Dissertação avalia potencial imunoestimulatório de vesículas extracelulares de macrófagos infectados por Mycobacterium bovis

AUTOR: Elissandro Miranda Martins
ORIENTADORA: Theolis Costa Barbosa Bessa
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “POTENCIAL IMUNOESTIMULATÓRIO DE VESÍCULAS EXTRACELULARES LIBERADAS DE MACRÓFAGOS INFECTADOS PELO Mycobacterium bovis BCG”.
PROGRAMA:  Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
DATA DE DEFESA: 24/09/2018

RESUMO

INTRODUÇÃO: Vesículas extracelulares (VEs) são estruturas envolvidas por membrana lipídica que podem conter componentes citoplasmáticos como proteínas, enzimas e ácidos nucléicos. Elas são encontradas em fluidos biológicos como plasma, soro, saliva e leite materno, e são liberadas por vários tipos celulares. Sua liberação e conteúdo variam conforme o estado da célula. Por exemplo, macrófagos infectados por Mycobacterium spp. induzem a sua maior produção e mudanças na composição. As VEs são consideradas como uma das principais vias de comunicação intercelular, em conjunto com fatores de crescimento, citocinas, nucleotídeos, lipídios, NO2 e moléculas de adesão, e são capazes de modular respostas imunes. Estudos preliminares sugerem que as VEs derivadas de macrófagos infectados exibem atividade pró-inflamatória e podem modular a migração de outras células para o foco da inflamação.

OBJETIVO: Avaliar a capacidade imunoestimulatória e antimicobacteriana de VEs derivadas de macrófagos infectados pelo Mycobacterium bovis BCG e do plasma de indivíduos saudáveis.

MÉTODOS: VEs foram isoladas a partir do sobrenadante de cultura de macrófagos humanos obtidos a partir de bolsas de sangue e infectados por M. bovis BCG (cepa vacinal Moreau-RJ), bem como do isolamento direto a partir do plasma de doadores saudáveis (VE-Plasma). As VEs foram caracterizadas morfologicamente, por microscopia eletrônica de transmissão (MET), quanto a tamanho e concentração por análise de rastreamento de nanopartículas (NTA) e bioquimicamente, quanto à presença de moléculas de superfície e citocinas internas. A atividade antimicobacteriana e o potencial imunoestimulatório das VEs foi avaliado em culturas de macrófagos humanos infectados ou não pelo BCG, através da quantificação da carga bacilar intracelular por unidades formadoras de colônias (CFU) e dosagem das citocinas IL-1β, IL-6, IL-8, IL-10 e TNF, respectivamente.

RESULTADOS: A caracterização morfológica por MET, e quanto a tamanho e concentração por NTA, sugerem que as VEs obtidas têm tamanho e formato compatíveis com a literatura, sendo maior a concentração de VE-Plasma. A origem e a capacidade de transportar antígenos foi confirmada pela presença de moléculas de superfície de macrófagos e a presença de receptores do complexo principal de histocompatibilidade do tipo II (MHC-II). VE-BCG mostraram carregar níveis aumentados de IL-6 e IL8 quando comparadas com VE-Meio e VE-Plasma. A atividade antimicobacteriana das VE-BCG e VE-Plasma foi confirmada, através da redução da carga bacilar intracelular. No entanto, não observamos mudança no perfil de liberação de citocinas no sobrenadante de culturas de macrófagos tratados com VEs.

CONCLUSÃO: Concluímos que macrófagos liberam VEs com características da célula originária e capacidade de apresentação de antígenos, e que quando infectados pelo BCG, liberam VEs que carregam citocinas pró-inflamatórias que de alguma forma favorece o macrófago frente a infecção pelo BCG quando usadas como tratamento para células infectadas.

Palavras-chave: Bacilo de Calmette-Guérin; imunomodulação; Tuberculose humana; Vesículas extracelulares.

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Poluição do ar e saúde em Salvador é tema de workshop

O Workshop Soprar Salvador 2018, que abordará o tema: Poluição do Ar e Saúde – Inovacão em busca de uma Salvador Resiliente, acontece no dia 28 de setembro, no Hotel Wish Bahia. O evento, realizado através de uma mobilização intersetorial articulada pela Fiocruz Bahia e pela Prefeitura Municipal de Salvador, tem como objetivo introduzir sistemas inovadores de modelagem da qualidade do ar aplicados à vigilância em saúde, direcionados à contribuição em ações de prevenção e mitigação do impacto da poluição do ar na saúde.

A inscrição para participar do workshop pode ser feita aqui, até dia 25 de setembro.

Na ocasião, será apresentado o Sistema Operacional de Previsão da Qualidade do Ar (SOPRAR), que caracteriza-se como uma ferramenta de gestão baseada na modelagem da qualidade do ar de ambiente urbano, elaborada para contribuir na ação de prevenção e suavizar o impacto da poluição do ar na saúde, ampliando a atuação do Centro de Monitoramento e Alerta de Defesa Civil (CEMADEC/ Prefeitura de Salvador). Também está previsto um debate para apontar as evidências científicas referentes ao impacto da poluição do ar na saúde humana e como o setor público pode alinhar estratégias de agenda de sustentabilidade dentro desta temática.

A aplicação principal do sistema é determinar indicadores de qualidade do ar e de risco à saúde relevantes para a vigilância em saúde ambiental e defesa civil, mapeando áreas de maior risco e vulnerabilidade para a população, fornecendo subsídios para a ativação de protocolos de serviços de comunicação e proteção relacionados ao tema.

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Fiocruz Bahia promove roda de conversa sobre valorização da vida

No contexto da Campanha Setembro Amarelo, dedicada à sensibilização para prevenção do suicídio, o Programa Diálogos Sobre Saúde Mental e Trabalho da Fiocruz Bahia promove a roda de conversa “Valorização da vida como prevenção para o suicídio”. O evento, gratuito e aberto ao público, acontece no dia 26 de setembro, às 14 horas, nas dependências da instituição.

A mediação da conversa será realizada pela psicóloga Ana Lucena de Sá (CRP 03/04488), especialista em Teoria e Práticas Clínicas em Atenção Psicossocial (Famed-UFBA/ Aliança de Redução de Danos Fátima Cavalcante) e Gestalt Terapeuta em formação (IGTBa/ Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública). Ana Lucena é militante do SUS, atuando na Saúde da Família em Salvador, preceptora da Residência de Desenvolvimento Infantil na Comunidade (REDICA/ISC – UFBA) e pesquisadora e entusiasta das Práticas Integrativas Complementares em Saúde (PICS).

O Programa Diálogos Sobre Saúde Mental e Trabalho da Fiocruz Bahia tem como objetivo dar visibilidade ao adoecimento mental, compreender suas relações com o trabalho e, por meio de um espaço aberto, planejado e institucionalizados de diálogo, construir coletivamente proposições para a transformação da realidade na direção de um ambiente mais saudável. Outros eventos estão programados para acontecer em outubro, mês em que se comemora o Dia Mundial da Saúde Mental (10/10) e o Dia do Servidor Público (28/10).

Saúde mental e trabalho

Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, a depressão é a principal causa de problemas de saúde e incapacidade em todo o mundo. Mais de 300 milhões de pessoas no mundo vivem com depressão. Esse número representa um aumento de mais de 18% nos casos, entre 2005 e 2015. Nas Américas, cerca de 50 milhões de pessoas viviam com depressão em 2015, ou seja, cerca de 5% da população. Cerca de 18% das pessoas vão apresentar depressão em algum período da vida.

Essa realidade impacta e é impactada pelas relações das pessoas com o trabalho. No Brasil, segundo o Ministério da Previdência Social, episódios depressivos geraram 43,3 mil auxílios-doença, em 2107, representando a 10ª doença com mais afastamentos. Somado a outros transtornos ansiosos, esse número eleva-se para 72,3 mil, colocando esse grupo de doenças no terceiro lugar em causas de afastamentos.

Roda de Conversa: Valorização da vida como prevenção para o suicídio
Quando: 26/09/2018
Horário: 14h às 16h
Onde: Sala de Aula II da Biblioteca – Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia). Rua Waldemar Falcão, 121, Candeal.

 

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Fiocruz Bahia sedia simpósio sobre assistência farmacêutica

As atividades dos Encontros Regionais Preparatórios para o 8º Simpósio Nacional de Ciência, Tecnologia e Assistência Farmacêutica (8º SNCTAF), rumo à 16ª Conferência Nacional de Saúde (8ª + 8), foram realizadas nos dias 13 e 14 de setembro, na Fiocruz Bahia. Promovido pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), as ações do evento acontecem em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e são organizadas pela Escola Nacional dos Farmacêuticos.

Com um dia e meio de duração, o objetivo do simpósio é propiciar o debate sobre ciência e tecnologia, assistência farmacêutica e atenção à saúde das pessoas com patologia, qualificando a atuação e intervenção dos participantes sobre a organização do acesso da população aos medicamentos e as novas tecnologias em saúde por meio do SUS. Participaram do evento representantes de conselhos regionais e de sindicatos, membros do controle social brasileiro, ativistas sociais, acadêmicos, usuários, trabalhadores e gestores do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Um ano antes das conferências, nós começamos a mobilizar os diversos setores da sociedade para que tenhamos debates mais profundos e mais apropriados sobre esses temas, para que propostas realmente importantes para cada região, desde os municípios, possam ser levadas à etapa federal”, explicou Silvana Nair Leite, coordenadora da Escola Nacional dos Farmacêuticos.

Serão 10 encontros regionais, que já aconteceram em Manaus, Curitiba e, agora, Salvador. “Os próximos irão acontecer em Recife e em Belo Horizonte, nas unidades da Fiocruz. Haverá também uma segunda etapa, em outubro”, adiantou Jorge Bermudez, chefe do Departamento de Política de Medicamentos e Assistência Farmacêutica da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/ Fiocruz).

A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, reafirmou o compromisso da Fiocruz como uma instituição que trabalha para o SUS e da importância da assistência farmacêutica. “Estamos passando por um momento crítico de restrição orçamentária e por outro lado vivenciamos a volta de doenças que foram erradicadas, como o sarampo e a poliomielite, além do aumento progressivo da sífilis, principalmente congênita, e de problemas da saúde pública como as arboviroses. Nós precisamos de medicamentos e de avaliar as políticas públicas que nós temos”, frisou. Marilda também representou a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade.

O presidente do CNS, Ronald Ferreira dos Santos, não pode estar presente, mas declarou, através de vídeo, sua expectativa com relação a contribuição do evento para a 16ª Conferência Nacional de Saúde. Ele afirmou que, por meio de discussões e reflexões, será possível fazer com que o SUS se desenvolva e “enfrente uma onda bastante forte de mercantilização da vida”.

Também participaram da abertura a conselheira nacional de saúde, Altamira Simões, representando o presidente do CNS; a coordenadora geral da Escola Nacional dos Farmacêuticos, Silvana Nair Leite; o presidente do Conselho Estadual de Saúde, Ricardo Mendonça; o vice-presidente da Federação Nacional dos Farmacêuticos, Fabio José Basilio; Tiago Morais, da Associação dos Laboratórios Oficiais Farmacêuticos do Brasil, representando Ronaldo Dias que é presidente da Bahiafarma; o presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Gustavo Vieira; e Luis Eugênio de Souza, conselheiro da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).

O conselheiro nacional de saúde e coordenador da Comissão de Patologias do CNS, Moises Toniolo; Jorge Bermudez; e Silvia Nair apresentaram as políticas de ciência, tecnologia, inovação e saúde e a política nacional de assistência farmacêutica, além da metodologia que os grupos de trabalho tiveram que seguir para as discussões.

Dentre os temas abordados, se destacaram Arboviroses, Doenças Negligenciadas, Penicilina e Farmácia Popular e a questão sobre a produção, pelo governo brasileiro, do genérico do medicamento Sofosbuvir, antirretroviral responsável por um dos tratamentos mais eficazes para a hepatite C.

Saiba mais 

O 8º SNCTAF acontecerá em dezembro, na sede da Fiocruz, no Rio de Janeiro, e se articula aos eixos: Saúde das Pessoas com Deficiência; e Assistência Farmacêutica e Ciência e Tecnologia. Neste sentido, o relatório dos Encontros Regionais realizados agora servirá de subsídio ao 8º SNCTAF, que, em seguida, levará suas contribuições para a 16ª Conferência, marcada para 2019.

A 16ª Conferência é o maior evento de participação social no Brasil e terá como tema central Democracia e saúde: saúde como direito e consolidação e financiamento do SUS. No decorrer de 2018, o CNS deliberou que uma série de atividades aconteçam de forma articulada com questões transversais de equidade, saúde de pessoas com patologias, ciclos de vida, promoção, proteção e práticas integrativas, alimentação e nutrição e educação permanente.

Todas essas pautas estarão presentes na 16ª Conferência, distribuídas pelos seguintes eixos: Saúde das Pessoas com Deficiência; Assistência Farmacêutica e Ciência e Tecnologia; Saúde Bucal; Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora; Saúde Mental; Saúde da População Negra; Recursos Humanos e Relações de Trabalho; e Orçamento e Financiamento.

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Pesquisador da Fiocruz Bahia recebe Prêmio Roberto Santos de Mérito Científico

O agraciado Edgar Carvalho ao lado de Marilda Gonçalves e Lazaro Cunha.

O pesquisador da Fiocruz Bahia, Edgar Marcelino de Carvalho Filho, recebeu, ontem (12/9), o IV Prêmio Roberto Santos de Mérito Científico, na grande área “Ciências Biológicas e da Vida” – Edição 2018. Concedido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), a escolha do cientista para o prêmio foi com base nas análises das trajetórias acadêmicas e inserção social da produção intelectual. Também foram avaliadas as parcerias nacionais e internacionais, a contribuição para a formação de recursos humanos; e a colaboração com o sistema de fomento e pesquisa no país.

Edgar Carvalho agradeceu o reconhecimento. “Esse é um momento de comemoração, de celebração que muito me honra, mas não poderia deixar de destacar que nós estamos fazendo essa premiação num momento muito difícil para a pesquisa no Brasil, principalmente na Bahia”, afirmou. O pesquisador, que também é membro da Academia Brasileira de Ciências e da Academia de Ciências da Bahia, destacou o papel fundamental da educação e da pesquisa científica para o desenvolvimento.

“Espero que esse prêmio continue a ser oferecido e a Fapesb continue contribuindo apara a ciência. Que esse prêmio seja estímulo para jovens que estão começando a abraçar a carreira cientifica”, comemorou. Além da placa de honra ao mérito, Edgar Carvalho foi contemplado com o valor de R$30 mil.

Na abertura da solenidade, a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, fez uma apresentação sobre a “Pesquisa Científica no Campo da Saúde”. Antes de ministrar o tema, a diretora se declarou “extremamente” honrada em realizar a apresentação que aconteceu também em comemoração ao aniversário de 17 anos da Fapesb. “Gostaria de parabenizar e reforçar a importância o papel da Fapesb no desenvolvimento da ciência na Bahia. Nós precisamos estar estimulados para poder vencer momentos difíceis como o que a ciência se encontra”, disse.

O presidente da Fapesb comentou que o nome da premiação não poderia ser mais apropriado. “O professor Roberto Santos a todo momento demonstra uma energia positiva que chega a todos e nos fortalece. Hoje, nós estamos contemplando pesquisadores das ciências biológicas e da vida, áreas extremamente estratégicas para desenvolver nosso país tendo em vista a quantidade de dificuldades e doenças que estamos enfrentando e que cada vez mais reforça a importância da pesquisa cientifica para enfrentar esses desafios”, afirmou Lázaro Cunha.

Encerrando o evento, o ilustre Roberto Santos, que entregou o prêmio ao pesquisador, afirmou que é uma grande satisfação participar de um momento tão importante para a vida da Bahia. “É um prazer ver o trabalho do doutor Edgar Marcelino, que se destaca por seu potencial acadêmico. É merecedor de muitos prêmios no campo das ciências médicas. Por isso, cumprimento o professor Marcelino pelo excelente trabalho que tem feito em todos os cargos que ocupou de forma merecida, até mesmo no enfretamento das dificuldades. Isso nos faz ter confiança na nossa juventude”, finalizou. Ele também fez questão de cumprimentar a Fapesb por proporcionar um momento de satisfação para a ciência baiana.    

Também estiveram presentes no evento, o chefe de gabinete da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia (Secti), Igor Galvão; o professor Thierry Petit Lobão, representando o reitor da Universidade Federal da Bahia, a professora Eliana Azevedo, representando a Academia de Ciências da Bahia; e a Secretária de Políticas para as Mulheres da Bahia, Julieta Palmeira.

Sobre o pesquisador

Edgar Marcelino de Carvalho Filho nasceu em Salvador (Bahia) e é graduado em Medicina pela Universidade Federal da Bahia (UFBA/ 1973). Fez especialização em Reumatologia e Imunologia pela University of Virginia (1979), mestrado (1977) e doutorado (1986) em Medicina e Saúde pela UFBA e pós-doutorado em Imunologia no Weill Cornell Medical College (1990-1991).

Tem formação em Clínica Médica com ênfase em Imunologia Clínica, Doenças Tropicais e Reumatologia, e tem como principais áreas de atuação em pesquisa a Imunopatogênese das leishmanioses, imunopatologia e manifestações clínicas associadas à infecção pelo HTLV-1, Imunopatogênese da Esquistossomose, Influência das helmintíases na resposta imune das doenças inflamatórias crônicas e doenças auto-imunes e Imunoterapia nas doenças infecciosas. Foi bolsista do Howard Hugges e Presidente da Sociedade Brasileira de Imunologia.

Atualmente, é Pesquisador do Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia), Professor Titular Aposentado de Clínica Médica da UFBA, Professor Titular Aposentado de Imunologia da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública e Pesquisador Associado do Serviço de Imunologia do Hospital Universitário Professor Edgard Santos (HUPES/UFBA). É também Professor Adjunto do Weill Cornell Medical College e Professor Adjunto da University of Iowa. É editor do Plos Neglected Tropical Diseases, e do corpo editorial do Case Reports in Medicine e da Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. É Coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Medicina Tropical.

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Divulgado resultado da seleção para Profortec-Saúde

A Coordenação de Ensino da Fiocruz Bahia torna público o resultado preliminar do processo seletivo para participação no Programa de Formação Técnica em Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde – PROFORTEC-Saúde.

Os pedidos de recurso e esclarecimento devem ser encaminhados para o e-mail profortec@bahia.fiocruz.br até o dia 18/09. Como critério de desempate foram utilizados a maior nota na prova de conhecimentos específicos e, quando persistiu o empate, a idade dos candidatos, sendo priorizado o candidato com maior idade.

Clique aqui para conferir a lista e outras informações.

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Tese do PgPAT é premiada em congresso internacional sobre esquistossomose

Thiago Pereira (esquerda) ao lado do Vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, Rodrigo Correa, durante o simpósio.

A tese realizada através do Programa de Pós-Graduação em Patologia Humana e Experimental (PgPAT – Fiocruz Bahia/UFBA), de autoria do estudante egresso de doutorado, Thiago Pereira, recebeu o prêmio José Pellegrino de Melhor Tese, no 15º Simpósio Internacional em Esquistossomose. O evento, que esse ano aconteceu entre os dias 1º e 3 de agosto, no Rio de Janeiro, é a maior reunião internacional sobre a doença e o prêmio homenageia um dos mais importantes e renomados pesquisadores da área.

Thiago defendeu a tese intitulada “Participação da via do Hedgehog na fibrose hepática da esquistossomose humana e murina experimental” em agosto de 2015, orientado pelo pesquisador emérito da Fiocruz Bahia, Zilton de Araújo Andrade, e pelo professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), José Roberto Lambertucci. A tese identificou que antígenos do ovo do Schistosoma mansoni induzem diretamente a produção de ligantes Hedgehog em macrófagos, induzindo fibrose e remodelamento vascular. A via Hedgehog é uma importante via de sinalização durante o desenvolvimento embrionário que controla a proliferação e diferenciação celular.

No trabalho, também foi observado que a inibição farmacológica da via do Hedgehog foi capaz de bloquear a ativação alternativa de macrófagos, a fibrogênese e a angiogênese, indicando que o bloqueio dessa via poderia beneficiar pacientes com a forma hepatoesplênica da esquistossomose que apresentam fibrose avançada e hipertensão portal. Além de apontar a via do Hedgehog como um novo e importante alvo terapêutico, foi identificado que a osteopontina, gene alvo da via do Hedgehog, pode ser um novo biomarcador de intensidade da fibrose e da hipertensão portal.

Para o egresso, foi muito gratificante receber o reconhecimento da comunidade científica pelos quatro anos dedicados a esse projeto. “Sinto-me extremamente honrado e no dever de continuar a dedicar os meus esforços para elucidar os mecanismos moleculares envolvidos na patogênese da esquistossomose e desenvolver novas intervenções que possam reverter as sequelas da infecção, especialmente fibrose hepática e hipertensão porta”, declarou.

Atualmente, Thiago está realizando estágio de pós-doutorado no Instituto de Células-Tronco e Medicina Regenerativa da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, investigando a interação da via do Hedgehog com outras vias pró-fibrogênicas, como IL-13 e TGFbeta, e desenvolvendo novas estratégias terapêuticas anti-fibrose para esquistossomose e cirrose hepática.

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Dengue na gravidez pode causar má-formação do cérebro do bebê

Toda vez que se fala em má formação em bebês devido ao Aedes aegypti logo se imagina a microcefalia, causada pelo vírus da zika. Mas a novidade científica é que a dengue, transmitida pelo mesmo vetor e velha conhecida dos brasileiros, pode aumentar em 50% as chances de a criança nascer com problemas neurológicos.  Estas conclusões fazem parte das investigações de pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/Ufba) e London School of Hygiene and Tropical Medicine (LSHTM).

Observando os registros de 16 milhões de nascidos vivos, entre 2006 e 2012, os pesquisadores encontraram uma taxa de 6 crianças com má formação congênita a cada 100 mil nascidos. Contudo, quando a mãe apresentou quadro de Dengue durante a gestação as chances de a criança apresentar má-formação neurológica foi 50% maior do que aquelas mães que não tiveram dengue. O achado foi divulgado no artigo Symptomatic Dengue during Pregnancy and Congenital Neurologic Malformations”, publicado na edição de setembro da revista Emerging Infectious Diseases, do Center for Diseases Controls and Prevention (CDC).

A epidemiologista Enny Paixão, que lidera a investigação, frisa que as anomalias neurológicas durante a gestação são consideradas raras, ocorrendo em apenas 0.08% dos nascimentos da amostra. E é justamente por serem eventos bastante raros, que esses desfechos somente puderam ser observados agora, com estudos de grande volume de dados. O estudo observou que má-formações da medula espinhal e do cérebro foram quatro vezes mais frequentes em mulheres com dengue durante a gestação. Entretanto não foi observado associação com microcefalia.

Estudos anteriores

Este grupo de pesquisadores publicaram recentemente outros dois estudos sobre as consequências da dengue na gestação. Publicado na Scientific Reports, um dos ahads mostra que a dengue pode aumentar em quatro vezes as chances de morte materna (mulheres que estão desde a gestação até a 42 dias após o parto). Os pesquisadores mostraram que em quadros com dengue hemorrágica as chances de morte chegam a ser 450 vezes maior.

No estudo anterior, o grupo identificou que a dengue durante a gestação quase dobra a probabilidade de um bebê nascer morto ou morrer durante o parto, enquanto a dengue severa aumentaria em cinco vezes as chances de um natimorto.

Sobre o Cidacs

 O Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs) é uma instituição de estudos e pesquisas baseada em projetos interdisciplinares originados na integração de grande volume de dados. Com auxílio de recursos computacionais de alto desempenho e do conhecimento já acumulado pelos pesquisadores associados, o Cidacs contribui para a produção de conhecimentos científicos inovadores para ampliar o entendimento dos determinantes e das políticas sociais e ambientais sobre a saúde da população, além de apoiar tomadas de decisões em políticas públicas, em benefício da sociedade.

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Cerimônia de condecoração de Pesquisadores Eméritos é realizada na Fiocruz Bahia

Em cerimônia conduzida pela presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade Lima, foi entregue, no dia 31 de agosto, os títulos de Pesquisador Emérito da Fiocruz aos pesquisadores Bernardo Galvão Castro Filho, Gabriel Grimaldi Filho e Ricardo Ribeiro dos Santos. A solenidade, que ocorreu no auditório Aluízio Prata, no Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia), teve a mesa composta pela diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, pelo vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Manoel Barral Netto, e por Nísia Trindade.

A honraria de Pesquisador Emérito da Fiocruz é dada aos cientistas que têm grande experiência no campo científico, com décadas de dedicação à pesquisa e à formação de profissionais, com reconhecimento nacional e internacional.

O evento abriu com a mestre de cerimônia, Carla Cavalcanti, dando as boas-vindas aos convidados e passando a palavra à mesa. Marilda deu início destacando a honra de ter apresentado o memorial dos pesquisadores no Conselho Deliberativo da Fiocruz (CD), no qual os títulos foram aprovados por unanimidade. Ressaltou, ainda, a importância do papel que cada um deles exerceu nas políticas públicas e pesquisa em suas áreas. “É uma honra para o IGM ter esses pesquisadores como eméritos na nossa instituição”, disse.

Em seguida, o vice-presidente abordou a importância do reconhecimento acadêmico através de condecorações como esta, tradição que tem se perdido conforme o tempo. “Cada um teve contribuições em campos diferentes, mas todos fizeram avançar o conhecimento. Que nós possamos como instituição prestar essa homenagem e agradecer as contribuições que todos fizeram”, acrescentou Manoel Barral.

Ao público, Nísia explicou que “o pesquisador emérito é um reconhecimento a carreiras de alta qualidade científica, que prestam relevantes serviços ao conhecimento e ao SUS”. A presidente também cumprimentou os representantes das instituições presentes na cerimônia, ressaltando a presença de representantes e do presidente da Associação de Pacientes com HTLV (Associação HTLVida), Francisco Daltro, salientando a importância para a Fiocruz do trabalho integrado com as associações de pacientes.

Nísia aproveitou a cerimônia para comentar sobre o momento em que o país se encontra na área da saúde e da pesquisa, destacando a importância de fomento para ideias inovadoras. Um dos programas que estimulará esse desenvolvimento é o Inova Fiocruz, que tem como objetivo incentivar a transferência para a sociedade do conhecimento gerado em todas as áreas de atuação da fundação. A presidente agradeceu a comunidade da Fiocruz Bahia pela submissão de projetos ao edital.

Em homenagem aos eméritos, houve um momento para a leitura de memorial, que retratou resumidamente a vida acadêmica e profissional de cada pesquisador. Coube a Geraldo Gileno, pesquisador do Laboratório de Patologia Estrutural e Molecular (LAPEM) da Fiocruz Bahia, a leitura do memorial de Gabriel Grimaldi e a Marilda Gonçalves ler os memoriais de Bernardo Galvão e Ricardo Ribeiro.

No encerramento, os cientistas receberam a condecoração da mesa de honra e uma placa de homenagem. Na oportunidade, Bernardo Galvão agradeceu o prestígio de ter recebido o título de Pesquisador Emérito da Fiocruz e agradeceu o apoio da família, terminando sua fala com um apelo à Fiocruz e aos órgãos de saúde, que dessem mais prioridade ao Vírus Linfotrópico da célula T humana (HTLV) nas suas agendas institucionais.

Ricardo Ribeiro disse estar muito honrado com o reconhecimento de sua carreira acadêmica e seus esforços nas pesquisas em saúde e agradeceu à Milena Botelho, pesquisadora da instituição, como importante parceira em projetos. Ao final, Gabriel Grimaldi, emocionado, agradeceu à instituição pelo reconhecimento de sua trajetória na ciência.

Confira as fotos:

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Palestra sobre bem estar, valores e comportamentos está com as inscrições abertas

A palestra “Bem Estar, Valores e Comportamentos” discutirá a amplitude do bem estar e sua vinculação com a forma como são estabelecidos e preservados os comportamentos humanos, a partir do resgate de valores essenciais que alicerçam a base das experiências positivas, da condução do propósito de vida e do legado a ser oferecido à sociedade. O evento acontecerá dia 10 de outubro, às 9 horas, na Fiocruz Bahia.

As inscrições podem ser realizadas clicando aqui. Será emitido certificado a todos os participantes.

O professor Ramon Almeida, diretor das Organizações Brahma Kumaris e conselheiro da Junior Achievement Bahia, ministrará a palestra. O público-alvo são profissionais e estudantes da área de saúde com interesse em aprimorar o conhecimento sobre a relação saúde e ambiente em suas dimensões individual e coletiva, bem como sobre as estratégias que contribuem para a promoção da saúde e da qualidade de vida no planeta.

O ciclo de palestras do Programa Fiocruz Saudável do Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia) tem como objetivo fomentar reflexões acerca de pressupostos de qualidade de vida e proteção ambiental, questões que atualmente integram o conceito de saúde.

Palestra “Bem Estar, Valores e Comportamentos”
Data: 10 de outubro de 2018
Horário: 09 horas
Local: Rua Waldemar Falcão, n 121, Candeal – Fiocruz Bahia

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Confira as inscrições homologadas para seleção de candidatos ao Profortec-Saúde

A Coordenação de Ensino da Fiocruz Bahia torna pública a homologação das inscrições para participação no processo seletivo de candidatos à Qualificação em Serviço do Programa de Formação Técnica em Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (Profortec-Saúde). Também, convoca os candidatos para a realização da prova teórica, que ocorrerá no dia 06 de setembro de 2018, na sede da Fiocruz Bahia.

Clique aqui para conferir a lista de inscrições homologadas e informações sobre a realização da prova.

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Fiocruz Bahia receberá encontro sobre Ciência, Tecnologia e Assistência Farmacêutica

Clique na imagem para ampliar.

O Conselho Nacional de Saúde (CNS) está promovendo Encontros Regionais Preparatórios para o 8º Simpósio Nacional de Ciência, Tecnologia e Assistência Farmacêutica (8º SNCTAF), que integra as atividades rumo à 16ª Conferência Nacional de Saúde (8ª + 8). A próxima turma será realizada na Fiocruz Bahia, nos dias 13 e 14 de setembro. Para participar, basta preencher o formulário de inscrição online. Confira a programação e outras informações aqui.

As ações acontecem em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e são organizadas pela Escola Nacional dos Farmacêuticos. As atividades são voltadas aos membros do controle social brasileiro, ativistas sociais, acadêmicos, usuários, trabalhadores e gestores do Sistema Único de Saúde (SUS).

O 8º SNCTAF acontecerá em dezembro, na sede da Fiocruz, no Rio de Janeiro, e se articula aos eixos: Saúde das Pessoas com Deficiência; e Assistência Farmacêutica e Ciência e Tecnologia. Neste sentido, o relatório dos Encontros Regionais realizados agora servirá de subsídio ao 8º SNCTAF, que, em seguida, levará suas contribuições para a 16ª Conferência, marcada para 2019.

O objetivo do simpósio é propiciar o debate sobre ciência e tecnologia, assistência farmacêutica e atenção à saúde das pessoas com patologia,  qualificando a atuação e intervenção dos participantes sobre a organização do acesso da população aos medicamentos e as novas tecnologias em saúde por meio do SUS.

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Pesquisadores da Fiocruz Bahia recebem título de Emérito da Fiocruz

A Fiocruz Bahia realiza, no dia 31 de agosto de 2018, a entrega do título de Pesquisador Emérito da Fiocruz aos pesquisadores Bernardo Galvão Castro Filho, Gabriel Grimaldi Filho e Ricardo Ribeiro dos Santos. O evento será realizado às 16h30 horas, no Auditório Aluízio Prata, na sede da Fiocruz Bahia. A cerimônia será conduzida pela presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, e contará com a participação do vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Manoel Barral Netto.

O título de Pesquisador Emérito da Fiocruz ratifica a excelência do trabalho dos pesquisadores homenageados, que têm vasta experiência no campo científico, o que se traduziu em reconhecimento nacional e internacional, com décadas dedicadas à pesquisa e à formação de profissionais, além de terem conquistado outras honrarias científicas.

Confira um pouco da trajetória de cada um deles na Fiocruz:

Bernardo Galvão Castro Filho

Formou-se em medicina pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), em 1969. Em 1979, implantou o Centro de Imunologia Parasitária do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/RJ) da Fiocruz, que deu origem ao Departamento de Imunologia, congregando pesquisadores que se destacaram internacionalmente na área de doenças parasitárias. Em 1982, iniciou trabalhos pioneiros na área de AIDS, tendo isolado o HIV pela primeira vez na América Latina, contribuindo para implantação da triagem deste vírus nos bancos de sangue do país. Em 1988, transferiu-se para a Fiocruz Bahia, onde implantou o Laboratório Avançado de Saúde Pública (LASP), que se constituiu no Laboratório Nacional de Referência do Ministério da Saúde para o Diagnóstico HIV/HTLV. Em 2001, implantou o Centro Integrativo Multidisciplinar de HTLV-1 da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP). Atualmente, o Dr. Bernardo Galvão Filho é Professor Titular da EBMSP e coordenador do Centro de Neurociências e do Centro Integrativo Multidisciplinar de HTLV da mesma instituição. É também Membro da Academia de Medicina da Bahia, da Academia de Ciências da Bahia e do Conselho Diretor da Academia de Ciências da Bahia.

Gabriel Grimaldi Filho 

Formou-se em medicina pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), em 1972. Em 1978, ingressou como Pesquisador Titular na a Fundação Oswaldo Cruz, no Instituto Oswaldo Cruz (IOC/RJ). Os estudos multidisciplinares realizados contribuíram para estabelecer avanços em áreas prioritárias da Saúde, com a geração de novos conhecimentos e instrumentos diagnósticos em Leishmaniose. Entre outros marcos obtidos, destacam-se a inserção do grupo de pesquisa em Redes de Pesquisa nacional e internacional e o credenciamento da Coleção de Leishmania do Instituto Oswaldo Cruz (CLIOC) como Serviço de Referência vinculado ao Centro de Referência Nacional em Leishmaniose Tegumentar Americana, que integra a Rede de Centros de Recursos Biológicos para Avaliação da Conformidade de Material Biológico. Em 2013, foi transferido para a Fiocruz Bahia, onde atuou como pesquisador até 2015. Durante este período, passou a liderar o grupo Núcleo de Pesquisa em Leishmaniose. Atualmente, atua como Pesquisador Colaborador da Fiocruz Bahia e desenvolve pesquisas que estão focadas no uso de primatas não humanos como modelos para estudos de desenvolvimento de drogas e vacinas contra doenças periodontais.

Ricardo Ribeiro dos Santos

Formou-se em medicina pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), em 1969. Em 1979, ingressou como  Pesquisador Titular na Fundação Oswaldo Cruz. Recebeu vários prêmios pelos seus trabalhos e produção científica, incluindo o de Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico (MCT). Atuou como coordenador de vários projetos, dentre eles o Instituto do Milênio de Bioengenharia Tecidual (IMBT/MCT, 2001-2005), o Estudo Multicêntrico de Terapia Celular em Cardiopatia Chagásica, o Instituto de Terapia Celular da Bahia e projetos da Rede Nordeste de Biotecnologia (RENORBIO). Atualmente, é Coordenador de Pesquisas Básicas do Hospital São Rafael (HSR) – Monte Tabor Centro Ítalo Brasileiro de Promoção Sanitária, onde implantou o Centro de Biotecnologia e Terapia Celular (CBTC). Tem experiência nas áreas de imunologia, patologia, farmacologia e terapia celular, com ênfase na doença de Chagas, terapia com células-tronco para doenças degenerativas e traumáticas e farmacologia de produtos naturais e sintéticos.

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Dieta pode modificar tendência genética à obesidade

Mesmo quando a genética predispõe a criança à obesidade, a alimentação pode modificar essa tendência. Um estudo inédito mostra que a redução de bebidas açucaradas e cereais refinados pode modificar a atuação de receptores de hormônios que produzem a sensação de saciedade. O achado foi publicado em agosto na Nutrients, revista de alto impacto científico.

O estudo, liderado pela pesquisadora do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) e da Escola de Nutrição da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Aline Rocha, buscou compreender o efeito da alimentação no gene receptor da leptina, um hormônio que faz a conexão neural e sinaliza para o corpo a hora de parar de comer.

Os autores identificaram que o consumo de bebidas açucaradas (refrigerantes e sucos artificiais) e cerais refinados (farinha de trigo, pão, biscoito, bolos, etc.) causam alterações no gene receptor da leptina, comprometendo a transmissão desse sinal. Assim, esses alimentos agiriam no organismo intensificando a tendência genética para obesidade.

“Esses achados sugerem que o consumo acima da mediana de bebidas açucaradas e cereais refinados potencializa o efeito no ganho de peso em indivíduos que são geneticamente predispostos ao armazenamento de gordura corporal”, comentou Rocha.

Estudo

Os pesquisadores estudaram a dieta alimentar de 1.211 crianças entre quatro e 11 anos, todas moradoras de Salvador. Na amostra do estudo, uma a cada dez crianças estava acima do peso ideal – divididos entre 8,8% que estavam na faixa acima do peso e 4,8% foram considerados obesos.

Essas crianças tiveram seus dados genéticos integrados ao Programa Social Changes, Asthma and Allergy in Latin America Programme (SCAALA) da Plataforma de Epidemiologia Genética (Epigen), que reúne dados genômicos de milhares de brasileiros visando buscar respostas sobre questões de saúde pública, como a obesidade.

O estudo contou ainda com a colaboração de pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia), Universidade Salvador, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UERJ), Case Western Reserve University e London School of Hygiene and Tropical Medicine.

Sobre o Cidacs

O Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs) é uma instituição de estudos e pesquisas baseada em projetos interdisciplinares originados na integração de grande volume de dados. Com auxílio de recursos computacionais de alto desempenho e do conhecimento já acumulado pelos pesquisadores associados, o Cidacs contribui para a produção de conhecimentos científicos inovadores para ampliar o entendimento dos determinantes e das políticas sociais e ambientais sobre a saúde da população, além de apoiar tomadas de decisões em políticas públicas, em benefício da sociedade.

 

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Tese apresenta banco de dados de informações filogenéticas, clínicas e epidemiológicas para arbovírus

AUTORA: Maria Inés Valderrama Restovic
ORIENTADORA: Luiz Carlos Junior Alcantara
TÍTULO DA TESE: ARTHROPOD BORNE VIRUS database – ABVdb – UM BANCO DE DADOS DE EPIDEMIOLOGIA MOLECULAR PARA OS VÍRUS DENGUE, ZIKA E CHIKUNGUNYA
PROGRAMA:  Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
DATA DE DEFESA: 06/09/2018

Resumo

Este trabalho apresenta uma ferramenta de bioinformática que consiste em um banco de dados informações filogenéticas, clínicas e epidemiológicas para os vírus dengue, zika e chikungunya. O banco de dados foi integrado com ferramentas subtipagem virais, que permitem a identificação rápida dos genótipos de novas sequências dos vírus dengue, zika e chikungunya, apoiadas em uma análise filogenética com um forte suporte estatístico. Técnicas de mineração de texto, foram utilizadas nas publicações científicas para extrair, compilar e padronizar informações clínicas e epidemiológicas, que foram acrescentadas ao banco de dados, além disso, as publicações também foram mineradas para completar o possível de dados faltantes das sequências virais. A ferramenta e suas informações são de domínio público, disponibilizando o banco de dados para consulta e recuperação em uma aplicação web totalmente responsiva. Esta aplicação fornece dois tipos de interfase, ambas dinâmicas: um formulário de busca interativo onde usuário realiza suas próprias consultas e as interfases georreferenciadas, criadas através da mineração dos dados contidos no banco, com o objetivo de apresentar as informações preprocessadas e disponibiliza-las visualmente em mapas, onde é possível realizar recuperação dos dados selecionados por regiões geográficas especificas.

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Erros inatos do metabolismo de indivíduos com deficiência intelectual e autismo é estudado em tese.

AUTORIA: Paula Brito Corrêa
ORIENTAÇÃO: Angelina Xavier Acosta
TÍTULO DA TESE: “INVESTIGAÇÃO DE ERROS INATOS DO METABOLISMO EM INDIVÍDUOS COM DEFICIÊNCIA  INTELECTUAL E TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA”.
PROGRAMA:  Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
DATA DE DEFESA: 29/08/2018

RESUMO

INTRODUÇÃO: os erros inatos do metabolismo (EIM) resultam na deficiência na atividade de uma ou mais enzimas específicas ou no defeito de transporte de moléculas. Existem diferentes EIM descritos com incidência em conjunto estimada em 1:800 nascidos vivos. As apresentações clínicas possuem enorme variabilidade, podendo se manifestar em qualquer faixa etária e afetar diversos órgãos e tecidos, destacando aqui alterações neurológicas, como deficiência intelectual (DI) e transtorno do espectro autista (TEA). Para alguns EIM, existem terapias específicas e efetivas e em outros, apenas cuidados de suporte ou de prevenção da progressão da doença, sendo de fundamental importância investigar aqueles que cursam com DI e TEA e assim oferecer possibilidade de amenizar os danos ou evitar tais comprometimentos. Além disso, proporcionar aconselhamento genético adequado às famílias.

OBJETIVO: investigar EIM em indivíduos com DI e/ou TEA sem etiologia definida.

MATERIAIS E MÉTODOS: a partir de uma ampla revisão sistemática da literatura definiu-se um fluxograma de testes laboratoriais metabólicos de triagem visando identificar os principais EIM associados mais frequentemente com DI e/ou TEA. Os pacientes foram provenientes de serviços de referência (Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgar Santos, Laboratório Interdisciplinar de Pesquisa em Autismo da Escola Bahiana de Medicina), e do Município de Monte Santo-BA (local de ocorrência de várias doenças genéticas), dos quais se obteve dados clínicos e sociodemográficos, bem como amostras biológicas para investigação laboratorial.

RESULTADOS: Dos 202 indivíduos selecionados, 151 para DI e 51 para TEA, a maioria foi do sexo masculino (63,8%), com idade média de 15,7 anos, taxa de consanguinidade de 20,3% e presença de história familiar em 34,6%. A consanguinidade parental e história familiar positiva dos casos de DI foi maior em Monte Santo do que nos Centros de Referência, local onde foi observado com mais frequencia a DI com comorbidades. O diagnóstico só foi possível definir, após aplicação do fluxograma de investigação, em apenas 3 casos com DI, todos apresentando fenilcetonúria (PKU) e provenientes de Monte Santo.

CONCLUSÃO: DI e TEA são manifestações clínicas frequentes e inespecíficas de diversos EIM, necessitando de investigação com fluxogramas laboratoriais de triagem, para em seguida orientar estudos mais específicos. Esta estratégia foi útil no município de Monte Santo, por ser uma região de grande vulnerabilidade para doenças genéticas recessivas, permitindo diagnosticar três indivíduos com PKU. Porém, para os demais casos, a diversidade fenotipica e limitação da abordagem laboratorial comprometeram a eficiência diagnóstica.

Palavras-chave: Erros Inatos do Metabolismo, Deficiência Intelectual e Transtorno do Espectro Autista

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Curso de Correlações Clinicopatológicas em Doenças da Pele está com as inscrições abertas

O curso de educação médica continuada Correlações Clinicopatológicas em Doenças da Pele, que irá discutir casos clínicos e correlações com aspectos histopatológicos e imunofluorescência, acontece nos dias 13 e 14 de setembro. Podem se inscrever médicos de qualquer especialidade, médicos residentes e estudantes de medicina, através do e-mail smarruda@uneb.br. O evento, promovido pela Fiocruz Bahia, Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Universidade do Estado da Bahia (UNEB), será realizado no auditório do Departamento de Ciências da Vida da UNEB, no Cabula. Estão sendo oferecidas 50 vagas. 

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Discussões sobre arboviroses foram destaque do XVIII Epimol

A 18ª edição do Curso Internacional de Epidemiologia Molecular em Doenças Infecciosas e Parasitárias Emergentes (XVIII Epimol) foi realizada entre os dias 5 e 10 de agosto, no Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia). Organizado pelos pesquisadores Mitermayer Galvão e Luciano Kalabric, da Fiocruz Bahia, e Joice Neves, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), o curso apresentou os princípios básicos da epidemiologia molecular para epidemiologistas e profissionais de laboratório de instituições nacionais e internacionais.

O XVIII Epimol contou com o total de cerca de 200 participantes, entre inscritos, ouvintes e palestrantes. Luciano Kalabric destacou a participação de alunos de diversas partes do Brasil e também de países africanos, como Quênia e Moçambique, sendo o ano com maior número de participantes deste continente. “Mesmo sabendo que não haviam sido selecionados para participar, muitos vieram de fora como ouvintes. Foi o caso de duas estudantes naturais da África, que ouviram falar do curso e vieram”, afirmou o pesquisador.

Embora discussões sobre doenças como zika fossem predominantes na programação, diversos temas foram abordados durante a semana, através de palestras e estudos em grupos, como as epidemias de febre amarela que ocorreram recentemente no Brasil, o ambiente carcerário como fonte de transmissão da tuberculose e a urbanização da doença de Chagas.

Outro diferencial do curso esse ano foi que o Epimol contou como disciplina optativa para alunos da pós-graduação da Fiocruz Bahia, o que, para o pesquisador Mitermayer Galvão, enriqueceu ainda mais os debates, através da interação entre estudantes que estão participando de pesquisas com os profissionais que trabalham na área de saúde. “Essa combinação ficou perfeita de forma tal que acho que melhorou mais os debates e houve mais a interação entre aluno e professor, que é um dos objetivos desse curso” acrescentou.

A professora da Universidade Federal Fluminense (UFF/RJ) Ianick Martins, que também é professora do curso, ressaltou que essa edição trouxe novidades em relação as doenças infecciosas, como os arbovírus e o sarampo, além da colaboração de pesquisadores de diversas regiões do mundo trabalhando com diferentes tópicos dessas doenças. “A cada edição há novidades em relação ao que tá acontecendo no nosso país, no mundo, em relação as doenças infecciosas e emergentes. É sempre muito bom, gratificante e estimulante participar desse curso. Os alunos saem daqui qualificados e motivados para voltar para suas regiões e começarem um novo projeto de pesquisa”, declarou.

O professor da Universidade da Califórnia (EUA) e professor do curso, Lee Riley, comentou que as doenças infecciosas, como febre amarela, zika e dengue, estão sempre em mutação, o que faz com que elas sirvam como uma boa lição para a investigação epidemiológica. “Nós, professores, também aprendemos no curso, porque pessoas de outros lugares apresentaram seus trabalhos e há uma troca de conhecimentos, todos os anos”, salientou.

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Ordem do Mérito Científico será dada a pesquisadores da Fiocruz

Ricardo Valverde (Agência Fiocruz de Notícias)

Em reunião do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT) realizada em Brasília, em 1º de agosto, foi divulgada a lista de novos membros da Ordem Nacional do Mérito Científico e a dos que foram promovidos de classe. A Ordem Nacional do Mérito Científico é uma ordem honorífica concedida a personalidades brasileiras e estrangeiras como forma de reconhecimento das suas contribuições científicas e técnicas para o desenvolvimento da ciência no país. Entre os homenageados estão três pesquisadores da Fiocruz que figuravam na classe Comendador e foram promovidos para a Grã-Cruz: Antoniana Krettl, Manoel Barral Netto e Samuel Goldenberg (os três na categoria Ciências Biomédicas). A pesquisadora Celina Turchi, também da Fiocruz, foi admitida na classe Comendador (Ciências da Saúde). A entrega das insígnias e do diploma deverá ocorrer em outubro.

A comissão técnica que definiu os nomes da Ordem Nacional do Mérito Científico foi formada por MCTIC, SBPC e ABC

 

O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) abriu prazo para indicações de candidatos no último mês de fevereiro. Durante 30 dias, diversas instituições ligadas à ciência puderam indicar nomes de candidatos. Em abril, uma comissão técnica, formada pelo MCTIC, pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) reuniu-se no Rio de Janeiro para avaliar o mérito de todas as indicações e emitir um parecer para o Conselho da Ordem.

Graduada pela Faculdade de Farmácia e Bioquímica da UFMG em 1965, Antoniana Krettl cedo se interessou pela pesquisa participando do Departamento de Parasitologia. Seus trabalhos iniciais foram em malária, biologia, epidemiologia e quimioterapia experimental. A partir do seu estágio no exterior, em 1972-74 (New York University Medical School), interessou-se pela imunologia e ao retornar prosseguiu estudando a resposta imune na malária e iniciou, em paralelo, estudos sobre a resposta imune na doença de Chagas. Foi pioneira no cultivo contínuo do Plasmodium falciparum, agente da terçã maligna humana, usado em testes de antimaláricos a partir de plantas da Amazônia, estimulando vários grupos de químicos a fracionar extratos de plantas ativas em busca de um novo antimalárico. Seus estudos incluem ainda pacientes expostos à transmissão da malária na área endêmica ou em novos focos de transmissão, definindo o perfil imunológico da resposta anti-esporozoíta nestes pacientes, visando futuros projetos de vacinação.

Orientou dezenas de estagiários, bolsistas de iniciação científica, de aperfeiçoamento e técnicos, sendo o convênio entre a UFMG e a Fiocruz (Laboratório de Malária do Instituto Oswaldo Cruz) facilitador desse fluxo de pesquisadores. É consultora da Organização Mundial de Saúde no comitê Research and Strengthening Group desde 1992 e membro do Corpo Editorial da revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz ad hoc de várias outras revistas científicas, no país e exterior. Decidida a se aprofundar no estudo de duas patologias humanas importantes no Brasil, cursa agora a graduação em Medicina na UFMG, onde tem contribuído na análise crítica de problemas da graduação e da pós-graduação, como professora/orientadora e agora aluna.

Samuel Goldenberg, atualmente pesquisador do Instituto Carlos Chagas (ICC/Fiocruz Paraná), teve sua formação em Biologia Molecular na Universidade de Brasília onde se graduou em 1973 e concluiu o mestrado em 1975, tendo sido sua tese a primeira do Programa de Biologia Molecular da UnB. Concluiu seu doutoramento (Doctorat dÉtat ès Sciences) em 1981 na Universidade de Paris VII, sob orientação de Klaus Scherrer. De regresso ao Brasil em 1982, passou a integrar o Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular do Instituto Oswaldo Cruz (IOC-Fiocruz), tendo exercido a chefia do mesmo de 1985 a 1989. Na Fiocruz iniciou o estudo dos mecanismos de regulação da expressão gênica durante a diferenciação do Trypanosoma cruzi. Como parte desses estudos, foi desenvolvido um meio quimicamente definido (meio TAU) que permite o estudo in vitro do processo de diferenciação que ocorre no interior do inseto vetor da doença de Chagas. Outra importante contribuição foi o estudo de genes de T. cruzi clonados em seu laboratório e que apresentam uma estrutura contendo epítopos repetidos; as pesquisas levaram ao desenvolvimento de um kit de diagnóstico para doença de Chagas utilizando antígenos recombinantes. Este kit foi considerado como de excelência pela Organização Mundial da Saúde e o desenvolvimento do mesmo resultou na primeira patente internacional da Fiocruz e na outorga do Prêmio Governador do Estado Invento Brasileiro em 1993. Goldenberg participou do desenvolvimento do primeiro micro-array (biochip) contendo genes do T. cruzi, abrindo um importante caminho para os estudos de genômica funcional deste parasita.

Atual vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Manoel Barral Netto formou-se em 1976 pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Teve o seu interesse pela pesquisa científica na área da Imunologia Humana originado pela sua formação inicial em Patologia Humana e depois em Imunopatologia, ligado ao grupo de patologia baiano liderado por Zilton Andrade. Logo após a residência médica em Patologia, Manoel Barral Netto passou o período de 1979-1981 obtendo treinamento avançado em imunoparasitologia no Laboratory of Parasitic Diseases dos NIH, onde produziu trabalhos científicos na área de imunologia da esquistossomose humana. No seu retorno, reuniu-se a pesquisadores da UFBA (Edgar Carvalho e Roberto Badaró) interessados no estudo imunológico e epidemiológico das leishmanioses humanas, endêmicas no estado da Bahia. Manoel Barral Netto ingressou no quadro docente da UFBA em 1984, permanecendo até hoje ligado à Faculdade de Medicina. Paralelamente, seguiu carreira de pesquisador no Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz, da Fiocruz Bahia, chegando em 1996 ao cargo de pesquisador-titular da instituição. Uma colaboração entre o seu grupo de pesquisa e a Universidade Cornell deu origem a uma série de trabalhos fundamentais em imunologia das leishmanioses humanas. Estes estudos transformaram o grupo de imunologia de leishmanioses da UFBA num dos principais centros de pesquisa mundial no tema. Em 1991, Manoel Barral Netto realizou um estágio “senior” no Seattle Biomedical Research Institute, em Washington. Neste período, e colaborando com Steven G. Reed, descreveu o papel da citocina TGF-b como mecanismo de escape de parasitas do gênero Leishmania da resposta imune do hospedeiro, em publicações que se tornaram citações mandatórias na sua área de atuação.

Manoel Barral Netto é consultor do CNPq e da Finep e membro do Comitê Assessor da Capes para as áreas de Imunologia, Parasitologia e Microbiologia. Entre 1993 e 1997, foi membro do Comitê Assessor de Imunologia de Micobactérias da OMS. Foi pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFBA (1992-1993). É atualmente membro titular do Comitê Assessor de Ciências Biológicas do CNPq, representando a área de Imunologia, tendo coordenado o Comitê Assessor do CNPq em 1996 e 1997. Manoel Barral Netto tem 9 capítulos publicados em livros especializados, e cerca de 80 trabalhos completos, publicados em revistas científicas internacionais, de alto índice de impacto, de 1982 a 1997. É membro da Sociedade Brasileira de Imunologia, sendo seu atual presidente, e membro da American Society of Tropical Medicine and Hygiene.

Celina Turhci, pesquisadora da Fiocruz Pernambuco, graduou-se em Medicina (1981) pela Universidade Federal de Goiás (UFG), tem mestrado em Epidemiologia pela Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, e doutorado em Saúde Pública (1995) pela Universidade de São Paulo (USP). Tem experiência na área de epidemiologia das doenças infecciosas. Dentre os prêmios e títulos recebidos, destacam-se Honra ao Mérito (1994) concedida pela Academia Goiana de Medicina; Destaque na área de Saúde (2003) concedido pela Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia; Comenda da Ordem do Mérito Anhanguera (2007), concedida pelo Governo de Goiás; Eleita entre as dez personalidades mais influentes no ciência pela revista Nature (2016); Medalha do Mérito Heroínas do Tejucupapo (2017), concedida pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Foi eleita entre as 100 pessoas mais influentes pela revista Time (2017) pelo fundamental papel que teve na descoberta da relação entre a microcefalia e o vírus da zika. Para realizar os estudos que colaboraram com a descoberta da relação entre o virus da zika e a microcefalia, a pesquisadora organizou uma força-tarefa de cientistas do mundo todo, entre epidemiologistas, especialistas em doenças infecciosas, pediatras, neurologistas e biólogos especializados em reprodução.

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Pesquisa investiga células T CD4 + citotóxicas em pacientes com HIV na SIRI

É comum que portadores do vírus HIV sofram com a Síndrome Inflamatória de Reconstituição Imune (SIRI) após iniciar a terapia antirretroviral, principalmente pacientes em estado avançado de imunodeficiência. Um dos patógenos associados com a SIRI é o Complexo Mycobacterium avium (MAC, sigla em inglês), que causa doenças respiratórias. Apesar da incidência de infecção por MAC ter caído drasticamente com a terapia a antirretroviral, a mortalidade por essa infecção ainda se mantém alta.

O pesquisador da Fiocruz Bahia, Bruno Andrade, participou, juntamente com pesquisadores do National Institutes of Health (NIH), nos Estados Unidos, de um estudo que analisou o surgimento de células T CD4+ com potencial citotóxico e inflamatório nos pacientes HIV positivo acometidos por MAC-SIRI. Pacientes não infectados por HIV, que apresentaram infecção pulmonar por MAC, também foram incluídos na pesquisa para comparação dos resultados.

Os estudiosos investigaram respostas de monócitos de células T CD4+ in vitro, expressão de fator de necrose tumoral em tecidos e citocinas plasmáticas e marcadores inflamatórios, para analisar se a SIRI representa uma resposta do sistema imunológico ou seria uma anomalia. O trabalho intituladoEmergence of Polyfunctional Cytotoxic CD4+ T Cells in Mycobacterium avium Immune Reconstitution Inflammatory Syndrome in Human Immunodeficiency Virus-Infected Patients foi publicado no periódico Clinical Infectious Diseases.

A equipe observou que, durante a SIRI, houve restauração da produção de fator de necrose tumoral em monócitos em resposta a inflamação pelo MAC. Além disso, células T CD4+ específicas de MAC aumentaram substancialmente durante a SIRI, em níveis mais altos que dos pacientes não infectados por HIV. É provável que a terapia antirretroviral tenha causado a diferença de resultados entre pacientes HIV positivo e negativo na disseminação de infecção por MAC.

Os pesquisadores concluíram que a infecção por HIV em estado avançado não leva ao comprometimento da produção de citocinas de monócitos e macrófagos após início da terapia antirretroviral, sendo capaz de controlar eficazmente a infecção por MAC. Também, não ficou claro se as respostas das células e monócitos durante o MAC-SIRI são uma resposta do sistema imunológico ou uma anomalia.

Poucos casos de pacientes HIV positivo com infecção por MAC que não desenvolveram IRIS e o fato de a amostra de pacientes HIV positivo com MAC-IRIS ser pequena acabam sendo fatores limitantes para a pesquisa. Esse estudo é um recorte de um pesquisa que está sendo realizada a longo prazo.

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