Tese avalia produtos de glicação avançada (PFGAs) como marcadores de estresse oxidativo presente na doença falciforme

AUTORIA: Uche Samuel Ndidi
ORIENTAÇÃO: Marilda de Souza Gonçalves
TÍTULO DA TESE: “Efeitos da N(épsilon)-(Carboximetil)lisina (CML), um produto final de glicação avançada (PFGA), na doença falciforme”.
PROGRAMA: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa.
DATA DE DEFESA: 15/06/2018

Resumo

INTRODUÇÃO: A doença falciforme (DF) caracteriza-se pela presença da hemoglobina S, que pode estar em homozigose (HbSS), como na anemia falciforme (AF), bem como em associação com outras hemoglobinas variantes ou talassemias, como na doença SC (HbSC). A HbS forma agregados em estado de desoxigenação, com consequente rigidez eritrocitária, fatores que contribuem para alterações na microvasculatura, resultando em vaso-oclusão, isquemia tecidual, lesão de órgãos, eventos dolorosos e comprometimento crônico de vários orgãos e sistemas. A gravidade da vaso-oclusão e a progressão para isquemia do órgão terminal são potencializadas pelo estresse oxidativo, sendo que os produtos finais de glicação avançada (PFGAs), tais como N(épsilon)carboximetilisina (CML), constituem marcadores desse processo de oxidação.

OBJETIVO: O objetivo geral do presente estudo foi determinar os níveis de CMLs no soro de pacientes com DF (HbSS e HbSC), bem como associar essas concentrações a biomarcadores laboratoriais e genético, bem como ao tratamento com a hidroxiuréia (HU).

MATERIAIS E MÉTODOS: Os testes hematológicos foram realizados em contador de células automatizado; os marcadores bioquímicos foram mensurados no soro por ensaio de imunoquímica. Os perfis de hemoglobina foram confirmados por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC). Os haplótipos associados ao grupo de genes da globina beta S (HBB S) e genes da globina beta C (HBB C) foram investigados por reação em cadeia da polimerase, seguida da análise de polimorfismos de comprimento de fragmentos de restrição (RFLP). Os níveis séricos de CML foram avaliados por ELISA competitivo. As análises estatísticas foram realizadas utilizando-se os softwares SPSS e GraphPAd, considerando p<0,05 como significativos.

RESULTADOS: O presente estudo demonstra a existência de características laboratoriais distintas nos indivíduos com AF em tratamento com HU em comparação aos sem tratamento. Em resumo, o estudo demonstrou que o tratamento com HU reduziu a anemia hemolítica aguda e as crises vaso-oclusivas. Em relação aos níveis de CML, foi demonstrado que os indivíduos com AF apresentaram concentrações mais elevadas no soro, em comparação aos controles saudáveis (HbAA). Foi identificada a correlação significativa entre alanina aminotransferase (ALT) e CML. Demonstrou ainda que a CML está associada ao haplótipo βS em pacientes com AF e evidenciou que os níveis de CML estiveram mais elevados nos pacientes com doença SC em comparação com os controles saudáveis e também revelou anemia hemolítica, crises de dor e hipocolesterolemia em pacientes com HbSC em comparação com o controle saudável.

CONCLUSÃO: Nossos resultados sugerem que a HU possui influencia na inflamação, hemólise e função hepática dos pacientes com AF. As evidências do presente estudo sugerem a possibilidade de que os CMLs tenham papel na patologia da DF, com associação aos haplótipos da globina beta, nas complicações presentes na AF, mas que os seus níveis séricos não são influenciados pelo tratamento com HU.
Palavras-chave: doença falciforme, hidroxiureia, N(épsilon)-(carboximetil)lisina, HbS, HbSC.

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Cidacs-Fiocruz Bahia irá assessorar departamento de inteligência e saúde da Opas

O coordenador do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), Mauricio Barreto, foi convidado a compor o Grupo Técnico Assessor sobre Evidência e Inteligência para a Ação na Saúde da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial de Saúde (OPAS/OMS). O grupo visa subsidiar a estruturação do Departamento de Evidência e Inteligência para Ação na Saúde (EIH, em inglês), um novo setor da instituição destinado a conduzi-la “à era moderna das informações para a saúde”.

De acordo com termo de referência do grupo, os membros convidados devem ter uma reputação reconhecida, com um trabalho científico sólido com evidências em saúde e inteligência. Além de ter comprovadamente habilidades técnicas relacionadas a análise de saúde e ciências de dados. O mandato dos membros é de um ano, renovável por mais um.

“Sua vasta experiência e seus conhecimentos especializados em ciência e análise de dados serão um grande recurso para as nossas deliberações a respeito das forças e fatores propulsores, os quais devem ser considerados conforme nos tornamos uma organização que baseia seu trabalho em dados e análises”, declarou no convite a diretora da OPAS, Carissa Etienne.

Sobre o pesquisador

Médico epidemiologista, Mauricio Barreto é coordenador do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs), pesquisador sênior do Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz) e professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (ISC/UFBA). Barreto acumula uma carreira de grande prestígio científico: ele é membro titular das academias baiana e brasileira de ciências, da The World Academy of Science (TWAS) e pesquisador 1-A do CNPq; publicou mais de 400 trabalhos em revistas científicas, além de 40 monografias e capítulos de livros; orientou 18 dissertações de mestrado e 25 teses de doutorado; foi Conselheiro para América Latina da Associação Internacional de Epidemiologia (2002-2008) e participou de diversos comitês assessores na Organização Mundial da Saúde. Em maio de 2017, sua carreira foi reconhecida pela Assembleia Legislativa da Bahia com a Comenda 2 de Julho, a mais alta condecoração da casa.

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Técnica para diagnóstico de Chagas identifica diferentes variações genéticas

O teste laboratorial mais utilizado para detectar a doença de Chagas, enfermidade causada pelo Trypanosoma cruzi, é o ELISA, que usa partes deste protozoário para a pesquisa de anticorpos específicos circulantes no sangue. No entanto, os testes que usam este tipo de material muitas vezes fornecem resultados falso positivos ou falso negativos, além disso, o ELISA detecta apenas uma única doença por vez. Um estudo coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Fred Luciano Neves Santos, avaliou uma técnica que permite a identificação de várias doenças e diferentes variações genéticas do Trypanosoma cruzi, em apenas um teste, cujos resultados indicaram uma precisão diagnóstica global superior a 99%.

O trabalho, realizado em conjunto com pesquisadores da Fiocruz Paraná, Fiocruz Pernambuco e o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio-Manguinhos (Fiocruz/RJ), foi publicado no Journal of Clinical Microbiology, no artigo intitulado “Performance Assessment of a Trypanosoma cruzi Chimeric Antigen in Multiplex Liquid Microarray Assays. A publicação apresenta uma parte da pesquisa que busca biomarcadores diagnósticos. A nova técnica também apresenta maior sensibilidade, podendo identificar a doença com poucos patógenos circulantes.

“O interessante é que várias doenças sejam identificadas ao mesmo tempo em um único teste. Uma alternativa para alcançar este objetivo é o microarranjo líquido, conhecido como Luminex. Neste novo teste, nós preferimos utilizar proteínas sintéticas (quimeras) formadas por diversas partes do parasita. Esta estratégia já foi realizada e verificada anteriormente pelo ELISA, com excelentes resultados”, declarou Fred Luciano. Essas quimeras podem vir a substituir os antígenos atualmente usados no mercado para ensaio e testes, já que obtiveram desempenho que atende aos critérios pré-definidos pelo Ministério da Saúde.

No estudo, foram utilizadas 1.333 amostras de sangue de indivíduos de diversas regiões do Brasil e de outros países das Américas (653 indivíduos portadores da doença de Chagas e 680 não infectados), para avaliar o desempenho dessas quimeras na detecção de anticorpos para o T. cruzi e verificar o desempenho em variantes genéticas. De acordo com o pesquisador, a utilização de quimeras produzidas a partir de regiões altamente antigênicas do parasita é mais eficaz para diagnóstico da doença do que os utilizados atualmente, aumentando a sensibilidade e especificidade do teste.

Entretanto, a utilização dessa tecnologia nos serviços ambulatoriais e diagnósticos pelos serviços de saúde públicos do Brasil pode se mostrar um desafio, mesmo que a patente pertença a Fiocruz. Segundo Fred Luciano, o teste ELISA ainda é mais barato. “Esse é um caminho normal. Quando a metodologia do microarranjo líquido for popularizada, tende a baixar o valor”, relatou. O equipamento do teste ELISA custa de R$900 até R$ 60 mil reais. Já o equipamento para testes em microarranjo líquido tem o custo de até R$300 mil, mas apresenta maior eficiência para identificar diferentes variações genéticas.

Doença negligenciada

A doença de Chagas (ou Tripanossomíase americana) é uma doença negligenciada, transmitida não apenas pelo barbeiro, mas também pela transfusão de sangue, ingestão de alimentos contaminados, de forma congênita e pelo transplante de órgãos. Por conta das migrações de indivíduos infectados provenientes de áreas endêmicas, a enfermidade chega a regiões não endêmicas na Europa e na Ásia. Em países onde a doença de Chagas é endêmica, o teste para diagnóstico é obrigatório para prevenir a transmissão através da transfusão de sangue. Estima-se que 90% dos infectados desconhecem que são portadores do Trypanosoma cruzi, pela falta de diagnóstico da doença que é endêmica em 21 países das Américas.

De acordo com o Ministério da Saúde, a doença apresenta uma fase aguda que pode ser sintomática ou não, podendo evoluir para as formas crônicas caso não seja tratada precocemente com medicamento específico. Superada a fase aguda, aproximadamente 70% dos infectados evoluirão para uma forma indeterminada, sem nenhuma manifestação clínica da doença de Chagas e com exames complementares sem alterações. Os demais, desenvolverão formas clínicas crônicas, divididas em três tipos de acordo com as complicações apresentadas: cardíaca, digestiva ou cardio-digestiva (mista).

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Pesquisadores da Fiocruz Bahia tomam posse na Academia de Ciências da Bahia

A Academia de Ciências da Bahia (ACB) realizará uma Sessão Solene de titulação e posse de novos Acadêmicos, admitidos em 2018. Os pesquisadores da Fiocruz Bahia Edson Duarte Moreira Júnior e Luiz Antônio Rodrigues de Freitas tomarão posse como Membros Titulares em Ciências da Vida. O pesquisador Guilherme de Sousa Ribeiro será empossado como Membro Junior. O evento acontece amanhã (6/6), às 18 horas, no Salão Nobre do Palácio da Reitoria da Universidade Federal da Bahia (UFBA), no Canela. Também outros 6 novos membros serão empossados, incluindo a área de Ciências Exatas, Agrárias e da Terra.

A abertura do evento será realizada pelo Presidente de honra da ACB, Roberto Figueira Santos, e o Reitor da UFBA, João Carlos Salles Pires da Silva. Também estarão presentes a Profa. Viga Gordilho, Prof. Othon Jambeiro, Prof. Amilcar Baiardi e Prof. Pedro de Almeida Vasconcelos. O Presidente da ACB, Prof. Jailson Bittencourt de Andrade, encerrará a cerimônia que vai contar com a apresentação musical do Duo Robatto: Lucas Robatto (Flauta) e Pedro Robatto (Clarineta).

Entidade de direito privado sem fins lucrativos, a ACB tem por finalidade contribuir para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia como fator essencial ao bem estar social do país, fomentando a ligação entre os setores acadêmico, produtivo e governamental do Estado da Bahia. Busca estimular o aperfeiçoamento do ensino das ciências, mediante o uso da metodologia e dos materiais ajustados às peculiaridades dos aprendizes.

Conheça os novos membros:

Edson Duarte Moreira Júnior

Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), mestrado em Saúde Pública e doutorado em Epidemiologia, pela Universidade de Columbia em Nova York e pós-doutorado pela Universidade McGill, em Montreal. Atualmente, é pesquisador titular do Instituto de Pesquisa Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia), professor colaborador do Curso de pós-graduação em Patologia Humana e Experimental da UFBA/ Fiocruz e do Curso de Pós-Graduação em Medicina e Saúde da UFBA. Também é chefe do Centro de Pesquisa Clínica do Hospital Santo Antônio, atuando principalmente na área de epidemiologia clínica.

 

Luiz Antônio Rodrigues de Freitas

Graduado em Medicina, mestre e doutor em Patologia Humana pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Fez pós-doutorado no Instituto Pasteur de Lyon-Françam, em Patologia Ultraestrutural do Fígado e na School of Public Health of Harvard University. É Professor Titular de Patologia da Faculdade de Medicina da Bahia, atuando na graduação e como professor do Programa de Pós-graduação em Patologia da UFBA/FIOCRUZ. É pesquisador titular aposentado da Fiocruz, atualmente é pesquisador externo. Atua na área diagnóstica da patologia humana coordenando, na Fiocruz, uma unidade de referência do Ministério da Saúde, para o diagnóstico histológico de doenças hepáticas e em transplantes hepáticos.

 

Guilherme de Sousa Ribeiro

Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com residência em Infectologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Possui mestrado em Epidemiologia pela Harvard School of Public Health, nos EUA e doutorado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa pela Fiocruz. É Professor Associado do Instituto de Saúde Coletiva (ISC-UFBA), atuando também como Professor Permanente da Pós-Graduação em Saúde Coletiva do ISC-UFBA e da Pós-Graduação em Saúde, Ambiente e Trabalho da Faculdade de Medicina da UFBA. Desde 2014, é Pesquisador Assistente em Saúde Pública da Fiocruz Bahia e Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa, da mesma instituição. 

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Pesquisador Lain Carlos Pontes de Carvalho é homenageado na Fiocruz Bahia

Marcada por tributos, memórias e emoções, foi realizada, no dia 23 de maio, a homenagem ao pesquisador do Instituto Gonçalo Moniz (IGM/ Fiocruz Bahia) Lain Carlos Pontes de Carvalho (1952-2016). A cerimônia contou com a presença de pesquisadores, colegas de trabalho, amigos e familiares do homenageado. Ao final do evento, foi entregue uma placa de homenagem para a família do pesquisador e foi descerrada a placa com o nome de Lain Carvalho, que nomeou o antigo Pavilhão Núcleo de Epidemiologia e Bioestatística (NEB).

Durante a abertura, a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, agradeceu aos participantes por estarem compartilhando um momento especial, “no qual estamos aqui reunidos para prestar esta homenagem, que é importante para que não esqueçamos que o Dr. Lain Pontes de Carvalho deixou como legado muito do que somos”, afirmou. “Lain possuía um dom, ele era um homem de visão, pensava sempre no futuro e na maneira de como alcançá-lo, era prático, direto e pragmático. Ele possuía uma capacidade de pensar em pontos que poucos ousariam, mas isso não o distanciava dos outros, pois ele aproximava, agregava e colaborava”, declarou a diretora.

Luiz Freitas, pesquisador aposentado da instituição, deu prosseguimento à homenagem. Ao discursar, afirmou que se sentiu honrado por poder atuar como mestre de cerimônia, além de ser o responsável pela leitura do memorial do pesquisador. Durante sua fala, Freitas abordou a trajetória da carreira de pesquisador de Lain, o primor técnico com que ele desempenhava os experimentos e a criatividade para desenvolver aparelhos. “Ainda sem computadores, desenvolveu a habilidade de elaborar peças próprias para estudar e para projetos. Desenvolveu, também, a habilidade de redigir textos em inglês de forma impecável”, observou.

Também subiram ao púlpito para homenagear o pesquisador, Wilson Savino, coordenador de Estratégias de Integração Regional e Nacional da Fiocruz e colega de Lain na graduação; Bernardo Galvão Castro Filho e Ricardo Ribeiro, pesquisadores aposentados da Fiocruz Bahia, colaboradores e amigos; Mitermayer Galvão Reis e Washington Luis Conrado dos Santos, pesquisadores da instituição; e Neci Soares, ex- aluna de Lain, hoje professora da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Os convidados Roberto Meyer, chefe do Laboratório de Imunologia e Biologia Molecular, do Instituto de Ciências da Saúde da UFBA, que foi colaborador de Lain em projetos de pesquisa, e Joseli Lannes Vieira, pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/ Fiocruz), que foi a primeira aluna de Lain na Iniciação Científica, não puderam estar presentes e enviaram suas declarações. Maria Luisa Carvalho Soliani, reitora da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, foi representada na cerimônia por Bernardo Galvão, que também é coordenador do Centro Integrativo Multidisciplinar de HTLV, na Escola Bahiana.

Homenagem dos Familiares

Na cerimônia, os familiares de Lain também falaram sobre sua experiência de vida com o pesquisador. “Lain tinha 3 anos e 5 cm a mais que eu. Procurei segui-lo a vida inteira. Nos falávamos todos os dias. Quando soube dessa homenagem, larguei tudo no Rio de Janeiro e vim para cá. Não podia perder este momento”, contou Lian Carvalho, irmão do pesquisador, que também é médico.

A esposa, Neuza Alcântara, também falou sobre o cientista e agradeceu ao instituto pela homenagem. “Agradeço muito o que fizeram. Têm razão de fazer esse memorial. O que ele mais se dedicou na vida foi ao trabalho. Mesmo trabalhando o dia inteiro, quando chegava em casa ainda lia material. Aprendi com ele esse amor pelo trabalho. Foi excelente pai. Não passava um dia em que não me dizia que me amava e que eu era bonita. O último poema que escreveu dizia: Vivo numa bolha. Nessa bolha tem uma flor, que se chama Neuzinha”, disse emocionada.

Sobre Lain Carvalho

Formado em Medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, em 1975, Lain Carvalho era um dos mais importantes e respeitados pesquisadores da sua geração. Além de pesquisador e ex-diretor da Fiocruz Bahia, atuava na pós-graduação, com contribuições relevantes na área de imunologia, principalmente visando a biointervenção em doenças de natureza inflamatória (leishmanioses, doença de Chagas, alergia e doenças autoimunes). O pesquisador da Fiocruz Bahia contribuiu para a ciência e formação de novos professores e cientistas, além da estruturação e gestão do instituto.

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Bactéria associada a imunidade natural contra a meningite é encontrada em 4,5% de jovens

Pesquisadores da Fiocruz Bahia realizaram um estudo sobre a Neisseria lactamica, uma bactéria comensal fermentadora de lactose que pode estar associada à imunidade natural contra a Neisseria meningitidis,  causadora da meningite bacteriana. A pesquisa foi realizada para melhor compreender sobre esse microrganismo pouco investigado. O artigo “Epidemiology and molecular characterization of Neisseria lactamica carried in 11–19 years old students in Salvador, Brazil, publicado na revista científica International Journal of Medical Microbiology, descreve a epidemiologia e a diversidade genética de N. lactamica.

Esta bactéria é frequentemente isolada da nasofaringe de crianças e é raramente associada à doença invasiva, pois não possui vários fatores de virulência geralmente encontrados em N. meningitidis. Entretanto, a evidência de respostas de reatividade cruzada contra antígenos comuns entre as duas espécies tem encorajado o desenvolvimento de vacinas contra o meningococo baseadas em N. lactamica. Além disto, alguns desses antígenos são componentes da vacina 4CMenB para o sorogrupo B de N. meningitidis.

A administração da vacina 4CMenB e a presença de N. lactamica podem ser sinérgicas, ou seja, pode sensibilizar ou reforçar a resposta imune. Por outro lado, a vacinação pode resultar na eliminação ou prevenção da colonização por esse microrganismo, resultando na perda da imunidade natural. O estudo contínuo da caracterização de cepas circulantes de N. lactamica pode contribuir para um melhor entendimento sobre a colonização meningocócica, os fatores de virulência e a resposta a vacinas.

Para o presente estudo, coordenado pela pesquisadora da Fiocruz Bahia Leila Campos, foram analisadas amostras de orofaringe coletadas de 1200 estudantes de Salvador, com idade de 11 a 19 anos, de 134 diferentes escolas públicas, durante setembro a dezembro de 2014. O material passou por isolamento e identificação de N. lactamica e caracterização molecular através do sequenciamento do genoma total. Foi identificada uma grande diversidade genética, com a presença de 32 sequências tipo (ST) diferentes, quando comparadas com a base de dados de sequências de genoma de Neisseria, o BIGSdb.

No estudo, foi encontrada a prevalência da bactéria em 4,5% (54/1200) dos jovens estudados, sem diferença estatística entre sexo e idade, embora se tenha observado uma tendência de maior prevalência entre os indivíduos de 11 anos de idade. A prevalência de N. lactamica nos diversos grupos etários foi semelhante a de N. meningitidis na mesma população. Apenas um participante foi co-colonizado por N. meningitidis e N. lactamica.

Em relação aos componentes da vacina 4CMenB, foi constatado que nenhum dos isolados de N. lactamica continha as proteínas recombinantes presentes na vacina NadA ou FHPB, utilizados na preparação da vacina. Entretanto, foram identificadas 21 variantes das proteínas recombinantes FetA, 20 de NhbA e duas variantes da PorB. Estudos futuros, incluindo um maior número de isolados são necessários para avaliar o impacto da vacina 4CMenB na colonização pela bactéria. Os resultados deste estudo fornecem informações importantes sobre o genoma de N. lactamica para a realização de análises futuras que poderão auxiliar a nossa compreensão sobre a dinâmica de colonização das espécies de Neisseria.

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Aberta seleção de bolsista de Pós-Doutorado em Patologia.

O Programa de Pós-Graduação em Patologia (PgPAT) torna público o calendário e as normas para a seleção de 01 candidato a Pós-Doutorado do Programa Nacional de Pós-Doutorado (CAPES/PNPD), de acordo com o estabelecido na Portaria CAPES nº 086, de 03/07/2013. As inscrições encerram em 03 de julho. As modalidades são:

– Brasileiros ou estrangeiros residentes no Brasil e portadores de visto temporário;
– Estrangeiros residentes no exterior;
– Brasileiros ou estrangeiros, residentes no Brasil, que atuem como docentes ou pesquisadores em IES ou instituições públicas de pesquisa.

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Boas práticas de manipulação e vendas de alimentos é o tema da próxima Quintas de Vigilâncias

Com o tema “Boas práticas de manipulação e vendas de alimentos para comércio de rua”, o próximo encontro  das “Quintas de Vigilâncias” acontece no dia 24 de maio, no Auditório da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

O evento é um espaço destinado a troca de experiência entre profissionais de saúde e meio ambiente, a academia, dos poderes públicos federais, estaduais e municipais, servindo de ponte entre as Vigilâncias e a sociedade. As inscrições devem ser realizadas, preferencialmente, através do Sistema de Inscrições Eletrônicas da Esaf (acesse o passo a passo para inscrição, clique aqui).

Os palestrantes convidados são Ana Cláudia de Sá Teles Minnaert, servidora da ANVISA no Cargo de Especialista em Regulação e Vigilância Sanitária; e Celso Duarte Carvalho Filho, professor da Faculdade de Farmácia da UFBA, do departamento de Análises Bromatológicas.

 

Quintas de Vigilâncias –  “Boas práticas de manipulação e vendas de alimentos para comércio de rua”
Data: 24/05/2018
Horário: 8h30 às 12h00
Local: Auditório da Faculdade de Farmácia da UFBA – Rua Barão de Jeremoabo, Ondina Salvador/BA.

 

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Tese realizou rastreio de deficiências para identificar doenças genéticas em Monte Santo (BA)

AUTORIA: Daniel Sann Dias da Silva
ORIENTAÇÃO: Kiyoko Abé Sandes
TÍTULO DA TESE: “RASTREIO DE DOENÇAS GENÉTICAS NA ATENÇÃO BÁSICA: MODELO APLICADO NO MUNICÍPIO DE MONTE SANTO-Ba”.
PROGRAMA: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa.
DATA DE DEFESA: 08/06/2018

Resumo

Monte Santo é um município baiano localizado no chamado polígono das secas e com população de 52.338 habitantes e é considerado o mais pobre entre os municípios baianos com mais de 50.000 habitantes (IBGE, 2010). O município apresenta condições de saúde peculiares, especificamente no campo da genética médica, que vem chamando atenção de pesquisadores em todo o país. Desta forma, objetivou-se realizar diagnóstico populacional, realizando rastreio de deficiências para identificar doenças genéticas, como se distribuem e quais os fatores genéticos associados. As equipes do Programa de Saúde da Família, que fazem a cobertura de 100% das famílias do município, foram treinadas para a busca ativa de casos suspeitos de doenças genéticas, incluindo as deficiências auditiva (DA), intelectual (DI), doenças congênitas (DC). Foram analisados dados de 4482 famílias, sendo 507 domicílios selecionados por meio de sorteio aleatório simples. A acurácia do instrumento de rastreio de doenças genéticas foi determinada, apresentando valores máximos de sensibilidade variando entre 61%-96% e de especificidade entre 82,1%-91,6%, permitindo a estimativa de prevalência de DA (14,3%), DI (17,5%), DC (7,6%), bem como do conjunto de deficiências de provável etiologia genética (8,2%), que foram mais elevadas que aquelas observadas nos inquéritos populacionais do IBGE, demonstrando limitações do método aplicado nestes inquéritos. Além disso, Monte Santo apresentou índice de consanguinidade de 31,4% (F= 0,008) sendo estatisticamente associada à ocorrência de deficiências e de abortos espontâneos. Risco diferencial para determinadas deficiências nas diversas áreas de saúde do município também foi evidenciado. Sendo assim, o modelo adotado em Monte Santo pode servir a todo o Brasil articulando as políticas de atenção básica à política de atenção às doenças raras, e para se obter conhecimento da prevalência das doenças genéticas no país.

Palavras-chave: Genética comunitária, epidemiologia, atenção básica, deficiências, consanguinidade.

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Coleções hídricas do Dique do Cabrito, Dique do Tororó e Lagoa do Abaeté são impróprias para o contato humano, avalia tese

AUTORIA: Vanessa Tibolla Moretto
ORIENTAÇÃO: Lúcio Macedo Barbosa
TÍTULO DA TESE: “AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DA QUALIDADE DA ÁGUA E O PERFIL DE RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA EM ENTEROBACTÉRIAS DE COLEÇÕES HÍDRICAS DE ÁREA RURAL E URBANA DA BAHIA”.
PROGRAMA: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa.
DATA DE DEFESA: 24/05/2018

Resumo

As coleções hídricas são importantes cenários na disseminação da resistência aos antibióticos. Múltiplos fatores facilitam a seleção de bactérias resistentes (R) neste ambiente e, portanto, impõem risco potencial à saúde humana. O perfil de resistência aos antibióticos foi avaliado em isolados de Enterobacter cloacae, Escherichia coli e Klebsiella pneumoniae de um sistema fluvial rural e três coleções hídricas fechadas urbanas na capital do estado, Salvador, Bahia, Brasil. A determinação da quantificação de coliformes totais foi realizada através do Coliscan®. Os isolados de Enterobacteriacea resistente foram triados através da cultura do meio Ágar MacCokey com cefotaxima e imipenem dissolvidos. As Enterobacteriaceae selecionadas foram identificadas por MALDI-TOF® e tiveram seus perfis de sensibilidade aos antibióticos avaliados por por Vitek®. Os genes de resistência aos antimicrobianos foram analisados ​​por PCR convencional para detecção da presença dos genes de carbapenemases e beta-lactamases mais frequentes. A contagem média de coliformes totais para o Jenipapo foi de 203 UFC/mL. Nos sítios urbanos Dique do Cabrito, Dique do Tororó e Lagoa do Abaeté foram 331, 145 e 145 UFC/mL, respectivamente. Todos os locais tiveram Enterobactérias resistentes aos antibióticos avaliados. E. cloacae foi a enterobactéria resitente aos antimicrobianos mais encontrada. Os resultados do Vitek® demonstraram que as enterobactérias avaliadas eram mais resistentes à Ampicilina∕Sulbactam. Um isolado de K. pneumoniae (Dique do Cabrito) e dois isolados de E. cloacae (Dique do Tororo) ESBL positivas, demonstraram resistência aos carbapenêmicos. Um isolado de E. coli e um de K. pneumoniae demonstraram ser Ciprofloxacino resistentes (Dique do Cabrito) e dois isolados de E. cloacae foram resistentes a Gentamicina (Lagoa Abataé). Não houve resistência a Amicacina ou Tigeciclina em nenhum local. Na análise molecular por PCR, 63% das Enterobacteriaceae selecionadas apresentaram presença dos genes de resistência ao carbapenêmicos e 20% para beta-lactâmicos. O gene de resistência blaCTX-M foi encontrado em todos os locais avaliados e o gene blaTEM apenas no Dique do Cabrito. Enterobactérias com Carbapenemases blaOXA-48, blaVIM, blaSPN foram encontradas no Dique do Cabrito e Jenipapo; blaOXA-48, blaVIM, blaSPN, blaIMP e blaNDM no Dique do Tororo e Lagoa do Abaeté. Estes resultados indicam que as coleções hídricas das áreas rurais e urbanas avaliadas são impróprias para o contato humano devido à presença de contaminação fecal e enterobactérias resistentes a antibióticos essenciais para o tratamento de infecções humanas e animais.

Palavras-chave: Resistência antimicrobiana, Contaminação Fecal, Enterobactérias, Águas Superficiais.

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Novo teste rápido da Fiocruz é capaz de diagnosticar a leptospirose em apenas 20 minutos

O diagnóstico precoce da leptospirose é fundamental para início oportuno do tratamento dos pacientes, bem como para guiar a implementação de ações de prevenção e controle capazes de mitigar surtos e epidemias. Nesse contexto, uma equipe liderada pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Guilherme Ribeiro, avaliou a acurácia de diferentes exames diagnósticos da leptospirose, incluindo o teste rápido DPP (Dual Path Plataform, Plataforma de Caminho Duplo), que é capaz de dar resultado em apenas 20 minutos, desenvolvido por pesquisadores da Fiocruz e produzido conjuntamente pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio-Manguinhos (Fiocruz) e a Chembio Diagnostics (EUA).

Os resultados do estudo foram publicados na revista científica PLOS Neglected Tropical Diseases, no artigo “Prospective evaluation of accuracy and clinical utility of the Dual Path Platform (DPP) assay for the point-of-care diagnosis of leptospirosis in hospitalized patients“.

Composto por pesquisadores da Fiocruz Bahia, do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (UFBA), da Escola Médica de Harvard (EUA) e da Escola de Saúde Pública da Universidade de Yale (EUA), o grupo examinou pacientes internados no Hospital Couto Maia, centro de referência em doenças infecciosas em Salvador, que atende cerca de 90% dos casos de leptospirose na capital e região metropolitana.

O estudo incluiu 98 participantes com manifestações clínicas compatíveis com a leptospirose, como febre de início agudo, falha renal, icterícia, hepatite aguda, hemorragia espontânea e síndrome da diarreia ou constipação associada a febre e dor abdominal. Além destes, alguns pacientes apresentaram meningite asséptica, síndrome que pode eventualmente ser causada pela Leptospira, a bactéria causadora da leptospirose e que é transmitida pela urina de animais infectados, principalmente ratos de esgoto.  

Os pacientes incluídos na pesquisa tiveram o diagnóstico definitivo de leptospirose confirmado ou afastado por meio de testes de referência (hemocultura para isolamento da bactéria no sangue dos participantes e microaglutinação, um teste sorológico em que se evidencia a presença de anticorpos aglutinantes no soro de pessoas infectadas pela bactéria). Além disso, os participantes foram testados pelo DPP e pelo método de detecção de anticorpos IgM contra leptospirose por meio do ELISA. Os resultados obtidos nesses testes foram comparados àqueles obtidos com os testes de referência a fim de determinar o desempenho de cada um desses testes avaliados.

O estudo concluiu que o teste DPP apresentou um desempenho em diagnosticar corretamente casos de leptospirose equivalente àquele observado no ELISA-IgM, com a vantagem de ser uma opção portátil, mais simples e rápida que o ELISA-IgM. Também, o teste DPP foi capaz de identificar corretamente 4 dos 5 pacientes que tinham meningite asséptica definitivamente causada por leptospirose. Os achados são importantes, pois expandem as opções para o diagnóstico rápido da leptospirose.

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Divulgado resultados da Etapa 1 do Edital da Fapesb

A coordenação de Ensino do Instituto Gonçalo Moniz (IGM/ Fiocruz Bahia), após a avaliação das propostas por três consultores Ad-Hoc externos, torna público o resultado da ETAPA 1 do Processo de Seleção para bolsistas de Iniciação Científica 2018-2019 pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia – Fapesb (clique aqui para acessar). Os orientadores com projetos contemplados terão até o dia 17 de maio para indicar os estudantes, entregando a documentação prevista para a ETAPA 3, conforme item 4.3.1 do Edital FAPESB 2018/2019.

Os projetos/ planos de trabalho não contemplados passarão a compor um banco de reserva e os estudantes deste bando podem ser indicados para Iniciação Científica sem bolsa, respeitando-se o limite de um estudante sem bolsa por pesquisador, conforme Resolução 04/2016 do IGM/Fiocruz (vide documentação no item 4.3.2).

Ressalta-se, a todos os estudantes com bolsa vigente e que solicitaram continuação no Edital 2018-2019, que a participação na 26ª Reunião Anual de Iniciação Científica (26ª RAIC) é obrigatória e indispensável para a implementação da Bolsa de Iniciação Científica 2018-2019.

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Fiocruz Bahia recruta voluntários residentes em Simões Filho para pesquisa da vacina da dengue

A Fiocruz Bahia está recrutando, desde fevereiro de 2018, participantes voluntários para a pesquisa da vacina contra a dengue, na Unidade Básica de Saúde José Maria de Magalhães, em Simões Filho (PAM-CIA). O local para realização do estudo foi determinado pela Secretaria Municipal de Saúde de Simões Filho,  município escolhido por ter histórico de altas taxas da doença. Os interessados em participar do estudo devem residir em Simões Filho e ter entre 2 e 17 anos, independente de já ter tido dengue no passado.

Equipe que coordena o projeto na Bahia, na Unidade Básica de Saúde José Maria de Magalhães, em Simões Filho.

A vacina é administrada em dose única e composta pelos 4 tipos de vírus atenuados (vivos modificados para que fiquem mais fracos e não causem doença grave) da dengue. Foi desenvolvida pelo Instituto Butantan em conjunto com o National Institutes of Health (NIH), nos EUA. Os estudos preliminares vêm demonstrando que a vacina do Instituto Butantan é segura e tem proteção duradoura contra os quatro sorotipos da doença.

A pesquisa foi iniciada recentemente em Simões Filho, mas já está em andamento em outros 15 Centros espalhados pelo país, desde 2016. Ao todo, serão vacinados 17.000 voluntários. Na Bahia, a proposta é de recrutar 900 voluntários que serão acompanhados durante 5 anos na unidade de saúde para avaliar se houve proteção contra uma eventual infecção pelo vírus da Dengue.

“Todo processo é rigoroso, incluindo a preservação da identidade dos participantes”, afirma a pesquisadora da Fiocruz Bahia Aldina Barral, médica e investigadora principal de pesquisa no estado. A vacina mostrou-se segura em todas as etapas prévias de estudo. Esta é a 3ª e última etapa do estudo antes que a vacina seja aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e então disponibilizada para a população na rede pública de saúde. Nessa etapa é avaliada, principalmente, a eficácia da vacina.

Para maiores informações sobre o estudo, basta dirigir-se à unidade de saúde na Av. Rivaldo Gomes Guimarães ou entrar em contato no tel. 99646-1720 ou 99681926 (Whats app). O horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 8h00 às 17h00.

Confira o folder sobre o que é a vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan clicando aqui.

Sobre a Dengue:

A Dengue é uma doença infecciosa febril aguda provocada por um vírus da família Flaviviridae, do gênero Flavivírus, e têm quatro sorotipos denominados, em geral, DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. A manifestação da doença é variada, podendo apresentar-se do quadro febril clássico à forma considerada hemorrágica. No Brasil, o vírus é transmitido por fêmeas infectadas do mosquito Aedes aegypti.

Segundo dados do último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde (Vol. 49  Nº  12, 2018), foram registrados 1.483.623 de casos prováveis de dengue em 2016 e 251.711 no ano de 2017 em todo o Brasil. Até fevereiro de 2018, o país contou com 38.043 casos prováveis de dengue, com uma incidência de 18,3 casos para cada 100 mil habitantes.

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Feira Agroecológica será realizada semanalmente na Fiocruz Bahia

Será realizada, na sexta-feira (11/5), no Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia), a próxima edição da Feira Agroecológica. A primeira edição, que aconteceu no dia 04 de maio, disponibilizou variedades de produtos orgânicos certificados in natura e processados, oriundos da agricultura familiar e cooperativas de produtores orgânicos, além de produtos artesanais. A feira deve ocorrer todas as sextas-feiras, das 09h30 às 13h00.

A grande participação de colaboradores da instituição e do público em geral foi destaque da feira. A pesquisadora da Fiocruz Bahia, Nelzair Vianna, contou que ficou satisfeita com os produtos adquiridos e com o preço final que ficou um pouco mais barato que quando comprado no supermercado.

“Além da facilidade logística de adquirir produtos orgânicos certificados em nosso ambiente de trabalho, trata-se de uma iniciativa louvável, onde a Fiocruz, como instituição de saúde pública, cria um espaço que certamente propiciará reflexões sobre a qualidade dos produtos que estamos consumindo e a importância de adotar estilos de vida mais saudáveis. A dieta, de acordo com pesquisas mais recentes, tem sido o principal fator de risco associado às doenças crônicas, seguida do sedentarismo e poluição, como segundo e terceiro fatores respectivamente”, declarou a pesquisadora.

“A Feira Agroecológica marcou, nesta primeira edição, a semana em que se comemora o dia do Trabalhador. Contou com a presença expressiva da comunidade do IGM, sobretudo dos servidores, que participaram ativamente, demonstrando interesse em conhecer e adquirir os produtos. Para próximas edições serão programadas feiras temáticas; divulgação de informações sobre alimentação saudável, oficinas com preparo de alimentos para degustação; além de articulações com a pesquisa e outras instituições”, explicou a servidora Sonia Oliveira, do Núcleo de Saúde do Trabalhador (NUST) da Fiocruz Bahia.

O intuito da feira, que faz parte do Programa de Alimentação Saudável da Fiocruz, é criar um espaço de compartilhamento de conhecimento, para que haja educação alimentar saudável e fortalecimento da prática de produção orgânica, melhorando a saúde de quem está trabalhando ou estudando no instituto. 

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Defesa analisa mutações genéticas para pessoas com citopenia clonal, síndrome mielodisplásica e neoplasia mielóides

AUTORA: Luciene da Cruz Oliveira
ORIENTADORA: Dalila Lucíola Zanette
COORIENTADOR: Marco Aurélio Salvino Araújo
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “PERFIL DE MUTAÇÕES EM PACIENTES COM CITOPENIA CLONAL DE SIGNIFICADO INDETERMINADO, SÍNDROME MIELODISPLÁSICA E NEOPLASIAS MIELÓIDES RELACIONADAS”.
PROGRAMA: Pós-Graduação em Patologia Humana – UFBA/FIOCRUZ
DATA DE DEFESA: 04/06/2018

Resumo

INTRODUÇÃO: Mutações em inúmeros genes são descritas em neoplasias mielóides. O avanço de técnicas de sequenciamento contribuiu para a identificação destas mutações em pacientes com citopenias e sem critérios diagnósticos para neoplasia mielóides.

OBJETIVO: Avaliar a prevalência de mutações nos genes: SF3B1, TET2, U2AF1, IDH1/2, TP53, OGG1, XRCC1 e APEX1 em pacientes com citopenias, síndrome mielodisplásica e neoplasias mielóides relacionadas.

MATERIAL E MÉTODOS: A extração de DNA foi realizada a partir de sangue da medula óssea de pacientes maiores de 18 anos e com diagnóstico de citopenias e neoplasias mielóides relacionadas sem tratamento específico no momento da coleta. Foi realizado o sequenciamento por PCR dos fragmentos que continham as principais mutações. Os dados foram analisados com o software IBM SPSS Data Analysis and Statistical Software, versão 21.0.

RESULTADOS: Foram avaliados 47 pacientes, 22 pacientes com diagnóstico de citopenia sem critérios para diagnóstico de neoplasias mielóides, 18 pacientes com Síndrome Mielodisplásica, 5 pacientes com diagnóstico de Síndrome Mielodisplásica/Síndrome Mieloproliferativa não classificada e dois casos com Leucemia Mielóide Aguda Secundária. A mediana de idade do grupo total de casos foi 65 anos, com leve predomínio do sexo masculino (57,4%). Trinta e quatro pacientes (72,3%) apresentaram pelo menos um gene mutado. Os principais genes mutados em ordem decrescente de frequência foram: XRCC1 (29%), APEX1 (21%), U2AF1 (10%), OGG1 (10%), TET2 (9%), SF3B1 (3%), TP53 (3%) e IDH2 (2%). O grupo com Síndrome Mielodisplásica apresentou o maior número de casos com genes mutados (p=0,042). Vinte e seis casos, com pelo menos uma mutação identificada, tinham cariótipo normal (p=0,319) e os pacientes com idade superior a 60 anos apresentaram maior taxa de pelo menos um gene mutado (p=0,021). A presença de mutação foi maior com níveis de hemoglobina maiores que 10g/dL (p=0,035) e porcentagem de blastos menor que 2% na medula óssea (p=0,023). No grupo de pacientes com diagnóstico de Síndrome Mielodisplásica, a presença de mutação também foi mais associada a porcentagem de blastos na medula óssea menor que 2% (p=0,007).

CONCLUSÕES: O perfil de mutações nos genes avaliados neste trabalho apresentou frequência diferente em relação a dados previamente publicados em relação aos genes SF3B1 e U2AF1. Isto pode estar relacionado a diferenças étnicas populacionais de nossa amostra estudada. A frequência alta de mutações germinativas nos genes de reparo: XRCC1, OGG1 e APEX1 foi um resultado relevante e chama a atenção a presença destas mutações no grupo de pacientes com citopenia clonal de significado indeterminado. Estudos adicionais são necessários para melhor avaliação deste resultado e suas implicações em evolução prognóstica.

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Fiocruz Bahia realiza homenagem ao pesquisador Lain Carlos Pontes de Carvalho

O Instituto Gonçalo Moniz (IGM/ Fiocruz Bahia) vai realizar uma homenagem ao pesquisador Lain Carlos Pontes de Carvalho (1952-2016) pelas suas contribuições ao fortalecimento e desenvolvimento da ciência; à formação de novos cientistas e professores; e à gestão e estruturação da instituição. O evento acontece na Fiocruz Bahia, no dia 23 de maio, às 09 horas. Na ocasião, será descerrada a placa com o nome de Lain Carlos Pontes de Carvalho, que nomeará o atual Pavilhão Núcleo de Epidemiologia e Bioestatística (NEB) da instituição.

Formado em Medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, em 1975, Lain Pontes era um dos mais importantes e respeitados pesquisadores da sua geração. Além de pesquisador e ex-diretor da Fiocruz Bahia, atuava na pós-graduação, com contribuições relevantes na área de imunologia, principalmente visando a biointervenção em doenças de natureza inflamatória (leishmanioses, doença de Chagas, alergia e doenças autoimunes).

Data: 23 de maio de 2018
Horário: 09 horas
Local: Auditório Aluízio Prata, Instituto Gonçalo Moniz – Rua Waldemar Falcão, nº 121, Candeal.

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Expressão de microRNAs influenciam no prognóstico da leishmaniose cutânea, aponta pesquisa

Um estudo realizado por pesquisadores da Fiocruz Bahia identificou o perfil de microRNAs expresso nas lesões ativas de pacientes com leishmaniose cutânea localizada (LCL), causada por Leishmania braziliensis. Utilizando uma análise que integra dados globais de expressão gênica publicamente disponíveis, o estudo comparou amostras de biópsias de lesões cutâneas de pacientes com LCL e pele saudável. Com isso, foi identificado o perfil de microRNAs expressos durante a doença. Estas pequenas moléculas de RNA não são codantes, mas regulam, em nível pós-transcricional, a expressão de genes que podem estar implicados na manifestação clínica da doença.

Os resultados da pesquisa estão descritos no artigo Integrated Analysis Reveals That miR-193b, miR-671, and TREM-1 Correlate With a Good Response to Treatment of Human Localized Cutaneous Leishmaniasis Caused by Leishmania braziliensis, publicado em 04 de abril, na revista Frontiers in Immunology. A Leishmaniose Cutânea Localizada é uma doença crônica causada por parasitas protozoários do gênero Leishmania, transmitida por picadas de flebótomos infectados, sendo caracterizada por lesões cutânea ulceradas causadas, predominantemente, pela resposta inflamatória descontrolada. É endêmica no estado da Bahia, com mais de 1.000 casos reportados apenas no ano de 2017.

A equipe liderada pela pesquisadora da Fiocruz Bahia Natalia Tavares, composta pelos pesquisadores Pablo Rafael Oliveira, Claudia Brodskyn, Pablo Ivan Ramos, Aldina Barral, Viviane Boaventura, Ricardo Khouri, pela doutoranda Sara Nunes e pelos mestrandos Icaro Bonyek Silva e Mariana Ampuero, investigou o envolvimento de miRNAs e seus genes alvos na LCL humana usando conjuntos de dados disponíveis publicamente, em um repositório chamado “Gene Expression Omnibus (GEO)”, o qual hospeda estudos e mapeamentos genéticos. Os resultados também foram validados em novas amostras de biópsias de pacientes provenientes de outra área endêmica no estado da Bahia.

Descobertas

Os resultados do estudo apontam que a expressão dos miRNAs miR-193b e miR-671 está fortemente associada aos seus genes alvo, TREM1, CD40 e TNFR, sugerindo um papel importante desses miRNAs na regulação da expressão de genes relacionados à resposta inflamatória. Além disso, a análise revelou que a tríade miR-193b/miR-671/TREM1 se correlaciona apenas em pacientes que apresentam cura clínica mais rápida (até 59 dias), o que não acontece em pacientes que necessitam de maior tempo e, consequentemente, mais ciclos de tratamento para alcançar a cura clínica (acima de 60 dias).

Sabendo que esses miRNAs podem regular a resposta inflamatória e influenciar o tempo de cicatrização, os achados da pesquisa revelam o potencial destas moléculas em determinar o desfecho e também para o prognóstico da doença nos pacientes. No futuro, de acordo com os autores do artigo, estudos mais detalhados devem confirmar se a tríade miR-193b/miR-671/TREM1 pode ser aplicada como biomarcador de prognóstico para a leishmaniose cutânea localizada. Além disso, testes futuros sobre esta via podem gerar novas alternativas terapêuticas não apenas para a LCL humana, mas para outras doenças de pele nas quais a inflamação também tem papel prepoderante.

O grupo segue dando continuidade a esta linha de pesquisa, investigando os mecanismos de ação dos microRNAs identificados, não apenas na LCL, mas também em outras doenças inflamatórias de pele, tais como psoríase e lúpus, ampliando as possibilidades de aplicação destes achados.

 

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Inscrições para a 9ª Obsma já estão abertas!

9ª Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente homenageia Ano Oswaldo Cruz e destaca Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Estão abertas as inscrições para a 9ª edição da Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (Obsma) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Coordenada pela Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC) da Fiocruz, a Olimpíada é um projeto educativo voltado a professores e alunos da Educação Básica de todo o Brasil que busca estimular a produção de trabalhos interdisciplinares sobre saúde e meio ambiente em salas de aula de escolas públicas e privadas. Inscrições são gratuitas e vão até 31 de julho de 2018. Por isso, envolva sua escola, prepare seu projeto e inscreva-se na 9ª Obsma! laugh

Clique nos links para acessar:

Regulamento | Cadastro de professor e inscrição de trabalhos | Dúvidas frequentes

 

Prêmio Obsma – Ano Oswaldo Cruz

A novidade na competição é o inédito Prêmio Obsma – Ano Oswaldo Cruz. Unindo-se às homenagens pelo centenário de morte do cientista (saiba mais), além da premiação tradicional, a Olimpíada irá conferir esta premiação especial a um trabalho sobre saúde e meio ambiente que tenha utilizado como fontes de pesquisa artigos, capítulos, livros, teses, dissertações e/ou recursos educacionais (multimídias, jogos educacionais, sites, audiovisuais, entre outros) produzidos pela Fundação Oswaldo Cruz. Quanto melhor estes recursos forem utilizados no trabalho, maior a chance dele ser escolhido!

É necessário que o professor cite qual(is) fonte(s) usou no momento da inscrição.

Clique aqui e confira como realizar pesquisas com conteúdos produzidos pela Fiocruz
Quer participar do Prêmio Obsma – Ano Oswaldo Cruz? Clique aqui e NÃO DEIXE DE LER ESTE TEXTO!

 

 

De olho nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Além disso, a 9ª Obsma vai reafirmar a importância dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) preconizados pelas Nações Unidas estimulando que os trabalhos abordem de forma crítica e criativa temas da Agenda 2030 — clique aqui para conhecer cada um dos ODS. Uma das formas de promover esta iniciativa será por meio das Oficinas Pedagógicas, que a Olimpíada realiza desde 2013.

  

Nelas, uma equipe multidisciplinar dialoga com grupos de professores sobre as relações entre educação, saúde, meio ambiente e ciência em sala de aula. As Oficinas, que acontecem com apoio do CNPq e parcerias locais, são gratuitas e abertas a professores da Educação Básica do estado, município ou região em que ocorrem, e a programação é sempre divulgada no site e nas redes sociais. Saiba mais sobre elas neste link.

 

Quem pode participar

Professores do Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano) e Ensino Médio, incluindo Educação de Jovens e Adultos (EJA), podem inscrever na 9ª Obsma trabalhos sendo desenvolvidos nas escolas  de todo o Brasil entre 2017 e 2018, inserindo-se em uma das três modalidades: Produção Audiovisual, Produção de Texto ou Projeto de Ciências. 

A Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente conta com apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.

Saiba mais sobre a Obsma, acompanhe nossas atualizações e notícias sobre saúde e meio ambiente em nosso site e redes sociais:

Site: www.olimpiada.fiocruz.br
Facebook: www.facebook.com/obsma
Twitter: www.twitter.com/obsma
YouTube: www.youtube.com/obsma

 

Coordenação Nacional Obsma – (21) 2560.8259 – olimpiada@fiocruz.br 

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Programa de pós-graduação em Patologia divulga edital de seleção 2018.2

A Secretaria Acadêmica do Programa de Pós-Graduação em Patologia (PGPAT) divulga o Edital do processo de seleção para ingresso em mestrado e doutorado no referido programa, para o semestre 2018.2 (clique aqui). As inscrições foram prorrogadas para o dia 04 de junho de 2018, com a entrega dos documentos na Secretaria Acadêmica, até as 11h00.

Ressalta-se a novidade desse edital aos interessados para inscrição no Doutorado, que deverão apresentar em acréscimo: candidatos ao doutorado que defenderam a dissertação de mestrado há mais de um ano (maior ou igual a 12 meses) deverão apresentar comprovação (cópia) de pelo menos um artigo aceito para publicação ou publicado em periódico indexado em base de dados bibliográficas, tendo o candidato como um dos autores.

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Dissertação investiga papel da microbiópsia de pele na avaliação da capacidade de transmissão de Leishmania infantum

AUTOR: Tiago Feitosa Mota
ORIENTADORA: Deborah Bittencourt Mothé Fraga
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “Papel da microbiópsia de pele na avaliação da capacidade de transmissão de cães infectados por Leishmania Infantum ao inseto vetor e no diagnóstico da Leishmaniose Visceral Canina”.
PROGRAMA: Pós-Graduação em Patologia Humana-UFBA /FIOCRUZ
DATA DE DEFESA: 04/05/2018

Resumo

INTRODUÇÃO: A leishmaniose visceral é uma zoonose negligenciada de importância global. Nas Américas é causada por protozoários da espécie Leishmania infantum, e transmitida por meio da picada de flebotomíneos da espécie Lutzomyia longipalpis. O cão é o principal hospedeiro no meio urbano e quando infectado possui alta carga parasitária na pele, favorecendo seu papel na transmissão do parasito ao vetor. Assim, torna-se importante a realização de estudos para avaliar sua capacidade de transmissão ao vetor. A única técnica utilizada na avaliação da transmissibilidade é o xenodiagnóstico, que é muito laborioso, tem custo elevado e baixa sensibilidade. A microbiópsia de pele (MB) pode ser uma alternativa mais rápida e simples para sua substituição, dado que coleta tecido cutâneo e sanguíneo como ocorre na picada de flebotomíneos. A MB também pode ser uma alternativa promissora para ser utilizada no diagnóstico da leishmaniose visceral canina (LVC) por ser menos invasiva que a biópsia convencional de pele (BC), podendo ser realizada em qualquer sitio anatômico onde a BC não é indicada devido ao risco de lesões e sangramentos.

OBJETIVO: Avaliar a utilização da MB como alternativa para o xenodiagnóstico na avaliação da transmissibilidade e como alternativa para o diagnóstico da LVC frente a BC.

MÉTODO: A MB foi realizada em diversos locais como patas, região escapular, orelhas, focinho e áreas de alopecia de 26 animais naturalmente infectados e seus resultados foram comparados aos obtidos na qPCR de aspirado esplênico e BC. Foram realizados xenodiagnósticos, BCs na região escapular esquerda e MB no focinho, abdômen e face interna da orelha esquerda de outros 35 cães infectados por L. infantum. Todos os animais foram classificados em sintomáticos e assintomáticos por meio de um sistema de escore clínico. Os flebotomíneos utilizados no xenodiagnóstico foram mantidos no insetário e dissecados em dois momentos, no 2° ou 3° dia e entre o 8° e 10° dia, com observação direta sob microscopia óptica (40x) dos intestinos médios na busca por formas promastigotas de L. infantum. As amostras de pele obtidas nas MBs e BCs tiveram o seu DNA extraído e foi realizada qPCR buscando o kDNA do parasita. As positividades dos testes foram comparadas utilizando o teste exato de Fisher e o índice kappa. A carga parasitária obtida nas MBs positivas dos dois grupos de animais foi correlacionada pelo teste de Kruskal-Wallis.

RESULTADOS: Não houve diferença estatística entre a sensibilidade da qPCR da MB, do aspirado esplênico e BC. Da mesma forma a positividade no xenodiagnóstico não foi diferentedentre as classificações clínicas. A MB detectou mais animais positivos em comparação ao xenodiagnóstico de forma estatisticamente significante (p<0,05). Não houve diferença significativa entre a carga parasitária da MB e BC.

CONCLUSÃO: A MB pode vir a ser utilizada como alternativa para o diagnóstico da LVC pois é tão sensível quanto a BC e pode auxiliar na identificação de locais da pele do cão onde o xenodiagnóstico terá maior sensibilidade. Pode ser que a MB possa ser utilizada na avaliação da transmissibilidade de cães infectados por L. infantum, porém com limitações.

Palavras-chave: Xenodiagnóstico, transmissibilidade, diagnóstico minimamente invasivo, microbiópsia de pele, qPCR de amostra de pele.

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Alta participação marca segundo encontro das Quintas de Vigilância

Com o tema “Gerenciamento de Resíduos em Instituições de Saúde”, aconteceu no Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia), nesta quinta-feira, 26/4, o segundo encontro das Quintas de Vigilância. Os palestrantes convidados para essa edição foram Sheila Sotelino da Rocha, Tecnologista Sênior do Núcleo de Biossegurança (VPSRA/Fiocruz); e Leandro Pereira da Silva, Fiscal de Controle Sanitário Odontólogo. A quantidade de participantes superlotou o Auditório Aluízio Prata, que contou com a presença de mais de 100 pessoas.

Durante a abertura, a diretora do IGM, Marilda Gonçalves, agradeceu a oportunidade de colaborar no evento, através da parceria Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) com a Fiocruz. “Estamos cumprindo nossa missão institucional que é o desenvolvimento da saúde e do SUS, além de contribuir com a cidadania e a aproximação da ciência com a sociedade. Por sermos uma instituição de saúde, o gerenciamento de resíduos é um assunto palpitante para nós”. A diretora também cumprimentou a palestrante Sheila Sotelino, que foi umas das pioneiras na construção da Biossegurança na Fiocruz.

Antônio Amarilio Lopo, coordenador da Vigilância Sanitária em Portos, Aeroportos e Fronteiras (CVPAF/ANVISA – BA) e idealizador e organizador do evento, destacou a concepção do projeto concretizado “por várias mãos”.  “Todos aqueles que quiserem, podem participar. É um projeto de inclusão, construção e divulgação do conhecimento”, ressaltou. O evento é uma realização da ANVISA e da Escola de Administração Fazendária (ESAF), em parceria com diversas instituições. No intervalo das palestras, o Conselho Regional de Odontologia da Bahia ofereceu um coffee break aos participantes. 

Destinação imprópria

A primeira apresentação foi ministrada por Sheila Sotelino, que abordou tópicos sobre a classificação dos Resíduos em Serviços de Saúde, as regulamentações vigentes, elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos em Serviços de Saúde (PGRSS) e o manejo de resíduos. De acordo com a palestrante, um total de 3.331 municípios brasileiros destinaram cerca de 29,7 milhões de toneladas de resíduos sólidos para áreas ambientais sem as devidas medidas de proteção contra danos e degradações ambientais, segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE).

“A Bahia foi o estado com o maior número de unidades de destinação impróprias, com 359 vazadouros a céu aberto, recebendo 8 mil toneladas de resíduos/dia. Do total de 71,3 milhões de toneladas de resíduos coletados no país, 256.238 toneladas foram Resíduos de Serviços de Saúde coletados, tratados e com disposição final adequados”, afirmou.

O tema “Gerenciamento de Resíduos em Odontologia” foi ministrado por Leandro Silva que explicou sobre segregação, acondicionamento, identificação, coleta, transporte, armazenamento e destinação de resíduos. “O gerenciamento é um conjunto de procedimentos de gestão, planejados e implementados a partir de bases científicas, técnicas, normativas e legais, com o objetivo de minimizar a geração de resíduos e proporcionar um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando à proteção dos trabalhadores e a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente”, definiu.

 

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