Dissertação avalia aspectos associados ao óbito na leishmaniose visceral humana

AUTORIA: Tais Soares Sena
ORIENTAÇÃO: Washington Luis Conrado dos Santos
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “ASPECTOS CLINICOS E LABORATORIAIS ASSOCIADOS AO ÓBITO NA LEISHMANIOSE VISCERAL HUMANA”
PROGRAMA: Mestrado em Patologia Humana-UFBA /FIOCRUZ
DATA DE DEFESA: 07/08/2018

RESUMO

INTRODUÇÃO: A leishmaniose visceral (LV) é grave problema de saúde pública no Brasil, onde permanece com elevadas taxas de letalidade a despeito das tentativas de controle.

OBJETIVO: Identificar aspectos clínicos e laboratoriais admissionais associados ao óbito na LV.

MATERIAIS E MÉTODOS: trata-se de estudo de corte transversal retrospectivo incluindo os pacientes admitidos no Hospital Couto Maia (Salvador/Ba) com diagnóstico de LV entre janeiro de 2010 e dezembro de 2014. Variáveis epidemiológicas, clínicas e laboratoriais admissionais foram coletadas em instrumento padronizado e analisadas no software Stata® versão 13.0 na comparação entre os grupos de desfecho clínico (DC) de alta hospitalar (n=106) ou óbito (n=12).

RESULTADOS: Predominaram pacientes do sexo masculino (62,7%), da faixa etária pediátrica (53,4%), de procedência da área urbana de municípios do interior da Bahia com baixo Índice de Desenvolvimento Humano e de apresentação clínica clássica com hepatoesplenomegalia febril e citopenias. A letalidade média foi de 11,3%, superior a partir dos 40 anos de idade. As principais causas de óbito declaradas foram as insuficiências renal e hepática/hepatite, sepse/choque séptico, choque não especificado e coagulação intravascular disseminada. Comorbidades ocorreram em 19,5% dos pacientes e foi associada ao DC (p=0,043), assim como a presença de dor abdominal (p=0,022), edema (p=0,029), icterícia (p=0,000), redução do sensório (p=0,001), crepitação pulmonar (p=0,014), bulhas arrítmicas (p=0,027), coinfecção bacteriana (p=0,019) e alterações eletrocardiográficas (p=0,001). Apresentaram associação óbito níveis de plaquetas < 81.000/mm³ (p=0,004), albumina ≤ 2,2g/dL (p=0,032), ureia > 37 mg/dL (p=0,009),  bilirrubinas totais > 0,9 mg/dL (p=0,001), bilirrubina direta > 0,4mg/dL (p=0,002), atividade de protrombina ≤ 45% (p=0,008) e creatinina elevada para a idade (p=0,003). Os escores obtidos nos modelos prognósticos clínico (EC) e clinicolaboratorial (ECL) adotados pelo Ministério da Saúde do Brasil apresentaram concordância com o DC; EC ≥ 4 e ECL ≥ 6 foram significativamente associados ao óbito nesta amostra, com maior força de associação para o último (p=0,000).

CONCLUSÕES: O perfil clínico da amostra foi concordante com a literatura, porém algumas variáveis classicamente associadas ao óbito na LV, como sangramentos e valores de exames laboratoriais, não se mostraram significantes, ou se fizeram em diferentes pontos de corte, o que pode ser devido a variações populacionais ou ao delineamento do estudo, requerendo pesquisas mais robustas para a sua verificação. Os resultados para os EC e ECL nesta amostra refletem a importância de sua realização enquanto ferramenta de estratificação de risco dos pacientes diagnosticados com LV. Espera-se que este estudo possa contribuir no diagnóstico situacional da doença na população local e na identificação de questões-chave a serem aprofundadas através de diferentes metodologias.

Palavras-chave: leishmaniose visceral, morte, prognóstico.

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Dia da Vigilância Sanitária: proteção à saúde dos brasileiros

Dia 05 de agosto marca a comemoração do Dia Nacional de Vigilância Sanitária. A data coincide com o nascimento de Oswaldo Cruz, personagem importante da história da saúde no Brasil.

Fonte: Ascom Anvisa

Umas das mais importantes atuações do governo nos países é na área da Saúde. E, dentre as diversas ramificações existentes nesse setor, a Vigilância Sanitária certamente é a que mais se faz presente na vida cotidiana das pessoas. Isso porque está relacionada à qualidade, segurança e eficácia de uma série de produtos e serviços comercializados e oferecidos à população. Devido à sua importância, a data de 05 de agosto é dedicada à comemoração do Dia Nacional da Vigilância Sanitária, instituída pela Lei 13.098, de 27/01/2015, e que coincide com o nascimento de Oswaldo Cruz, símbolo histórico da vigilância no Brasil. 

O que é a vigilância sanitária?  

No Brasil, essa área envolve um enorme conjunto de temas, que são regulados e tratados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Entre eles, estão: medicamentos, alimentos, cosméticos, agrotóxicos, produtos para a saúde, laboratórios e a vigilância de portos, aeroportos e fronteiras, além de regulação referente à sangue, tecidos, células e órgãos. Saneantes, farmacopeia, serviços de saúde e tabaco completam a lista de temas regulamentados pela Agência.     

O conceito de Vigilância Sanitária é definido pela Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8080/90) como um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde.  

Esse conceito abrange o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde.

Papel da Anvisa 

Em última instância, a Anvisa zela qualificação da regulação como pontos essencial para que a legislação traga segurança para o setor regulado e ao cidadão. Criada pela Lei nº 9.782, de 1999, a Agência é uma autarquia sob regime especial,com sede em Brasília (DF), que tem por finalidade institucional promover a proteção da saúde da população, por intermédio do controle sanitário da produção e consumo de produtos e serviços submetidos à vigilância, inclusive dos ambientes, processos, insumos e das tecnologias a eles relacionados. Também atua no controle sanitário de portos, aeroportos, fronteiras e recintos alfandegados. 

Para que tudo ocorra de forma adequada, a Anvisa tem que, periodicamente, avaliar, criar ou ajustar a regulação. Além disso, coordena o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), que reúne as unidades estaduais, municipais e do DF.  

Vigilância no dia-a-dia pessoas  

Muita gente não sabe, mas o benefício da regulação da Anvisa está bastante presente na vida dos brasileiros, todos os dias. Está presente na rotina do consumidor que vai a uma farmácia comprar medicamentos genéricos de qualidade, a um supermercado onde encontra produtos industrializados seguros para o consumo humano ou ao posto de saúde tomar uma vacina que segue à risca todas as exigências internacionais em seu processo de produção, o que garante a sua eficácia. 

Isso porque todos esses produtos e milhares de outros consumidos diariamente pelos cidadãos precisam ter registro na Anvisa, que estabelece regras e normas para a fabricação e industrialização dentro das exigências que assegurem a proteção e promoção da saúde pública. 

Além disso, a atuação da Vigilância Sanitária nos estados, municípios e Distrito Federal assegura a qualidade do sangue coletado, acondicionado e distribuído pela rede de hemoderivados brasileira, bem como de órgãos e tecidos para transplantes. Também há forte e importante atuação nas áreas de fronteiras, funcionando como uma tela de proteção sanitária, evitando a entrada e saída de produtos fora dos padrões de qualidade exigidos mundialmente.  

Órgãos locais de vigilância 

Para dar conta do trabalho de Vigilância Sanitária em um país com a dimensão e a divisão territorial do Brasil, além de sua diversidade geográfica, populacional e econômica, existe uma rede nacional de atuação, que abrange o nível central, em Brasília (DF), e as unidades nos estados, municípios e no Distrito Federal (DF). Essa rede forma o SNVS, coordenado pela Anvisa.     

As unidades estaduais, municipais e do DF (VISAs) desempenham, conforme a legislação sanitária, diversas ações e um importante conjunto de atividades rotineiras, tais como autorização de funcionamento, realização de inspeções e fiscalização, bem como a concessão de certificação de boas práticas, além de licenciamento, entre outras atribuições.  

Confira abaixo alguns links relacionados à atuação da Anvisa: 

Relatório de Atividades 2017 

Agenda Regulatória 

18 anos dos genéricos no Brasil 

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Divulgado edital de seleção para Programa de Formação Técnica em Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde

O Instituto Gonçalo Moniz (IGM/ Fiocruz Bahia) torna público o cronograma e as normas para a seleção de candidatos à Qualificação em Serviço do Programa de Formação Técnica em Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (Profortec-Saúde). Os candidatos precisam ser portadores de diploma de ensino técnico profissionalizante nas áreas de ciências da saúde, ciências biológicas e/ou áreas afins, reconhecido pelo MEC.

Para se inscrever, é necessário preencher o formulário eletrônico de inscrição disponível no Campus Virtual Fiocruz e entregar os documentos na secretaria de Ensino da Fiocruz Bahia, no período de 20 a 24 de agosto de 2018. Ressalta-se que é necessário levar original e cópia de toda documentação, inclusive do diploma.

Clique aqui e acesse o edital.

A qualificação em serviço acontecerá ao longo de 2 anos e meio, com início em outubro de 2018 e término em março de 2021, com exigência de 40 horas semanais de dedicação. Tem como objetivo principal contribuir para a consolidação do Sistema Único de Saúde – SUS, por meio de qualificação profissional em serviço para desenvolvimento de competências em atividades laboratoriais e de apoio à pesquisa científica. Estão sendo oferecidas 10 vagas.

O programa visa formar profissionais para o SUS por meio da qualificação de indivíduos para atuação em atividades de apoio técnico a projetos de investigação científica. Essa qualificação vai permitir a ampliação da oferta de profissionais aptos a atuar em áreas técnicas de apoio ao desenvolvimento de pesquisa científica na área da saúde, por meio de aprendizagem inovadora.

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Abertas as inscrições do 4º módulo da Formação em Metodologias Ativas de Ensino

Estão abertas, até o dia 31 de agosto, as inscrições para o módulo 4 da Formação em Metodologias Ativas de Ensino: Ensino por Investigação. O curso tem como objetivo proporcionar aos pesquisadores, docentes e servidores da Fiocruz a experiência nas mais diversas formas de metodologias ativas, principalmente o ensino por investigação, para as aulas de ciências. As inscrições podem ser realizadas no hotsite do curso, onde também possível conferir a programação e outras informações.

As atividades ocorrerão nas dependências da instituição em três encontros, nos dias 14, 17 e 18 de setembro. O quarto módulo será ministrado pelo biólogo e filósofo Daniel Manzoni, que tem experiência com ensino de Biologia para educação básica; extensão universitária e ensino superior, e, na pesquisa, tem experiência nas linhas de investigação em Ensino de Imunologia; Metodologias do Ensino de Biologia; Filosofia da Ciências Biológicas; Imunologia comparada e ensino; e Imunologia básica e experimental. 

A programação será realizada de forma integrada à disciplina Didática Especial ministrada aos estudantes, visando a produção coletiva de um curso de verão a ser aplicado pelos estudantes da pós-graduação em estudantes de graduação. A Formação em Metodologias Ativas de Ensino está estruturada em módulos cujo formato vai sendo construído colaborativamente de modo a conseguir uma maior adesão dos docentes. É desejável que os participantes elaborem um produto para aplicação da metodologia ativa em seu contexto. 

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Estudo avalia desempenho de exames diagnóstico para o vírus Zika

Entre 2015 e 2016, o Brasil e vários países do continente Americano vivenciaram a emergência de epidemias causadas pelo vírus Zika, com grande repercussão mundial por causa da ocorrência de malformações congênitas em crianças cujas mães se infectaram durante a gestação. Desde então, um dos principais desafios para o enfrentamento da zika tem sido a dificuldade para o diagnóstico laboratorial correto das infecções causadas pelo vírus. Isso porque o vírus da zika apresenta similaridade com outros vírus da mesma família, os chamados “flavivirus”, o que muitas vezes impede uma acurada distinção das infecções causadas por eles.

Por isso, estudiosos do Brasil, Estados Unidos e Argentina avaliaram a capacidade de dois testes sorológicos, comercialmente disponíveis e aprovados pela ANVISA para uso no Brasil, em identificar infecções causadas pelo Zika. Os testes avaliados foram o IgM-ELISA, que é indicado para detectar uma infecção pelo vírus Zika ocorrida recentemente, e o IgG-ELISA que é usado para verificar se a pessoa testada já foi infectada pelo vírus Zika em qualquer momento durante a vida. Ambos os testes são produzidos pela Euroimmun.

Os resultados dessa investigação foram divulgados no artigo científico Diagnostic performance of commercial IgM and IgG enzyme-linked immunoassays (ELISAs) for diagnosis of Zika virus infection, publicado no Virology Journal. O estudo, coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Guilherme Ribeiro, avaliou a performance dos testes sorológicos em amostras de soros de pacientes que tinham o diagnóstico de Zika confirmado previamente por um teste molecular e também em amostras de pessoas que não tinham infecção pelo vírus (pacientes com confirmação do diagnóstico de dengue e doadores de sangue).

Os pesquisadores concluíram que o teste IgM-ELISA apresentava alta especificidade, ou seja, apresentava corretamente resultados negativos em amostras de soro de pacientes que não tinham Zika, mas pouca sensibilidade, o que significa que não conseguiam identificar a infecção nas amostras de pacientes que tinham o diagnóstico de Zika confirmado pelo teste molecular de referência.Em comparação, embora o teste IgG-ELISA tenha apresentado uma boa capacidade de identificar corretamente aqueles que já tiveram uma infecção pelo vírus Zika, ele mostrou baixa especificidade, particularmente para pacientes previamente expostos a infecções por dengue, o que significa que o teste apresentava um resultado falsamente positivo em pacientes que não tiveram Zika, mas tiveram dengue.

Estes resultados sugerem que o teste IgM-ELISA para Zika não é útil para confirmar um diagnóstico de Zika em pacientes que são suspeitos da doença, enquanto que o teste IgG-ELISA é mais adequado para o diagnóstico de Zika entre viajantes, que residem em áreas livres de transmissão de flavivirus e nunca foram infectados pelo vírus da dengue, mas que teria pouca utilidade em localidades onde o vírus da dengue é endêmico como no Brasil.

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Inscrições para Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente são prorrogadas

Professores da educação básica de todo o Brasil têm até 17 de agosto de 2018 para inscrever trabalhos desenvolvidos por seus alunos na 9ª Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente. Para fazer a inscrição na 9ª Obsma, ter acesso ao regulamento e saber mais detalhes sobre esta edição, os professores devem acessar o site oficial.

Promovida pela Fiocruz, a Obsma premiará os 36 melhores trabalhos com uma viagem ao Rio de Janeiro para que alunos e professores vencedores participem de atividades científicas na sede da instituição em Manguinhos. Além da premiação nacional, haverá o Prêmio Ano Oswaldo Cruz para trabalhos que se destacarem utilizando recursos educacionais produzidos por pesquisadores da Fiocruz.  
 
São aceitos trabalhos nas categorias Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano) e Ensino Médio, nos formatos Produção AudiovisualProdução de Textos e Projeto de Ciências.
 
A Olimpíada também está no Facebook e no Twitter.  Não perca esta oportunidade, mobilize a sua escola e participe!

 

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Efeito leishmanicida de carreadores lipídicos nanoestruturados com anfotericina b é tema de dissertação

AUTORIA: Jéssica Rebouças Silva
ORIENTAÇÃO: Valéria de Matos Borges
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “AVALIAÇÃO DO EFEITO LEISHMANICIDA IN VITRO E IN VIVO DE CARREADORES LIPÍDICOS NANOESTRUTURADOS COM ANFOTERICINA B (CLN-AnB) NA INFECÇÃO POR LEISHMANIA BRAZILIENSIS
PROGRAMA: Mestrado em Patologia Humana-UFBA /FIOCRUZ
DATA DE DEFESA: 01/08/2018

RESUMO

O arsenal terapêutico para tratamento da leishmaniose possui sérias limitações, como alto custo e toxicidade. Projetar sistemas estáveis de entrega de drogas baseados em nanotecnologia é umas das principais estratégias no combate à doença. Os Carreadores Lipídicos Nanoestruturados com Anfotericina B (CLN-AnB) estão emergindo como uma abordagem promissora devido à alta capacidade de carregamento de drogas, perfil de liberação controlado dos fármacos veiculados, maior estabilidade e reduzido custo. Neste trabalho, demonstramos pela primeira vez o potencial efeito leishmanicida in vitro e in vivo dos CLN-AnB na infecção por L. braziliensis. O CLN-AnB mostrou-se menos tóxico em relação à anfotericina livre (AnB) e à anfotericina desoxicolato (AnB-D) em avaliação in vitro. A contagem de promastigotas viáveis, recuperadas no sobrenadante de macrófagos murinos infectados revelou IC50 de 5.3 ± 0.558; 13 ± 0.577 e 11.7 ± 1.73 ng/mL e índice de seletividade de 813; 830 e 1046, para AnB, AnB-D e CLN-AnB, respectivamente. As análises por microscopia confocal mostraram a captação dos CLNs por macrófagos infectados já após uma hora de incubação e sua maior entrada com 48 horas. O efeito imunomodulador das formulações foi avaliado pela quantificação de óxido nítrico (NO) e fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) no sobrenadante de macrófagos infectados e tratados com o IC50 das formulações. Somente a AnB foi capaz de induzir significativamente NO e TNF-α. Para avaliação in vivo, camundongos BALB/c foram infectados na derme da orelha com L. braziliensis e tratados com antimonial pentavalente (Sb5+, Glucantime®), anfotericina lipossomal (AnB-L, Ambisome®) ou com CLN-AnB. Após seis semanas de infecção, a análise do tamanho da lesão e da carga parasitária da orelha infectada mostrou eficácia semelhante entre o Sb5+ e o CLN-AnB quando comparado com animais que não receberam tratamento. Os resultados mostraram características quanto à segurança e a eficácia do CLN-AnB na a infecção in vitro e in vivo por L. braziliensis. Mais estudos são necessários para consolidar o tratamento CLN-AnB como uma nova formulação promissora de anfotericina B para tratamento da leishmaniose tegumentar.

Palavras-chave: Leishmaniose Cutânea; L. braziliensis; Anfotericina B; Tratamento; Nanocarreadores; Macrófago.

 

 

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Pesquisa traz novos dados para descoberta de antibióticos contra superbactérias

Um estudo liderado por pesquisador da Fiocruz Bahia trouxe avanços ao realizar a integração de dados sobre o genoma, proteoma e metabolismo da “superbactéria” Klebsiella pneumoniae. Ao encontrar as proteínas que devem ser “atacadas” para fragilizar o organismo, o achado permite que sejam produzidos novos antibióticos mais precisos e potentes. O objetivo da pesquisa foi recolher e analisar os dados referentes às superbactérias e leva-los à comunidade científica para fortalecer a luta contra esse microrganismo.

O artigo intitulado An integrative, multi-omics approach towards the prioritization of Klebsiella pneumoniae drug targets, publicado na revista Scientific Reports, do grupo Nature, descreveu o trabalho realizado pelo pesquisador do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/ Fiocruz Bahia), Pablo Ivan Pereira Ramos, em coautoria com Darío Porto, da Universidade de Buenos Aires, com a colaboração de outros pesquisadores de instituições do Brasil, Argentina e França.

A resistência de microorganismos a antibióticos tem sido um problema em diversos países, o que levou a Organização das Nações Unidas (ONU), em 2016, a anunciar a resistência microbiana como uma crise mundial de saúde. Mais de 136 mil pessoas morrem vítimas de bactérias multirresistentes a antibióticos, somente nos Estados Unidos e na Europa, a cada ano; e alguns estudos chegam a prever que, em 2050, uma pessoa morrerá a cada 3 segundos em consequência de uma infecção resistente a antibióticos.

Bactérias da espécie Klebsiella pneumoniae são encontradas com mais frequência em cateter em adultos hospitalizados nas unidades de tratamento intensivo brasileiras, com 3 805 casos em 2015, de acordo com o último relatório da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Antibióticos da classe das polimixinas se tornaram o último recurso para o tratamento de infecções sérias causadas por K. pneumoniae multiresistentes, porém, um aumento importante nas taxas de resistência às polimixinas foi observada entre essas bactérias que já são resistentes a uma classe de antibióticos de amplo espectro chamada carbapenêmicos, limitando as opções terapêuticas. 

Os resultados da pesquisa apontaram para 29 proteínas da bactéria que participam em processos importantes da célula, tais como síntese lipídica, produção de cofatores e metabolismo basal, a partir de uma perspectiva de desenvolvimento de medicamentos. A equipe de estudiosos aplicou uma estratégia multidimensional de integração de dados para a priorização dos alvos em K. pneumoniae, priorizando aqueles cuja inativação (através de um fármaco, por exemplo) tivesse maior efeito deletério à bactéria patogênica, ao mesmo tempo minimizando sua atuação nas comunidades que compõem a microbiota intestinal humana, abrindo caminho para fármacos mais seletivos.

 

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Risco de transmissão de dengue, zika e chikungunya por transfusão de sangue é baixo, aponta estudo

Durante o surto dos arbovírus no Brasil, um estudo, coordenado pela pesquisadora Camila Indiani de Oliveira, da Fiocruz Bahia, foi realizado para avaliar o grau de risco de transmissão de Dengue, Zika e Chikunguya através de transfusão de sangue. A pesquisa foi feita após a constatação de infecção dessas doenças decorrente de transfusão de sangue contaminado pelos vírus, em alguns lugares do mundo. O trabalho foi descrito no artigo “Surveillance of donated blood during the 2016 arbovirus outbreak in Brazil”, publicado no Journal of Medical Virology.

Na pesquisa realizada na Fiocruz Bahia, em colaboração com pesquisadores da Fiocruz Paraná, da Universidade Federal da Bahia (UFBA/ campus Vitoria da Conquista) e do Instituto de Biologia Molecular do Paraná, as amostras de sangue de 676 doadores saudáveis usadas no estudo foram colhidas pelo Serviço de Hemoterapia do Sudoeste na cidade de Vitória da Conquista (BA), área com alto número de casos dessas doenças no período de 2015 e 2016.

Os autores verificaram que em nenhuma amostra de sangue foi detectada presença de vírus da Dengue, Zika ou Chikunguya, apesar do aumento de casos durante o período. Esses números diferem do resultado encontrando na Polinésia Francesa, por exemplo, onde foram colhidas 1505 amostras de sangue e 42 amostras (3%) foram positivas para Zika, embora os doadores não manifestassem sintomas na época da doação de sangue. Outro estudo realizado, em Ribeirão Preto (SP), mostrou que das 1393 amostras de sangue testadas, 2,7% foram positivas.

Apesar do número alto de casos de Dengue na área de Vitória da Conquista, comparado ao número de casos de Zika e Chikungunya, tal resultado sugere que o risco de contaminação por transfusão de sangue é baixo. Suspeita-se que os resultados positivos nas outras áreas são decorrentes dos números muito mais elevados de casos confirmados. Os pesquisadores sugerem uma estratégia de vigilância mais ativa para que haja controle da transmissão de arbovírus por transfusão sanguínea, por exemplo, especialmente na iminência de surtos como foi observado recentemente no Brasil.

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Tese avalia a resposta autofágica de macrófagos no curso da infecção por Leishmania

AUTORIA: Beatriz Rocha Simões Dias
ORIENTAÇÃO: Patrícia Sampaio Tavares Veras
TÍTULO DA TESE:“ESTUDO DA CONTRIBUIÇÃO DA AUTOFAGIA PARA A SUSCEPTIBILIDADE POR L. AMAZONENSIS OU RESISTÊNCIA POR L. MAJOR NA INFECÇÃO DE MACRÓFAGOS MURINOS DA LINHAGEM CBA”.
PROGRAMA: Doutorado em Patologia Humana-UFBA /FIOCRUZ
DATA DE DEFESA: 31/07/2018

RESUMO

Macrófagos de camundongos CBA controlam a infecção por Leishmania major, no entanto, são permissivos à infecção por Leishmania amazonensis. Os estudos conduzidos, até o momento, sobre o papel desempenhado pela autofagia na infecção por Leishmania levaram a dados controversos. Portanto, no presente trabalho, avaliamos se a resposta autofágica de macrófagos infectados pode ser responsável pela diferença no curso da infecção por essas duas cepas de Leishmania. Inicialmente, demonstramos por qPCR que um número maior de genes relacionados à autofagia é modulado positivamente em células infectadas por L. amazonensis em comparação às infectadas L. major. Resultado similar foi obtido por meio da análise de dados de microarranjos públicos utilizando o Ingenuity Pathway Analyses (IPA). Análises adicionais pelo IPA demonstraram que no contexto Affects Autophagy of Cells e Decreases Autophagy of Cells 39 e 14 genes, respectivamente, apresentaram modulação oposta entre os macrófagos infectados com L. amazonensis daqueles infectados com L. major. Em seguida, demonstramos que após 24 h de infecção, a relação LC3-II/Act mostrou-se aumentada tanto em macrófagos infectados por L. amazonensis quanto nos infectados por L. major em comparação com controles não infectados, mas menos do que em células tratadas com cloroquina. Isto sugere que L. amazonensis e L. major ativam a autofagia em macrófagos infectados, sem alterar o fluxo autofágico. Além disso, as células infectadas por L. major exibiram percentuais mais elevados de vacúolos parasitóforos marcados com DQ-BSA (50%) do que aquelas infectadas por L. amazonensis (25%). No entanto, vacúolos parasitóforos induzidos por L. major ou L. amazonensis acumularam LysoTracker de maneira similar, indicando que a acidez em ambos os compartimentos é equivalente. Após 24 h de infecção, um maior percentual de vacúolos positivos para LC3 foi observada em células infectadas por L. amazonensis (42,36%) em comparação àquelas infectadas por L. major (18,10%). Em seguida, avaliamos se a modulação da autofagia exerceu influência na infecção por Leishmania em macrófagos de camundongos CBA. Nenhuma alteração significativa foi observada tanto na taxa de infecção quanto na carga parasitária nos macrófagos com os inibidores ou indutores autofágicos em comparação com as células controle não tratadas. Curiosamente, tanto a indução farmacológica quanto a fisiológica da autofagia aumentaram a viabilidade intracelular de L.amazonensis e L. major, enquanto a inibição da autofagia não teve efeito sobre a viabilidade intracelular desses parasitas. Por fim, demonstramos que a indução da autofagia reduziu a produção de NO por macrófagos infectados por L. amazonensis ou L. major, mas não alterou a atividade da arginase. Interessantemente, a análise de componentes principais e análise hierárquica de clusters discriminaram completamente os macrófagos infectados por L. major de células infectadas por L. amazonensis de acordo com a intensidade da infecção e características autofágicas dos vacúolos induzidos por essas duas cepas. Em conclusão, a infecção por L. amazonensis ou L. major, apesar de ativar similarmente o fluxo autofágico em macrófagos infectados e os parasitos terem sua viabilidade favorecida pela indução da autofagia, promove expressão diferenciada de genes relacionados à autofagia e interação distinta dos vacúolos parasitóforos com compartimentos autofágicos. Essas diferenças são capazes de separar completamente os macrófagos infectados por L. amazonensis daqueles por L. major.

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PROIIC divulga resultados do Processo Seletivo PIBIC e PIBITI

A coordenação do Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC) torna público o resultado do processo seletivo de bolsas de Iniciação Científica e Tecnológica (Pibic e Pibiti) cotas CNPq realizado pela Coordenação PIBIC/RJ. Os resultados podem ser acessados aqui ou através dos links: Pibic e Pibiti.

Pedidos de esclarecimento e reconsideração:

A coordenação do Pibic e Pibiti receberá solicitações referentes a recurso nos dias 24 e 25 de julho, até às 17h, pelos e-mails: pibic@fiocruz.br e pibiti@fiocruz.br. Todo documento deverá ser enviado com cópia para a coordenação do Pibic/Pibiti da sua unidade.

Próximos passos:

Os candidatos aprovados serão indicados na Plataforma Carlos Chagas, a partir do dia 01 de agosto de 2018, e receberão um e-mail do CNPq para finalizarem o cadastro e o Termo de Aceite. Destaca-se que é necessário que o bolsista possua conta corrente do Banco do Brasil para o recebimento da bolsa.

Os participantes também devem realizar o cadastro na intranet e o curso de Biossegurança para serem vinculados à Fiocruz Bahia, a partir do dia 01/08, após a implementação das bolsas.

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Estudo identifica casos de polineuropatia sensitiva relacionados à infecção por zika e chikungunya

A pesquisadora do Instituto Gonçalo Moniz (IGM/ Fiocruz Bahia), Isadora Cristina de Siqueira, participou de um estudo que mostra uma possível relação entre arbovírus, como dengue, chikungunya e zika, com a polineuropatia sensorial reversível.

A pesquisa foi publicada no Journal of the Neurological Sciences, no artigo intitulado Reversible sensory polyneuropathy during an arboviral outbreak in Salvador, Bahia, Brazil e foi realizado em parceria com o Hospital Geral Roberto Santos e Hospital Santa Izabel, em Salvador; e com o Centro de Doenças Tropicais da Universidade do Texas, nos Estados Unidos. No trabalho, foi descrita uma série de casos de cinco pacientes.

Para o estudo, foram coletadas amostras de sangue e fluido cerebroespinhal dos pacientes e realizados testes sorológicos para arbovírus e exames de imagem para descartar outras doenças neurológicas. As manifestações neurológicas nos participantes foram consideradas leves, com duração de cerca de sete dias, e apenas um deles precisou ficar internado. Tais características dos sintomas não atendiam os critérios para Síndrome de Guillan-Barré, doença autoimune que acometeu diversos pacientes infectadas com arbovírus na época do surto, em 2015.

Os resultados dos exames mostraram que os pacientes apresentaram algum tipo de infecção por um dos vírus transmitidos por mosquito, tanto aguda quanto pregressa, e a maioria deles (80%) apresentou infecção recente por zika ou chikungunya. A neuropatia periférica associada à chikungunya já havia sido relatada em estudos anteriores, porém, essa foi a primeira descrição de um subtipo de neuropatia apenas sensitiva e reversível, com fortes evidências do vírus como causa.

Desta forma, esse estudo é importante para alertar médicos e profissionais de saúde sobre outras doenças neurológicas, possivelmente causadas por infeções por zika ou chikungunya, além das já relatadas durante o surto, como Guillan-Barré.

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Pesquisa analisa papel da citocina pró-inflamatória IL-1β na tuberculose

Acredita-se que a citocina pró-inflamatória IL-1β desempenha um papel importante na proteção do hospedeiro contra a infecção por Mycobacterium tuberculosis, agente causador da tuberculose. Estudos realizados em camundongos geneticamente deficientes em IL-1β e IL-1α demonstram que esses animais são extremamente suscetíveis à doença, bem como a estimulação in vitro de macrófagos infectados pelo M. tuberculosis com IL-1β resulta em redução de cargas micobacterianas, o que demonstra a atividade anti-micobacteriana desta citocina. A produção excessiva da IL-1β, entretanto, tem sido associada com doença mais grave da tuberculose e aumento de pulmão.

Um estudo liderado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Bruno Andrade, e pelo pesquisador do National Institutes of Health (NIH/EUA), Eduardo Amaral, identificou a relação entre a presença de catepsina lisossomal B (CTSB) e geração de IL-1β, após infecção por micobactéria in vitro. Os resultados podem ser acessados através do artigo Lysosomal Cathepsin Release Is Required for NLRP3-Inflammasome Activation by Mycobacterium tuberculosis in Infected Macrophages, publicado na revista científica Frontiers in Immunology. A CTSB tem sido proposta para desempenhar um papel na indução da inflamação aguda. Esta catepsina ativa no citosol, líquido que preenche as células, é crucial para a montagem do complexo proteico chamado inflamassoma NLRP3 e, consequentemente, para a geração de IL-1β.

Compreender as nuances da função da IL-1β na tuberculose torna-se fundamental no desenho de intervenções terapêuticas que atuam alterando seus níveis e sua atividade em um quadro inflamatório. De acordo com Andrade, o papel da IL-1 na tuberculose tem sido descrito como uma espada de dois gumes. Ao passo que é essencial para a imunidade contra a micobactéria, o excesso de produção está associado a dano tecidual colateral, conhecido como imunopatologia. Para o estudo, foram utilizadas amostras de 13 pacientes com diagnóstico de tuberculose pulmonar ativa, confirmada por cultura de escarro, e de 12 doadores de sangue saudáveis, que foram pareados por idade e sexo e recrutados entre 2012 e 2014. 

Os experimentos in vivo mostram que existe uma produção de IL-1 que independe do inflamassoma. Ensaios in vitro, por sua vez, mostram que a produção desta citocina por macrófagos infectados é dependente da ativação deste complexo molecular. “Ao reduzir a produção de IL-1 dependente do inflamassoma via inibição da catepsina B, é possível que consigamos reduzir a imunopatologia da tuberculose sem afetar a imunidade conta a micobactéria. Isto, portanto, abre possibilidades de intervenções terapêuticas focadas na redução da gravidade clínica e potencial prevenção de sequelas pulmonares resultantes de extensa destruição tecidual detectada em muitos casos desta doença”, explicou o pesquisador.

Os resultados da pesquisa apontam que o CTSB (e possivelmente outras catepsinas inibidas) é indutor chave da montagem e ativação do inflamassoma no contexto da infecção pelo M. tuberculosis. Os dados também demonstraram uma associação de níveis aumentados de CTSB com tuberculose ativa em pacientes e modelos animais. Os experimentos in vitro com macrófagos infectados com M. tuberculosis também indicam que essas elevações podem refletir aumentos nos níveis intracelulares da forma madura da enzima. Os achados deste estudo revelam um papel anteriormente não apreciado da atividade de catepsina dependente da proteína ESAT-6 na montagem de inflamassoma com NLRP3 e produção de IL-1 em macrófagos infectados por M. tuberculosis.

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Aberta seleção para pós-doutorado em Saúde em Biotecnologia e Medicina Investigativa

O Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI) torna público o calendário e as normas para a seleção de candidatos a pós-doutorado do Programa Nacional de Pós-Doutorado (PNPD/CAPES). As inscrições estão abertas até o dia 02 de agosto de 2018.

O auxílio concedido pelo PNPD/CAPES é composto de: bolsa mensal, no valor de R$4.100,00, pagos diretamente ao bolsista, e o pagamento de recursos de custeio anual. As modalidades de participantes são: Brasileiros ou estrangeiros residentes no Brasil e portadores de visto temporário; Estrangeiros residentes no exterior; e Brasileiros ou estrangeiros, residentes no Brasil, que atuem como docentes ou pesquisadores em IES ou instituições públicas de pesquisa.

Clique aqui e confira o edital.

 

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Inscrições para a 9ª Obsma encerram dia 31 de julho

Estão abertas até 31 de julho de 2018 as inscrições para a 9ª edição da Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (Obsma) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Coordenada pela Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC) da Fiocruz, a Olimpíada é um projeto educacional voltado a professores e alunos da educação básica de todo o Brasil que busca estimular a produção de trabalhos interdisciplinares sobre saúde e meio ambiente em salas de aula de escolas públicas e privadas. Inscrições são gratuitas. Por isso, envolva sua escola, prepare seu projeto e inscreva-se na 9ª Obsma! 

Clique nos links para acessar:

Regulamento

Cadastro e inscrição de trabalhos

Dúvidas frequentes

Quem pode participar

Professores do Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano) e Ensino Médio, incluindo Educação de Jovens e Adultos (EJA), podem inscrever na 9ª Obsma trabalhos que tenham sido desenvolvidos em escolas de todo o Brasil entre 2017 e 2018, inserindo-se em uma das três modalidades:

Produção Audiovisual
Produção de Texto
Projeto de Ciências

 

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Tese analisa critérios da Microscopia Confocal de Reflectância no diagnóstico de neoplasias

AUTORIA: Naiara Abreu Fraga Braghiroli
ORIENTAÇÃO: Luiz Antonio Rodrigues de Freitas
TÍTULO DA TESE: “MICROSCOPIA CONFOCAL DE REFLECTÂNCIA (MCR) NO DIAGNÓSTICO DE NEOPLASIAS DA PELE.”
PROGRAMA: Doutorado em Patologia Humana-UFBA /FIOCRUZ
DATA DE DEFESA: 25/07/2018

RESUMO

INTRODUÇÃO: Desde sua introdução na prática da clínica médica, a Microscopia Confocal de Reflectância (MCR) vem contribuindo no diagnóstico não invasivo de neoplasias benignas e malignas da pele. Ela tem sido utilizada como ferramenta auxiliar em lesões com achados equívocos ao exame clínico e dermatoscópico. A MCR tem reduzido substancialmente a necessidade de realização de biópsias de lesões benignas, especialmente em locais anatômicos de difícil acesso cirúrgico. Os resultados obtidos tem demonstrado excelente correlação com os aspectos histológicos, articulando-se como uma ponte entre a dermatoscopia e a histopatologia. Os aprimoramentos tecnológicos na funcionalidade e dimensões das sondas, e a subsequente disponibilização de equipamentos mais compactos, como o Vivascope 1500 e o Vivascope 3000, vêm, progressivamente, revolucionando a abordagem médica das neoplasias cutâneas. Assim, a MCR é atualmente reconhecida como uma ferramenta adjunta no diagnóstico in vivo não invasivo de neoplasias cutâneas, na delimitação de imagens tumorais e no monitoramento da resposta ao tratamento não cirúrgico do câncer de pele.

OBJETIVO: O presente trabalho lida com o estabelecimento de critérios na MCR de lesões cutâneas equívocas, e correlaciona as características observadas com os aspectos histológicos, no sentido de validar uma ferramenta diagnóstica não invasiva, que permita diferenciar, com significativa precisão, as neoplasias benignas e malignas da pele.

CONCLUSÕES: Os aspectos morfológicos observados à MCR na avaliação das estruturas da pele mostram equivalência com os achados histológicos, permitindo plena comparação entre as imagens da microscopia confocal e as imagens histopatológicas. O equipamento de MCR com pistola portátil (handheld ) (HH-RCM) permite o acesso a áreas anatômicas curvadas e pode ser aplicado diretamente à superfície cutânea, sem a necessidade do anel de fixação, tornando o exame da microscopia confocal mais factível e rápido. O modelo HH-RCM é capaz de diagnosticar com precisão pápulas solitárias faciais inespecíficas, dentre elas: carcinoma basocelular (CBC), tricoblastoma desmoplásico, carcinoma escamocelular (CEC), hiperplasia sebácea e nevo melanocítico intradérmico. O equipamento tradicional para realização da MRC, assim como o modelo portátil HH-RCM, demonstram um alto valor preditivo positivo no diagnóstico do CBC. O modelo tradicional mostra um valor preditivo negativo maior que o modelo portátil, devido ao seu campo de visão mais largo, oferecendo uma visão da arquitetura total das lesões maiores que 1,0 mm. A MCR se mostrou precisa no diagnóstico de ceratose seborréica clonal, enquanto que, ao exame clínico e à dermatoscopia, aparenta aspecto semelhante ao melanoma maligno da pele. A mucinose dérmica focal, apesar de clinicamente se assemelhar ao CBC, mostra características na MCR que permitem sua diferenciação do CBC. A MCR permite caracterizar o CEC pigmentado pela presença do padrão de favo de mel atípico nas camadas granulosa e espinhosa da epiderme, associado a presença dos pequenos círculos brilhosos ao redor das papilas dérmicas. O padrão de distribuição dos vasos ao nível da junção dermo-epidérmica e derme papilar é relevante para o diagnóstico do CEC cutâneo. O sinal da “casa de botão” na MCR associado ao padrão de favo de mel atípico ao nível epidérmico é importante no diagnóstico do CEC in situ.

Palavras-chaves: Microscopia confocal de reflectância; Câncer de pele; Carcinoma basocelular; Carcinoma espinocelular; Ceratose seborréica clonal; Lesões equívocas cutâneas; Mucinose dérmica focal; Neoplasia cutânea; Tricoepitelioma desmoplásico

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Dissertação avalia técnica de identificação da Neisseria meningitidis em portadores assintomáticos

AUTORIA: Ítalo Eustáquio Ferreira
ORIENTAÇÃO: Mitermayer Galvão dos Reis
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “Identificação de Neisseria meningitidis em portadores assintomáticos através da técnica de PCR em tempo real”.
PROGRAMA: Mestrado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
DATA DE DEFESA: 16/07/2018

RESUMO

INTRODUÇÃO: A cultura é considerada a metodologia padrão ouro para a identificação de N. meningitidis. Entretanto, o emprego de técnicas moleculares, como a PCR em tempo real (qPCR) tem melhorado a capacidade de detecção do meningococo. Nos estudos em portadores, a qPCR empregando o gene sodC como alvo tem sido indicada.

OBJETIVO: O presente estudo teve como objetivo avaliar a técnica de qPCR (sodC) para a identificação de N. meningitidis, a partir de material de orofaringe mantido em meio de transporte STGG, coletado de portadores assintomáticos.

MATERIAL E MÉTODOS: O ensaio da qPCR foi padronizado e validado com critérios locais e a metodologia comparada com os resultados obtidos previamente a partir da cultura. Foram utilizadas um total de 1200 amostras de material de orofaringe mantidas em meio de transporte STGG a -70°C. Os ensaios da qPCR foram realizados empregando o cycle threshold (Ct) padrão (Ct≤35) e o Ct≤37 validado neste estudo.

RESULTADOS: Através da qPCR (Ct≤35) foram obtidas um total de 84 (7%) amostras positivas (Ct médio= 30,4 ± 3.1; 95% IC 29,7-31) em comparação com a cultura (n=59; 4,9%), enquanto a qPCR (Ct≤37) permitiu a identificação de 99 (8,3%) amostras positivas (Ct médio= 35,6 ± 5,1; 95% IC 35,3-36). Apenas uma amostra positiva na cultura não foi identificada através da qPCR (Ct≤37). A concentração de DNA na etapa prévia de extração melhorou a capacidade de detecção de amostras positivas na qPCR. A caracterização dos genogrupos de N. meningitidis através da qPCR mostrou a presença de amostras não-grupáveis.

CONCLUSÔES: Os resultados obtidos neste estudo mostram que a qPCR (Ct≤37) é uma alternativa eficaz para a identificação e caracterização de N. meningitidis a partir do meio de transporte STGG, devendo ser empregada em associação à cultura nos estudos de portadores de N. meningitidis.

Palavras-Chave: Neisseria meningitidis, identificação, qPCR, portadores.

 

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Prevalência de portadores de Neisseria meningitidis em estudantes é analisada em dissertação

AUTORIA: Viviane de Matos Ferreira
ORIENTAÇÃO: Mitermayer Galvão dos Reis
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “Prevalência de portadores de Neisseria meningitidis em estudantes de 18 a 24 anos de um centro universitário”
PROGRAMA: Mestrado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
DATA DE DEFESA: 18/07/2018

RESUMO

 INTRODUÇÃO: Em 2010, o Brasil introduziu a vacina meningocócica C conjugada (MCC) no Programa Nacional de Imunização para crianças <5 anos de idade. Em Salvador, houve uma ampliação da campanha para a faixa etária de 10 a 24 anos, pretendendo atingir os indivíduos mais afetados. A investigação do papel dos portadores saudáveis na disseminação da doença meningocócica na comunidade pode contribuir com informações úteis para subsidiar condutas apropriadas de vacinação.

OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência de portadores de  N. meningitidis (Nm) e caracterizar molecularmente os isolados coletados de adultos jovens em um centro universitário em Salvador, após 6 anos de introdução da MCC.

MATERIAL E MÉTODOS: Entre agosto e novembro de 2016, um total de 407 swabs orofaríngeos foram coletados de estudantes entre 18 e 24 anos. A identificação das cepas de Nm foi realizada a partir de métodos clássicos e qPCR. A caracterização molecular dos isolados foi realizada através do sequenciamento do genoma total (WGS). Também foram analisados os fatores de associados potenciais para a colonização.

RESULTADOS: A prevalência de portadores foi de 12,3% (50/407). O estado de portador foi associado ao gênero masculino (RPA: 1,88 IC95% 1,05 – 3,38; p=0,034), ao contato próximo com indivíduos com doença meningocócica (RPA: 2,00 95% IC 0,69 – 5,18, p=0,200) e a frequência a festas/bares pelo menos uma vez por mês (RPA: 3 22 95% IC 1,43 – 7,25; p = 0,005). Um total de 221 (54,3%) indivíduos relataram terem sido imunizados pela MCC. Não houve diferença na colonização por Nm entre indivíduos vacinados e não vacinados. Dos 50 portadores de Nm, 46 isolados foram identificados pela cultura e 4 foram detectados apenas por qPCR. A maioria dos isolados (92%; 46/50) apresentou-se como não grupável (WGS e qPCR), 6% (3/50)  pertenciam ao genogrupo B (WGS)  e 2% (1/ 50) foi classificado como genogrupo C (qPCR). Um total de 58% (29/50) dos isolados apresentaram deleção da cápsula (cnl). Foram identificadas 24 sequências tipo (STs), incluindo 22 STs pertencentes a 11 complexos clonais definidos (CCs) e 6 novos STs. O complexo clonal mais frequente foi cc198, representando 26% dos isolados. As variantes PorA e FetA mais predominantes foram P1.18,25-37 (15,21%) e F5-5 (43,47%), respectivamente. Todos os isolados apresentaram proteína PorB classe 3 e FHbp, sendo a subfamília A / v2-3 da FHbp presente em 87% dos isolados. Apenas um isolado possuiu a variante NadA-6.177. Todos os isolados apresentaram NHBA, com p010 e p0912 representando 28,26% e 13,04% dos isolados, respectivamente.

CONCLUSÕES: Os nossos resultados demonstraram que a colonização por Nm consistiu principalmente de cepas não-agrupáveis com alto grau de diversidade genética. A identificação de apenas um indivíduo colonizado pelo genogrupo C pode ter sido uma consequência da imunização pela MCC em 2010, o que pode ter contribuído para a redução da circulação do sorogrupo C. 

Palavras-chave: Neisseira meningitidis, portador, colonização, sorogrupo

 

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Biblioteca da Fiocruz Bahia oferece Curso PubMed

A Biblioteca de Ciências Biomédicas Eurydice Pires de Sant’Anna está com inscrições abertas para o Curso PubMed, que visa dar treinamento para uso de ferramentas e fontes de informação científica. Esta atividade integra o Programa de Treinamentos Continuados. As vagas são limitadas.

Para inscrições e outras informações, clique aqui.

Curso PubMed
Data: 12 de julho
Horário: das 15h às 17h
Local: Sala de Aula I da Biblioteca – Fiocruz Bahia. Rua Waldemar Falcão, nº 121. Candeal.

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Divulgada chamada para participação de estudantes da Pós-Graduação da Fiocruz Bahia na SNCT

A Coordenação de Ensino da Fiocruz Bahia divulga chamada para participação de estudantes da Pós-Graduação da instituição na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT): Monitoria e Apresentação de Trabalhos. Os interessados em se candidatar devem encaminhar a documentação até o dia 30 de julho. No ano de 2018, a SNCT abordará o tema “Ciência para a Redução das Desigualdades”. As atividades da Fiocruz Bahia na Semana terão como público-alvo estudantes de ensino médio e ocorrerão nos dias 18 e 19/de outubro de 2018.

A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) é realizada anualmente, no mês de outubro, sob a coordenação do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), por meio do Departamento de Difusão e Popularização da Ciência e Tecnologia (DEPDI/SECIS). A SNCT tem como objetivo contribuir para a popularização da Ciência e Tecnologia, através de atividades inovadoras, lúdicas, com linguagem acessível e que despertem o interesse e curiosidade da população pela Ciência.

Clique aqui e confira a programação e outras informações.

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Dengue aumenta em três vezes o risco de morte materna, aponta estudo

 Em grávidas com Dengue Hemorrágica esse risco é de até 450 vezes mais

A dengue coloca um quarto da população mundial sob riscos de saúde, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Um estudo publicado nesta semana indica que atenção à mulher grávida infectada com dengue deve ser ainda maior, devido ao risco de morte ser três vezes maior do que em gestantes sem a doença. O risco de óbito materno chega a ser 450 vezes maior quando a mulher possui dengue hemorrágica, a forma mais grave da infecção.

O artigo tem como principal autora a epidemiologista Enny Paixão, pesquisadora do Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), e foi publicado com o título “Dengue in pregnancy and maternal mortality: a cohort analysis using routine data” no periódico Scientific Reports, da Nature, nesta segunda-feira, 2 de julho.

O estudo faz parte da tese de doutorado de Paixão, realizado na London School Hygiene of Tropical Medicine, sob a orientação da professora Laura Rodrigues. No ano passado, a pesquisa conduzida por Paixão já havia relacionado à dengue durante a gestação com o aumento do risco de óbito fetal. Além do Cidacs-Fiocruz Bahia, da London School, a pesquisa foi feita com a participação também de pesquisadores do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/Ufba).

Metodologia

Para obter essas evidências, a pesquisa usou dados obtidos de bases governamentais, os chamados dados administrativos, dos Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc), o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). O estudo foi realizado por meio de técnica denominada linkage probabilístico, em que as informações (como nome e data de nascimento) de diferentes bases são cruzadas com o intuito de encontrar o mesmo indivíduo.

No período entre 1º de janeiro de 2007 e 31 de dezembro de 2012, houve 10.259 registros de óbitos maternos por diferentes causas. Para compor a amostra estudada, foram excluídas os registros de mulheres com diagnóstico de aborto ou com os óbitos fetais (pois o grupo de comparação eram nascidos vivos), os óbitos de mulheres que não foram associadas nem com os óbitos fetais, nem com os nascidos vivos,  e aqueles que não havia como atribuir a situação de dengue ou não. Assim ao final foram utilizados 4.053 mortes maternas e 17.391.826 nascidos vivos como grupo comparação.

Relevância

Os resultados encontrados no estudo demonstram a importância de priorizar os exames de diagnóstico de dengue durante o periodo gestacional. Quando a dengue foi diagnosticada por análise dos sintomas, esse grupo revelou três vezes mais riscos de morte. Já quando o diagnóstico foi confirmado por exame laboratorial, esse risco aumentou em oito vezes.

Já quando a paciente apresentou o quadro de dengue hemorrágica confirmado por análise laboratorial, houve o aumento de mortalidade materna em 450 vezes. Os autores destacam que mudanças fisiológicas na gestação podem mascarar sintomas de dengue hemorrágica, dificultando o diagnóstico. Isso implica que, provavelmente, há casos de dengue hemorrágica que chegaram ao óbito sem serem diagnosticados.

O estudo também observou que pré-eclâmpsia e eclâmpsia, complicações associadas ao descontrole da pressão arterial na gravidez, eram mais frequentes no grupo com dengue. “No nosso estudo achamos que a frequência dessas complicações foi maior no grupo com dengue do que no grupo comparação, mas outros estudos precisam ser feitos para verificar essa relação”, afirmou a pesquisadora Enny Paixão. “Quando a infecção for diagnosticada, a paciente deve ser acompanhada de perto para se evitar o óbito”, diz.

Mortes maternas

Para o estudo, foi utilizada a definição da 10ª revisão da Classificação Internacional de Doença (CID-10) em que é considerada morte materna “a morte de uma mulher durante a gestação ou dentro de um período de 42 dias após o término da gestação, independentemente da duração ou da localização da gravidez, devida a qualquer causa relacionada com ou agravada pela gravidez ou por medidas em relação a ela, porém não devida a causas acidentais ou incidentais”, em conformidade com a OMS.

Reduzir a mortalidade materna é um Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). No Brasil, de acordo com a publicação Saúde Brasil: 2017 – Uma análise da situação de saúde e os desafios para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, houve um aumento na vigilância de houve um aumento na investigação da morte materna o percentual de incremento de óbitos maternos entre a notificação do óbito e a classificação obtida após a investigação tem se mostrado inconstante entre as unidades da Federação ao longo dos anos. No Brasil, em 2015, o incremento foi de 28%, sendo os maiores incrementos observados na Região Sudeste (35%) e Nordeste (28%).

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Alunos egressos da Fiocruz se reuniram na Casa de Oswaldo Cruz

À esquerda, o egresso do IGM, Theo Araujo, durante o encontro. Foto: Peter Ilicciev.

Estudantes formados nas diversas unidades da Fiocruz se reuniram durante o Encontro de Egressos dos Cursos da Fiocruz. O evento, promovido pela Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, que ocorreu no dia 28 de maio, no Museu da Vida (Casa de Oswaldo Cruz | Fiocruz), no Rio de Janeiro, abordou as experiências dos alunos egressos durante o período que estiveram na instituição.

A cerimônia contou com a presença do vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Manoel Barral-Netto, e do coordenador-adjunto da Educação, Milton Ozório Moraes. Do Instituto Gonçalo Moniz (IGM/ Fiocruz Bahia), o aluno egresso homenageado foi Theo Araujo, que teve toda a sua formação acadêmica, desde a Iniciação Científica (IC) até o Doutorado, na Fiocruz Bahia.

No evento, Theo foi convidado a discursar e descreveu um pouco da importância da Fiocruz em sua formação, além dos desafios posteriores a sua saída da Fiocruz Bahia. “Sempre me considerei um privilegiado por estar em um ambiente prolífico como a Fiocruz. Hoje, me declaro um cientista que transita em diferentes áreas do conhecimento. A instituição me possibilitou a experiência em diferentes laboratórios, com profissionais de excelência, que não saem da minha lembrança, e que hoje são parceiros, colaboradores. Me possibilitou a inserção no cenário científico internacional, pois sempre buscamos a excelência em nossas pesquisas”, afirmou.

Também, agradeceu aos pesquisadores do IGM Patrícia Veras, Marcos André, Jorge Clarêncio, Claudia Brodskyn, Manoel Barral, Aldina Barral e Valeria Borges, além de Patrícia Bozza, do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), e Rodrigo Soares, do Instituto René Rachou (Fiocruz Minas), pelas contribuições em seus anos de formação.

Formação no IGM

Na Fiocruz Bahia, Theo Araujo foi estudante de Iniciação Científica, no período de 2003 a 2007, orientado pela pesquisadora da instituição, Valéria Borges. Em 2007, ingressou no Mestrado em Patologia Humana e Experimental (PGPAT), e em 2009 deu início ao doutorado no mesmo programa, concluindo em 2013. Ainda na instituição, fez 13 cursos complementares, que vão desde a escrita científica até métodos específicos na área de biologia celular, molecular e imunologia. Fora da Fiocruz Bahia, Theo fez Pós-doutorado, no Programa de Pós-doutorado Junior do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, na área de Imunofarmacologia. Hoje, é professor da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB). 

Theo Santos com a pesquisadora e orientadora, Valéria Borges (à direita) e a pesquisadora e co-orientadora, Patricia Bozza (à esquerda).

Valeria Borges comentou como foi o desenvolvimento de Theo e o que representa as conquistas dele para o PGPAT. “Durante todas as etapas de formação, Theo foi um estudante extremamente dedicado e envolvido com o tema de seu projeto. Ele concluiu a sua tese com três artigos publicados, sendo um deles capa do importante The Journal of Infectious Diseases, com uma contribuição original que abriu perspectivas para a linha de pesquisa que hoje ele coordena como professor adjunto da UFOB”.

A pesquisadora considera um grande privilégio ter sido orientadora de Théo. “Os sete anos de convívio foi de aprendizado mútuo e incentivo para que Theo trilhasse sua carreira de pesquisador. Agora, na atual posição de coordenadora do PGPAT, é importante registrar que o sucesso de Theo reflete o empenho na nossa pós-graduação em formar profissionais competentes, nucleadores de conhecimento e formação de recursos humanos qualificado”, completou. 

Durante o evento, o egresso abordou como a sua formação no instituto foi importante para a sua vida profissional. “Não tenho dúvida que a capacidade de captar recursos para a pesquisa que eu tenho hoje, bem como realizar o ensino e extensão na minha função de professor do magistério superior, são um constructo desses anos de convívio em um ambiente saudável e de espírito acadêmico, com amplas oportunidades de formação básica e complementar nas áreas da saúde”, declarou.

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Dissertação avalia a influência do diabetes no resultado da leishmaniose cutânea localizada

AUTORIA: Ícaro Bonyek Santos da Silva
ORIENTAÇÃO: Natália Machado Tavares
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “A INFLUÊNCIA DO DIABETES NA PATOGÊNESE DA LEISHMANIOSE CUTÂNEA: O PAPEL DO LEUCOTRIENO B4.”
PROGRAMA: Mestrado em Patologia Humana-UFBA /FIOCRUZ
DATA DE DEFESA: 17/07/2018

INTRODUÇÃO: A leishmaniose permanece como uma das doenças tropicais mais negligenciadas do mundo. A resposta imune do hospedeiro contra a Leishmania tem um papel crítico na eliminação dos parasitas, mas também é responsável pela inflamação e gravidade da doença. A forma cutânea localizada (LCL) é caracterizada pela presença de uma única lesão ulcerada na pele e inflamação descontrolada. A suscetibilidade aumentada de infecções de pele é uma das complicações do diabetes. Quando comparada ao estado euglicêmico, a hiperglicemia leva a alterações na produção de citocinas e quimiocinas pró-inflamatórias, principalmente pelo aumento da produção de leucotrieno B4 (LTB4), um mediador lipídico inflamatório.

OBJETIVO: Nesse contexto, o presente estudo teve como objetivo avaliar a influência do diabetes no resultado do LCL humano, considerando o papel do LTB4.

MATERIAL E MÉTODOS: Primeiramente, foram medidos os níveis séricos de mediadores inflamatórios, como LTB4, PGE2, IL-1β, IL-6, TNF-α e IL-10 por ensaio imunoenzimático (ELISA) em pacientes euglicêmicos ou hiperglicêmicos com LCL. Em seguida foi feito uma correlação com dados clínicos, como glicose, tempo, tamanho, número e área da lesão. Para determinar à suscetibilidade a infecção por Leishmania braziliensis, foi feito a infecção de macrófagos de indivíduos diabéticos ou não, cultivados em condições com baixa e alta concentração de glicose. O sobrenadante da cultura foi destinado a mensuração do LTB4 e as células para análise da expressão gênica de receptores do tipo Toll (TLR) e do BLT1.

RESULTADOS: Detectamos aumento de LTB4, IL-6 e TNF-α no plasma de pacientes diabéticos com LCL comparado a não diabético. Interessantemente, apenas o LTB4 apresentou correlação positiva com o tempo de cicatrização. Os ensaios in vitro indicam que a glicose aumenta a taxa de infecção e a viabilidade de parasitos de maneira dose-dependente em macrófagos humanos infectados por L. braziliensis. Além disso, a alta concentração de glicose modula negativamente BLT1, TLR2 e TLR4.

CONCLUSÃO: Juntos, esses resultados sugerem que pacientes diabéticos produzem altos níveis de LTB4 e que este está relacionado com o tempo de cicatrização. Além disso, altas concentrações de glicose aumentam a suscetibilidade de macrófagos à infecção por L. braziliensis através da modulação negativa de BLT1, TLR2 e TLR4 diminuindo assim, a ação do LTB4 produzido exacerbadamente.

Palavras-chave: LTB4; Diabetes; Leishmania baziliensis; Inflamação.

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Fiocruz Bahia participa da mobilização “Dois de Julho em Defesa da Ciência”

O Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia) participará da mobilização estadual em defesa da Ciência e Tecnologia, marcado para 2 de julho, dia da Independência da Bahia. A concentração dos participantes está marcada para as 07h00, no Largo da Lapinha, em Salvador. A expectativa é de contar com a presença de cerca de 500 cientistas baianos.

“Esta manifestação representa um momento de luta pela Ciência e Tecnologia, estamos unidos e clamando por mudanças no aporte de verbas, precisamos gerar conhecimentos e manter a qualidade da nossa Ciência. Um povo sem a ciência de qualidade perde muito da sua dignidade, cidadania e esperança em um futuro melhor para as novas gerações; precisamos da parceria da sociedade em prol dessa luta pela sustentabilidade da ciência”, declarou Marilda de Souza Gonçalves, diretora da Fiocruz Bahia.  

O intuito do protesto é chamar a atenção para o momento que a ciência e tecnologia no Brasil passa, em especial na Bahia, por conta da carência de recursos e investimentos financeiros para pesquisas e estímulo de projetos. Outras manifestações estão marcadas em cidades como Fortaleza, no dia 01 de julho, e Brasília, no dia 12 de julho, no Congresso Nacional. Jailson Andrade, presidente da Academia de Ciências da Bahia, afirma que a falta de apoio à ciência no Brasil chegou a uma situação dramática e a mobilização da sociedade se faz necessária para chamar atenção sobre a questão.

A mobilização está sendo organizada pela Academia de Ciências da Bahia (ACB) e conta com o apoio das instituições de ensino federais UFBA, UFOB, UFRB e UFSB, além das estaduais UNEB, UESF, UESB e UESC. Estão envolvidos também a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Instituto Federal da Bahia (IFBA), o IF-Baiano, a Academia de Letras da Bahia, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Baiana de Medicina Veterinária.

Com informações da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.

 

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Estudo investiga proteção gerada pela saliva de mosquito palha contra Leishmania

Durante a picada do mosquito transmissor da leishmaniose, conhecido como o flebotomíneo, é depositado na pele do hospedeiro uma combinação de saliva, parasitas, dentre outros fatores derivados de parasitas. Pesquisas anteriores têm demonstrado que a exposição constante a picadas de flebotomíneos não infectados induz respostas imunoprotetoras à Leishmania, encorajando estudiosos a identificar potenciais moléculas candidatas a vacina contra a doença.

Uma equipe coordenada pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Claudia Brodskyn, realizou um estudo que se concentrou na análise da proteína salivar LJM11, identificada como molécula imunogênica em cães, camundongos e pessoas contaminadas pela doença. A pesquisa concluiu que a imunização com a LJM11 protege contra infecção por Leishmania braziliensis, na presença de saliva do mosquito Lutzomyia longipalpis, em modelo experimental, utilizando camundongos. Os resultados foram descritos em artigo intitulado Immunization with LJM11 salivary protein protects against infection with Leishmania braziliensis in the presence of Lutzomyia longipalpis saliva, publicado na revista científica Acta Tropica. 

No Brasil, os flebotomíneos são conhecidos por diferentes nomes de acordo com sua ocorrência geográfica, como tatuquira, mosquito palha, asa dura, entre outros. O uso de uma proteína salivar como componente da vacina anti-Leishmania tem sido amplamente discutido, entretanto, a variedade de moléculas salivares entre diferentes espécies de vetores deve ser considerada. Para o presente estudo, foram analisadas apenas as salivas de flebotomíneos das espécies Lutzomyia longipalpis e Lutzomyia intermedia.

A LJM11 pertence à família das proteínas “yellow” presentes na glândula salivar dos flebotomíneos Lutzomyia e Phlebotomus. Em estudos anteriores, foi demonstrada sua capacidade de induzir uma resposta imune celular em vertebrados e observado que a imunização com a LJM11 resultou em proteção contra a infecção por Leishmania major transmitida por Lutzomyia longipalpis, evidenciando a capacidade de proteção dessa molécula. Na pesquisa, também foi investigado se a imunização com LJM11 é capaz de induzir uma resposta de proteção cruzada contra a infecção por L. braziliensis na presença de Lu. longipalpis ou Lu. Intermedia.

Como resultado, verificou-se que a imunidade gerada pela LJM11 protege camundongos contra infecção por L. braziliensis na presença de Lu. longipalpis, mas não na presença de Lu. Intermedia. Os achados também demonstraram que a proteção induzida por LJM11 pode ser específica para Lu. Longipalpis, destacando a importância da identificação de candidatos a vacinas contra a proteção cruzada, especialmente quando se considera áreas endêmicas onde diferentes espécies de flebotomíneos transmitem as mesmas espécies de Leishmania. De acordo com os pesquisadores, estes e outros resultados da pesquisa ressaltam a importância de avaliar a especificidade das respostas protetoras mediadas por saliva. 

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