Covid-19: Rede CoVida aborda efeitos do isolamento na Bahia

segunda edição do Boletim CoVida – Pandemia de Covid-19 traz cenários nos quais é possível observar os efeitos positivos do distanciamento social e da redução de fluxo intermunicipal no controle da Covid-19 na Bahia. Com base nos dados sobre a evolução da doença no Brasil, os pesquisadores executaram modelos matemáticos e chegaram a resultados que reforçam a importância da manutenção das medidas de isolamento social no Estado da Bahia: houve uma redução da ordem de aproximadamente 27% na taxa de transmissão da doença.

Outro dado trazido no Boletim indica que a suspensão do fluxo em apenas 10% dos municípios baianos foi suficiente para gerar um atraso entre os picos de infecção de Salvador e demais municípios. 

Modelo Matemático adotado e limitações

Diversos modelos matemáticos estão sendo aplicados para compreender a atual pandemia de Covid-19. O Grupo de Trabalho de Modelagem da Rede CoVida adotou o modelo SIR; uma estratégia analítica produzida a partir de grupos de indivíduos classificados como Suscetíveis, Infectados e Recuperados. Uma das vantagens do modelo é a simplicidade e efetividade na modelagem de epidemias.

Os pesquisadores apontam algumas limitações dos modelos adotados no estudo. Entre elas estão os dados sobre o fluxo de pessoas em transportes urbanos, que foram capturados do IBGE de 2016, e os valores estimados pelos modelos representam o total de infectados desconsiderando os efeitos dos assintomáticos. 

Boletim concentra mais evidências científicas sobre a Covid-19

Três equipes de trabalho da Rede CoVida também trazem resultados de evidências científicas sobre a Covid-19 no Boletim. A primeira delas, do grupo Estratégias de controle e os efeitos das iniciativas de contingência, aponta que a suplementação de vitamina D não é recomendada para a prevenção ou tratamento da doença. Os pesquisadores alertam que o uso indiscriminado pode levar a casos de intoxicação.

O segundo grupo, Etiologia, Patogênese e Diagnóstico, produziu uma nota técnica sobre a proteção das equipes de assistência à saúde durante a epidemia da Covid-19. Entre as proposições trazidas estão a necessidade de identificação precoce de membros destas equipes que estejam contaminados e a adoção de parâmetros para avaliar a resolução da infecção e redução do potencial de contágio.

Por fim, o Boletim traz informações sobre o documento Aspectos Clínicos e Terapêuticos. Dinâmico e atualizado periodicamente, o resumo foi elaborado com base na leitura de mais de 80 artigos científicos, concentrando, entre outras informações, a sintomatologia dos pacientes com Covid-19. 

Rede CoVida

Rede CoVida – Ciência, Informação e Solidariedade é um projeto de colaboração científica e multidisciplinar focado na pandemia de Covid-19. A rede visa ao monitoramento da pandemia no Brasil, com previsões de sua possível evolução. Visa também à produção de sínteses de evidências científicas tanto para apoiar a tomada de decisões pelas autoridades sanitárias quanto para informar o público em geral. É uma iniciativa conjunta do Cidacs/Fiocruz e da Universidade Federal da Bahia (Ufba), com apoio de colaboradores de outras instituições de pesquisa nacionais e internacionais.

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Pesquisadora da Fiocruz Bahia participa de imersão em Londres

A pesquisadora Deborah Bittencourt, da Fiocruz Bahia, foi selecionada para participar do projeto “Missão ao Reino Unido”, do Programa Mulheres na Ciência, cujo prêmio foi um intercâmbio em Londres, que aconteceu em fevereiro. A iniciativa é fruto de parceria entre o Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, e o British Council Brasil, buscando o fortalecimento de vínculos em torno de mulheres na ciência no Brasil e com o Reino Unido nos âmbitos individual e institucional.

Durante dez dias, as cientistas selecionadas participaram de diversos eventos e visitas promovidas pela parceria Brasil-Reino Unido, entre elas uma visita guiada pelo Museu da Ciência e Intellectual Property Office, onde foi apresentado como funciona o escritório de patentes no Reino Unido.

As pesquisadoras também visitaram diversas universidades e centro de pesquisas, como a Universidade de Birmingham; o National Institute of Health Research (NIHR); Structural Genomics Consortium (SGC) e o escritório de Inovação e Tecnologia da Universidade de Oxford.

“Nesses locais fomos muito bem recebidas. Tivemos reuniões e nos apresentaram possibilidades de parceria” relembra Deborah. Houve também uma visita à embaixada brasileira em Londres por parte do grupo.

Mulheres na Ciência

O programa “Mulheres na Ciência” existe desde 2008 e visa a geração de capacidades, promoção da agenda científica para mulheres e o fortalecimento de redes nacionais e internacionais. No ano passado, Deborah Bittencourt fez parte de uma das duas turmas que participaram de uma semana de evento no Museu do Amanhã, onde apresentaram seus projetos de inovação.

Durante a imersão, as pesquisadoras aprenderam noções de estruturação de modelo de negócios, branding, direito intelectual, ambiente de inovação e empreendedorismo, características necessárias às empreendedoras, entre outros. Entre os projetos apresentados, quatro foram selecionados para um intercâmbio em Londres, dentre eles o projeto de Deborah, que apresentou um teste rápido em formato lab on paper utilizando proteínas recombinantes para o diagnóstico de leishmaniose visceral.

Para Deborah, ter sido escolhida entre as 70 participantes do programa foi muito gratificante, em especial por poder levar sua experiência durante o evento no Rio para seus alunos da Pós-graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI), em meio a crise de emprego que a ciência está passando.

“Voltei com a missão de mostrar que existe um caminho, que eles precisam inovar, empreender, para transformar não só o Brasil, como o mundo” ressalta a pesquisadora. Confira o vídeo sobre o evento no Museu do Amanhã aqui 

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Estudo discute a importância da “imunidade de rebanho” no ciclo das arboviroses

Um artigo de revisão, recentemente publicado no periódico “Current Opinion in Virology”, analisou os efeitos da “imunidade de rebanho” na circulação de cinco arbovírus – os vírus da dengue, da zika, chikungunya, febre amarela e febre do Nilo Ocidental. Entre os autores do trabalho estão o pesquisador da Fiocruz Bahia, Guilherme Ribeiro, e os pesquisadores visitantes Uriel Kitron e Albert Ko.

A “imunidade de rebanho” é quando um número alto de pessoas se torna imune após adquirir determinada doença e, assim, protege o restante da população que não se infectou ou não foi vacinada, porque a transmissão da doença se torna mais difícil com a redução das pessoas suscetíveis. Revisando a literatura, os pesquisadores constataram que a imunidade de rebanho, após as pandemias de zika e chikungunya, alcançaram cerca de 50% em várias regiões das Américas.

Para os arbovírus com transmissão humano-mosquito-humano, como dengue, zika e chikungunya, a imunidade de rebanho tem um grande impacto na circulação viral e no risco de infecção humana, com grandes surtos explosivos quando esses vírus são introduzidos em populações que nunca foram expostas a eles. Após um grande surto inicial, pequenos surtos periódicos ou longos períodos com baixa transmissão viral podem ocorrer, uma vez que a imunidade de rebanho limita a eficiência da transmissão ou mesmo a conduz a uma extinção temporária.

No caso dos vírus da febre amarela e da febre do Nilo Ocidental, por suas transmissões envolverem ciclos enzoóticos que têm, respectivamente, primatas não humanos e pássaros como reservatórios dos vírus na natureza, a circulação desses vírus e ocorrência de surtos em humanos é menos frequente, por causa das interações complexas entre clima, populações de mosquitos vetores, nível de imunidade nas populações de hospedeiros que servem de reservatórios para os vírus e oportunidade de encontro dos vírus com populações humanas suscetíveis.

Em 2018, um estudo liderado por Ribeiro e com a participação de vários pesquisadores da Fiocruz Bahia sugeriu que a grande epidemia de zika, que ocorreu em Salvador, em 2015, tenha gerado imunidade de rebanho cruzada para o vírus da dengue, levando uma importante redução na transmissão dessa doença na cidade, nos anos seguintes. Essa possibilidade de imunidade de rebanho cruzada entre os vírus da zika e da dengue é biologicamente justificada pelo fato de os dois vírus serem da mesma família e mesmo gênero (Flavivírus) e apresentarem muitas similaridades genéticas e antigênicas.

Outro estudo, de 2019, liderado por Ko em conjunto com vários pesquisadores da Fiocruz Bahia, demonstrou o contrário: que pessoas que já tinham tido dengue previamente tiveram menos chance de adquirir infecção por zika, também dando suporte à possibilidade de imunidade de rebanho cruzada entre esses dois vírus.

Esse tipo de revisão é importante para ajudar na compreensão dos padrões temporais de circulação dos arbovírus, em especial pelos desafios enfrentados pelos sistemas de vigilância. Os autores sugerem que o investimento em programas de vigilância e pesquisa, impulsionado pelas recentes epidemias e pela atenção dispensada a elas pela mídia, deve ser realizado de forma consistente e contínuo para um melhor entendimento da dinâmica da transmissão dos arbovírus.

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Obsma prorroga inscrições até 13 de dezembro

Em função dos impactos causados pelo isolamento social para o enfrentamento da pandemia do Coronavírus, a Coordenação da Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (Obsma) anunciou a prorrogação das inscrições da 10ª edição: a partir de agora, professores da educação básica de todo o país terão até o dia 13 de dezembro para inscrever os trabalhos de seus alunos. A Olimpíada recebe projetos do Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano) e Ensino Médio, incluindo, nas duas categorias, Educação de Jovens e Adultos – EJA. Os trabalhos devem ser desenvolvidos entre 2019 e 2020, e inscritos nas modalidades Produção Audiovisual, Produção de Textos e Projeto de Ciências.

A medida foi adotada para que professores e alunos tenham tempo hábil para a idealização e desenvolvimento dos trabalhos. Além disso, a decisão reforça o Plano de Contingência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para o enfrentamento ao Covid-19 em todo o território nacional. Você pode acompanhar o canal oficial da Fundação com informações sobre o novo coronavírus no endereço: https://portal.fiocruz.br/coronavirus.

Os trabalhos inscritos devem ser originais e abordar obrigatoriamente as temáticas relacionadas à saúde e o meio ambiente. O processo de avaliação será dividido em duas etapas: regional e nacional. Este ano, será oferecido também o Prêmio Menina Hoje, Cientista Amanhãa um trabalho desenvolvido por grupos de alunas e professoras do gênero feminino – com isso, a Obsma afirma seu comprometimento em incentivar jovens estudantes a ingressarem em carreiras científicas.

As inscrições para a 10ª Obsma devem ser realizadas exclusivamente pelo site oficial www.olimpiada.fiocruz.br. No site é possível ler o nosso Regulamento completo e conferir o endereço de envio do material físico de seu trabalho. A Olimpíada está dividida em seis Coordenações Regionais: Centro Oeste, Minas-Sul, Nordeste I, Nordeste II, Norte e Sudeste.

Para acompanhar todas as novidades sobre a Obsma, fique atento às nossas redes sociais: Facebook e Instagram. Por meio desses canais, são compartilhados diariamente conteúdos e informações de grande relevância e, em breve, também serão divulgados novas ações e projetos voltados aos professores.

Em caso de dúvidas, o professor deve entrar em contato com a Coordenação da Olimpíada pelo e-mail: olimpiada@fiocruz.br ou o telefone (21) 3882-9291.

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Telecoronavírus atende mais de seis mil pessoas gratuitamente pelo 155

Desde que foi lançado no último dia 24, o Tele Coronavírus, serviço gratuito que coloca a população em contato direto com profissionais voluntários da área de saúde, através do número 155, já atendeu mais de seis mil pessoas, orientando o cidadão em caso de dúvida sobre a Covid-19. Uma iniciativa do Governo do Estado, juntamente com UFBA e Fiocruz Bahia, a ferramenta de tele assistência permite auxílio rápido ao cidadão, evitando a circulação de pessoas que não precisam de atendimento em unidades de saúde, neste primeiro momento.
 
O secretário de Saúde, Fábio Vilas Boas, explica a dinâmica adotada pela plataforma. “O cidadão liga para o número 155 gratuitamente e é atendido por um estudante de medicina do quinto ou sexto ano, devidamente capacitado e supervisionado por um médico, que escuta a demanda e faz a orientação, de acordo com o protocolo oficial adotado pela Sesab e Ministério da Saúde. Ao receber essa ligação, o estudante alimenta uma plataforma e esse dado é utilizado para os registros na área de saúde para auxiliar na gestão e na assistência à saúde”.
 
Um novo serviço focado na triagem foi adicionado ao Tele Coronavírus nesta segunda semana de atendimento. Médica por formação, a secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação, Adélia Pinheiro, informa sobre a mudança. “Incluímos uma sala de espera com atendentes que recebem e distribuem as chamadas para os estudantes de medicina. Essa estrutura está instalada no COI da Secretaria de Segurança Pública com profissionais ligados à Saeb”, destaca.
 
O secretário de Administração, Edelvino Góes, afirma que o Tele Coronavírus passa a utilizar toda expertise de atendimento ao público da Rede SAC. O call center 155 conta com a participação de 45 funcionários do SAC na linha de frente, recepcionando as ligações dos cidadãos. Os atendentes fazem uma triagem, aplicando um questionário da Sesab/Fiocruz. Na sequência, a ligação é transferida para um dos 1.200 estudantes de medicina que participam voluntariamente do projeto. 
 
O know-how da Rede SAC também será utilizado para fazer levantamento estatístico sobre o atendimento com dados como quantidade de ligações, tempo médio de atendimento, tempo médio de espera, demanda de ligações por região, dentre outros. Os dados serão utilizados para elaborar um infográfico que ajudará a pautar as ações, como já é feito no atendimento cotidiano da Rede SAC.
 
“Este é um serviço que tem contribuído muito para que a população possa ter um nível maior de informações sobre sintomas, recebendo em tempo real e de forma dedicada orientações de como proceder. O número de três dígitos facilita a memorização e torna o Tele Coronavírus fácil de ser acessado”, ressalta o secretário estadual do Planejamento, Walter Pinheiro.
 
A pesquisadora da Fiocruz Bahia e integrante da equipe de formulação da proposta, Dra. Viviane Boaventura, lembra que o serviço atingiu um alto número de ligações na semana de lançamento, o que deve se repetir nos próximos dias. “Inicialmente, houve um grande número de ligações que acreditamos estar relacionada à demanda reprimida. O número reduziu nos dias subsequentes e estamos nos preparando para um novo aumento na demanda com a progressão da epidemia”, conclui. 
 
Idealizado pela UFBA e Fiocruz Bahia, o Tele Coronavírus recebeu apoio do Governo do Estado, através das Secretarias de Saúde (Sesab), de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), do Planejamento (Seplan), de Segurança Pública (SSP), da Administração (Saeb) e da Infraestrutura (Seinfra). Também aderiram à ação as quatro universidades estaduais (Uneb, Uesc, Uefs e Uesb), a Escola Bahiana de Medicina, a FTC Salvador, a Unifacs, a Unime, a UFRB, a UFSB, a Associação Bahiana de Medicina (ABM) e a Fesftech, esta última responsável pelo desenvolvimento de uma plataforma que é alimentada pelos voluntários.
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Painel da Fiocruz Bahia e da UFBA monitora casos de Covid-19

Qual é a situação atual e o que esperar da pandemia de Covid-19 no Brasil? Foi lançado, na última sexta-feira (27/3), um painel para monitoramento da doença no país, com atualização em tempo real. A plataforma permite que o usuário visualize os dados atuais, a evolução dos casos, os óbitos, a concentração da doença e a previsão da situação nos próximos dias em todos os estados no Brasil. 

O painel é a primeira ação lançada pela Rede CoVida, uma iniciativa conjunta do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) e da Universidade Federal da Bahia (Ufba), que reúne colaboradores de diversas instituições científicas de forma solidária. Toda a plataforma de monitoramento foi desenvolvida por quatro profissionais, em colaboração com dezenas de pesquisadores, que atuaram remotamente ao longo de 10 dias, seguindo recomendações do Ministério da Saúde.

De acordo com Gabriela Borges, estatística do Cidacs/Fiocruz Bahia e uma das responsáveis pelo painel de monitoramento, uma das preocupações era oferecer uma visualização de dados compreensível para todos os públicos. “Utilizamos bibliotecas de web para desenvolver um painel que apresentasse os dados e predições de forma fácil de ser interpretada”, relata. 

Segundo Juliane Oliveira, doutora em matemática pela Universidade do Porto e uma das responsáveis pela modelagem, os números indicam que estamos ainda no início da pandemia. “O modelo usado por nós já mostra um aumento crescente do número de casos no Brasil”, afirma.

Previsões podem ajudar tomada de decisões

O modelo matemático implementado pelo grupo traz dados que ajudam os gestores públicos a tomarem decisões baseadas em evidências científicas. “O gestor que observa um modelo pode se antecipar na quantidade de leitos, nos tipos de leitos, nos materiais necessários e recursos humanos a serem recrutados no preparo dos sistemas e assistência à saúde”, explica Oliveira.

Além dos recursos físicos e humanos, estes cálculos também contribuem para avaliar os efeitos de medidas sociais, como restrições de circulação de pessoas e fechamento de estabelecimentos comerciais não-essenciais. “Comparamos experiências anteriores e observamos padrões de comportamento humano.  Assim, fazemos a previsão de uma situação com uma margem de incerteza associada”, conta Oliveira.

Diversos modelos matemáticos estão sendo aplicados para compreender a atual pandemia de Covid-19. O Grupo de Trabalho de Modelagem da Rede CoVida adotou o modelo SIR; uma estratégia analítica produzida a partir de grupos de indivíduos classificados como Suscetíveis, Infectados e Recuperados. Uma das vantagens do modelo é a simplicidade e efetividade na modelagem de epidemias. “Estamos contribuindo para o fornecimento de uma visualização para população em tempo rápido daquilo que está acontecendo neste início da pandemia de coronavírus no Brasil”, defende Borges.

A equipe de modelagem da Rede CoVida é formada por cerca de 50 pesquisadores, entre eles matemáticos, epidemiologistas, estatísticos, físicos, cientistas da computação e bioinformatas. Todo o grupo está empenhado na execução de cálculos que projetam cenários futuros sobre a pandemia no Brasil e em pesquisas de evidências científicas em várias áreas envolvendo o novo coronavírus. O painel já pode ser acessado aqui.

Rede CoVida

Rede CoVida – Ciência, Informação e Solidariedade é um projeto de colaboração científica e multidisciplinar focado na pandemia de Covid-19. A rede visa ao monitoramento da pandemia no Brasil, com previsões de sua possível evolução. Visa também à produção de sínteses de evidências científicas tanto para apoiar a tomada de decisões pelas autoridades sanitárias quanto para informar o público em geral. É uma iniciativa conjunta do Cidacs/Fiocruz Bahia e da Universidade Federal da Bahia (Ufba), com apoio de colaboradores de outras instituições de pesquisa nacionais e internacionais.

Contatos com a imprensa:
Raíza Tourinho
Cidacs/Fiocruz Bahia | Rede CoVida
Tel: (71) 98108-1588
E-mail: raizatourinho@gmail.com

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Fiocruz Bahia implanta medidas institucionais de enfrentamento ao coronavírus

A Fiocruz Bahia, tendo em vista a pandemia do novo coronavírus denominado SARS-CoV-2 (Covid-19) declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 11 de março de 2020, implementou medidas para prevenção e proteção da doença Covid-19 nos ambientes institucionais.

Discutida e aprovada, por unanimidade, em reunião do Conselho Deliberativo (CD) da Fiocruz Bahia, a vigência destas medidas, inicialmente prevista para valer até dia 31 de março, foi prorrogada por 15 dias a partir do dia 14 de abril de 2020. A Diretoria, entretanto, realizará reavaliação permanente da situação, com base na dinâmica do quadro epidemiológico relacionado à pandemia. As determinações estão em consonância com o Plano de Contingência da Fiocruz, das Orientações para a Gestão do Trabalho na Fiocruz e dos Planos de Contingência do Município de Salvador.

Ações como reuniões com profissionais de limpeza, manutenção, refrigeração e de diversas áreas foram realizadas para orientar quanto a procedimentos e cuidados gerais. Informações confiáveis, principalmente de material com orientação quanto à higienização correta das mãos e demais medidas de prevenção ao contágio do Covid-19 foram divulgadas interna e externamente.

Trabalhadoras grávidas/lactantes e todos com mais de 60 anos, que apresentem quadro de agravo (hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes não controlado, doenças pulmonares, tratamento oncológico e imunossuprimidos), foram colocados em trabalho exclusivamente remoto.

Os demais profissionais também estão em teletrabalho, com a possibilidade de convocação para a realização de atividades presenciais na Fiocruz Bahia, se consideradas essenciais. Os profissionais dos serviços de limpeza, manutenção e suporte ao biotério e canil estão trabalhando em escala.

As aulas dos programas de pós-graduação foram suspensas e poderão ser realizadas atividades em EAD. Já as defesas de teses e dissertações deverão ser realizadas sem público, em ambientes com portas/janelas abertas, e, quando possível, utilizar recursos de comunicação à distância. Eventos presenciais, em que esteja prevista grande concentração de pessoas, foram adiados ou estão sendo realizados à distância.

Plano de contingência da Fiocruz

A nova versão do Plano de Contingência da Fiocruz diante da pandemia pelo SARS-CoV-2 (Covid-19) está disponível no Portal Fiocruz. O documento, atualizado em 30 de março de 2020, inclui as orientações para os trabalhadores já divulgadas pela Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas (Cogepe) em 24 de março, bem como as orientações para a área de ensino, detalhadas pela Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC). 

A versão 1.3 também incorpora os guias de saúde mental, alimentação e exercício físicos, elaborados pela equipe de Saúde Mental e Trabalho da Coordenação de Saúde do Trabalhador (CST/Cogepe). Clique aqui para acessar.

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Fiocruz Bahia e Prefeitura de Salvador firmam parceria para enfrentamento ao coronavírus

Fotos: Max Haack/Secom

A Fiocruz Bahia e a Prefeitura de Salvador firmaram na manhã de hoje, 1º de abril, um acordo de cooperação técnico-científica que vai dar apoio ao diagnóstico da Covid-19 na capital, ampliando em 500 o número de testes a serem realizados por dia. O convênio também vai permitir a validação técnica das ações municipais, a partir da análise dos dados da Covid-19 na cidade, da revisão do plano de contingência para o combate à pandemia e da disseminação das informações para a população mais carente. 

Com validade de dois anos, o convênio foi apresentado à imprensa, no Palácio Thomé de Souza, pelo prefeito ACM Neto e pela diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, além do secretário municipal da Saúde (SMS), Leo Prates. O prefeito salientou a importância da Fiocruz como uma das instituições mais preparadas e com o melhor requisito técnico para dar suporte na tomada de decisões, principalmente neste período em que a cidade deverá entrar em uma fase mais complexa de enfrentamento da pandemia. 

“As decisões precisam ser cada vez mais respaldadas por opiniões técnicas qualificadas. Sendo assim, a equipe da Fiocruz traz a possibilidade de comparação da situação de Salvador com o que vem acontecendo em outros lugares do Brasil para que a Prefeitura, como vem fazendo desde o início, tenha condições de tomar as medidas necessárias, adotar as melhores ações em políticas públicas e, sobretudo, definir os rumos para que a capital possa vencer o coronavírus”, declarou ACM Neto.

“Nesse momento de pandemia, é importante essa integração entre os poderes. Como a Fiocruz é um órgão federal (vinculado ao Ministério da Saúde) e que tem uma atuação forte em saúde pública, a instituição vem para reforçar as ações dentro de Salvador para enfrentar essa situação de uma maneira que todos saiam vencendo. É mais um reforço às ações que já estão sendo realizados pela Prefeitura, de forma que a gente possa contribuir para melhorar e reforçar o sistema de saúde”, ressaltou a diretora Marilda Gonçalves.

Ações – Uma das iniciativas possibilitadas pelo convênio é o apoio no diagnóstico dos casos de Covid-19 na capital. Estes testes serão feitos pela Fiocruz Bahia, a partir de material colhido nas unidades de saúde e encaminhados pelos laboratórios centrais estadual e municipal.

O pesquisador da Fiocruz Bahia, Ricardo Khouri, explica que as amostras de swab nasal dos pacientes com suspeita de infecção pelo novo coronavírus serão enviadas à instituição para realização do teste molecular, utilizando o kit de diagnóstico disponibilizado pela Fiocruz. “Nesse momento, estamos treinando as equipes, adaptando os laboratórios para o alto número de testes que iremos fazer e aguardando os kits chegarem”, afirmou.

Diante da identificação dos primeiros casos no Brasil e da preparação para uma possível disseminação da doença em território nacional, o Ministério da Saúde encomendou à Fiocruz o desenvolvimento e a produção dos kits para diagnóstico laboratorial destinados a atender a rede de laboratórios públicos de todo o país. Os kits foram desenvolvidos pelos institutos de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), no Rio de Janeiro, e de Biologia Molecular do Paraná (IBMP). A Fundação tem capacidade de produzir cerca de 20 mil testes semanais e o ritmo de produção seguirá conforme a demanda do Ministério da Saúde.

A Fiocruz Bahia também vai fazer, através do Centro de Integração de Dados e Conhecimento em Saúde (CIDACS) da instituição, análise dos dados da Covid-19, utilizando modelos matemáticos para comparação com outros locais no Brasil e no mundo sobre a evolução da curva de transmissão do coronavírus, perfil dos pacientes infectados e localidades dos casos, por exemplo. Os resultados vão subsidiar as ações a serem adotadas pelo município, a exemplo dos decretos que restringem a circulação de pessoas e incentivam o isolamento social, conforme orientação das autoridades sanitárias.

Outro eixo é o apoio nas ações de comunicação em saúde para divulgar, ao máximo, as informações sobre a pandemia aos cidadãos, principalmente nas comunidades mais carentes. A estratégia deverá envolver desde conteúdos digitais até a orientação a ser levada pelos agentes comunitários de saúde para a população, no intuito de, através da informação, contribuir para o achatamento da curva de transmissão do coronavírus.

A lista contempla ainda a revisão do plano de contingência municipal pela instituição federal para proposição de melhorias nas decisões iniciais e validação das ações a serem adotadas. De acordo com o secretário Leo Prates, a Fiocruz vai colaborar com o Centro de Operações ao Enfrentamento do Coronavírus, que foi montado na SMS e que dialoga com diversas entidades para criação de modelos e contribuição na adoção de estratégias para combate à Covid-19.

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Estudante egressa da Fiocruz Bahia integra equipe que sequenciou o genoma do coronavírus

Jaqueline Góes na premiação do Prêmio Gonçalo Moniz de Pós-Graduação, na Fiocruz Bahia.

O resultado do sequenciamento do genoma do novo coronavírus no Brasil foi publicado no dia 28 de fevereiro, 48h após a confirmação dos dois primeiros casos da Covid-19 em território nacional. O estudo, liderado por pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz (IAL) e do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (IMT-USP), teve como uma de suas coordenadoras, Jaqueline Goes. A biomédica baiana realiza pós-doutorado, no IMT-USP, sob supervisão da pesquisadora Ester Cerdeira Sabino. 

Para realização do sequenciamento, a equipe utilizou a tecnologia MinION, um pequeno aparelho onde a amostra do paciente é depositada e o resultado da leitura é exibido na tela de um computador, em tempo real. A descoberta das mutações, realizada graças ao sequenciamento, será estudada para verificar se há alguma influência na taxa de mortalidade, além de auxiliar no desenvolvimento de vacinas e testes diagnósticos mais rápidos.

Jaqueline Goes teve o seu primeiro contato com a tecnologia MinION durante o doutorado pelo programa de Pós-Graduação em Patologia (PgPAT), da Universidade Federal da Bahia (UFBA) em parceria com a Fiocruz Bahia, quando foi convidada por seu orientador, o pesquisador da Fiocruz Luiz Alcântara, para o projeto de sequenciamento do vírus Zika. A pesquisa integrava o Projeto ZIBRA – Zika in Brazil Real Time Analisys, uma parceria entre pesquisadores brasileiros e estrangeiros, com a meta de sequenciar mil genomas do vírus para obter informações epidemiológicas importantes sobre a disseminação da doença no país. 

A pesquisa trouxe vasta experiência para a estudante que, em seguida, passou a integrar o pós-doutorado da USP e o grupo de pesquisa responsável pelo sequenciamento do coronavírus. “As informações genéticas geradas nos nossos estudos não são apenas do coronavírus, mas também de dengue, chikungunya e outros vírus cujos surtos já cobrimos, como zika e febre amarela. Esses dados podem ajudar, principalmente no início da epidemia, para direcionar ações de saúde pública, identificando os focos a partir dos quais se deu a transmissão e tomando as medidas de precaução, com o isolamento de lugares públicos”, conta Jaqueline.

A pesquisadora destaca ainda que a repercussão da descoberta acende a esperança de novos investimentos em saúde pública, incluindo as pesquisas. Para ela, este é um marco que pode lembrar para a sociedade a importância da ciência. 

“Dada a importância de contermos a emergência de epidemias, investir em pesquisas cujos resultados impactam diretamente a saúde pública é investir também no bem-estar da população geral, isso inclui não apenas o financiamento de projetos, como também, e principalmente, a manutenção das bolsas de pesquisa dos estudantes que são a força-motriz da ciência brasileira”, comenta.

Sobre Jaqueline Goes

Jaqueline Góes de Jesus é graduada em Biomedicina pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, mestre pelo Programa de Pós-graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI) da Fiocruz Bahia e doutora pelo Programa de Pós-graduação Patologia (PgPAT), da Universidade Federal da Bahia em ampla associação com a Fiocruz Bahia.

Em 2019, Jaqueline teve sua tese de doutorado premiada com o primeiro lugar no Prêmio Gonçalo Moniz de Pós-Graduação, na categoria Egresso e representou o PgPAT, no XIII Encontro de Pós-Graduação das Áreas de Medicina I, II e III da CAPES, tendo também recebido o prêmio de Melhor Trabalho de Tese, concedido pela banca avaliadora, composta pelos coordenadores das três áreas da Medicina.  A tese gerou publicações em revistas científicas de alto impacto, como Nature e Science. 

O trabalho de sequenciamento do genoma do novo coronavírus em tempo recorde, realizado no Instituto de Medicina Tropical de São Paulo – Universidade de São Paulo (IMT-USP), teve uma grande repercussão no meio científico e sociedade, com ampla divulgação nas mídias e redes de comunicação.

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Divulgado edital Pibic – Fapesb/ cotas 2020

A Coordenação do Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC) da Fiocruz Bahia torna público o EDITAL PIBIC-FAPESB/COTAS- 2020 e convoca a sua comunidade científica e acadêmica para apresentar propostas até 22 de abril de 2020.

Clique aqui para acessar.

Os bolsistas IC FAPESB/FIOCRUZ vigentes no período de 01/08/2019 a 31/07/2020 que desejarem dar continuidade aos projetos em desenvolvimento deverão, de comum acordo com seus orientadores, submeter novo pedido de bolsa.

A Iniciação Científica tem como objetivo estimular pesquisadores produtivos a envolverem estudantes de graduação nas atividades científica, tecnológica, profissional, artística e cultural, despertando a vocação científica e incentivando talentos potenciais. Poderão solicitar bolsas pesquisadores com doutorado exercendo atividade de pesquisa, com vínculo comprovado com a Fiocruz em tempo integral (regime de 40 horas), e pesquisadores visitantes da Fiocruz que se dedicam exclusivamente a atividades de pesquisas no IGM.

Qualquer dúvida pertinente a este edital deve ser esclarecida através do e-mail proiic@bahia.fiocruz.br.

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Serviço de triagem para quem suspeita que está com coronavírus já está funcionando

Foi lançado hoje, 24 de março, o Tele Coronavírus, que oferecerá atendimento para triagem à distância de pessoas com sintomas do Covid-19, provocado pelo novo coronavírus. O serviço gratuito está disponível através do número de telefone 155, diariamente, das 7h às 19h. O objetivo do projeto idealizado pela Fiocruz Bahia e Universidade Federal da Bahia (UFBA) é evitar a circulação de pessoas que não necessitam de atendimento emergencial, pela cidade. 

Realizada em parceria com o Governo do Estado e instituições de ensino superior, a iniciativa conta com voluntários do quinto e sexto ano de cursos de Medicina. Os voluntários são divididos em grupos de 10 pessoas, supervisionados por um médico, recebendo as chamadas em casa, através do celular. 

Para auxiliar no atendimento, o estudante conta com um aplicativo que registra os sintomas e ajuda na orientação e no protocolo de atendimento oficial, adotado pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e o Ministério da Saúde.

A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, destaca que este serviço será de grande importância para a população da Bahia e integra um conjunto de ações da instituição, no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus em todo o Brasil, “o Tele Coronavírus será um canal relevante e sério de atendimento, representando uma das contribuições que a Fiocruz Bahia irá realizar em meio a esta crise. Capacitando os estudantes, iremos criar recursos humanos em saúde que auxiliem o sistema no tratamento contra essa nova doença, o que reduz a sobrecarga às unidades básicas de saúde”, avalia.

A médica Viviane Boaventura, pesquisadora da Fiocruz Bahia e integrante da equipe que coordena o projeto, explica que os estudantes receberam um treinamento por vídeoaula e, antes de iniciar as atividades, responderam a um pequeno teste objetivo para avaliar a compreensão das instruções de triagem. “A partir desse treinamento, estão aptos a iniciar as atividades. Todo o processo, desde o treinamento até o atendimento, é feito remotamente de forma a garantir a segurança física dos estudantes”, declara.

O secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, explica que o funcionamento do serviço foi disponibilizado após solicitação ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e que “o registro feito pelo estudante para alimentar a plataforma será utilizado como registros que vão auxiliar na gestão e na assistência à saúde”, esclarece.

A secretária da Secti e médica, Adélia Pinheiro, que faz parte do grupo de trabalho do Governo da Bahia no enfrentamento ao Covid-19, conta que, até o momento, há aproximadamente, 1.200 estudantes e 70 médicos. “Durante os trabalhos de planejamento, contamos com a participação de um conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) para acompanhar e opinar sobre as questões atinentes ao exercício profissional”, afirma.

O Tele Coronavírus é um serviço gratuito, idealizado pela Fiocruz e UFBA, recebeu apoio do Governo do Estado, através das Secretarias de Saúde (Sesab), de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), do Planejamento (Seplan) e da Infraestrutura (Seinfra). Também aderiram à ação as quatro universidades estaduais (Uneb, Uesc, Uefs e Uesb), a Escola Bahiana de Medicina, a FTC Salvador, a Unifacs, a UFRB, a UFSB e a Fesftech, esta última responsável pelo desenvolvimento da plataforma que será alimentada pelos voluntários. 

Os estudantes das instituições citadas, bem como os médicos supervisores, serão certificados pelo serviço. Aqueles que possuam interesse em se voluntariar, devem procurar as coordenações das respectivas universidades parceiras nesta ação.

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Pesquisadora da Fiocruz Bahia concorre a prêmio através de votação

O projeto “Mitigando o Impacto da Artralgia Crônica Pós-Chikungunya”, da pesquisadora da Fiocruz Bahia, Viviane Boaventura, está concorrendo ao Prêmio Euro Inovação na Saúde. O prêmio está em sua 2ª fase, na qual todos os médicos em atuação, no país, podem votar nos melhores projetos, no site do prêmio, até 12 de abril. 

Clique aqui para conhecer o projeto de Viviane Boaventura.

Definidos os vencedores, na 3ª fase, caberá novamente à comunidade médica eleger o Grande Vencedor do Prêmio Euro Inovação na Saúde, profissional que será reconhecido, tendo seu nome divulgado somente na cerimônia de premiação, que será realizada em São Paulo (SP).  

 

O prêmio

O Prêmio Euro Inovação na Saúde é exclusivamente voltado a médicos(as), devidamente registrados(as) em seus conselhos regionais de medicina. A Eurofarma é a patrocinadora exclusiva do prêmio que tem o objetivo de reconhecer e incentivar a comunidade médica do Brasil na busca por soluções inovadoras em produtos, serviços e ações que resultem em ganhos potenciais e/ou efetivos para a qualidade de vida e bem-estar dos brasileiros.

Na 1ª fase, mais de 1650 iniciativas foram submetidas à avaliação do Conselho Médico, que escolheu as 100 iniciativas finalistas.

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Triagem para sintomas do coronavírus poderá ser feita através do número 155

Idealizado pela Fiocruz Bahia e Universidade Federal da Bahia (UFBA), um novo serviço, denominado Tele Coronavírus, oferecerá à população atendimento gratuito, através do número 155. O objetivo do projeto, que será lançado nesta terça-feira, 24 de março, é evitar a circulação de pessoas que não necessitam de atendimento emergencial, pela cidade. 

Realizada em parceria com o Governo do Estado e instituições de ensino superior, a iniciativa contará com voluntários do quinto e sexto ano de cursos de Medicina que farão uma triagem à distância de pessoas com sintomas do Covid-19, provocada pelo novo coronavírus. Os voluntários serão divididos em grupos de 10 pessoas, supervisionados por um médico, recebendo as chamadas em casa, através do celular. 

Para auxiliar no atendimento, o estudante contará com um aplicativo que irá registrar os sintomas e ajudará na orientação e no protocolo de atendimento oficial, adotado pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e o Ministério da Saúde.

A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, destaca que este serviço será de grande importância para a população da Bahia e integra um conjunto de ações da instituição, no enfrentamento à pandemia do novo coronavírus em todo o Brasil, “o Tele Coronavírus será um canal relevante e sério de atendimento, representando uma das contribuições que a Fiocruz Bahia irá realizar em meio a esta crise. Capacitando os estudantes, iremos criar recursos humanos em saúde que auxiliem o sistema no tratamento contra essa nova doença, o que reduz a sobrecarga às unidades básicas de saúde”, avalia.

A médica Viviane Boaventura, pesquisadora da Fiocruz Bahia e integrante da equipe que coordena o projeto, explica que os estudantes “receberão um treinamento por vídeoaula e, antes de iniciar as atividades, responderão a um pequeno teste objetivo para avaliar a compreensão das instruções de triagem. A partir desse treinamento, estarão aptos a iniciar as atividades. Todo o processo, desde o treinamento até o atendimento, será feito remotamente de forma a garantir a segurança física dos estudantes”, declara.

O secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, explica que o funcionamento do serviço foi disponibilizado após solicitação ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e que o registro feito pelo estudante para alimentar a plataforma será utilizado como registros que vão auxiliar na gestão e na assistência à saúde”, esclarece.

A secretária da Secti e médica, Adélia Pinheiro, que faz parte do grupo de trabalho do Governo da Bahia no enfrentamento ao Covid-19, conta que, até o momento, há aproximadamente, 1.200 estudantes e 70 médicos. “Durante os trabalhos de planejamento, contamos com a participação de um conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) para acompanhar e opinar sobre as questões atinentes ao exercício profissional”, afirma.

O Tele Coronavírus é um serviço gratuito, idealizado pela Fiocruz e UFBA, recebeu apoio do Governo do Estado, através das Secretarias de Saúde (Sesab), de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), do Planejamento (Seplan) e da Infraestrutura (Seinfra). Também aderiram à ação as quatro universidades estaduais (Uneb, Uesc, Uefs e Uesb), a Escola Bahiana de Medicina, a FTC Salvador, a Unifacs, a UFRB, a UFSB e a Fesftech, esta última responsável pelo desenvolvimento da plataforma que será alimentada pelos voluntários. 

Os estudantes das instituições citadas, bem como os médicos supervisores, serão certificados pelo serviço. Aqueles que possuam interesse em se voluntariar, devem procurar as coordenações das respectivas universidades parceiras nesta ação.

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Ministério da Saúde disponibiliza aplicativo sobre o coronavírus

A fim de facilitar o acesso a informações sobre o coronavírus Covid-19 e combater a propagação de notícias falsas, o Ministério da Saúde desenvolveu aplicativos com dicas de prevenção, descrição de sintomas, formas de transmissão, mapa de unidades de saúde e até uma lista de notícias falsas que foram disseminadas sobre o assunto.  

Os aplicativos estão disponíveis para usuários dos sistemas operacionais iOS e Android: 

Para baixar o app iOS clique aqui.

Para baixar o app Android clique aqui.

Também com o objetivo de alertar e esclarecer a população sobre as Fake News que começaram a ser disseminadas sobre o tema, foi disponibilizado um número de WhatsApp para envio de mensagens da população para apuração pelas áreas técnicas do Ministério da Saúde e respondidas oficialmente se são verdade ou mentira. 

Qualquer cidadão poderá enviar gratuitamente mensagens com imagens ou textos que tenha recebido nas redes sociais para confirmar se a informação procede, antes de continuar compartilhando. O número é (61) 99289-4640.

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Mulheres na ciência é tema de sessão científica

A Fiocruz Bahia recebeu a professora e pesquisadora do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Márcia Barbosa, em uma sessão científica especial para o Dia Internacional da Mulher, realizada no dia 13 de março, no Auditório Aluízio Prata.

A Vice-Diretora de Pesquisa do Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia), Camila Indiani de Oliveira, começou a sessão apresentando o currículo de Márcia, mencionando prêmios como o reconhecimento da ONU Mulher como uma das cientistas que moldam o mundo e da Forbes como uma das 20 mulheres mais poderosas do Brasil.

Com a palestra “Mulheres na Ciência: uma mulher inconveniente”, Márcia mostrou através de dados a necessidade de ter mais diversidade na ciência. Sua experiência na conquista do espaço da mulher na ciência vem desde a universidade, quando se tornou a primeira mulher presidente do Diretório Acadêmico do Instituto de Física da UFRGS durante os anos da ditadura no Brasil. Começou a pesquisar sobre a presença feminina nesta área ao ingressar no grupo de pesquisa da União Internacional de Física em 1999, quando eles perceberam que não havia tantas mulheres na física.

A partir deste grupo ela ajudou a organizar a primeira Conferência Internacional de Mulheres na Física, em 2002, reunindo mulheres do mundo inteiro, em Paris. O congresso gerou dados sobre a presença das mulheres na graduação e na pós-graduação, mostrando que havia uma queda quando chegavam ao doutorado, assim como no meio profissional.

Márcia reforçou que esse problema não é exclusivo da física, mas de todas as áreas da ciência. Essa questão também é universal: mulheres de todas as regiões do mundo sofrem ao tentar conciliar carreira com maternidade e família, uma das razões para haver essa queda nos números conforme se avança na carreira acadêmica.

Segundo a pesquisadora, no Brasil, em todas as áreas da ciência as mulheres são quase 50% da presença na graduação, nos mestrados e doutorados. Porém, os dados diminuem quando se analisa dados dos cargos como professor universitário e pesquisador, chegando a 45%. No caso dos comitês e comissões das instituições, que são cargos que ela considera “técnico-política” pois requer indicação e network para alcançar, a queda é maior ainda.

“Mesmo que a situação esteja melhorando aos poucos e estejamos conseguindo eleger mulheres para esses cargos, nosso problema ainda é de formação de redes”, disse a pesquisadora.

Quando se fala do cenário baiano, Márcia comenta o fato da Bahia ter histórico de algumas mulheres que se destacaram na ciência, diferente de outros estados da região nordeste e também do sudeste. “O motivo ainda é um pouco desconhecido, mas acredito que as dificuldades de viver no nordeste levam as mulheres daqui a ter essa vontade de ter destaque na ciência, na Bahia principalmente”, acrescentou. 

Ela comentou que em conversa com a professora do Instituto de Física da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Suani Pinho, da UFBA, ela foi informada que metade das diretoras dos institutos da UFBA são mulheres, o que impressionou Márcia por não ser o caso da Universidade de São Paulo (USP) ou da Universidade de Campinas (Unicamp), por exemplo.

Universidades públicas

Em relação às universidades federais, Márcia acredita que é preciso levantar dados em primeiro lugar, para definir as políticas e conseguir avançar na equidade de gênero. É preciso verificar quantas mulheres existem nas instituições e conversar com elas, verificar se elas estão sofrendo alguma forma de assédio moral ou sexual e desenvolver políticas internas para evitar isso. Algo que leva tempo, mas a pesquisadora acredita ser necessário.

Ela sugere a criação de um Código de Ética de Relações Humanas, em que todas as relações dentro da instituição são observadas. Esse projeto já foi iniciado na UFRGS, onde foi medido o assédio moral dentro da universidade através de um questionário.

“Com isso, estamos ‘cutucando’ a universidade para criar esse código e ensinar as pessoas a se relacionarem, pois a universidade pública é um ponto chave para essa transformação porque ela vai formar as pessoas que vão para o mercado de trabalho”, acrescenta.

Uma consequência dessa transformação desde a universidade é a formação de professores que irão trabalhar na educação infantil e com adolescentes. Segundo Márcia, para mudar o cenário das escolas, onde as crianças ainda não enxergam a mulher como cientista, é preciso dar formação primeiro ao professor para que ele seja capaz de contar a história da ciência, eles incluam as histórias das mulheres nessa área.

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Plano de Contingência da Fiocruz está disponível

Composição ilustrativa do novo corona vírus

O Plano de Contingência da Fiocruz diante da pandemia do novo coronavírus está disponível no Portal Fiocruz. Elaborado por um grupo dedicado de especialistas de várias unidades e áreas, sob a orientação da Coordenação de Vigilância e Laboratórios de Referência da Fundação, o documento segue os princípios de planos já elaborados e colocados em prática por instituições que já passaram pelo primeiro momento da pandemia. Conheça as orientações sobre a realização de eventos, viagens e procedimentos no local de trabalho, entre outras.

Clique aqui para acessar o documento. Ressalta-se que o Plano de Contingência é atualizado conforme a necessidade de novas medidas.

Acompanhe o especial da Fiocruz sobre o tema: https://portal.fiocruz.br/coronavirus

 

 

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Adiado o curso de Boas Práticas para o Processamento de Amostras Histológicas

A coordenação do curso de Boas Práticas para o Processamento de Amostras Histológicas informa que a atividade foi adiada e a nova data para realização será divulgada em breve. 

Esta determinação está em consonância com as medidas coletivas de prevenção e proteção nos ambientes institucionais definidas no Plano de Contingência da Fiocruz diante da pandemia da doença pelo SARS-CoV-2 (Covid-19).

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Pesquisa avalia o impacto da carga viral de jovens com dermatite associada à HTLV

A dermatite infecciosa associada ao vírus HTLV-1 (DIH) é uma inflamação cutânea recorrente que afeta jovens que adquirem o vírus principalmente pela amamentação, quando são amamentados por portadoras do HTLV-1. A DIH geralmente desaparece na idade adulta, mas pode tornar o paciente predisposto ao desenvolvimento precoce de outras doenças associadas ao HTLV, como paraparesia espástica tropical/mielopatia associada ao HTLV-1 (HAM/TSP), uma doença que leva à dificuldade para andar e fraqueza em ambas as pernas, e a leucemia/linfoma das células T do adulto (ATL), um câncer que pode ser muito agressivo.

A Bahia é um dos estados brasileiros com maior número de portadores do HTLV-1. Dados recentes mostram que 47% dos pacientes com essa dermatite também desenvolvem HAM/TSP. Os fatores relacionados ao desenvolvimento de doenças juvenis associadas ao HTLV-1 ainda são desconhecidos, sendo a carga proviral um dos principais parâmetros relacionados ao desenvolvimento de doenças associadas ao HTLV-1 em adultos.

Um estudo coordenado pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Maria Lourdes Farre Vallve, se propôs a investigar a relação entre as duas doenças. O trabalho foi publicado no “PLOS Neglected Tropical Diseases”. Na pesquisa, 59 crianças portadoras do vírus foram diagnosticadas e observadas entre 2002 e 2017: 16 eram assintomáticas, 18 tinham dermatite associada ao HTLV; 20 tinham dermatite e mielopatia e cinco tinham apenas mielopatia.

Considerando que a carga viral de pacientes adultos com mielopatia é mais elevada, o estudo esperava que em pacientes jovens de DIH que desenvolvessem a mielopatia, também houvesse o aumento da carga viral, porém, foi observado carga viral semelhante em pacientes jovens com dermatite com ou sem mielopatia.

Além disso, os pacientes com dermatite que desenvolveram mielopatia associada à HTLV-1 não foram necessariamente aqueles que apresentaram níveis mais altos de carga proviral, sugerindo que altos níveis de carga nos pacientes com dermatite podem favorecer, mas não necessariamente desencadeiam o desenvolvimento de mielopatia.

Quatorze pacientes apresentaram remissão da dermatite durante o período de acompanhamento. Em 12 deles, foi possível comparar a carga proviral na dermatite em atividade e, após remissão, a carga proviral foi maior na remissão do que quando a doença estava ativa, o que poderia estar relacionado com a predisposição dos pacientes de DIH de desenvolverem a leucemia/linfoma de maneira precoce Além disso, o estudo mostra a necessidade de que as crianças com DIH não deixem de ser clinicamente acompanhadas após o desaparecimento dos sintomas da dermatite, pois a carga proviral não diminui.   

O estudo sugere que outros parâmetros devem ser investigados para entender por que os pacientes com dermatite desenvolveram mielopatia associada à HTLV muito mais cedo e com mais frequência, sobre o 47%, do que portadores assintomáticos adultos, com frequência estimada em torno de 3%.

 

 

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Prazo prorrogado: bolsas do Pibic e Pibiti 2020-2021

A Coordenação do Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC) da Fiocruz Bahia informa que foram lançados, pela Vice-presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB/ Fiocruz), os editais para concorrer às Cotas Fiocruz 2020 para bolsas PIBIC e PIBITI do CNPq e convoca a sua comunidade científica e acadêmica para apresentar propostas. As inscrições foram prorrogadas até 17 de abril de 2020.

Os editais estão disponíveis nos endereços:

http://www.pibic.fiocruz.br e http://www.pibiti.fiocruz.br

As inscrições são para para bolsas novas, renovação e para os bolsistas que ingressaram nos programas por substituição/banco de reserva no mês de março. 

Servidores ativos com doutorado exercendo atividade de pesquisa com vínculo comprovado com a Fiocruz, em regime de tempo integral (40 horas), poderão solicitar apenas 01 cota de bolsa nova ou renovação. Para os casos de pesquisadores visitantes, pós-doutorandos e celetistas da Fiocruz, os servidores ativos com doutorado e vínculo permanente na Fiocruz serão os responsáveis por estes doutores e deverão, obrigatoriamente, assumir a coorientação no ato da solicitação da bolsa. Em caso de saída dos mesmos, o coorientador assumirá obrigatoriamente a orientação do bolsista, até o término da vigência da bolsa, sem possibilidade de substituição.

Em caso de doutores aposentados ou em vias de aposentadoria, eles deverão estar vinculados ao Programa Pesquisador Voluntário da Fiocruz, para que possam dar continuidade a orientação dos seus bolsistas e/ou realizar pedido de cota nova. Qualquer dúvida pertinente a estes editais deve ser esclarecida através do e-mail proiic@bahia.fiocruz.br .

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Organização Mundial da Saúde declara pandemia de coronavírus

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, declarou hoje (11) que a organização elevou o estado da contaminação pelo novo coronavírus como pandemia. O anúncio surge quando há mais de 120 países com casos declarados de infeção.

A mudança de classificação não se deve à gravidade da doença, e sim à disseminação geográfica rápida que o Covid-19 tem apresentado. “A OMS tem tratado da disseminação [do Covid-19] em uma escala de tempo muito curta, e estamos muito preocupados com os níveis alarmantes de contaminação e, também, de falta de ação [dos governos]”, afirmou Adhanom no painel que trata das atualizações diárias sobre a doença. “Por essa razão, consideramos que o Covid-19 pode ser caracterizado como uma pandemia”, explicou durante a conferência de imprensa em Genebra.

Adhanom  disse que mudança ocorre depois que, nas últimas duas semanas, o número de casos fora da China se multiplicou por 13.

Para evitar criar o pânico, ele acrescentou, “não podemos dizer isto de forma mais clara ou contundente. Todos os países podem mudar o curso desta pandemia”.

“Estamos nisto juntos e precisamos de fazer com calma aquilo que é necessário”, frisou o responsável da OMS.

O diretor-geral para situações de emergência, Mike Ryan, sublinhou por sua vez que a utilização da palavra “pandemia” é meramente descritiva da situação e “não altera em nada aquilo que estamos fazendo”.

Irã e Itália na “linha da frente”

Um dos casos mais preocupantes é o do Irã. A OMS considera que a situação no país é “muito grave” e apelou para maior vigilância e maiores cuidados dos doentes.

A organização considera que os iranianos estão fazendo o que podem, mas enfrentam falta de material e de equipamentos médicos.

A OMS enviou 40 mil testes nas últimas 24 horas, mas os suprimentos são “muito, muito escassos” e está difícil encontrar fornecedores.

No Brasil

Na Câmara dos Deputados, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que a declaração de pandemia não muda as medidas no Brasil. O país continua com o monitoramento das áreas atingidas e com as iniciativas e protocolos já anunciados. Hoje, o titular da pasta vai participar de comissão geral na casa, onde irá apresentar a deputados informações sobre as ações do governo acerca do problema.

*Com informações da RTP

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Coronavírus é tema de palestra na Fiocruz Bahia

Panorama do COVID-19” foi o tema da Sessão Científica Extraordinária, que aconteceu na Fiocruz Bahia, no dia 4 de março. Na palestra, o infectologista da Universidade de San Diego, na Califórnia, e do Hospital Roberto Santos, Kevan Akrami, apresentou os aspectos epidemiológicos da doença, a patofisiologia do novo coronavírus, o tratamento, a prevenção e as respostas que o Brasil e mundo estão ofertando frente a ameaça que o vírus representa.

O coronavírus integra uma grande família de vírus zoonóticos, de origem animal, que pode causar de um resfriado comum a doenças mais graves, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV) e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS-CoV). O COVID-19 já infectou mais de 100 mil pessoas em 101 países/territórios, causando mais de 3,5 mil mortes. No Brasil, já existem 25 casos confirmados do vírus, sendo dois na cidade de Feira de Santana, na Bahia.

O surto por SARS-CoV ocorreu em 2002, na China, com transmissão de morcegos para seres humanos, infectando 8 mil pessoas e deixando 774 mortos. Já os casos de MERS-CoV aconteceram na Arábia Saudita em 2012, se estendendo até 2015, com casos relatados na Coréia do Sul ainda causados por esse coronavírus.

Em 31 de dezembro de 2019, os primeiros casos de uma pneumonia de origem desconhecida foram relatados na cidade de Wahun, na China. Os casos tinham ligação com um mercado de frutos-do-mar da região, sugerindo transmissão animal-humano, porém, mais tarde, houve um número crescente de pacientes que não tiveram contato com esse mercado, indicando que também estava ocorrendo a disseminação de pessoa para pessoa. Em 7 de janeiro, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) Chinês divulgou que conseguiu isolar o vírus e identificá-lo como um novo coronavírus, denominado COVID-19 em 11 de fevereiro pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Segundo Kevan, várias cepas do COVID-19 foram sequenciadas desde sua descoberta e a proximidade destas com o tipo que causou SARS, cerca de 88%, ajudará no tratamento, pois será possível utilizar medidas empregadas em 2002, o que ajudará para o desenvolvimento da vacina. O infectologista explicou que o COVID-19 é um vírus de RNA e, por isso, é altamente mutável, dificultando o seu controle.

Epidemia

Em relação a epidemia da doença na China, Kevan aponta que a demora para o país entrar em quarentena é um dos fatores responsáveis pelo grande número de casos. Adiciona-se ainda a negação inicial das autoridades sobre a possibilidade de os primeiros casos registrados em dezembro do ano passado serem um novo tipo de coronavírus. “Uma resposta atrasada a quarentena, faz a infecção se espalhar mais rápido na população”, explicou. Para Kevan, as implicações sociais e econômicas de uma epidemia podem levar a hesitação inicial em países que estão apresentando casos de coronavírus, o que favorece a epidemia a continuar no local.

O pico da epidemia aconteceu no mês de janeiro e os novos dados epidemiológicos mostraram que os casos na China tendem à estabilização, enquanto nos outros países a tendência é aumentar nos próximos meses. A justificativa é que epidemias em alguns países, como o Irã e Itália, que tem os maiores números de mortes fora da Ásia, ocorrem porque adotaram práticas semelhantes à China, ao retardar a resposta.

A taxa de mortalidade do COVID-19 é considerada baixa, de cerca de 2.72% quando comparada com a taxa de mortalidade do SARS-CoV de 2002, que foi 14-15%, e MERS-CoV, de 35%. Essa taxa deve ser ainda mais baixa, pois o número de casos assintomáticos ou com poucos sintomas pode ser muito maior, indicando que existem ainda mais pessoas infectadas pelo mundo. A maioria dos casos confirmados são leves, sem necessidade de hospitalização para tratamentos mais severos.

Os casos mais graves de infecção respiratória, no contexto da emergência do COVID-19, estão relacionados a homens com média de idade maior do que 50 anos, que apresentaram comorbidades, como diabetes e problemas cardiovasculares. Um dado interessante, exibido durante a apresentação, é em relação a infecção em crianças, que ainda não foi registrado.

Pesquisas e testes

Quando comparada a 2002, a resposta da comunidade científica aos desafios impostos pelo COVID-19 foi bem mais rápida. Graças às novas tecnologias, o sequenciamento do vírus está sendo feito em pouco tempo em várias partes do mundo. Testes estão sendo realizados com drogas utilizadas em outras epidemias provocadas pelo coronavírus, além de novas drogas que podem auxiliar na diminuição da taxa de mortalidade. Na época do surto de SARS, por exemplo, foram testadas diversas drogas para inibir a resposta inflamatória da doença, sem sucesso. Esse resultado já iluminou os caminhos que os pesquisadores estão seguindo e novas abordagens estão sendo feitas, como um estudo recente com utilização de células-tronco.

Sobre o desenvolvimento de kits diagnósticos, os institutos de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) e de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) iniciaram a produção de protótipos de kits com insumos para a realização de 30 mil testes diagnósticos para o novo coronavírus. Os kits foram encomendados pelo Ministério da Saúde para atender a rede de laboratórios públicos de todo o país.

A prevenção ainda é o meio mais aconselhado para a maioria da população, segundo o infectologista. O indicado é a lavagem das mãos e antebraços com água e sabão durante 20 segundos, uso de álcool em gel e evitar locais muito cheios de pessoas, pois uma pessoa infectada pode contaminar até 2m ao redor, com saliva ou espirro. O uso de máscaras não é necessário na situação atual da epidemia, apenas em caso de contato com pessoas infectadas ou viagens de avião se a pessoa quiser se sentir mais segura ou para profissionais de saúde, aconselhou Kevan.

 

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Tese busca estimar a frequência de APOL1 e da hemoglobina em pacientes submetidos à biopsia renal

Autoria:Dona Jeanne Alladagbin
Orientação: Washington Luís Conrado dos Santos
Título da tese: “Associação entre variantes de risco do gene apoli e hemoglobinas variantes com progressão das doenças glomerulares na Bahia”.
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana-UFBA /FIOCRUZ
Data de defesa: 23/03/2020
Horário: 14h

RESUMO

Introdução: Além daqueles tradicionalmente reconhecidos como principais fatores de risco da doença renal, uma ênfase crescente tem sido atribuída à constituição genética dos pacientes.

Objetivo: Estimar a frequência das variantes de risco de APOL1 e da hemoglobina em pacientes submetidos à biopsia renal na Bahia, e avaliar a associação entre essas variantes e a progressão das doenças glomerulares nesses pacientes.

Método: Estudo de coorte prospectiva, incluindo 326 pacientes submetidos à biópsia renal. Os genótipos de Apol1 foram testados por PCR e sequenciamento do DNA de 304 pacientes e as variantes da hemoglobina foram definidas por cromatografia líquida de alta eficiência. A genotipagem do haplótipo G1 do APOL1 na população geral, foi realizada utilizando-se o kit Illumina BeadChip Human Omni2.5-8.Também foi desenvolvido um estudo longitudinal onde os pacientes foram acompanhados durante cinco anos para avaliar os marcadores de progressão de doença.

Resultados: Dentre os pacientes, 22,7% têm um alelo de risco e 4,3% têm dois alelos de risco da APOL1. A mediana de idade do diagnóstico de doença renal foi menor em pacientes portadores de dois alelos de risco de APOL1 (21 [18 – 39] anos) do que pacientes com um (30 [21 – 36] anos) ou sem alelos de risco (33 [24 – 44] anos, p = 0,04). Houve um declínio progressivo na taxa média de filtração glomerular entre pacientes com dois alelos de risco entre o momento da biópsia e após 5 anos de acompanhamento: (de um dos maiores agrupamentos populacionais afrodescendentes fora da África69 [39-79] mL / min / 1,73 m2 para 27 [26-31] mL / min / 1,73 m2, p = 0,004), comparado àqueles com um (de 76 [42-111] mL / min / 1,73 m2 para 105 [62-138] mL / min / 1,73 m2), p=0,74 ou nenhum (de 66 [41 -101] mL / min / 1,73 m2 para 91 [53-113] mL / min / 1,73 m2, p = 0,81) alelo de risco do APOL1.A análise de regressão logística sob um modelo de herança recessiva mostrou uma associação forte e significativa entre dois alelos de risco do APOL1 com doença renal em estágio terminal (Odd ratio = 4,8, p = 0,015). A sobrevida renal foi significativamente menor (69%) no grupo com dois alelos de risco de APOL1 em comparação com o grupo com um (94%) e ou sem (91%) alelos de risco (p = 0,024). A proporção de pacientes diagnosticados com GESF que evoluíram para doença renal em estágio terminal foi maior em indivíduos com dois alelos de risco (33%) do que naqueles com um alelo de risco (0%) ou sem alelos de risco (3%, p = 0,04). A frequência do haplótipo G1 não foi estatisticamente diferente entre os pacientes submetidos à biópsia renal (9,6%) e a população em geral (8,3%). A frequência do traço falciforme nos pacientes submetidos à biópsia renal foi de 5%, semelhante à encontrada na população geral (4,5%, p = 0,70). O traço de hemoglobina C est presente em 3,7% dos pacientes e em 2,2% da população geral (p = 0,11). Cinco anos depois da biopsia renal, a taxa media de filtração glomerular entre os pacientes com traço falciforme era significativamente menor 24 [10-57] mL / min / 1,73 m2 em comparação a 86 [47-115] mL / min / 1.73 m2, no grupo com HbAA, p=0,01. Após um acompanhamento de cinco anos, 31% dos pacientes com HbAS apresentaram doença renal em estágio terminal necessitando de diálise em comparação com 8% dos participantes HbAA (p = 0,02). Nenhum paciente com traço da hemoglobina C necessitou de diálise durante os cinco anos de acompanhamento.

Conclusões: O genótipo de alto risco do APOL1 está fortemente associado com o declínio progressivo e mais rápido da taxa estimada de filtração glomerular, bem como maior frequência de doença renal em estágio terminal, e consequentemente, com uma menor sobrevida renal nos pacientes. Não há diferença na frequência de HbAS ou HbAC entre os pacientes submetidos a biópsia renal e a população geral. Porém, pacientes com HbAS apresentam atrofia tubular mais intensa, declínio mais rápido da taxa de filtração glomerular, menor sobrevida renal em comparação aos pacientes com HbAA. A frequência dos haplótipos do APOL1 entre os pacientes submetidos a biópsia renal não parece diferir do da população geral da Bahia.

Palavras-chave: glomerulopatia, Nefropatia, biópsia renal, APOL1, traço falciforme, traço de hemoglobina C.

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Aula inaugural da Fiocruz Bahia abordará gamificação e mapeamento participativo

A aula inaugural da Fiocruz Bahia, em 2020, terá como tema “Gamificação e mapeamento participativo: potencialidades do aplicativo +Lugar”. Ministrada pela professora do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Profº Milton Santos da Universidade Federal da Bahia (IHAC/UFBA), Isa Beatriz da Cruz Neves, a aula acontece no dia 27 de março, às 09 horas.

O evento marca o início das atividades acadêmicas dos programas de Pós-graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa – PgBSMI, de Pós-graduação em Patologia Humana e Experimental – PgPAT (UFBA/ Fiocruz Bahia) e de Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional (PPGPCT). Estarão presentes representantes da Associação de Pós-Graduandos (APG) da Fiocruz Bahia.

O evento é aberto ao público, é gratuito e não necessita inscrição.

A palestrante

Isa Beatriz é professora Adjunta do Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia no Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Profº Milton Santos da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Possui graduação em História (UCSal) e em Pedagogia (UNEB), tem mestrado em Educação pela Faculdade de Educação da UFBA e doutorado em Educação e Contemporaneidade – PPGEduC- UNEB. Integra o Grupo de Pesquisa Comunidades Virtuais 2.0 (UFBA) e desenvolve cursos de extensão e pesquisas relacionados ao processo de ensino-aprendizagem e tecnologias digitais, especialmente games, aplicativos e robótica.

Atuou como professora em cursos de graduação na UCSAL, Unijorge, UNEB e UFRB. Foi professora formadora do programa do Governo Federal “Um Computador por Aluno – UCA”, no curso de História e Matemática – EAD/UNEB e no curso de Pedagogia Parfor/UFRB (informações do Currículo Lattes).

Confira a programação:

 

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Resultado final da Formação de Tutores do PPgPCT

O Colegiado do Programa de Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional (PPGPCT) torna pública a relação dos candidatos aprovados, após a formação de tutores prevista no Edital 001/2020, como etapa para a Seleção de Tutores. 

O candidato que desejar interpor recurso deve fazê-lo nos dias 27 e 28 de fevereiro de 2020, com a entrega do Formulário para Pedido de Revisão

Clique aqui para acessar o documento com o resultado e outras informações.

 

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Estudo computacional amplia informações sobre o parasito causador da leishmaniose

A Plataforma Bioinformática do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) colocou sua lupa para mais um campo de pesquisa ainda pouco investigado: a composição da membrana de parasitos do gênero Leishmania, alguns dos quais causam a leishmaniose. O achado é fruto de um novo artigo cujo autor principal Lucas Gentil Azevedo, mestrando no Programa de Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI/Fiocruz Bahia), sob a orientação do pesquisador do Cidacs Pablo Ramos. A leishmaniose é uma doença negligenciada que assola sobretudo populações mais pobres, sendo endêmica em muitas regiões do país, inclusive na Bahia.

O estudo foi publicado na revista Parasites & Vectors, referência no estudo de doenças tropicais e negligenciadas, e contou também com a participação de outros pesquisadores da Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia), incluindo Aldina Barral, Artur Queiroz e Luciane Santos. E, para entender o achado, se você faltou às aulas de biologia na escola, é preciso saber que as células são formadas por membranas cuja a estrutura basicamente é composta por lipídios e proteínas – é essa parte da célula que seleciona aquilo que entra e sai.

Neste estudo, Azevedo investigou uma parte específica dessa fina camada da célula: o Lipofosfoglicano (LPG). “A variação dos genes que fazem parte da síntese desse componente nas diversas espécies de Leishmania ainda é pouco compreendido mesmo sendo sabido que ele é um importante fator de virulência das leishmanias”, explica o pesquisador. “É uma doença negligenciada, não tem tanto investimento no campo da pesquisa”, acrescenta.

“E o LPG é um composto de membrana muito importante durante todos os estágios de vida do parasita. Desta forma, entender a variação dos genes responsáveis pela sua síntese é um dos primeiros passos para compreendermos melhor a sua variabilidade entre as diferentes espécies de Leishmania”, detalha Gentil.

Ainda voltando à aula de biologia, para um agente causador de doenças se espalhar no corpo, é preciso que ele se replique dentro das células do hospedeiro. Para entender o papel do LPG nos quadros de manifestação da leishmaniose, os pesquisadores aplicaram uma estratégia de mineração de dados para comparar em larga escala o DNA do protozoário causador da doença. Os dados foram coletados de sistemas públicos nacionais e internacionais.

Assim, eles puderam perceber as semelhanças e diferenças entre as diversas sequências genômicas – ou seja, a ausência, presença ou duplicação dos genes, aquele componente que determina as manifestações das mais elementares às mais complexas de qualquer organismo.

O estudo resultou na criação de um catálogo com os genes relacionados à síntese do LPG nas diversas espécies de Leishmania vinculando-os com dados filogenéticos (forma como se agrupam, a ordem e evolução dos genes) e de expressão de RNA (estrutura responsável pela síntese de proteínas). Os dados gerados nesse trabalho podem servir como um guia para outros pesquisadores realizarem estudos in vitro (aquele da bancada com vidros e tubos tradicionais) mais aprofundados sobre o tema.

O que é a doença?

As leishmanioses são causadas por protozoários do gênero Leishmania e da família Trypanosomatidae. De modo geral, essas enfermidades se dividem em leishmaniose tegumentar americana, que ataca a pele e as mucosas, e leishmaniose visceral (ou calazar), que acomete órgãos internos.

Trata-se de uma doença negligenciada, ou seja, que recebe pouco investimento para pesquisa, tratamento, treinamento de profissionais de saúde e produção de novos fármacos. Entre 2014 e 2018, foram diagnosticadas 19.053 pessoas com leishmaniose no Brasil, de acordo com o Departamento de Informática do SUS (DataSUS).

É uma doença transmitida ao homem (e também a outras espécies de mamíferos) por insetos vetores ou transmissores, conhecidos como flebotomíneos, muito parecido com mosquitos. No Brasil, esses insetos podem ser conhecidos por diferentes nomes de acordo com sua ocorrência geográfica, como tatuquira, mosquito palha, asa dura, asa branca, cangalhinha, birigui, anjinho, entre outros.

Trajetória

Atualmente mestrando no curso de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa da Fiocruz Bahia, Lucas Azevedo produziu o artigo que descreve estes achados como fruto de seu projeto de Iniciação Científica, período em que foi contemplado com bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb).

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Abertas as inscrições para curso de Boas Práticas para o Processamento de Amostras Histológicas

As inscrições para o curso de “Boas Práticas para o Processamento de Amostras Histológicas” estão abertas e podem ser realizadas até dia 11 de março, neste link. A atividade caracteriza-se por uma abordagem teórico-prática sobre as técnicas utilizadas durante o processamento de fragmentos de tecido, incluindo todas as suas etapas, desde a coleta desses fragmentos até a produção de lâminas histológicas. 

O objetivo do curso, a ser realizado nos dias 17 e 18/03/2020, na Fiocruz Bahia, é apresentar aos estudantes provenientes de cursos de graduação e de pós-graduação as boas práticas para o processamento de amostras histológicas. Trata-se de um tema de interesse para estudantes e pesquisadores que necessitam empregar o conhecimento de técnicas histológicas no desempenho de suas atividades, obtendo qualidade na interpretação dos resultados obtidos. A carga horária é de 8 horas e estão sendo oferecidas 15 vagas.

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Tese avalia a ação de linalol sobre parâmetros cardiovasculares

Autoria: Samuel Barbosa Camargo
Orientação: Darizy Flávia Silva Amorim Vasconcelos
Título da tese: “Potencial Anti-Hipertensivo de Linalol Complexado A B-Ciclodextrina: Estudos Farmacodinâmico e Farmacocinético”.
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 09/03/2020
Horário: 14h

RESUMO

A hipertensão arterial (HA) é importante problema de saúde pública e apresenta difícil controle e tratamento. Alternativas terapêuticas precisam ser encontradas e a pesquisa com produtos naturais é bastante promissora. Os óleos essenciais de plantas apresentam efeitos biológicos sobre o sistema cardiovascular e o monoterpeno linalol (LIN) tem sido estudado como anti-hipertensivo. Os monoterpenos apresentam dificuldades de solubilidade devido às suas características lipofílicas e a formação de complexos de inclusão e sistemas de liberação controlada de fármacos, principalmente com ciclodextrinas (CDs) demonstram ser de fácil síntese e utilização para estabilização e melhoria na farmacocinética e farmacodinâmica. O objetivo deste trabalho foi avaliar a ação de linalol puro e do complexo de inclusão contendo linalol em -ciclodextrina (LIN/CD) sobre os parâmetros cardiovasculares de pressão arterial (PA) e frequência cardíaca (FC) de ratos espontaneamente hipertensos (SHR) e normotensos wistar. Como resultados dos estudos de farmacocinética, o complexo LIN/CD foi capaz de aumentar a biodisponibilidade de linalol na corrente sanguínea em cerca 20 vezes, assim como houve aumento da área sobre a curva de concentração sanguínea em relação ao tempo, demonstrando que uma vez complexado, LIN permanece por muito mais tempo na corrente sanguínea. Nos estudos para medida direta de PA e FC, administrações i.v. de LIN e LIN/CD (50 mg/kg) demonstraram ser capazes de induzir hipotensão em ratos SHR. Este efeito foi associado à bradicardia quando aplicado ao linalol puro e taquicardia sem diferenças estatísticas quando aplicado ao complexo de inclusão e comparado ao grupo veículo. Após administração por v.o., foi possível averiguar hipotensão e bradicardia por parte do grupo LIN/CD (50 mg/kg) quando comparado ao linalol puro especialmente nas 3 últimas horas. A administração de LIN e LIN/CD por via orogástrica de maneira subcrônica durante 21 dias (50mg/kg) em SHR induziu manutenção dos níveis pressóricos iniciais e apresentou um efeito anti-hipertensivo superior ao LIN e estatisticamente significante a partir do 15º dia, perdurando até o 20º dia, já o grupo LIN alcançou diminuição da pressão arterial apenas no último dia do tratamento. Adicionalmente, LIN/CD foi capaz de promover aumento nos níveis da citocina anti-inflamatória IL-10; foi capaz também de impedir o desenvolvimento de hipertrofia cardíaca, com diminuição significante do índice de massa do coração, quando comparado ao grupo tratado com LIN. Em estudos de reatividade vascular com artéria mesentérica superior, houve vasorrelaxamento induzido por NPS (10-13-10-5M) sem alterações significantes em relação aos controles. A curva em resposta à Phe (10-10-10-6M) apresentou uma diminuição significante da potência farmacológica do grupo LIN/CD em relação ao grupo veículo. Com relação ao tratamento crônico de 60 dias o grupo LIN/CD apresentou efeito anti-hipertensivo importante, desde 15 dias de tratamento, perdurando durante todo o tratamento de 60 dias, aproximando-se dos animais normotensos sadios. O grupo LIN apresentou, em menor proporção, efeito anti-hipertensivo aproximando-se do grupo veículo. Com relação aos estudos de hipertrofia do coração, após 60 dias de tratamento, apenas o grupo tratado com o complexo LIN/CD e os animais wistar apresentaram diminuição do índice de massa cardíaca quando comparado ao grupo veículo. Em estudos de reatividade vascular, após 60 dias de tratamento a curva concentração resposta à Phe apresentou diminuição estatisticamente significante no grupo tratado com LIN/CD, quando comparado ao grupo veículo, sendo que o grupo linalol também apresentou esta diminuição da reatividade vascular, porém em menor proporção. Nas curvas de relaxamento, foi possível observar alterações estatisticamente significantes para o relaxamento induzido por Ach e NPS com relação ao grupo tratado com LIN/CD em comparação ao veículo. Com relação aos estudos morfológicos, a histologia demonstrou que os grupos tratados com LIN e LIN/CD apresentaram características semelhantes ao grupo wistar sadio, sem sinais de injúrias. Esses resultados em conjunto, sugerem que o complexo de inclusão LIN/CD tem promissor potencial de aumento da biodisponibilidade de LIN e melhora dos seus efeitos sobre o sistema cardiovascular, seja com seu efeito hipotensor e anti-hipertensivo ou redução do índice de massa cardíaca e melhora da função vascular.

Palavras-chave: Hipertensão; Linalol; Ciclodextrinas; Complexo de Inclusão; Cardiovascular.

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