Preditores de mortalidade precoce em pacientes com tuberculose e HIV são analisados em pesquisa

A implementação da terapia antirretroviral causa uma diminuição significativa na mortalidade associada ao HIV em todo o mundo. No entanto, a mortalidade ainda é alta entre as pessoas que vivem com coinfecção por HIV e tuberculose.

Embora nenhuma diferença na taxa de mortalidade tenha sido demonstrada até o momento entre pacientes com e sem experiência com terapia antirretroviral, diferentes preditores de mortalidade pode levar à implementação de abordagens distintas no manejo clínico desses grupos. 

Em um estudo, que contou com a participação do pesquisador Bruno de Bezerril Andrade, e a doutoranda Maria Arriaga, ambos da Fiocruz Bahia, a ação de Inibidores de Protease foi analisado em uma população de uma área de alta carga de tuberculose e HIV. A pesquisa foi publicada no periódico científico PLOS One

O estudo

Para o estudo, foram avaliados 273 pacientes com diagnóstico de tuberculose e HIV e tratados em um centro de referência no Rio de Janeiro, entre 2008 e 2016. Análises multivariadas foram utilizadas para avaliar a eficácia do esquema de terapia do 4º ao 10º mês, após a introdução do tratamento para tuberculose. Os preditores de mortalidade precoce foram identificados 100 dias após o início do tratamento para tuberculose, considerando pacientes com e sem terapia antirretroviral anterior.

Pacientes com terapia antirretroviral apresentaram tuberculose prévia com mais frequência e exibiram mais comorbidades. Além disso, análises adicionais sobre a sobrevivência precoce demonstraram que Síndrome Inflamatória de Reconstituição Imune (SIRI) e alta carga viral de HIV basal foram fatores de risco para mortalidade precoce em pacientes sem terapia antirretroviral, mas não em pacientes com terapia antirretroviral.

Para pacientes que já fizeram terapia antirretroviral, um risco maior de falha do tratamento foi observado naqueles com maior nível de carga viral de HIV e com resistência à primeira linha terapia antirretroviral, baseados no fármaco efavirenz. Um estudo anterior deste grupo também revelou pacientes tratados com inibidores de Protease tiveram 3,08 vezes mais risco de falha do tratamento em comparação com pacientes que usam regimes de terapia antirretroviral baseados em efavirenz. 

Os regimes baseado em inibidores de Protease potencializados, como Ritonavir, são tóxicos e, quando adicionados a drogas anti-tuberculose, podem resultar na interrupção de ambas as terapias, uma vez que nenhum outro regime de terapia antirretroviral compatível com rifampicina é recomendado no Brasil.

Este estudo contribui para o conhecimento atual no campo das terapias para coinfecção por tuberculose e HIV, pois demonstra que os fatores de risco para mortalidade e insuficiência da terapia antirretroviral foram diferentes para os pacientes que fizeram esse tratamento com as drogas inibidoras.

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Diabetes agrava infecção por tuberculose, aponta estudo internacional

A tuberculose pulmonar é a principal causa de morte por infecção e atinge uma a cada quatro pessoas no mundo. A comorbidade por diabetes é uma condição que faz com que indivíduos desenvolvam tuberculose com hiper-inflamação e maior facilidade do que com outros indivíduos sem essa condição crônica. A forma em que o tratamento contra tuberculose interage com a diabetes ainda não é amplamente estudado.

Uma investigação desenvolvida através de uma parceria entre a Fiocruz Bahia e instituições presentes na Índia, Estados Unidos e Brasil, liderada pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Bruno Bezerril, e pelo pós doutorando do Programa Nacional de Pós Doutorado/Capes (PNPD/Capes) Kiyoshi Fukutani, analisa a resposta ao tratamento contra tuberculose em pacientes sem e com diabetes. O artigo “Persistent inflammation during anti-tuberculosis treatment with diabetes comorbidity”, foi publicado no periódico eLife Sciences.

No estudo longitudinal, foram verificados 17 citocinas do plasma, que são proteínas e peptídeos secretados por células de defesa, de pacientes brasileiros e indianos durante e após o tratamento contra tuberculose. As análises das resposta aos medicamentos foram feitas através de estudos de população, mensuração de plasma e análise estatísticas.

Nos resultados, foi notado que, entre o início do tratamento e seis meses após a conclusão da terapia, pacientes que desenvolveram a infecção associada a diabetes tinham um maior nível de inflamação do que outros pacientes que não tinham a comorbidade tuberculose-diabetes, separando-os virtualmente em dois grupos diferentes.

Por outro lado, após um ano do tratamento, foi notado, tanto na população brasileira como na indiana, que os índices de infecção estabilizaram no mesmo patamar entre os dois grupos. Além disso, em pacientes que a tuberculose é associada a diabetes o prognóstico é mais difícil, por causa de atrasos ou não de esterilização das lesões pulmonares, maior danos permanentes nos pulmões, entre outros efeitos de longo prazo desfavoráveis.

A investigação concluiu que a relação entre tuberculose e diabetes faz com que a inflamação sistêmica tenha uma maior persistência, mesmo após a aplicação do tratamento. Também, a pesquisa apontou que é necessário tratar a tuberculose com maior rigor para evitar danos maiores em pessoas com tuberculose que têm diabetes. Atualmente, os pesquisadores estão desenvolvendo um novo tratamento com antibióticos para curar de maneira mais rápida a infecção e prevenir o paciente de ter maiores danos.

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“Saúde e Alimentação” é tema de mesa redonda e oficina

O Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia), através do Núcleo de Saúde do Trabalhador e da Coordenação do Programa Fiocruz Saudável, promove uma mesa redonda com a temática “Saúde e Alimentação”, que acontecerá no dia 17 de outubro, na Fiocruz Bahia. O evento tem enfoque na importância da relação saudável com o alimento para o equilíbrio físico, mental, emocional e espiritual do indivíduo.

A mesa de debate é uma proposta de celebração tanto do Dia Mundial da Saúde Mental (10/10) quanto do Dia Mundial da Alimentação (16/10). O médico psiquiatra, Thiago Campos de Oliveira, ministrará a palestra “Saúde Mental e Distúrbios alimentares” e a Nutricionista Laila de Freitas abordará a questão da “Nutrição sem restrições”.

No período da tarde, haverá uma oficina de alimentação saudável com o tema “Alimentação Viva”. Além de propor uma alimentação baseada na vitalidade dos alimentos para consumo de vegetais in natura, frutas frescas e castanhas, o movimento da Alimentação Viva contribui para uma reflexão sobre estilo de vida e cuidados ambientais, a partir da germinação do alimento entendendo o ser humano como parte integrante e indissociável da rede da vida. 

O evento é parte das atividades de 2019 do Programa Rede Diálogos do NUST, cujo objetivo é dar visibilidade ao adoecimento mental, por meio de um espaço aberto de diálogo, construindo coletivamente proposições para a transformação da realidade na direção de um ambiente mais saudável, bem como das atividades do Programa Fiocruz Saudável, cuja finalidade é fomentar reflexões acerca de pressupostos de qualidade de vida e proteção ambiental, questões que atualmente integram o conceito de saúde.

Data: 17 de outubro de 2019
Local: Fiocruz Bahia
Horário: 
Mesa redonda – 09h às 12h
Oficina de alimentação saudável – 15h às 16h
Entrada: gratuita e não necessita inscrição 

 

 

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Estudante de pós-graduação é condecorado com prêmio da SBMT

O estudante do Programa de Pós-graduação de Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI) da Fiocruz Bahia, Pedro Santos, recebeu o prêmio Jovem Pesquisador na categoria Mestrado pelo trabalho apresentado no 55º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (MedTrop 2019).

O estudo “Avaliação de risco ocupacional e dinâmica da estrutura populacional de Schistosoma mansoni em trabalhadores de hortifruticulturas em Salvador, Bahia” foi orientado pelo professor da Fiocruz Bahia, Lucio Barbosa, e foi escolhido entre outros 14 trabalhos selecionados no evento organizado pela SBMT.

Para Pedro, a premiação foi uma surpresa e satisfação após muita dedicação dele e do grupo de pesquisa que faz parte do Laboratório de Patologia e Biologia Molecular (LPBM). “Quando chegou o e-mail da comissão organizadora relatando que nosso trabalho foi selecionado por eles, entre tantos outros, para concorrer a premiação de Jovem Pesquisador na categoria em que hoje me insiro, foi um motivo de muita felicidade para a nossa equipe e para mim”, relatou.

“No dia da apresentação oral, foi reiterado que os trabalhos selecionados para a banca avaliadora já eram trabalhos de destaque. Na noite de abertura do evento foi anunciado os vencedores de cada categoria e tive a imensa satisfação e felicidade em receber este prêmio que é fruto de muito trabalho e dedicação da nossa equipe”, comemorou o estudante.

Ainda, o estudante disse que essa premiação o motiva a seguir a carreira acadêmica, mesmo com um cenário não favorável na ciência. “A vontade de querer contribuir com a melhoria de vidas através da saúde pública e compartilhamento do conhecimento é muito mais forte. E com isso, espero continuar a dar respostas a sociedade e trabalhar na solução de problemas através de um futuro doutorado e outras oportunidades no universo acadêmico”, apontou.

Sobre a premiação

O Prêmio Jovem Pesquisador, da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), é uma condecoração dada nos pré-cursos e Congressos de Medicina Tropical à melhores apresentações e trabalhos submetidos. O objetivo é estimular jovens pesquisadores da área de medicina tropical a desenvolver suas investigações. O prêmio é dado nas categorias graduação, mestrado ou doutorado.

A Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), fundada em 1962, apoia órgãos públicos e particulares envolvidos no enfrentamento e controle de doenças tropicais, infecciosas e parasitárias, em várias frentes de apoio, respeitando as diretrizes do SUS. Dentre os diversos objetivos, busca promover e incentivar estudos e pesquisas relativos à Medicina Tropical, dar assessoria técnico-científica, estimular educação permanente; e promover eventos de âmbito internacional, nacional e regional e intercâmbio cultural com instituições científicas.

 

 

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Alunos da pós-graduação são premiados em encontro da CAPES

Durante o XIII Encontro de Pós-Graduação nas Áreas de Medicina I, II e III da CAPES, que ocorreu de 18 à 20 de setembro, na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), alunos egressos da Fiocruz Bahia foram premiados por seus trabalhos acadêmicos apresentados no evento.  O encontro nacional, anual e itinerante, é destinado a coordenadores, pesquisadores, secretários, estudantes e outros profissionais envolvidos com a Pós-Graduação na área de Medicina no país. O tema norteador foi “Perspectivas da Nova Avaliação Quadrienal: Mudança de Paradigma”.

A ex-estudante, Jaqueline Góes, do Programa de Pós-graduação em Patologia (PGPAT – UFBA/ Fiocruz Bahia), ficou em 1º lugar na categoria Doutorado, por sua tese “Vigilância Genômica em Tempo Real de Arbovírus Emergentes e Re-Emergentes”. Para a vencedora, essa conquista é fruto do trabalho de toda a equipe do projeto Zika in Brazil Real Time Analysis (Zibra), do qual fez parte, e ressalta a importância de fazer colaborações que geram trabalhos de grande impacto científico, fornecendo respostas rápidas para tomada de decisões no que tange a saúde pública.

Jaqueline também agradeceu o apoio das coordenadoras do programa de pós-graduação e do seu orientador, Luiz Alcântara, além de ressaltar a importância das instituições de financiamento, sem os quais não poderia realizar as atividades que deram origem aos resultados apresentados na tese, incluindo a bolsa de estudos no país e durante o período sanduíche no exterior. “Fiquei muito feliz em ter compartilhado a felicidade do prêmio com meus colegas Breno Cardim e Afrânio Evangelista, isso demonstra a importância da ciência e dos programas de pós-graduação do Instituto Gonçalo Moniz para o país,” comemorou. 

No 2º lugar, o ex-aluno Afrânio Evangelista, do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PGBSMI – Fiocruz Bahia), foi premiado por sua tese “Mecanismos envolvidos no efeito terapêutico de células mesenquimais de medula óssea em modelo experimental de neuropatia diabética sensorial”. 

Afrânio declarou se sentir honrado com o reconhecimento e pela oportunidade de apresentar seu trabalho para uma plateia de pesquisadores das áreas da medicina I, II e III e mostrar que na instituição se produz pesquisa de qualidade. “Foi uma experiência edificante e inesquecível, tanto pela visibilidade proporcionada pelo evento, quanto pela oportunidade de estabelecer parcerias, o que é imprescindível para nós pesquisadores”, afirmou.

Na categoria de Mestrado, o aluno do PGPAT, Breno Cardim Barreto, ficou em 1º lugar com a dissertação intitulada “Caracterização da Expressão da Conexina 43 Miocárdica na Doença de Chagas Crônica”. Breno disse que, no cenário atual da ciência, esse prêmio serve como mais um estímulo para não desistirmos de lutar pela pesquisa no país. “Pude falar um pouco do meu trabalho de mestrado, e mostrar que no Nordeste também são feitas pesquisas de qualidade”, comentou.

Confira as fotos da premiação e do evento:

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Inscrições abertas para a 10ª edição. Participe!

No dia 21 de setembro, foi comemorado o Dia Mundial da Árvore. E neste ano, a data foi ainda mais especial: marcou a abertura oficial das inscrições da 10ª edição da Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (2019-2020), da Fundação Oswaldo Cruz.

Professores da educação básica de todo o país poderão inscrever os trabalhos de seus alunos do Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano) e Ensino Médio, desenvolvidos entre 2019 e 2020, nas categorias Produção Audiovisual, Produção de Textos e Projeto de Ciências.

A iniciativa premiará os 36 melhores trabalhos sobre saúde e meio ambiente com uma viagem ao Rio de Janeiro, para que alunos e professores vencedores participem de atividades científicas e culturais na cidade.

Além da premiação nacional, será oferecido o Prêmio Menina Hoje, Cientista Amanhã a um trabalho desenvolvido por grupos de alunas e professoras do gênero feminino. 

A abertura das inscrições ainda marcou o fortalecimento da atuação da Obsma nas redes sociais online, com o lançamento oficial do Instagram da Olimpíada e que tornou possível acompanhar as novidades e ações também neste novo perfil. A Fiocruz Bahia é a unidade técnico-científica responsável pela atuação da olimpíada na Regional Nordeste II, que compreende os estados de Alagoas, Bahia e Sergipe. 

Para realizar a inscrição na 10ª Obsma, o professor deve ler o regulamento, preencher o formulário no site oficial www.olimpiada.fiocruz.br e enviar os trabalhos inscritos para uma das Regionais da Obsma de acordo com sua região (endereços estão disponíveis no site).

Em caso de dúvidas, o professor deve entrar em contato com a Coordenação da Olimpíada pelo e-mail olimpiada@fiocruz.br ou o telefone (21) 2560-8259.

A Olimpíada também está no Facebook (www.facebook.com/obsma) e no Twitter (www.twitter.com/obsma).

Não perca esta oportunidade, mobilize a sua escola e participe!

Fonte: OBSMA

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Coordenador do Cidacs se tornará professor Emérito da UFBA

O pesquisador e coordenador do Cidacs da Fiocruz Bahia, Maurício Barreto.

O coordenador do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) Mauricio Barreto, recebe, no dia 4 de outubro, na Reitoria da Ufba, às 9h, o maior título da carreira docente. Barreto será empossado como Professor Emérito da Universidade Federal da Bahia (Ufba), onde leciona há 35 anos. O feito é mais um reconhecimento por sua trajetória, que desde o início é constituída pela luta pela equidade em saúde e pela expansão da ciência.

Em 1977, o baiano de Itapicuru (233 Km de Salvador) se graduou em medicina pela Ufba e deu início à pesquisa em São Sebastião do Passé com estudos sobre Leshimaniose. Barreto quis seguir a carreira científica, fazendo mestrado em Saúde Comunitária no Instituto de Saúde Coletiva (ISC/Ufba). “Minha alma mater é Ufba”, disse ele durante a cerimônia de  assinatura do acordo de cooperação entre o Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia), onde é pesquisador sênior, e a universidade.

Barreto é epidemiologista, doutor pela Universidade de Londres e foi professor da London School Hygiene & Tropical Medicine (LSHTM). No Cidacs tem sido um entusiasta do uso de dados governamentais como fonte de informações para pesquisa científicas robustas. Barreto tem uma vasta bibliografia científica: são mais de 400 trabalhos publicados em revistas científicas e capítulos de livros. É um grande formador também: orientou cerca de 50 monografias, 18 dissertações de mestrado e 25 teses de doutorado.

O professor Mauricio, como é conhecido na comunidade científica, é responsável pela concepção e desenvolvimento do Cidacs, que reúne uma equipe que envolve médicos, epidemiologistas, nutricionistas, estatísticos, economistas e outras 20 formações, e está desenvolvendo métodos inovadores de pesquisa em avaliações de políticas públicas com métodos quantitativos e estratégias computacionais, o que coloca a Bahia no cenário de ponta da pesquisa epidemiológica no mundo. Pelos seus feitos, recebeu inúmeras condecorações e prêmios.

Em 2015, recebeu o Prêmio Roberto Santos de Mérito Científico, concedido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), e, em 2017, recebeu a Comenda 2 de Julho, concedida pela Assembleia Legislativa do Estado da Bahia. Desde 2003 integra a Academia Brasileira de Ciências (ABC), faz parte da Academia Mundial de Ciências (TWAS, na sigla em inglês), a Associação Internacional de Epidemiologia (IEA, na sigla em inglês), a Academia de Ciências da Bahia (ACB), da qual também é fundador, e também já ocupou cargos na Organização Mundial da Saúde (OMS) e no Ministério da Saúde.

Em dezembro de 2018, junto com mais 21 pesquisadores do mundo, ele como único brasileiro, participou da Comissão de Migração e Saúde da Universidade de Londres (UCL-The Lancet). Entre os achados, mostrou como a migração faz parte dos processos de ocupação da terra e que não há evidências de que os migrantes são responsáveis pela propagação de doenças. Por longo tempo tem liderado um grupo de pesquisa voltado para aspectos epidemiológicos das doenças infecciosas, desnutrição e asma, avaliação do impacto populacional de intervenções, e aspectos teóricos e metodológicos da Epidemiologia.

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Estudo descreve RNA no codificante com caraterísticas de principal regulador oncogênico

Em pesquisa desenvolvida pelas pesquisadoras Lourdes Farre, da Fiocruz Bahia e Sonia Guil, do Instituto Josep Carreras (Espanha), a função de um pseudogene conhecido como RPSAP52 é analisada em tumores de mama e sarcoma. O trabalho foi descrito no artigo intitulado “The transcribed pseudogene RPSAP52 enhances the oncofetal HMGA2-IGF2BP2-RAS axis through LIN28B-dependent and independent let-7 inhibition”,  publicado na revista de alto impacto Nature Communications.

O estudo é uma investigação da função de uma região concreta do genoma que não codifica para proteínas, mas origina um transcrito não codificante conhecido como RPSAP52, que apresenta funções reguladoras muito relevantes na proliferação celular. Os pesquisadores identificaram que o RPSAP52 regula a via de sinalização de HMGA2/IGF2BP2/RAS. Esta é uma via de caráter altamente pró-proliferativo e anti-diferenciador das células, de modo que a ativação de RPSAP52 promove o crescimento e mantem as células em um estado desdiferenciado típico das células tumorais mais agressivas.

Em condições normais, RPSAP52 somente se expressa a nível embrionário e está silenciado na maioria dos tecidos adultos. Porém, em um grande número de cânceres, o RPSAP52 se expressa de forma aberrante e promove o caráter pluripotente e de alta replicação das células. Isto se consegue mediante a capacidade que RPSAP52 tem em manter os níveis e função do co-regulador da tradução IGF2BP2 e em consequência, de diminuir os níveis do importante microRNA supressor tumoral let-7.

O estudo foi realizado in vitro e in vivo em modelos animais, e tem confirmado o papel tumorgênico de RPSAP52 em tumores de mama e sarcoma. Nesses tipos tumorais, o RPSAP52 pode também ter um valor preditivo como biomarcador. Além disso, o fato de que este RNA não codificante se expresse na maior parte dos tumores humanos e mostre um papel relevante reforça a função do genoma não codificante (frequentemente menosprezada) na regulação dos programas celulares e especialmente no contexto patológico.

Na ótica da pesquisa translacional, os achados são significativos pois este tipo de moléculas são presentes em níveis baixos e são mais facilmente atacáveis que os genes codificantes. Neste sentido, os pesquisadores estão trabalhando na geração de modelos tumorais in vivo nos quais seja possível testar a administração de pequenas moléculas que possam destruir RPSAP52 e seu efeito no crescimento tumoral. Este foi um estudo altamente colaborativo, em que também participaram pesquisadores do Instituto Catalão de Oncologia e do Instituto de Pesquisa Biomédica de Bellvitge, de Barcelona, Espanha.

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Encontro nacional da CAPES discute novo sistema de avaliação

Iniciou-se, ontem (18/9), o XIII Encontro de Pós-Graduação nas Áreas de Medicina I, II e III da CAPES, sediado na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), em Salvador. Da Fiocruz Bahia, estiveram presentes a diretora, Marilda de Souza Gonçalves; a vice-diretora de Pesquisa, Camila Oliveira; a vice-diretora de Ensino, Patrícia Veras; as coordenadoras dos programas de pós-graduação, Valéria Borges e Theolis Bessa, a coordenadora de Ensino, Claudia Brodskyn; além de pesquisadores e estudantes da instituição.

O encontro nacional, anual e itinerante, é destinado a coordenadores, pesquisadores, secretários, estudantes e outros profissionais envolvidos com a Pós-Graduação na área de Medicina no país. O tema norteador do evento de 2019 é “Perspectivas da Nova Avaliação Quadrienal: Mudança de Paradigma”.

Após a apresentação da camerata da Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA), foi formada a mesa de abertura do evento, da qual fez parte o pesquisador emérito da Fiocruz Bahia e professor titular da EBMSP, Bernardo Galvão.

O destaque do primeiro dia foi a palestra “O Sistema Nacional de Pós-Graduação: Atualidades e Perspectivas”, ministrada pela diretora de Avaliação da CAPES, Sônia Báo. Na apresentação, a professora fez um panorama do cenário nacional da pós-graduação, abordando diversas questões, dentre elas o impacto das produções científicas, a colaboração com a indústria, o aprimoramento do sistema de avaliação e propôs reflexões.

Sônia Báo também disse que, comparativamente com outros países, o Brasil precisa investir mais em ciência e tecnologia e em formação de recursos humanos qualificados. “Precisamos pensar os critérios que refletem a excelência acadêmica dos programas e como alinhá-los às políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação e ao fomento”, afirmou.

As coordenações dos programas de pós-graduação em Patologia Humana e Experimental (PGPAT – UFBA/Fiocruz Bahia) e em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PGBSMI – Fiocruz Bahia), ambos vinculados a área de concentração da Medicina II, participaram ativamente do processo de organização do evento juntamente com a Presidente da comissão organizadora, Ana Marice Teixeira Ladeia, da EBMSP.

Confira as fotos:

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Fiocruz Bahia recebe diretor da Casa de Oswaldo Cruz

O diretor da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), Paulo Elian, ministrou a palestra intitulada “História e Política de Memória Institucional da Fiocruz”, na Fiocruz Bahia, no dia 12 de setembro. O pesquisador abordou os desafios da preservação da memória da Fiocruz, os projetos já realizados e a política de memória da institucional.

Durante a visita, o diretor também se reuniu com a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, profissionais da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e três filhos dos pesquisadores eméritos da Fiocruz, Zilton e Sonia Andrade, para discutir os trabalhos para preservação do acervo do casal de cientistas.  

A Casa de Oswaldo Cruz é a unidade da Fiocruz dedicada à preservação da memória da Fundação e às atividades de pesquisa, ensino, documentação e divulgação da história da saúde pública e das ciências biomédicas no Brasil. De acordo com o diretor, é preciso pensar em como registrar a experiência e reter conhecimentos de gerações que estão paralisando suas atividades, chegando ao final de sua trajetória profissional na Fiocruz. “É também um reforço ao valor da ciência e contra o negacionismo histórico”, frisou.

Em 2018, o Conselho Deliberativo da Fiocruz formou uma comissão, coordenada pelo diretor, para construir um documento de política de memória da Fiocruz, que está em desenvolvimento. Paulo Elian destacou a importância da preservação da memória no contexto da diversidade coletiva da Fundação.

“A Fiocruz, que completa 120 anos no próximo ano, é formada por unidades com histórias e trajetórias muito diferentes. Um dos desafios é dar conta de uma instituição que, hoje, está presente em 10 estados e Distrito Federal, além de pensar a relação da Fiocruz com a sociedade e os territórios onde ela está inserida, pois são muito diversos”, observou.

A diretora da Fiocruz Bahia considerou a visita de Paulo Elian de suma importância, pois a instituição deve estar atenta ao tratamento que planeja dar aos acervos institucionais advindos do trabalho realizado cotidianamente pelos pesquisadores. “É a certeza de que as gerações de pesquisadores que estão iniciando na instituição saibam do valor do trabalho até agora realizado e de que suas trajetórias profissionais deverão ser sempre lembradas, pois sempre haverá um passado e um futuro”, disse Marilda Gonçalves.

Na apresentação, a memória institucional foi definida como um recurso capaz de promover a construção de identidade, reforçar laços de pertencimento, ativar projetos coletivos e responder a questões do presente. Para o diretor da COC, as ações de memória são uma oportunidade para que instituições possam refletir e pensar criticamente sobre a sua própria trajetória.

“É também uma iniciativa voltada a democratização do conhecimento. Os acervos, aquilo que nós produzirmos em torno da nossa trajetória, devem estar sempre a serviço do acesso para a sociedade. É acionar o passado para enfrentar os desafios do presente”, comentou.

Diversas iniciativas vem sendo realizadas no âmbito nacional da Fiocruz, como a comemoração dos 100 Anos do Castelo da Fiocruz, o Projeto Oswaldo Inspira, a nova edição do livro “Massacre de Manguinhos” (Editora Fiocruz) e a indicação ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) do Castelo Mourisco da Fiocruz a Patrimônio Cultural da Humanidade. De acordo com Paulo Elian, medidas de incentivo também serão lançadas, como prêmio e edital de apoio a projetos de memória institucional.

Memória dos pesquisadores Zilton e Sônia Andrade

A Fiocruz Bahia, em parceria com a COC e a UFBA, está trabalhando na constituição e preservação de um acervo com documentos e materiais dos pesquisadores eméritos da instituição, Zilton e Sônia Andrade. Os cientistas têm 95 e 91 anos, respectivamente.

Os pesquisadores Zilton e Sonia Andrade, em 2009.

“Dr. Zilton e Dra Sonia dedicaram a sua trajetória profissional à difusão do conhecimento em áreas ainda consideradas negligenciadas e que acometem a nossa população, como a esquistossomose e a doença de Chagas. Construíram um patrimônio cientifico sólido, repleto de descobertas, com colaborações científicas que trouxeram ícones da pesquisa ao nosso instituto, e estão de parabéns por essa trajetória grandiosa”, declarou Marilda Gonçalves.

A diretora reconhece, no pioneirismo de Zilton e Sonia Andrade na produção de ciência e formação de recursos humanos de excelência, inclusive da grande maioria dos servidores da Fiocruz Bahia, a importância da preservação do acervo dos cientistas.

Uma reunião realizada com Marilda Gonçalves, Paulo Elian, Leide Mota (arquivista da UFBA), Ana Lúcia Albano (bibliotecária da Biblioteca Gonçalo Moniz – Faculdade de Medicina da UFBA), Ritta Maria Morais (Memorial da Faculdade de Medicina da UFBA) e os filhos do casal de pesquisadores, Marusia, Carlos Eduardo e Ivan Huol, foi realizada para conversar sobre os materiais e os locais onde os acervos ficarão abrigados.

O tratamento inicial do material está sendo realizado por Leide Mota, que está identificando os documentos e acondicionando-os em caixas adequadas. De acordo com a presidente da Associação dos Arquivistas da Bahia, o casal de pesquisadores tem, na Fiocruz, diversos materiais biológicos, documentos textuais, correspondências, microfotografias de laminas, até disquetes e objetos de laboratório. O próximo passo será tratar os documentos e descrevê-los.

“Os pesquisadores Zilton e Sônia Andrade foram formadores de gerações de pesquisadores, de uma prática científica que se materializou num programa de pós-graduação. Além disso, eles tiveram um papel importante da construção do instituto; mantiveram-se atuantes durante muito tempo e guardaram um acervo enorme, o que não é comum”, afirmou Paulo Elian.

Conheça um pouco dos pesquisadores:

Zilton de Araújo Andrade – Formado em Medicina em 1950, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde alcançou o posto de professor titular em 1974 e o título de Professor Emérito em 1985. Detentor de outros títulos, o pesquisador é membro da Academia de Medicina da Bahia, desde 1985, sócio Emérito da Sociedade Brasileira de Patologia (1995). Entre as condecorações mais importantes estão a de Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico – Presidência da República do Brasil (1995) e Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico – Presidente da República do Brasil (2005).

É Membro da Academia Brasileira de Ciências. Na Fiocruz Bahia, foi diretor e pesquisador titular, onde trabalhou intensamente na construção da Fiocruz Bahia. A unidade possui um pavilhão que leva seu nome, o qual abriga a maioria dos laboratórios da instituição. Se aposentou em 1994 e, em 2012, recebeu o título de Pesquisador Emérito da Fiocruz.

Sonia Gumes de Andrade – Possui graduação em Medicina pela Universidade Federal da Bahia (1953), doutorado em Patologia Humana pela Universidade Federal da Bahia (1986) e Pós-Doutorado pelo Institute Pasteur de Lyon (1987). Recebeu o Título de Professora Emérita da UFBA (2011) e recebeu o título de Pesquisadora Emérita da Fiocruz, em 2012. É especializada em Patologia, desenvolvendo estudos em Patologia Experimental das doenças parasitárias, com ênfase na Patologia e Imunopatologia da Doença de Chagas.

As suas linhas de pesquisa têm focalizado o papel das cepas do Trypanosoma cruzi na Patologia da Doença de Chagas Experimental, na caracterização clonal das cepas de diferentes biodemas e na resposta aos quimioterápicos. Desenvolve projetos sobre a patogenia da miocardiopatia crônica chagásica em diferentes modelos experimentais. É membro da Academia de Medicina da Bahia e sócia de várias sociedades como a de Medicina Tropical, de Patologia e de Parasitologia. Teve participação atuante como membro do Comitê Científico da Organização Mundial de Saúde (OMS), entre 1984 e 1986.

Veja fotos da visita:

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Simpósio Internacional de Microencapsulação acontece pela primeira vez no Brasil

Com foco em nanotecnologia, o 22º Simpósio Internacional em Microencapsulação acontece entre os dias 24 a 27 de setembro de 2019 e será realizado junto com a Sociedade Internacional de Microencapsulação e a Universidade Federal da Bahia (UFBA). Trata-se de um simpósio de longa tradição e que ocorrerá pela primeira vez no Hemisfério Sul. 

Na abertura do evento, voltado para pesquisadores e estudantes das áreas de Farmácia, Química, Biologia, Biotecnologia e Engenharias, ocorrerá o I International Course – Emerging Trends in Nanobiotechnology & Nanomedicineno, no auditório da Fiocruz Bahia. A programação continua de 25 a 27 de setembro no Hotel Vila Galé Salvador.

O simpósio contará com palestrantes nacionais e estrangeiros na programação, com sessões plenárias, quatro sessões científicas e duas mesas temáticas, onde serão discutidas nanotecnologias para doenças tropicais e negligenciadas, saúde animal, agricultura sustentável e meio ambiente. Todas as apresentações serão realizadas em inglês.

Haverá também apresentação de trabalhos científicos nas formas de comunicação oral e pôster. Os trabalhos premiados poderão ser submetidos no formato integral (Full Article) ao periódico International Drug Delivery and Translacional Research, que dedicará um suplemento especial ao simpósio. 

Alunos do Programa de Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PGBSMI) e Programa de Pós-Graduação em Patologia Humana (PGPAT) participaram ativamente da realização do evento e terão aproveitamento acadêmico para a disciplina Tópicos Avançados em Biotecnologia, para o PGBSMI, e Métodos e Técnicas em Patologia Ultraestrutural, para o PGPAT. 

Para o organizador, Fábio Formiga, o simpósio contribui para estimular a pesquisa de vanguarda na Fiocruz, com a inserção da nanotecnologia, uma fronteira do conhecimento. “Representa uma oportunidade de intercâmbio de conhecimentos e de formação em novas técnicas, processos e aplicações do nano e microencapsulamento de moléculas bioativas”, afirmou o pesquisador. 

O Simpósio acontece desde 1972, sendo inicialmente um fórum para discussões científicas em Microencapsulação, e ocorre entre o intervalo de dois anos. A 22ª edição será uma continuação dos dois anteriores, que ocorreram em Boston (EUA), em 2015, e em Faro (Portugal), em 2017.

 

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Pesquisadora da Fiocruz Bahia participa da primeira rodada do Inova Labs Fiocruz

Participantes da primeira rodada do Inova Labs

Kath Lousada e Cristiane Boar | VPPCB

Desenvolver uma ideia. Explorar caminhos. Aprender formas de comunicar uma pesquisa. Testar possibilidades e soluções em saúde. Estas são algumas das propostas do programa Inova Labs Fiocruz que iniciou nesta terça (10/9) com uma sessão inaugural no Polo de Biotecnologia do Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) a recepção das equipes selecionadas para a primeira rodada de dez semanas do programa.

A iniciativa das vice-presidências de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB) e de Produção e Inovação em Saúde (VPPIS), em parceria com o Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde (DECIT/ SCTIE/ MS), proporciona capacitação para pesquisadores desenvolverem ideias que possam ser implementadas no Sistema Único de Saúde (SUS), atendendo necessidades da população brasileira nas áreas de oncologia e emergências sanitárias. 

Como parte do Programa Inova Fiocruz, os treinamentos do Inova Labs acontecerão em quatro rodadas. Ao todo, serão selecionadas até 84 equipes. Em breve será lançada a segunda chamada. Para participar, servidores da Fiocruz envolvidos nas áreas temáticas definidas pelo programa apresentam ideias, projetos, pesquisas, tecnologias ou startups para participar de um treinamento com foco na adoção de conceitos de empreendedorismo interno. 

“Trazer este treinamento para a Fiocruz, como parte do Inova, é uma forma de oferecer ferramentas para o pesquisador ampliar o alcance de sua ideia ou pesquisa. A proposta segue o modelo de pré-aceleração no desenvolvimento de tecnologias que podem chegar ao SUS. Tudo está em consonância com as diretrizes institucionais, definidas tanto pelo Congresso Interno, como pela Política de Inovação da Fiocruz.” Destaca Rodrigo Correa, vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas.

Marco Krieger, vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde, afirma que “a iniciativa pode auxiliar a criação de uma cultura de inovação adaptada às peculiaridades da Fiocruz, na busca de soluções para a Saúde Pública”. De acordo com Krieger, o programa Inova Labs está integrado as demais ações da presidência de apoio ao sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação na Fiocruz, que cobrem desde a articulação das ferramentas de fomento, passando pela estruturação da política e a criação de um ambiente favorável aos esforços de transferência para a sociedade dos conhecimentos gerados nos laboratórios da Fundação.

Em um programa de pré-aceleração as atividades realizadas buscam validar oportunidades, criar estratégias e desenvolver novas habilidades de forma ágil, direcionada e experimental. A metodologia adotada no Inova Labs foi criada pela Biominas e implementada em mais de 160 ideias e projetos no setor de saúde e de ciências da vida. 

Patrícia Veras, do Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia), participou de uma realização anterior da Biominas com o projeto Leish Derm, uma tecnologia alternativa para o tratamento da leishmaniose tegumentar. Para Patrícia, ter participado do treinamento ampliou sua visão como pesquisadora. “O ganho foi imenso, nossa equipe vem traduzindo o conhecimento adquirido na prática, resultando em avanços efetivos no desenvolvimento tecnológico de nosso produto, a Leish Derm, por meio de estabelecimento de parcerias internas e externas à Fiocruz, como a Comissão de Propriedade Intelectual da Fiocruz (COPAT) para pedido de patente; Farmanguinhos, no desenvolvimento da tecnologia; ANVISA e indústrias farmacêuticas para possíveis parceiras.” 

Outra representante da Fiocruz em evento da mesma metodologia, a Interfarma 2018, foi Tatiana Tilli, do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS), que concluiu sua participação como vencedora da rodada. A competição entre as equipes é estimulada como dinâmica de treinamento e aperfeiçoamento dos projetos.

Tatiana diz já ter participado de outros programas de empreendedorismo, mas que este formato foi o que mais aproveitou, pois é exclusivo para a área de saúde. “Esse treinamento e experiência é capaz de mudar: a nossa forma de pensar; o formato de fazer ciência; melhora, sem dúvidas, nossa habilidade em escrever fomento e ainda amplia nossa fonte de captação de recursos para ciência”. 

Atuação do Sistema Gestec-NIT

Ao longo da estruturação do Inova Labs, reuniões entre as vice-presidências, a Biominas e a Coordenação Gestão Tecnológica (Gestec) foram realizadas para habilitar o Sistema Gestec-NIT (Núcleos de Inovação Tecnológica) para apoiar os pesquisadores que desejassem submeter projetos. Além disto, representantes da área participarão tanto dos treinamentos como capacitados, como palestrantes, durante as etapas do programa e também farão parte das bancas de avaliação.

“A gente está assumindo capacitações que estão previstas no programa, como palestras sobre propriedade intelectual e transferência de tecnologia. A Gestec vai ministrar estas aulas já como uma forma de absorver e de treinar dentro do Inova Labs”, conta  Carla Maia, coordenadora da Gestão Tecnológica (Gestec/VPPIS). 

Carla diz que não havia sido previsto um módulo ou aula sobre prospecção tecnológica. Durante as reuniões, foi sugerido ao grupo incluir a atividade e todos concordaram. “Então vamos ter também uma equipe para falar das bases que a Fiocruz tem contratado, que são bases com valor alto de contratação e que a gente precisa estimular todo mundo a usar.”

Para Teresa Cristina Lowen, da Gerência de Articulação dos NITs, “a expectativa é de que os NITs participem desse processo de capacitação para que estejam aptos a assessorar os pesquisadores que forem contemplados nesse edital, assim como em oportunidades futuras.” 

Isto porque é fundamental para o desenvolvimento de um projeto a parceria com o Sistema Gestec-NIT. Foi a partir deste apoio que Patricia Veras teve o pedido de patente de seu projeto elaborado. “O treinamento ampliou os horizontes do grupo em relação às ações que visam tornar nossa tecnologia mais rapidamente acessível ao mercado”, destacou Veras. 

Empreendedorismo científico e tecnológico 

Já no VIII Congresso Interno o tema de desenvolvimento tecnológico e inovação foi debatido considerando a necessidade de se realizar ações que pudessem ampliar a capacidade da Fiocruz de transformar os conhecimentos e tecnologias gerados na instituição (Tese 5).

Dentre outras diretrizes, a de número 13 (T5) menciona a “criação de ambientes de inovação em saúde comprometidos com o SUS por meio de ideação, pré-aceleração (…)”, mesmo texto adotado na Política de Inovação da Fiocruz quando se refere à seção 2, empreendedorismo científico e tecnológico. 

Pela Vice-presidência de Produção e Inovação em Saúde (VPPIS), Celeste Emerick coordena as ações voltadas para construção de um programa de estímulo ao empreendedorismo e está à frente de um grupo de trabalho para elaboração das normativas referentes ao tema. 

A partir de um termo de referência validado pela Presidência, tais ações na Fiocruz foram direcionadas em dois eixos: Mecanismos de apoio a criação de empresas de base científica e tecnológica e Disseminação de cultura de inovação e empreendedorismo.

Celeste explica que o primeiro eixo envolve, a princípio, a criação de spin-off com base em conhecimento científico institucional. “Já o segundo eixo está voltado para a área do aprendizado e da capacitação. É neste segmento que se enquadra o Inova Labs, pois trata-se da difusão de uma cultura de modelo ‘de negócio no qual podemos absorver os conceitos de forma crítica e analítica para incorporar o aprendizado no modelo Institutional que está em processo de construção”, explica Celeste.

Com o programa Inova Labs, a Fiocruz pretende potencializar a criação de futuros negócios e startups de acordo com suas diretrizes institucionais, contribuindo de forma efetiva para o desenvolvimento da inovação em saúde no país. Além disso, tem como objetivo preparar pesquisadores para desenvolver produtos, serviços e processos inovadores que possam solucionar problemas reais da população brasileira e avançar ainda mais na transferência de conhecimento gerado na Fiocruz.

Tatiana Tilli incentiva o envolvimento dos pesquisadores no Inova Labs. “O momento atual da Fiocruz nos permite explorar o empreendedorismo como uma via de atuação para nós pesquisadores, uma vez que temos a Política de Inovação da Fiocruz, NITs capacitados e oportunidades como o Inova Labs. A pergunta que fica é: Como não aproveitar essa oportunidade?”, diz Tatiana. 

  
 

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Abertas as inscrições para Pós-Doutorado em Epidemiologia das Arboviroses

Estão abertas, até o dia 10 de outubro de 2019, as inscrições para pós-doutorado em epidemiologia das arboviroses. O candidato selecionado integrará o grupo de pesquisa do Laboratório de Patologia e Biologia Molecular (LPBM) da Fiocruz Bahia sobre a epidemiologia e a dinâmica de transmissão da arboviroses no meio urbano.

As atividades incluem o desenvolvimento e implementação de estudos eco-epidemiológicos sobre ocorrência de arboviroses (dengue, zika, chikungunya, febre amarela e outras) na cidade de Salvador.

O candidato será responsável pela elaboração e condução de estudos epidemiológicos a fim de estimar a incidência de infecções clínicas e subclínicas por arbovírus, identificar características associadas à ocorrência destas doenças, bem como associadas à sua evolução clínica, e investigar o papel de fatores ambientais e índices de infestação vetorial com a ocorrências dessas doenças. 

Atividades adicionais envolvem a supervisão das atividades de alunos de iniciação científica e de pós-graduação, análise de dados e preparação de manuscritos. Espera-se que o candidato tenha um perfil propositivo e que ele possa desenvolver projetos de pesquisa correlatos que sejam de seu interesse, com o suporte do grupo.

Clique aqui para outras informações.

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4ª edição das Conferências Clinico Patológicas é realizada na Fiocruz Bahia

As Conferências Clinicopatológicas 2019 foram realizadas entre os dias 29 e 31 de agosto. Com o tema “Integração de dados e definição de marcadores histológicos”, o evento anual reuniu profissionais interessados em Patologia Renal, Hepática, da Pele e da Ciências da Computação.

O objetivo foi aprimorar o olhar sobre o cenário da informação médica e o levantamento de potenciais soluções para o problema por especialistas das áreas de patologia da pele, do fígado e do rim, além de pesquisadores das ciências da computação.

O estudante de mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Patologia Humana e Experimental (UFBA/ Fiocruz Bahia), Jonathan Fontes, que participou do curso, disse que o mais enriquecedor foi a possibilidade de discutir a aplicação das técnicas ao seu projeto de dissertação, a solução de problemas técnicos, e poder interagir com profissionais e pesquisadores com grande expertise na área.

“É de grande importância que profissionais das mais diversas áreas estejam juntos para discutir as novidades no diagnóstico, as mudanças de perfil de algumas doenças, e contribuir com a bagagem profissional de cada um, trazendo informação sobre novos casos e estratégias de identificação de algumas enfermidades. Assim, o paciente e a sociedade ganham e muito”, declarou o mestrando.

A doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Imunologia (UFBA), Amanda Catariny, já fazia analises histopatológicas, porém aprendeu no curso metodologias adequadas para coleta e processamento de amostras. “Acredito que a partir do curso será possível trabalhar com maior qualidade. A troca de experiências para mim é o ponto mais importante”, afirmou.

Nesta edição, foi oferecido um pré-curso, realizado de 19 a 21 de agosto, que apresentou a estudantes de pós-graduação as estratégias de preparação de amostras biomédicas para estudos morfológicos. Também foi realizado o seminário anual do projeto PathoSpotter com a apresentação de miniconferências e trabalhos na área de seleção e análise em larga escala de dados clínicos imagens em patologia diagnóstica. Além disso, ocorreram as reuniões dos clubes de Patologia Hepática, Renal e Dermatológica aberta a médicos e estudantes de medicina.

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Estande da Fiocruz Bahia no Festival de Cultura Japonesa tem grande número de visitantes

A Fiocruz Bahia marcou presença no XIII Festival de Cultura Japonesa Bon Odori, que ocorreu nos dias 30 e 31 de agosto e 1 de setembro, no Parque de Exposições. O festival é organizado pela Associação Cultural Nippo Brasileira de Salvador (Anisa) e tem como intuito celebrar as tradições japonesas, com música, oficinas culturais, exposições, cultura pop e artes marciais.

A participação da Fiocruz no evento aconteceu em um estande no Espaço Ciência, onde atividades de divulgação científica foram realizadas com apoio dos alunos do Programa de Pós-graduação em Patologia Humana e Experimental (PGPAT – UFBA/ Fiocruz) e do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PGBSMI), além de alunos de Iniciação Científica e pesquisadores. 

Alunos de escolas públicas da cidade participaram da feira no primeiro dia e puderam aprender sobre as doenças pesquisadas na Fiocruz Bahia, além de obter informações sobre a Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (Obsma). Nos três dias de evento, cerca de três mil pessoas passam pelo espaço da Fiocruz na feira e conferiram as atividades ligadas às pesquisas feitas na instituição. No ano passado, foi estimado o número de 2.000 pessoas. 

No estande, os frequentadores do Bon Odori conferiram a coleção de insetos, visualizaram nas lupas e microscópios células de mucosa e conferiram o DNA extraído de banana e morango. Além dessas atividades, puderam também responder a um quiz sobre vacinação, valendo brindes da instituição. Outra atividade do estande foi a foto com o boneco Oswaldinho, que as crianças puderam tirar vestindo jaleco e com material simulando um laboratório. 

Ana Luisa dos Santos, 17, estudante do Colégio Estadual Raphael Serravalle, achou interessante os experimentos e os materiais expostos. “O que eu mais gostei foi da coleção de insetos. São incríveis”, declarou. 

Para a estudante de jornalismo, Elisa Brotto, que visitou o espaço no sábado, o estande da Fiocruz foi importante para explicar, tirar dúvidas e tornar a ciência e o trabalho feito pela Fiocruz mais acessível para as pessoas. “Principalmente o quiz sobre as vacinas foi interessante nesse cenário de anti-vacinas”, comentou. 

O Bon Odori ofereceu diversos espaços e atividades, incluindo as áreas especiais dedicadas aos jovens, à terceira idade e às crianças, com oficinas culturais, concursos e jogos durante todo o dia. Este ano, a novidade é a nova arquitetura do evento, com um espaço mais cômodo para todos os visitantes. O evento é uma realização da Secretaria Especial da Cultura do Ministério da Cidadania e conta com apoio do Governo do Estado da Bahia, da Prefeitura Municipal de Salvador e demais instituições de saúde, ciência e tecnologia do estado.

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Bem estar e saúde mental de adolescentes é tema de roda de conversa na Fiocruz Bahia

A roda de conversa “O sofrimento dentro de casa: família, adolescência e silenciamento da dor”, acontece no dia 10 de setembro, na Fiocruz Bahia, e será mediada pela psicóloga Ana Lucena de Sá (CRP 03/04488). O evento é gratuito e aberto ao público. As vagas são limitadas e as inscrições podem ser feitas neste link, até dia 09 de setembro.

Em 2019, o Setembro Amarelo, mês de conscientização sobre a importância da prevenção do suicídio, terá como foco a prevenção do suicídio entre os jovens, para enfatizar a necessidade de atenção especial com o bem-estar e a saúde mental de crianças e adolescentes.

Atualmente, notícias sobre a saúde mental de adolescentes têm estado bastante presentes no dia a dia. Tentativas de suicídio, comportamentos auto agressivos, dificuldade em estabelecer ou manter vínculos são algumas das pautas recorrentes. A roda de conversa foi pensada em como podemos ampliar a nossa compreensão sobre esse fenômeno.

Ana Lucena de Sá é Psicóloga, especialista em Teoria e Práticas Clínicas em Atenção  Psicossocial (FAMED- UFBA/ Aliança de Redução de Danos Fátima Cavalcante), Gestalt Terapeuta em formação (IGTBa/ Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública), co-fundadora do grupo terapêutico “Me Descubro em Você – Uma experiência de cuidado para adolescentes”, integrante da Coletiva Muitas Psi de psicólogas feministas. Atua em consultório particular (adolescentes e adultos).

Roda de Conversa
Quando: 10/09/2019
Horário: 09 às 11h
Onde: Sala de Aula II da Biblioteca – Fiocruz Bahia. Rua Waldemar Falcão, 121, Candeal.

 

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Fiocruz Bahia participa do Festival de Cultura Japonesa Bon Odori

A Fiocruz Bahia participará do XIII Festival da Cultura Japonesa Bon Odori, que acontece no Parque de Exposições de Salvador, no período de 30 de agosto a 1 de setembro. Organizado pela Associação Cultural Nippo Brasileira de Salvador (Anisa), o festival é voltado para celebrar as tradições japonesas, com música, oficinas culturais, exposições, cultura pop e artes marciais.

Com estande no Espaço Ciência, a Fiocruz levará atividades de divulgação científica, como jogos interativos, ambientes que simulam laboratórios de pesquisa e que podem ser utilizados para “transformar” o visitante em cientista, debate sobre vacinas com participação de pesquisadores e oficinas de experimentação para todo o público.

Além destas ações, haverá também distribuição de panfletos sobre a importância da vacinação e exposição de banners sobre trabalhos desenvolvidos pela instituição. Nesta edição, o estande da Fiocruz Bahia contará com a participação dos estudantes dos programas de pós-graduação da instituição.

O Bon Odori oferece diversos espaços e atividades, incluindo as áreas especiais dedicadas aos jovens, à terceira idade e às crianças, com oficinas culturais, concursos e jogos durante todo o dia. Este ano, a novidade é a nova arquitetura do evento, com um espaço mais cômodo para todos os visitantes. O evento é uma realização da Secretaria Especial da Cultura do Ministério da Cidadania e conta com apoio do Governo do Estado da Bahia, da Prefeitura Municipal de Salvador e demais instituições de saúde, ciência e tecnologia do estado.

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Abertas inscrições para XIII Encontro de Pós-Graduação da CAPES

Estão abertas as inscrições para o XIII Encontro de Pós-Graduação nas Áreas de Medicina I, II e III da CAPES. O evento será sediado na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP) -Campus Cabula, com o apoio das Pró-Reitorias de Pesquisa e Inovação e Extensão, nos dias 18 a 20 de setembro de 2019. 

Trata-se de um encontro nacional, anual e itinerante, destinado a coordenadores, pesquisadores, secretários, estudantes e outros profissionais envolvidos com a Pós-Graduação na área de Medicina no país. O tema norteador do evento de 2019 será “Perspectivas da Nova Avaliação Quadrienal: Mudança de Paradigma”. Clique aqui para inscrições que encerram no dia 08 de setembro.

As coordenações dos programas de pós-graduação em Patologia Humana e Experimental (PGPAT – UFBA/Fiocruz Bahia) e em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PGBSMI – Fiocruz Bahia), ambos vinculados a área de concentração da Medicina II, participaram ativamente do processo de organização do evento juntamente com a Presidente da comissão organizadora, Ana Marice Teixeira Ladeia, da EBMSP.

Este ano, em especial, os coordenadores de área das Medicinas I, II e III da CAPES irão selecionar os resumos que irão concorrer à premiação durante o Encontro Nacional. Segue abaixo os discentes pré-selecionados pelo Prêmio Gonçalo Moniz, na categoria de Melhores Trabalhos dos Discentes Egressos, que irão representar os programas da Fiocruz Bahia:

PGPAT
Egresso Mestrado  –  Breno Barreto  (Supervisora: Milena Soares)
Egresso Doutorado  – Jaqueline Goes Jesus (Supervisor:  Luiz Alcântara)

PGBSMI
Egresso Mestrado  – Sara Neves (Supervisor: Daniel Bezerra)
Egresso Doutorado  Afrânio Evangelista (Supervisora: Cristiane Villareal)

Clique aqui para acessar a programação.

 

 

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Fiocruz Bahia recebe coordenador da Estratégia Fiocruz para Agenda 2030

O coordenador da Estratégia Fiocruz para Agenda 2030, Paulo Gadelha, visitou a Fiocruz Bahia, nos dias 22 e 23 de agosto, para participar de reunião no Conselho Estadual dos Secretários Municipais de Saúde da Bahia (COSEMS-BA) e para ministrar a sessão científica com o tema “Papel da saúde e CT&I na Agenda 2030”, no instituto.

O objetivo do encontro no COSEMS-BA foi de discutir possíveis cooperações intergovernamentais. Gadelha apresentou a importância da Agenda 2030, as ações da Fiocruz no âmbito da Agenda e falou sobre as experiências de parcerias com o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS) e com COSEMS de outros estados.

“A ideia de regionalidade é central para todo esse arcabouço da Agenda, ela não tem sentindo se não se materializa em realidades locais. Há uma série de referências que trabalham com a ideia de como pensar a gestão e auxiliar os gestores municipais a integrar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) aos planos locais”, ressaltou o ex-presidente da Fiocruz.

Os ODS constituem a série de 17 metas globais estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU), que compõem a Agenda 2030. De acordo com a ONU, esta agenda é um plano de ação para as Pessoas, Planeta, Prosperidade, Paz e Parcerias, tendo como principal foco a erradicação da pobreza em todas as suas formas e dimensões, o maior desafio e requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável.

“A saúde é quase simbiótica com a questão da Agenda 2030. Todos os objetivos estão integrados à saúde, como a questão da cidade, da habitação, que traduz o que chamamos, pelo nosso recorte, de determinantes sociais da saúde. A ONU reconhece que o indicador central, que estrutura o conjunto de indicadores, é a cobertura universal para a saúde”, afirmou Gadelha.

Na reunião, também estiveram presentes a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, a presidente do Conselho, Stela dos Santos Souza, além de 6 diretores representantes das 417 secretarias municipais de saúde do estado: Geraldo Magela (Ilhéus), Denise Lima Mascarenhas (Feira de Santana), Gerald Saraiva (Anagé), Odilon Cunha Rocha (São Félix), Raquel Ferraz da Costa (Abaré) e Max Almeida (Teixeira de Freitas).

Marilda Gonçalves frisou o interesse da instituição em discutir uma agenda e fazer integrações com os municípios em apoio às questões de saúde. “A missão da Fiocruz reafirma o nosso compromisso com o Sistema Único de Saúde (SUS) e, consequentemente, com a saúde da população brasileira, quer seja no desenvolvimento de pesquisas, na formação de recursos humanos, bem como no assessoramento e interpretação da realidade, visando a implementação de políticas públicas de saúde realmente efetivas. Por isso, a parceria com o COSEMS-BA é de extrema importância, reforçando a nossa contribuição para o desenvolvimento regional e estadual, a exemplo da implementação da Agenda 2030”, disse a diretora.

A presidente do Conselho comentou sobre a importância da Agenda 2030 e de uma futura parceria com a Fiocruz. “Antes, não estávamos muito envolvidos com a questão da Agenda, mas, com um pouco mais de conhecimento, vi que ela é extremamente importante. Um dos principais benefícios da cooperação com a Fiocruz será a qualificação e fortalecimento dos gestores, com um consequente fortalecimento do SUS”, declarou Stela Souza.

Na sessão científica, Paulo Gadelha discorreu sobre o papel do Brasil, a institucionalização da Agenda 2030 na Fiocruz, as estratégias e ações implementadas pela Fundação e seus desafios. Destacou que a Agenda integra as dimensões econômicas, sociais e ambientais, com uma visão mais universal e que ela permite coordenar áreas de maneira muito clara.

“No caso especifico da Fiocruz, fundada sobre os polos Saúde e Desenvolvimento, consideramos que a Agenda 2030 é um instrumento fundamental para pensar o planejamento estratégico na instituição. Nesse processo, começamos a encontrar várias lacunas e formas de atuar, como a realização de convênios, projetos, a Feira de Soluções para a Saúde e programas de cooperação técnica”, explicou Gadelha.

Também esteve presente na ocasião, o diretor do Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz), Paulo Buss, que participou da discussão final juntamente com Gadelha. Para o diretor, “a estratégia Fiocruz para a Agenda 2030 mostra uma instituição madura que não constrói seus programas com estímulo exclusivo para uma ciência pura, mas também para uma ciência com desenvolvimento tecnológico, que visa responder as necessidades do país”.

Paulo Buss, que também veio a Salvador para participar da Semana do Clima, evento organizado pela ONU, disse que é necessário observar as necessidades locais. “Nós devemos, dentro da estratégia Fiocruz, estar atentos para identificar os problemas de desenvolvimento da Bahia, da cidade de Salvador e regiões metropolitanas, que este Instituto seja capaz de resolver, dentro de um contexto cultural e social”, ponderou.

 

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Tese analisa coifecção entre os vírus HTLV e da Hepatite C na Bahia

AUTORIA: Felicidade Mota Pereira
ORIENTAÇÃO: Maria Fernanda Rios Grassi
TÍTULO DA TESE:Coifecção entre o vírus linfotrópico de células T humanas (HTLV) e o vírus da hepatite C (HCV) no estado da Bahia”.
PROGRAMA: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
DATA DE DEFESA: 18/09/2019
HORÁRIO: 09h

RESUMO

INTRODUÇAO: Os vírus linfotrópico de células T humanas (HTLV) e vírus da hepatite C (HCV) são endêmicos no Brasil. Ambos causam uma infecção persistente, assintomática em alguns casos, sendo o diagnóstico tardio. Estes vírus compartilham algumas vias de transmissão, o que pode favorece a coinfecção.

OBJETIVOS: Determinar as taxas de infecção do HTLV, HCV e da coinfecção HTLV/HCV no estado da Bahia. Descrever o perfil de citocinas inflamatórias nos indivíduos coinfectados com HTLV/HCV.

MÉTODOS: Um estudo retrospectivo ecológico foi conduzido usando o banco de dados do LACEN – Bahia. Todos os testes sorológicos para HTLV e HCV foram selecionados entre as 32 microrregiões da Bahia, no período de 2004 a 2013, constituindo um banco com 602.908 registros únicos. Para a avaliação imune, foram selecionados prospectivamente amostras de 31 indivíduos coinfectados HTLV/HCV e de 27 indivíduos monoinfectados com HCV, recebidas no LACEN para quantificar a carga viral do HCV. Foram analisadas as citocinas IFN-γ, TNF-α, IL-10, IL-8 e IL-1. O grupo controle foi formado por 30 indivíduos sadios.

RESULTADOS: Foram avaliadas 233.876 amostras para o diagnóstico laboratorial do HTLV. Destas, 1.813 (91,7%) foram positivas para HTLV-1 (prevalência de 0,78%), 58(2,9%) para HTLV-2 (prevalência de 0,025%) e 107 (5,4%) foram positivas para ambos HTLV-1 e HTLV-2 (prevalência de 0,05%). A taxa de infecção na Bahia foi 0,84% (14,4 casos /100.000 habitantes). A infecção pelo HTLV foi predominante em mulheres (75%) com média de idade de 46 anos. Foram identificados três novos clusters do HTLV, localizados nas regiões Sul, Central e Oeste do estado. Amostras de 247.837 indivíduos foram avaliadas para o diagnóstico laboratorial do HCV. A taxa de infecção do HCV foi de 1,3% que corresponde a 21,2 casos/ 100.000 habitantes. Os homens com idade acima de 55 anos foram os mais acometidos. A cidade de Ipiaú apresentou a maior taxa de infecção para o HCV (112,04 casos/100.000 habitantes). Os genótipos 1 e 3 foram mais prevalentes, seguidos dos genótipos 2, 4 e 5. Para determinar a taxa de coinfecção entre HTLV e HCV amostras de 120.192 indivíduos foram avaliados. A taxa de infecção do HTLV/HCV foi de 14,3% que equivale a 2,8 casos/100.000 habitantes. Os casos de coinfecção HTLV/HCV predominou em homens com média de idade de 59 anos. As maiores taxas foram encontradas em três microrregiões: Salvador, Ilhéus- Itabuna e Porto Seguro. Quanto ao perfil de citocinas, o grupo coinfectados HTLV/HCV teve uma maior tendência a produzir IFN-γ, comparado ao grupo monoinfectado HCV. Houve uma correlação positiva entre os pares IL-1 e IL-8 no grupo coinfectado pelo HTLV/HCV e entre os pares IL-8 – IL10 e INF-γ – IL-10 no grupo monoinfectado pelo HCV.

CONCLUSÕES: As infecções pelo HTLV e HCV estão disseminadas nas microrregiões do estado Bahia, no entanto a coinfecção HTLV/HCV está concentrada em apenas três microrregiões. A coinfecção HTLV/HCV está associada à produção de IFN-γ, enquanto indivíduos infectados pelo HCV apresentaram correlação positiva entre as citocinas inflamatórias (IL-8 e IFN-γ) e a citocina reguladora IL-10.

Palavras chaves: HTLV, HCV, coinfecção, hepatite viral, citocinas.

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Estudo avalia prevalência de espécies de ameba em indivíduos infectados de Salvador

A amebíase é uma infecção causada por um parasita de nome científico Entamoeba histolytica, mais popularmente conhecido como ameba, que pode provocar a invasão de tecidos, originando as formas intestinal e extra-intestinal da doença. A principal forma de transmissão é a ingestão de alimentos ou água contaminados.

A prevalência da E. histolytica é superestimada devido à sua semelhança com outras espécies de formas idênticas, como a Entamoeba dispar e a Entamoeba moshkovskii, formando o complexo E. histolytica/E. dispar/E. moshkovskii. 

Um estudo, que contou com a participação do pesquisador Fred Luciano Neves Santos, da Fiocruz Bahia, teve como objetivo avaliar a frequência das espécies deste complexo, através de técnicas moleculares e imunológicas, em indivíduos atendidos em um centro de saúde pública, em Salvador. O artigo foi publicado na revista BioMed Research International e pode ser acessado aqui.

Para a pesquisa, foram analisadas amostras fecais de mais de 55.000 indivíduos, com diagnóstico entre fevereiro de 2010 e junho de 2014. Destas, cerca de 260 pacientes diagnosticados com cistos de ameba em suas fezes foram contatados e convidados a participar da segunda fase do estudo. Foram coletadas 90 amostras de fezes e sangue de indivíduos que concordaram em participar.

Como resultado, a prevalência do complexo E. histolytica/E. dispar/E. moshkovskii, determinada por microscopia, foi de cerca de 0,49%. Para a E. histolytica, a detecção de antígeno específico e a caracterização molecular foram de 100% de negatividade, embora na avaliação sorológica a positividade para esta espécie tenha sido de 8,9%, indicando que estes pacientes já tiveram contato com o parasita anteriormente.

Nas amostras de fezes analisadas por PCR, não foi possível identificar a E. histolytica e a E. moshkovskii, embora tenha sido detectado anticorpos contra a E. histolytica. Possivelmente, a produção de IgG anti-E. histolytica está associada com memória imunológica, indicando a circulação do parasita na capital da Bahia, de acordo com o dados anteriores realizado pelo mesmo grupo de pesquisa. 

 

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1º Prêmio Gonçalo Moniz condecora alunos de pós-graduação

A primeira edição do Prêmio Gonçalo Moniz de Pós-Graduação da Fiocruz Bahia aconteceu nos dias 15 e 16 de agosto, em cerimônia realizada na instituição. A honraria foi concedida em três categorias: para estudantes de Pós-Graduação em Patologia Humana e Patologia Experimental (PgPAT), estudantes do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia e Medicina Investigativa (PgBSMI) e egressos dos dois programas. 

Na abertura da premiação, a pesquisadora Natália Machado Tavares, uma das organizadoras do evento, relembrou a idealização do prêmio ao longos dos anos e agradeceu a colaboração da diretoria do instituto, assim como a Vice-coordenação de Ensino e coordenadoras dos dois programas de pós-graduação. “Foi um evento construído a várias mãos”, declarou Natália.

Marilda Gonçalves, diretora da Fiocruz Bahia, ressaltou a importância de uma premiação voltada para os trabalhos desenvolvidos pelos alunos e ex-alunos do instituto, como um reforço da comunidade científica. “Não é só premiar estudantes, mas sim a tecnologia, a ciência e inovação”, completou a diretora. Patrícia Veras, vice-diretora de Ensino da Fiocruz Bahia, comentou sobre como o prêmio veio em um momento relevante para a comunidade científica e estreitou a relação entre os alunos e professores da instituição. 

As coordenadoras dos programas, Theolis Bessa (PgBSMI) e Valéria Borges (PgPAT), também agradeceram as comissões interna e externa da premiação e as sugestões feitas por alguns alunos na elaboração do edital, alcançando o objetivo de construir uma pós-graduação na qual o estudante tem um papel de protagonismo não só dentro do laboratório. 

O pesquisador da Fiocruz Bahia, Washington Luis Conrado dos Santos, foi responsável pela leitura do memorial do professor homenageado, Gonçalo Moniz, que dá nome ao prêmio e ao Instituto, também conhecido como Fiocruz Bahia. Nascido em Salvador, em 1870, Gonçalo Moniz Sodré de Aragão, se formou pela Faculdade de Medicina da Bahia (FAMED). Junto com outros intelectuais baianos, fundou a Academia de Letras da Bahia, em 1915. Neste mesmo ano, foi inaugurado o Instituto Bacteriológico, Antirrábico e Vacinogênico, sob sua direção, que originou a Fundação Gonçalo Moniz, incorporada à Fundação Oswaldo Cruz, em 1970.

O primeiro dia de evento foi marcado pelas apresentações orais dos trabalhos selecionados nas três categorias de cada programa de pós-graduação, avaliados pela banca avaliadora composta por pesquisadores externos. Já no segundo dia, houve uma sessão científica especial ministrada pela pesquisadora do Núcleo de Estudos da Divulgação Científica do Museu da Vida, da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), Luisa Massarani.

O intuito da sessão foi fomentar a divulgação científica dentro da Fiocruz Bahia, mostrando a importância do relacionamento entre pesquisadores e sociedade, aproximando o grande público da ciência. Luisa Massarani frisou que é preciso conhecer os diferentes públicos e se aproximar mais da sociedade de maneira didática e simples, pois só transmitir conhecimento científico não suficiente para a divulgação científica. 

Após a sessão, os prêmios foram entregues aos alunos condecorados, assim como as menções honrosas. Clique aqui para conferir a lista de vencedores.

Veja as fotos do evento:

 

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