Estudo relaciona traço falciforme e doença renal terminal

A frequência de traço falciforme é significativamente maior em pacientes em hemodiálise do que na população geral. Essa foi uma das conclusões de um estudo coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Washington Conrado dos Santos, que comparou a frequência do traço falciforme entre pacientes com doença renal terminal e uma população de recém-nascidos em Salvador, Bahia. O estudo foi descrito no periódico científico Plos One, no artigo The sickle cell trait and end stage renal disease in Salvador, Brazil.

De acordo com o trabalho, o traço falciforme é frequente na população brasileira, variando de 1,1% a 9,8%. A doença falciforme tem sido associada a uma variedade de lesões renais e as alterações vasculares observadas nesta doença podem afetar mais intensamente a medula renal. Por outro lado, o traço falciforme é raramente associado à doença renal e pouco se sabe sobre a contribuição do traço falciforme para a gravidade e progressão de doenças renais inflamatórias ou degenerativas.

No presente estudo, foram avaliados 306 pacientes com doença renal terminal em hemodiálise e, para estimar a frequência do traço falciforme na população geral de Salvador, dados coletados por um programa de triagem neonatal local entre 2011 e 2016 também foram analisados. Não foram encontradas diferenças nos dados demográficos, clínicos ou laboratoriais entre os pacientes com ou sem o traço falciforme.

Estudos adicionais avaliando a fisiopatologia do traço falciforme e seu impacto na doença renal podem fornecer informações importantes para promover o desenvolvimento de estratégias para prevenir a progressão da doença renal crônica para terminal.

Fatores genéticos

No artigo, os pesquisadores afirmam que, ao estudar a doença renal nas populações de descendentes de africanos, é importante levar em consideração outros fatores genéticos envolvidos na progressão da doença renal. Certas variantes no APOL1, um gene localizado no cromossomo 22, que codifica a apolipoproteína L1 (APOL1), estão associadas à progressão de muitas doenças renais.

Por isso, também foram investigadas as frequências de variantes de risco de apolipoproteína L1 em ​​pacientes submetidos à hemodiálise. Os pesquisadores concluíram que os haplótipos APOL1 não parecem ser os determinantes da doença renal terminal nesses pacientes. Foram analisados o DNA de 45 pacientes.

 

twitterFacebookmail
[print-me]

Transmissão simultânea dos vírus da dengue, chikungunya e zika é analisada em Salvador

A partir de 2014, grandes epidemias de chikungunya e Zika assolaram o Brasil e outros países das Américas, se juntando à dengue para compor um grupo de doenças febris transmitidas por mosquitos que representa um emergente problema de saúde pública urbana: as arboviroses. Desse modo, a correta diferenciação clínica de cada uma dessas doenças ficou ainda mais difícil. Além disso, há a possibilidade de infecção simultânea (co-infecção) por mais de um dos vírus e as implicações dessa ocorrência em relação à apresentação e evolução clínica são pouco claras.

Diante dos desafios e lacunas, no conhecimento no que se refere à frequência em que co-infecções ocorrem durante períodos de intensa co-transmissão de diferentes arbovírus, a quais manifestações clínicas são mais frequentes em cada uma dessas infecções e à capacidade dos médicos suspeitarem corretamente do diagnóstico delas, o pesquisador da Fiocruz Bahia e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Guilherme Ribeiro, liderou um estudo com objetivo de responder a essas perguntas.

A pesquisa, realizada entre setembro de 2014 e julho de 2016, incluiu 948 pacientes atendidos por doenças febris em uma unidade de saúde de emergência de Salvador, os quais foram sistematicamente investigados por exames laboratoriais para verificar se a causa da doença poderia ser atribuída aos vírus da dengue, chikungunya ou zika.

Os resultados do trabalho foram publicados no periódico científico Clinical Infectious Diseases, um dos mais conceituados meios de divulgação de resultados de pesquisas na área das doenças infecciosas. Além de pesquisadores da Fiocruz Bahia e da UFBA, participaram da pesquisa estudantes de pós-doutorado, doutorado, mestrado e iniciação científica, e pesquisadores das instituições internacionais Yale University, Emory University e University of Texas Medical Branch, todas localizadas nos EUA.

Os resultados indicaram que essas três arboviroses são uma importante causa das doenças febris que acometem aqueles que procuram uma unidade de emergência. De cada 100 pacientes incluídos no estudo, 26 deles tinham uma infecção aguda por um dos arbovírus, sendo que 24 tinham uma infecção causada por apenas um dos arbovírus, enquanto que 2 apresentava uma co-infecção por dois arbovírus. A elevada frequência de detecção de infecções e co-infecções por arbovírus entre os pacientes febris investigados ocorreu em função da intensa transmissão simultânea dos três arbovírus, em Salvador, durante o período do estudo.

Foi observado também que, de uma forma geral, as manifestações clínicas da dengue, Zika e chikungunya eram semelhantes. Entretanto, os pacientes com Zika apresentaram erupção cutânea e prurido mais frequentemente do que aqueles com dengue e chikungunya. Por outro lado, dores articulares foram mais comuns naqueles que tiveram o diagnóstico de chikungunya, comparados àqueles diagnosticados com dengue e Zika.

Apesar dessas diferenças, os médicos apresentaram grande dificuldade em fazer uma suspeita clínica do diagnóstico corretamente, visto que o maior acerto ocorreu para os pacientes que tiveram o diagnóstico laboratorial de Zika e esse acerto foi de somente 23%. Uma parte da dificuldade para fazer uma suspeição clínica correta se deveu ao fato de que a transmissão do vírus chikungunya, em Salvador, ainda não estava completamente evidente no período.

O estudo, conduzido durante um período de intensa transmissão simultânea de Dengue, Chikungunya e Zika, concluiu que as arboviroses são uma importante causa de doenças febris e indicou que as co-infecções são comuns nessas circunstâncias. Dadas as semelhanças clínicas entre as três arboviroses existe uma necessidade urgente do desenvolvimento de testes diagnósticos que detectem essas três infecções de forma simultânea, que forneçam um resultado em pouco tempo e possam ser realizados na s unidades de pronto-atendimento, sem necessidade de um laboratório especializado.

Além disso, informações epidemiológicas sobre sazonalidade, suscetibilidade da população e intensidade de transmissão desses vírus em cada local são necessárias para orientar os médicos na sua suspeição clínica.

 

 

twitterFacebookmail
[print-me]

PgBSMI lança edital de seleção para mestrado 2019.1

O Programa de Pós-graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI) divulga o edital de seleção para Mestrado 2019.1. As inscrições para candidatura estarão abertas de 14 a 25 de janeiro. O Mestrado tem por objetivo o aprofundamento do conhecimento técnico, científico e ético do aluno, visando a qualificação supracitada. 

O curso destina-se à formação de profissionais qualificados para o exercício de atividades acadêmicas, científicas e tecnológicas nas suas áreas de Biotecnologia Aplicada à Saúde, Epidemiologia Molecular e Medicina Investigativa, Biologia Celular e Biologia Computacional Aplicada a Saúde.

 

twitterFacebookmail
[print-me]

Pesquisa avalia benefício do benzonidazol na doença de Chagas

O benzonidazol (Bz) é considerada droga de primeira linha para o tratamento etiológico da doença de Chagas, por apresentar melhor tolerância e causar menos efeitos colaterais. O estudo, conduzido pelos pesquisadores Manoel Barral Netto, da Fiocruz Bahia, e Edmundo Câmara, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), comparou pacientes com doença de Chagas não tratados e tratados com Bz a longo prazo e usou uma abordagem analítica que integrou características clínicas com parâmetros de eletrocardiograma, ecocardiograma e marcadores imunológicos.

Clique aqui para acessar o artigo publicado no International Journal of Infectious Diseases.

A doença de Chagas, causada pelo parasita Trypanosoma cruzi, é um grave problema de saúde, afetando 6 a 7 milhões de pessoas em todo o mundo e levando a cerca de dez mil mortes a cada ano. Embora a mortalidade por essa enfermidade tenha diminuído, ela ainda causa várias consequências irreversíveis nos sistemas cardiovasculares de 20 a 30% dos indivíduos infectados. Estima-se que mais de US $ 1 bilhão por ano seja gasto mundialmente em morbidade associada à cardiomiopatia chagásica.

Apesar de ser pouco clara a eficácia dos medicamentos tripanocidas, a OMS recomenda a realização do tratamento, pois esses fármacos são eficazes durante as fases aguda, indeterminada e, provavelmente, na crônica leve da doença. Alguns estudos anteriores, comparando os resultados de pacientes com doença não aguda tratados com benzonidazol, indicaram que a medicação previne a progressão da doença. No entanto, a eficácia do tratamento tripanocida permaneceu pouco clara em outros grupos de pesquisa.

No Brasil, a eficácia do tratamento com Bz diferiu significativamente de outros países. Tem sido demonstrado que o tratamento com benzonidazol pode ter um impacto na resposta à doença, mas esses achados não foram relacionados à melhora clínica. Como a vantagem clínica do tratamento da doença de Chagas permanece indefinida, uma investigação mais aprofundada de sua eficácia e seus mecanismos potencialmente protetores podem ajudar a estabelecer sua utilidade.

De acordo com os pesquisadores, provavelmente, este foi o primeiro estudo a comparar várias citocinas e quimiocinas na fase cardíaca indeterminada e crônica da doença de Chagas, em pacientes tratados com benzonidazol versus aqueles não tratados, e, simultaneamente, investigar a função miocárdica nessa população com Doppler tecidual. 

Resultados

Os estudiosos recrutaram pacientes ambulatoriais, entre 2012 e 2013, de dois centros de referência no estado da Bahia, para estudo de coorte prospectivo. A maioria dos indivíduos dos grupos tratados e não tratados era do sexo feminino (67% e 70%, respectivamente). Nenhuma diferença foi observada em termos de sexo ou idade. O grupo não tratado foi diagnosticado com Chagas por um período maior do que o grupo tratado. Além disso, mais dispneia foi relatada no grupo não tratado versus grupo tratado.

Os resultados mostraram que o grupo de pacientes tratados com Bz teve aumento dos níveis plasmáticos de IL-17 (uma citocina relacionada à melhora da função cardíaca) e função miocárdica preservada. Também foram comparados os dados usando o Doppler tecidual, que mostrou que pacientes tratados tiveram melhor preservação da função ventricular esquerda e direita.

Dessa forma, níveis aumentados de IL-17, um fator de proteção, juntamente com melhor função miocárdica, reforçaram a ideia de efeitos benéficos do Bz no tratamento da doença de Chagas, mesmo em pacientes com doença cardíaca leve.

twitterFacebookmail
[print-me]

22º Simpósio Internacional em Microencapsulação será realizado na Fiocruz Bahia

Com foco em nanotecnologia, a Fiocruz Bahia sediará o 22º Simpósio Internacional em Microencapsulação, entre os dias 25 a 27 de setembro de 2019. O evento, que será realizado junto com a Sociedade Internacional de Microencapsulação e a Universidade Federal da Bahia (UFBA), tem como público-alvo pesquisadores e estudantes das áreas de Farmácia, Química, Biologia, Biotecnologia e Engenharias. A inscrição para submissão de resumos começará em fevereiro.

Clique aqui e acesse o hotsite do evento.

A programação científica será composta de sessões plenárias com convidados internacionais da área, quatro sessões científicas e duas mesas temáticas, que irão discutir nanotecnologia para doenças tropicais e negligenciadas, saúde animal, agricultura sustentável e meio ambiente. As apresentações serão realizadas em inglês.

O Simpósio acontece desde 1972, sendo inicialmente um fórum para discussões científicas em Microencapsulação, e ocorre entre o intervalo de dois anos. A 22ª edição será uma continuação dos dois anteriores, que ocorreram em Boston (EUA), em 2015, e em Faro (Portugal), em 2017.

 

 

twitterFacebookmail
[print-me]

Inscrições abertas para o II Simpósio Internacional em Autofagia, Fagocitose e Imunidade

O II Simpósio Internacional em Autofagia, Fagocitose e Imunidade Inata tem como objetivo apresentar tecnologias inovadoras e avanços recentes relacionadas ao tema a estudantes de graduação e pós-graduação e pesquisadores nesta área de importância médica. O evento será realizado nos dias 06 a 08 de fevereiro, na Fiocruz Bahia. As inscrições encerram em 21 de janeiro e podem ser realizadas aqui.

Nessa segunda edição, o simpósio terá como meta principal o incentivo à criação e ampliação de núcleos de pesquisa nessas três áreas de investigação na Bahia, bem como em outros Estados do Brasil, além de formar recursos humanos em biotecnologia.

Outras informações como programação, critérios de seleção e regras para envio de trabalhos podem ser encontradas no hotsite do curso.

twitterFacebookmail
[print-me]

Características clínicas e laboratoriais de gestantes com doença falciforme em crises de dor são analisadas em dissertação

AUTORIA: Lorena dos Santos Araújo
ORIENTAÇÃO: Dalila Luciola Zanette
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E LABORATORIAIS DA CRISE DE DOR EM GESTANTES COM DOENÇA FALCIFORME”.
PROGRAMA: Pós-Graduação em Patologia Humana-UFBA /FIOCRUZ
DATA DE DEFESA: 08/01/2019

RESUMO

INTRODUÇÃO: A gestação para mulheres com doença falciforme é considerada de alto risco e é associada ao aumento do risco de morbidade e mortalidade materna e fetal. O aumento da frequência e da gravidade das crises de dor ocorrem durante a gravidez de mulheres com doença falciforme.

OBJETIVO: O objetivo deste trabalho foi analisar as características clínicas e laboratoriais de gestantes com doença falciforme diante de crises de dor.

MATERIAL E MÉTODOS: Foi desenvolvido um estudo observacional, de corte longitudinal, prospectivo, descritivo, exploratório, de abordagem quantiqualitativa, no período de outubro de 2017 a julho de 2018. Foram incluídas na pesquisa 27 mulheres com doença falciforme, sendo destas 13 nulíparas e 14 gestantes, acompanhadas pelo Ambulatório Municipal Especializado em Doença Falciforme e pelo Ambulatório da Maternidade de Referência Professor José Maria de Magalhães Netto, respectivamente. Foram realizadas entrevista estruturada e acompanhamento de exames laboratoriais. As análises estatísticas foram realizadas utilizando os softwares Graph Pad Prism versão 6, SPSS versão 22, e programa Excel versão 2010.

RESULTADOS: A maior parte das mulheres nulíparas e gestantes classificaram a crise de dor como frequente. A maioria das mulheres nulíparas com doença falciforme demoraram mais dias para obter a resolução da sua dor em relação às gestantes com doença falciforme. Quanto à intensidade da dor, houve variação entre dor leve a moderada nos dois grupos analisados, com destaque para a dor moderada no grupo de nulíparas; e dor moderada e intensa no grupo de gestantes. Os locais anatômicos dolorosos mais acometidos foram os membros superiores e inferiores no caso das mulheres nulíparas; e membros inferiores e colunar lombar no grupo de gestantes. Destaca-se que os fatores sensoriais e afetivos apresentaram uma maior influência na percepção da dor pelas participantes deste estudo. Dentre os exames laboratoriais analisados nesse estudo, notou-se que as gestantes com DF em estado de crise de dor em comparação com mulheres nulíparas com DF estáveis, apresentaram níveis de hemácias, hematócrito e hemoglobina significativamente mais baixos; valor de CHGM significativamente maior; contagem de leucócitos, porcentagem de neutrófilos, bastonetes e segmentados, foram significativamente maiores; porcentagem de eosinófilos e linfócitos foram significativamente menores.

CONCLUSÕES: O quadro de crise de dor apresentado pelas gestantes com DF, está associado a níveis alterados nos parâmetros hematológicos e hemolíticos. Sendo assim, futuras intervenções preventivas podem ser direcionadas para o controle da crise de dor e dos níveis sanguíneos desses parâmetros nessas pacientes. Os resultados deste trabalho consolidam a ideia de que a gestação é um fenômeno que está relacionado à crise de dor na doença falciforme e que é capaz de alterar determinados parâmetros laboratoriais, que devem ser levados em consideração para garantir uma assistência à saúde adequada, com a finalidade de evitar as complicações e proporcionar bem-estar materno-fetal.

Palavras-chave: Anemia falciforme, Dor, Gestantes, Gravidez de alto risco, Investigação laboratorial.

twitterFacebookmail
[print-me]

Fiocruz Bahia participa de consórcio internacional de pesquisa em tuberculose

A última reunião do Report ocorreu na China.

A Pesquisa Regional Prospectiva e Observacional em Tuberculose (RePORT) é uma rede global de pesquisa em diversos países, como Índia, Brasil, Indonésia, África do Sul, China, Filipinas e Estados Unidos, que dedica-se ao estudo colaborativo sobre tuberculose. A primeira reunião do RePORT Internacional ocorreu em Boston, nos Estados Unidos, em setembro de 2015. O intuito do encontro foi apresentar os primeiros resultados nas áreas pertinentes de tuberculose para o RePORT e encorajar colaborações entre os grupos e outros investigadores.

O pesquisador da Fiocruz Bahia, Bruno de Bezerril Andrade, lidera um dos grupos de pesquisa e participa do segmento do estudo envolvendo a interação entre tuberculose e diabetes, que analisa como a origem do aumento do risco de adquirir tuberculose ativa em pessoas com diabetes é multifatorial.

Integrantes do projeto no Brasil se encontraram, em outubro deste ano, em Salvador, com o objetivo de mostrar os avanços nas pesquisas realizados nos locais que o RePORT trabalha. Atualmente, são mais de 1000 participantes com tuberculose ativa e 1320 contatos domiciliares, os quais contribuíram com sangue, escarro e urina para o biorrepositório do RePORT no país. 

A reunião do RePORT Internacional com investigadores de todos os consórcios ocorre uma vez ao ano. A última reunião, realizada em setembro de 2018, na China, não só destacou numerosos avanços em múltiplos aspectos da pesquisa sobre tuberculose nos últimos anos, mas também expôs as lacunas de conhecimento e oportunidades para estudos mais aprofundados usando a plataforma do RePORT.

Freezers do biorrepositório.

A infraestrutura oferece oportunidades para identificar e implementar abordagens científicas inovadoras tanto de investigadores já bem estabelecidos, quanto de jovens cientistas da área. A experiência do consórcio já produziu diversos artigos, publicados em periódicos internacionais.

No Consórcio Internacional do RePORT foi criado o Protocolo Comum, um estudo observacional que registra indivíduos com tuberculose ativa ou latente nos países envolvidos. O protocolo inclui coleta de informações clínicas e estabelecimento de um biorrepositório para sangue, escarro, urina e amostra de saliva para potenciais colaborações nacionais e internacionais.

O biorrepositório é composto de uma sala com dimensão 26 metros quadrados com fornecimento de energia capaz de garantir o funcionamento dos equipamentos com refrigeração abaixo de 80 graus negativos (freezer e tanques de nitrogênio líquido) e um gerador de energia pronto para ser acionado em caso de queda ou oscilação de energia do fornecedor oficial da cidade de Salvador. Recentemente, este repositório recebeu acreditação internacional e é considerado uma referência de excelência pelo National Institutes of Health (NIH).

Seu principal objetivo é fornecer amostras e conectar dados clínicos para pesquisadores e seus colaboradores, com intuito de descobrir biomarcadores que caracterizam risco de falha no tratamento ou recorrência de tuberculose, assim como progresso da tuberculose latente até sua forma ativa. O Protocolo Comum dará também suporte a pesquisas focadas no melhor entendimento da doença e prognóstico, assim como em validação de testes diagnósticos utilizando as amostras armazenadas e os dados clínicos relacionados.

Pesquisa Tuberculose-Diabetes

Reunião realizada em Salvador.

Um dos focos da pesquisa no Brasil se empenha em estudar a comorbidade tuberculose-diabetes tipo 2, em estreita colaboração do grupo liderado por Bruno Andrade com os investigadores do RePORT na Índia.

Globalmente, 15% dos casos de tuberculose são estimados como sendo atribuíveis ao diabetes. O número de pessoas em todo o mundo com diabetes deve aumentar substancialmente nos próximos 20 anos, com o maior aumento nos países onde a tuberculose já é endêmica, como o Brasil, a Índia, a China e a África do Sul. O crescimento de diabetes prevalece sendo um desafio para o controle clínico da tuberculose, uma vez que é associada com o alto risco de efeitos adversos e recaídas após o início do tratamento.

Os estudos identificaram anormalidades específicas de citocinas em pessoas com diabetes e pré-diabetes que, provavelmente, contribuem tanto para casos de tuberculose latente como para a doença ativa. Entendendo a interação tuberculose-diabetes e seu impacto no sistema imunológico, os resultados ajudarão a melhorar o controle clínico dos pacientes com ambas as doenças e ter um impacto positivo na saúde pública. As novas evidências mostram que os mediadores lipídicos, como os eicosanóides, moléculas que interceptam processos imunológicos e inflamatórios nos tecidos dos organismo, desempenham papéis importantes na tuberculose e diabetes em ambientes experimentais e clínicos.

A publicação mais recente da pesquisa feita pelo pesquisador da Fiocruz Bahia é sobre um estudo relacionado ao papel das variações nas sequências do DNA na infecção latente por tuberculose e a progressão para tuberculose ativa que não é totalmente compreendida. O estudo fornece fortes evidências de associações entre polimorfismos em genes imunes inatos e o risco de infecção por Mycobacterium tuberculosis e desenvolvimento de tuberculose ativa no Brasil.

Diversas colaborações

Existem outras pesquisas feitas em colaboração entre Brasil e os outros países envolvidos no RePORT. Um desses projeto é o “Rumo a um biomarcador global de tuberculose: comparação de pequenas assinaturas transcriptômicas para prever, diagnosticar e monitorar a doença da tuberculose”, que testa o desempenho diagnóstico da assinatura dos seis genes em parceria com a Universidade da Cidade do Cabo.

A Universidade de São Paulo também utiliza a plataforma do RePORT para realizar um projeto que mapeia a localização de pacientes com tuberculose. Esse mapeamento serve para detectar pontos críticos de transmissão, através da geolocalização (GPS) em seus celulares, coletando dados não só dos pacientes, como também das pessoas do seu convívio.

Já em parceria com a Universidade de Boston, serão acompanhados 100 pacientes no Brasil e 300 na Índia durante 24 meses de tratamento de tuberculose e 12 meses após o encerramento da terapia antituberculose multidroga resistente. O estudo pretende avaliar a influência da concentração de drogas, mutações de DNA, influência da infecção pelo HIV, o tempo em que mutações de resistência podem ser detectadas durante o tratamento. Os pacientes receberão a terapia para tuberculose multidroga resistente preconizada pelos programas de controle da tuberculose brasileiro e indiano.

twitterFacebookmail
[print-me]

Relatório que desmitifica visão negativa da migração é lançado no Brasil

Migrantes representam uma ameaça à população local: prejudicam a economia, disseminam doenças, são fardo para os sistemas de saúde e têm taxas de fertilidade maiores. Estes são alguns dos mitos não suportados pelas evidências científicas reunidas no relatório final da Comissão UCL-Lancet em Migração e Saúde, lançado no Brasil nesta segunda-feira, 17 de dezembro, na Universidade Federal da Bahia.

Clique aqui e leia o relatório completo.

O evento foi conduzido pelo único brasileiro membro da Comissão, o coordenador do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) Mauricio Barreto. Além dele, o lançamento do relatório contou com falas do presidente da Academia de Ciências da Bahia (ACB), Jailson Andrade, da assessora de comunicação e divulgação científica da Ufba, Mariluce Moura, e das pesquisadoras do Cidacs Júlia Pescarini e Dandara Ramos, que fizeram contribuições pontuais para o estudo.

O presidente da Academia de Ciências da Bahia destacou a relevância do documento ao desmitificar os malefícios da migração. “Os países foram feitos por correntes migratórias e o nosso foi feito por algumas espontâneas e outras obrigatórias. Mas isso foi o que fez o Brasil do jeito que é, com uma riqueza muito grande”, ressaltou.

Já Mariluce Moura afirmou que o Brasil deverá ser, cada vez mais, um polo de atração forte de imigrantes. “A realidade vai impor que o país lide bem com essa questão. É bom que a gente tenha um documento com bases científicas sólidas mostrando que isso pode ser positivo para o Brasil”, destacou.

O relatório é o resultado de um projeto de dois anos da Comissão UCL-Lancet em Migração e Saúde, conduzida por 20 especialistas de 13 países. O documento inclui a análise de dados novos, artigos originais de pesquisa e representa a mais abrangente revisão da evidência disponível sobre o tema. O evento foi promovido pelo Cidacs em parceria com University College London (UCL) e o periódico científico The Lancet, com o apoio da Academia de Ciências da Bahia e da Ufba.

Com evidências

O esforço de reunião de evidências científicas sobre migração e saúde realizado pela Comissão lança luz em uma relação que usualmente não é analisada, de acordo com o pesquisador Mauricio Barreto. Foi esse olhar mais acurado que possibilitou que o relatório pudesse desmitificar mitos como o de que migrantes são fardo para os sistemas de saúde.

“Evidentemente, quando a população cresce há uma carga maior e o sistema de saúde deve ser estruturado para atender a demanda. Mas, em uma sociedade saudável e equilibrada, as riquezas que os migrantes geram também financiam o sistema de saúde”, explicou Barreto. Segundo ele, os migrantes geralmente possuem condições de saúde e expectativa de vida maiores que a população local. “Os processos que geram a saída migratória de alguma forma selecionam pessoas mais saudáveis”, disse.

Outro mito considerado infundado pela Comissão é a de que os migrantes são vetores de transmissão de doenças. A pesquisadora do Cidacs, Julia Pescarini, analisou a tuberculose nos imigrantes bolivianos em São Paulo, grupo de risco para doença, especialmente devido a jornada da migração e as condições adversas que encontram quando chegam ao destino. Mas, apesar de terem uma carga alta de tuberculose, o fator de transmissão é similar a outros grupos de risco, como moradores de rua e usuários de drogas. “Eles são somente mais uma população vulnerável que necessita de atenção e cuidados especiais”, afirmou ela, ressaltando que deve-se ter cuidado para que as políticas de controle da doença não acabem reforçando a discriminação dessas populações.

As consequências da discriminação para os migrantes foi objeto da revisão da pesquisadora Dandara Ramos, que analisou evidências científicas sobre o impacto da detenção na saúde dos imigrantes. As evidências indicaram que entre 70% e 100% dos imigrantes que passaram por centros de detenção, inclusive crianças, apresentaram prevalência de transtornos do estresse pós-traumático (TEPT), de ansiedade ou depressão, com sinais como automutilação e ideação suicida.

Contudo, a pesquisadora lembrou que há limitações na pesquisa científica sobre o tema: a maioria dos imigrantes em centros de detenção de países de língua inglesa, especialmente as crianças, são de origem árabe e não falam inglês, o idioma prevalente na pesquisa científica. Além disso, dos 860 estudos identificados sobre o tema, somente quatro eram sobre os Estados Unidos – país que recentemente esteve em evidência devido a violação de direitos humanos dos imigrantes em centros de detenção. “Além de ser populações que tem seus direitos violados, ainda são invisíveis para a ciência tradicional. Encontrar essas evidências foi um grande choque, mas também deu uma sacudida na nossa cadeira de cientista de que estas populações precisam de atenção urgente, inclusive de atenção científica”, disse.

Confira as fotos:

 

twitterFacebookmail
[print-me]

Fiocruz Bahia encerra 2018 com reunião de balanço anual

Aconteceu, ontem (17), no auditório Aluízio Prata, a reunião de Balanço Anual 2018 da Fiocruz Bahia. O evento reuniu cerca de 100 pessoas, dentre pesquisadores, servidores e  colaboradores do instituto. A apresentação foi realizada pela diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves. Ao final, foi exibido o vídeo institucional de final de ano.

Marilda agradeceu aos vice-diretores e a toda comunidade e pontuou como o ano de 2018 foi positivo para a instituição. “A gente tem feito da Fiocruz Bahia uma instituição que trabalha em unidade”, afirmou. Durante a apresentação, a diretora deu ênfase em alguns dados, que foram resultados das produções no ano de 2018. Entre eles estão os 137 artigos científicos publicados, sendo 41 com o formato Open Acess.

O fator de impacto das publicações cresceu de 3,2 para 4,03, com publicações em revistas com alta confiabilidade como a PLoS, Frontiers, Nature, BMC e Hindawi. A diretora também mencionou o edital promovido pelo Chan Zuckerberg Biohub, no qual a pesquisadora da Fiocruz Bahia, Juliana Perrone, foi contemplada.

Em relação ao Ensino, o número de alunos matriculados esse ano cresceu, comparado a 2017, nos dois programas de pós-graduação: o curso Patologia Humana e Patologia Experimental (PGPAT), com 96 matriculados em 2018, e o curso de Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PGBSMI), com 108. O Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC) também foi ampliado com 8 bolsas do CNPq, resultando em 84 estudantes de Iniciação Científica e Tecnológica.

No âmbito da Gestão, a diretora ressaltou que 82 servidores foram capacitados em 2018, com cursos como Primeiros Socorros, promovido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Ainda, foram realizados eventos para os colaboradores da instituição, que abordaram temas como saúde mental, suicídio e câncer de mama, promovido pelo Núcleo de Saúde do Trabalhador (NUST) e a palestra sobre Bem Estar realizada pela Fiocruz Saudável, a fim de promover melhorias no ambiente de trabalho. Este ano, a Fiocruz Bahia também passou por melhorias tanto na área de infraestrutura como nos serviços de Tecnologia da Informação. 

Confira a cobertura fotográfica:

twitterFacebookmail
[print-me]

Dissertação avalia ensaio QuantiFERON na discriminação de cães suspectíveis e resistentes a leishmaniose

AUTORIA: Paula Rocha Dantas Silva
ORIENTAÇÃO: Geraldo Gileno de Sá Oliveira
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “Ensaio quantiferon modificado na leishmaniose visceral canina”
PROGRAMA: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
DATA DE DEFESA: 19/12/2018

RESUMO

A leishmaniose visceral (LV) é uma doença grave que acomete principalmente o homem e o cão, sendo o último o principal reservatório e o principal reservatório do agente causal, Leishmanias do complexo Leishmania donovani. No Brasil, o programa de controle de leishmaniose visceral tem como principais diretrizes o tratamento de casos humanos, combate ao inseto vetor, identificação e eliminação de cães infectados e medidas de educação em saúde e estabelece como método de detecção da LV canina (LVC) a triagem com um teste rápido (DPP, plataforma de duplo percurso) e a confirmação por um ensaio imuno-enzimático. Contudo, somente uma parte dos cães infectados é capaz de transmitir o parasito para insetos vetores. Provavelmente, para o controle da LV, é contraproducente remover das áreas endêmicas cães infectados que exibem a capacidade de controlar a infecção e não infectivos para o inseto vetor. Um ensaio denominado QuantiFERON, utilizado para o diagnóstico da tuberculose, tem despertado interesse em pesquisas sobre leishmaniose. No presente trabalho, foi avaliada a utilidade de um ensaio QuantiFERON modificado para a discriminação de cães suspectíveis e resistentes a LV. Para isso, foi realizada uma avaliação de corte transversal em uma área endêmica de LV, na qual cães foram classificados em grupos: a) sem marcador de infecção ou b) infectados com baixo escore clínico ou c) infectados com alto escore clinico para LV. Além disso, em uma avaliação longitudinal, na qual cães infectados de área endêmica foram acompanhados durante dois anos, esses foram classificados quanto a manifestações clinicas em grupos: a) infectados com baixo escore clínico, b) infectados com escore clínico intermediário e c) infectados com alto escore clínico para LV. Um grupo de cães sem infecção, controle negativo de área não endêmica foi utilizado em ambos estudos. No ensaio, amostras de sangue periférico anticoagulado foram incubadas na ausência de antígenos ou na presença de antígenos solúveis Leishmania ou de antígenos recombinantes de Leishmania (rLc2-NT-CT, rLc2-NT-5R-CT ou KMP-11) e a concentração de interferon gama (IFN-γ), inteleucina-2 (IL-2), IL-6, IL-10 e fator de necrose tumoral alfa (TNF-α). Infelizmente devido a problemas técnicos, a mensuração de IFN-γ não pode ser realizada. O ensaio QuantiFERON modificado apresentou utilidade na identificação de cães infectados por Leishmania com as citocinas IL-6, e principalmente TNF- α e IL-10 nos cães resistentes e com baixo e escore clínico, os antígenos SLA, rLci2-NT-CT e rLci2-NT-5R-CT apresentaram maior potencial, o antígeno KMP-11 não foi útil na maior parte das análises. Nenhum dos antígenos induziram a produção de IL-2 em nenhum dos grupos. Conclui-se que o ensaio QuantiFERON modificado apresentou grande potencial na identificação da infecção inclusive no grupo de cães sem infecção detectada pelos outros testes aplicados, o antígeno recombinante rLci2-NT-CT induzindo a produção de IL-10 aprsentou o maior potencial no ensaio QuantiFERON modificado.

Palavras-chaves: leishmaniose visceral canina; citocinas; QuantiFERON modificado; Leishmania infantum; resposta imune.

twitterFacebookmail
[print-me]

Pesquisadora participa de evento internacional sobre mudança climática

A pesquisadora da Fiocruz Bahia Nelzair Araujo Vianna recebeu o convite do líder climático americano, Al Gore, chairman do The Climate Reality Project, para participar como cientista e líder climática brasileira do “24 Hours Of Reality”. Entre os dias 3 a 4 de dezembro, Nelzair mostrou os resultados da sua pesquisa sobre a poluição do ar de Salvador e seus efeitos sobre a saúde. Este ano, o tema do evento anual foi “Por que a crise climática se tornou uma crise de saúde”, apresentando diversos contextos da realidade climática, através de discussões com cientistas, comunidades locais de diversas partes do mundo. Participaram do evento, transmitido ao vivo, durante 24 horas, líderes, cientistas, pensadores, políticos e artistas de 24 países, sendo uma hora dedicada a cada.

“Me senti muito honrada em receber esse convite, especialmente pela oportunidade de apresentar resultados de pesquisa realizada em Salvador para um evento com alcance global, assistido por milhares de pessoas”, comentou Nelzair. Para a pesquisadora, o convite é o reconhecimento de que “estamos no caminho onde valorizamos o agir local com pensamento global, sobretudo entendendo que a crise climática depende do diálogo intersetorial, envolvimento de stakeholders (ciência, comunidade e tomadores de decisão)”, completou.

A pesquisadora foi destacada como líder climática brasileira, certificada pelo Corpo de Liderança do The Climate Reality Project. Nelzair ressaltou o processo de análise de riscos em estudo realizado durante três anos consecutivos, no carnaval de Salvador. Neste trabalho, foi demonstrado que, após evidencias cientificas, houve um processo de tomada de decisão relacionada ao gerenciamento das fontes emissoras, a partir de políticas adotadas por decreto municipal para o monitoramento dessas emissões, bem como a mudança do combustível dos trios elétricos do carnaval para o biodiesel.

Resultados dos seus estudos também contribuíram para, posteriormente, adotar medidas para melhorar a qualidade do ar na cidade, como a substituição de parte da frota de ônibus com padrão de emissão Euro VI, que passou a circular na cidade em 2015. “Como representantes da ciência, buscamos evidências científicas que possam dar suporte para o gerenciamento de riscos em contextos locais.adotando ações para combate às mudanças climáticas”, afirmou.

Clique aqui e confira o artigo sobre a pesquisa de Nelzair.

No dia 04 de dezembro, a pesquisadora organizou a “Watch Party 24 hours of Reality”, um evento para acompanhar a exibição do seu momento no vídeo, durante a transmissão online. Além das evidências, foram discutidas soluções para o gerenciamento da crise climática. Após a transmissão ao vivo de Al Gore, a pesquisadora foi mediadora de uma Roda de Conversa local sobre Clima, que abordou experiências de cidadãos ativos nas suas vizinhanças envolvidos com o tema, finalizando com coquetel solidário e mostra de talentos musicais.

Confira o momento do vídeo em que a pesquisadora participa e conheça mais sobre seu trabalho:

 

 

twitterFacebookmail
[print-me]

Lançamento de relatório global sobre migração e Saúde ocorre em Salvador

Uma a cada sete pessoas saíram de seu local de origem em 2018. Com um bilhão de pessoas em movimento, mais do que um fenômeno isolado a migração é uma realidade global. E urge que governos, agências multilaterais, organizações não-governamentais e pesquisadores compreendam o impacto da migração para que ações transversais sejam pensadas para esta parcela da população. É o que defende a Comissão UCL-Lancet em Migração e Saúde, que lança um relatório sobre o tema no próximo sábado, 8 de dezembro, na Conferência Intergovernamental da ONU, em Marraqueche.

No Brasil, o lançamento ocorrerá no dia 17 de dezembro, às 17h, na Reitoria da Universidade Federal da Bahia (Ufba), em Salvador (BA). O evento será conduzido pelo membro da Comissão Mauricio Barreto, professor da Ufba e coordenador do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia).

Além de Barreto, estão previstos no lançamento curtas apresentações do reitor da Ufba, João Carlos Salles; do presidente da Academia de Ciências da Bahia (ACB), Jailson Andrade; da assessora de comunicação e divulgação científica da Ufba, Mariluce Moura; e das pesquisadoras do Cidacs Júlia Pescarini e Dandara Ramos. O evento, promovido pelo Cidacs em parceria com University College London (UCL) e o período científico The Lancet, tem o apoio da Academia de Ciências da Bahia e da Ufba.

A Comissão é o resultado de um projeto de dois anos, liderado por 20 especialistas de 13 países e inclui a análise de dados novos, com dois artigos originais de pesquisa e representa a mais abrangente revisão da evidência disponível até à data. O relatório ainda inclui recomendações para melhorar a resposta em saúde pública em relação à migração.

twitterFacebookmail
[print-me]

Dissertação avalia a expressão de mRNA em células umbilicais desafiadas com schistosoma

AUTORIA: Kelvin Edson Marques de Jesus
ORIENTAÇÃO: Ricardo Riccio Oliveira
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: ” EXPRESSÃO DE mRNA DE MEDIADORES ANTIOXIDANTES E DO PROCESSO INFLAMATÓRIO EM CÉLULAS ENDOTELIAIS  DA VEIA UMBILICAL HUMANA DESAFIADAS COM Schistosoma mansoni
PROGRAMA: Pós-Graduação em Patologia Humana-UFBA /FIOCRUZ
DATA DE DEFESA: 20/121/2018

RESUMO

INTRODUÇÃO: A esquistossomose humana é uma doença parasitária que pode ser causada por cinco diferentes espécies do gênero Schistosoma, dentre elas a espécie S. mansoni, a qual apresenta ampla distribuição geográfica mundial e com altas taxas de prevalência. A patologia a ela associada diz respeito a sobrevivência do parasito ao longo da circulação dentro do hospedeiro humano, e consequente depósito de ovos que são migrados pela veia porta aos sinusóides e interstício hepático. Apesar dos estudos que levaram a compreensão da imunopatogênese na esquistossomose, ainda pouco se tem estudado sobre a importância das células endoteliais neste contexto, uma vez que elas estão em constante contato com o parasito e são fundamentais para sua sobrevivência ao longo do curso crônico da patologia.

OBJETIVO: Avaliar a expressão de mRNA de mediadores da resposta imune inata relacionados ao processo inflamatório e ao stress oxidativo em células endoteliais da veia umbilical humana desafiadas com Schistosoma mansoni.

METODOLOGIA: Culturas de células HUVEC foram desafiadas com antígenos do S. mansoni, e após os tempos de 3 e 6 horas foi realizada a extração de RNA total. Posteriormente, foi realizada a quantificação de RNA, reação de conversão em cDNA e quantificação por qPCR dos genes SOD1, GPX, GSR, HMOX-1, TLR4, TLR9, NLRP3, CASPASE-1, IL-1β e IL-18.

RESULTADOS: Não foi possível detectar mínimo de reação para os genes TLR4, TLR9, NLRP3 CASPASE-1, IL-1β, em nenhum dos tempos estudados. Entretanto, no tempo de 3 horas, foi possível detectar a expressão de IL-18 em HUVEC quando desafiadas com os antígenos SWAP, SEA, Sm29 e SmKI-1, porém sem diferenças estatísticas entre eles. Quanto aos genes relacionados ao stress oxidativo as células HUVEC, também no tempo de 3 horas, expressaram frente a todos os desafios, porém com destaque para Sm29 que foi capaz de induzir significativamente mais SOD1 do que SWAP, bem como GSR mais do que SEA e SmKI-1.

CONCLUSÃO: É possível que a comunicação entre parasito e células endoteliais desencadeie processos que permitam a sobrevivência dos vermes, uma vez que ativados os fatores antioxidantes não seja possível desencadear resposta inflamatória. Além disso, quando expostas a antígenos do ovo, a expressão de antioxidantes parece ser insuficiente o que pode ser crucial para a progressão da reação granulomatosa com fibrose. Desta forma, esses conhecimentos permitem elucidar a comunicação entre o parasito e as células endoteliais na perspectiva de novas abordagens de estudos e terapêutica.

twitterFacebookmail
[print-me]

Citotoxicidade do veneno de serpente para tratamento de tumor é avaliada em tese

AUTORIA: Mila de Oliveira Hughes Veiga do Rosário
ORIENTAÇÃO:Ramon dos Santos El-Bachá
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “AVALIAÇÃO DA CITOCIDADE DO VENENO DE BOTHROPS LEUCURUS E TOXINAS ISOLADAS EM LINHAGENS CELULARES DE GLIOMAS ”
PROGRAMA: Pós-Graduação em Patologia Humana-UFBA /FIOCRUZ
DATA DE DEFESA: 20/121/2018

RESUMO

Introdução: Gliomas são os tumores do sistema nervoso central com prognóstico extremamente desfavorável necessitando o desenvolvimento de drogas mais eficazes.

Objetivo: Avaliar o potencial antitumoral do veneno total, frações cromatográficas e algumas proteínas de interesse provenientes do veneno de Bothrops leucurus, um viperídeo amplamente distribuído no nordeste brasileiro em linhagens celulares de gliomas.

Material e métodos: As frações que exibiram atividade antitumoral para células C6 e U251 foram purificadas por cromatografia e as proteínas foram identificadas por espectrometria de massa. As frações cromatográficas foram testadas quanto à pureza por eletroforese em gel de poliacrilamida. A viabilidade celular foi avaliada pelo ensaio de MTT e o tipo de morte celular por citometria de fluxo, com dupla marcação celular por anexina V e iodeto de propídio após tratamentos. A morfologia das células foi observada por microscopia de contraste de fase.

Resultados e Discussão: O tratamento com o veneno total demonstrou uma citotoxicidade dependente da concentração mais relevante para as células tumorais do que para os astrócitos. Diminuição da celularidade e alterações morfológicas foram observadas. O veneno total a 3 μg/mL matou as células de tumor por necrose, mas não induziu a morte de astrócitos. Ensaios de citotoxicidade foram realizados para as frações cromatográficas e as proteínas relevantes foram purificadas. A metaloprotease P-III leucurolisina-b demonstrou uma citotoxicidade dependente da concentração para células de tumor de glioma de rato C6 apresentando a mediana da EC50 de 1,44 μg/mL (variação: 1,29-1,48 μg/mL; n = 3) e de 2,25 μg/mL (variação: 2,07-2,49 μg/mL; n = 3) para células de glioblastoma humano U251. Além disso, esta proteína não afetou a viabilidade de astrócitos. A principal causa de morte celular foi apoptose. A fosfolipase A2 básica demonstrou uma citotoxicidade dependente da concentração para células de tumor C6 apresentando a mediana da EC50 de 30,00 μg/mL (variação: 27,36-32,16 μg/mL; n = 3) e de 39,81 μg/mL (variação: 38,12-41,86 μg/mL; n = 3) para células U251. Esta proteína também não afetou a viabilidade dos astrócitos. No entanto, a principal causa de morte celular foi devido a necrose.

Conclusões: Estes resultados demonstram um enorme potencial para a concepção e desenvolvimento de novos medicamentos anticancerígenos derivados de proteínas do veneno de Bothrops leucurus.

Palavras-chave: Gliomas, venenos ofídicos, atividade antitumoral, Bothrops leucurus.

twitterFacebookmail
[print-me]

Trabalhos da Bahia recebem condecoração na 9ª OBSMA

No último dia 28 de novembro, o auditório do Museu da Vida (Fiocruz/RJ) foi tomado por emoções durante a cerimônia de premiação da 9ª Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente da Fiocruz (Obsma). Mais de 70 estudantes e professores representantes dos trabalhos selecionados na etapa regional e para o prêmio especial Ano Oswaldo Cruz participaram da grande celebração na sede da instituição, no Rio de Janeiro. O momento mais festejado do evento foi o anúncio dos trabalhos selecionados na etapa nacional da edição, realizada dias antes da cerimônia. 

Dos seis trabalhos Destaques Nacionais, dois foram da Bahia: no Ensino Fundamental, ganhou “Homem X Água… Atitudes Negativas e Corretivas”, do Centro Integrado Oscar Marinho Falcão, da cidade de Itabuna, e no Ensino Médio, venceu “Carne Nutritiva e Sustentável a Partir do Coração (Flor) da Bananeira”, do Colégio Estadual Luís Cabral, do município de Canudos. Ambos na modalidade Projeto de Ciências.

Para Nelzair Viana, pesquisadora da Fiocruz Bahia, jurada da regional Nordeste II e representante da unidade no evento, a Olimpíada consolida o importante papel da instituição em estimular e democratizar o conhecimento científico. “É uma grande oportunidade para os jovens cientistas ter o primeiro contato com a ciência, sendo protagonistas de investigações, buscando soluções em relevantes temas de saúde e ambiente que poderão impactar na melhoria da qualidade de vida de toda a sociedade. Este projeto, de ampla abrangência em nível nacional, promove ainda um ambiente de total interação com a diversidade cultural do Brasil”.

Cerimônia e encerramento da 9ª OBSMA

Dando boas-vindas aos presentes, a coordenadora nacional da Obsma e pesquisadora da Fiocruz Cristina Araripe parabenizou o trabalho da equipe olímpica nos últimos dois anos e falou sobre a expectativa da próxima edição, comemorativa dos 20 anos da iniciativa. “Estamos muito felizes em encerrar o trabalho iniciado em 2016 diante de uma plateia tão especial. São mais de 100 pessoas envolvidas no projeto, às quais agradeço imensamente a dedicação. Também gostaria de fazer um agradecimento especial à presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, que faz parte desta história, já que coordenou as duas primeiras edições da Olimpíada. O agradecimento se estende aos professores que estão aqui e que, sabemos, acreditaram na Fiocruz, uma instituição pública de saúde que crê na educação”, disse a coordenadora durante a abertura do evento.

Destacando as atividades promovidas nas Oficinas Pedagógicas da Obsma ao longo de 2017 e 2018, sobretudo em cidades do interior do país, Cristina Araripe chamou atenção para a importância dos temas presentes na Agenda 2030 e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas para o trabalho pedagógico da Olimpíada. Em nome de toda a equipe, ressaltou também a satisfação trazida com o recorde de inscrições recebidas pela 9ª Obsma, além do grande volume de alunos envolvidos nos trabalhos, que chegaram de todos os estados brasileiros pela primeira vez. Confira os números da 9ª Obsma.

Diretores, pesquisadores e colaboradores de várias unidades da Fiocruz acompanharam a cerimônia e se emocionaram durante o evento. Entre eles, estiveram o diretor do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), José Paulo Gagliardi Leite; também do IOC, o pesquisador emérito José Rodrigues Coura e o diretor da Casa de Oswaldo Cruz, Paulo Elian. Também esteve presente o representante da Asfoc – Sindicato Nacional, Alcimar Pereira Batista.

Jurado da etapa nacional da Obsma, o professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul Ivo Leite saudou os premiados. “Integro o Movimento Nacional de Feiras de Ciências e posso dizer que não importa o caminho que estamos seguindo, nós não podemos deixar que nenhum desses jovens deixe de acreditar neste país, por isso é preciso ressaltar a importância de todos vocês que participaram. Vocês já são vencedores”, declarou.

A vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Machado, ressaltou a importância da iniciativa: “Esta Olimpíada é um dos orgulhos da Fiocruz por incentivar o interesse, a reflexão crítica e o levantamento de questões sobre saúde e meio ambiente que geraram trabalhos criativos em diferentes linguagens. A iniciativa é muito importante para nós, pois representa uma das estratégias de atuação da Fiocruz junto à Educação Básica, principalmente pela característica especial de grande mobilização nacional”, enfatizou Cristiani.

A entrega das placas, medalhas, troféus e certificados foi marcada por muitos aplausos de toda a plateia. Cada professor acompanhado de um aluno representavam suas escolas para receber no palco da cerimônia as condecorações como Destaques Regionais. Houve ainda a entrega de um certificado a representantes de um trabalho audiovisual sobre história da ciência desenvolvido em Campo Grande-MS. Os vencedores do Prêmio Ano Oswaldo Cruz receberam das mãos do doutor José Rodrigues Coura e da vice-presidente Cristiani Machado a homenagem por seus trabalhos que utilizaram recursos educacionais produzidos pela instituição. Ansiosamente aguardado, o anúncio dos seis Destaques Nacionais (conheça os selecionados ao final do texto) foi muito festejado pelos ganhadores, que vieram de Bahia, Ceará, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo. A entrega do grande prêmio foi realizada por colaboradores da Obsma e também pela presidente da Fiocruz Nísia Trindade Lima.

Após o momento da celebração dos premiados, a presidente saudou a todos. “Este é um projeto que coloca algo central na Fiocruz, que é a de sermos uma instituição educadora. Somos uma instituição em que saúde, educação e ciência caminham juntas com uma visão de cidadania, e é isso que acho que esta olimpíada traz”, felicitou Nísia, que continuou: “Sobretudo, quero falar do simbolismo deste evento de hoje mostrando este papel das escolas congregadas neste projeto, dos professores, dos estudantes. Nós vamos seguir nesse caminho. É uma olimpíada de superação de obstáculos, de afirmação de uma proposta educacional, algo central para a saúde, para a cidadania em nosso país”.

Mascote da 9ª Olimpíada, nosso querido ‘Oswaldinho’ marcou presença no encerramento da cerimônia para finalizar as atividades da edição com muito humor, renovando todos os ânimos para a jornada rumo à 10ª Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente!

 

Conheça os trabalhos Destaques Nacionais

 

Modalidade Produção de Texto

Ensino Fundamental

UM OLHAR CIENTÍFICO NA LITERATURA – Escola Municipal de Tempo Integral Professor Alexandre Rodrigues de Albuquerque – Fortaleza-CE

Ensino Médio

OS MENSAGEIROS DE GAIA – Colégio Técnico da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – Seropédica-RJ

 

Modalidade Projeto de Ciências

Ensino Fundamental

HOMEM X ÁGUA… ATITUDES NEGATIVAS E CORRETIVAS – Centro Integrado Oscar Marinho Falcão – Itabuna-BA

Ensino Médio

CARNE NUTRITIVA E SUSTENTÁVEL A PARTIR DO CORAÇÃO (FLOR) DA BANANEIRA – Colégio Estadual Luís Cabral – Canudos-BA

 

Modalidade Produção Audiovisual

Ensino Fundamental

(H)A VIDA POR TRÁS DO LIXO – Colégio Oficina do Estudante – Campinas-SP

Ensino Médio

CULTIVANDO SAÚDE – Colégio Casucha – Santo Antônio da Platina-PR

 

Clique aqui para acessar a listagem dos Destaques Regionais e ganhadores do Prêmio Ano Oswaldo Cruz

twitterFacebookmail
[print-me]

Reportagem de O Globo destaca estudo conduzido pelo Cidacs da Fiocruz Bahia

Foi publicada nessa quinta-feira (29/11), no jornal O Globo, uma matéria que destaca a Coorte de 100 Milhões de Brasileiros e mostra como o trabalho do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs) da Fiocruz Bahia pode contribuir para o mundo.

O Cidacs “está na base de diversas das 25 pesquisas selecionadas na primeira chamada exclusiva para o Brasil do programa Global Challenges (“desafios globais”) da Fundação Bill & Melinda Gates, anunciadas nesta quinta-feira. Cada uma vai receber financiamento de US$ 100 mil (cerca de R$ 385 mil) da fundação e em contrapartidas do Ministério da Saúde e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)”, cita a reportagem.

O principal objetivo da “Plataforma de estudos e avaliações contínuas dos determinantes sociais e efeitos do Programa Bolsa Família e outros Programas de Proteção Social sobre a saúde – Coorte de 100 milhões de brasileiros” é criar uma coorte inédita e inovadora que viabilize o estudo das determinantes sociais e dos efeitos de políticas e programas sociais sobre os diferentes aspectos da saúde na sociedade brasileira.

Para atingir esse objetivo, vincula informações dos programas sociais e de outras bases de dados de sistemas de informação em saúde, como mortalidade, nascimento, doenças infecciosas transmissíveis e não transmissíveis, entre outros desfechos. Os projetos vinculados a essa coorte processam, analisam e interpretam de forma rigorosa as informações obtidas a partir de grandes bases eletrônicas de dados, gerando novos conhecimentos úteis em processos de tomada de decisões no campo das políticas sociais – em especial aquelas focadas na redução da pobreza e das desigualdades sociais no Brasil.

Leia a matéria publicada n’Globo e na Época Negócios.
twitterFacebookmail
[print-me]

Inscrições abertas para Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família

O Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia) e a Fundação Estatal de Saúde da Família (FESF) tornam público a abertura da realização do processo seletivo, com vistas ao preenchimento de 70 vagas, para o Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família da FESF-SUS/Fiocruz – Programas de Pós-Graduação Lato Sensu, período letivo 2019-2021. As inscrições podem ser realizadas, exclusivamente online, até o dia 09 de dezembro de 2018.

Clique aqui para acessar o edital e confira os pré-requisitos, como efetuar a matrícula e outras informações.

As vagas são na área de Medicina, Enfermagem, Odontologia, Fisioterapia, Educação Física, Nutrição, Sanitarista e Psicologia. O programa de formação visa contribuir para a reorientação do modelo assistencial a partir da atenção básica, norteados pelos princípios do Sistema Único de Saúde e da Estratégia da Saúde da Família, e se desenvolve de modo integrado com o de Medicina Geral de Família e Comunidade da FESF-SUS.

 

twitterFacebookmail
[print-me]

Fiocruz lança Twitter para notícias em inglês

Daniela Rangel (Agência Fiocruz de Notícias)

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) acaba de lançar seu Twitter em inglês. O objetivo da ferramenta é divulgar as notícias da instituição que tenham interesse para a comunidade internacional. Com parcerias em mais de 50 países e 100 instituições, a Fundação já conta com um boletim de notícias internacional, que acabou de completar dois anos. “A nova conta de Twitterda Fiocruz vem se somar à estratégia de estreitar o contato com as instituições de todo o mundo que trate de assuntos de ciência, tecnologia e saúde pública”, conta Elisa Andries, coordenadora de Comunicação Social da Fiocruz. O endereço do Twitter em inglês é @fiocruz_en.

Com o novo Twitter, a Comunicação aproveita para reforçar o planejamento de mídias sociais da Fundação, que conta com canal de YouTubeInstagramFacebook e o próprio Twitter. “Atualmente, as mídias sociais são essenciais para criar uma ligação entre a sociedade e as instituições, assim, não é possível pensar Comunicação sem estes instrumentos, que são muito eficazes para passar informação qualificada e de maneira rápida”, explica Elisa. O canal do You Tube disponibiliza vídeos oficiais da Fiocruz e, em destaque, está o institucional, lançado recentemente, que já conta com mais de oito mil visualizações. O canal pode ser acessado aqui.

Além da divulgação dos principais eventos da Fundação, a fanpage no Facebook (/oficialfiocruz), que conta com pouco mais de 127 mil curtidas, mostra as ações e serviços da Fiocruz. Já o Instagram (/oficialfiocruz) chegou à marca de dez mil seguidores e, por se tratar de uma mídia que privilegia as fotos, acaba por promover a integração entre as pessoas e a Fiocruz por meio de marcação em fotos e uso de hashtags que remetem à instituição. O Instagram é a rede social que mais cresce no mundo e alcançou o impressionante número de um bilhão de usuários ativos recentemente.

Twitter internacional será a terceira conta institucional da Fiocruz neste ambiente, uma vez que a Fundação possui o Fiocruz Oficial (@fiocruz) e o da Agência Fiocruz de Notícias (AFN) (@agencia_fiocruz). O oficial, criado no início de 2009, há quase dez anos, tem cerca de 47 mil seguidores, enquanto o da AFN, lançado no mesmo ano, em 2009, tem mais de 240 mil, o que comprova que esta mídia social é a ideal para a disseminação de notícias. Vale lembrar que a atuação da Fiocruz nas mídias sociais vai além das contas gerenciadas pela Comunicação, uma vez que várias unidades e regionais da Fundação também possuem seus perfis independentes, de forma a assegurar a comunicação com todos os públicos, do geral até os mais segmentados.

twitterFacebookmail
[print-me]

Fiocruz participa do 6º Fórum Brasil África

O Instituto Brasil África (IBRAF) realizou, nos dias 22 e 23 de novembro, em Salvador (Bahia), o 6º Fórum Brasil África, que teve como tema “Empoderamento Juvenil: Transformação para Alcançar o Desenvolvimento Sustentável”. O evento reuniu representantes de governos, empresas, universidades e potenciais investidores e teve como objetivo fortalecer os laços e estimular novas parcerias entre os países africanos de língua portuguesa.

No primeiro dia, a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, integrou o painel “Cooperação Sul-Sul e Triangular para saúde e desenvolvimento” mediado pelo ex-ministro da Saúde e consultor da Unitaid, José Gomes Temporão. Além de Nísia, participaram do debate o diretor do Escritório das Nações Unidas para Cooperação Sul-Sul, Jorge Chediek, e o diretor de Relações Externas da Unitaid, Mauricio Cysne.

Nísia Trindade e João Bosco Monte, presidente do IBRAF, ao final do painel, lançaram uma iniciativa voltada para formação técnica, através da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Rio de Janeiro). O “Curso de Manutenção de Equipamentos de Laboratório de Patologia” será oferecido, na sede da Fiocruz, para jovens africanos pertencentes à Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

No segundo dia do Fórum, a Fiocruz organizou um Side Event, que consistiu em uma roda de conversa composta por representantes e especialistas de diferentes unidades da Fundação para discutir com os participantes estratégias e programas de parcerias internacionais.

A presidente da Fiocruz disse que um dos aspectos mais importantes do Fórum é ser um espaço de agregação entre representantes de vários países africanos e do Brasil, numa agenda ampla que envolve o desenvolvimento da saúde e educação. “Nós estamos no evento com foco específico na cooperação na área de saúde principalmente com os países africanos de língua oficial portuguesa. Esse contexto nos permite ver melhor a agenda inter setorial para correlação e cooperação com esses países”, comentou.

Durante o painel, Nísia Trindade agradeceu o convite para participar do Fórum, ressaltou como a colaboração Sul-Sul é fundamental para se pensar no desenvolvimento sustentável e abordou a questão das desigualdades. “Apenas um projeto político de superação poderia colocar em cena uma maior equidade entre os países. Recentemente, a agenda 2030 colocou também o desenvolvimento como direito humano e coloca a erradicação da pobreza, acentuando bastante a questão da extrema pobreza”, declarou.

Outro ponto destacado foi a agenda da Fiocruz de cooperação discutida a partir de um planejamento estratégico com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e colaborações com vários países africanos que falam outras línguas, como Benin e Nigéria. Nísia afirmou que a cooperação parte de uma visão estruturada em rede desses países, nos quais as instituições de saúde pública têm papel central.

José Temporão fez um desafio aos convidados colocando a questão do empoderamento da juventude como pretexto fundamental para o desenvolvimento sustentável. “De que maneira podemos pensar a Triangulação Sul-Sul para impactar positivamente o processo de empoderamento da juventude?”, indagou o mediador. Nísia mencionou o tripé educação, ciência e saúde como elementos fundamentais, tendo a Saúde como projeto civilizatório, com uma agenda construída com os jovens.

Capacitação de jovens africanos

De acordo com o presidente do IBRAF, a ideia de realizar uma parceria com a Fiocruz surgiu quando Nísia Trindade esteve no 5º Fórum Brasil-África, no ano passado. “A Fiocruz tem uma agenda absolutamente ampla nas suas ações, atuando em diversos lugares, inclusive no contexto africano. O que a gente pensa é que alguns programas que a Fiocruz já desenvolve, principalmente na área da capacitação técnica, possam ser apresentados para jovens africanos”, afirmou.

O curso de manutenção de equipamentos é realizado frequentemente pela EPSJV e já fez parte de outros processos de cooperação. “Somos muito gratos de dar a esses jovens a oportunidade de receber o ensinamento de uma instituição que pode trazer soluções objetivas para lugares que precisam de ajuda urgente. Espero que essa parceria anime outras instituições a virem até nós e dizer que também querem ser parceiras”, completou João Bosco.  

Durante o Fórum, representantes da Fiocruz e do IBRAF se reuniram para discutir consensos preliminares para a estruturação do “Curso de Manutenção de Equipamentos de Laboratório de Patologia”. O projeto de cooperação entre as duas instituições integrará a oferta de cursos que compõem o Programa de Capacitação de Jovens Africanos, desenvolvido pelo instituto.

“A experiência indica que, apesar do curso ser formado com disciplinas específicas, deve-se estar atento à realidade desse outro país, já que estamos falando de um processo formativo”, explicou Ingrid D’Avilla, coordenadora do setor de Cooperação Internacional da EPSJV, voltada para a formação de técnicos em saúde. Para a coordenadora, esse tipo de curso pode desenvolver a estruturação dos sistemas públicos de saúde de modo a ampliar as capacidades dos serviços e, consequentemente, pela melhoria das necessidades de saúde da população.

Parcerias internacionais

Com foco na juventude, o Side Event promoveu o diálogo sobre a possibilidade de novos projetos e iniciativas em ciência, tecnologia e inovação em saúde. “Dentro do planejamento anual, a juventude é uma das prioridades da Fiocruz. Trabalhamos com a inserção do jovem na sociedade em relação ao processo de formação e atenção à saúde, além do trabalho de território”, relatou Valber Frutuoso, assessor de relações institucionais da Fiocruz e coordenador do Side Event.

Um projeto colaborativo entre Fiocruz, Centers for Disease Control and Prevention (CDC), Emory University (Atlanta, EUA), e nações africanas da CPLP, promove a saúde desses países por meio da criação ou fortalecimento de instituições análogas à Fiocruz voltadas para a saúde pública.

Augusto Paulo da Silva, do Centro de Relações Internacionais da Fiocruz, realiza o monitoramento do Plano Estratégico de Cooperação em Saúde da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Ele contou que a Fundação colabora para que esses países tenham instituições congêneres à Fiocruz. “Começamos esse exercício de criar ou fortalecer essas instituições para promover um desenvolvimento científico e tecnológico em saúde similar ao que temos na Fiocruz. Guiné-Bissau e Cabo Verde, por exemplo, possuem um novo instituto de saúde pública, com campus e laboratório próprios”.

Ainda de acordo com Augusto Paulo, a Fiocruz iniciou essas atividades antes do surto do Ebola, de forma que fomentou a preparação dessas nações para combater essa epidemia. “Para combater um evento público é necessário que existam institutos em saúde pública fortalecidos. Projetos verticais não são o suficiente para lidar com essas questões”, opina. Paulo Augusto indica que, no futuro, a Fiocruz desenvolverá junto com a União Africana o CDC Africa, que quer utilizar a experiência brasileira de criar instituições dentro dos moldes locais, em vez que importar um modelo estrangeiro.

A diretora do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), Valdilea Gonçalves, apresentou os avanços das pesquisas em relação a Profilaxia Pré-Exposição, mais conhecido como PrEP. Trata-se de um grande programa que tem financiado o uso de PrEP como intervenção em populações chave, com alto risco de contrair o HIV, trabalho já realizado no México e no Peru. “Estamos interessados em aumentar a nossa colaboração Sul-Sul. Já iniciamos as discussões com Moçambique e estamos abertos a discutir planos e colaborações com outros países da África”, afirmou.

Outra experiência que está sendo levada para os outros países, é a de segurança alimentar e nutritiva. Fabiana Damásio, diretora da Fiocruz Brasília, abordou a experiência no ano passado em Moçambique. Foram promovidos dois cursos sobre segurança e governança alimentar para gerentes e técnicos em saúde. Este curso gerou a demanda no público e uma especialização para a área, com o objetivo de reduzir a má nutrição nessas nações. “Recentemente, desenvolvemos uma proposta para o plano local de redução da má nutrição nesses países, nos ministérios da saúde dessas nações, para desenvolver atividades no próximo ano. Tentamos agregar experiências do Brasil, que conseguiu sair do mapa da fome em 2014”, informou.

Para Pedro Burger, assessor de relações internacionais da Fiocruz, esse tipo de atividade reforça sistemas de saúde ao levar as experiências com o SUS, sobre a capacidade de vigilância e a luta contra a desigualdade econômica. “Participar deste tipo de evento tem dois objetivos: se fazer conhecer e atrair a atenção dos participantes de que estamos preparados para a cooperação internacional”, afirmou.

Confira as fotos:

 

twitterFacebookmail
[print-me]

Fiocruz Bahia realiza capacitação em Primeiros Socorros

A Fiocruz Bahia em parceria com o projeto SAMU Solidário vai oferecer uma capacitação em Primeiros Socorros – Suporte Básico de Vida, no dia 26 de novembro. A atividade, que acontece através do Programa Rede Diálogos, visa melhor preparar a comunidade para auxilio em casos de acidentes. Como contrapartida, será solicitada aos inscritos 2 unidades de 400g de leite em pó, que serão doadas para a Instituição Cristã de Amparo ao Jovem (ICAJ). A inscrição pode ser realizada através deste link.

A capacitação será ministrada pela instrutora do Núcleo de Educação Permanente do SAMU Salvador e coordenadora do projeto SAMU Solidário, Adriana Carvalho. Os participantes terão a oportunidade de entender o que é o SAMU e como ele funciona e participarão da aula de primeiros socorros em casos de fraturas, infarto, AVC, queimaduras, sangramento, intoxicação, queda e entorses.

Instituição Cristã de Amparo ao Jovem

A ICAJ é uma entidade legalmente constituída desde o ano de 1989, sem fins lucrativos, localizada no Acupe de Brotas. É voltada ao acolhimento institucional de pré-adolescentes e adolescentes, do sexo masculino, órfãos ou impossibilitados do convívio familiar, encaminhados pelo Juizado da Infância e Juventude, pelo Ministério Público do Estado ou pelos Conselhos Tutelares de Salvador.

Na Instituição, os acolhidos moram durante o período necessário à promoção do retorno à família de origem (quando isso é possível) ou até que se dê a colocação judicial em família substituta. Quando estas duas possibilidades se mostram inviáveis, passa-se a trabalhar na perspectiva da construção de um projeto de vida independente da família, que só se concretizará com a maioridade do acolhido.

Primeiros Socorros – Suporte Básico de Vida

Quando: 26 de novembro de 2018
Onde: Sala de Aula II da biblioteca da Fiocruz Bahia
Horário: das 14 horas às 17 horas
Inscrição: 2 unidades de 400g de leite em pó

twitterFacebookmail
[print-me]

Exames de imagem auxiliam na detecção de microcefalia relacionada ao vírus Zika

O pesquisador do Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia), Guilherme de Sousa Ribeiro, coordenou um estudo clínico-epidemiológico que utilizou resultados de exames de imagem intracraniana para confirmar ou descartar a ocorrência de alguma anormalidade congênita no cérebro de crianças com suspeita de microcefalia potencialmente relacionada à infecção pelo vírus Zika em Salvador, Bahia. O trabalho foi realizado em colaboração com o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS), da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, e publicado na revista científica Eurosurveillance, com o título “Congenital brain abnormalities during a Zika virus epidemic in Salvador, Brazil, April 2015 to July 2016”.

No trabalho, os autores descrevem aspectos clínicos e epidemiológicos do surto de microcefalia ocorrido em Salvador e avaliam a performance de diferentes critérios de triagem, que utilizam a circunferência da cabeça do bebê ao nascer, para detectar crianças com suspeita de microcefalia. Essa avaliação foi realizada correlacionando os resultados das medidas de circunferência com os achados nos exames de imagem. De acordo com a pesquisa, entre abril de 2015 e julho de 2016, 650 bebês nascidos em Salvador foram notificados por suspeita de microcefalia, dos quais 365 tiveram os prontuários médicos revisados para obtenção dos resultados de exames de imagem intracraniana.

Dentre os 365 casos investigados, 166 (45,5%) apresentaram alguma alteração nos exames de imagem, enquanto 199 (54,5%) tiveram exames normais. As lesões mais comumente identificadas pelos exames foram calcificações cerebrais (86,1%) e dilatação nos ventrículos (66,9%). O período de maior detecção de crianças com alterações nos exames de imagem foi o mês de dezembro de 2015, quando a cada 100 crianças nascidas vivas, duas foram acometidas. Também, foi observado que, comparadas às crianças com exames de imagem sem alterações, aquelas com alterações nos exames de imagem foram significativamente mais propensas a terem nascido de forma prematura e de mães que apresentaram manifestações clínicas sugestivas de infecção pelo vírus Zika durante a gravidez.

Por fim, a pesquisa destaca que nenhum dos critérios de triagem para detecção de microcefalia pela circunferência da cabeça ao nascer apresentou um desempenho satisfatório, indicando que outras estratégias de triagem são necessárias. Com isso, os autores concluem sugerindo que a detecção eficiente de crianças com risco de apresentar a síndrome congênita do Zika deve combinar a realização de exames de imagem intracraniana, como ultrassonografia pré e pós-natal, e a história clínica durante a gestação, em particular a presença de sintomas compatíveis com infecção pelo vírus Zika.

twitterFacebookmail
[print-me]

Divulgado edital de seleção para mestrado e doutorado em Patologia

O Programa de Pós-graduação em Patologia (PGPAT) divulgou o Edital de Seleção 2019.1 para mestrado e doutorado. As inscrições podem ser realizadas a partir de 14/11 até o dia 26/11. Os candidatos ao PGPAT devem ser alunos graduados da área de ciências biológicas e da saúde.

A inscrição para seleção poderá ser feita, condicionalmente, por aluno matriculado no último semestre do curso de graduação (estes candidatos devem comprovar a sua condição de graduados antes da matrícula).

A coordenação salienta que houve algumas modificações no edital, este ano:

– No quesito 1.3.1 REGIME E DURAÇÃO

A defesa de Doutorado tem como pré-requisito a submissão de pelo menos 01 artigo para publicação. Esse pré-requisito será valido para alunos com ingresso a partir de 2019.1.

-No quesito 4.7, sobre Bolsas, que informa:

O PGPAT solicita regularmente bolsas das agências de fomento: CAPES, CNPq e FAPESB.

Mesmo assim o PGPAT NÃO ASSUME o compromisso de conceder bolsas a todos os estudantes selecionados DENTRO DO NÚMERO DE VAGAS, uma vez que o número de bolsas disponíveis por seleção pode ser inferior ao número de vagas total oferecidas neste edital. Os candidatos deverão declarar no ato da inscrição, em formulário próprio (anexo ao edital), que estão cientes que o Programa PGPAT não assume o compromisso de conceder bolsas a todos os estudantes selecionados dentro do número de vagas e que concordam em cursar todo o mestrado ou doutorado sem bolsa, caso o programa não tenha disponibilidade para concessão de bolsa no ato da matrícula. A concessão da bolsa obedecerá a ordem de classificação apresentada no item 4.4 deste edital e será definido por uma Comissão de Bolsas.

 

twitterFacebookmail
[print-me]