Pesquisa revela consumo de maconha nos mosquitos transmissores de Leishmaniose

Um estudo realizado no Brasil, Israel, Palestina, Etiópia e Cazaquistão mostra que os mosquitos transmissores do protozoário da Leishmania preferem o consumo de Cannabis sativa a demais vegetais. O curioso achado científico foi publicado nos anais da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos (PNAS) em artigo liderado pelo pesquisador do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), Artur Queiroz.

No Brasil, os insetos foram coletados do município de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, Bahia, local onde diversos estudos sobre a leishmaniose são realizados pela Fiocruz. A coleta foi realizada ainda em outras cinco localidades do Oriente Médio e África.

A partir da observação notou-se, por meio de sequenciamento genético do material que estava no sistema digestório dos mosquitos, uma predileção e alto consumo de Cannabis. “O mais interessante é que o consumo dessa erva aparece em vários mosquitos de diferentes localidades, mesmo não sendo uma planta nativa e percebida pela população”, comentou o pesquisador do Cidacs, Artur Queiroz, que esteve à frente dos estudos no Brasil.

“Ainda não sabemos o porquê desses mosquitos preferirem a Cannabis. Mas no futuro poderemos compreender melhor essas questões e as aplicabilidades desse achado. Foi, inicialmente, uma evidência interessante e curiosa, mas que poderá ser utilizada para fins epidemiológicos e de controle da doença”, explica Queiroz, que é biomédico e doutor em modelagem computacional. Uma outra possibilidade a ser trabalhada, a partir dessa conclusão, é o uso dos insetos como marcador de Cannabis no controle de plantações ilegais. “Mas é uma ideia ainda bem inicial”, frisa o pesquisador.

Os mosquitos com maior concentração da erva no organismo foram encontrados na região de Tubas, território sobre autoridade da Palestina. Além de Tubas e Camaçari, as regiões observadas no estudo são o Deserto da Judeia, na região da Cisjordânia, a cidade de Bura no Cazaquistão, a região de Sde Eliyahu em Israel e de Sheraro, na Etiópia.Em todas as seis localidades, os mosquitos foram coletados em regiões de mata com farta opção de vegetais.

Bioinformática e Leishmaniose

Os estudos associando consumo de maconha e mosquitos transmissores de Leishmaniose se concentram numa área de pesquisa que integra a biomedicina, biologia e informática, chamada de bioinformática. Neste achado, os pesquisadores encontraram o gene da planta no organismo do mosquito por meio de um sequenciamento usando a metodologia NGS (Next Generation Sequence). 

Tal tecnologia permitiu identificar as fontes alimentares dos mosquitos transmissores de Leihsmania infectados e não infectados. Tanto mosquitos infectados quanto não infectados foram analisados, bem como foi observado fêmeas (consumidoras de sangue e de seiva) e machos (consumidores exclusivos de seiva) e visto, numa análise total, que 50% dos machos tinham consumido a erva e consumo foi de 75% entre as fêmeas.

Tais estudos são importantes na compreensão do comportamento alimentar desse mosquito tendo em vista que Leishmaniose é um problema de saúde pública que atinge principalmente as regiões sem saneamento básico. A Leishmaniose é uma doença causada pelo protozoário Leishmania que se hospeda em diversos mosquitos e quando este inseto pica o ser humano leva o agente causador da doença para corrente sanguínea.

Existem, basicamente, dois tipos de Leishmaniose, a tegumentar – cutânea, com manifestações na pele, como feridas – e a visceral – que atinge órgãos internos destruindo as suas estruturas e que pode levar ao óbito. Entre 2010 e 2014 foram registrados cerca de 17 mil novos casos de Leishmania Visceral e mais de 1.100 óbitos, já os casos de tegumentar são estimados em 22 mil por ano, segundo o Ministério da Saúde.

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Tese avalia os efeitos da terapia com células-tronco na cardiopatia chagásica crônica

AUTORIA: Daniela Nascimento Silva
ORIENTAÇÃO: Milena Botelho Pereira Soares
TÍTULO DA TESE: “TERAPIA COM CÉLULAS-TRONCO MESENQUIMAIS GENETICAMENTE MODIFICADAS PARA SUPEREXPRESSÃO DE G-CSF E IGF-1 NA DOENÇA DE CHAGAS CRÔNICA EXPERIMENTAL ”
PROGRAMA: Pós-Graduação em Patologia Humana-UFBA /FIOCRUZ
DATA DE DEFESA: 09/11/2018

RESUMO

INTRODUÇÃO: A doença de Chagas é uma doença parasitária causada pelo Trypanosoma cruzi, a qual representa uma das principais causas de morbimortalidade na América Latina. As intervenções terapêuticas existentes não são totalmente eficazes, sendo o transplante cardíaco a única alternativa para os pacientes com cardiopatia chagásica crônica (CCC) grave. Neste sentido, a ausência de terapias capazes de atuar diretamente sobre os determinantes fisiopatológicos da doença torna necessária a identificação de novas abordagens terapêuticas. Estudos previamente realizados pelo nosso grupo mostraram que a utilização de células-tronco obtidas da medula óssea e de outras fontes teve efeitos benéficos no tratamento da CCC experimental. A possibilidade de potencializar os efeitos parácrinos das células-tronco através de modificação genética tem sido alvo de investigações científicas.

OBJETIVO: Avaliar os efeitos da terapia com células-tronco mesenquimais (CTMs) da medula óssea, modificadas geneticamente para superexpressar o fator estimulador de colônias de granulócitos (hG-CSF) ou o fator de crescimento semelhante à insulina 1 (hIGF-1) em um modelo experimental de CCC.

MATERIAL E MÉTODOS: Camundongos C57BL/6 foram infectados com 1000 tripomastigotas da cepa Colombiana de T. cruzi e, após seis meses de infecção, foram tratados com CTM, CTM-G-CSF, ou CTM-IGF-1. Grupos de animais não infectados ou infectados tratados com salina (veículo) foram utilizados como controles. Todos os animais foram eutanasiados sob anestesia após dois meses de tratamento para análises histopatológicas e morfométricas do coração ou músculo esquelético, bem como para avaliação da expressão de citocinas inflamatórias.

RESULTADOS: As secções de corações de camundongos dos grupos tratados com CTM, CTM-GCSF ou CTM-IGF-1 apresentaram redução significativa do número de células inflamatórias e do percentual de fibrose em comparação aos animais chagásicos tratados com salina, sendo esta diferença mais evidente no grupo que foi tratado com células-tronco que superexpressam o G-CSF. Além disto, a terapia com CTM-G-CSF induziu a mobilização de células imunomoduladoras para o coração, tais como células supressoras de origem mielóide (MDSC) e células T regulatórias Foxp3+ que expressam IL-10. A avaliação da expressão gênica das citocinas inflamatórias no tecido cardíaco mostrou um aumento das citocinas inflamatórias em animais chagásicos crônicos quando comparados aos controles não infectados, sendo a maioria delas moduladas de forma significativa nos grupos que foram tratados com CTM ou CTM-G-CSF. Apesar da terapia utilizando CTM-IGF-1 não ter apresentado benefício adicional ao tecido cardíaco comparado ao grupo que foi tratado com CTM não modificadas, foi observado um efeito regenerativo desta terapia no músculo esquelético dos animais, resultando em um aumento de fibras musculares esqueléticas 60 dias após o tratamento.

CONCLUSÃO: Nossos resultados demonstram que o tratamento com CTM da medula óssea que superexpressam hG-CSF ou hIGF-1 potencializou o efeito terapêutico das CTMs através de ações imunomoduladoras e pró-regenerativas no coração e músculo esquelético de camundongos cronicamente infectados por T. cruzi. Desse modo, a modificação genética de CTMs para superexpressão de fatores com potencial terapêutico representa uma estratégia promissora para o desenvolvimento de novas terapias para a cardiomiopatia chagásica crônica.

PALAVRAS-CHAVE: Cardiomiopatia chagásica, terapia celular, células-tronco mesenquimais, G-CSF, IGF-1.

 

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Visitação de estudantes marcam as atividades da SNCT 2018 na Fiocruz Bahia

A Fiocruz Bahia promoveu diversas atividades durante a 15ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) que, este ano, teve como tema “Ciência para Redução das Desigualdades”. Entre os dias 17 e 19 de outubro, aproximadamente 300 estudantes do ensino médio e fundamental participaram de palestras e oficinas e exposições, jogos de realidade virtual, aprenderam sobre doenças e a arte do grafite a partir de temas científicos, além de tour pelas dependências da instituição.

O objetivo foi fomentar o conhecimento sobre a importância da ciência na redução das desigualdades, especialmente na saúde. A professora da Escola Maanaim, Jamile Matos, avaliou como importante as exposições científicas para que os estudantes descobrissem campos novos da ciência. “É extremamente importante que eles adquiram cada vez mais conhecimento, se familiarizem e sejam atraídos para esses eventos de conhecimento científico”, apontou.

No primeiro dia, os estudantes conheceram a Plataforma de Microscopia Eletrônica e assistiram a palestra sobre o vírus HPV apresentada pela pesquisadora externa Claudia Lemos, enfermeira e especialista em Segurança e Saúde do Trabalho pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC-UFBA). Também participaram de mostra de vídeos sobre saúde e da imersão em realidade virtual sobre o corpo humano e o espaço. O evento contou ainda com exposições entomológica com mais de 200 insetos. Nos microscópios, os jovens puderam visualizar as características dos microrganismos. Um ponto especial foi a experimentação com grafite, sob orientação do artista plástico e grafiteiro Samuel Silva (Samuca), que assinou também a identidade visual do evento no IGM.

Na abertura oficial, a Vice-diretora de Pesquisa da Fiocruz Bahia, Camila Indiani, apresentou a instituição ao público. Também estiveram presentes a Vice-diretora de Ensino da Fiocruz Bahia, Patrícia Veras, e a coordenadora de Ensino, Clara Mutti. Em seguida, foi iniciado o CineDebate, com a exibição de quatro curtas sobre Desigualdade e Diversidade de Gênero. A discussão, realizada em seguida, foi conduzida pelas Relações Públicas e Integrante da Rede Internacional de Direitos Humanos, Elizabeth Dantas, e pela Publicitária e gestora na Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres da Bahia, Kátia Santos.

Outro destaque foi a participação dos alunos em oficinas que abordaram o tema do evento e a apresentação do projeto da empresa Junior “Eleva” dos estudantes do curso de graduação em Biotecnologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Bruno Cova, professor da Escola Parque Salvador, que ministrou uma das oficinas, disse que o tema da SNCT foi bastante oportuno. “Inicialmente, trabalhamos trazendo essa relação entre saúde e iniquidades, e depois os estudantes tiveram contato com o tema das doenças infecciosas, relacionadas a desigualdades sociais. Eles tiveram como desafio proposição de estratégias de controle dessas doenças e determinação de áreas prioritárias”, explicou.

A coordenadora do Colégio Estadual Manoel Vitorino Manoel, Tânia Gouveia, frisou o interesse dos alunos nas ações do IGM na SNCT 2018. “Foi muito bom e interessante o trabalho, até por ser uma atividade fora da rotina deles”. A estudante Luana de Jesus Cerqueira, 14 anos, também gostou das atividades: “as oficinas foram bem legais. Através da Realidade Virtual, viajei pelo corpo humano, gostei muito”, contou.

A Sessão Científica que acontece às sextas-feiras também fez parte da programação. O pesquisador do Instituto René Rachou (Fiocruz Minas), Romulo Paes, ministrou a palestra, intitulada “Políticas públicas e desigualdade em saúde: desafios do século XXI”, e apresentou dados socioeconômicos atualizados e explicou conceitos para que os estudantes fossem capazes de realizar uma análise crítica da realidade baseada em informações.

A SNCT é iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação (MCTIC). As ações realizadas na Fiocruz Bahia contaram com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz da Bahia (ASFOC-BA).

Confira as fotos:

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Aberto processo de credenciamento e recredenciamento de docentes para Pós-graduação em Patologia

O Programa de Pós-graduação em Patologia (PGPAT) iniciou o Processo de Recredenciamento e Credenciamento de docentes para o quadriênio 2018-2021, alinhado aos critérios descritos no documento da área de Medicina II-CAPES, que podem ser consultados, na íntegra, através deste link. As inscrições encerram no dia 03 de novembro de 2018.

Novos docentes e os atuais docentes (permanentes e colaboradores) deverão solicitar, obrigatoriamente, o credenciamento/recredenciamento no PGPAT e, para isso, devem preencher o Formulário Eletrônico disponível aqui. Sugere-se que as informações descritivas sejam preenchidas através do programa Word e copiadas diretamente no Formulário Eletrônico, nos campos indicados.

Apenas para os casos de recredenciamento, os docentes receberão a Planilha com a sua respectiva produção acadêmica (Artigos Científicos) do quadriênio 2015-2018. Novos pleiteantes deverão preencher a Planilha (disponível aqui), indicando a sua respectiva produção acadêmica do quadriênio 2015-2018 e enviá-las para credenciamento.pgpat2018@gmail.com. 

Toda a documentação (Formulário eletrônico e Planilhas) serão recebidos, impreterivelmente, até o dia 03 de novembro de 2018. A coordenação do curso orienta ainda que os docentes atualizem os respectivos currículos na Plataforma Lattes e informa que os mesmos serão utilizados para avaliação pela Comissão Ad Hoc de Credenciamento/Recredenciamento.

Todo o procedimento será realizado conforme a Resolução PGPAT no 001/2018, de 22 de outubro de 2018, que estabelece critérios para o que estabelece normas para credenciamento de docentes permanentes e colaboradores. A resolução está em conformidade com a Portaria da CAPES No. 81, de 3 de junho de 2016 e com base no Documento de Área da Medicina II, que define os critérios de avaliação dos Programas pela CAPES, incluindo a atuação dos docentes nos programas de pós-graduação, bem como as ações norteadoras discutidas na última reunião de áreas de Medicina I, II e III, realizada em Curitiba, no período de 08 a 10 de outubro de 2018 e conforme a Resolução PGPAT no 001/2018, de 22 de outubro de 2018, que pode ser acessada aqui.

O PGPAT (Nível 6- CAPES) está vinculado ao Departamento de Patologia e Medicina Legal da Faculdade de Medicina da Bahia (UFBA) e, desde de 1981, o Programa funciona em regime de ampla associação com Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia). O programa oferece duas áreas de concentração: Patologia Humana e Patologia Experimental, com forte ênfase e tradição em linhas de pesquisa que envolvem patologia e imunopatologia de doenças infecciosas e parasitárias. Mais recentemente e, em consonância com a transição epidemiológica no cenário da saúde, foram fortalecidas outras linhas de pesquisa que compreendem o estudo de biomarcadores, busca de agentes anti-câncer e patogênese de neoplasias malignas, doenças crônico-degenerativas e outras doenças genéticas, como as hemoglobinopatias.

Cronograma

Inscrições 22/10 à 03/11/2018
Período de avaliação 07/11 à 09/11/2018
Reunião do Colegiado para Homologação 12/11/2018
Divulgação do Resultado 13/11/2018
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Inscrições abertas para o curso de Revisão Sistemática

A Biblioteca da Fiocruz Bahia, através do Programa de Treinamentos Continuados, está promovendo o curso de Revisão Sistemática. A atividade acontecerá no dia 25 de outubro, na Sala de Aula I da Biblioteca, das 14h às 17h.

As inscrições podem ser realizadas clicando aqui, até as 12h do dia do curso. As vagas são limitadas.

O curso permitirá aos participantes conhecer o que é uma revisão sistemática e para que serve, além de entender suas principais etapas de elaboração com ênfase na busca e identificação de estudos primários para a revisão. Serão apresentados recursos e fontes de pesquisa úteis e as ferramentas necessárias para sua confecção. 

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Diretora e pesquisadora da Fiocruz Bahia apresenta colóquio sobre doença falciforme

A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, participou dos Colóquios Fiocruz, uma série de vídeos produzidas pela Fiocruz para a Semana Nacional da Ciência e Tecnologia 2018, que acontece entre os dias 16 a 20 de outubro. Contextualizada no tema do evento “Ciência para Redução das Desigualdades”, a apresentação da pesquisadora abordou a doença falciforme.

Também participaram dos colóquios Paulo Buss – diretor do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fiocruz, Ricardo Ventura – pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública, Roseli Rocha – assistente social do Instituto Fernando Filgueiras e Socorro Souza – pesquisadora da Fiocruz Brasília.

Confira:

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Pesquisador da Fiocruz Bahia recebe título da Ordem Nacional de Mérito Científico

Texto e fotos por Nathállia Gameiro

Os pesquisadores Celina Turchi (Fiocruz Pernambuco), Manoel Barral Netto (VPEIC e UNA-SUS) e Samuel Goldenberg (Fiocruz Paraná) receberam insígnias e diplomas da Ordem Nacional do Mérito Científico em cerimônia realizada na tarde desta quarta-feira, 17 de outubro, no Palácio do Planalto, em Brasília. A pesquisadora Antoniana Krettli (Fiocruz Minas) também foi condecorada.

O título é concedido a personalidades nacionais e estrangeiras que contribuíram e contribuem para a ciência e a tecnologia e se destacaram por sua atuação profissional. Ao todo, 85 profissionais da ciência, tecnologia e inovação foram condecorados, entre pesquisadores, professores, dirigentes de entidades e personalidades. A Fiocruz foi uma das instituições com mais agraciados. 

“As contribuições são de enorme importância para o país e reconhecer seus trabalhos é uma iniciativa que valoriza e promove a atividade científica. Hoje foram homenageados brasileiros ilustres que deram parte da sua vida em favor do desenvolvimento de bons projetos e boas ideias”, afirmou o ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab.

A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, o vice-presidente de Gestão e Desenvolvimento Institucional, Mario Santos Moreira, a diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio, e a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, estiveram presentes na solenidade. As condecorações foram entregues pelo presidente da República, Michel Temer, e por ministros de estado. 

O título é concedido em duas categorias: Grã-Cruz e Comendador. Os candidatos são indicados por instituições ligadas à ciência e avaliados por uma comissão técnica, formada por nove representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e da Academia Brasileira de Ciências (ABC). Confira as fotos da cerimônia.

A premiação da Ordem Nacional de Mérito Científico está sendo retomada depois de cinco anos. Foram escolhidos cientistas com contribuição relevante nas áreas de ciências biológicas, físicas, da terra, agrárias, sociais, humanas, tecnológicas, química, matemática e engenharias. A categoria de personalidades nacionais ou estrangeiras é destinada a pessoas que não são cientistas que contribuíram para o desenvolvimento da ciência e tecnologia.

Perfil
Antoniana Krettli foi promovida de Comendador para Grã-Cruz, na categoria Ciências Biomédicas. A pesquisadora atua no Laboratório de Malária Experimental e Humana do Instituto René Rachou (IRR/Fiocruz Minas). Tem se dedicado aos testes de medicamentos e estudos sobre plantas medicinais relacionadas ao combate à doença e a estudos sobre a resposta imune na doença de Chagas.  Antoniana é graduada em Farmácia e Medicina, com mestrado e doutorado em parasitologia pela Universidade Federal de Minas Gerais. Fez pós-doutorado no Instituto Pasteur, Paris, com bolsa da Organização Mundial da Saúde (OMS) e Especialização no Centro de Imunologia da Universidade de Lousane (Suíça). Foi a primeira presidente mulher da Sociedade Brasileira de Imunologia, em 1987, e é membro titular da Academia Brasileira de Ciências e consultora da Organização Mundial de Saúde no comitê “Research and Strengthening Group” desde 1992. Recebeu diversos prêmios e medalhas de honra de sociedades científicas, como a placa Women in Science Senior Award-I Edition of the Award e Honra ao Mérito Científico do Governo Federal e do Estado de Minas Gerais. 

 

Celina recebeu o título de Comendador pelo estudo que relaciona a zika com a microcefalia. Para a pesquisadora, a Fiocruz é uma instituição que agrega diversos cientistas, dá espaço e tem a perspectiva de montagem de redes de pesquisa e projetos interinstitucionais, que facilitam e avançam na produção de conhecimento, principalmente em momentos de emergência e de crise. “É uma instituição enérgica e proativa em resolver problemas de saúde pública, que tem essa visão de produção de conhecimento para redução de desigualdades, por isso merece continuidade. Fui acolhida pela Fiocruz Pernambuco, à sou muito grata, e estou representando as redes de pesquisadores”, completou.

Celina Turchi coordena o Grupo de Pesquisa de Epidemia da Microcefalia, em Recife (PE), com projetos de pesquisa na área de infecção pelo vírus Zika. A pesquisadora entrou para a história da medicina brasileira e acumula grandes conquistas em seu currículo. Em 2016, entrou na lista das dez mais importantes cientistas pela revista Nature e no ano seguinte foi eleita como uma das cem pessoas mais influentes do mundo pela revista Time. Recebeu outros prêmios como o Péter Murányi 2018, edição Saúde, o prêmio Faz Diferença do jornal O Globo, a Medalha Mietta Santiago, concedida pela Secretaria da Mulher e pelo Presidente da Câmara dos Deputados, além da concessão de professora emérita da Universidade Federal de Goiás e do Título de Cidadã de Pernambuco.

Manoel Barral Netto foi promovido de Comendador para Grã-Cruz, na categoria Ciências Biomédicas. Para ele, o agraciamento é um reconhecimento do trabalho que envolve fazer pesquisa e trabalhar na gestão de pesquisa. “A Fiocruz, entre os agraciados, teve um número importante de participações, um título de comendador e três Grã-cruz. Foi uma das instituições que mais teve representação na solenidade. Ninguém trabalha em pesquisa fora de uma instituição. Além de um reconhecimento de mérito, é um reconhecimento institucional”, afirmou.

Manoel Barral é membro da Sociedade Brasileira de Imunologia, sendo seu atual presidente, e membro da American Society of Tropical Medicine and Hygiene. É consultor do CNPq e da Finep e membro do Comitê Assessor da Capes para as áreas de Imunologia, Parasitologia e Microbiologia. Foi diretor do Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia) e é vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz e secretário executivo da Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS). Recebeu um dos prêmios Unesco-Guiné Equatorial de Pesquisa em Ciências da Vida 2015 pelos trabalhos sobre a leishmaniose e a malária.

O pesquisador atuou também na Universidade Federal da Bahia, como Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação e diretor da Faculdade de Medicina da Bahia. Consolidou a formação de um grupo de pesquisa sobre a imunorregulação das infecções experimentais e humanas por parasitas do gênero Leishmania, estudou e publicou trabalhos também na área de toxicologia e imunologia de venenos. Uma colaboração com a Universidade Cornell deu origem a uma série de trabalhos fundamentais em imunologia das leishmanioses humanas, publicados em jornais e revistas internacionais. Estes estudos transformaram o grupo de imunologia de leishmanioses da UFBA num dos principais centros de pesquisa mundial no tema. 

 

Samuel Goldenberg também foi agraciado com o título Grã-Cruz. Para ele, a importância do prêmio é o reconhecimento do trabalho que tem sido feito há 35 anos em prol da ciência e da saúde do Brasil. “O título mostra a qualidade do trabalho feito e a importância da Fiocruz, visto por outros avaliadores da atividade científica. Fico muito feliz porque é o reconhecimento do trabalho. Apesar de todas as dificuldades que temos, de todos os empecilhos que encontramos no dia a dia para fazer ciência no Brasil, ainda é possível fazer”, completou.

Samuel é pesquisador do Instituto Carlos Chagas (ICC/Fiocruz Paraná). Graduado e mestre em Ciências Biológicas pela Universidade de Brasília, contribuiu também para o estudo de genes do protozoário Trypanosoma cruzi, que levou ao desenvolvimento de um kit de diagnóstico para doença de Chagas. Este kit foi considerado como de excelência pela Organização Mundial da Saúde e resultou na primeira patente internacional da Fiocruz e na outorga do Prêmio Governador do Estado Invento Brasileiro em 1993. Goldenberg participou do desenvolvimento do primeiro micro-array (biochip) contendo genes do T. cruzi, abrindo um importante caminho para os estudos de genômica funcional deste parasita. 

Foi coordenador da implantação da Fiocruz no Paraná, diretor do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e diretor do Instituto Carlos Chagas.  Foi presidente da Sociedade Brasileira de Protozoologia e da Sociedade Brasileira de Genética. Tem uma vida acadêmica extensa, formando 19 doutores. Foi citado em artigos mais de 4600 vezes, tem 144 artigos publicados e sete capítulos de livros. O biólogo recebeu o prêmio Almirante Álvaro Alberto e a Medalha Samuel Pessoa da Sociedade Brasileira de Protozoologia (SBPz). Foi agraciado com duas Ordens Nacionais do Mérito, na classe Comendador: Científico e Médico. É membro Titular da Academia Brasileira de Ciências e coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) para Diagnóstico em Saúde Pública.

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Impacto da Vacina Meningocócica C Conjugada é analisado em dissertação

AUTORIA: Nabila Monalisa Mendes Dantas Sales
ORIENTAÇÃO: Joice Neves Reis Pedreira
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “Perfil Epidemiológico da doença meningocócica na região metropolitana de Salvador no período pós-vacinal”.
PROGRAMA:  Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
DATA DE DEFESA: 19/10/2018

RESUMO

Introdução: O termo doença meningocócica (DM) designa as diferentes apresentações clínicas de infecções causadas por Neisseria meningitidis, sendo a meningite a principal delas. A DM está associada a elevada morbimortalidade e é considerada um grave problema de Saúde Pública em todo o mundo. A Vacina Meningocócica C Conjugada (MenC) foi incluída no Programa Nacional de Imunizações (PNI) em 2010 para imunoprevenção da DM pelo meningococo do sorogrupo C (DMC). Estudos de vigilância epidemiológica vêm sendo desenvolvidos para avaliação das estratégias vacinais adotadas.

Objetivos: Avaliar o impacto da MenC na epidemiologia da DM na Região Metropolitana de Salvador (RMS), seis anos após sua introdução no calendário de vacinação do PNI.

Metodologia: Estudo observacional, retrospectivo, realizado a partir de uma vigilância de base hospitalar. Os critérios de inclusão foram: casos de DM confirmados através de técnicas microbiológicas clássicas (cultura, bacterioscopia, aglutinação em látex) ou da técnica de PCR em Tempo Real (PCR-TR); atendidos no hospital de referência para doenças infectocontagiosas no estado da Bahia (HCM) ou notificados pela Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, entre janeiro de 2010 e dezembro de 2016. Foram calculadas taxas de incidência e letalidade, traçado o perfil clínico-epidemiológico dos casos e analisada a ocorrência dos tipos capsulares.

Resultados: A taxa de incidência de DMC na população geral caiu de 3,33 no período de transição (2010) para uma média anual de 0,88 casos/100.000hab. no período pós-vacinal (2011-2016), representando uma redução de 73,6%. Houve redução da DMC em todas as faixas etárias, inclusive entre os não vacinados. O índice de letalidade geral foi de 14,7%. Os testes diagnósticos clássicos (principalmente a cultura) tiveram seu desempenho comprometido pelo frequente início da antibioticoterapia antes da coleta de LCR no HCM. O emprego da PCR-TR a partir do LCR conseguiu identificar 180/634 (28,4%) casos adicionais. O tipo capsular mais prevalente foi o C (61,8%), seguido pelo B (6,9%), W (2,9%), Y (1,3%) e A (1,1%); 26,0% foram de tipo capsular não determinado/não testado.

Conclusões: A adoção da MenC teve impacto positivo no controle da DM na RMS. A redução da incidência de DMC além da faixa etária vacinal pode ser reflexo da imunização de adolescentes e adultos jovens realizada em Salvador em 2010. A PCR-TR conseguiu melhorar os índices diagnósticos da DM; a disseminação desta técnica deve reduzir o percentual de casos de etiologia não confirmada e otimizar a caracterização microbiológica do meningococo. O perfil microbiológico da doença é dinâmico e interfere diretamente na epidemiologia desse agravo; por esse motivo, estudos de vigilância são indispensáveis para subsidiar e avaliar continuamente as estratégias vacinais implementadas.

Palavras-chave: Epidemiologia. Doença Meningocócica. Vacina Meningocócica C Conjugada. PCR em Tempo Real.

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Fiocruz abre inscrições para estágio não obrigatório 2018.2

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) abriu as inscrições para a seleção de estagiários de níveis superior para fins de estágio não obrigatório. Os candidatos têm até o dia 28 de outubro para se inscrever na página do Centro de Integração Empresa Escola (CIEE). O estagiário deve ter disponibilidade para 30 horas semanais e receberá bolsa no valor de 520,00 reais mais auxílio transporte. Os requisitos para seleção e outras informações estão disponíveis no edital e seus anexos. A inscrição é gratuita.

Clique aqui e acesse o Edital 2018.2
Clique aqui e acesse os anexos.

Vagas disponíveis na Bahia:

  • Administração – 1 vaga;
  • Administração ou Gestão de Pessoas – 1 vaga;
  • Administração, Contabilidade ou Economia – 1 vaga;
  • Biblioteconomia ou Arquivologia – 1 vaga;
  • Psicologia – 1 vaga;
  • Sistemas de Informação, Ciência da Computação, Engenharia da Computação, Análise e Desenvolvimento de Sistemas ou Sistemas para Internet – 2 vagas.
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Fiocruz Bahia promove ações na 15ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia

Com o tema “Ciência para a Redução das Desigualdades”, a Fiocruz Bahia participará, nos dias 17 a 19 de outubro, da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2018 (SNCT). O objetivo das atividades é fomentar o senso crítico sobre a importância da Ciência na redução das desigualdades, especialmente em saúde, para mais de 100 estudantes de escolas públicas e privadas localizadas entorno do instituto. A SNCT é uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e o evento está sendo realizado pela Fiocruz com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq e do Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz – Asfoc Ba.

A programação contará com atividades voltadas a estudantes do ensino médio e fundamental, como exposições de painéis de grafite, instalação fotográfica, imersão em Realidade Virtual (VR) e visita guiada na instituição, além de oficinas educativas e exibição de vídeos sobre os temas de desigualdades sociais e saúde.

No último dia, serão apresentados os trabalhos das oficinas dos dias anteriores. Estudantes da Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa da Fiocruz Bahia também apresentarão os projetos de extensão da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da Empresa Júnior de Biotecnologia Eleva.

Outro destaque será a exibição de curta metragens com o tema “Desigualdade e Diversidade de Gênero”, seguida de debate com a publicitária Kátia Santos, da Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM-BA), e Beth Dantas, Relações Públicas e integrante da rede Internacional de Direitos Humanos.

 

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Estudo avalia níveis séricos de anticorpos para o diagnóstico de tuberculose

Estima-se que, por ano, a infecção por tuberculose (assintomática) acometa um terço da população mundial e a doença leve a óbito cerca de 2 milhões de pessoas. O diagnóstico precoce e tratamento adequado para tuberculose pulmonar são considerados essenciais para a redução da transmissão do Mycobacterium tuberculosis, bactéria que causa a doença.

O desenvolvimento de uma reação em cadeia da polimerase, que possibilita ampliar repetidamente um segmento específico de DNA do bacilo em tempo real, tem sido o avanço mais importante no diagnóstico de tuberculose nos últimos anos. No entanto, a necessidade de infraestrutura de laboratório sofisticado e técnicos qualificados continua a ser uma grande barreira para a introdução do teste em países de baixa e média renda. Além disso, o teste não elimina a necessidade de testes convencionais, que são necessários para monitorar a resposta ao tratamento e estado de recaída.

Uma alternativa para os métodos tradicionais são os testes sorológicos, que são simples, econômicos e minimamente invasivos. O pesquisador da Fiocruz Bahia, Sérgio Arruda, liderou um estudo que avaliou a resposta dos anticorpos de IgM e IgG total contra antígenos, como cardiolipina, os fosfatidilinositol, fosfatidilcolina, fosfatidiletanolamina e o sulfatide como candidatos a biomarcadores da doença tuberculosa.

Anticorpos antifosfolipídios são anticorpos que têm como alvos fosfolipídios de membrana celular e/ou proteínas combinadas a fosfolipídios. O artigo foi publicado no The International Journal of Tuberculosis and Lung Disease, com o título “Serum antiphospholipid antibody levels as biomarkers for diagnosis of pulmonary tuberculosis patients”.

Neste artigo avaliou-se 48 participantes, divididos entre pacientes com tuberculose, com outras doenças pulmonares e saudáveis, como grupos de indivíduos controles. Os 19 pacientes com tuberculose foram selecionados baseados em exames, como raio-x torácico e exame do escarro.

Os mesmos exames foram aplicados em 13 indivíduos do grupo de controle e com outras doenças pulmonares: cinco com pneumonia bacteriana, dois com câncer de pulmão, um com asma brônquica e os cinco restantes com outras infecções pulmonares. Os 16 participantes restantes foram selecionados de indivíduos saudáveis, sem infecção tuberculosa ou outras doenças que acometiam os pulmões.

Pacientes que tiveram um diagnóstico confirmado de tuberculose receberam o tratamento recomendado pelo Ministério da Saúde e amostras sorológicas foram coletadas no início do estudo, bem como em dois e seis meses após o início do tratamento.

Resultados

Foram avaliados os resultados dos exames IgG e IgM totais específicos para os antígenos em pacientes com tuberculose em sua primeira visita ao ambulatório antes do tratamento. Resposta de IgM a cardiolipina, fosfatidiletanolamina e fosfatidilinositol foi consistentemente maior nos pacientes com tuberculose do que nos grupos de controle. Não houve diferença nos números da fosfatidilcolina e sulfatide.

Os pesquisadores observaram que os níveis de anticorpos antifosfolipídios, principalmente anti-cardiopilina, anti-fosfatidiletanolamina, anti-fosfatidilinositol e anti-fosfatidilcolina, foram mais altos em jovens adultos com tuberculose que nos adultos dos grupos de controle. O teste IgC tiveram performances melhores, uma vez que a prevalência de pacientes com tuberculose detectados usando esse teste era maior do que utilizando o teste (86,5% cardiopilina e 81,1% fosfatidilinositol) de esfregaço de expectoração (64,9%).

Dessa forma, o uso do teste IgG para anticorpos antifosfolipídios pode ser útil para complementar testes bacteriológicos convencionais para diagnóstico rápido e na discriminação de tuberculose de outras doenças em pacientes com sintomatologia semelhante, apesar da inespecífica natureza das respostas IgM e IgG anti cardiopilina. Elisa para IgG anti cardiolipina teve alta especificidade para tuberculose se comparado a outras doenças pulmonares.

A Organização Mundial da Saúde não recomenda testes sorológicos para o diagnóstico de tuberculose pois a resposta dos anticorpos ao M. tuberculosis em infecção crônica é altamente complexa e variável. O presente estudo com base em Elisa contra fosfolipídios revela um potencial como um teste rápido de triagem para diferenciação da tuberculose das doenças não pulmonares.

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Inscrições abertas para curso de Microdissecção por Captura a Laser

Será realizado, nos dias 24 e 25 de outubro, na Fiocruz Bahia, o curso de Microdissecção por Captura a Laser (LCM). Interessados podem se inscrever até o dia 15 de outubro, através deste site. As aulas serão ministradas por Francisco Javier Salguero Bodes, do Departamento de Saúde e Assistência Social do Reino Unido (UK). As vagas para a parte prática são limitadas a 10 inscritos. 

Voltado para servidores da área de pesquisa e estudantes de pós-graduação e iniciação científica, o evento apresentará a técnica que permite o isolamento de populações celulares altamente específicas, podendo ser utilizada para isolar apenas algumas células ou até mesmo uma única célula de amostras de tecido e sangue, dependendo da aplicação.

 

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“Saúde mental e trabalho: desafios contemporâneos” é tema de mesa redonda

O Programa Diálogos Sobre Saúde Mental e Trabalho da Fiocruz Bahia promove, no dia 08 de outubro, às 14 horas, a mesa redonda “Saúde Mental e Trabalho: desafios contemporâneos”. O evento, gratuito e aberto ao público, irá discutir sobre aspectos de transtornos mentais, depressão e suicídio, no contexto do trabalho. Confira a programação abaixo.

O encontro acontece no mês em que se comemora o Dia Mundial da Saúde Mental (10/10) e o Dia do Servidor Público (28/10). O objetivo do Programa Diálogos Sobre Saúde Mental e Trabalho é dar visibilidade ao adoecimento mental, compreender suas relações com o trabalho e, por meio de um espaço aberto, planejado e institucionalizados de diálogo, construir coletivamente proposições para a transformação da realidade na direção de um ambiente mais saudável.

Saúde mental e trabalho

Atualmente, novas formas de trabalhar têm tornado cada vez mais complexas as relações entre as pessoas e o trabalho, criando novos sentidos e, ao mesmo tempo, perpetuando riscos e gerando novos para a saúde física e mental do trabalhador. Insatisfação, cansaço, mal estar, sofrimentos constantes e duráveis, assédio moral, violência psicológica, neuroses profissionais e especialmente depressão são queixas cada vez mais presentes nos serviços de saúde do trabalhador.

Novas formas de trabalho (trabalho a distância, uso corporativo de aplicativos para troca de mensagens, acesso a e-mails fora do horário de expediente, dentre outras) permitem ao trabalhador, por um lado, personalizar seu modo de cumprir as tarefas e ao empregador, por outro, dispor cada vez mais do tempo do trabalhador.

Estudos e estimativas recentes sobre a situação da saúde mental no mundo, levou a OMS a lançar, em 2017, a campanha: “Depressão: vamos conversar”, com o objetivo de sensibilizar para que mais pessoas com sintomas desse transtorno procurem e obtenham ajuda. No Brasil, segundo o Ministério da Previdência Social, episódios depressivos geraram 43,3 mil auxílios-doença em 2107, representando a 10ª doença com mais afastamentos. Somado a outros transtornos ansiosos, esse número eleva-se para 72,3 mil, colocando esse grupo de doenças no terceiro lugar em causas de afastamentos. 

Mesa Redonda: Saúde Mental e Trabalho: desafios contemporâneos
Quando: 08/10/2018
Horário: 14h às 17h
Onde: Auditório do Pavilhão Aluízio Prata – Fiocruz Bahia. Rua Waldemar Falcão, 121 – Candeal.

 

Programação

  •  Transtornos mentais: Por que é importante conhecer

Thiago Campos de Oliveira – Médico Psiquiatra

Membro titular da Associação Brasileira de Psiquiatria, psiquiatra assistente e interconsultor do Hospital São Rafael, psiquiatra assistente e pesquisador da Clínica da Obesidade – Camaçari/BA, professor da Faculdade de Medicina da Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC – Salvador/BA) e sócio fundador do Centro Integrado de Assistência Cognitiva – CIAC, onde trabalha com atendimento clínico.

  • Depressão e saúde mental no trabalho: desafios relacionados à capacidade laboral

André Luna – Psicólogo

Consultor especialista do Centro de Inovação SESI em Prevenção da Incapacidade. Pesquisador na área de prevenção e gestão da incapacidade para o trabalho, especialmente aspectos relacionados à prevenção, gestão psicossocial, adoecimento, afastamento e retorno ao trabalho.

  • Suicídio- Um olhar na Influência da Organização do Trabalho

Ana Paula Torres Guedes – Médica psiquiatra

Mestre em Medicina e Saúde Humana pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, pesquisadora da Fundação de Neurologia e Neurocirurgia- Instituto do Cérebro, professora de neurologia do Instituto Mantenedor de Ensino Superior da Bahia  e Médica Psiquiatra do Núcleo de Estudos e Prevenção do Suicídio – NEPS (CIAVE/SESAB/Hospital Geral Roberto Santos).

 

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Confira o resultado final da seleção e a convocação para o Profortec-Saúde

Após análise e resposta aos pedidos de recurso, a Coordenação de Ensino da Fiocruz Bahia torna público o resultado final do processo seletivo para participação no Programa de Formação Técnica em Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde – PROFORTEC-Saúde. Como critério de desempate foram utilizados a maior nota na prova de conhecimentos específicos e, quando persistiu o empate, a idade dos candidatos, sendo priorizado o candidato com maior idade.

Os 10 primeiros classificados estão convocados a comparecer, no dia 01 de outubro de 2018, à Fiocruz Bahia para participar de uma atividade de apresentação da Fiocruz e orientações para o início das atividades.

Clique aqui e confira o resultado final.

Clique aqui e confira detalhes da convocação.

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Ensino por Investigação foi tema do 4º módulo da Formação de Metodologias Ativas

Com o tema “Ensino por Investigação”, o 4º módulo da Formação em Metodologias Ativas e Participativas de Ensino foi realizado nos dias 14, 17 e 18 de setembro. O curso teve como público-alvo docentes dos Programas de Pós-graduação, discentes que não estavam inscritos na disciplina Didática, pós-doutorandos e servidores da Fiocruz.

Nesta edição, o foco principal foi mostrar diferentes modos de investigação em sala de aula ou fora das universidades e laboratórios formais, voltados aos cursos de graduação e pós-graduação. Visando, também, pessoas com baixa renda, houve tópicos de debates sobre investigações de baixo custo.

A formação, que é construída coletivamente, tem como propósito mostrar à professores e futuros docentes várias formas de ensino através de Metodologias Ativas, que faz o aluno ser um elemento ativo na sua aprendizagem, fomentando a investigação em ciência em salas de aula. 

As atividades foram ministradas por Daniel Manzoni, professor da Escola de Ciências da Saúde, Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). Manzoni, há 5 anos, é professor da disciplina Didática Especial do Programa de Pós-graduação em Patologia Humana (PgPAT), que esse ano foi incluída também no Programa Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PGBSMI).

Para Manzoni, o conteúdo do curso é importante para modificar o ensino e melhorar a introdução dos estudantes à ciência. “O pesquisador também é professor. Portanto, quando o cientista cursa uma disciplina como essa, ele vai aprender formas metodológicas de ensinar ciência dentro da sala de aula, principalmente com o objetivo de alfabetização científica. Cada ano que venho, eu trago um tema diferente para trabalhar com os alunos. Esse ano, trabalhamos com Ensino por Investigação nas aulas de ciências, em especial nas aulas de Biologia”, explicou.

Claudia Brodskyn, ex-coordenadora do PgPAT, disse que disciplinas que abordam metodologias e didáticas alternativas de ensino são necessárias para a pós-graduação. “Nós tínhamos necessidade de um professor que tivesse uma didática que pudesse contribuir com a proposta de tirocínio docente”, contou, ao se referir à parceria com o professor realizada a partir de convite da pesquisadora. 

Durante a formação, os estudantes foram ao Parque da Cidade aplicar as metodologias ensinadas na disciplina de didática. A atividade, chamada de “Extra Muros”, foi proposta como forma de mostrar aos estudantes como a investigação fora dos laboratórios formais e fora da universidade pode funcionar. Integrada ao curso, o professor também apresentou, no dia 14, a Sessão Científica intitulada “O ensino de imunologia por investigação: da pesquisa básica à sala de aula”.

Importância para o Ensino

Os participantes do curso e da disciplina veem as metodologias como novas formas de reformular e melhorar o ensino dentro dos ambientes de aprendizagem. Para Valéria Borges, coordenadora do PgPAT, é essencial o ensino das Metodologias Ativas para os discentes, inclusive para melhora dos programas de pós-graduação da Fiocruz Bahia. “Nosso curso, tem se preocupado em se atualizar e implementar metodologias ativas de ensino nas disciplinas da pós-graduação. Estas ações têm dado muito certo, pois temos tido um retorno positivo dos nossos estudantes, durante o processo de formação acadêmica”, salientou.

Débora Bittencourt, pesquisadora da Fiocruz Bahia e participante do curso, que dá aula a estudantes de graduação, afirmou que as aulas de Metodologias Ativas foram importantes como uma nova forma de ensino que estimulasse os estudantes. “Foi um divisor de águas. Eu fiz os cursos de Metodologias Ativas, tomei coragem, e mudei a minha disciplina. Foi impressionante como os alunos aderiram. Vários estudantes que eram repetentes tiveram o desempenho muito melhor e foram aprovados. Então, eu acho que realmente é transformador e não impede que você complemente as vezes as aulas expositivas para não deixar faltar conteúdo”, comentou.

Filipe Rocha, monitor da disciplina de Didática Especial e mestrando do PGPAT, acha a experiência do curso e da disciplina uma forma de renovação das metodologias de ensino em sala de aula. “Com essas experiências, a gente vem verificando como as metodologias são construídas para serem executadas com a turma. Acabam gerando realmente um valor no aprendizado dos estudantes, porque a aula deixa de ser apenas uma simples aula expositiva e o aluno mesmo vai construindo o conhecimento junto com o professor”.

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Dissertação avalia potencial imunoestimulatório de vesículas extracelulares de macrófagos infectados por Mycobacterium bovis

AUTOR: Elissandro Miranda Martins
ORIENTADORA: Theolis Costa Barbosa Bessa
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “POTENCIAL IMUNOESTIMULATÓRIO DE VESÍCULAS EXTRACELULARES LIBERADAS DE MACRÓFAGOS INFECTADOS PELO Mycobacterium bovis BCG”.
PROGRAMA:  Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
DATA DE DEFESA: 24/09/2018

RESUMO

INTRODUÇÃO: Vesículas extracelulares (VEs) são estruturas envolvidas por membrana lipídica que podem conter componentes citoplasmáticos como proteínas, enzimas e ácidos nucléicos. Elas são encontradas em fluidos biológicos como plasma, soro, saliva e leite materno, e são liberadas por vários tipos celulares. Sua liberação e conteúdo variam conforme o estado da célula. Por exemplo, macrófagos infectados por Mycobacterium spp. induzem a sua maior produção e mudanças na composição. As VEs são consideradas como uma das principais vias de comunicação intercelular, em conjunto com fatores de crescimento, citocinas, nucleotídeos, lipídios, NO2 e moléculas de adesão, e são capazes de modular respostas imunes. Estudos preliminares sugerem que as VEs derivadas de macrófagos infectados exibem atividade pró-inflamatória e podem modular a migração de outras células para o foco da inflamação.

OBJETIVO: Avaliar a capacidade imunoestimulatória e antimicobacteriana de VEs derivadas de macrófagos infectados pelo Mycobacterium bovis BCG e do plasma de indivíduos saudáveis.

MÉTODOS: VEs foram isoladas a partir do sobrenadante de cultura de macrófagos humanos obtidos a partir de bolsas de sangue e infectados por M. bovis BCG (cepa vacinal Moreau-RJ), bem como do isolamento direto a partir do plasma de doadores saudáveis (VE-Plasma). As VEs foram caracterizadas morfologicamente, por microscopia eletrônica de transmissão (MET), quanto a tamanho e concentração por análise de rastreamento de nanopartículas (NTA) e bioquimicamente, quanto à presença de moléculas de superfície e citocinas internas. A atividade antimicobacteriana e o potencial imunoestimulatório das VEs foi avaliado em culturas de macrófagos humanos infectados ou não pelo BCG, através da quantificação da carga bacilar intracelular por unidades formadoras de colônias (CFU) e dosagem das citocinas IL-1β, IL-6, IL-8, IL-10 e TNF, respectivamente.

RESULTADOS: A caracterização morfológica por MET, e quanto a tamanho e concentração por NTA, sugerem que as VEs obtidas têm tamanho e formato compatíveis com a literatura, sendo maior a concentração de VE-Plasma. A origem e a capacidade de transportar antígenos foi confirmada pela presença de moléculas de superfície de macrófagos e a presença de receptores do complexo principal de histocompatibilidade do tipo II (MHC-II). VE-BCG mostraram carregar níveis aumentados de IL-6 e IL8 quando comparadas com VE-Meio e VE-Plasma. A atividade antimicobacteriana das VE-BCG e VE-Plasma foi confirmada, através da redução da carga bacilar intracelular. No entanto, não observamos mudança no perfil de liberação de citocinas no sobrenadante de culturas de macrófagos tratados com VEs.

CONCLUSÃO: Concluímos que macrófagos liberam VEs com características da célula originária e capacidade de apresentação de antígenos, e que quando infectados pelo BCG, liberam VEs que carregam citocinas pró-inflamatórias que de alguma forma favorece o macrófago frente a infecção pelo BCG quando usadas como tratamento para células infectadas.

Palavras-chave: Bacilo de Calmette-Guérin; imunomodulação; Tuberculose humana; Vesículas extracelulares.

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Poluição do ar e saúde em Salvador é tema de workshop

O Workshop Soprar Salvador 2018, que abordará o tema: Poluição do Ar e Saúde – Inovacão em busca de uma Salvador Resiliente, acontece no dia 28 de setembro, no Hotel Wish Bahia. O evento, realizado através de uma mobilização intersetorial articulada pela Fiocruz Bahia e pela Prefeitura Municipal de Salvador, tem como objetivo introduzir sistemas inovadores de modelagem da qualidade do ar aplicados à vigilância em saúde, direcionados à contribuição em ações de prevenção e mitigação do impacto da poluição do ar na saúde.

A inscrição para participar do workshop pode ser feita aqui, até dia 25 de setembro.

Na ocasião, será apresentado o Sistema Operacional de Previsão da Qualidade do Ar (SOPRAR), que caracteriza-se como uma ferramenta de gestão baseada na modelagem da qualidade do ar de ambiente urbano, elaborada para contribuir na ação de prevenção e suavizar o impacto da poluição do ar na saúde, ampliando a atuação do Centro de Monitoramento e Alerta de Defesa Civil (CEMADEC/ Prefeitura de Salvador). Também está previsto um debate para apontar as evidências científicas referentes ao impacto da poluição do ar na saúde humana e como o setor público pode alinhar estratégias de agenda de sustentabilidade dentro desta temática.

A aplicação principal do sistema é determinar indicadores de qualidade do ar e de risco à saúde relevantes para a vigilância em saúde ambiental e defesa civil, mapeando áreas de maior risco e vulnerabilidade para a população, fornecendo subsídios para a ativação de protocolos de serviços de comunicação e proteção relacionados ao tema.

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Fiocruz Bahia promove roda de conversa sobre valorização da vida

No contexto da Campanha Setembro Amarelo, dedicada à sensibilização para prevenção do suicídio, o Programa Diálogos Sobre Saúde Mental e Trabalho da Fiocruz Bahia promove a roda de conversa “Valorização da vida como prevenção para o suicídio”. O evento, gratuito e aberto ao público, acontece no dia 26 de setembro, às 14 horas, nas dependências da instituição.

A mediação da conversa será realizada pela psicóloga Ana Lucena de Sá (CRP 03/04488), especialista em Teoria e Práticas Clínicas em Atenção Psicossocial (Famed-UFBA/ Aliança de Redução de Danos Fátima Cavalcante) e Gestalt Terapeuta em formação (IGTBa/ Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública). Ana Lucena é militante do SUS, atuando na Saúde da Família em Salvador, preceptora da Residência de Desenvolvimento Infantil na Comunidade (REDICA/ISC – UFBA) e pesquisadora e entusiasta das Práticas Integrativas Complementares em Saúde (PICS).

O Programa Diálogos Sobre Saúde Mental e Trabalho da Fiocruz Bahia tem como objetivo dar visibilidade ao adoecimento mental, compreender suas relações com o trabalho e, por meio de um espaço aberto, planejado e institucionalizados de diálogo, construir coletivamente proposições para a transformação da realidade na direção de um ambiente mais saudável. Outros eventos estão programados para acontecer em outubro, mês em que se comemora o Dia Mundial da Saúde Mental (10/10) e o Dia do Servidor Público (28/10).

Saúde mental e trabalho

Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, a depressão é a principal causa de problemas de saúde e incapacidade em todo o mundo. Mais de 300 milhões de pessoas no mundo vivem com depressão. Esse número representa um aumento de mais de 18% nos casos, entre 2005 e 2015. Nas Américas, cerca de 50 milhões de pessoas viviam com depressão em 2015, ou seja, cerca de 5% da população. Cerca de 18% das pessoas vão apresentar depressão em algum período da vida.

Essa realidade impacta e é impactada pelas relações das pessoas com o trabalho. No Brasil, segundo o Ministério da Previdência Social, episódios depressivos geraram 43,3 mil auxílios-doença, em 2107, representando a 10ª doença com mais afastamentos. Somado a outros transtornos ansiosos, esse número eleva-se para 72,3 mil, colocando esse grupo de doenças no terceiro lugar em causas de afastamentos.

Roda de Conversa: Valorização da vida como prevenção para o suicídio
Quando: 26/09/2018
Horário: 14h às 16h
Onde: Sala de Aula II da Biblioteca – Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia). Rua Waldemar Falcão, 121, Candeal.

 

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Fiocruz Bahia sedia simpósio sobre assistência farmacêutica

As atividades dos Encontros Regionais Preparatórios para o 8º Simpósio Nacional de Ciência, Tecnologia e Assistência Farmacêutica (8º SNCTAF), rumo à 16ª Conferência Nacional de Saúde (8ª + 8), foram realizadas nos dias 13 e 14 de setembro, na Fiocruz Bahia. Promovido pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), as ações do evento acontecem em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e são organizadas pela Escola Nacional dos Farmacêuticos.

Com um dia e meio de duração, o objetivo do simpósio é propiciar o debate sobre ciência e tecnologia, assistência farmacêutica e atenção à saúde das pessoas com patologia, qualificando a atuação e intervenção dos participantes sobre a organização do acesso da população aos medicamentos e as novas tecnologias em saúde por meio do SUS. Participaram do evento representantes de conselhos regionais e de sindicatos, membros do controle social brasileiro, ativistas sociais, acadêmicos, usuários, trabalhadores e gestores do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Um ano antes das conferências, nós começamos a mobilizar os diversos setores da sociedade para que tenhamos debates mais profundos e mais apropriados sobre esses temas, para que propostas realmente importantes para cada região, desde os municípios, possam ser levadas à etapa federal”, explicou Silvana Nair Leite, coordenadora da Escola Nacional dos Farmacêuticos.

Serão 10 encontros regionais, que já aconteceram em Manaus, Curitiba e, agora, Salvador. “Os próximos irão acontecer em Recife e em Belo Horizonte, nas unidades da Fiocruz. Haverá também uma segunda etapa, em outubro”, adiantou Jorge Bermudez, chefe do Departamento de Política de Medicamentos e Assistência Farmacêutica da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/ Fiocruz).

A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, reafirmou o compromisso da Fiocruz como uma instituição que trabalha para o SUS e da importância da assistência farmacêutica. “Estamos passando por um momento crítico de restrição orçamentária e por outro lado vivenciamos a volta de doenças que foram erradicadas, como o sarampo e a poliomielite, além do aumento progressivo da sífilis, principalmente congênita, e de problemas da saúde pública como as arboviroses. Nós precisamos de medicamentos e de avaliar as políticas públicas que nós temos”, frisou. Marilda também representou a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade.

O presidente do CNS, Ronald Ferreira dos Santos, não pode estar presente, mas declarou, através de vídeo, sua expectativa com relação a contribuição do evento para a 16ª Conferência Nacional de Saúde. Ele afirmou que, por meio de discussões e reflexões, será possível fazer com que o SUS se desenvolva e “enfrente uma onda bastante forte de mercantilização da vida”.

Também participaram da abertura a conselheira nacional de saúde, Altamira Simões, representando o presidente do CNS; a coordenadora geral da Escola Nacional dos Farmacêuticos, Silvana Nair Leite; o presidente do Conselho Estadual de Saúde, Ricardo Mendonça; o vice-presidente da Federação Nacional dos Farmacêuticos, Fabio José Basilio; Tiago Morais, da Associação dos Laboratórios Oficiais Farmacêuticos do Brasil, representando Ronaldo Dias que é presidente da Bahiafarma; o presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Gustavo Vieira; e Luis Eugênio de Souza, conselheiro da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).

O conselheiro nacional de saúde e coordenador da Comissão de Patologias do CNS, Moises Toniolo; Jorge Bermudez; e Silvia Nair apresentaram as políticas de ciência, tecnologia, inovação e saúde e a política nacional de assistência farmacêutica, além da metodologia que os grupos de trabalho tiveram que seguir para as discussões.

Dentre os temas abordados, se destacaram Arboviroses, Doenças Negligenciadas, Penicilina e Farmácia Popular e a questão sobre a produção, pelo governo brasileiro, do genérico do medicamento Sofosbuvir, antirretroviral responsável por um dos tratamentos mais eficazes para a hepatite C.

Saiba mais 

O 8º SNCTAF acontecerá em dezembro, na sede da Fiocruz, no Rio de Janeiro, e se articula aos eixos: Saúde das Pessoas com Deficiência; e Assistência Farmacêutica e Ciência e Tecnologia. Neste sentido, o relatório dos Encontros Regionais realizados agora servirá de subsídio ao 8º SNCTAF, que, em seguida, levará suas contribuições para a 16ª Conferência, marcada para 2019.

A 16ª Conferência é o maior evento de participação social no Brasil e terá como tema central Democracia e saúde: saúde como direito e consolidação e financiamento do SUS. No decorrer de 2018, o CNS deliberou que uma série de atividades aconteçam de forma articulada com questões transversais de equidade, saúde de pessoas com patologias, ciclos de vida, promoção, proteção e práticas integrativas, alimentação e nutrição e educação permanente.

Todas essas pautas estarão presentes na 16ª Conferência, distribuídas pelos seguintes eixos: Saúde das Pessoas com Deficiência; Assistência Farmacêutica e Ciência e Tecnologia; Saúde Bucal; Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora; Saúde Mental; Saúde da População Negra; Recursos Humanos e Relações de Trabalho; e Orçamento e Financiamento.

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Pesquisador da Fiocruz Bahia recebe Prêmio Roberto Santos de Mérito Científico

O agraciado Edgar Carvalho ao lado de Marilda Gonçalves e Lazaro Cunha.

O pesquisador da Fiocruz Bahia, Edgar Marcelino de Carvalho Filho, recebeu, ontem (12/9), o IV Prêmio Roberto Santos de Mérito Científico, na grande área “Ciências Biológicas e da Vida” – Edição 2018. Concedido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), a escolha do cientista para o prêmio foi com base nas análises das trajetórias acadêmicas e inserção social da produção intelectual. Também foram avaliadas as parcerias nacionais e internacionais, a contribuição para a formação de recursos humanos; e a colaboração com o sistema de fomento e pesquisa no país.

Edgar Carvalho agradeceu o reconhecimento. “Esse é um momento de comemoração, de celebração que muito me honra, mas não poderia deixar de destacar que nós estamos fazendo essa premiação num momento muito difícil para a pesquisa no Brasil, principalmente na Bahia”, afirmou. O pesquisador, que também é membro da Academia Brasileira de Ciências e da Academia de Ciências da Bahia, destacou o papel fundamental da educação e da pesquisa científica para o desenvolvimento.

“Espero que esse prêmio continue a ser oferecido e a Fapesb continue contribuindo apara a ciência. Que esse prêmio seja estímulo para jovens que estão começando a abraçar a carreira cientifica”, comemorou. Além da placa de honra ao mérito, Edgar Carvalho foi contemplado com o valor de R$30 mil.

Na abertura da solenidade, a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, fez uma apresentação sobre a “Pesquisa Científica no Campo da Saúde”. Antes de ministrar o tema, a diretora se declarou “extremamente” honrada em realizar a apresentação que aconteceu também em comemoração ao aniversário de 17 anos da Fapesb. “Gostaria de parabenizar e reforçar a importância o papel da Fapesb no desenvolvimento da ciência na Bahia. Nós precisamos estar estimulados para poder vencer momentos difíceis como o que a ciência se encontra”, disse.

O presidente da Fapesb comentou que o nome da premiação não poderia ser mais apropriado. “O professor Roberto Santos a todo momento demonstra uma energia positiva que chega a todos e nos fortalece. Hoje, nós estamos contemplando pesquisadores das ciências biológicas e da vida, áreas extremamente estratégicas para desenvolver nosso país tendo em vista a quantidade de dificuldades e doenças que estamos enfrentando e que cada vez mais reforça a importância da pesquisa cientifica para enfrentar esses desafios”, afirmou Lázaro Cunha.

Encerrando o evento, o ilustre Roberto Santos, que entregou o prêmio ao pesquisador, afirmou que é uma grande satisfação participar de um momento tão importante para a vida da Bahia. “É um prazer ver o trabalho do doutor Edgar Marcelino, que se destaca por seu potencial acadêmico. É merecedor de muitos prêmios no campo das ciências médicas. Por isso, cumprimento o professor Marcelino pelo excelente trabalho que tem feito em todos os cargos que ocupou de forma merecida, até mesmo no enfretamento das dificuldades. Isso nos faz ter confiança na nossa juventude”, finalizou. Ele também fez questão de cumprimentar a Fapesb por proporcionar um momento de satisfação para a ciência baiana.    

Também estiveram presentes no evento, o chefe de gabinete da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia (Secti), Igor Galvão; o professor Thierry Petit Lobão, representando o reitor da Universidade Federal da Bahia, a professora Eliana Azevedo, representando a Academia de Ciências da Bahia; e a Secretária de Políticas para as Mulheres da Bahia, Julieta Palmeira.

Sobre o pesquisador

Edgar Marcelino de Carvalho Filho nasceu em Salvador (Bahia) e é graduado em Medicina pela Universidade Federal da Bahia (UFBA/ 1973). Fez especialização em Reumatologia e Imunologia pela University of Virginia (1979), mestrado (1977) e doutorado (1986) em Medicina e Saúde pela UFBA e pós-doutorado em Imunologia no Weill Cornell Medical College (1990-1991).

Tem formação em Clínica Médica com ênfase em Imunologia Clínica, Doenças Tropicais e Reumatologia, e tem como principais áreas de atuação em pesquisa a Imunopatogênese das leishmanioses, imunopatologia e manifestações clínicas associadas à infecção pelo HTLV-1, Imunopatogênese da Esquistossomose, Influência das helmintíases na resposta imune das doenças inflamatórias crônicas e doenças auto-imunes e Imunoterapia nas doenças infecciosas. Foi bolsista do Howard Hugges e Presidente da Sociedade Brasileira de Imunologia.

Atualmente, é Pesquisador do Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia), Professor Titular Aposentado de Clínica Médica da UFBA, Professor Titular Aposentado de Imunologia da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública e Pesquisador Associado do Serviço de Imunologia do Hospital Universitário Professor Edgard Santos (HUPES/UFBA). É também Professor Adjunto do Weill Cornell Medical College e Professor Adjunto da University of Iowa. É editor do Plos Neglected Tropical Diseases, e do corpo editorial do Case Reports in Medicine e da Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. É Coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Medicina Tropical.

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Divulgado resultado da seleção para Profortec-Saúde

A Coordenação de Ensino da Fiocruz Bahia torna público o resultado preliminar do processo seletivo para participação no Programa de Formação Técnica em Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde – PROFORTEC-Saúde.

Os pedidos de recurso e esclarecimento devem ser encaminhados para o e-mail profortec@bahia.fiocruz.br até o dia 18/09. Como critério de desempate foram utilizados a maior nota na prova de conhecimentos específicos e, quando persistiu o empate, a idade dos candidatos, sendo priorizado o candidato com maior idade.

Clique aqui para conferir a lista e outras informações.

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Tese do PgPAT é premiada em congresso internacional sobre esquistossomose

Thiago Pereira (esquerda) ao lado do Vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, Rodrigo Correa, durante o simpósio.

A tese realizada através do Programa de Pós-Graduação em Patologia Humana e Experimental (PgPAT – Fiocruz Bahia/UFBA), de autoria do estudante egresso de doutorado, Thiago Pereira, recebeu o prêmio José Pellegrino de Melhor Tese, no 15º Simpósio Internacional em Esquistossomose. O evento, que esse ano aconteceu entre os dias 1º e 3 de agosto, no Rio de Janeiro, é a maior reunião internacional sobre a doença e o prêmio homenageia um dos mais importantes e renomados pesquisadores da área.

Thiago defendeu a tese intitulada “Participação da via do Hedgehog na fibrose hepática da esquistossomose humana e murina experimental” em agosto de 2015, orientado pelo pesquisador emérito da Fiocruz Bahia, Zilton de Araújo Andrade, e pelo professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), José Roberto Lambertucci. A tese identificou que antígenos do ovo do Schistosoma mansoni induzem diretamente a produção de ligantes Hedgehog em macrófagos, induzindo fibrose e remodelamento vascular. A via Hedgehog é uma importante via de sinalização durante o desenvolvimento embrionário que controla a proliferação e diferenciação celular.

No trabalho, também foi observado que a inibição farmacológica da via do Hedgehog foi capaz de bloquear a ativação alternativa de macrófagos, a fibrogênese e a angiogênese, indicando que o bloqueio dessa via poderia beneficiar pacientes com a forma hepatoesplênica da esquistossomose que apresentam fibrose avançada e hipertensão portal. Além de apontar a via do Hedgehog como um novo e importante alvo terapêutico, foi identificado que a osteopontina, gene alvo da via do Hedgehog, pode ser um novo biomarcador de intensidade da fibrose e da hipertensão portal.

Para o egresso, foi muito gratificante receber o reconhecimento da comunidade científica pelos quatro anos dedicados a esse projeto. “Sinto-me extremamente honrado e no dever de continuar a dedicar os meus esforços para elucidar os mecanismos moleculares envolvidos na patogênese da esquistossomose e desenvolver novas intervenções que possam reverter as sequelas da infecção, especialmente fibrose hepática e hipertensão porta”, declarou.

Atualmente, Thiago está realizando estágio de pós-doutorado no Instituto de Células-Tronco e Medicina Regenerativa da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, investigando a interação da via do Hedgehog com outras vias pró-fibrogênicas, como IL-13 e TGFbeta, e desenvolvendo novas estratégias terapêuticas anti-fibrose para esquistossomose e cirrose hepática.

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Dengue na gravidez pode causar má-formação do cérebro do bebê

Toda vez que se fala em má formação em bebês devido ao Aedes aegypti logo se imagina a microcefalia, causada pelo vírus da zika. Mas a novidade científica é que a dengue, transmitida pelo mesmo vetor e velha conhecida dos brasileiros, pode aumentar em 50% as chances de a criança nascer com problemas neurológicos.  Estas conclusões fazem parte das investigações de pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/Ufba) e London School of Hygiene and Tropical Medicine (LSHTM).

Observando os registros de 16 milhões de nascidos vivos, entre 2006 e 2012, os pesquisadores encontraram uma taxa de 6 crianças com má formação congênita a cada 100 mil nascidos. Contudo, quando a mãe apresentou quadro de Dengue durante a gestação as chances de a criança apresentar má-formação neurológica foi 50% maior do que aquelas mães que não tiveram dengue. O achado foi divulgado no artigo Symptomatic Dengue during Pregnancy and Congenital Neurologic Malformations”, publicado na edição de setembro da revista Emerging Infectious Diseases, do Center for Diseases Controls and Prevention (CDC).

A epidemiologista Enny Paixão, que lidera a investigação, frisa que as anomalias neurológicas durante a gestação são consideradas raras, ocorrendo em apenas 0.08% dos nascimentos da amostra. E é justamente por serem eventos bastante raros, que esses desfechos somente puderam ser observados agora, com estudos de grande volume de dados. O estudo observou que má-formações da medula espinhal e do cérebro foram quatro vezes mais frequentes em mulheres com dengue durante a gestação. Entretanto não foi observado associação com microcefalia.

Estudos anteriores

Este grupo de pesquisadores publicaram recentemente outros dois estudos sobre as consequências da dengue na gestação. Publicado na Scientific Reports, um dos ahads mostra que a dengue pode aumentar em quatro vezes as chances de morte materna (mulheres que estão desde a gestação até a 42 dias após o parto). Os pesquisadores mostraram que em quadros com dengue hemorrágica as chances de morte chegam a ser 450 vezes maior.

No estudo anterior, o grupo identificou que a dengue durante a gestação quase dobra a probabilidade de um bebê nascer morto ou morrer durante o parto, enquanto a dengue severa aumentaria em cinco vezes as chances de um natimorto.

Sobre o Cidacs

 O Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs) é uma instituição de estudos e pesquisas baseada em projetos interdisciplinares originados na integração de grande volume de dados. Com auxílio de recursos computacionais de alto desempenho e do conhecimento já acumulado pelos pesquisadores associados, o Cidacs contribui para a produção de conhecimentos científicos inovadores para ampliar o entendimento dos determinantes e das políticas sociais e ambientais sobre a saúde da população, além de apoiar tomadas de decisões em políticas públicas, em benefício da sociedade.

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