Biomarcadores apontam diferença na infecção por tuberculose entre pessoas da China e Índia

A apresentação clínica de pacientes com tuberculose é muito diversificada e a heterogeneidade da enfermidade está associada a mudanças nas assinaturas de biomarcadores, que são indicadores mensuráveis da severidade ou da presença de algum estado da doença.

Em um estudo liderado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Bruno de Bezerril Andrade, foram comparados a extensão da perturbação inflamatória individual da proteína plasmática e mediadores lipídicos ao nível molecular associados à tuberculose em pacientes na China e Índia, países entre os cinco com maior números de caso da doença. O artigo foi publicado na Scientific Reports.

No trabalho, foi realizado um corte transversal analisando o grau geral de perturbação inflamatória em tuberculose pulmonar sem tratamento prévio em pacientes e indivíduos não infectados desses dois países asiáticos. O grau molecular de perturbação adaptado ao plasma de biomarcadores foi empregado para examinar as mudanças globais na inflamação entre esses países.

A infecção por Mycobacterium tuberculosis causou um grau significativo de perturbação molecular em pacientes de ambos os países, com maior perturbação detectada na Índia. Curiosamente, houve diferenças na perturbação do biomarcador padrão e o grau geral de inflamação. Pacientes com tuberculose grave exibiram aumento dos valores do grau molecular de perturbação e pacientes indianos com esta condição exibiram grau ainda maior de perturbação, em comparação para pacientes chineses.

A análise do resultado identificou as proteínas IFN-α, IFN-β, responsáveis por impedir a replicação de bactérias e regular a resposta inflamatória; a IL-1RI, que é um receptor de interleucina que induz reação de fase aguda e resposta inflamatória, e TNF-α, fator de morte de células tumorais. Combinados, esses biomarcadores representam a perturbação molecular global em toda a população do estudo.

Uma observação importante do estudo mostrou que moléculas dos pacientes da Índia tinham três vezes mais perturbação, que os da China. Apesar dos pacientes da Índia terem lesões pulmonares unilaterais mais freqüentes e aumento de esfregaços de BAAR do que as da China, a associação entre os aumentos dos valores globais do escore do grau molecular de perturbação na Índia foi independente de tais aspectos clínicos e microbiológicos.

O impacto do país de residência, raça e etnia nos biomarcadores plasmáticos no contexto da tuberculose já foi previamente explorado, assim como as diferenças de raça e gênero no perfil inflamatório também foram estudadas em vários outros doenças.

Esses resultados delineiam a magnitude da perturbação inflamatória sistêmica da tuberculose pulmonar e revelam mudanças qualitativas nos perfis inflamatórios entre dois países com alta prevalência da doença. Esses dados usando a métrica do grau molecular de perturbação sugerem que a infestação sistêmica causada pela infecção por Mycobacterium tuberculosis pode variar significativamente entre países.

Estudos adicionais são necessários para avaliar se e/ou como as diferenças descritos no estudo contribuem para a resposta ao tratamento da tuberculose e prognóstico em diversas populações em todo o mundo.

 

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Pesquisa sugere uso de proteínas quiméricas para diagnóstico de Chagas em áreas com leishmanioses

Antígenos quiméricos do Trypanosoma cruzi têm sido propostos como uma ferramenta diagnóstica para a doença de Chagas crônica, tanto em regiões endêmicas como não endêmicas. A resposta do anticorpo varia de acordo com cada cepa de T. cruzi, apresentando desafios para o uso de antígenos sem reação cruzada com espécies do gênero Leishmania spp, patógenos que possuem alta similaridade com o T. cruzi.

O pesquisador da Fiocruz Bahia, Fred Luciano Neves Santos, coordenou um estudo que testou quatro proteínas quiméricas (IBMP-8.1, 8.2, 8.3 e 8.4) e avaliou previamente seu desempenho no diagnóstico para determinar a reação cruzada com Leishmania spp. Clique aqui para ler o trabalho na íntegra, publicado no Journal of Clinical Microbiology.

Foram usadas amostras de soros de pacientes com leishmaniose tegumentar ou visceral de diferentes áreas geográficas endêmicas brasileiras: Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte. No total, 829 amostras foram avaliadas usando os antígenos IBMP, além de ensaios comerciais.

A incidência de reação cruzada para as amostras positivas para leishmaniose tegumentar variou de 0,35% (IBMP-8.3) a 0,70% (IBMP-8.1 e IBMP-8.2). Em relação às amostras positivas para leishmaniose visceral, os antígenos IBMP-8.2 e IBMP-8.3 reagiram de forma cruzada com seis (3,49%) e apenas uma amostra (0,58%), respectivamente.

Nenhuma reatividade cruzada com leishmaniose americana ou visceral foi observada para o antígeno IBMP-8.4. Da mesma forma, não foram encontradas reações cruzadas quando as amostras positivas para leishmaniose visceral foram analisadas com IBMP-8.1.

Quanto aos testes comerciais foram avaliados os kits Gold ELISA Chagas (REM, São Paulo, Brasil), ELISA Chagas III (BIOSChile, Ingeniería Genética S.A., Santiago, Chile), Imuno-ELISA Chagas (Wama Diagnóstica, São Paulo, Brasil) e o teste de imunofluorescência Imunocruzi (Biomérieux, São Paulo, Brasil).

Para as amostras positivas para leishmaniose tegumentar, o índice de reatividade cruzada foi de 19,3% para o Gold ELISA Chagas, 54,8% para o ELISA Chagas III, 0,25% para o Imuno-ELISA Chagas e 35,2% para o Imunocruzi. Para a leishmaniose visceral foi encontrada reatividade cruzada para 20,9% e 18% das amostras testadas pelo Gold ELISA Chagas e ELISA Chagas III, respectivamente. Em virtude da descontinuidade da produção pelos fabricantes os demais testes não foram avaliados usando amostras de leishmaniose visceral.

O estudo indica que as moléculas quiméricas IBMP, em especial a IBMP-8.4, podem ser utilizadas com segurança e eficácia no diagnóstico da doença de Chagas, mesmo em áreas de co-endemicidade com leishmaniose tegumentar e visceral, com índices de reatividade inferiores aos encontrados para os testes comerciais.

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Abertas as inscrições para curso livre de Introdução à Divulgação Científica

O curso livre de Introdução à Divulgação Científica será realizado com o objetivo principal de sensibilizar docentes, pesquisadores, servidores e discentes da Fiocruz Bahia sobre a importância de manter um diálogo com a sociedade, bem como dar-lhes ferramentas conceituais e práticas de como fazer divulgação científica das suas pesquisas.

As inscrições podem ser feitas no Campos Virtual, até o dia 12 de agosto.

Composto de dois módulos, o curso é semipresencial, com carga horária total de 69 horas/aula, sendo 9 horas presenciais e 60 horas a distância, que podem ser realizadas nos dias e horários preferenciais dos alunos ao longo dos meses de agosto e outubro de 2019.

A carga horária poderá ser aproveitada pelos discentes da pós-graduação como atividade extracurricular nos programas de pós-graduação stricto sensu para Mestrado e Doutorado, conforme regimento de cada programa.

Importância da divulgação científica

No cenário atual das fake news, da descrença no pensamento científico e nas evidências científicas e dos cortes de recursos públicos destinados à pesquisa científica em vários países do mundo, a ciência enfrenta o desafio de dar maior visibilidade, ao público geral e aos tomadores de decisão, a sua importância para o desenvolvimento. Além de ser uma responsabilidade social dos cientistas, a divulgação científica se tornou, também, uma questão de sobrevivência.

O Curso de Introdução à Divulgação Cientifica, resultado de uma iniciativa da Vice-Presidência Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz e do Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia, com o apoio do Campus Virtual Fiocruz, está sendo oferecido com a preocupação de empoderar os cientistas, estudantes de pós-graduação e iniciação científica da Fiocruz Bahia.

Também, o curso visa facilitar o cumprimento da orientação da Câmara Técnica de Educação da instituição de promover a exposição de todos os alunos da Fiocruz a temas transversais da educação em Ciência e Tecnologia, entre os quais a comunicação pública da ciência.

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UFBA premia estudante egressa de Iniciação Científica da Fiocruz Bahia

A estudante egressa de Iniciação Científica (IC) da Fiocruz Bahia, Riam Rocha França, ganhou o prêmio Prof. Alfredo Thomé de Britto, dado aos alunos que tiveram destaque na área de pesquisa científica durante o curso de medicina da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (Fameb/UFBA). A cerimônia de premiação ocorreu na Fameb. 

Para Riam Rocha, o prêmio é importante para sua vida profissional, trazendo um reconhecimento após seus esforços na pesquisa científica. “Receber esse prêmio foi uma enorme alegria e uma grande honra, sobretudo por saber que grandes pesquisadores baianos do último século já estiveram nesse lugar. Foi o reconhecimento dos anos dedicados ao laboratório, das muitas horas sobre o microscópio e das centenas de lâminas preparadas e analisadas. O reconhecimento de um trabalho de bastidor, que normalmente ninguém vê”, contou.

A médica também conta que a Fiocruz Bahia contribuiu muito com o desenvolvimento de suas pesquisas, proporcionando uma experiência enriquecedora para sua graduação, “sai de lá sabendo muito mais do que preparar lâminas, fazer reações de imunohistoquímica, ou análises no microscópio. Sai sabendo como escrever, como ler e como apresentar um trabalho científico. Sem dúvida nenhuma, foi a experiência mais enriquecedora da minha graduação”, completou.

A pesquisadora da Fiocruz Bahia, Viviane Boaventura, foi orientadora de Riam França. Para ela, a condecoração é sinal do empenho de Riam, principalmente ao desenvolver pesquisa na Fiocruz Bahia, “a premiação é um reconhecimento pelo comprometimento e excelente trabalho de Riam, que desenvolveu todo o trabalho científico nessa instituição, ao longo dos dois anos em que foi bolsista do programa de Iniciação Científica. Além disso, o prêmio reafirma a importância do programa de iniciação científica da Fiocruz”, apontou. 

Durante sue período como estudante, Riam desenvolveu um projeto explorando aspectos imunopatológicos da leishmaniose tegumentar. Além disso, a aluna colaborou em outros projetos de pesquisa sob o mesmo tema, tendo inclusive o trabalho “Lutzomyia longipalpis saliva induces heme oxygenase-1 expression at bite sites” publicado, como co-autora, no periódico Frontiers in Immunology, em 2018, coordenado pela pesquisadora Valeria Borges.

Sobre o prêmio

O prêmio homenageia Alfredo Thomé de Brito, médico pela UFBA e responsável pelo desenvolvimento da faculdade, quando foi diretor da Faculdade de Medicina da Bahia entre 1901 a 1908. Considera critérios como publicação de artigos em periódicos, premiações em trabalhos de pesquisa, resumos publicados em anais de congressos, apresentações em eventos científicos, iniciação científica e atividades de monitoria.

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Trabalhos da disciplina Didática Especial são apresentados em encontro acadêmico

Promovendo um canal aberto de comunicação com os estudantes da Fiocruz Bahia, a Vice-Diretoria de Ensino e Informação, junto as coordenações dos programas de Pós-Graduação em Patologia (PGPAT) e da Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PGBSMI) e do Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC), realizam, a cada dois meses, o Papo Acadêmico.

Com o objetivo de ser um ambiente de construção, o evento proporciona interações entre os docentes e discentes, debatendo temas de interesses dos alunos, além de rodas de conversa, com sugestão de convidados. A primeira edição do encontro ocorreu no dia 17 de maio.

No dia 14 de junho, uma edição extraordinária foi realizada para apresentar os trabalhos feitos na disciplina Didática Especial, ministrada há seis anos, em parceria com o PGPAT, por Daniel Manzoni, professor da Escola de Ciências da Saúde do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU).

Enfatizando a política de parceria incentivada pela Vice-Diretoria de Ensino de ações conjuntas entre os Programas de Pós-Graduação na Fiocruz Bahia, a disciplina vem sendo oferecida também aos discentes do PGBSMI, nos últimos dois semestres. Os monitores das atividades desenvolvidas foram alunos de ambos programas que já haviam cursado a disciplina anteriormente.

Valéria Borges, coordenadora do PGPAT, abriu o Papo Acadêmico extraordinário agradecendo a presença de todos e, em especial, pela mediação do professor Daniel na discussão dos trabalhos. Considerando uma experiência bem-sucedida de incentivo à prática docente e formação acadêmica para os discentes da Fiocruz Bahia, o tema de ‘Ensino por investigação em saúde’, desenvolvido durante a disciplina, resultou em três artigos científicos publicados em uma edição especial em Metodologias Ativas de Ensino, na Revista Atas de Ciências da Saúde (ACIS), que foram coordenados pelos monitores.

Trabalhos publicados

Para a doutoranda Clarissa Cunha Santana, que orientou a criação de um jogo de tabuleiro como ferramenta de ensino por investigação em parasitologia, participar do desenvolvimento do exercício foi importante, principalmente pela busca de conhecimento na área de educação na execução da atividade com os alunos da disciplina em que foi monitora. “A gente teve essa experiência de trabalhar com um grupo diverso de pessoas, com dificuldades e conhecimentos diferentes. Foi muito produtivo na formação da gente como professor e como professor motivador também”, comentou.

Já o grupo da doutoranda Marie Laurence Rahimy propôs um modelo didático de ensino por investigação em microbiologia de baixo custo para estudantes de ensino médio. Marie comentou que trabalhar como monitora nessa disciplina ajudou não só na sua formação de doutoranda, mas também acrescentou muito no seu aprendizado na área de saúde além do esperado. “Queria parabenizar a turma e agradecer ao professor pela oportunidade que nos deu, de crescermos como alunos e também como futuros professores”, declarou.

Na opinião do mestrando Filipe Rocha Lima, monitor do jogo “Perfil Imunológico”, a oportunidade de monitoria e incorporação como orientadores de um trabalho didático na área do ensino das ciências permitiu aos discentes elucidar os meandros da orientação acadêmica, desenvolvimento crítico como revisor de um artigo e para contribuição de novas publicações. “A disciplina Didática Especial vem se consolidando como um incentivo e preparação na formação dos futuros pesquisadores e professores em saúde”, contou. O jogo criou uma situação-problema de imunologia para ser resolvida em sala de aula.

Em relação ao impacto que essa disciplina causa na formação de professores do ensino superior, Manzoni enfatizou a importância de publicar os trabalhos desenvolvidos pelos grupos de alunos e monitores possibilitando a vivencia da supervisão na construção de conhecimento coletivo em ensino de ciências. “Os trabalhos são públicos, então, de uma forma geral, estão sendo lidos e aplicados em qualquer lugar do Brasil, talvez do mundo, um grande impacto para educação em ciência”, afirmou o professor.

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Fiocruz Bahia participa de mobilização em defensa da ciência no Dois de Julho

Pesquisadores e professores baianos estão se mobilizando para marcar presença novamente no desfile do Dois de Julho, chamando a atenção da sociedade para o momento vivido pela ciência no Brasil (particularmente na Bahia), carente de recursos para financiamento de pesquisas e outros projetos.

A Fiocruz Bahia vai participar da mobilização que começa na concentração, às 7h15 da manhã, no Largo da Lapinha, próximo ao Coreto, exatamente onde tradicionalmente ocorre a concentração para a saída do desfile. 

A articulação está sendo feita pela Academia de Ciências da Bahia, fundada pelo ex-governador Roberto Santos e que tem hoje como presidente o pesquisador Jailson Andrade. O desejo do grupo é reunir cerca de 500 cientistas baianos, além de reitores e professores representantes de diversas universidades.

 

Texto com informações da Academia de Ciências da Bahia.

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Programa Centelha divulga edital para empreendimentos inovadores

O Programa Centelha divulgou o Edital nº 01/2019 – Centelha Bahia, publicado ontem (20/06), no Diário Oficial do Estado. O Sistema Centelha BA para Cadastro dos Proponentes e o Formulário para apresentação das ideias estarão disponíveis a partir das 18h do dia 24 de junho até as 18h de 7 de agosto. 

O objetivo do Centelha é estimular a criação de empreendimentos inovadores, a partir da geração de novas ideias, e disseminar a cultura do empreendedorismo inovador em todo o Brasil, oferecendo recursos financeiros e capacitação para quem quer empreender. Clique aqui e saiba mais sobre o Centelha Bahia.

O programa foi idealizado pelo Ministério Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) junto com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Recentemente, foi firmada uma parceria entre a Fiocruz Bahia e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB), esta última organizadora do evento em Salvador. 

A Fiocruz Bahia irá contribuir na indicação de especialistas para atuarem como avaliadores; na avaliação de propostas; no compartilhamento da infraestrutura tecnológica, de pesquisa e disponibilização de espaços para eventos e workshops, conforme disponibilidade institucional.

 

 

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Fiocruz recebe bolsa para pesquisa inovadora em colaboração com Yale

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), trabalhando em colaboração com a Escola de Saúde Pública de Yale (EUA) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA-Instituto de Saúde Coletiva e Faculdade de Medicina), recebeu uma bolsa do programa Grand Challenges Explorations da Fundação Bill & Melinda Gates.

O objetivo do projeto é, usando sequenciamento genômico de última geração, detectar as causas de doenças infecciosas graves na cidade de Salvador (Bahia), identificar os fatores de risco para a infecção e avaliar os patógenos quanto ao seu potencial de emergir como uma ameaça global.

De acordo com o projeto, o clima tropical, o crescimento urbano acelerado e as desigualdades sociais fazem da região metropolitana de Salvador um ponto de acesso para a introdução e propagação de patógenos transmitidos por vetores. A cidade também é um importante centro de transportes e um destino turístico popular, aumentando o potencial de surtos originados em Salvador para se tornarem rapidamente globais, se não controlados.  

Com quase 3 milhões de habitantes, a capital da Bahia foi o epicentro da epidemia de zika, em 2015. Além dos vírus Zika e Chikungunya, os pesquisadores ressaltam epidemias prévias de leptospirose, riquetsiose, infecção meningocócica e de norovírus na cidade. A ameaça de outros surtos é constante, uma vez que a febre amarela, Mayaro, Oropouche e muitos vírus da febre hemorrágica são conhecidos por circularem no Brasil.

Segundo os estudiosos, surtos locais podem se expandir rapidamente em epidemias se não forem detectados casos com antecedência suficiente para intervenções eficazes. A maioria das lacunas na vigilância ocorre devido a barreiras no diagnóstico clínico, onde pode haver sintomas inespecíficos causados por múltiplos patógenos. Os desafios do diagnostico aumentam devido a formas novas ou raras de doença e pela presença de patógenos novos, que não formam parte do diagnóstico de rotina.

Para conduzir os testes, os pesquisadores pretendem sequenciar amostras de um hospital de referência para doenças infecciosas e de uma maternidade de alto risco onde a epidemia de microcefalia relacionada ao Zika foi detectada em Salvador. Além da capital da Bahia, os hospitais também atendem a diversas cidades do estado que tem uma população de mais de 14 milhões de pessoas.

Em cada cenário, o sequenciamento metagenômico de última geração pode ajudar a detectar e identificar patógenos que seriam fáceis de perder, de acordo com os pesquisadores. Além disso, seu processo inovador tem o potencial de ser replicado em todo o mundo.

O investigador principal do projeto, Federico Costa, é pesquisador colaborador da Fiocruz Bahia, pesquisador da UFBA e professor adjunto da Escola de Saúde Pública de Yale. Três outros pesquisadores também estão trabalhando no projeto: Mitermayer Reis, pesquisador titular da Fiocruz Bahia, professor da Faculdade de Medicina da UFBA e professor adjunto da Yale; Albert Ko, professor da Yale e pesquisador colaborador da Fiocruz Bahia; e Nathan Grubaugh, professor assistente da Yale.

Grand Challenges Explorations

A Grand Challenges Explorations é uma iniciativa de 100 milhões de dólares financiada pela Fundação Bill & Melinda Gates. Lançado em 2008, mais de 1420 projetos em mais de 65 países receberam doações do Grand Challenges Explorations.

O programa foi criado para inspirar pensadores inovadores em todo o mundo a explorar ideias que quebram o molde na forma como são solucionados desafios globais persistentes de saúde e desenvolvimento. O processo de concessão é altamente competitivo. Dos cerca de 1.700 pedidos nesta rodada, apenas 56 subsídios foram concedidos em todo o mundo.

Cada beneficiário do subsídio recebe um prêmio inicial de 100 mil dólares. Projetos bem-sucedidos têm a oportunidade de receber financiamento de até 1 milhão de dólares. Para receber financiamento, as equipes de pesquisa precisam demonstrar uma ideia ousada em uma das sete áreas críticas globais de saúde e desenvolvimento.

 

Texto com informações da Assessoria de Comunicação da Escola de Saúde Pública de Yale.

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Proteínas quiméricas auxiliam no diagnóstico da doença de Chagas

O pesquisador da Fiocruz Bahia, Fred Luciano Neves Santos, liderou duas pesquisas que investigaram o desempenho diagnóstico de duas proteínas quiméricas (IBMP -8.1 e IBMP-8.4) para detectar anticorpos contra o Trypanosoma cruzi, protozoário causador da doença de Chagas. Os artigos foram publicados nas revistas científicas PLOS ONE e BMC Infectious Diseases.

Em uma pesquisa, foram utilizadas amostras de áreas endêmicas de diversas localidades da Argentina, Bolívia e Paraguai. Já no outro estudo, foram usadas amostras positivas e negativas de imigrantes latino-americanos que moravam em Barcelona, na Espanha, uma região não endêmica para a doença de Chagas. A maioria das amostras foi de origem boliviana.

O diagnóstico laboratorial da doença de Chagas é um fator preocupante, pois o teste de referência é baseado na visualização direta de tripomastigotas móveis em amostra de sangue, restringindo a janela útil do teste para as primeiras 4-8 semanas pós-exposição, durante a fase aguda. Após este período, inicia-se a fase crônica, caracterizada pela diminuição ou ausência de parasitas no sangue.

Nesta fase, o diagnóstico é realizado indiretamente através da detecção de anticorpos contra o parasita. Diversas limitações estão relacionadas ao diagnóstico nesta fase, como a variação genética do T. cruzi e o tipo de antígeno usado para detectar anticorpos específicos. O uso de matrizes antigênicas baseadas em proteínas quiméricas pode resolver as limitações do diagnóstico da doença em sua fase crônica.

Resultados

Os resultados do estudo feito com amostras de países latino-americanos mostraram que os antígenos quiméricos mantiveram seu desempenho, apesar da variabilidade antigênica das cepas de T. cruzi encontradas nestas localidades. Resultados semelhantes foram encontrados em estudos anteriores do grupo de Fred Santos, quando utilizaram amostras dos Estados Unidos, Nicarágua, México e Argentina.

Estes dados mostram que essas proteínas podem ser capazes de identificar casos positivos da doença independentemente da localização geográfica original. Para as amostras positivas para T. cruzi, a quimera IBMP-8.4 produziu a mais alta sensibilidade (100%) e a IBMP-8.1 mostrou sensibilidade de 95,3%.

Já na pesquisa realizada na Espanha, ambas as proteínas mostraram resultado precisos entre os indivíduos infectados. A sensibilidade foi de 99,4% para IBMP-8.1 e 99,1% para IBMP-8.4. Além disso, o índice de reatividade destes dois antígenos, obtidos de imigrantes que vivem em um ambiente não endêmico de Chagas, foi superior aos obtidos anteriormente para amostras brasileiras. Nenhuma reatividade cruzada foi observada para indivíduos com toxoplasmose e infecção pelo vírus da zika.

Estes resultados mostraram um desempenho notável dos antígenos quiméricos IBMP-8.1 e IBMP-8.4 e sugerem que ambos os antígenos podem ser usados para diagnóstico em doença de Chagas. A alta precisão nos resultados usando estes antígenos mostrara que eles podem ser úteis no diagnóstico de indivíduos infectados com diversos tipos de T. cruzi, independentemente da localidade onde residam.

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Fiocruz Bahia promove a 27ª Reunião Anual de Iniciação Científica

Com o propósito de melhorar e incentivar a produção acadêmica dos estudantes de Iniciação Científica, a Vice-Diretoria de Ensino e Informação da Fiocruz Bahia, através do Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC), promoveu a 27ª Reunião Anual de Iniciação Científica (RAIC) da instituição. A RAIC, que acontece anualmente nas unidades da Fiocruz, foi realizada entre os dias 12 e 14 de junho.

No evento, foram apresentadas as investigações desenvolvidas pelos estudantes de iniciação científica da instituição, que foram avaliadas por uma banca composta por pesquisadores internos e externos. Ao final, houve a premiação dos quatro melhores trabalhos e quatro menções honrosas.

Clique aqui para conferir os trabalhos premiados.

Para Juliana Menezes, coordenadora do PROIIC, a RAIC tem grande importância na formação dos alunos. “O evento permite que eles discutam ciência, façam uma análise crítica do trabalho que desenvolvem e do trabalho dos colegas, além de conhecerem melhor os projetos desenvolvidos no nosso Instituto. Esse exercício durante a iniciação científica com certeza terá um impacto na vida profissional destes alunos, independente de seguirem carreira acadêmica”, afirmou a pesquisadora.

 “Acredito que esta tenha sido mais uma edição de sucesso da RAIC. A dedicação dos alunos ao evento e a excelente qualidade das apresentações, para mim, é um indicativo de que o nosso programa de iniciação científica tem alcançado seu objeto de estimular e formar alunos com pensamento crítico e interesse pela ciência”, avaliou Juliana Menezes.

A programação do evento incluiu a apresentação da Sessão Científica intitulada “A pesquisa em ensino de ciências como forma de desenvolvimento social dos estudantes em saúde”, ministrada pelo Daniel Manzoni, do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). Na palestra, Daniel falou sobre a importância da metodologia ativa no ensino em saúde e compartilhou sua experiência nos estudos desenvolvidos sob sua supervisão.

O professor, ministra a disciplina de Didática Especial há 6 anos no Programa de Pós-Graduação de Patologia (PGPAT). A última edição foi oferecida em conjunto ao Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia e Medicina Investigativa (PGBSMI). Foi aplicado como Metodologia o Ensino Baseado em Investigação e resultou em três publicações dos discentes na Ata de Ciências da Saúde, v7, n1 (2019). Na palestra de encerramento, Daniel explicou sobre o processo de elaboração, discussão e impacto dos artigos publicados com os estudantes de pós-graduação da Fiocruz Bahia.

Veja as fotos do evento:

 

 

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Pré-lançamento da 10ª Obsma na Fiocruz Bahia acontece no Dia Mundial do Meio Ambiente

No Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho, a Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente da Fiocruz (Obsma) realizará o pré-lançamento da sua 10ª edição. A Fiocruz Bahia participará da programação com apresentação de palestras sobre mudanças climáticas, direito à alimentação e poluição nos oceanos. Também serão expostos os projetos que receberam o prêmio de Destaque Regional na 9ª Obsma. O público-alvo é de estudantes e professores de escolas do entorno da Fiocruz Bahia, além integrantes do Projeto Ciência na Escola.

A mesa de abertura do evento será composta por Patricia Veras, Vice-diretora de Ensino da Fiocruz Bahia; Andre Fraga, Secretário Municipal de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência; Letícia Baird, do Ministério Público Estadual; Antonio Brotas, assessor de comunicação da Fiocruz Bahia e coordenador regional da Obsma; e Nelzair Vianna, pesquisadora em Saúde Ambiental da Fiocruz Bahia.

Nesta data, a Olimpíada lança também seu novo site. Com uma plataforma mais moderna, conteúdo otimizado e design atrativo, o novo portal não só apresenta as ações e eventos como também inaugura o momento histórico das comemorações de 20 anos da iniciativa.

O evento conta com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz Bahia (ASFOC-BA).

Confira abaixo a programação do evento na Fiocruz Bahia:

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Confira a programação final da 27ª RAIC

A Coordenação do Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC) da Fiocruz Bahia torna público as instruções finais e a programação da 27ª Reunião Anual de Iniciação Científica (RAIC). O evento ocorrerá de 12 a 14 de junho.

Clique aqui e acesse o documento.

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Divulgado edital de seleção para mestrado e doutorado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa

O programa de Pós-graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI) divulga o edital de seleção para mestrado e doutorado 2019.2. As inscrições vão do dia 01 a 10 de junho.

São cinco vagas para mestrado e cinco para doutorado, sendo quatro vagas de ampla concorrência e uma reservada para indígena, negro (preto ou pardo) e deficiente em cada categoria.  

Os cursos de Mestrado e Doutorado destinam-se aos profissionais com graduação na área da saúde ou ciências biológicas ou a profissionais graduados desempenhando atividades acadêmico-profissionais, comprovadas por documentação submetida à análise e endossada pela comissão de seleção.

Clique aqui e acesse o Manual do Candidato 2019.2.

 

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Estudo aponta disseminação e aumento de infecção por HTLV na Bahia

Uma pesquisa desenvolvida pela Fiocruz Bahia fez uma estimativa, a partir de dados de testes realizados no Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (LACEN-BA), da taxa de infecção pelo vírus linfotrópico da célula T humana (HTLV) e sua distribuição geográfica na Bahia.

O estado tem a maior taxa de infecção do vírus no Brasil. Um dos aspectos importantes deste estudo é que além de Salvador e regiões próximas, outros focos de infecção foram identificados (Barreiras, Extremo sul e região central). O trabalho também é importante por sua extensão e pelo número de indivíduos avaliados.

O HTLV é um retrovírus que pertence à mesma família do HIV, que infecta um dos tipos de células humanas de defesa. As principais formas de transmissão são através da relação sexual, aleitamento materno e agulhas de seringas contaminadas. Diferente do HIV, que destrói o sistema imunológico, o HTLV provoca alterações sistêmicas que prejudicam a qualidade de vida e causa doenças como leucemia, incontinência urinária, disfunção erétil e problemas neurológicos. Ainda não há cura.

Para o estudo, foram analisadas amostras de cerca de 234 mil indivíduos, de 394 municípios (a Bahia tem 417 municípios), do período de 2004 a 2013. As amostras eram, em sua maioria, de doadores de sangue, gestantes e indivíduos que apresentavam sintomas de doenças infecciosas, do sistema público de saúde. O LACEN-BA é responsável pela vigilância de doenças infecciosas de todo o estado.

Os resultados da pesquisa liderada pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Fernanda Grassi, indicam que a infecção pelo vírus é disseminada na Bahia, com taxa global moderada de infecção. A média de casos positivos em todo o estado foi de 14,4 por 100.000 habitantes, que representa a prevalência de infecção em 0,84% da população. No trabalho, os pesquisadores salientam que esse número pode estar subestimado.

Também foi observado um aumento no número de casos positivos em todas as microrregiões da Bahia, principalmente após o ano de 2008, no qual foi encontrado cerca de 4 casos de HTLV por 100.000 habitantes, em comparação com, aproximadamente, 10 casos por 100.000 durante o período final (2009-2013). Cerca de 95% dos municípios do estado relatou pelo menos um resultado positivo.

Perfil e distribuição geográfica

O Brasil é considerado uma área endêmica para o HTLV, sendo as regiões Norte e Nordeste com a maior prevalência da doença. Segundo os cientistas, Salvador, capital da Bahia, é o epicentro da infecção pelo HTLV, no país, e pertence a uma das três microrregiões que tiveram taxas acima de 20 casos positivos para HTLV por 100.000 habitantes: Barreiras (24,83), Salvador (22,90) e Ilhéus-Itabuna (22,60).  

No estudo, foi identificado um cluster de infecção por HTLV ao redor da microrregião de Salvador, compreendendo as microrregiões de Entre Rios, Santo Antônio de Jesus e Catu, formado por 43 cidades, concentrando quase um terço da população do estado.  

Além disso, três outros clusters endêmicos foram identificados: um localizado no extremo sul (microrregiões de Ilhéus, Itabuna Itapetinga, Porto Seguro e Vitória da Conquista, com 86 municípios e 2,7 milhões de habitantes), um na região central (microrregiões de Jacobina e Serrinha, com 33 municípios e 750.000 habitantes) e outro na região mais ocidental do estado (microrregião de Barreiras, com 7 municípios e 280.000 habitantes).

Na maioria das mesorregiões do estado, a pesquisa detectou uma proporção maior de mulheres infectadas pelo HTLV-1. De acordo com os pesquisadores, esse resultado pode ser atribuído às amostras que eram, principalmente, do sexo feminino e, além disso, a transmissão do vírus é conhecida por ser mais eficiente de homens para mulheres.

Ainda na pesquisa, os autores explicaram que o vírus foi introduzido no país com o tráfico de escravos trazidos da África, principalmente para as cidades do Nordeste. Curiosamente, os dados apresentados no estudo apontam que as microrregiões com as maiores taxas de infecção da Bahia foram as com predominância de comunidades quilombolas.

Do total de amostras positivas analisadas, cerca de 92% eram de HTLV-1, cerca de 3% de HTLV-2 e 5% foram positivas para coinfecção pelo dois vírus. Apenas 5,5% dos municípios (com cerca de 260 mil pessoas) não enviaram nenhuma amostra para o LACEN-BA durante o período do estudo, com destaque para as microrregiões de Santa Maria da Vitória e Jeremoabo, das quais não foi possível obter informações sobre infecção pelo vírus.

 

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Pesquisa investiga desempenho de testes sorológicos comerciais em HTLV

Testes sorológicos são normalmente utilizados para identificar, com amostras de sangue, diversas doenças, dentre elas a infecção causada pelo Vírus Linfotrópico da célula T humana (HTLV). Devido ao uso de novos antígenos para a captura de anticorpos específicos contra o HTLV e a introdução de novas metodologias, tais como os testes de Quimiluminescência (CLIA), houve a necessidade de realizar um estudo sistemático para avaliar o desempenho diagnóstico dos kits comerciais usados no Brasil para a identificação do HTLV.

A avaliação do desempenho dos testes sorológicos comerciais foi publicada no artigo “Performance of commercially available serological screening tests for human T-cell lymphotropic virus infection in Brazil”, no Journal of Clinal Microbiology. Participaram do estudo os pesquisadores da Fiocruz Bahia, Fred Luciano e Maria Fernanda Grassi, em parceria com o Centro Integrado Multidisciplinar de HTLV, Laboratório Central de Saúde Pública do estado da Bahia e Instituto Adolfo Lutz de São Paulo.

A pesquisa foi desenvolvida analisando três testes vendidos no Brasil. Os testes de ELISA das marcas Murex, SYM Solution e Gold ELISA HTLV-1/2, além de um CLIA da marca Architect rHTLV-1/2. Foram analisadas 397 amostras de plasma, 200 negativas para HTLV, 170 positivas e 27 indeterminadas por um teste chamado Western Blotting (WB).

Nos resultados do estudo, todos os testes alcançaram 100% de sensibilidade. Quanto as amostras negativas, os kits das marcas SYM Solution e Gold ELISA HTLV-1/2 apresentaram especificidade maior que 99,5%, enquanto que o CLIA e o Murex foram 98,1% e 92% específicos, respectivamente.

O estudo concluiu que, entre os testes de ELISA, o Gold ELISA ofereceu os melhores parâmetros de desempenho diagnóstico, enquanto o CLIA apresentou o maior desempenho em todas as análises realizadas. Os autores apontaram que, apesar de algumas divergências entre os parâmetros de desempenho, todos os kits avaliados neste estudo podem ser utilizados para diagnóstico do HTLV com segurança.

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Fiocruz comemora 119 anos

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) completa 119 anos no dia 25 de maio. Para comemorar o aniversário, está programada, na sede da Fiocruz, no Rio de Janeiro, uma série de atividades para os trabalhadores, que acontecerão na última semana do mês, entre os dias 27 e 31/5. Faz parte da programação a conferência “A Ciência do Futuro e o Futuro da Ciência na Fiocruz”, seguida de roda de conversa com o Professor Emérito do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP), Erney de Camargo. Na quarta-feira, a Presidência apresentará um balanço da gestão.    

A história da Fiocruz começou em 1900, com a criação do Instituto Soroterápico Federal, na Fazenda de Manguinhos, Zona Norte do Rio de Janeiro, inaugurado para fabricar soros e vacinas contra a peste bubônica. A instituição experimentou, desde então, uma intensa trajetória, que se confunde com o próprio desenvolvimento da saúde pública no país.

O Instituto foi responsável pela reforma sanitária que erradicou a epidemia de peste bubônica e a febre amarela da cidade, com o bacteriologista Oswaldo Cruz. E logo ultrapassou os limites do Rio de Janeiro, com expedições científicas que desbravaram as lonjuras do país. O Instituto também foi peça chave para a criação do Departamento Nacional de Saúde Pública, em 1920.

Durante todo o século 20, a instituição vivenciou as muitas transformações políticas do Brasil.  Perdeu autonomia com a Revolução de 1930 e foi foco de muitos debates nas décadas de 1950 e 1960. Com o golpe de 1964, foi atingida pelo chamado Massacre de Manguinhos: a cassação dos direitos políticos de alguns de seus cientistas. Mas, em 1980, conheceu de novo a democracia, e de forma ampliada.

Na gestão do sanitarista Sergio Arouca, teve programas e estruturas recriados, e realizou seu 1º Congresso Interno, marco da moderna Fiocruz. Nos anos seguintes, foi palco de grandes avanços, como o isolamento do vírus HIV pela primeira vez na América Latina.

Já centenária, a Fiocruz desenha uma história robusta nos primeiros anos do século 21. Ampliou suas instalações e, em 2003, teve seu estatuto enfim publicado. Foi uma década também de grandes avanços científicos, com feitos como o deciframento do genoma do BCG, bactéria usada na vacina contra a tuberculose. Uma trajetória de expansão, que ganhou novos passos nesta segunda década, com a criação de escritórios como o de Mato Grosso do Sul e o de Moçambique, na África. Um caminho que se alimenta de conquistas e de desafios sempre renovados.

Conheça a história da Fiocruz, ano a ano, na Linha do Tempo.

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Pesquisador Ítalo Sherlock será homenageado na Fiocruz Bahia

O pesquisador e ex-diretor da Fiocruz Bahia, Ítalo Rodrigues de Araújo Sherlock (1936-2009), será homenageado, no dia 23 de maio, às 10 horas, no auditório Aluízio Prata. Amigos, alunos, colegas de trabalho e integrantes da família irão participar do evento e prestar suas homenagens. Também ocorrerá o descerramento da placa do atual Pavilhão Central, que passará a se chamar Ítalo Sherlock. A realização da homenagem e a nomeação do prédio foram aprovadas pelo Conselho Deliberativo da Fiocruz Bahia, em novembro de 2017.

Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (1963), Sherlock especializou-se em Entomologia Médica e Biologia Parasitária, notabilizando-se como um dos mais importantes e premiados entomologistas do Brasil e das Américas. Publicou 166 artigos em periódicos nacionais e internacionais, dez capítulos de livros e descobriu sete novas espécies de flebotomíneos e três de triatomíneos. Reconhecido internacionalmente por suas contribuições sobre taxonomia, ecoepidemiologia e controle de importantes doenças tropicais negligenciadas como as leishmanioses, filarioses e doença de Chagas, Sherlock fez história na ciência brasileira, em prol da saúde da população.

 

 

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Biomarcadores ligados a memoria e ativação de linfócitos T caracterizam SIRI em pacientes com tuberculose

A Síndrome Inflamatória de Reconstituição Imune (SIRI) tem propensão a ocorrer quando pacientes com HIV são concomitantemente infectados com outros agentes patogênicos oportunistas, como o Mycobacterium tuberculosis, principalmente após o início da terapia com antirretroviral. Alterações fenóticas em células T, responsáveis pela defesa do organismo, e sua relação com inflamação sistémica ainda não foram completamente compreendidas.

Um estudo realizado com pacientes do sul da Índia, coordenado pelo pesquisador Bruno de Bezerril Andrade, da Fiocruz Bahia, analisou a relação da coinfecção por tuberculose-HIV com SIRI em uma população sem tratamento, sobre a frequência relativa de vários subconjuntos de linfócitos CD4 e células T-auxiliares. O artigo foi publicado no Scientific Reports e faz parte da tese de doutorado do estudante do Programa de Pós-graduação em Patologia (PgPAT), Paulo Mattos.

Como todos os pacientes foram admitidos durante o início do tratamento, houve vigilância ativa para SIRI com amostras clínicas coletadas imediatamente após o início da síndrome e antes da instituição de agentes anti-inflamatórios. A principal limitação do estudo foi o número relativamente pequeno de pacientes analisados, uma vez que a coorte foi aninhada dentro de um estudo controlado randomizado com critérios rigorosos de inclusão e exclusão, que impediam o recrutamento e análise de uma amostra maior.

A pesquisa destacou o conceito de que a expressão diferencial de células CXCR3 e CCR6 efetoras e células T CD4 + de memória foi associada ao desenvolvimento de tuberculose com SIRI em pacientes com HIV, após o início da terapia antirretroviral. Células efetoras e de memória são células do sistema imunológico que desempenham funções distintas. As efetoras impedem a proliferação de agentes infecciosos e a segunda armazena a capacidade de identifica-los.

Os achados complementam estudos anteriores feitos com pacientes dos EUA, que descreveram uma proporção maior de células efetoras no momento do desenvolvimento da SIRI e aos seis meses após início da terapia antirretroviral e uma porcentagem maior de células novas no grupo não acometido por SIRI. Isso reitera o fato de que pacientes não SIRI reconstituem o compartimento de células novas mais rápido.

Estas observações levam a hipótese de que a expansão das células CXCR3 + CCR6 e CD4 +, em vez de representar a principal base imunológica da tuberculose-SIRI, pode ser impulsionada por um aumento subjacente de mediadores inatos pró-inflamatórios antes do tratamento para HIV em pacientes com tuberculose-HIV com alta carga microbiana e que estão em um risco muito alto de desenvolver esta síndrome.

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Programa de estímulo a empreendimentos inovadores será apresentado em workshop

Acontecerá, no dia 21 de maio, o workshop de apresentação do Programa Centelha Bahia, na Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia (UFBA), às 10h30.

O evento é destinado ao público-alvo do Edital Centelha Bahia, que será lançado no início de junho, como pessoas que pretendem abrir uma empresa ou que já possuem empresa com menos de 12 meses de existência e faturamento máximo de 4,8 milhões de reais, até a data de publicação do edital.

O objetivo do Centelha é estimular a criação de empreendimentos inovadores, a partir da geração de novas ideias, e disseminar a cultura do empreendedorismo inovador em todo o Brasil, oferecendo recursos financeiros e capacitação para quem quer empreender.

O programa foi idealizado pelo Ministério Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) junto com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Recentemente, foi firmada uma parceria entre a Fiocruz Bahia e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB), esta última organizadora do evento em Salvador.

A Fiocruz Bahia irá contribuir na indicação de especialistas para atuarem como avaliadores; na avaliação de propostas; no compartilhamento da infraestrutura tecnológica, de pesquisa e disponibilização de espaços para eventos e workshops, conforme disponibilidade institucional.

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Prorrogado prazo da seleção pública para Pós-Doutorado em Epidemiologia das Arboviroses

O Laboratório de Patologia e Biologia Molecular (LPBM), da Fiocruz Bahia, publica o edital para Seleção Pública de Pós-Doutorado em Epidemiologia das Arborviroses, abrindo uma vaga para doutores da área de epidemiologia, saúde pública, saúde coletiva ou áreas correlatas. O prazo para as inscrições foi prorrogado até o dia 14 de junho de 2019.

O candidato selecionado integrará o grupo de pesquisa sobre a epidemiologia e a dinâmica de transmissão da arboviroses no meio urbano. As atividades relacionadas a esta posição incluem o desenvolvimento e implementação de estudos eco-epidemiológicos sobre ocorrência de arboviroses (dengue, zika, chikungunya, febre amarela e outras) na cidade de Salvador, Bahia.

Para maiores informações, acesse o edital disponível aqui.

 

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Sarampo será tema das Quintas de Vigilâncias de maio

Será realizado, no dia 30 de maio, o evento das Quintas de Vigilâncias, que terá como tema Sarampo – desafios atuais. O encontro, que será realizado na Fiocruz Bahia, a partir das 08 horas, é gratuito e não necessita inscrição. 

As Quintas de Vigilâncias são realizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), pela Escola de Administração Fazendária (ESAF) e pela Fiocruz Bahia. O evento é destinado a troca de experiências entre profissionais de saúde e de meio ambiente, incluindo aqueles da academia e dos poderes públicos federais, estaduais e municipais, funcionando como uma ponte entre as vigilâncias e a sociedade.

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Inscrições abertas para I Curso de Férias em Imunopatologia

A Associação de Pós-graduandos da Fiocruz Bahia realizará, nos dias 08 a 12 de julho de 2019, o I Curso de Férias em Imunopatologia. As inscrições podem ser feitas até o dia 31 de maio. Já os resumos podem ser submetidos até 10 de junho. Acesse o hotsite do curso para mais informações.

O evento é destinado para discentes dos cursos de graduação em ciências biológicas, da saúde e áreas afins e tem como objetivo elucidar os aspectos imunopatológicos e os avanços das pesquisas em doenças infecciosas e não infecciosas, assim como, promover a divulgação científica das diversas linhas de pesquisa executadas na Fiocruz Bahia. 

O último dia de evento contará com uma palestra de encerramento, na sessão científica da Fiocruz Bahia, com o professor de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e autor do livro Bogliolo Patologia, Geraldo Brasileiro Filho. Também ocorrerá a entrega dos certificados, a premiação do melhor trabalho apresentado e a votação da melhor aula ministrada no curso. 

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Programa de saúde mental (PsiU) da UFBA atenderá a Fiocruz Bahia

O Programa de Saúde Mental e Bem Estar da Universidade Federal da Bahia (PsiU/ UFBA) foi apresentado, no dia 29 de março, à comunidade da Fiocruz Bahia, pelo psiquiatra, psicanalista  e coordenador do programa, Marcelo Veras. Por meio de uma parceria, o PsiU está disponível também para todos da Fiocruz Bahia – servidores, estudantes, terceirizados e bolsistas.

Lançado em 2017, o programa de extensão da UFBA oferece acolhimento por uma equipe de profissionais de saúde mental (psicólogos e psiquiatras) a pessoas da comunidade universitária em situações de mal estar subjetivo. Os atendimentos são gratuitos e não é necessário marcação ou agendamento. O Plantão de Acolhimento conta com uma equipe de profissionais capacitados para oferecer uma escuta qualificada de questões pontuais e urgentes que causam angústia e tensões.

Marcelo Veras apresentou a proposta do PsiU que não é oferecer tratamento psicoterápico ou psicanalítico de longo prazo, mas ser um espaço de cuidado, que dispõe de um número limitado de atendimentos. Os casos que necessitam de prolongamento são encaminhados para uma rede de psicólogos indicados pelo programa para realização desse atendimento a preços acessíveis.

De acordo com o coordenador do programa, as grandes instituições, quaisquer que sejam elas, acabam sendo um ‘outro’ com o qual não é possível dialogar. “A gente criou uma ‘orelha’ para a UFBA, que é diferente de uma ouvidoria. Nós queremos conversar, falar e pedir”.

O fato de o atendimento ser em um ambiente fora da Fiocruz também foi colocado como um ponto positivo por Marcelo Veras. “O paciente poderá se abrir mais quanto ao seu mal-estar. Como vocês são um grupo relativamente pequeno, há uma quebra da endogenia. Faz com que as pessoas fiquem mais à vontade”, acrescentou.

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