Prorrogadas até 03/09 as inscrições para o Programa Biotech Bahia

Foi relançado, no dia 17/08, o Programa Biotech Bahia, uma parceria entre o SEBRAE e Programa de Pós-graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI) da Fiocruz Bahia, apoiada pela Vice-Diretoria de Ensino do IGM, que tem como objetivo oportunizar discentes e docentes do programa e servidores da instituição a uma imersão no universo do empreendedorismo.

As inscrições foram prorrogadas e podem ser realizadas nesse link, até o dia 03/09. O público-alvo é de alunos, pesquisadores e servidores da Fiocruz Bahia.

Oito a quinze equipes serão selecionadas e passarão por uma trilha de aceleração com duração aproximada de 180h, com encontros on-line por 12 semanas. As equipes deverão conter até 4 componentes, não necessariamente todos vinculados ao programa de pós-graduação, mas pelo menos um membro deve ser do PgBSMI.

Essa aceleração visa o desenvolvimento da mentalidade empreendedora aliada à inovação, incluindo-a no rol esperado de atuação de egressos e docentes do PgBSMI.

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Pesquisadores irão avaliar imunidade para Covid-19 em bairros de Salvador

 

A pesquisadora da Fiocruz Bahia, Claudia Brodskyn, que coordena o estudo.

Um grupo de pesquisadores da Fiocruz Bahia vai realizar um estudo para identificar a presença de anticorpos específicos do Sars-CoV-2 em habitantes de diferentes bairros de Salvador. O objetivo é avaliar se houve aumento de imunidade na população em decorrência do aumento de casos positivos para a Covid-19, na capital. 

O projeto foi aprovado no Edital Geração de Conhecimento – Enfrentamento da Pandemia e Pós-Pandemia Covid-19, do Programa Fiocruz de Fomento à Inovação (Inova Fiocruz), que  apoia propostas nas áreas definidas pela Fundação como prioritárias para a pandemia, visando acúmulo de conhecimento necessários ao entendimento da doença. A pesquisa será realizada em parceria com o pesquisador do Instituto de Saúde Coletiva, da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA), e pesquisador visitante da Fiocruz Bahia, Federico Costa. 

A pesquisadora da Fiocruz Bahia e coordenadora do projeto, Cláudia Brodskyn, disse que a previsão é que as amostras de sangue comecem a ser coletadas até setembro, cerca de seis meses após a confirmação do primeiro caso na cidade, e, posteriormente, serão feitas coletas entre janeiro e fevereiro e julho e agosto de 2021. 

A coleta em três períodos distintos, inclusive em períodos posteriores ao início da pandemia, servirá para mostrar se os resultados que serão encontrados em Salvador serão semelhantes ou diferentes dos dados encontrados em estudos similares em outras regiões do país. “Acreditávamos que haveria um aumento de pessoas com sorologia positiva em tempos mais tardios de avaliação após a pandemia, mas outros estudos mostram o oposto, então essa observação em períodos distintos será importante dentro do projeto”, explica a pesquisadora.

Quatro bairros de Salvador irão fazer parte deste estudo: dois com maior vulnerabilidade econômica e dois com poder aquisitivo maior, para que seja realizada uma análise dos parâmetros socioeconômicos associados a Covid-19, através de aplicação de um questionário. Serão 250 pessoas por bairro, sendo 1 mil indivíduos por período, totalizando 3 mil indivíduos.

A imunidade para a Covid-19 ocorre quando o indivíduo é infectado e anticorpos neutralizantes são produzidos para combater esse vírus e impedindo que ele se torne novamente infectado caso tenha contato novamente com o Sars-CoV-2. Alguns estudos apontam que os anticorpos para esse vírus persistem na fase de recuperação até três meses após a exposição ao vírus. Após esse período, pode ocorrer uma diminuição significativa dos níveis de anticorpos.

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Pesquisadores descrevem perfil epidemiológico da transmissão da doença de Chagas aguda no Brasil

Uma análise ecológica de base populacional utilizando dados obtidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), do Ministério da Saúde, foi realizada com o objetivo de identificar um perfil epidemiológico da transmissão da doença de Chagas aguda, no Brasil.

A doença de Chagas é causada pelo parasito Trypanosoma cruzi, transmitido por um inseto conhecido como barbeiro e está presente em 21 países da América Latina. A enfermidade, que atinge coração e órgãos do sistema digestivo, tem duas fases: aguda, que é logo após a infecção e pode durar até quatro meses; e crônica, fase após a aguda e de longa duração. No Brasil, apenas os casos agudos são obrigatoriamente notificados ao SINAN.

O estudo analisou as características epidemiológicas e tendências espaço-temporais das notificações, incluindo todos os casos de doença de Chagas aguda notificados entre 2001 e 2018 (5.184 casos). O trabalho coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Fred Luciano Neves Santos, foi descrito em artigo publicado no periódico PLOS Neglected Tropical Diseases. Os achados podem contribuir para ações de vigilância voltadas à prevenção de novos casos da enfermidade.

Os autores da pesquisa afirmaram que a distribuição espaço-temporal da doença nesse período foi heterogênea no país. Também relataram que a taxa de incidência anual foi de 0,16 por 100.000 habitantes e identificaram um rápido aumento de notificações antes de 2005, uma queda estável de 2005 a 2009, seguida por aumento após 2009. As frequências mais altas de infecção foram observadas em crianças, adolescentes e idosos na região Norte, em todo período observado, e nas mulheres e em indivíduos de 20 a 64 anos no Nordeste, entre 2001 e 2009.

A transmissão vetorial foi a principal via relatada até 2005, enquanto a transmissão oral aumentou significativamente no Norte durante os outros períodos. O estudo também apontou que o estado do Pará é responsável por 81% dos casos decorrentes de transmissão oral na região Norte, com maiores proporções de casos ocorrendo após a safra de açaí e bacaba, com o consumo de alimentos derivados dessas frutas contaminadas pelas fezes do inseto.

Com esses resultados, os autores concluíram que, embora tenha diminuído a ocorrência da doença de Chagas em todo Brasil, a enfermidade continua sendo uma ameaça à saúde pública, evidenciada pela ocorrência de casos agudos em mais de 50% das microrregiões brasileiras. Também ressaltaram a necessidade de ações entomológicas e a adoção de medidas higiênico-sanitárias para reduzir a transmissão oral. Notificar casos crônicos no Brasil, inclusive em bancos de sangue, deve ser uma medida a ser fortemente considerada, de acordo com os cientistas.

Clique aqui e leia o estudo na íntegra.

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Pesquisador avalia fatores que tornam populações da América Latina mais vulneráveis à Covid-19

Mitermayer Galvão dos Reis, pesquisador da Fiocruz Bahia.

A América Latina é atualmente o epicentro da pandemia pelo novo coronavírus, com cinco países entre os dez com maior número de casos registrados no mundo, de acordo com relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), lançado em julho. Segundo monitoramento da Universidade Johns Hopkins, na Inglaterra, apenas Brasil e México concentram 70% das mortes pela Covid-19. Juntos, Brasil, México, Peru, Colômbia e Chile, somam quase 5 milhões de casos e 200 mil mortes. 

Nos últimos dias, o Brasil ultrapassou a marca de mais de 3 milhões de infectados e mais de 100 mil mortes registradas causadas pela Covid-19. Diversos são os fatores que contribuíram para este cenário. De acordo com o médico patologista e pesquisador da Fiocruz Bahia, Mitermayer Galvão dos Reis, o principal fator é decorrente de um fenômeno de rápida e intensa transição demográfica da área rural para a área urbana na América Latina, que cria as megacidades com grande número de pessoas que moram em situações de alta vulnerabilidade social.

Segundo Mitermayer, a desigualdade social leva o indivíduo a viver com insuficiência de recursos financeiros, em locais onde não há saneamentos adequado, sem oferta de água encanada e esgoto, e morando de maneira aglomerada em habitações muitas vezes com apenas um cômodo. “Como vamos falar de distanciamento social nessas situações?”, questiona o pesquisador. 

Essas condições levam a uma dificuldade da implementação das medidas mais básicas de controle da Covid-19, como o uso de água e sabão para higienizar as mãos e alimentos e a disponibilidade de máscaras em quantidade adequada. Mitermayer ainda reforça que o acesso a álcool em gel pode ser considerado um luxo, uma recomendação nem sempre aplicável a pessoas que vivem nessas condições.  

Outro ponto tocado pelo pesquisador é a dificuldade de manter o distanciamento social no transporte público, agravado pela redução na oferta do transporte com as implementações das medidas para diminuir a circulação das pessoas pela cidade. “Ônibus, metrôs, os hidroviários no caso do Amazonas, estão sempre cheios e os usuários ficam agrupados por horas no trajeto, aumentando o risco de contaminação”, afirma Mitermayer. 

Os países da América Latina também são caracterizados pela alta do desemprego, que leva ao emprego informal. Muitas pessoas trabalham como ambulantes ou em feiras, propiciando aglomeração, aumentando o risco de infecção. 

Testagem e atenção primária

Para Mitermayer, a pouca oferta de testagem é também um dos fatores que levam a manutenção do estado de epicentro da pandemia da América Latina. Segundo o cientista, a baixa testagem não mostra o quadro real da situação e, sem a identificação dos indivíduos infectados, a Vigilância Epidemiológica fica impossibilitada de identificar também os contatos diretos dessas pessoas e impedir que eles continuem circulando e contaminando outras pessoas. “Se você testa o indivíduo, ele sabe que está infectado e ele mesmo vai se cuidar, na maioria das vezes, e evitar a contaminação de outras pessoas”, acrescenta o pesquisador. 

O pesquisador defende o uso da telemedicina como forma de auxiliar os pacientes com Covid-19 a passarem por essa situação da melhor maneira possível, com o acompanhamento constante de um médico por telefone ou chamada de vídeos tirando dúvida e dando as orientações em caso de piora dos sintomas.

Para Mitemayer, a atenção primária em saúde em países da América Latina, em especial em situação de pandemia, também é outro ponto que precisa ser melhorado. Na maioria das vezes, esses países têm limitações no que diz respeito a espaço físico, equipamentos de proteção individual, medicamentos e recursos humanos, especialmente profissionais de saúde. 

O pesquisador diz que é preciso garantir que as unidades básicas de saúde estejam equipadas e preparadas para atender esses pacientes com coronavírus, com equipamentos de proteção individual (EPI), medicamentos adequados para casos de intubação ou tratamento dos sintomas, assim como realização de teste para Covid-19 e exames básicos como hemograma e oximetria para verificar o nível de oxigênio no sangue.

Outra sugestão de enfrentamento feita pelo pesquisador é entrada dedicada para casos de Covid-19 nos postos de saúde, como está sendo feito nos hospitais de referência, além da distribuição de álcool em gel e máscaras nestas unidade. 

A especialização do profissional de saúde também é um ponto importante a ser discutido na pandemia, apontado por Mitermayer. No caso da Covid-19, ele explica que um profissional de saúde para trabalhar em Unidade de Tratamento Intensivo precisa de experiência, o que ainda falta na quantidade ideal nesta região. Profissionais com menos experiência e até recém-formados em medicina estão sendo recrutados para trabalhar na linha de frente, o que não é o ideal, mas é a forma encontrada para suprir a demanda.  

“Em relação aos hospitais de referência, o ideal é ter uma equipe multidisciplinar com médico infectologista, pneumologista, cardiologista, hematologistas e nefrologistas, como também enfermeiros e fisioterapeutas especializados, já que a Covid-19 é uma doença sistêmica, atingindo diversos órgãos”, acrescenta. 

Retorno ao “normal”

Quando se fala em retorno da atividade econômica e reabertura do comércio nos países da América Latina, Mitermayer é enfático ao dizer que é preciso levar em consideração as experiências de outros países da Ásia, Europa e também dos Estados Unidos, que estão experimentando o efeito rebote após a reabertura. “O retorno não deve ser baseado apenas na quantidade de leitos disponíveis, mas também deve ser levado em consideração o número de infectados, ampliando a testagem para que esse número seja o mais perto do real”, explica.

A esperança para o retorno à vida como era antes da pandemia está no desenvolvimento de uma vacina eficaz para o vírus. Para o pesquisador, um problema para a América Latina será a produção em larga escala da vacina, pois existem apenas dois laboratórios capazes de atender a demanda da região: Bio-manguinhos, da Fiocruz, e Instituto Butantan, ambos no Brasil. Laboratórios particulares presentes em outros países não possuem estrutura para a produção de milhões de doses e o Brasil será o centro de distribuição das vacinas da região.  

Como prioridade para vacinação, Mitermayer defende que, além dos trabalhadores de unidades de saúde e de serviços essenciais, como farmácias, supermercados, da polícia e motoristas de transporte coletivo, um outro grupo seria de indivíduos que trabalham presencialmente e não puderam aderir ao “home office” durante a pandemia. Para o pesquisador, crianças também devem ter prioridade, mesmo que não sejam consideradas grupo de risco. “Não se iludam: criança pode não adoecer tanto, mas leva para casa o vírus”, disse, salientando que a vacinação é uma medida para o retorno seguro das aulas.

 

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Seminário aborda o “Instituto Couto Maia e a pandemia de COVID-19”

A palestra “O Instituto Couto Maia e a pandemia de COVID-19”, que será realizada no dia 18 de agosto, às 16h, transmitida no canal do YouTube da Fiocruz Bahia, será ministrada por Ceuci de Lima Xavier Nunes, diretora geral do Instituto Couto Maia (ICOM), referência para doenças infecto-contagiosas no Estado da Bahia, convidada da próxima edição do Ciclo de Seminários integrados sobre SARS-COV-2 (Covid-19). O encontro será mediado pelos pesquisadores da Fiocruz Bahia, Bruno Solano e Isadora Siqueira.

O evento, promovido pela Vice-diretoria de Ensino da Fiocruz Bahia, faz parte das atividades dos alunos dos programas de pós-graduação em Patologia Humana e Experimental (PgPAT – UFBA/ Fiocruz Bahia) e em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI – Fiocruz Bahia). As apresentações abordam temas como filogenética do vírus, epidemiologia, imunologia, interação vírus-células, vacinas, diagnóstico, tratamento, biologia de sistemas e ética.

Sobre a palestrante

Ceuci Nunes é médica infectologista, mestra e doutora em Medicina e Saúde pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professora Adjunta da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, diretora técnica do Serviço Especializado em Imunização e Infectologia (SEIMI) e atual Diretora Geral do Instituto Couto Maia (ICOM).

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Tese investiga fator de transformação do crescimento beta e polimorfismos na doença falciforme

Autoria: Rayra Pereira Santiago
Orientação: Marilda de Souza Gonçalves
Título da tese: “Fator de transformação do crescimento beta e polimorfismos no gene receptor 3 do fator de transformação do crescimento beta na doença falciforme”.
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana-UFBA /FIOCRUZ
Defesa: 25/08/2020
Horário: 14:00 
Local: Sala Virtual do Zoom

RESUMO

O fator de transformação do crescimento beta (TGF-β) é uma citocina com papel importante em processos biológicos, como disfunção endotelial e vascular, inflamação e homeostase hematopoiética. O objetivo do presente estudo foi investigar a associação dos níveis plasmáticos de TGF-β1 e de polimorfismos no gene do receptor 3 do fator de transformação do crescimento beta (TGFBR3) com biomarcadores genéticos, hematológicos, bioquímicos e imunológicos em indivíduos com doença falciforme (DF) e com as complicações clínicas. Para tanto, foi conduzido um estudo transversal, onde foram investigados 175 indivíduos com DF (120 HbSS e 55 HbSC). Os níveis plasmáticos do TGF-β, inibidor tecidual de metaloproteases-1 (TIMP-1) e da metaloproteinase da matriz 9 (MMP-9) foram determinados pela técnica de ELISA e os marcadores hematológicos, bioquímicos e imunológicos foram determinados por métodos automatizados. A genotipagem dos polimorfismos no gene TGFBR3 foi realizada utilizando TaqMan SNP Genotyping Assays. Os indivíduos HbSS apresentaram concentrações elevadas de TGF-β1 quando comparados a indivíduos controles saudáveis e HbSC. Nos indivíduos HbSS, o TGF-β1 esteve positivamente correlacionado com as hemácias, plaquetas, hemoglobina, hematócrito e TIMP-1. Além desses marcadores, os indivíduos HbSS com concentrações de TGF-β1 ≥72.29 ng/mL apresentaram contagem elevada de monócitos e níveis diminuídos de albumina. Os indivíduos HbSC apresentaram correlação positiva entre o TGF-β1 e leucócitos, eosinófilos, linfócitos, monócitos, plaquetas, TIMP-1, lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL-C), triglicérides, heme e aspartato aminotransferase (AST). Os indivíduos HbSC com concentrações de TGF-β1 ≥ 47.80 ng/mL apresentaram contagens elevadas de leucócitos e plaquetas e concentrações elevadas de triglicérides, VLDL-C, MMP-9 e TIMP-1 e concentrações diminuídas de lipoproteína de alta densidade (HDL-C). Nos indivíduos com HbSS, o alelo variante A do polimorfismo rs1805110 no gene
TGFBR3 esteve associado a concentrações elevadas de hemoglobina, hematócrito, lipoproteína de baixa densidade (LDL-C), acido úrico e endotelina; contagem elevada de reticulócitos e platelet distribution width (PDW) diminuídos e estiveram associados à ocorrência de alterações ósseas. O alelo variante T do polimorfismo rs7526590 no gene TGFBR3 esteve associado a concentrações elevadas de red cell distribution width (RDW), PDW, fosfatase alcalina, AST, bilirrubina indireta e lactato desidrogenase e concentrações diminuídas de ferritina e a ocorrência de úlceras de pernas. Os indivíduos com DF portadores do haplótipo GG no gene TGFBR3 apresentaram níveis mais elevados de colesterol total (T-CHOL), LDL-C, triglicérides, colesterol não HDL (não-HDL-C), proteínas totais e globulina que 8 aqueles com o haplótipo não-GG. Indivíduos com o haplótipo CGG apresentaram níveis elevados de plaquetócrito, T-CHOL, LDL-C e não-HDL-C. Ambos os haplótipos GG e CGG estiveram associados à ocorrência de pneumonia e os indivíduos com haplótipo não-GG apresentaram ocorrência maior de colelitíase. Nossos dados sugerem que o TGF-β1 desempenha papel importante no remodelamento vascular, vasculopatia, angiogênese, inflamação e hemólise na DF e que polimorfismos no gene TGFBR3 podem estar ligados ao estado inflamatório, hemólise e a complicações clínicas. Além disso, os indivíduos portadores dos haplótipos GG e CGG no gene TGFBR3 apresentaram alterações importantes no
perfil lipídico e apresentaram ocorrência maior de pneumonia.

Palavras chaves: doença falciforme, fator de transformação do crescimento beta, receptor 3 do fator de transformação do crescimento beta.

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Pesquisadora explica como funciona a imunização em pessoas que foram infectadas por Covid-19

O tema da imunidade para o novo coronavírus tem sido um dos assuntos discutidos em meio a pandemia, uma vez que a vacina ainda não está disponível e algumas pessoas têm depositado na imunidade adquirida após a infecção da Covid-19 a esperança para que a vida volte ao normal aos poucos. Algumas questões têm sido alvo de debate científico: seria possível alcançar a chamada imunidade de rebanho? E a imunidade após a infecção, ela é duradoura? 

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“O distanciamento social é a única medida que temos enquanto uma vacina não é produzida”, afirma Fernanda Grassi, pesquisadora da Fiocruz Bahia.
Para compreender como a imunidade funciona nos casos de Covid-19 é preciso entender o que acontece no corpo ao ser infectado. A médica imunologista e pesquisadora da Fiocruz Bahia, Fernanda Grassi, explica que na infecção por um vírus há inicialmente uma resposta imune inata do organismo: o vírus infecta uma célula e o organismo passa a produzir uma proteína para interferir na sua multiplicação e estimular a atividade de defesa de outras células. Isso cria um estado “antiviral”, que tenta impedir que haja infecção das células vizinhas. 
 

No caso da Covid-19, o pulmão é infectado pelo coronavírus e essa infecção levará a uma resposta imune protetora que ocorre com o processo de destruição da célula infectada e a inativação do vírus por anticorpos neutralizantes, capazes de impedir uma nova infecção pelo mesmo vírus. Os anticorpos para Sars-CoV-2 podem ser detectados em exame cerca de 10 dias após a infecção. 

Até o momento, o que se sabe sobre a imunidade para Covid-19 é que mais de 80% dos indivíduos que foram infectados pelo novo coronavírus têm anticorpos neutralizantes e já se sabe que títulos maiores de anticorpos estão relacionados à maior gravidade da doença. 

A pesquisadora compara dados das infecções anteriores por SARS-CoV-1, em 2002, e MERS-CoV, em 2012, com o que já foi descoberto na pandemia de SARS-COV-2. O pico de proteção dos infectados nas epidemias do passado foi de três a seis meses após a exposição ao vírus, com diminuição em cerca de 16 meses. Cerca de seis anos após essas infecções, menos de 10% das pessoas ainda tinham anticorpos para esses vírus.

Para Sars-CoV-2, na fase aguda da doença, há um maior nível de anticorpos em indivíduos sintomáticos do que assintomáticos, persistindo na fase de recuperação até três meses após a exposição ao vírus. Após esse período, ocorreu uma diminuição dos níveis de anticorpos nestes indivíduos e cerca de 40% dos indivíduos assintomáticos apresentaram uma negativação, não sendo possível mais detectar anticorpos pelos métodos atuais de testagem.

Imunidade de rebanho e vacina

A chamada ‘imunidade de rebanho’ ou ‘imunidade de grupo’ ocorre quando uma parte da população possui anticorpos contra uma doença e acaba protegendo outra parte que não possui anticorpos, pois a imunidade dessa parcela faz com que diminua a circulação do vírus na população. No caso do SARS-CoV-2 acredita-se que seja necessário que entre 40% e 70% da população esteja imune à doença, seja pela infecção natural ou vacinação, para obter a imunidade de grupo. 

Fernanda aponta que um levantamento, feito entre 14 e 21 de maio, mostrou que as 15 cidades brasileiras com maior soroprevalência ainda estão bem longe desse número de imunidade de grupo, a maior sendo em Belém, no Pará, com 15%. “Para alcançar a porcentagem estimada para imunidade de grupo, nós teríamos uma proporção de mortes muito alta, então o distanciamento social é a única medida que temos enquanto uma vacina não é produzida”, explicou a pesquisadora.

A cientista ressaltou que é preciso que a vacina leve a uma produção de anticorpos neutralizantes para que seja eficaz contra o vírus. Até o dia 28 de julho, havia mais de 190 candidatas à vacina sendo estudadas e seis delas se encontram na fase de testes em humanos. Como até o momento ainda não foi possível caracterizar a resposta imune protetora mais importante, essas vacinas estão sendo feitas através de apostas na melhor forma de proteger o indivíduo, em tempo recorde. 

“Eu espero que elas funcionem, mesmo que estejam pulando várias etapas para desenvolver uma vacina, porque muita gente está morrendo e precisamos dar uma resposta rápida a essa pandemia”, concluiu a pesquisadora.

 
 
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Fiocruz Bahia é homenageada pela Academia de Medicina da Bahia 

A Academia de Medicina da Bahia (AMB) realizou, no último dia 30/07, uma sessão pública em homenagem aos 63 anos do Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia). A sessão, realizada na modalidade virtual, contou com a presença de mais de 70 pessoas, entre elas membros da AMB, pesquisadores e colaboradores da Fiocruz Bahia e também da Fiocruz de outros estados. 

O presidente da Academia, Antonio Carlos Vieira Lopes, cumprimentou a todos os presentes e parabenizou a Fiocruz Bahia pelo trabalho no contexto da saúde pública brasileira, que surgiu graças ao esforço do governo federal e estadual para oferecer as bases para práticas da pesquisa científica, do desenvolvimento tecnológico e da formação de recurso humano qualificado.

“Tudo isso para o enfrentamento de problemas de saúde pública do Estado da Bahia e todos aqueles relacionados a doenças infectocontagiosas de caráter epidêmico”, destacou Antonio Carlos.

O presidente destacou também a presença de diversos membros da Academia de Medicina na Bahia na Fiocruz Bahia, exercendo atividades de ensino e pesquisa ao longo das décadas na instituição, como o pesquisador Zilton Andrade, falecido recentemente, e sua esposa e também pesquisadora da unidade, Sônia Andrade. 

O membro da academia e pesquisador emérito da Fiocruz Bahia, Bernardo Galvão Filho, conduziu o evento, dando destaque aos diretores que já passaram pela instituição e a participação de pesquisadores e colaboradores importantes no sucesso da Fiocruz Bahia.

Fiocruz Bahia e a Covid-19

A primeira apresentação ficou por conta da diretora Marilda Gonçalves, que trouxe a experiência da instituição no enfrentamento da Covid-19, neste período de pandemia. Medidas de contingência foram divulgadas no dia 16 de março pela Diretoria, em consonância com o Plano de Contingência da Fiocruz nacional, orientações da Gestão do Trabalho da instituição e dos Planos de Contingência do Município de Salvador e do Governo do Estado, sendo atualizadas e aprovadas pelo Conselho Deliberativo (CD) da Fiocruz Bahia. 

Desde o início, a Fiocruz Bahia vem realizando ações de enfrentamento ao novo vírus para garantir a segurança dos seus colaboradores e auxiliar o Sistema Único de Saúde no Estado da Bahia e do município de Salvador, tendo um diálogo direto com as esferas federais, estaduais e municipais. 

Entre as ações está o Tele Coronavírus – 155, que já realizou mais de 110 mil atendimentos por telefone com orientações para a evitar que a população circule até os postos de saúde. Os atendimentos são feitos por estudantes voluntários de medicina do quinto e sexto ano, supervisionados por médicos. 

Marilda também destacou a instalação da Plataforma de Diagnóstico para Covid-19 como uma das ações realizadas pela Fiocruz Bahia, onde são realizados os testes moleculares para detecção do SARS-CoV-2, viabilizada a partir da cooperação da com a Secretaria Municipal de Saúde da Bahia (SESAB) e Prefeitura de Salvador. 

Outra ação é a Rede Covida, formada por cerca de 150 pesquisadores e tem como objetivo o monitoramento da pandemia no Brasil, com previsões de sua possível evolução e produção de sínteses de evidências científicas, tanto para apoiar a tomada de decisões pelas autoridades sanitárias quanto para informar o público em geral.

A diretora também deu destaque a participação de pesquisadores da Fiocruz Bahia em ações de enfrentamento da Covid -19 em projetos estaduais e municipais; ações de comunicação e divulgação científica nas redes sociais; ações de pesquisa, ensino e divulgação científica com palestras on-line e aprovação de projetos no Edital Inova Fiocruz, que visa apoiar propostas voltadas para a pandemia da Covid-19 que possam trazer ações, decisões e respostas rápidas. 

Finalizando sua apresentação com a frase de Oswaldo Cruz, “Não podemos esmorecer para não desmerecer”, Marilda disse se sentir honrada em ser diretora dessa instituição que tem destaque nacional e internacional. “Tudo isso porque nós tivemos várias pessoas que contribuíram e contribuem para que ela seja uma instituição de excelência” concluiu a diretora. 

Apresentações

Fernanda Grassi, pesquisadora do IGM, falou sobre a imunidade e proteção na infecção pelo SARS-CoV-2, um tema que saiu dos centros de pesquisas e foi parar no cotidiano das pessoas, sendo discutido por toda a população. 

Alguns estudos recentes mostraram que em pacientes com forma mais graves da Covid-19 apresentaram números mais elevados de anticorpos do que em relação aos indivíduos com a forma mais leve ou assintomáticos.

A sessão pública contou com a apresentação da estudante egressa da Fiocruz Bahia, Jaqueline Góes, que ficou conhecida por fazer parte do grupo que realizou o sequenciamento do genoma do novo coronavírus em tempo recorde no início da pandemia no Brasil.

Jaqueline contou sua experiência durante o doutorado ao participar do Projeto Zibra, que sequenciou o vírus Zika em 2015 pelo nordeste do Brasil. Essa vivência a colocou no grupo da pesquisadora da Universidade de São Paulo, Ester Sabino, onde realiza o pós-doutorado atualmente, e a introduziu uma nova tecnologia que é capaz de sequenciar outros vírus, entre eles o SARS-Cov-2. 

Para falar sobre a situação da pandemia na América Latina, o pesquisador da Fiocruz Bahia e membro da Academia de Medicina da Bahia, Mitermayer dos Reis Galvão, realizou uma apresentação voltada para as questões sociais que envolvem os países desta região.

Os fatores que contribuem para tornar a América Latina o epicentro do novo coronavírus e a prolongação da pandemia tem relação com a rápida e intensa transição demográfica, criando as megacidades com uma grande população de pessoas que moram em situações de vulnerabilidade. 

Segundo Mitermayer, as epidemias chegam através das camadas mais privilegiadas das populações, mas migra para as áreas onde ficam as pessoas mais vulneráveis da sociedade. Há também uma dificuldade de implementação das medidas de controle dessa pandemia nessa população, uma vez que moram em situação precária, sem saneamento básico e muitas vezes amontoadas em um único cômodo. 

A oferta insuficiente de teste também foi um ponto tocado na apresentação de Mitermayer. Sem testagem em massa, não é possível identificar os indivíduos infectados e seus contatos diretos, podem isolá-los. 

Os comentários finais do evento foram feitos pela acadêmica Eliane Elisa de Sousa e Azevedo, agradecendo o conhecimento passado pelos expositores que falaram sobre a Covid-19 e os aspectos da saúde pública para seu enfrentamento. 

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Produção e testagem para COVID-19 é tema de seminário

A palestra “Produção e testagem para COVID-19”, que será realizada no dia 11 de agosto, às 16h, transmitida no canal do YouTube da Fiocruz Bahia, será ministrada por Marco Krieger, pesquisador titular e Vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde (VPPIS) da Fiocruz, convidado da próxima edição do Ciclo de Seminários integrados sobre SARS-COV-2 (Covid-19). O encontro será mediado pelos pesquisadores da Fiocruz Bahia, Clarissa Gurgel e Ricardo Khouri.

O evento, promovido pela Vice-diretoria de Ensino da Fiocruz Bahia, faz parte das atividades dos alunos dos programas de pós-graduação em Patologia Humana e Experimental (PgPAT – UFBA/ Fiocruz Bahia) e em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI – Fiocruz Bahia). As apresentações abordam temas como filogenética do vírus, epidemiologia, imunologia, interação vírus-células, vacinas, diagnóstico, tratamento, biologia de sistemas e ética.

Sobre o palestrante

Possui graduação em Licenciatura Plena em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Paraná (1987), mestrado em Ciências Biológicas (Biofísica) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1989) e doutorado em Ciências Biológicas (Biofísica) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1997). Atualmente, é pesquisador Titular da Fundação Oswaldo Cruz. Tem experiência na área de Genética, com ênfase em Parasitologia Molecular, atuando principalmente nos seguintes temas: Trypanosoma cruzi, expressão gênica, genômica funcional, diferenciação celular e utilização de técnicas de Biologia Molecular para o desenvolvimento de insumos para testes de diagnóstico.

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Balanço positivo marca encerramento da participação da Fiocruz Bahia no Tele Coronavírus

A participação da Fiocruz Bahia no Tele Coronavírus – 155 completou seu ciclo no dia 31 de julho. Lançado em 24 de março, o serviço gratuito de teletriagem cumpriu a expectativa programada de quatro meses de funcionamento e realizou mais de 110 mil atendimentos, colocando a população em contato direto com voluntários da área médica. “Agradeço, em nome da Fiocruz, aos mais de 1.500 voluntários da área de saúde que participaram do projeto”, declarou a pesquisadora da Fiocruz Bahia e integrante da coordenação do 155, Viviane Boaventura.

Para a pesquisadora o projeto foi exitoso, tanto no aspecto assistencial quanto de educação para cidadania. “Pacientes de 343 municípios da Bahia foram triados e cerca de 63% não necessitaram deslocar-se, contribuindo para reduzir a disseminação do vírus e a sobrecarga nas unidades de saúde. Além disso, o projeto ajudou a criar uma cultura cidadã entre os futuros médicos voluntários, que prestaram um importante trabalho, ajudando a mitigar o impacto da epidemia no nosso estado”, salientou.

O serviço apresentou demanda crescente no número de ligações nos primeiros meses, alcançando o pico de ligações em junho, mês em que foram realizados, em média, 1200 atendimentos por dia. A partir de final de junho houve redução significativa na demanda pelo serviço. As principais queixas dos usuários foram alteração súbita do olfato e paladar, tosse, febre e falta de ar.

Quem faz

O Tele Coronavírus é um serviço idealizado por pesquisadores e professores da Fiocruz Bahia e Universidade Federal da Bahia (UFBA), com apoio do Governo do Estado. Além de Viviane Boaventura, fazem parte da implementação/coordenação do projeto os pesquisadores da Fiocruz Bahia, Manoel Barral Netto, Roberto Carreiro, Ricardo Khouri e Pablo Ivan Ramos; os alunos de pós-graduação Thiago Cerqueira Silva e Felipe Torres; os professores de outras instituições Victor Nunes e Camila Vasconcelos (FMB-UFBA), Bernardo Canedo e Sofia Andrade (UNEB); Daniele Canedo (UFRB); e o médico residente Louran Passos.

Há ainda um grupo responsável pela construção e atualização da ferramenta técnica utilizada pelos alunos para orientações dos pacientes formado por Viviane Boaventura, Carolina Barbosa (Pro-Ar_UFBA), Álvaro Cruz (UFBA), Aurea Paste (UFBA), Jedson Nascimento (CEREM, Hospital Santa Izabel e CREMEB), Marília Santini (INI-Fiocruz) e Ivan Paiva (SAMU).

O projeto conta com a colaboração de professores e alunos de escolas médicas das seguintes instituições: Universidade Federal da Bahia – UFBA, Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Universidade do Estado da Bahia – UNEB, Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS, Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB, Universidade Federal do Sul da Bahia- UFSB, Centro Universitário UniFG, UNIFACS, Uni-FTC e Unime.

O Tele Coronavírus teve ainda apoio da Associação Bahiana de Medicina, Comissão Estadual de Médicos Residentes e da Fesf Tech. As secretarias estaduais envolvidas são a Secretaria de Saúde (Sesab), de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), do Planejamento (Seplan), de Segurança Pública (SSP), da Administração (Saeb), da Infraestrutura (Seinfra) e Secretaria de Comunicação (Secom).

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Seminário aborda alterações da hemostasia na Covid-19

A palestra “Alterações da Hemostasia na Covid-19”, que será realizada no dia 04 de agosto, às 16h, transmitida no canal do YouTube da Fiocruz Bahia, será ministrada por Erich Vinícius de Paula, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), convidado da próxima edição do Ciclo de Seminários integrados sobre SARS-COV-2 (Covid-19). O encontro será mediado pela diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves.

O evento, promovido pela Vice-diretoria de Ensino da Fiocruz Bahia, faz parte das atividades dos alunos dos programas de pós-graduação em Patologia Humana e Experimental (PgPAT – UFBA/ Fiocruz Bahia) e em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI – Fiocruz Bahia). As apresentações abordam temas como filogenética do vírus, epidemiologia, imunologia, interação vírus-células, vacinas, diagnóstico, tratamento, biologia de sistemas e ética

Sobre o palestrante

Erich de Paula é professor assistente de Hematologia, do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. É graduado em Medicina, com especialização em hematologia e hemoterapia, e doutorado em Fisiopatologia Médica pela Unicamp. Suas áreas de interesse como investigador são interações entre hemostasia – incluindo fenômenos mediados pelo endotélio – e inflamação, com foco na sepse e doença falciforme. É coordenador do Comitê Técnico de Hemostasia da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia e bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq. 

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Pesquisadora da Fiocruz Bahia é finalista a prêmio através de votação para médicos

A pesquisadora da Fiocruz Bahia, Viviane Boaventura, está concorrendo ao Prêmio Euro Inovação na Saúde, com o projeto “Mitigando o Impacto da Artralgia Crônica Pós-Chikungunya”. Após vencer as duas primeiras etapas, o projeto chega à 3ª  e última fase da disputa, na qual todos os médicos, no país, poderão votar para eleger o grande vencedor. A votação pode ser realizada aqui, até o dia 4 de agosto de 2020.

“Trata-se de um projeto multidisciplinar que envolve estudantes de pós-graduação e outros pesquisadores da Bahia, Ceará e Rio de Janeiro. Utilizando dados clínicos e sociodemográficos, foi desenvolvido e validado um escore para prever quais pacientes persistirão com dor articular por mais de um ano após o início da doença”, explica a autora do projeto. 

Essa informação é útil para pacientes infectados, no encaminhamento precoce para tratamento da dor (evitando desenvolvimento de sequelas e automedicação) e na adequação da rotina para minimizar o impacto da doença. Além disso, auxilia gestores de sistema de saúde a dimensionar os custos com os danos diretos ou indiretos e antecipar ações como a oferta de serviços de saúde. 

De acordo com Viviane Boaventura, esses dados poderão também ser aplicados em pesquisas de desenvolvimento de fármacos sugerindo qual grupo apresenta maior risco de cronicidade e, portanto, maior chance de se beneficiar com o tratamento. “O prêmio seria importante para a continuidade do trabalho, onde estão sendo investigados alvos terapêuticos para a doença”, comenta a pesquisadora.

Na 1ª fase, mais de 1650 iniciativas foram submetidas à avaliação do Conselho Médico, que escolheu as 100 iniciativas finalistas. Na segunda, foram selecionados 11 finalistas que já garantiram o prêmio de € 50 mil. Nesta 3ª fase, o Grande Vencedor receberá o valor de € 500 mil. O resultado será divulgado somente na cerimônia de premiação, que será realizada em São Paulo (SP).

O prêmio

O Prêmio Euro Inovação na Saúde é exclusivamente voltado a médicos(as), devidamente registrados(as) em seus conselhos regionais de medicina. A Eurofarma é a patrocinadora exclusiva do prêmio que tem o objetivo de reconhecer e incentivar a comunidade médica do Brasil na busca por soluções inovadoras em produtos, serviços e ações que resultem em ganhos potenciais e/ou efetivos para a qualidade de vida e bem-estar dos brasileiros.

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Fiocruz Bahia será homenageada em sessão pública da Academia de Medicina da Bahia

No dia 30 de julho, às 18h, será realizada a Sessão Pública da Academia de Medicina da Bahia (AMB) em homenagem aos 63 anos do Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia). Para participar do evento, que acontece através do Zoom, é necessário se inscrever nesse link. O tema da sessão será “Covid-19” e contará com a participação do presidente da AMB, Antonio Carlos Vieira Lopes, e da diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves.

O encontro coordenado pelo pesquisador emérito da Fiocruz Bahia, Bernardo Galvão, também contará com a presença dos pesquisadores da Fiocruz Bahia, Fernanda Grassi e Mitermayer Galvão dos Reis, e da pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) e estudante egressa da Fiocruz Bahia, Jaqueline Goes.

Confira a programação completa:

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Teste rápido para doença de Chagas obtém registro da Anvisa

O pesquisador Fred Luciano é um dos desenvolvedores do novo teste.

O novo kit diagnóstico para doença de Chagas crônica, que tem como um dos idealizadores o pesquisador Fred Luciano Neves, da Fiocruz Bahia, obteve registro da Anvisa. Os testes serão produzidos pela unidade produtora de imunobiológicos da Fiocruz, Bio-Manguinhos, e irão contribuir para a melhoria do diagnóstico da doença no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), principalmente nas ações de controle e vigilância epidemiológica coordenadas pelo Ministério da Saúde.

Os testes sorológicos convencionais (ELISA) e os de biologia molecular (PCR e suas variantes), atualmente utilizados para diagnóstico de Chagas, levam horas para apresentar resultado, demandam estrutura laboratorial, equipamentos sofisticados e pessoal com treinamento especializado. O novo teste é realizado através da coleta de amostra de sangue ou plasma através de um furo no dedo do paciente e o resultado é obtido em 15 minutos. Caso seja reagente, uma linha roxa/rosa irá aparecer, indicando que o paciente foi infectado.

De acordo com o Fred Luciano, além de dispensar o uso de equipamentos e de profissionais altamente qualificados, o novo teste amplia a oferta de diagnóstico, uma vez que a maior parte da população acometida pela doença vive em áreas rurais, muitas delas de difícil acesso, e não necessitarão se deslocar para unidades de saúde ou laboratórios para serem diagnosticados, podendo o diagnóstico ser realizado por agentes de saúde.

“Os testes rápidos para a identificação da doença de Chagas tornarão esta população visível e dará a ela a oportunidade de receber tratamento adequado, melhorando a sua qualidade de vida”, explica Fred.

Esta é a estratégia que o projeto IntegraChagas (Fiocruz/Ministério da Saúde) irá adotar brevemente para a identificação de casos positivos em municípios de cinco estados brasileiros. O teste rápido poderá também ser empregado em outros países, pois estudos anteriores provaram que as moléculas são capazes de diagnosticar a infecção causada por diferentes cepas do parasito.

Desenvolvimento do teste

O desenvolvimento do novo kit diagnóstico é fruto de parceria entre Fiocruz Bahia, Fiocruz Paraná, Fiocruz Pernambuco, Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e Bio-Manguinhos (Fiocruz).

Dois estudos realizados em 2019, um deles conduzido em áreas não endêmicas (Barcelona/Espanha) e o outro em áreas endêmicas (Argentina, Bolívia e Paraguai), auxiliaram na elaboração do teste rápido. Ambos os estudos apontaram o bom desempenho das moléculas IBMP-8.1 e IBMP-8.4 em diagnosticar a doença de Chagas crônica independe da endemicidade da doença e da cepa do parasita circulante.

A pedido do Ministério da Saúde e em parceria com o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), essas duas moléculas foram eleitas para compor um novo teste rápido em 2019 e o registro concedido em julho de 2020.

Doença

A doença de Chagas é uma enfermidade negligenciada causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, que é transmitido pelas fezes de um inseto (triatoma) conhecido como barbeiro, ao picar o humano ou animal. No Brasil, estima-se que existam hoje de 1,9 a 4,6 milhões de pessoas infectadas por T. cruzi, o que corresponde a aproximadamente de 1,0 a 2,4% da população, segundo dados do Ministério da Saúde.

*Texto com informações de Bio-Manguinhos

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Potencial terapêutico do trióxido de arsênio em carcinoma oral é tema de tese

Autoria: Raphael Luis Rocha Nogueira
Orientação: Clarissa Araújo Gurgel Rocha
Título da dissertação: “Potencial terapêutico do trióxido de arsênio em linhagem metastática de carcinoma escamocelular oral”.
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana-UFBA /FIOCRUZ
Defesa: 07/08/2020
Horário: 14:00 
Local: Sala Virtual do Zoom

RESUMO

INTRODUÇÃO: O carcinoma escamocelular oral (CEO) é o tipo histológico mais comum das neoplasias malignas da cavidade oral. Apesar dos impactos na sobrevida dos indivíduos acometidos, poucos avanços terapêuticos são descritos na literatura, especialmente no que diz respeito a quimioterapia. O uso de estratégias farmacológicas para o bloqueio de vias de sinalização celular relacionadas ao desenvolvimento embrionário, como a inibição downstream da via Hedgehog, tem se destacado como um campo promissor e, portanto, a utilização de fármacos reposicionados, como o Trióxido de Arsênio, representa uma possível estratégia na terapêutica deste tumor.

OBJETIVO: Estudar o potencial terapêutico do Trióxido de Arsênio por meio da inibição farmacológica da via HH em linhagem metastática de carcinoma escamocelular oral.

MATERIAL E MÉTODOS: A citotoxicidade do Trióxido de Arsênio foi determinada em diversas linhagens tumorais de CEO e células não tumorais através do ensaio de viabilidade pelo método Alamar Blue, sendo a linhagem metastática de CEO (HSC3) utilizada como modelo celular. Inicialmente, avaliou-se os efeitos deste fármaco na viabilidade celular através do ensaio de exclusão por Azul de Tripan, em tempos diferentes de incubação. Ademais avaliou-se a atividade do Trióxido de Arsênio sobre o ciclo celular, padrão de morte, e alterações morfológicas em diferentes tempos de incubação deste fármaco por citometria de fluxo. Para a avaliação protéica dos componentes da via HH, foram realizados os ensaios de Western Blot e imunofluorescência. A expressão gênica dos componentes da via HH foi avaliada através de reações de qPCR, utilizando TaqMan Gene Expression AssaysTM.

RESULTADOS: A linhagem HSC3 apresentou maior sensibilidade ao Trióxido de Arsênio em relação às demais linhagens tumorais avaliadas. Tal fármaco foi capaz de reduzir a expressão protéica e gênica dos componentes da via HH e de seus genes alvos após 24h de tratamento, indicando redução da cascata sinalizadora da via HH. Ademais, o Trióxido de Arsênio foi capaz de reduzir significativamente a viabilidade celular das células HSC3 a partir de 24 h de tratamento e promoveu alterações na morfologia celular. Os ensaios de análise do ciclo celular e padrão de morte demonstraram um aumento significativo da fragmentação nuclear na fase sub-G1 e aumento de morte celular por apoptose.

CONCLUSÕES: O Trióxido de Arsênio apresentou atividade citotóxica promissora em linhagem metastática de CEO, sendo capaz de reduzir a atividade da via HH, em linhagem celular metastática de CEO.

Palavras-chave: Neoplasias bucais; Proteínas Hedgehog; Reposicionamento de fármacos; Trióxido de Arsênio.

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Pesquisadores desenvolvem ferramenta que prevê se paciente terá dores a longo prazo após chikungunya

A chikungunya é uma doença causada por um vírus transmitido através da picada do mosquito Aedes aegypti, que pode causar sintomas como febre, vermelhidão na pele e dores no corpo. Segundo o Ministério da Saúde, de janeiro a junho deste ano foram notificados mais de 48.300 casos prováveis da doença no Brasil. A região Nordeste apresentou as maiores taxas de incidência, sendo 48,3 casos/100 mil habitantes. Apenas o estado da Bahia concentrou cerca de 45% dos casos prováveis de chikungunya do país. 

Um aspecto importante da doença é que estima-se que metade dos indivíduos infectados desenvolve dores crônicas debilitantes nas articulações, o que afeta a qualidade de vida e aumenta a carga dos sistemas de saúde. Por isso, pesquisadores da Fiocruz Bahia realizaram um estudo para identificar as variáveis ​​clínicas e demográficas relevantes na fase aguda da chikungunya, em busca de elencar um conjunto de características que possam indicar os pacientes que possuem maior probabilidade de desenvolver artralgia crônica (dores nas articulações a longo prazo). 

Esse prognóstico pode ser útil para rastrear pacientes que irão necessitar de cuidados especiais e para também orientar políticas públicas de saúde, além de poder propiciar ao paciente tratamento precoce, diminuindo a sobrecarga do sistema de saúde. Os resultados do trabalho coordenado pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Viviane Boaventura, foram publicados na revista científica Plos Neglected Tropical Diseases.

O estudo faz parte de um projeto maior denominado “Mitigando o Impacto da Artralgia Crônica Pós-Chikungunya”, com foco no desenvolvimento de fármacos para tratamento da doença, que está concorrendo ao Prêmio Euro Inovação na Saúde. Médicos de todo o país podem votar, através desse link, até dia 4 de agosto. 

No primeiro momento da pesquisa, um grupo de pessoas diagnosticadas com chikungunya foram avaliadas, entre 2016 e 2018, em cidades da Bahia e Ceará. Posteriormente, os achados foram validados em outro grupo de pacientes, no município de Feira de Santana (BA). 

Como resultado, foram detectadas cinco características que representam bons preditores de artralgia crônica: indivíduos do sexo feminino, hipertensos, que tiveram edema na pele e dor retro-ocular durante a infecção e idade maior que 26 anos. A partir desses dados, os cientistas desenvolveram um sistema de pontuação que denominaram de Shera (sigla em inglês para sexo, hipertensão, edema, dor retro-ocular e idade). A ferramenta está disponível no link  www.sheracalculator.com/shera e pode ser utilizada em português e inglês. 

De acordo com os pesquisadores, essa ferramenta consegue prever 8 em cada 10 indivíduos com chikungunya que persistirão com dor articular por pelo menos um ano após o início da enfermidade. Além disso, o sistema de pontuação fácil de usar pode ser aplicado em áreas com acesso limitado à serviços de saúde.

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Divulgado resultado da segunda chamada do Credenciamento dos Docentes PGPCT

O Colegiado do Programa de Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional (PPGPCT) torna pública a relação dos candidatos aprovados, em ordem alfabética, para a Segunda Chamada do Credenciamento de Novos Docentes, conforme Resolução 01, do PPGPCT. 

Esclarecimentos devem ser realizados através do e-mail pgpct@fiocruz.br.

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Fiocruz Bahia lamenta falecimento do Pesquisador Emérito Zilton Andrade

A Fiocruz Bahia lamenta profundamente o falecimento do Pesquisador Emérito da Fiocruz, Zilton de Araújo Andrade, na manhã desta quarta-feira, 22 de julho. Zilton Andrade foi diretor e pesquisador da Fiocruz Bahia. Colaborou significativamente na construção da unidade, que possui um pavilhão com seu nome e abriga a maioria dos laboratórios da instituição. Aos 96 anos, deixou filhos e a esposa, Sonia Gumes Andrade, Pesquisadora Emérita da Fiocruz, com quem era casado desde 1953. 

Os Pesquisadores Eméritos da Fiocruz Zilton e Sonia Andrade, 2009.

Importante patologista, Zilton Andrade construiu sua trajetória profissional em áreas de pesquisa em doenças negligenciadas que ainda acometem a população. As contribuições relevantes para a medicina o levaram a obter reconhecimento nacional e internacional. “Dr. Zilton deixa um legado importantíssimo para a ciência brasileira e internacional, com contribuições na área de esquistossomose, doença de Chagas, em sociedades científicas como a de Medicina Tropical, entre outras. Deixará um vazio enorme na nossa ciência”, lamentou a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves. 

O pesquisador da Fiocruz Bahia, Manoel Barral, ressaltou a contribuição do patologista para a comunicação social da ciência, como articulista no Jornal Tribuna da Bahia, “como mais uma evidência da enorme visão de futuro”, e a atuação exemplar de um médico-cientista em diversos aspectos. “Não bastasse tudo isto, o Prof. Zilton foi mais além, serviu de referência e estímulo para que mais de uma geração de jovens médicos trilhassem os caminhos da investigação científica. Criar e liderar uma escola médico-científica que se espraia para além da especialidade médica do seu líder é para poucos, é para os verdadeiramente iluminados”, afirmou.

O cientista foi igualmente importante na formação de recursos humanos de excelência, bem como da grande maioria dos pesquisadores da Fiocruz Bahia. Os pesquisadores Luiz Freitas e Mitermayer Galvão, da Fiocruz Bahia, salientaram a grande produção científica de Zilton Andrade: 277 artigos científicos publicados e orientação de 59 alunos, em teses de mestrado e doutorado. “Prof. Zilton foi o mestre no mais completo significado do termo: dedicado, íntegro, ético, produtivo e comprometido. Deixa, em todos nós, sua lembrança viva e memória a ser louvada e lembrada. Foi daqueles que cumpriu com galhardia sua passagem entre nós”, comentaram os colegas. 

Zilton Andrade nasceu em Santo Antônio de Jesus (BA). Formado em Medicina pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), alcançou na universidade o posto de professor titular em 1974 e o título de Professor Emérito em 1985. Ingressou na Fundação Oswaldo Cruz em 1983, se aposentou em 1994 e, em 2012, recebeu o título de Pesquisador Emérito da Fiocruz. Era professor Permanente do curso de Pós-graduação em Patologia Humana (UFBA/Fiocruz). Entre suas condecorações mais importantes estão a de Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico – Presidência da República do Brasil (1995) e Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico – Presidente da República do Brasil (2005). É Membro da Academia Brasileira de Ciências.

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Palestra aborda anatomia patológica da Covid-19

A palestra intitulada “Anatomia patológica da SARS-COV & Covid-19”, será realizada no dia 29 de julho, às 16h, através do canal do YouTube da Fiocruz Bahia. A apresentação faz parte do Ciclo de Seminários integrados sobre SARS-COV-2 (Covid-19) e será ministrada por Luiz Antonio Rodrigues de Freitas, pesquisador colaborador da Fiocruz Bahia e professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA). O encontro será mediado pelos pesquisadores da Fiocruz Bahia e patologistas, Sergio Arruda e Washington dos Santos.

O evento, promovido pela Vice-diretoria de Ensino da Fiocruz Bahia, faz parte das atividades dos alunos dos programas de pós-graduação em Patologia Humana e Experimental (PgPAT – UFBA/ Fiocruz Bahia) e em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI – Fiocruz Bahia). As apresentações abordam temas como filogenética do vírus, epidemiologia, imunologia, interação vírus-células, vacinas, diagnóstico, tratamento, biologia de sistemas e ética.

Sobre o Palestrante

Luiz Freitas possui graduação em Medicina pela UFBA, mestrado e doutorado em Patologia Humana também pela UFBA. Fez pós-doutorado no Institut Pasteur de Lyon-França, em Patologia Ultraestrutural do Fígado, e na School of Public Health of Harvard University (EUA). É Professor Titular de Patologia da Faculdade de Medicina da Bahia (UFBA), atuando na graduação, e professor permanente do Programa de Pós-graduação em Patologia da UFBA/ Fiocruz Bahia. É Pesquisador Titular aposentado da Fiocruz Bahia.

Desenvolve atividades de pesquisa em Patologia Hepática com foco em patologia da esteato-hepatite, fibrose portal e carcinoma hepatocelular, trabalhando com doença humana e modelos experimentais murinos. Também desenvolve pesquisas em patologia das leishmanioses cutânea e visceral humana e leishmaniose visceral canina. Atua na área diagnóstica da patologia humana, na Fiocruz como pesquisador aposentado-colaborador do LAPEM, uma unidade de referência do Ministério da Saúde, para o diagnóstico histológico de doenças hepáticas e em transplantes hepáticos. É o atual Coordenador do Colegiado de curso de graduação em Medicina da Faculdade de Medicina da Bahia da UFBA.

 

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Fiocruz Bahia premia melhores trabalhos de iniciação científica

A Vice-diretoria de Ensino da Fiocruz Bahia, através do Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC), promoveu a premiação dos trabalhos de iniciação científica desenvolvidos na instituição. A Reunião Anual de Iniciação Científica (RAIC), que acontece tradicionalmente, não pode ser realizada devido às medidas de distanciamento social por conta da pandemia de Covid-19. A sessão de premiação foi realizada de forma remota, através do Zoom, no dia 10 de julho.

Participaram da premiação a vice-diretora de Ensino da Fiocruz Bahia, Patrícia Veras, e a coordenadora do PROIIC, Juliana Menezes Fullam, além dos integrantes da comissão de organização e apoio e dos estudantes. Os trabalhos foram avaliados por uma banca composta por pesquisadores internos e externos.

“O programa de Iniciação Científica é extremamente importante para a formação de novos pesquisadores. Apesar da pandemia, com o apoio da Fiocruz, da Diretoria do IGM e de pesquisadores do IGM e de instituições colaboradoras, conseguimos mais uma vez realizar a RAIC, desta vez em um novo formato. Em nome da comissão do PROIIC, gostaria de agradecer a todos que de alguma forma contribuíram para este evento e parabenizar todos os alunos que desenvolvem seus trabalhos com tanta dedicação”, comemorou Juliana.

Confira os premiados:

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Produção e acesso à vacina Anti-Covid finaliza ciclo de webinários

Os desafios para produzir e distribuir a vacina Anti-Covid em um país com dimensões continentais como o Brasil serão discutidos no webinário “Desafios da produção e acesso da vacina Anti-Covid”, promovido pela Rede CoVida em parceria com a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e a Associação Brasileira de Economia da Saúde (Abres). O evento ocorre nesta quinta-feira, dia 23 de julho, das 16h às 18h, e finaliza um ciclo de três webinários sobre a vacina anti-Covid.

Para falar sobre a produção, o  evento reúne a presidente da Fiocruz, Nisia Trindade, e o diretor do Butantan, Dimas Covas, os centros de pesquisa responsáveis pela produção e realização de testes da fase 3 das vacinas contra Covid-19 com desenvolvimento mais avançado no mundo, respectivamente, a da Oxford/AstraZeneca e a chinesa Sinovac. A ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde, Carla Domingues, familiar com os desafios de distribuição da vacina diante das especificidades brasileiras, finaliza a mesa de apresentadores do webinário.

O debate ficará por conta do vice-presidente da Abrasco, Reinaldo Guimarães, e da presidente da Abres, Érika Aragão. Os mediadores serão a presidente da Abrasco, Gulnar Azevedor, e o coordenador do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) e um dos da Rede CoVida, Mauricio Barreto.

O webinário ocorre mediante a inscrição pelo Zoom, com vagas limitadas, e será retransmitido pelo youtube do Cidacs:

Participantes:
Nísia Trindade – Presidente Fiocruz
Dimas Covas – diretor Instituto Butantan
Carla Domingues – ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunização (MS)

Debatedores:
Reinaldo Guimarães – Vice-presidente da Abrasco
Érika Aragão – Presidente da Abres, Ufba e Rede CoVida

Mediadores:
Gulnar Azevedo – Presidente da Abrasco
Mauricio Barreto – Coordenador do Cidacs e Rede CoVida

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Pesquisa correlaciona parâmetros histopatológicos a lesões na leishmaniose cutânea

Um estudo da Fiocruz Bahiia buscou correlacionar os parâmetros histopatológicos de biópsias realizadas em lesões causadas pela leishmaniose cutânea, com o objetivo de encontrar informações que possam contribuir para a elucidação da patogênese da doença. Para isso, populações de células foram caracterizadas e quantificadas por pesquisadores, que correlacionaram esses dados com a necrose, inflamação e o número de leishmanias encontrados nas amostras.

A leishmaniose cutânea causada pelo parasito Leishmania braziliensis é transmitida através da picada do flebótomo, também conhecido como mosquito palha. A resposta imune desencadeada pela doença provoca uma inflamação cutânea exacerbada importante para controlar a carga parasitária, mas que também provoca danos aos tecidos, podendo causar feridas extensas.

A pesquisa, realizada com biópsias de 22 pacientes, foi coordenada pelo pesquisador, Sérgio Arruda, e a doutoranda, Maíra Saldanha, em colaboração com o pesquisador Edgar Carvalho e equipe. Os resultados foram publicados em artigo do periódico científico Frontiers in Cellular and Infection Microbiology.

No trabalho, os cientistas descrevem que as células T CD4+ foram correlacionadas positivamente com a extensão da inflamação, as células B e IL-1β+ foram associadas com a extensão da necrose, os macrófagos CD68+ e a perforina foram correlacionados com o número de parasitos e as células CD57+ foram correlacionadas com os macrófagos CD68+ e leishmanias.

Como conclusão, os autores do estudo sugerem que, na tentativa de controlar as leishmanias, os macrófagos infectados permanecem em estado ativado, devido à produção de citocinas pró-inflamatórias, contribuindo para dano do tecido. Os pesquisadores também propõem que a produção exacerbada de grânulos citotóxicos contendo perforina pode agravar a necrose da pele, contribuindo para o aumento das lesões.

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Tese avalia potencial pró-angiogênico de células-tronco para superexpressar o fator inibidor de leucemia

Autoria: Girlaine Café Santos
Orientação: Milena Botelho Pereira Soares
Título da tese: “Potencial pró-angiogênico de células-tronco mesenquimais geneticamente modificadas para superexpressar o fator inibidor de leucemia (LIP)”.
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana-UFBA /FIOCRUZ
Defesa: 03/08/2020
Horário: 14:00 
Local: Sala Virtual do Zoom

RESUMO

INTRODUÇÃO: A angiogênese é o processo de formação de vasos sanguíneos em tecidos adultos e a sua compreensão pode ajudar no desenvolvimento de terapias para doenças isquêmicas. As células-tronco mesenquimais (CTMs) são células com capacidade de autorrenovação, diferenciação e secreção de moléculas que exercem múltiplos efeitos biológicos, como regeneração tecidual, redução da inflamação e neovascularização, caracterizando uma importante ferramenta da medicina regenerativa. O potencial terapêutico das CTMs pode ser aumentado por modificação genética para superexpressão de citocinas e fatores de crescimento. A hipótese desse estudo considerou que a superexpressão do Fator Inibidor da Leucemia (LIF) em CTMs de camundongo aumenta o seu potencial pró-angiogênico.

OBJETIVOS: O objetivo desse estudo foi gerar uma linhagem de células-tronco mesenquimais geneticamente modificadas para superexpressar LIF (CTM_LIF) e avaliar o seu potencial angiogênico em modelos in vitro e in vivo.

METODOS: As CTMs derivadas da medula óssea de camundongo foram transduzidas usando um sistema lentiviral de segunda geração para expressar LIF humano. A expressão de LIF foi confirmada por RT-qPCR e por ELISA. A caracterização das células geradas foi realizada pelo ensaio de diferenciação em três linhagens e o imunofenótipo foi avaliado por citometria de fluxo. A atividade imunossupressora de CTM_LIF foi confirmada usando ensaio de linfoproliferação. A análise da expressão gênica dos principais marcadores de angiogênese e celulares perivasculares foi realizada por RT-qPCR e imunofluorescência. Para avaliar os efeitos de CTM_LIF em células endoteliais obtidas a partir da veia umbilical (HUVECs), foi realizado o ensaio de cicatrização de feridas. A capacidade de CTM_LIF de formar brotamento de microvasos in vitro foi investigada em culturas de anel aórtico. Finalmente, foi realizado um experimento para demonstrar a formação de novos vasos sanguíneos in vivo com angiorreator de Matrigel.

RESULTADOS: Após a transdução, CTM_LIF apresentou aumento de expressão e secreção de LIF, indicando o sucesso da modificação genética. A análise por citometria de fluxo e o ensaio de diferenciação de três linhagens mostraram que CTM_LIF manteve o imunofenótipo e a multipotência característicos de CTM. A análise de expressão gênica demonstrou regulação positiva dos genes que codificam fatores estratégicos no processo de neovascularização, como angiogenina, IL-8, Mcp-1 e Vegf, e para os marcadores celulares perivasculares ɑSma, Col4a1, Sm22 e Ng2. No ensaio de cicatrização de feridas, o meio condicionado de CTM_LIF promoveu um aumento significativo na migração celular em comparação com o meio condicionado de CTM controle. O ensaio de brotamento em culturas de anel aórtico demonstrou que CTM_LIF favoreceu surgimento e alongamento de microvasos no tecido. O ensaio com angiorreator mostrou que o CTM_LIF foi mais potente na promoção da vascularização tecidual in vivo do que as CTM de controle.

CONCLUSÃO: Em conclusão, a superexpressão de LIF é uma estratégia promissora para aumentar o potencial pró-angiogênico das CTM e cria precedentes para futuras investigações de suas aplicações no tratamento de doenças isquêmicas e reparo tecidual.]
PALAVRAS-CHAVE: Células-tronco mesenquimais, Modificação genética, LIF, Fatores pró-angiogênicos, Angiogênese.

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