a resposta imune envolvida. Técnicas de alto rendimento têm revelado alvos importantes na progressão da doença, entretanto, alguns mecanismos imunológicos ainda não foram totalmente elucidados.

OBJETIVO: Identificar as principais moléculas e vias relacionadas à patogênese da leishmaniose cutânea in vivo e definir, através de análise in silico, mecanismos de proteção/susceptibilidade.

MÉTODO: Exploramos biópsias de lesões de pele usando técnicas de alto rendimento para quantificar a expressão de genes em pacientes recrutados durante visitas médicas a áreas endêmicas da Bahia. Associamos as técnicas de citometria de fluxo in silico, nCounter (NanoString) e o Ingenuity Pathway Analysis (IPA) para analisarmos a expressão gênica e os mecanismos biológicos envolvidos na LCL.

RESULTADOS: A análise transcriptômica de 601 genes da resposta imune foi capaz de diferenciar dois grupos de lesões: inicial e tardia. A avaliação por citometria de fluxo revelou um predomínio de células pertencente à imunidade inata em lesões iniciais e células da imunidade adaptativa em lesões tardias. Transcritos de biopsia de lesões cutâneas iniciais foram correlacionados com a presença de transcritos do parasito, porém, não houve diferenças expressivas no tempo de cura e gênero. As análises de expressão genica integrada do IPA confirmou o papel dos genes VCAN e COL18A1 no processo de destruição da matriz extracelular.

CONCLUSÃO: Nossos dados sugerem uma relação entre a assinatura transcriptomica de lesões iniciais com a presença do parasito e de células da resposta imune inata. Além disso, confirmamos a participação de vias associadas à inflamação na progressão da doença. Finalmente, revelamos a presença de uma via de degradação de matriz extracelular em lesões de pacientes com LCL.

Palavras chave: Leishmaniose Cutânea, L. braziliensis, Trancriptoma, NanoString, Genes.

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Curso sobre imunorregulação está com as inscrições abertas

O I International Course on Immune Regulation, que acontece entre os dias 26 e 29 de março, na Fiocruz Bahia, abordará aspectos da imunorregulação em câncer, doenças infecciosas e metabólicas, enfatizando novas metodologias para investigação da expressão gênica global e aplicações da nanotecnologia na produção de vacinas e terapias. As inscrições, bem como entrega de resumos e submissão de banners, podem ser realizadas no site do curso, até o dia 19 de março.

O objetivo central do evento é reunir pesquisadores que são referência nas áreas de atuação e estudantes de diferentes cursos de pós-graduação em saúde, para debater os avanços mais recentes sobre a regulação do sistema imune em diferentes áreas do conhecimento. Serão ofertadas quarenta e oito vagas para estudantes de diferentes cursos de pós-graduação em saúde, como Patologia, Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa, Imunologia e Ciências da Saúde.

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LAPEC – Laboratório de Pesquisas Clínicas

A equipe do Laboratório de Pesquisas Clínicas (LAPEC) tem trabalhado com pacientes e contactantes destes, em áreas endêmicas de doenças tropicais e em um ambulatório especializado do Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos (HUPES/UFBA). A equipe é composta por pesquisadores que atuam nas áreas de clínica médica, imunologia, imunologia clínica e biologia molecular.

Estes pesquisadores desenvolvem atividades que se complementam com o trabalho dos seguintes pesquisadores:

– Lucas Carvalho, que trabalha principalmente na área da resposta imune inata, investigando o papel de fagócitos mononucleares no desenvolvimento da úlcera leishmaniótica, determinando vias inflamatórias na leishmaniose tegumentar Americana (LTA) relacionadas com as prostaglandinas e leucotrienos e na ativação do inflamassoma nas leishmanioses e nas reações hansênicas;

– Thiago Cardoso, atuando predominantemente na citotoxicidade mediada pelas células CD8, na identificação de marcadores imunológicos associados a patologia das leishmanioses e doenças de Chagas e na imunopatologia do carcinoma mamário canino;

– Edgar Carvalho, que atua na interface entre a resposta imune e a expressão clínica de doenças infecciosas, mecanismos imunológicos associados com proteção e dano tecidual e novas formas de tratamento na leishmaniose tegumentar, na infecção pelo HTLV-1 e nas reações hansênicas.

Estudantes
Julia santana do espirito santo
Apoio Técnico-Científico
Giulia oliveira miranda

Telefone: +55 (71) 3176-2357

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LAPEM – Laboratório de Patologia Estrutural e Molecular

O Laboratório de Patologia Estrutural e Molecular (LAPEM) desenvolve pesquisas relacionadas a:

a) Desenvolvimento tecnológico no diagnóstico de doenças hepáticas e renais, incluindo o desenvolvimento de um sistema computacional que permita o reconhecimento de lesões do fígado e do rim, possibilitando o estudo de associações clinicopatológicas em larga escala. O apoio à formação de novos patologistas e ao exercício diagnostico de Médicos Patologistas que atuam em áreas remotas do país.

b) Pesquisa de marcadores urinários de lesão e progressão de doenças glomerulares. Identificação de potenciais marcadores lesão e progressão de doenças glomerulares. Definimos parâmetros de lesão tubular renal relacionados com falência renal aguda, testamos a performance dos painéis utilizados para o diagnóstico de lesão renal aguda em pacientes com síndrome nefróti. Iniciamos estudos de proteômica para identificação marcadores para uso no diagnostico diferencial entre necrose tubular aguda e glomerulonefrite proliferativa.

c) Remodelamento tecidual em doenças infecciosas e crônico-degenerativas: Lida com a identificação de alterações estruturais associadas a processos degenerativos e inflamatório crônicos na esteato-hepatite não alcóolica e na leishmaniose visceral (LV). Inclui os projetos:

      i) LXPLEEN: Demonstramos a associação entre a desestruturação dos microambientes esplênicos e formas graves de LV. Caracterizamos os padrões histológicos de lesão e definimos o potencial papel de CXCL13, APRIL, BAFF e CCL12 no processo. Muitos desses estudos foram realizados em cães naturalmente infectados por L. Infantum. Recentemente temos utilizando modelos murinos de LV para estudo de mecanismo e material de pacientes com LV (colhido em necropsia ou bacos removidos de pacientes com formas graves da doença, refrataria a terapêutica convencional) para definir em que extensão esses dados podem ser generalizados para seres humanos.
     ii) LXAD: Demonstramos que a infecção com Leishmania inibe a adesão de fagócitos mononucleares ao tecido conjuntivo, o que potencialmente define o estabelecimento de lesões associadas a doença nos tecidos. Criamos um grupo multidisciplinar de adesão e migração celular que inclui outros laboratórios do IGM.
     iii) Fibrose portal e venopatia portal obliterativa: A fibrose portal é frequente em biópsias hepáticas e pode estar associada a hipertensão portal e insuficiência hepática. O interesse é avaliar a frequência dessa alteração e estudar células e mecanismos envolvidos na sua gênese, usando modelos experimentais.
     iv) Carcinomas primários de fígado (CPF): O carcinoma hepatocelular é frequente complicação de doenças inflamatórias crônicas hepáticas infecciosas (hepatites virais) e não infecciosas (esteato-hepatite). Coordenamos um grupo multidisciplinar para determinar sua frequência em transplantes hepáticos, definir causas e caracterizar os aspectos morfológicos e vias moleculares implicadas em sua patogênese.
     v) Esteato-hepatite não alcoólica (EHNA): EHNA é a doença hepática mais prevalente no mundo ocidental. Participamos de um grupo multidisciplinar cujo objetivo é utilizar material de biópsias para investigar mecanismos envolvidos na patogênese da EHNA. Dispomos de um modelo experimental que reproduz as alterações morfológicas hepáticas, inclusive o desenvolvimento de carcinomas hepáticos.

d) Produção de insumos para diagnóstico e imunoterapêutica de doenças infecciosas: Inclui os seguintes projetos:

     i) Desenvolvimento de imunoterápico de última geração contra leishmaniose visceral canina: Produção e avaliação de proteínas recombinantes caninas (IL-12, IL-2, IL-7, IL-15 e receptor solúvel de IL-10) com potencial para induzir resposta imune e de memória imunológica em cães.
     ii) INCTDV-Instituto Nacional de Ciências e Tecnologia para o Desenvolvimento de Vacinas (MCTI/CNPq/CAPES/FAPs no.16/2016), cujo objetivo é avaliar o impacto da imunoprofilaxia canina induzida com vacinas produzidas em condições BPL em prevenir a transmissão de infantum em área endêmica.
     iii) Desenvolvimento de um ensaio de QuantiFERON modificado para utilização em cães com suspeita de LV.
     iv) Terapêutica da gengivite crônica: determinar a eficácia de formulações contendo o imunógeno gingipaína de P. gingivalis em adjuvantes) e de novas drogas em eliminar patógenos orais anaeróbicos gram-negativos, em macacos rhesus com periodontite crônica. v) Produção proteínas recombinantes Tax, HBZ e HBZ-SI do HTLV-1 e avaliação da resposta de seres humanos com a infecção viral e desenvolvimento de fármacos capazes de inibir a transativação gênica induzida por Tax. vi) ZikAlliance:  Produção de proteínas recombinantes do vírus da Zika (proteína do envelope-E, NS1, NS3 e NS5) e avalição da resposta imune humoral e celular (T CD4 e T CD8) frente a essas proteínas em indivíduos com a infecção.

Estudantes
Leonardo cardoso gomes baqueiroLuíza pessôa do nascimento andradeMatheus henrique santana toledo piza pimentelMilena reis da silva
Reginaldo brito dos santos juniorRodrigo antonio vieira guedesThiago martins oliveira
Gestão
Patricia ramos reboucas
Apoio Técnico-Científico
Ane maria da conceição santos

Telefone: +55 (71) 3176-2262
E-mail: @bahia.fiocruz.br

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LAIPHE – Laboratório de Interação Parasito-Hospedeiro e Epidemiologia

As linhas de pesquisa da equipe proposta para o Laboratório de Interação Parasito-Hospedeiro e Epidemiologia (LaIPHE) têm, como eixo central, as doenças negligenciadas causadas por Tripanossomatídeos. Envolvendo esse tema, o laboratório propõe uma abordagem interdisciplinar, agregando subáreas de concentração sobre a Interação Parasito-Hospedeiro, Epidemiologa, desenvolvimento de novas ferramentas para diagnóstico, além da identificação de novos alvos terapêuticos e profiláticos (tratamento).

Os principais alvos de interesse do grupo são as populações humanas e caninas acometidas por essas enfermidades. Os modelos experimentais de infecção in vivo e in vitro também serão empregados para definir os mecanismos envolvidos no achado dos estudos epidemiológicos. Neste sentido, a proposta para o LaIPHE é que as diferentes áreas de atuação sejam complementares, permitindo uma maior abrangência, bem como uma maior otimização, dos estudos sobre as suas linhas de pesquisa.

Na linha de pesquisa sobre a Interação Parasito-Hospedeiro, o LaIPHE pretende abordar os mecanismos de fagocitose e autofagia, além do envolvimento da imunidade inata e adaptativa, bem como da migração celular, imunomodulação e imunopatogênese destas doenças. Ademais, o grupo tem interesse no efeito de co-morbidades e na identificação de biomarcadores para estas doenças.

Além disso, pretende-se atuar na epidemiologia destas doenças, através da identificação de fatores determinantes na transmissão e disseminação, além da avaliação de medidas de controle e desenvolvimento de novos métodos de diagnóstico, que também é de interesse do LaIPHE, através da Identificação de novos antígenos, geração de novas ferramentas e validação do potencial para diagnóstico.

Por fim, para tratamento, o laboratório pretende identificar novos alvos, investigar diferentes esquemas de administração e entrega de fármacos, bem como seus mecanismos de ação.

Gestão
Luana chaves do nascimento

Telefone: +55 (71) 3176-2273
E-mail: isabele.coelho@terceirizado.bahia.fiocruz.br

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LPCT – Laboratório de Pesquisa Clínica e Translacional

Nossos objetivos:

  • Estabelecer um ambiente de pesquisa multidisciplinar, onde pesquisadores clínicos e básicos possam colaborar na investigação de doenças relevantes para a região da Bahia e do Brasil.
  • Promover a realização de estudos clínicos que visem à avaliação de novas terapias, abordagens diagnósticas e intervenções preventivas para doenças endêmicas e emergentes.
  • Realizar pesquisas translacionais que permitam a transferência de descobertas científicas para aplicações práticas na saúde pública.
  • Estabelecer parcerias nacionais e internacionais para fortalecer a colaboração científica e o intercâmbio de conhecimento.

Nossas Linhas de Pesquisa:

  • Estudos epidemiológicos e de vigilância de doenças endêmicas da região.
  • Desenvolvimento e avaliação de novas terapias farmacológicas e não farmacológicas para doenças crônicas e doenças transmitidas por vetores.
  • Investigação de biomarcadores e abordagens diagnósticas inovadoras para doenças infecciosas.

Nossas Parcerias e Colaborações

Para maximizar o impacto da pesquisa clínica e translacional, buscamos estabelecer parcerias e colaborações com outras instituições de pesquisa, hospitais, centros de referência e órgãos governamentais locais e nacionais. Através dessas parcerias, poderemos compartilhar conhecimentos, recursos e experiências, além de fortalecermos a capacidade de conduzir estudos multicêntricos, ampliando o alcance das pesquisas.

Nossa infraestrutura: O Laboratório de Pesquisa Clínica e Translacional é equipado com instalações modernas e adequadas para a realização de estudos clínicos, incluindo áreas de coleta de dados, salas de exames, laboratórios de análises clínicas e espaços para a realização de procedimentos específicos.

O laboratório conta com: (i) unidade de pesquisa clínica (Instituto de Pesquisa Clínica e Translacional, atrelado ao consórcio RePORT International e que conta com parceria com várias instituições, incluindo Fundação José Silveira, Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Faculdade ZARNS, Universidade Federal do Rio de Janeiro e Fundação de Medicina Tropical do Amazonas). (ii) unidade de laboratório seco, com infraestrutura completa para análise de dados completos, além de uma coordenação de estudos clínicos; (iii) unidade de laboratório experimental, com bancadas de experimentação e sala de cultura de células, equipamentos de última geração para realização de experimentos em patologia, imunologia e biologia molecular; (iv) unidade administrativa para dar suporte aos diversos projetos e programas científicos nacionais e internacionais do grupo.

Nossa equipe: Dr. Bruno Andrade é o responsável pela estruturação da unidade de pesquisa clínica, realização de estudos com pacientes, incluindo as questões regulatórios e de implementação. O pesquisador tem larga experiência na coordenação de consórcios multicêntricos de estudos clínicos. Dr. Artur Queiroz coordena a unidade de laboratório seco, incluindo ao manejo, preparação e análise de dados, oriundo tanto dos estudos clínicos, experimentais ou in silico. Dra. Valéria Borges e Dra. Camila de Oliveira coordenam a unidade de laboratório molhado, onde são desenvolvidas as iniciativas envolvendo modelos celulares e animais, empregando diversas tecnologias. As duas cientistas possuem histórico de publicações relevantes nestas áreas. Por fim, Dr. Andrade e sua equipe adjunta são responsáveis pela unidade administrativa, executando o gerenciamento e monitoramento dos projetos, com uma importante participação em aplicações para financiamento internacionais, o que representa grande parcela do suporte financeiro do LPCT.

O Laboratório de Pesquisa Clínica e Translacional (LPCT) na Fiocruz Bahia fortalecerá o compromisso da instituição com a pesquisa de excelência e a melhoria da saúde pública. A unidade recém-criada poderá avançar na compreensão das doenças endêmicas e emergentes da região, bem como na busca por soluções inovadoras que beneficiem diretamente a população.

Equipe: Temos uma equipe multidisciplinar, composta por pesquisadores clínicos, cientistas básicos, estatísticos, enfermeiros, técnicos de laboratório e profissionais de apoio administrativo.

Financiamento: Buscamos recursos por meio de parcerias com agências de fomento, órgãos governamentais e instituições privadas, além de concorrer a editais específicos para pesquisa clínica e translacional.

Estudantes
Caio marques landeiro torresEduardo fukutani rochaElise eduarda dos santos britoGabriel costa de santanaHelton fabio santos de araujo junior
Pedro brito borbaRafael brito coelhoTaylla dos santos costa
Gestão
Aline soares guzman
Natalia silva de melo
Apoio Técnico-Científico
Adorielze regina macedo leiteDayse de jesus lira
Francys andreina avendaño rangelGabriela agra duarte
Vitor cordeiro pereira
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MeSP2 – Medicina e Saúde Pública de Precisão

O Centro de Medicina e Saúde Pública de Precisão visa fornecer soluções avançadas em saúde que possam ser incorporadas ao SUS. As linhas de pesquisa do MeSP2 listadas a seguir são voltadas para doenças inflamatórias e infecciosas:

1.Vigilância
2.Patologia e patogênese
3.Vacinas e terapias

Na vigilância, as abordagens serão em biomarcadores, genômica e saúde digital. A vigilância digital envolve o uso de grandes bases de dados do SUS para monitorar/identificar surtos e estudar aspectos relacionados à vacinação, como efetividade e eventos adversos. A vigilância genômica envolve o monitoramento de microrganismos/diversidade genética de patógenos para prever e controlar epidemias, além do uso de biomarcadores para a vigilância.

Na linha de patologia e patogênese de doenças inflamatórias e infecciosas o objetivo é ampliar o conhecimento sobre parasitoses e infecções virais emergentes e reemergentes, e suas consequências. São investigados mecanismos; as relações das manifestações clínicas com as variações genômicas de patógenos e do hospedeiro; biomarcadores de diagnóstico e prognóstico serão buscados utilizando ferramentas de saúde digital para estudar a doença.

Na linha de vacinas e terapias, as abordagens incluem a identificação de mecanismos e genômica para identificar alvos e usar ferramentas precisas na obtenção de candidatos. Incluem também estudos de biomarcadores e saúde digital para identificar características populacionais associadas a menor resposta vacinal e sob risco de agravamento.

A integração dessas linhas de pesquisa permitirá a identificação de alvos terapêuticos e biomarcadores promissores usando abordagens multi-OMICS (ex. RNAseq, metabolômica, proteômica) com potencial de aprimorar a precisão dos tratamentos e diagnósticos; desenvolvimento de metodologias de engenharia genética (CRISPR-Cas) aplicada ao tratamento de doenças infecciosas e parasitárias, que envolve a modificação do material genético de microrganismos para combater doenças específicas a partir de alvos identificados nos estudos de mecanismo, biomarcadores e genética; a identificação (ex. imunologia de sistemas) e caracterização (ex. microarranjo de peptídeos) de epítopos vacinais, a partir de informação genotípica do hospedeiro (MHC, TCR, BCR do hospedeiro) e do microorganismo (genoma), que podem ser alvo de resposta imunológica protetora e permitir o desenvolvimento de vacinas mais eficazes.

Essas abordagens multidisciplinares desenvolverão a medicina e a saúde pública, proporcionando diagnósticos mais precisos, tratamentos eficazes e medidas de prevenção assertivas e abrangentes.

Gestão
Layse pereira de carvalho
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Cidacs seleciona pesquisador para pós-doutorado em análise de dados e políticas sociais

A plataforma “Coorte de 100 milhões de Brasileiros”, uma das frentes de pesquisa do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde do Instituto Gonçalo Moniz (Cidacs/IGM/Fiocruz), está selecionando um pesquisador para realizar pós-doutoramento no centro. O pesquisador selecionado contará com a colaboração e orientação de pesquisadores da própria instituição e de entidades vinculadas ao projeto, como a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a University of Glasgow. Os interessados deverão enviar currículo e os documentos requisitados para o e-mail cidacs@bahia.fiocruz.br, até o dia 9 de março.

Acesse o edital completo aqui.
Projeto disponível aqui.

Um dos objetivos do projeto é analisar o impacto de políticas sociais na saúde infantil por meio de dados censitários e do Cadastro único (CadÚnico). O projeto visa analisar as desigualdades em saúde e seus determinantes socais no Brasil e avaliar o impacto de políticas sociais a partir de dados governamentais. O selecionado poderá receber uma bolsa de até R$ 6.000,00, de acordo com a experiência do candidato. O período do projeto é de 12 meses.

Para participar do processo seletivo, os candidatos devem ter feito doutorado há menos de sete anos em Epidemiologia, Estatística ou Economia. É necessário ainda ter conhecimento teórico e prático em bases de dados censitários, índices de pobreza/desigualdade e ser capaz de avaliar políticas sociais, compreender desigualdade em saúde e métodos de avaliação de impacto. Para o trabalho prático, é preciso experiência em uso de software para análise de dados científicos (R ou Stata), além de inglês intermediário a fluente ou domínio elementar da Língua Portuguesa, caso o candidato seja estrangeiro.

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A ação de novo complexo à base de rutênio sobre carcinoma é investigado em tese

AUTORA: Nanashara Coelho de Carvalho
ORIENTADOR: Daniel Pereira Bezerra
TÍTULO DA TESE: “Potencial antineoplásico do complexo CIS-[RU(PHEN)2(XANT)](PF6)”
PROGRAMA:
Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa – FIOCRUZ
DATA DE DEFESA: 02/03/2018

RESUMO

Os compostos à base de rutênio ganharam grande interesse devido à sua potente citotoxicidade nas células cancerígenas, no entanto, muitas das suas potenciais aplicações permanecem inexploradas. Neste trabalho, relatamos a síntese de um novo complexo de rutênio com xantoxilina (CRX) e a investigação de sua ação celular e molecular em células de carcinoma hepatocelular humano HepG2. Descobrimos que CRX exibiu um potente efeito citotóxico em um painel de linhagens celulares de câncer em culturas monocamadas e em um modelo 3D de esferóides de câncer multicelular formado a partir de células HepG2. Este composto foi detectado em alta concentração nos núcleos celulares, induziu intercalação com o DNA e inibiu a síntese de DNA, interrompendo o ciclo celular na fase S, seguido pela ativação da via de apoptose mediada por caspase em células HepG2. A análise de expressão gênica revelou alterações na expressão de genes relacionados ao controle do ciclo celular, apoptose e via MAPK. Além disso, CRX induziu a fosforilação de ERK1/2, e o pré-tratamento com U-0126, um inibidor de MEK que inibe a ativação de ERK1/2, impediu a apoptose induzida por CRX. Em contraste, o pré-tratamento com um inibidor de p53 (pifitrina-α cíclica) não impediu a apoptose induzida por CRX, indicando a ativação de uma via de apoptose independente de p53. RCX também apresentou um potente efeito antitumoral in vivo em camundongos SCID C.B-17 enxertados com células HepG2. Esses resultados indicam que o CRX é um novo candidato à fármaco anticancerígeno.

Palavras-chave: Câncer, Carcinoma hepatocelular, Complexo de rutênio, Apoptose.

 

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Comunicação científica é tema de evento no Cidacs

As novas formas de realizar pesquisa em saúde demandam modos inovadores de comunicação, gerando desafios para os profissionais da área que trabalham com ciência e saúde. Diante dessa nova realidade, o Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) vai discutir o uso de novas mídias, a comunicação institucional e científica no seminário “#DiálogosCidacs: Comunicação da Pesquisa em Saúde”, que será realizado no dia 7 de março, das 9h às 12h, no Auditório do Tecnocentro, Salvador, Bahia. O evento é aberto ao público. Clique aqui para conferir a programação.

Um dos temas chaves de estratégia de produção e de difusão da ciência a serem abordados no evento é a Translação do Conhecimento – termo que designa um processo científico que vai além da disseminação do conhecimento, incluindo o real uso da sociedade. Para tratar do assunto, ainda pouco difundido entre os profissionais da área, o evento tem como convidados a jornalista Maria Paola de Salvo, diretora da Global Health Strategies (GHS), responsável pela comunicação da Bill and Melinda Gates Foundation no Brasil, e o pesquisador do Instituto de Comunicação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Icict/Fiocruz) e coordenador do Laboratório Internet, Saúde e Sociedade (LAISS), André Faria Neto.  A mesa contará com a mediação do Assessor de Comunicação da Fiocruz Bahia, o pesquisador e jornalista Antônio Brotas.

Na segunda rodada, o evento traz Fabiana Mascarenhas, jornalista especializada em Jornalismo Científico pela Universidade Federal da Bahia (Ufba). A profissional trabalha há 15 anos no Grupo A Tarde, no qual já atuou como repórter, editora, produtora e apresentadora em diversas mídias. Além disso, foi repórter e editora do caderno dominical Ciência & Vida. Para tratar do uso das redes sociais, o seminário contará com a coordenadora de marketing da Assessoria de Comunicação da Fiocruz Brasília, Ana Carolina de Oliveira, que abordará as estratégias utilizadas pela instituição na divulgação e comunicação do trabalho científico realizado no ambiente de pesquisa em saúde. Já a mediação do painel estará a cargo da diretora de comunicação de Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Luiza Silva. 

Cidacs

O Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs) é uma instituição de estudos e pesquisas baseada em projetos interdisciplinares originados na integração de grande volume de dados. Com auxílio de recursos computacionais de alto desempenho e do conhecimento já acumulado pelos pesquisadores associados, o Cidacs contribui na produção de conhecimentos científicos inovadores para ampliar o entendimento dos determinantes e das políticas sociais e ambientais sobre a saúde da população, além de apoiar tomadas de decisões em políticas públicas, em benefício da sociedade. 

A instituição está vinculada ao Instituto Gonçalo Moniz da Fundação Oswaldo Cruz (IGM/Fiocruz Bahia) e concentra profissionais como epidemiologistas, biomédicos, biólogos, estatísticos, economistas e profissionais das ciências de dados (tecnologistas da informação, analistas de sistemas, engenheiros e cientistas da computação, entre outros). O Centro fica localizado no Tecnocentro, Parque Tecnológico da Bahia, em Salvador, e foi fundado em dezembro de 2016. A coordenação geral do espaço é do epidemiologista Maurício Barreto, pesquisador sênior da Fiocruz Bahia.

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Desenvolvimento de nanopartículas para terapia de infarto no miocárdio é alvo de dissertação

AUTORA: Helenita Costa Quadros
ORIENTADOR: Fabio Rocha Formiga
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “DESENVOLVIMENTO DE NANOPARTÍCULAS PARA A LIBERAÇÃO DE ADRENOMEDULINA-2 NO MIOCÁRDIO INFARTADO”
PROGRAMA:
Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa – FIOCRUZ
DATA DE DEFESA: 28/02/2018

RESUMO

INTRODUÇÃO: O infarto do miocárdio (IM) representa a manifestação mais significativa da cardiopatia isquêmica em todo o mundo. Atualmente, os tratamentos utilizados são invasivos, de alto custo e difícil acesso pelo sistema público de saúde, além de não apresentarem a capacidade de reparo do coração. Neste sentido, nanopartículas (NPs) à base do copolímero poli (ácido lático-co-glicólico, PLGA) têm sido investigadas como carreadores potenciais de biomoléculas para o quadro de regeneração do miocárdio lesionado, devido ao seu baixo potencial imunogênico, adequado perfil de biodegradação e alta biocompatibilidade com o tecido cardíaco. A adrenomedulina-2 (ADM-2), identificada como um novo fator angiogênico, demonstra alto potencial terapêutico em disfunções endoteliais.

OBJETIVO: Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi produzir nanopartículas poliméricas para o delivery do fator de crescimento ADM-2 no miocárdio infartado.

MATERAIS E MÉTODOS: Após a produção de pré-formulações e a padronização da formulação à base de nanopartículas com albumina (BSA) pelo método de emulsão múltipla e extração de solvente, nanopartículas contendo ADM-2 foram preparadas, e em seguida caracterizadas quanto aos parâmetros físico-químicos e atividade biológica in vitro.

RESULTADOS: Em suspensão, as partículas foram caracterizadas quanto ao tamanho, índice de polidispersão (PdI) e potencial zeta por espalhamento de luz dinâmico. NPs-ADM-2 apresentaram diâmetro médio de 312,1 nm ± 1,3, PdI de 0,34 ± 0,01 e potencial zeta de em torno de -31 mV, sem a presença de agregados. Após 30 dias, houve um leve aumento de tamanho e PdI, mas sem alteração no potencial zeta. Além disso, NPs-ADM-2 foram avaliadas quanto à morfologia por microscopia eletrônica, apresentando dispersas, com forma esférica e superfície lisa. A eficiência de encapsulação foi de 67,28% determinada por ELISA, correspondendo a 134,5 ng de ADM-2 por mg de formulação. NPs-ADM-2 apresentaram compatibilidade in vitro com macrófagos da linhagem J774 e cardiomiócitos da linhagem H9c2, conforme ensaios de citotoxicidade por AlamarBlue®. Com relação à bioatividade, ADM-2 encapsulada das nanopartículas foi capaz de estimular a proliferação celular das linhagens endoteliais HUVEC e EA.hy926, indicando que a atividade biológica deste fator de crescimento foi preservada após seu processo de formulação de em nanopartículas de PLGA.

CONCLUSÃO: Este trabalho é o primeiro estudo de desenvolvimento de uma nanoformulação de ADM-2, com potencial de inovação no âmbito da terapia com fatores de crescimento direcionada ao infarto do miocárdio. 

Palavras-chave: Adrenomedulina-2; nanopartículas de PLGA; infarto do miocárdio.

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Aula inaugural aborda pesquisa, inovação e carreira na ciência

As atividades acadêmicas da Fiocruz Bahia terão início com a aula inaugural, que acontecerá no dia 09 de março, a partir das 9 horas, no auditório principal da instituição. A palestra, que terá como tema O que eu vou ser quando eu crescer? Pesquisa, Inovação e Carreira na Ciência, será apresentada pelo professor do Instituto de Biofísica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Mauro de Freitas Rebelo.

O evento também contará com as boas-vindas aos estudantes das representantes da vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Márcia Silveira, e da Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil da Universidade Federal da Bahia, Cassia Maciel. O público-alvo da aula é composto por estudantes pós-graduação e iniciação científica.

Além da palestra, Rebelo ministrará a oficina De Zero a Cem: Empreendedor em 1 hora, que tem como objetivo incentivar o empreendedorismo biotecnológico em que os alunos percebam suas competências e habilidades como uma possibilidade de gerar inovação e futuras ofertas de trabalho em mercados online

Sobre o palestrante:

Mauro Rebelo é cientista e empreendedor. Professor do Instituto de Biofísica da UFRJ, sócio-fundador da Bio Bureau Biotecnologia e membro da Eisenhower Fellowships. Publicou textos de divulgação científica por mais de 10 anos no blog “Você que é Biólogo…”.

 

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Tese avalia a aceitabilidade parental da vacina contra o HPV para adolescentes

AUTOR: William Mendes Lobão
ORIENTADOR: Edson Duarte Moreira Junior
TÍTULO DA TESE: “Avaliação da aceitação parental da vacina contra hpv após sua introdução no programa nacional de imunização”
PROGRAMA: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa – FIOCRUZ
DATA DE DEFESA: 27/02/2018

RESUMO

Introdução: O vírus do papiloma humano (HPV) é responsável por quase todos os casos de câncer cervical e anal, aproximadamente 70% dos cânceres que afetam vagina, vulva e orofaringe e 60% dos cânceres penianos, representando um importante problema de saúde pública, especialmente nos países em desenvolvimento. Atualmente, existem três vacinas licenciadas altamente eficientes e seguras contra o HPV e a Organização Mundial da Saúde recomenda a introdução de vacinas contra o HPV em programas nacionais de imunização para crianças e jovens de 9 a 26 anos de idade. Em 2014, o governo Brasileiro introduziu a vacina quadrivalente contra o HPV no Programa Nacional de Imunização (PNI), contudo as taxas de cobertura com a segunda dose da vacina estão abaixo de 50%.

Objetivo: Estimar a aceitabilidade parental da vacina contra o HPV para adolescentes menores de 18 anos em centros urbanos do Brasil após a introdução desta vacina no Programa Nacional de Imunização (PNI).

Materiais e métodos: Realizamos uma pesquisa entre 826 pais com filhos menores de 18 anos através de entrevistas telefônicas de discagem digital aleatória em sete capitais brasileiras (Belém, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador) cobrindo as cinco regiões do Brasil. Selecionamos pelo menos 115 indivíduos em cada cidade. Um questionário sobre conhecimentos, atitudes e práticas (KAP) foi desenvolvido e validado usando os principais pressupostos do Modelo de Crença de Saúde (HBM): susceptibilidade percebida, gravidade percebida, benefícios percebidos e barreiras percebidas. Entrevistadores treinados realizaram as entrevistas que duraram em média 20 minutos. As variáveis independentes incluídas na análise bivariada foram: dados sociodemográficos, conhecimento, atitudes e práticas dos pais em relação à vacina contra o HPV. O conhecimento foi considerado, arbitrariamente, como adequado quando os entrevistados acertaram ≥70% de cada item. A análise da associação entre as variáveis categóricas utilizou o teste qui-quadrado (χ²) ou exato de Fisher, sendo os resultados considerados significativos para p<0,05.

Resultados: Dos 2.324 pais elegíveis, 826 completaram a entrevista (taxa de resposta de 35,5%). A maioria dos participantes era mulher (85%), com idade média de 43,8 anos (18 a 82). No momento da entrevista, 37% dos pais tinham pelo menos uma filha/filho na faixa etária recomendada pelo PNI para vacinação contra HPV (9 a 14 anos). A aceitação parental da vacina contra o HPV para filhas ou filhos com menos de 18 anos de idade foi alta, 92% e 86%, respectivamente, e não variou significativamente nas diferentes cidades pesquisadas. A aceitação da vacina para as filhas foi comparável entre mães e pais, 92,8% vs. 90,2% (p=0,319), respectivamente. Também foi semelhante para meninos (mães: 85,9% vs. pais: 84,0%; p = 0,592). O nível do conhecimento dos participantes foi considerado adequado (70,1%) com uma média de 14,7 acertos dos 21 itens propostos (dp=2,6). Os conhecimentos associados à aceitação da vacina foram relacionados à segurança e eficácia da vacina, transmissão sexual do HPV, vacinação antes do início da vida sexual e vacinação de meninos (p<0,005). A maioria dos pais daria uma vacina contra uma infecção sexualmente transmissível para seus filhos (72%) e percebeu que suas filhas e filhos correm risco de contrair HPV, 71% e 68%, respectivamente. O principal motivo apontado pelos pais para aceitarem vacinar seus filhas e filhos foi que “a vacinação é boa / importante” (90%) e a principal razão para recusarem a vacinação contra o HPV foi o “medo de reações ou eventos adversos” (51%). Dos 291 pais com filhas elegíveis para receber a vacina contra o HPV através do PNI, 207 (71,1%) reportaram que as filhas tinham recebido pelo menos uma dose da vacina contra o HPV e 170 (58,4%) duas ou mais doses. Os motivos mais comuns para não vacinar as filhas foram: “pouca informação e não vacinação na escola” (41,7%), “minha filha é muito jovem” (25,0%), “eu não acredito em vacinas / sou contra vacinas “(19,0%),” minha filha não precisa dessa vacina “(17,9%) e “medo de efeitos adversos” (10%). Os motivos apontados pelos pais que não deram a segunda dose da vacina foram: “esquecimento” (43,2%), “suspensão da vacinação nas escolas” (32,4%), “não conseguiu receber a vacina no posto” (18,9%), e “medo de efeitos adversos” (8%).

Discussão: A aceitação parental da vacina contra o HPV é alta, apesar disso, a cobertura vacinal no PNI é baixa.

Palavras-chave: Papillomavirus Humano; Vacina contra o Papilomavirus Humano; Aceitação de cuidados em saúde; Atitude parental; Prevenção do Câncer.

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54º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical será realizado em Pernambuco

A Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT) irá realizar, entre os dias 02 e 05 de setembro, o 54º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (MedTrop 2018), no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda. O evento terá o foco, durante essa edição, na evolução de arboviroses e doenças endêmicas transmitidas através de vetores. As inscrições online para o MedTrop 2018 já estão abertas e se estenderão por lotes até o dia 27 de agosto. Após essa data, as inscrições serão realizadas no local.

Além do congresso principal, também ocorrerão reuniões satélites com temas específicos: ChagasLeish18, Entomol, Reunião de Pesquisa em malária e um Workshop de rede sobre tuberculose. O principal público do evento é formado por estudantes de graduação e pós-graduação em áreas relacionadas à saúde coletiva e ciências biológicas, além de pesquisadores que pretendem apresentar seus trabalhos, que deverão ser submetidos até o dia 29 de junho.

Clique aqui para se inscrever ou para maiores informações sobre o MedTrop2018.

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Fiocruz Bahia participa de Feira de Saúde no município do Conde

Pesquisadores do Laboratório de Patologia Experimental (Lapex) promoveram, em parceria com outras organizações de pesquisa e ensino, a “Feira de Saúde do Burí”, que aconteceu nos dias 05 e 06 de fevereiro na área rural do município do Conde, que fica a mais de 185 Km de Salvador.

Com apoio da Secretaria de Saúde do Município de Conde, a feira ofereceu diversos serviços de saúde e orientação a cerca de 500 pessoas que estiveram presente no local, nos dois dias de evento. Os moradores dos vilarejos da região tiveram acesso à tipagem sanguínea, sumário de urina, testes para HIV, Sífilis e Hepatite, além de avaliações nutricionais, distribuição de preservativos, orientação sexual e panfletagens realizadas pelo Núcleo de Atenção à Saúde da Família – NASF.

De acordo com o pesquisador Ricardo Riccio, um dos coordenadores da atividade, a feira serviu para finalizar o trabalho de campo da pesquisa Avaliação de saúde de uma população rural do Estado da Bahia, realizada na região.  “A pesquisa identificou uma prevalência de 80% para esquistossomose, doença infecciosa parasitária conhecida também como “barriga d’água”, nas amostras que foram analisadas”, explicou Riccio, que coordena o projeto juntamente com a pesquisadora Isadora Siqueira, também do LAPEX.

O pesquisador ressaltou que a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que seja tratada preventivamente toda a população, quando a prevalência atinge mais de 25% de esquistossomose. “Foi o que fizemos na feira. Administramos a dose única de prazinquantel, com supervisão médica”. Riccio destaca que os dados resultantes das coletas e dos exames realizados na feira não serão utilizados na pesquisa, uma vez que as coletas para este fim foram encerradas antes da feira. Como importância do projeto, Riccio conta que é fundamental dar um retorno a população: “Nenhuma pesquisa pode ser feita apenas com coleta de dados e informações, obrigatoriamente temos que dar um retorno a população, como foi a feira de saúde”.

O projeto também conta com a colaboração da atual diretora e pesquisadora do IGM, Marilda Gonçalves, que atua no Laboratório de Investigação em Genética e Hematologia Translacional (LIGHT) e dos pesquisadores Leonardo Paiva, do Laboratório de Inflamação e Biomarcadores (LIB), e Nelzair Vianna do Laboratório de Epidemiologia Molecular e Bioestatística (LEMB). Para realização do evento, foi importante também o apoio da University of Califórnia, San Francisco (UCSF) e de professores da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Universidade Católica de Salvador (UCSAL). Destaque também para a participação dos cursos de Biomedicina e Enfermagem, da Liga Acadêmica em Saúde do Adulto e do Idoso (LASA).

Confira as fotos:

 

Fotos: Prefeitura do Conde.

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Vírus da zika gera imunoproteção contra dengue, sugere estudo

Um artigo publicado na edição de fevereiro da revista The Lancet Global Health lançou a hipótese de que a infecção do vírus Zika, transmitido principalmente pelo mosquito Aedes aegypti, pode gerar imunoproteção contra o vírus da dengue. O estudo intitulado Does immunity after Zika vírus infection cross-protect against dengue?” foi resultado de pesquisas realizadas com pacientes infectados pelos vírus Zika, Dengue e Chikungunya, em Salvador (BA).

O trabalho, que tem dentre os autores o pesquisador da Fiocruz Bahia Guilherme Ribeiro, apresenta evidências estatísticas sobre a redução na frequência de dengue antes e após a epidemia de zika, ocorrida em 2015. A pesquisa começou a ser realizada em 2009 e se estendeu até 2017, com cerca de 3.300 moradores de Salvador, que estavam com uma doença febril aguda e foram atendidos em uma unidade de pronto-atendimento da cidade.

Entre 2009 e 2013, os participantes foram testados para o vírus da dengue e depois de 2014, com a chegada dos vírus da zika e da chikungunya no Brasil, passaram a ser testados também para esses vírus.

De acordo com a estudo, de 2009 até março de 2015, 25% (484 de 1937) dos pacientes analisados foram diagnosticados com dengue. A partir de abril de 2015, início da epidemia de zika, até 2017, a frequência de dengue diminuiu para apenas 3% (43 de 1334). Além disso, desde 2016 não houve mais picos na ocorrência de dengue, embora a frequência de casos de chikungunya permanecesse elevada. Como os vírus da dengue e da chikungunya são transmitidos pela mesma espécie de mosquitos, a manutenção na ocorrência da chikungunya indica que o ambiente continuava propício para a transmissão do vírus da dengue.

Com isso, os pesquisadores chegaram à conclusão de que pode haver uma imunoproteção contra a dengue em pacientes que foram infectados pelo vírus Zika. Caso essa hipótese seja confirmada, ela poderá ajudar a direcionar estudos sobre a imunopatogênese da dengue e da zika, bem como no desenvolvimento de vacinas contra esses vírus.

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Dissertação estuda os efeitos da β-lapachona sobre o Carcinoma Escamocelular Oral

AUTORA: Rosane Borges Dias
ORIENTADORA: Clarissa Araújo Gurgel Rocha
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “Estudo do potencial antitumoral da β-Lapachona e seus derivados 3-Iodo em células de Carcinoma Escamolecular”
PROGRAMA: Pós-Graduação em Patologia Humana – UFBA/FIOCRUZ
DATA DE DEFESA: 19/02/2018

RESUMO

Introdução: A pesquisa oncológica tem sido amplamente incentivada na busca do conhecimento sobre a patogênese, alvos terapêuticos e pesquisa de novos grupos farmacológicos que possam atuar no controle do câncer. Dentro desta perspectiva, os produtos naturais representam uma fonte tradicional e importante na pesquisa de novos fármacos com atividade antitumoral. 

Objetivo: Estudar os efeitos da β-lapachona e seus derivados 3-iodo (3-I-α-lapachona e 3-I-β-lapachona) sobre a proliferação, morte celular e expressão de genes alvos relacionados ao câncer em células de carcinoma escamocelular oral (CEO).

Material e Métodos: Inicialmente, a citotoxicidade foi avaliada contra diferentes tipos histológicos de células tumorais e não tumorais através do ensaio do alamar blue. Ensaios em microscópio óptico e citometria de fluxo foram realizados para estudar o efeito sobre o ciclo celular e o padrão de morte celular, utilizando a linhagem de CEO HSC3, como modelo celular. O efeito sobre a expressão de diversos genes de alvos relacionados ao câncer foi também realizado em células HSC3 através de qPCR. Em sequência, estudo da eficácia antitumoral in vivo foi avaliado em modelo xenográfico utilizando a linhagem HSC3.

Resultados: A β-lapachona e seus derivados 3-iodo apresentaram atividade citotóxica potentes contra diferentes tipos de células tumorais humanas, sendo os derivados 3-iodo mais potente que a β-lapachona para várias células testadas. Os compostos foram capazes de induzir parada do ciclo celular na fase G2/M, o qual é seguido de fragmentação do DNA internucleosomal, em células HSC3. O tratamento com β-lapachona e seus derivados 3-iodo promoveu um aumento significativo na externalização de fosfatidilserina, ativação de caspases 8 e 9, despolarização mitocondrial, produção de espécies reativas de oxigênio (ERO) e morfologia típica de morte celular apoptótica em células HSC3. A apoptose induzida pelos compostos-teste foi prevenida com o pré-tratamento com um inibidor não seletivo de caspases (Z-VAD-FMK) e um antioxidante (N-acetil-L-Cistena). Ainda, uma superexpressão de genes relacionados a apoptose foi observada após o tratamento com os compostos-teste. No estudo in vivo, a β-lapachona e seus derivados 3-iodo reduziram significativamente o tamanho tumoral. Os animais tratados com os compostos-teste não apresentaram alterações significantes nos parâmetros bioquímicos, hematológicos e histológicos estudados.

Conclusões: A β-lapachona e seus derivados 3-iodo apresentam atividade citotóxica promissora, sendo os derivados 3-iodo mais potente que a β-lapachona para várias células testadas, induzem bloqueio do ciclo celular na fase G2/M e morte celular por apoptose mediada por caspases e ERO em células de CEO. Além disso, a β-lapachona e seus derivados 3-iodo também foram capazes de reduzir o crescimento tumoral in vivo, indicando que estes compostos-teste representam novos candidatos a fármacos antitumorais.

Palavras-chave: câncer oral, quimioterapia, produtos naturais.

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Confira a relação de artigos científicos do IGM publicados em 2017

 

A Diretoria da Fiocruz Bahia divulgou a relação de artigos científicos publicados no ano de 2017. Ao todo foram 184 publicações, nos mais diversos periódicos científicos. Doenças infecciosas, parasitárias e genéticas foram as principais áreas de concentração.

As publicações envolveram estudos relativos a doenças como leishmaniose, arboviroses, anemia falciforme, doença de Chagas, neoplasias, tuberculose e esquistossomose. Além de pesquisas em vacinas, fármacos e sobre a relação entre doenças e o contexto sócio-econômico.

Clique aqui e confira o documento na íntegra, que tem 29 páginas.

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Alerta Epidemiológico sobre malária foi divulgado pela SESAB

A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (SESAB) publicou, no dia 18 de janeiro, um Alerta Epidemiológico devido às notificações de casos da Malária na zona rural de Wenceslau Guimarães, na região sul do estado. No documento, o órgão recomenda que algumas precauções sejam tomadas, tanto no diagnóstico quanto na rotina das pessoas.

O alerta informa que, para a proteção individual, deverá ser evitado áreas de criadouro natural de mosquitos e usar repelente conforme as recomendações do fabricante. Para o diagnóstico, os profissionais de saúde deverão utilizar o método da Gota Espessa, que é considerado padrão ouro. Após a coleta, o material deverá ser encaminhado ao Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN).

Recentemente, houve dois óbitos na cidade onde a epidemia está ocorrendo. De acordo com a SESAB, a situação é de “surto localizado” e não há registros de casos dessa doença em outras regiões da Bahia.

Confira aqui o Alerta Epidemiológico

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Doutorado realiza estudo de vigilância em pacientes com Meningite Asséptica

AUTORA: Tamiris Tatiane Dias 
ORIENTADOR:  Luciano Kalabric Silva
TÍTULO DA TESE: “IDENTIFICAÇÃO MOLECULAR DOS AGENTES VIRAIS CAUSADORES DA MENINGITE ASSÉPTICA NO ESTADO DA BAHIA”
PROGRAMA: Biotecnologia em Saúde e Medina Investigativa (Fiocruz)
DATA DE DEFESA: 29/01/2018

RESUMO

Classicamente, o vírus mais frequentemente detectado é Enterovirus (EV), mas as manifestações neurológicas associadas a arbovírus têm sido relatadas cada mais freqüentemente nos últimos anos. Este estudo teve como objetivo investigar vírus DNA e RNA como agentes causadores de meningite. De junho de 2014 a fevereiro de 2016, realizamos um estudo de vigilância transversal com pacientes com suspeita de meningite asséptica. Vinte e nove amostras foram positivas (17,1% 29/170), sendo EV o vírus mais predominante detectado (6,5%), seguido de DENV-1 (4,7%). Se juntos, todos os DENV superam a detecção EV (11 casos, 6,5%). Apenas um caso positivo para VZV foi detectado (0,6%). Foram detectados dois casos de coinfecção (1,2%). As amostras de LCR da maioria dos nossos pacientes foram consideradas “normais”. A febre (80,5%) e a dor de cabeça (80,4%) foram os sinais e sintomas mais frequentemente relatados. As razões de prevalência (PR) para febre e dor de cabeça foram elevadas entre PCR positivo para DENV e para mialgia entre PCR positivo para CHIKV, mas não estatisticamente significativo. Apesar da apresentação clínica, apenas 36,9% (62/168) dos pacientes foram hospitalizados, o período médio de permanência entre os nossos casos positivos foi de 5,3 dias, mas não houve diferenças significativas entre os vírus. Não foram estabelecidas associações estatísticas para DENV ou CHIKV. O EV, CHIKV e HHV estão associados com manifestações neurológicas. Embora EV seja classicamente o vírus RNA mais comum causando meningite, em áreas endêmicas, é crucial aumentar a vigilância viral e considerar esses outros vírus no diagnóstico diferencial.

Palavras-chaves: meningite asséptica, vírus, diagnóstico molecular, vigilância epidemiológica.

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SBTM publica nota esclarecendo vacinação contra a Febre Amarela

A Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT) publicou uma nota, no dia 17 de janeiro, explicando alguns pontos sobre a vacina fracionada que está sendo aplicada no estado de São Paulo e Rio de Janeiro e que vai ainda ser aplicada na Bahia em fevereiro, visto as dúvidas que estejam surgindo por parte da população. A sociedade elucida que está de acordo com as recomendações do Plano Nacional de imunização (PNI) e ainda ressalta a faixa etária e as condições adequadas para a aplicação sem que tenha alguma espécie de efeito pós-vacina que seja prejudicial ao indivíduo, como pessoas que estejam imunossuprimidas ou com doenças imunodepressoras.

A dose fracionada é uma medida recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para evitar que a doença se espalhe cada vez mais. Consiste em um injeção de 0,1ml, em vez de 0,5 ml, que é a dose padrão. De acordo com estudo feito pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Biomanguinhos/Fiocruz), essa estratégia se demonstra eficaz, por pelo menos oito anos.

Clique aqui para acessar a nota na integra. 

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