Coronavírus é tema de palestra na Fiocruz Bahia

Panorama do COVID-19” foi o tema da Sessão Científica Extraordinária, que aconteceu na Fiocruz Bahia, no dia 4 de março. Na palestra, o infectologista da Universidade de San Diego, na Califórnia, e do Hospital Roberto Santos, Kevan Akrami, apresentou os aspectos epidemiológicos da doença, a patofisiologia do novo coronavírus, o tratamento, a prevenção e as respostas que o Brasil e mundo estão ofertando frente a ameaça que o vírus representa.

O coronavírus integra uma grande família de vírus zoonóticos, de origem animal, que pode causar de um resfriado comum a doenças mais graves, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS-CoV) e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS-CoV). O COVID-19 já infectou mais de 100 mil pessoas em 101 países/territórios, causando mais de 3,5 mil mortes. No Brasil, já existem 25 casos confirmados do vírus, sendo dois na cidade de Feira de Santana, na Bahia.

O surto por SARS-CoV ocorreu em 2002, na China, com transmissão de morcegos para seres humanos, infectando 8 mil pessoas e deixando 774 mortos. Já os casos de MERS-CoV aconteceram na Arábia Saudita em 2012, se estendendo até 2015, com casos relatados na Coréia do Sul ainda causados por esse coronavírus.

Em 31 de dezembro de 2019, os primeiros casos de uma pneumonia de origem desconhecida foram relatados na cidade de Wahun, na China. Os casos tinham ligação com um mercado de frutos-do-mar da região, sugerindo transmissão animal-humano, porém, mais tarde, houve um número crescente de pacientes que não tiveram contato com esse mercado, indicando que também estava ocorrendo a disseminação de pessoa para pessoa. Em 7 de janeiro, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) Chinês divulgou que conseguiu isolar o vírus e identificá-lo como um novo coronavírus, denominado COVID-19 em 11 de fevereiro pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Segundo Kevan, várias cepas do COVID-19 foram sequenciadas desde sua descoberta e a proximidade destas com o tipo que causou SARS, cerca de 88%, ajudará no tratamento, pois será possível utilizar medidas empregadas em 2002, o que ajudará para o desenvolvimento da vacina. O infectologista explicou que o COVID-19 é um vírus de RNA e, por isso, é altamente mutável, dificultando o seu controle.

Epidemia

Em relação a epidemia da doença na China, Kevan aponta que a demora para o país entrar em quarentena é um dos fatores responsáveis pelo grande número de casos. Adiciona-se ainda a negação inicial das autoridades sobre a possibilidade de os primeiros casos registrados em dezembro do ano passado serem um novo tipo de coronavírus. “Uma resposta atrasada a quarentena, faz a infecção se espalhar mais rápido na população”, explicou. Para Kevan, as implicações sociais e econômicas de uma epidemia podem levar a hesitação inicial em países que estão apresentando casos de coronavírus, o que favorece a epidemia a continuar no local.

O pico da epidemia aconteceu no mês de janeiro e os novos dados epidemiológicos mostraram que os casos na China tendem à estabilização, enquanto nos outros países a tendência é aumentar nos próximos meses. A justificativa é que epidemias em alguns países, como o Irã e Itália, que tem os maiores números de mortes fora da Ásia, ocorrem porque adotaram práticas semelhantes à China, ao retardar a resposta.

A taxa de mortalidade do COVID-19 é considerada baixa, de cerca de 2.72% quando comparada com a taxa de mortalidade do SARS-CoV de 2002, que foi 14-15%, e MERS-CoV, de 35%. Essa taxa deve ser ainda mais baixa, pois o número de casos assintomáticos ou com poucos sintomas pode ser muito maior, indicando que existem ainda mais pessoas infectadas pelo mundo. A maioria dos casos confirmados são leves, sem necessidade de hospitalização para tratamentos mais severos.

Os casos mais graves de infecção respiratória, no contexto da emergência do COVID-19, estão relacionados a homens com média de idade maior do que 50 anos, que apresentaram comorbidades, como diabetes e problemas cardiovasculares. Um dado interessante, exibido durante a apresentação, é em relação a infecção em crianças, que ainda não foi registrado.

Pesquisas e testes

Quando comparada a 2002, a resposta da comunidade científica aos desafios impostos pelo COVID-19 foi bem mais rápida. Graças às novas tecnologias, o sequenciamento do vírus está sendo feito em pouco tempo em várias partes do mundo. Testes estão sendo realizados com drogas utilizadas em outras epidemias provocadas pelo coronavírus, além de novas drogas que podem auxiliar na diminuição da taxa de mortalidade. Na época do surto de SARS, por exemplo, foram testadas diversas drogas para inibir a resposta inflamatória da doença, sem sucesso. Esse resultado já iluminou os caminhos que os pesquisadores estão seguindo e novas abordagens estão sendo feitas, como um estudo recente com utilização de células-tronco.

Sobre o desenvolvimento de kits diagnósticos, os institutos de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) e de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) iniciaram a produção de protótipos de kits com insumos para a realização de 30 mil testes diagnósticos para o novo coronavírus. Os kits foram encomendados pelo Ministério da Saúde para atender a rede de laboratórios públicos de todo o país.

A prevenção ainda é o meio mais aconselhado para a maioria da população, segundo o infectologista. O indicado é a lavagem das mãos e antebraços com água e sabão durante 20 segundos, uso de álcool em gel e evitar locais muito cheios de pessoas, pois uma pessoa infectada pode contaminar até 2m ao redor, com saliva ou espirro. O uso de máscaras não é necessário na situação atual da epidemia, apenas em caso de contato com pessoas infectadas ou viagens de avião se a pessoa quiser se sentir mais segura ou para profissionais de saúde, aconselhou Kevan.

 

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Tese busca estimar a frequência de APOL1 e da hemoglobina em pacientes submetidos à biopsia renal

Autoria:Dona Jeanne Alladagbin
Orientação: Washington Luís Conrado dos Santos
Título da tese: “Associação entre variantes de risco do gene apoli e hemoglobinas variantes com progressão das doenças glomerulares na Bahia”.
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana-UFBA /FIOCRUZ
Data de defesa: 23/03/2020
Horário: 14h

RESUMO

Introdução: Além daqueles tradicionalmente reconhecidos como principais fatores de risco da doença renal, uma ênfase crescente tem sido atribuída à constituição genética dos pacientes.

Objetivo: Estimar a frequência das variantes de risco de APOL1 e da hemoglobina em pacientes submetidos à biopsia renal na Bahia, e avaliar a associação entre essas variantes e a progressão das doenças glomerulares nesses pacientes.

Método: Estudo de coorte prospectiva, incluindo 326 pacientes submetidos à biópsia renal. Os genótipos de Apol1 foram testados por PCR e sequenciamento do DNA de 304 pacientes e as variantes da hemoglobina foram definidas por cromatografia líquida de alta eficiência. A genotipagem do haplótipo G1 do APOL1 na população geral, foi realizada utilizando-se o kit Illumina BeadChip Human Omni2.5-8.Também foi desenvolvido um estudo longitudinal onde os pacientes foram acompanhados durante cinco anos para avaliar os marcadores de progressão de doença.

Resultados: Dentre os pacientes, 22,7% têm um alelo de risco e 4,3% têm dois alelos de risco da APOL1. A mediana de idade do diagnóstico de doença renal foi menor em pacientes portadores de dois alelos de risco de APOL1 (21 [18 – 39] anos) do que pacientes com um (30 [21 – 36] anos) ou sem alelos de risco (33 [24 – 44] anos, p = 0,04). Houve um declínio progressivo na taxa média de filtração glomerular entre pacientes com dois alelos de risco entre o momento da biópsia e após 5 anos de acompanhamento: (de um dos maiores agrupamentos populacionais afrodescendentes fora da África69 [39-79] mL / min / 1,73 m2 para 27 [26-31] mL / min / 1,73 m2, p = 0,004), comparado àqueles com um (de 76 [42-111] mL / min / 1,73 m2 para 105 [62-138] mL / min / 1,73 m2), p=0,74 ou nenhum (de 66 [41 -101] mL / min / 1,73 m2 para 91 [53-113] mL / min / 1,73 m2, p = 0,81) alelo de risco do APOL1.A análise de regressão logística sob um modelo de herança recessiva mostrou uma associação forte e significativa entre dois alelos de risco do APOL1 com doença renal em estágio terminal (Odd ratio = 4,8, p = 0,015). A sobrevida renal foi significativamente menor (69%) no grupo com dois alelos de risco de APOL1 em comparação com o grupo com um (94%) e ou sem (91%) alelos de risco (p = 0,024). A proporção de pacientes diagnosticados com GESF que evoluíram para doença renal em estágio terminal foi maior em indivíduos com dois alelos de risco (33%) do que naqueles com um alelo de risco (0%) ou sem alelos de risco (3%, p = 0,04). A frequência do haplótipo G1 não foi estatisticamente diferente entre os pacientes submetidos à biópsia renal (9,6%) e a população em geral (8,3%). A frequência do traço falciforme nos pacientes submetidos à biópsia renal foi de 5%, semelhante à encontrada na população geral (4,5%, p = 0,70). O traço de hemoglobina C est presente em 3,7% dos pacientes e em 2,2% da população geral (p = 0,11). Cinco anos depois da biopsia renal, a taxa media de filtração glomerular entre os pacientes com traço falciforme era significativamente menor 24 [10-57] mL / min / 1,73 m2 em comparação a 86 [47-115] mL / min / 1.73 m2, no grupo com HbAA, p=0,01. Após um acompanhamento de cinco anos, 31% dos pacientes com HbAS apresentaram doença renal em estágio terminal necessitando de diálise em comparação com 8% dos participantes HbAA (p = 0,02). Nenhum paciente com traço da hemoglobina C necessitou de diálise durante os cinco anos de acompanhamento.

Conclusões: O genótipo de alto risco do APOL1 está fortemente associado com o declínio progressivo e mais rápido da taxa estimada de filtração glomerular, bem como maior frequência de doença renal em estágio terminal, e consequentemente, com uma menor sobrevida renal nos pacientes. Não há diferença na frequência de HbAS ou HbAC entre os pacientes submetidos a biópsia renal e a população geral. Porém, pacientes com HbAS apresentam atrofia tubular mais intensa, declínio mais rápido da taxa de filtração glomerular, menor sobrevida renal em comparação aos pacientes com HbAA. A frequência dos haplótipos do APOL1 entre os pacientes submetidos a biópsia renal não parece diferir do da população geral da Bahia.

Palavras-chave: glomerulopatia, Nefropatia, biópsia renal, APOL1, traço falciforme, traço de hemoglobina C.

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Aula inaugural da Fiocruz Bahia abordará gamificação e mapeamento participativo

A aula inaugural da Fiocruz Bahia, em 2020, terá como tema “Gamificação e mapeamento participativo: potencialidades do aplicativo +Lugar”. Ministrada pela professora do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Profº Milton Santos da Universidade Federal da Bahia (IHAC/UFBA), Isa Beatriz da Cruz Neves, a aula acontece no dia 27 de março, às 09 horas.

O evento marca o início das atividades acadêmicas dos programas de Pós-graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa – PgBSMI, de Pós-graduação em Patologia Humana e Experimental – PgPAT (UFBA/ Fiocruz Bahia) e de Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional (PPGPCT). Estarão presentes representantes da Associação de Pós-Graduandos (APG) da Fiocruz Bahia.

O evento é aberto ao público, é gratuito e não necessita inscrição.

A palestrante

Isa Beatriz é professora Adjunta do Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia no Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Profº Milton Santos da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Possui graduação em História (UCSal) e em Pedagogia (UNEB), tem mestrado em Educação pela Faculdade de Educação da UFBA e doutorado em Educação e Contemporaneidade – PPGEduC- UNEB. Integra o Grupo de Pesquisa Comunidades Virtuais 2.0 (UFBA) e desenvolve cursos de extensão e pesquisas relacionados ao processo de ensino-aprendizagem e tecnologias digitais, especialmente games, aplicativos e robótica.

Atuou como professora em cursos de graduação na UCSAL, Unijorge, UNEB e UFRB. Foi professora formadora do programa do Governo Federal “Um Computador por Aluno – UCA”, no curso de História e Matemática – EAD/UNEB e no curso de Pedagogia Parfor/UFRB (informações do Currículo Lattes).

Confira a programação:

 

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Resultado final da Formação de Tutores do PPgPCT

O Colegiado do Programa de Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional (PPGPCT) torna pública a relação dos candidatos aprovados, após a formação de tutores prevista no Edital 001/2020, como etapa para a Seleção de Tutores. 

O candidato que desejar interpor recurso deve fazê-lo nos dias 27 e 28 de fevereiro de 2020, com a entrega do Formulário para Pedido de Revisão

Clique aqui para acessar o documento com o resultado e outras informações.

 

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Estudo computacional amplia informações sobre o parasito causador da leishmaniose

A Plataforma Bioinformática do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) colocou sua lupa para mais um campo de pesquisa ainda pouco investigado: a composição da membrana de parasitos do gênero Leishmania, alguns dos quais causam a leishmaniose. O achado é fruto de um novo artigo cujo autor principal Lucas Gentil Azevedo, mestrando no Programa de Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI/Fiocruz Bahia), sob a orientação do pesquisador do Cidacs Pablo Ramos. A leishmaniose é uma doença negligenciada que assola sobretudo populações mais pobres, sendo endêmica em muitas regiões do país, inclusive na Bahia.

O estudo foi publicado na revista Parasites & Vectors, referência no estudo de doenças tropicais e negligenciadas, e contou também com a participação de outros pesquisadores da Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia), incluindo Aldina Barral, Artur Queiroz e Luciane Santos. E, para entender o achado, se você faltou às aulas de biologia na escola, é preciso saber que as células são formadas por membranas cuja a estrutura basicamente é composta por lipídios e proteínas – é essa parte da célula que seleciona aquilo que entra e sai.

Neste estudo, Azevedo investigou uma parte específica dessa fina camada da célula: o Lipofosfoglicano (LPG). “A variação dos genes que fazem parte da síntese desse componente nas diversas espécies de Leishmania ainda é pouco compreendido mesmo sendo sabido que ele é um importante fator de virulência das leishmanias”, explica o pesquisador. “É uma doença negligenciada, não tem tanto investimento no campo da pesquisa”, acrescenta.

“E o LPG é um composto de membrana muito importante durante todos os estágios de vida do parasita. Desta forma, entender a variação dos genes responsáveis pela sua síntese é um dos primeiros passos para compreendermos melhor a sua variabilidade entre as diferentes espécies de Leishmania”, detalha Gentil.

Ainda voltando à aula de biologia, para um agente causador de doenças se espalhar no corpo, é preciso que ele se replique dentro das células do hospedeiro. Para entender o papel do LPG nos quadros de manifestação da leishmaniose, os pesquisadores aplicaram uma estratégia de mineração de dados para comparar em larga escala o DNA do protozoário causador da doença. Os dados foram coletados de sistemas públicos nacionais e internacionais.

Assim, eles puderam perceber as semelhanças e diferenças entre as diversas sequências genômicas – ou seja, a ausência, presença ou duplicação dos genes, aquele componente que determina as manifestações das mais elementares às mais complexas de qualquer organismo.

O estudo resultou na criação de um catálogo com os genes relacionados à síntese do LPG nas diversas espécies de Leishmania vinculando-os com dados filogenéticos (forma como se agrupam, a ordem e evolução dos genes) e de expressão de RNA (estrutura responsável pela síntese de proteínas). Os dados gerados nesse trabalho podem servir como um guia para outros pesquisadores realizarem estudos in vitro (aquele da bancada com vidros e tubos tradicionais) mais aprofundados sobre o tema.

O que é a doença?

As leishmanioses são causadas por protozoários do gênero Leishmania e da família Trypanosomatidae. De modo geral, essas enfermidades se dividem em leishmaniose tegumentar americana, que ataca a pele e as mucosas, e leishmaniose visceral (ou calazar), que acomete órgãos internos.

Trata-se de uma doença negligenciada, ou seja, que recebe pouco investimento para pesquisa, tratamento, treinamento de profissionais de saúde e produção de novos fármacos. Entre 2014 e 2018, foram diagnosticadas 19.053 pessoas com leishmaniose no Brasil, de acordo com o Departamento de Informática do SUS (DataSUS).

É uma doença transmitida ao homem (e também a outras espécies de mamíferos) por insetos vetores ou transmissores, conhecidos como flebotomíneos, muito parecido com mosquitos. No Brasil, esses insetos podem ser conhecidos por diferentes nomes de acordo com sua ocorrência geográfica, como tatuquira, mosquito palha, asa dura, asa branca, cangalhinha, birigui, anjinho, entre outros.

Trajetória

Atualmente mestrando no curso de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa da Fiocruz Bahia, Lucas Azevedo produziu o artigo que descreve estes achados como fruto de seu projeto de Iniciação Científica, período em que foi contemplado com bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb).

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Abertas as inscrições para curso de Boas Práticas para o Processamento de Amostras Histológicas

As inscrições para o curso de “Boas Práticas para o Processamento de Amostras Histológicas” estão abertas e podem ser realizadas até dia 11 de março, neste link. A atividade caracteriza-se por uma abordagem teórico-prática sobre as técnicas utilizadas durante o processamento de fragmentos de tecido, incluindo todas as suas etapas, desde a coleta desses fragmentos até a produção de lâminas histológicas. 

O objetivo do curso, a ser realizado nos dias 17 e 18/03/2020, na Fiocruz Bahia, é apresentar aos estudantes provenientes de cursos de graduação e de pós-graduação as boas práticas para o processamento de amostras histológicas. Trata-se de um tema de interesse para estudantes e pesquisadores que necessitam empregar o conhecimento de técnicas histológicas no desempenho de suas atividades, obtendo qualidade na interpretação dos resultados obtidos. A carga horária é de 8 horas e estão sendo oferecidas 15 vagas.

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Tese avalia a ação de linalol sobre parâmetros cardiovasculares

Autoria: Samuel Barbosa Camargo
Orientação: Darizy Flávia Silva Amorim Vasconcelos
Título da tese: “Potencial Anti-Hipertensivo de Linalol Complexado A B-Ciclodextrina: Estudos Farmacodinâmico e Farmacocinético”.
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 09/03/2020
Horário: 14h

RESUMO

A hipertensão arterial (HA) é importante problema de saúde pública e apresenta difícil controle e tratamento. Alternativas terapêuticas precisam ser encontradas e a pesquisa com produtos naturais é bastante promissora. Os óleos essenciais de plantas apresentam efeitos biológicos sobre o sistema cardiovascular e o monoterpeno linalol (LIN) tem sido estudado como anti-hipertensivo. Os monoterpenos apresentam dificuldades de solubilidade devido às suas características lipofílicas e a formação de complexos de inclusão e sistemas de liberação controlada de fármacos, principalmente com ciclodextrinas (CDs) demonstram ser de fácil síntese e utilização para estabilização e melhoria na farmacocinética e farmacodinâmica. O objetivo deste trabalho foi avaliar a ação de linalol puro e do complexo de inclusão contendo linalol em -ciclodextrina (LIN/CD) sobre os parâmetros cardiovasculares de pressão arterial (PA) e frequência cardíaca (FC) de ratos espontaneamente hipertensos (SHR) e normotensos wistar. Como resultados dos estudos de farmacocinética, o complexo LIN/CD foi capaz de aumentar a biodisponibilidade de linalol na corrente sanguínea em cerca 20 vezes, assim como houve aumento da área sobre a curva de concentração sanguínea em relação ao tempo, demonstrando que uma vez complexado, LIN permanece por muito mais tempo na corrente sanguínea. Nos estudos para medida direta de PA e FC, administrações i.v. de LIN e LIN/CD (50 mg/kg) demonstraram ser capazes de induzir hipotensão em ratos SHR. Este efeito foi associado à bradicardia quando aplicado ao linalol puro e taquicardia sem diferenças estatísticas quando aplicado ao complexo de inclusão e comparado ao grupo veículo. Após administração por v.o., foi possível averiguar hipotensão e bradicardia por parte do grupo LIN/CD (50 mg/kg) quando comparado ao linalol puro especialmente nas 3 últimas horas. A administração de LIN e LIN/CD por via orogástrica de maneira subcrônica durante 21 dias (50mg/kg) em SHR induziu manutenção dos níveis pressóricos iniciais e apresentou um efeito anti-hipertensivo superior ao LIN e estatisticamente significante a partir do 15º dia, perdurando até o 20º dia, já o grupo LIN alcançou diminuição da pressão arterial apenas no último dia do tratamento. Adicionalmente, LIN/CD foi capaz de promover aumento nos níveis da citocina anti-inflamatória IL-10; foi capaz também de impedir o desenvolvimento de hipertrofia cardíaca, com diminuição significante do índice de massa do coração, quando comparado ao grupo tratado com LIN. Em estudos de reatividade vascular com artéria mesentérica superior, houve vasorrelaxamento induzido por NPS (10-13-10-5M) sem alterações significantes em relação aos controles. A curva em resposta à Phe (10-10-10-6M) apresentou uma diminuição significante da potência farmacológica do grupo LIN/CD em relação ao grupo veículo. Com relação ao tratamento crônico de 60 dias o grupo LIN/CD apresentou efeito anti-hipertensivo importante, desde 15 dias de tratamento, perdurando durante todo o tratamento de 60 dias, aproximando-se dos animais normotensos sadios. O grupo LIN apresentou, em menor proporção, efeito anti-hipertensivo aproximando-se do grupo veículo. Com relação aos estudos de hipertrofia do coração, após 60 dias de tratamento, apenas o grupo tratado com o complexo LIN/CD e os animais wistar apresentaram diminuição do índice de massa cardíaca quando comparado ao grupo veículo. Em estudos de reatividade vascular, após 60 dias de tratamento a curva concentração resposta à Phe apresentou diminuição estatisticamente significante no grupo tratado com LIN/CD, quando comparado ao grupo veículo, sendo que o grupo linalol também apresentou esta diminuição da reatividade vascular, porém em menor proporção. Nas curvas de relaxamento, foi possível observar alterações estatisticamente significantes para o relaxamento induzido por Ach e NPS com relação ao grupo tratado com LIN/CD em comparação ao veículo. Com relação aos estudos morfológicos, a histologia demonstrou que os grupos tratados com LIN e LIN/CD apresentaram características semelhantes ao grupo wistar sadio, sem sinais de injúrias. Esses resultados em conjunto, sugerem que o complexo de inclusão LIN/CD tem promissor potencial de aumento da biodisponibilidade de LIN e melhora dos seus efeitos sobre o sistema cardiovascular, seja com seu efeito hipotensor e anti-hipertensivo ou redução do índice de massa cardíaca e melhora da função vascular.

Palavras-chave: Hipertensão; Linalol; Ciclodextrinas; Complexo de Inclusão; Cardiovascular.

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Transferência de renda aumenta chance de cura para hanseníase, diz estudo inédito

O maior estudo de acompanhamento individual de pessoas com hanseníase do mundo gerou novos resultados: a adesão ao tratamento aumenta em cerca de 22% e a cura em 26% quando a pessoa com hanseníase é beneficiária do Programa Bolsa Família. Entre crianças menores de 15 anos, este efeito é ainda maior: a adesão ao tratamento e a cura da hanseníase aumentam em cerca de 55% se a criança faz parte de uma família beneficiária do programa. Esses achados foram publicados na edição de fevereiro da revista científica The Lancet Infectious Diseases, uma das mais conceituadas no mundo na área de saúde.

O estudo liderado pela pesquisadora do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) Júlia Pescarini mostra que pessoas com hanseníase diagnosticadas enquanto estão recebendo a transferência de renda condicionada têm uma chance aumentada de realizar todo o tratamento, que dura até um ano. Além disso, estar em uma família que recebe o benefício amplia as chances do indivíduo (adulto ou criança) se curar.

Para obterem resultados, os pesquisadores analisaram os dados individuais de pessoas com diagnóstico de hanseníase entre 2007 e 2014. No total, foram analisadas 11.456 pessoas recém diagnosticadas com hanseníase. Desses, 8.750 que receberam o benefício do Bolsa Família foram comparados com o restante das pessoas que não receberam.

Além do Cidacs, o estudo contou com a participação de pesquisadores da London School of Hygiene & Tropical Medicine e Health Data Research, no Reino Unido, Instituto de Saúde Coletiva e Instituto de Matemática Estatística da Universidade Federal da Bahia, Universidade Federal Fluminense (UFF), Núcleo de Medicina Tropical da Universidade de Brasília (UnB) e Fiocruz Brasília.

Efeitos

A pesquisa liderada por Pescarini, pesquisadora do Cidacs e doutora em epidemiologia pela Universidade de São Paulo (USP), mostra que geralmente a adesão e a cura da hanseníase variam de acordo com a forma da doença. Na forma paucibacilar (até cinco lesões) o tratamento dura entre seis e nove meses e a proporção de indivíduos que se curam é maior. Já quem desenvolve a forma multibacilar (mais de cinco lesões) pode ficar um ano ou mais recebendo a medicação, o que aumenta as chances de abandonar o tratamento. Na pesquisa, os autores encontraram que o efeito do Programa Bolsa Família parece ser mais evidente quanto mais longo é o tratamento.

Além disso, o estudo indica que as condições socioeconômicas (baixa renda, falta de informação e a habitação precária) são consolidadas cientificamente como determinantes para desenvolvimento, tratamento e cura da hanseníase, ou mesmo ter sequelas permanentes desencadeadas pela doença.

“Nesse sentido, o efeito do programa Bolsa Família pode estar associado ao fato de que famílias beneficiárias possuem maior segurança alimentar e que as crianças incluídas no programa precisam cumprir certas condicionalidades. Isso inclui alta adesão escolar e ir com frequência ao Posto de Saúde para o monitoramento do crescimento e para cumprir o calendário de vacinação, o que gera mais exposição aos serviços de saúde”, explica Pescarini.

Além disso, a autora sugere que o beneficio de renda do programa pode colaborar para redução dos gastos indiretos do tratamento, como deslocamento até o posto de saúde, o que melhoraria a adesão ao tratamento da hanseníase.

Estudos anteriores

O estudo realizado no Cidacs faz parte da Coorte de 100 Milhões de Brasileiros – uma plataforma de pesquisa do Cidacs que avalia o impacto de políticas sociais usando os dados do Cadastro Único para Programas Sociais a partir de cruzamentos com diversos sistemas de informações em saúde. Para este estudo, os pesquisadores analisaram bases de dados com informações individuais de 33 milhões de pessoas que utilizaram algum benefício social entre 2007 e 2014, dos quais quase 24 mil eram pessoas com a enfermidade. O tamanho da amostra com dados individuais torna esse o maior estudo já realizado sobre o tema.

No ano passado, o grupo de pesquisadores publicou outros achados sobre o tema, como os fatores socioeconômicos que elevam a possibilidade de o indivíduo desenvolver hanseníase: as chances dobram quando há ausência de renda, escolaridade e/ou condições inadequadas de habitação. Além disso, a magnitude do estudo permitiu que, pela primeira vez, pudessem ser analisados critérios étnicos com precisão. Após ajustadas todas as outras características, a análise indicou que pessoas autodeclaradas pretas e pardas são mais propensas a ter a doença do que as brancas.

Outros dados encontrados mostram que o risco de uma criança contrair hanseníase na região Norte do Brasil é 34 vezes maior do que no Sul. Moradores do Norte ou Centro-Oeste têm de cinco a oito vezes mais chances de contrair a doença, sendo o Nordeste a terceira região de incidência. O risco de hanseníase é 40% maior nas pessoas em situação de pobreza em relação a indivíduos com renda acima de um salário mínimo.

A hanseníase

A hanseníase é uma doença crônica e infectocontagiosa causada pela Mycobacterium leprae, e atinge, ainda hoje, 200 mil pessoas, sendo que a cada dez novos casos no mundo, um acontece no Brasil, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/ONU). No Brasil, em 1976 foi determinado o uso da palavra hanseníase para se referir a doença, pelo estigma que a denominação lepra causava aos pacientes. Todo o tratamento é fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de forma totalmente gratuita a todos os pacientes diagnosticados.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza que uma vez confirmado o caso, o paciente deve começar imediatamente o tratamento medicamentoso: a poliquimioterapia (PQT) com antibióticos, cuja duração varia segundo a forma clínica da doença, a idade do paciente e sua tolerância ao medicamento.

Estudo: “Effect of a conditional cash transfer programme on leprosy treatment adherence and cure in patients from the nationwide 100 Million Brazilian Cohort: a quasi-experimental study”

Pesquisador(es): Julia Pescarini.

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Teste rápido de leptospirose é lançado na Fiocruz Bahia

Foto: Ascom Fiocruz Bahia

O Ministério da Saúde e a Fiocruz Bahia lançaram, no dia 13/2, o teste rápido para diagnóstico de leptospirose. O kit diagnóstico foi desenvolvido por pesquisadores da Fiocruz Bahia a partir da parceria com Bio-Maguinhos, unidade produtora de imunobiológicos da Fiocruz nacional.

O teste identifica, em sangue total, soro ou plasma, anticorpos para a leptospirose, apresentando resultado em até 20 minutos. O kit será executado em ambiente hospitalar, para auxiliar e dar oportunidade ao tratamento específico da doença.

Um projeto para avaliar a implantação do teste deverá contar com participantes de todas as regiões do país. Além de Salvador (BA), cidades da região Sudeste foram sugeridas para iniciar o projeto devido às chuvas acentuadas que vem atingindo Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, pois as inundações favorecem a ocorrência de casos de leptospirose.

O desenvolvimento do kit diagnóstico foi liderado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Mitermayer Galvão dos Reis, junto com o professor da Universidade de Yale (EUA) e pesquisador externo da instituição, Albert Ko. No lançamento, Mitermayer Reis apresentou como foi realizada a pesquisa até a materialização do produto. “Isso é resultado de um esforço coletivo. Agradeço a todos os parceiros”, comemorou.

Na abertura do evento, André Luiz de Abreu, coordenador Geral de Laboratórios de Saúde Pública – CGLAB, da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde (MS), ressaltou a importância de poder disponibilizar para a população um produto desenvolvido numa instituição pública de referência. “Isso é mostrar que nosso país tem capacidade produtiva, de desenvolvimento e de atender a sua população, com tecnologia e confiança”, afirmou.

O diretor do Departamento de Imunizações e Doenças Transmissíveis (SVS/MS), Julio Croda, agradeceu ao Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e ao secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, pelas escolhas mais técnicas em investimento e execução orçamentaria para as ações que possam gerar impacto na saúde da população brasileira.

“Esse é um momento de retorno para sociedade, principalmente no sentido de todo investimento que é feito em tecnologia e inovação, sendo um produto eminentemente nacional. Iremos disponibilizar esse kit em um momento importante de enchentes em São Paulo e Minas Gerais, porque o tratamento faz diferença, evita a progressão da leptospirose e diferenciá-la de outras doenças febris é fundamental”, declarou.

O coordenador de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fiocruz, Rivaldo Venâncio, felicitou os pesquisadores do projeto que começou há, aproximadamente, 20 anos. “Essa é uma conquista do SUS. Parabenizo todos que trabalharam nesse projeto que é uma construção de vida. Quando a gente olha, desde as primeiras ideias até chegar a um produto como esse, tem muitas horas no laboratório, tem muito trabalho”, pontuou.

Marilda Gonçalves, diretora da Fiocruz Bahia, destacou que a leptospirose é um problema grave de saúde pública e falou sobre a dificuldade de se fazer o diagnóstico diferencial para que o tratamento seja instituído de maneira rápida. “É uma honra fazer o lançamento aqui, na Fiocruz Bahia. Parabenizo a todos os pesquisadores envolvidos, é uma satisfação participar desse momento e ver a concretização desse trabalho”, comentou. 

Maurício Zuma, diretor de Bio-Manguinhos, observou que esse trabalho é um exemplo de como fazer inovação. “O desenvolvimento desse kit trouxe uma geração de pesquisadores que soube transformar o conhecimento em algo prático, o que é complexo de se fazer. Bio-Manguinhos está totalmente preparada para fazer a produção do kit, que será muito importante para a vigilância epidemiológica”. Também esteve presente ao evento Antônio Ferreira, coordenador do Programa de Desenvolvimento Tecnológico de Reativos para Diagnóstico de Bio-Manguinhos.

Doença e diagnóstico

A leptospirose é uma doença causada por bactérias do gênero Leptospira spp.. Endêmica no Brasil, a enfermidade está relacionada às precárias condições de infraestrutura sanitária. Durante os períodos de chuvas e enchentes, a bactéria expelida através da urina dos ratos, presente nos esgotos e bueiros, mistura-se à inundação e penetra no corpo através da pele, principalmente por ferimentos, mas também com a pele íntegra, se imersa por longos períodos.

Comumente confundida com outras doenças febris, como dengue, a leptospirose é caracterizada por sintomas como dores de cabeça e no corpo, podendo manifestar vômito, diarreia e tosse. Na fase tardia da doença, ocorrem manifestações mais graves como pele e olhos amarelados, sangramento e alterações urinárias. A letalidade chega a cerca de 10%.

Os testes diagnósticos para leptospirose têm alto custo, sendo necessário juntar uma quantidade de amostras de pacientes com suspeita da doença para que seja realizado, levando dias e até semanas para apresentar o resultado. O novo kit é de fácil uso para diagnóstico em campo ou laboratório, com a vantagem de ser uma opção portátil, rápida e de aplicação individual.

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Fiocruz Bahia lança projeto para incentivar interesse de meninas de escolas públicas pela ciência

Foi celebrado na terça-feira, 11 de fevereiro, o Dia Internacional da Mulher e Menina na Ciência, na Fiocruz Bahia. A data foi estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), junto com a UNESCO, em colaboração com instituições e parceiros da sociedade civil que promovem o acesso e a participação de mulheres e meninas na ciência. Na ocasião, foi lançado o projeto “Meninas baianas na ciência: conectando passado, presente e futuro”.

A iniciativa, organizada pelas pesquisadoras da Fiocruz Bahia, Karine Damasceno, Isadora Siqueira e Natália Tavares, tem como objetivo incentivar meninas de escolas públicas de Salvador a conhecer e a se interessar pelas áreas de ciência e tecnologia a partir dos exemplos de atuação de mulheres na ciência visando inspirar essa vocação, além de fortalecer e divulgar o papel das mulheres nas atividades em áreas de ciência da saúde.

Cerca de 75 meninas serão selecionadas para participar do evento a ser realizado nos dias 16 e 17 de abril, na Fiocruz Bahia, quando serão realizadas palestras com mulheres reconhecidas, nacional e internacionalmente, que realizarão um levantamento histórico sobre mulheres brasileiras na ciência, bem como de suas trajetórias profissionais, de maneira a influenciar na projeção futura dessas meninas na ciência. Também serão realizados workshops com temas diversos, ministrados por pesquisadoras e com a participação de alunas dos Programas de Pós-graduação, da Iniciação Científica e meninas do Programa de Vocação Científica (PROVOC).

O lançamento contou com a presença da diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, e as vice-diretora de Ensino e Informação, Patrícia Veras, e da vice-diretora de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, Camila Indiani. A diretora destacou a importância do projeto para promover a igualdade de gênero na ciência e superar todos os desafios. “Ser mulher na ciência é difícil, precisamos enfrentar vários desafios, mas isso não pode tirar o brilho das nossas conquistas”, ressaltou Marilda Gonçalves.

Patrícia Veras comentou sobre o papel da Fiocruz Bahia no caminho a ser seguido para a equidade de gênero, contribuindo para a formação em ciência, tecnologia e inovação em meio ao protagonismo feminismo pungente. Em sua fala, Camila Indiani trouxe conselhos que cientistas mulheres deram para as futuras gerações em evento da Revista Nature, como se espelhar nos exemplos que vieram antes e abriram os caminhos para que mais mulheres pudessem fazer ciência hoje em dia.

O evento contou com a presença do diretor da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), Paulo Elian, que disse estar muito feliz em participar do encontro como pesquisador de uma instituição que é dirigida por uma mulher, Nísia Trindade, presidente da Fiocruz nacional, desde 2017.

A COC é a unidade técnico-científica da Fundação Oswaldo Cruz dedicada à preservação da memória da Fiocruz e às atividades de pesquisa. Em sua apresentação, Paulo trouxe a história da presença feminina na Fundação desde os primeiros momentos e o pioneirismo de algumas pesquisadoras, que farão parte do projeto nacional da Fiocruz “Mulheres na Fiocruz: Memórias, Trajetórias e Contextos”.

Ações governamentais

 Em um segundo momento, foi realizada uma mesa redonda com a presença de representantes de secretarias do governo do estado da Bahia, que promovem ações voltadas para a valorização das mulheres no campos de ciências e, também, pela igualdade racial nesta área. A secretária Estadual de Promoção da Igualdade Racial, Fabya Reis, falou da importância extrema de ações que contemplem a inclusão de mulheres negras na ciência.

Shirley Costa, coordenadora do projeto Ciência na Escola (Secretaria de Educação do Estado da Bahia), mostrou em sua apresentação as ações promovidas nas escolas públicas para incentivar o interesse por ciência e trouxe resultados envolvendo alunas, como o Projeto Minas na Ciência, de São Miguel das Matas (BA) e a equipe Educa Girls, de Jacobina (BA), que conquistou a etapa regional do Technovation Challenge Brazil, em 2018, competição de desenvolvimento de aplicativos para meninas de 10 a 18 anos.

No campo da tecnologia e inovação, estavam presente ao evento, Mara Souza, assessora da Secretária Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI), Adélia Pinheiro; Sahada Luedy, Diretora de Políticas e Programas, da Superintendência de Desenvolvimento Cientifico da SECTI, responsável pela Popularização da Ciência, e Ilnah Oliveira, Coordenadora de Políticas e Programas da Superintendência de Desenvolvimento Científico da SECTI.  

As representantes da SECTI enfatizaram a importância da parceria com a Fiocruz Bahia e mencionaram o edital de pesquisa sobre anemia falciforme e outros agravos da população negra, que foi lançado no final de 2019. O edital visa a implantação do Centro de Referência em Doença Falciforme, e terá cotas para mulheres e negros.

Julieta Palmeira, Secretária Estadual de Políticas para as Mulheres, destacou como o patriarcado atinge as mulheres em diversos ramos do conhecimento e como o grau de invisibilidade da mulher na ciência tem ligação com o grau de desigualdade de gênero, que é ainda muito forte. “O grande desafio não é apenas superar o número, pois a porcentagem de mulheres pesquisadoras é ainda baixa, e sim ter a presença feminina na chefia de grupos de pesquisas”, afirmou.

Ivanilda Amado, da Diretoria de Políticas para o Ensino Superior, da Secretaria Estadual de Educação, representou o Sr. Jerônimo Rodrigues, Secretário de Educação. A Sra. Ivanilda ressaltou o objeto da sua tese de doutorado, onde pesquisou mulheres negras intelectuais no campo da educação, mulheres que pavimentaram e lutaram por políticas afirmativas, possibilitando que tantas outras tivessem acesso à educação, principalmente em nível superior.

Além das autoridades presentes, o evento contou com a presença das coordenadoras dos cursos de pós-graduação, Valéria Borges (PGPAT) e Theolis Barbosa (PGBSMI) e de vários pesquisadores da Fiocruz Bahia. Também marcaram presença, Emília Machado, diretora da Associação que leva seu nome, e os estudantes que desenvolvem o projeto Jovens Pensantes.

Como desdobramento do evento, a secretária Julieta Palmeira organizará uma reunião congregando as secretarias e outras instituições do estado da Bahia para que sejam discutidas estratégias que propiciem a continuidade do projeto.

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Estudo identifica infecção congênita por Zika em recém-nascidos assintomáticos

Casos de infecção congênita por zika durante o surto de microcefalia, após a epidemia do vírus em 2015, foram identificados e caracterizados em bebês que nasceram assintomáticos e sem alterações no perímetro cefálico.

O estudo foi descrito em artigo publicado no International Journal of Gynecology and Obstetics. A pesquisa foi realizada em 2016, com bebês nascidos na maternidade pública Professor Jose Maria Magalhães Netto, em Salvador, Bahia, uma das cidades do país mais afetadas pela epidemia de microcefalia.

Ao todo, 151 recém-nascidos fizeram parte do estudo: 32 foram classificados com microcefalia dentro dos critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde, 5 destes foram classificados como apresentando microcefalia grave; enquanto 119 foram considerados normais. A maioria dos bebês nasceram entre janeiro e maio de 2016.

Amostras de tecido placentário, sangue, sangue do cordão umbilical e urina dos recém-nascidos foram coletadas para testes. Nos bebês com microcefalia, foram detectados anticorpos para o vírus em exames sorológicos.

Nos bebês normocefálicos, 4 tiveram resultados positivos em exames sorológicos, enquanto 13 tiveram resultados positivos para Zika nos testes de urina, plasma ou placenta, totalizando 17 bebês que não foram considerados microcefálicos acometidos pela infecção congênita pelo vírus.

Esses resultados mostram que esta infecção pode estar presente em pacientes assintomáticos no nascimento, enfatizando a importância do acompanhamento pré-natal e neonatal em regiões endêmicas. Nos casos de infecção por vírus Zika na gestante, é recomendado aos bebês, mesmo que assintomáticos no nascimento, acompanhamento por profissionais de saúde, já que estudos anteriores demonstram que alguns desses bebês, ao longo do desenvolvimento, apresentaram atrasos neurológicos.

O estudo liderado pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Isadora Siqueira, faz parte do Programa Conjunto de Pequenas Subvenções, com o apoio do Escritório Regional da Organização Mundial de Saúde (OMS) para as Américas (OPAS). Na publicação ‘Construindo oportunidades durante uma epidemia de zika nas Américas: o caso de fortalecimento da capacidade de pesquisa’ são apresentados os trabalhos de equipes de pesquisa no Brasil, Colômbia e Peru, apoiadas por meio de um programa conjunto de pequenos subsídios.

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Sobrevivência de mulheres com câncer do colo do útero é tema de dissertação

Autoria: Camila Gomes de Souza Andrade
Orientação: Guilherme de Sousa Ribeiro
Título da dissertação: “Sobrevivência de mulheres com câncer do colo do útero em Salvador, Bahia”.
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 19/02/2020
Horário: 14h

RESUMO

INTRODUÇÃO: O câncer de colo do útero (CCU) possui elevada morbimortalidade no mundo, sendo a quarta neoplasia mais frequente em mulheres. No Brasil, estimou-se que ocorreram 16.370 casos novos desta doença em 2019, com um risco de 15 casos por 100 mil mulheres. Apesar da elevada ocorrência, esse tumor é prevenível e curável, se detectado e tratado oportunamente. Entretanto quando o diagnóstico é tardio, há riscos sequenciais para a mulher, pois o atraso no início da terapêutica influencia o prognóstico, a morbidade e a sobrevivência. No Brasil, há poucos estudos sobre a sobrevivência de mulheres com CCU e nos Estados que possuem essa informação a sobrevivência em cinco anos variou de 25% a 71%.

OBJETIVO: Estimar a sobrevivência e identificar os fatores associados à sobrevivência em mulheres com câncer do colo do útero atendidas no principal hospital de referência para neoplasias de Salvador (BA).

MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de um estudo de coorte prospectiva de mulheres com CCU atendidas em um hospital de referência para neoplasias em Salvador entre 6 de maio de 2011 a 28 de abril de 2014. O seguimento foi realizado de 6 de maio de 2011 a 27 de abril de 2018, com tempo de seguimento de quatro a sete anos. Dados clínicos, sobre tratamento e sobrevivência foram coletados através de revisões de prontuários, ligações telefônicas e consulta ao Sistema de Informação sobre Mortalidade. Para a análise de sobrevivência foi usado o método de Kaplan Meier e a regressão de riscos proporcionais de Cox com modelo conceitual hierarquizado.

RESULTADOS: Foram incluídas 897 pacientes, das quais 73% apresentavam a doença localmente avançada. Identificou-se 506 (56%) óbitos, com tempo mediano de sobrevivência de 38 (IIQ: 9- 63) meses. A sobrevivência em 1, 3 e 5 anos foi de 70%, 51% e 44%, respectivamente. A análise bivariada constatou que mulheres com mais de 40 anos, sem ocupação remunerada, fumantes, não assistidas pela Estratégia de Saúde da Família (ESF), que não trouxeram o exame citopatológico ou histopatológico na 1ª consulta, com estadiamento avançado e sangramento uterino anormal (SUA) apresentaram pior prognóstico. O estádio apresentou efeito dose-resposta sobre a mortalidade, que variou de 4 a 66 por 100 mulheres-ano nos estágios I e IV, respectivamente. As análises multivariadas indicaram um pior prognóstico em mulheres com idade maior ou igual a 40 anos (RR: 1,35; IC95: 1,06-1,71), sem ocupação remunerada (RR: 1,38; IC95: 1,09-1,74) e fumantes (RR: 1,30; IC95: 1,06-1,59). Com a inclusão das variáveis relacionadas ao acesso aos serviços de saúde pouco se alterou tais associações e evidenciou também pior prognóstico relacionado a não ser assistida pela ESF (RR: 1,22; IC95: 1,01-1,47) e não ter trazido exame citopatológico (RR: 1,52; IC95: 1,23-1,89) ou histopatológico (RR: 1,55; IC95: 1,28-1,87). Com a inclusão das variáveis clínicas, as forças de associação das variáveis dos níveis anteriores foram reduzidas, indicando que o efeito delas é mediado por características clínicas. No modelo final, as variáveis clínicas associadas foram SUA (RR:1,45; IC95: 1,10-1,91) e estadiamento, com RR de 2,44 (IC95: 1,68-3,53) para o estágio II e de 9,42 (IC95: 5,98-14,82) para o IV.

CONCLUSÃO: Ressalta-se a importância da detecção precoce desta neoplasia e do fortalecimento de ações de combate ao tabagismo e da Estratégia de Saúde da Família, como medidas adicionais. Futuros estudos devem aprofundar a análise da influência de marcadores de acesso aos serviços de saúde, do tratamento realizado e do estado psicoemocional das mulheres com CCU sobre a sua sobrevivência.

Palavras-Chave: Neoplasias do colo do útero; Câncer de Colo Uterino; Sobrevida e Fatores prognósticos.

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Dissertação faz avaliação do potencial citotóxico e antitumoral do óleo de Cyperus articulatus

Autoria: Mateus Lima Nogueira
Orientação: Marcos André Vannier dos Santos
Título da dissertação: “Avaliação do potencial citotóxico e antitumoral do óleo essencial do rizoma de Cyperus articulatus L. (Cyperaceae) em células de carcinoma hepatocelular humano”.
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana-UFBA /FIOCRUZ
Data de defesa: 03/03/2020
Horário: 09h

RESUMO

INTRODUÇÃO: O câncer é a designação dada a um grupo de doenças de origem multifatorial que representa um importante problema de saúde pública global. Neste grupo, o carcinoma hepatocelular se destaca como um dos mais letais, em consequência do seu desenvolvimento silencioso e tratamento dificultado. Tem-se dado, portanto, um importante destaque ao desenvolvimento de melhorias terapêuticas. Neste cenário, os óleos essenciais têm despertado o interesse científico devido à comprovada atividade citotóxica dos seus constituintes frente a neoplasias e Cyperus articulatus L. (Cyperaceae) demonstrou, dentre seus vários efeitos farmacológicos, potencial atividade anticâncer. No entanto, não há registros sobre seus mecanismos de ação sobre nenhum tipo histológico neoplásico. OBJETIVO: Avaliar a atividade citotóxica in vitro, estudar os mecanismos de ação desempenhados e examinar a ação antitumoral in vivo do óleo essencial do rizoma de C. articulatus sobre células de carcinoma hepatocelular humano HepG2. MÉTODOS: O óleo essencial de C. articulatus foi obtido por hidrodestilação e sua composição avaliada qualitativa e quantitativamente por cromatografia gasosa. A atividade citotóxica foi mensurada frente a diferentes linhagens celulares cancerígenas (B16F10, HCT116, HepG2, HL-60 e MCF-7) e uma linhagem não cancerígena (MRC-5) pelo ensaio de alamar blue, em 72h. A seguir, células HepG2 foram avaliadas após tratamentos por 24 e 48h empregando diferentes concentrações do óleo essencial (12,5, 25 e 50 μg/mL), para mensuração, pelo ensaio de exclusão por azul tripan, das células íntegras. A avaliação do impacto do tratamento com o óleo-teste sobre a evolução do ciclo celular e determinação de células marcadas com anexina V-FITC/iodeto de propídio foram realizados por citometria de fluxo. A eficácia antitumoral do tratamento foi avaliada em modelo de xenotransplante heterotópico em camundongos C.B-17 SCID, inoculados com células HepG2. RESULTADOS: O óleo essencial de C. articulatus apresentou composição predominantemente formada por sesquisterpenos, e muscatona, ciclocolorenona, α-pineno, pogostol, α-copaeno e óxido de cariofileno como susbtâncias majoritárias. Foi encontrada atividade citotóxica potente em células HepG2 (IC50 = 28,5 μg/mL), com redução do número de células íntegras, após 48h de tratamento. O óleo levou ao aumento significante no número de células em fase G2/M do ciclo celular, seguido de fragmentação internucleossomal do DNA. O tratamento resultou no aumento de células com marcação pela anexina V-FITC, sugerindo morte celular apoptótica. Em modelo in vivo, o óleo resultou em retração no desenvolvimento dos tumores, apresentando índices de até 50% de inibição e sem identificação de eventos de toxicidade. CONCLUSÕES: O óleo essencial do rizoma de C. articulatus se apresenta como um potencial candidato ao desenvolvimento de uma nova estratégia quimioterápica para o carcinoma hepatocelular, uma vez que induz atividade citotóxica na linhagem HepG2, mediada por parada do ciclo celular em G2/M, fragmentação do conteúdo intranucleossomal de DNA e aumento da externalização da fosfatidilserina, além de inibir o desenvolvimento tumoral em modelo de xenotransplante.

Palavras-Chave: Carcinoma Hepatocelular, Cyperus articulatus, HepG2, Óleo Essencial.

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Dissertação compara resposta imune em vacinados com BCG Moreau e BCG Rússia

Autoria: Julia Bittencourt Cardoso dos Prazeres
Orientação: Sergio Marcos Arruda
Título da dissertação: “Análise comparativa da resposta imune celular em neonatos vacinados com BCG Moreau e BCG Rússia”.
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 28/02/2020
Horário: 09h

RESUMO

INTRODUÇÃO: A BCG é a única vacina licenciada no mercado para uso contra a tuberculose (TB). No entanto, sua alta eficácia está relacionada somente contra as formas mais graves da doença, enquanto que contra a forma pulmonar é variável de zero a 80%. Variações biológicas entre as diferentes cepas de BCG possam influenciar sua eficácia. No Brasil, a cepa de referência Moreau foi substituída pela cepa Russia em 2017. OBJETIVO: Avaliar a resposta imune celular de neonatos vacinados com BCG Russia e BCG Moreau, assim como verificar a associação entre a cepa utilizada na imunização e a formação de cicatriz vacinal. MÉTODOS: Ensaio clínico não randomizado, realizado na Maternidade Magalhães Netto. Após o nascimento, neonatos saudáveis foram alocados em dois grupos: vacinados com BCG Moreau (Grupo 1: G1) e BCG Russia (Grupo 2: G2), e acompanhados periodicamente após a vacinação. Amostras biológicas foram coletadas em T0 (pré-BCG) e T1 (12 semanas pós-BCG), para realização de ensaios imunológicos in vitro, de quantificação de citocinas em culturas de sangue total na ausência ou presença de antígenos micobacterianos (BCG Moreau, BCG Russia e H37Rv-HK, através de ensaio de citometria por bead. Além disso, o processo de formação de cicatriz também foi avaliado. RESULTADOS: Entre dezembro de 2018 e junho de 2019, 36 neonatos foram incluídos no estudo. Destes, seis (37,5%) foram vacinados com a cepa Moreau (G1) e nove (56,25%) com a cepa Russia (G2). Antes do desafio, G1 apresentou aumento na produção das citocinas IL-2, IL-10 e IL-4. A vacinação estimulou a produção de IL-2 e IFN-γ em ambos os grupos, com aumento de IL-6, TNF e IL-10 após vacinação com BCG Russia. H37Rv não foi capaz de estimular produção de citocinas em nenhum dos dois grupos, com exceção da IL-2, aumentada após a vacinação com BCG Moreau (G1). Em análise comparativa de T0, G1 respondeu melhor ao estímulo com BCG Moreau e H37Rv. O mesmo aconteceu na comparação entre BCG Moreau e BCG Russia, e na resposta específica ao H37Rv. Após a vacinação, BCG Moreau induziu maior resposta inflamatória, com aumento na detecção de IL-6, TNF, IFN-γ e IL-10. BCG Russia estimulou IFN-γ, exclusivamente. A vacinação foi bem tolerada e a lesão apresentou evolução normal. Contudo, foi possível evidenciar uma menor extensão da cicatriz vacinal no grupo vacinado com a cepa Russia. CONCLUSÕES: A resposta imune precoce de G1 pode ter sido influenciada pela exposição materna à TB. Os padrões de citocinas induzidas pelas cepas vacinais BCG Moreau e BCG Russia são complexos, mas semelhantes. Embora ambas as cepas tenham sido associadas ao padrão clássico Th1, somente a cepa Russia estimulou as citocinas inflamatórias IL-6 e TNF, com regulação de IL-10, o que pode estar relacionado com a menor extensão da cicatriz. A imunização com BCG foi bem tolerada e a lesão apresentou evolução normal, com cicatrização em G1 e menor extensão em G2.

Palavras-chave: Vacina BCG, Neonatos, Citocinas.

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Fiocruz Bahia recebe visita da SVS e lança projeto de avaliação de implantação de teste rápido para leptospirose

Foto: Ascom Fiocruz Bahia

A Fiocruz Bahia receberá, nos dias 13 e 14 de fevereiro, os representantes da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde, André Luiz de Abreu (coordenador Geral de Laboratórios de Saúde Pública –CGLAB) e Júlio Croda (diretor do Departamento de Imunizações e Doenças Transmissíveis). Também receberá Rivaldo Venâncio, coordenador de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fiocruz.

A visita contará com o diretor de Bio-Manguinhos, Maurício Zuma; o coordenador do Programa de Desenvolvimento Tecnológico de Reativos para Diagnóstico de Bio-Manguinhos, Antônio Ferreira; a diretora do Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN – BA), Arabela Leal; e a presidente do Conselho Estadual dos Secretários Municipais de Saúde da Bahia (COSEMS/BA), Stela Souza.

Na oportunidade, ocorrerá o lançamento do projeto para avaliar a implantação de teste rápido para diagnóstico de leptospirose, desenvolvido por pesquisadores da Fiocruz Bahia a partir da parceria com Bio-Maguinhos, unidade produtora de imunobiológicos da Fiocruz nacional. O teste identifica, em sangue total, soro ou plasma, anticorpos para a leptospirose, apresentando resultado em até 20 minutos.

O projeto deverá contar com participantes de todas as regiões do país, a região sudeste foi sugerida para iniciar o projeto. O kit de diagnóstico será executado em ambiente hospitalar, para auxiliar e dar oportunidade ao tratamento específico da doença.

Os representantes da SVS também visitarão o Laboratório de Nível de Biossegurança 3 (NB3) da instituição e realizarão reuniões com os pesquisadores da Fiocruz Bahia, com a diretoria do LACEN-BA e do COSEMS-BA.

Como parte da programação, a sessão científica intitulada “Rede Nacional de Laboratórios de Saúde Pública: desafios e perspectivas” será ministrada por André Luiz de Abreu. A palestra, a ser realizada no dia 14/2, às 09 horas, é aberta ao público.

 

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Proteínas da Treponema pallidum para diagnóstico da sífilis são avaliadas em dissertação

Autoria: Ângelo Antonio Oliveira Silva
Orientação: Fred Luciano Neves Santos
Título da dissertação: “Avaliação e validação de proteínas recombinantes do Treponema Pallidum para o imunodiagnóstico da sífilis”.
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 12/02/2020
Horário: 09h

RESUMO

INTRODUÇÃO: A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum, que se caracteriza por ser crônica, multissistêmica e restrita aos seres humanos. Ainda persiste como um problema de saúde pública e é considerada como a mais importante infecção que afeta gestantes e recém-nascidos. Rotineiramente, o diagnóstico laboratorial é realizado através de testes sorológicos não-treponêmicos (VDRL e RPR) e testes treponêmicos (ELISA, QML e IFI). Dentre os treponêmicos, os imunoenzimáticos apresentam bom desempenho, a depender da preparação antigênica utilizada. Desta forma, proteínas recombinantes fornecem maior confiabilidade aos resultados por melhorarem a sensibilidade, especificidade e a reprodutibilidade dos imunoensaios. OBJETIVO: Avaliar o potencial diagnóstico das proteínas recombinantes TpN17, TpN47, TpN15 e TmpA do T. pallidum para o diagnóstico laboratorial da sífilis. MATERIAL E MÉTODOS: As proteínas foram produzidas e purificadas no Instituto de Biologia Molecular do Paraná. Os ensaios de ELISA indireto foram padronizados e otimizados através de checkerboard titration para determinar a quantidade ideal de antígeno, anticorpo secundário e amostras séricas, utilizando 4 pools negativos e 3 pools positivos em duplicata. Para o estudo de fase I, 653 amostras séricas foram consideradas elegíveis, sendo 143 positivas para sífilis, 301 negativas e 209 positivas para outras doenças infecto-parasitárias. As amostras foram reavaliadas para a presença ou ausência de anticorpos para sífilis, através de testes não-treponêmicos (USR e RPR) e/ou treponêmicos (FTA-ABS – IIFT IgG). RESULTADOS: Na padronização, a maior diferença do sinal entre as amostras positivas e negativas foi atingida utilizando as seguintes condições: TpN17 e TpN47 (100 ng do antígeno, 1:25 do soro e 1:20.000 do conjugado) e TmpA (200 ng do antígeno, 1:25 do soro e 1:10.000 do conjugado). Não foi possível padronizar a molécula TpN15, provavelmente devido à problemas de expressão e purificação, e por isto ela foi desconsiderada do estudo. No estudo de fase I, obteve-se a área abaixo da curva (AUC) de 97,2%, 91,8% e 81,6% para a TpN17, TmpA e TpN47 respectivamente. A TpN17 e TmpA apresentaram uma especificidade de 100% enquanto a TpN47 obteve 99,7%. Todavia, do quantitativo de amostras positivas, a TpN17 e a TmpA diagnosticaram 43 amostras como falso-negativas, resultando em sensibilidade de 69,9%. Já a TpN47, diagnosticou 66 amostras como falso-negativas, apresentando uma sensibilidade de 53,8%. Na determinação do índice de reatividade cruzada, foi observada uma reatividade de 2,9% (6/209) para a TpN17 (leptospirose: 6) e 16,74% (35/209) tanto para a TmpA (leptospirose: 32; dengue: 1; filariose: 1; esquistossomose: 1) quanto para a TpN47 (leptospirose: 32; filariose: 1; HIV: 2). No ensaio de reprodutibilidade intra-placa não houve diferença significativa entre as moléculas, apresentando assim uma boa repetitividade dos ensaios. CONCLUSÃO: A despeito dos baixos valores de sensibilidade reportados, as proteínas mostraram elevada capacidade diagnóstica em virtude dos valores de AUC encontrados. Contudo, uma melhora na sensibilidade pode ser alcançada quando misturas antigênicas forem avaliadas, consistindo na próxima etapa de nossa investigação.

Palavras Chave: Sífilis; imunodiagnóstico; testes sorológicos; antígenos recombinantes.

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Dissertação analisa aspectos da coqueluche em Salvador de 2011 a 2016

Autoria: Lucas de Oliveira Araújo
Orientação: Leila Carvalho Campos
Título da dissertação: “Aspectos Clínicos e Epidemiológicos da Coqueluche em Salvador nos anos de 2011 a 2016”.
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 13/02/2020
Horário: 09h30

RESUMO

INTRODUÇÃO: A coqueluche é uma doença infecciosa do trato respiratório causada pela bactéria Bordetella pertussis. Na Bahia, assim como no Brasil e no mundo, vem-se observando a reemergência da doença. Os aspectos clínicos e epidemiológicos podem auxiliar na compreensão dos possíveis fatores associados à ocorrência e ao comportamento da coqueluche. OBJETIVOS: 1) Geral: Investigar os aspectos clínicos e epidemiológicos dos casos de coqueluche em cinco hospitais de referência em Salvador, no período de 2011 a 2016; 2) Específicos: Identificar os casos de coqueluche notificados nos cinco hospitais; Descrever os aspectos sóciodemográficos, clínicos e epidemiológicos; Verificar os critérios de confirmação, a situação vacinal, as medidas de investigação e o desfecho; Analisar os fatores associados àocorrência da coqueluche nos casos identificados. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo descritivo e retrospectivo do tipo corte transversal. Através do Sistema de Informações de Agravos de Notificação e do banco de dados paralelo da Divisão de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, foram selecionados cinco hospitais que apresentaram o maior número de notificações durante o período de estudo. Os prontuários e as fichas de notificação foram analisadas, coletando-seos dados sociodemográficos e clínico-epidemiológicos dos pacientes. Esses dados foram armazenados em um banco de dados eletrônico através do sistema REDCap. A análise estatística foi realizada utilizando o software STATA v12, categorizando os casos suspeitos de coqueluche como confirmados e não confirmados. A razão de prevalência foi calculada através da Regressão de Poisson com variância robusta. A diferença entre os dois grupos foi avaliada através do Qui-Quadrado de Pearson e Exato de Fisher. Adotamos um intervalo de confiança de 95% com um nível de significância de 5% para todas as análises. RESULTADOS: A ocorrência da coqueluche foi duas vezes maior na faixa etária <2 meses (RP=2,82) e ≥2 meses e <4 meses (RP=2,44). Identificou-se uma maior ocorrência da doença entre os não vacinados (RP=1,51; p<0,001). Todos os casos investigados apresentaram tosse em associação a um ou mais sintomas da doença, destacando-se a tosse paroxística e a cianose (p<0,001). A confirmação dos casos de coqueluche foi duas vezes mais frequente através do critério clínico. Notou-se a ausência de informações sobre o contato com caso suspeito ou confirmado de coqueluche, bem como com a não identificação de comunicantes íntimos. CONCLUSÕES: Os casos apresentaram o padrão esperado, ocorrendo na maioria em lactentes e não vacinados. A predominância do critério clínico na confirmação da doença indica uma necessidade de fortalecimento do critério laboratorial. Constatamos a ausência de informações importantes como os aspectos vacinais. A pesquisa de contatos íntimos deve ser fomentada a fim de contribuir para a melhoria do processo investigativo dos casos da doença.

Palavras-chave: Bordetella pertussis, coqueluche, tosse convulsa, epidemiologia, vacinas, fatores de risco, dados clínicos.

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Oficina de Capacitação Campus Virtual é realizada na Fiocruz Bahia

A Fiocruz Bahia realizou, nos dias 04 e 05 de fevereiro, a Oficina de Capacitação Campus Virtual. A oficina foi ministrada pela equipe do Campus Virtual da Fiocruz, com a presença de Ana Cristina Furniel (coordenadora), Eduardo Xavier (desenvolvedor), Rosane Mendes (analista de sistemas) e Ana Paula Mendonça (analista de sistemas); a atividade teve como principal objetivo qualificar coordenadores, professores e colaboradores da Fiocruz Bahia para a utilização da plataforma Moodle na produção de conteúdo educacional de livre acesso.  

A abertura da oficina foi realizada pela diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, que agradeceu a presença da equipe responsável pela capacitação e disse ser um prazer trazer esse tipo de formação para a instituição. A diretora comentou que a capacitação proposta é importante para a utilização dos recursos de Educação à Distância (EAD) com vistas ao aprimoramento das atividades de ensino e aprendizado desenvolvidas na unidade.

Ana Furniel apresentou o curso introdutório para que todos os participantes tivessem o primeiro contato com a nova plataforma, que irá substituir o Arca, como repositório da Fiocruz, nos recursos educacionais. Furniel também explicou que, posteriormente, um treinamento mais completo sobre a nova ferramenta será realizado em todas as unidades da Fundação para que estas possam incluir o recurso dentro do Educare, o novo ecossistema de Recursos Educacionais Abertos.

Durante a oficina, foram projetados cursos utilizando os materiais de produção de conteúdo disponíveis no Campus Virtual, explorando ferramentas como vídeos interativos, questionários e fóruns. Os participantes também puderam criar e gerenciar um ambiente virtual de aprendizagem na Plataforma Moodle, aplicando os recursos às estratégias educacionais dos cursos EAD.

Jacqueline Silva, servidora do Serviço de Microscopia Eletrônica da Fiocruz Bahia, foi uma das participantes do curso e considerou que esse tipo de capacitação proporciona uma visão geral do Campus Virtual, possibilitando a preparação de materiais virtuais para promover ações educacionais.

Campus Virtual

Lançado em 2016, o Campus Virtual é uma plataforma educacional que integra metodologias de ensino, informação e tecnologia. O sistema conta com serviços voltados para a aprendizagem, elaboração de cursos, capacitação de profissionais membros de unidades e redes parceiras da Fiocruz, além de oferecer materiais voltados à divulgação de notícias, eventos e entrevistas.

A equipe do Campus Virtual é responsável pelo desenvolvimento de alguns cursos EAD na Vice-Presidência de Ensino, Informação e Comunicação (VPEIC) da Fiocruz e capacitação para as diferentes unidades da Fundação sobre fluxos e etapas para construção dos cursos. A plataforma pode ser acessada através do endereço: http://cursos.campusvirtual.fiocruz.br.

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Classificação de casos de chikungunya deve ser revista, afirmam pesquisadores

Um grupo de pesquisadores realizou uma análise crítica sobre o atual sistema de classificação clínica dos casos de chikungunya. Segundo os cientistas, com a emergência da transmissão do vírus chikungunya nas Américas a partir de 2013, ficou claro que a classificação de casos como agudos, subagudos e crônicos tem sido insuficiente, porque não abrange as necessidades de classificação apresentadas por alguns pacientes. Tampouco tal classificação contribui para detecção e manejo precoce dos casos potencialmente graves.

De acordo com os estudiosos, o espectro clínico da infecção pelo chikungunya varia amplamente e inclui manifestações graves, associadas a risco de morte. Tais apresentações podem incluir acometimentos no sistema nervoso central e periférico, como Síndrome de Guillain-Barré e encefalites, além de complicações em outros órgãos e sistemas.

Para os pesquisadores, as atuais diretrizes clínicas têm como foco as dores articulares e a duração dos sintomas agudos, mas não os sintomas atípicos e as formas potencialmente mais graves da doença. O artigo de opinião foi publicado no periódico The American Journal of Tropical Medicine and Hygiene e é assinado por pesquisadores de diferentes instituições de ensino pesquisa do Brasil e dos EUA. Dentre os autores está o pesquisador da Fiocruz Bahia, Guilherme Ribeiro.

Como base para sugerir a revisão da classificação, os autores alertam que estudos no Brasil e no Caribe identificaram um aumento na mortalidade geral da população durante os meses de ocorrência de epidemias de chikungunya, quando em comparação com os meses anteriores sem surtos. Essa associação temporal e espacial entre o aumento de mortalidade geral e a ocorrência de epidemias de chikungunya sugere que a maior mortalidade pode ser uma consequência de infecções por chikungunya, mesmo que um aumento específico nos óbitos pela doença não tenha sido detectado.

Nova classificação da dengue levou décadas

No artigo, intitulado “Chikungunya Case Classification after the Experience with Dengue Classification: How Much Time Will We Lose?”, questiona-se se médicos e agentes de políticas de saúde levarão décadas para adotar uma nova classificação de caso chikungunya, como ocorreu com a dengue.

A classificação da dengue adotada na década de 1980, que focava na identificação de formas clássicas, hemorrágicas e de choque, tinha uso limitado para outras formas graves da doença, que envolviam órgãos específicos (sistema nervoso central, fígado, pulmões e coração) e também não permitia a identificação precoce dos pacientes em risco de desenvolver complicações agudas. Somente em 2009 uma nova classificação para os casos de dengue foi adotada, e esta mostrou maior sensibilidade e especificidade na discriminação dos casos mais graves da doença.

O trabalho alerta para a urgência da revisão da classificação de casos da chikungunya, uma vez que o vírus apresenta circulação sustentada em três continentes e reemergiu recentemente na Ásia e em alguns países do Sul da Europa. Uma melhor classificação da doença colabora com os esforços de vigilância para produzir relatórios consistentes sobre a apresentação clínica inicial e evolução dos casos. Também, permitirá comparações nas frequência das formas graves de doença entre diferentes locais.

Além disso, servirá para orientar as ações de vigilância durante futuras epidemias e, mais importante, ajudará na padronização do manejo clínico de acordo com a complexidade e gravidade do caso, com potencial impacto na mortalidade pela doença.

 

 

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Fiocruz Bahia realiza Seminário Desafios da Educação no IGM 2020

Aconteceu, na Fiocruz Bahia, nesta segunda (3/2), o Seminário Desafios da Educação no IGM 2020, que teve a finalidade de rever os avanços obtidos na unidade, a partir do seminário “Repensar o Ensino 2015 na Fiocruz Bahia”. No evento, foi apresentada a visão da Educação na Fiocruz Bahia, bem como o balanço dos avanços a partir de 2016.

A mesa de abertura contou com a presença da Vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Machado; da diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves; da Vice-diretora de Ensino da Fiocruz Bahia, Patrícia Veras; do idealizador do primeiro seminário de ensino e ex-diretor da Fiocruz Bahia, Manoel Barral Netto, e do Coordenador das Ações de Prospecção da Fiocruz, Carlos Gadelha.

Para Cristiani Machado, esse tipo de evento é importante para a realização de um balanço de tempos em tempos, refletindo mais profundamente sobre os desafios da educação, uma área tão complexa e importante para o país. “É uma área que sofre de forma muita aguda os efeitos das conjunturas da sociedade”, declarou a vice-presidente.

Marilda Gonçalves agradeceu a presença de todos no evento e destacou a importância de se discutir educação em todas as instâncias. “É o momento de visibilizar a educação de nosso país, principalmente na Fiocruz”, comentou a diretora.

A vice-diretora de Ensino afirmou que, desde o primeiro seminário de educação, em 2015, houve um processo de crescimento nessa área, com muitos desafios, mas também sucesso graças à integração de todos, desde a diretoria, à sede nacional, todos os vices da instituição e a equipe de ensino.  “Os desafios vêm com as novas formas de ensino, e a gente vai acrescentando essas novas formas aos nossos projetos”, disse Patrícia Veras.

Gadelha trouxe a reflexão de que não é possível fazer ações em educação no presente sem pensar no futuro e que os projetos são construídos com planejamento. “É no momento de crise que a gente precisa de projeto de futuro para agir no presente”, comentou.

Já Manoel Barral trouxe para a discussão o fato de que a sociedade enxerga bastante a Fiocruz como instituição de ensino, embora muitas vezes a Fundação seja associada apenas com a pesquisa. Barral ainda comentou sobre a procura grande pela área de educação no sítio da Fiocruz, com destaque para as formações lato sensu, que não são de pós-graduação. “A gente precisa de uma estruturação e planejamento maior para a Fiocruz assumir a educação como algo forte em sua imagem”, sugeriu o pesquisador.

Educação na Fiocruz

A primeira apresentação foi a da Vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Cristiani Machado, que proferiu a palestra sobre a visão de educação da Fiocruz nacional, destacando que todas as unidades da Fundação no Brasil, além do escritório da Fiocruz em Maputo, Moçambique, têm atividades educacionais, algumas mais voltadas para a pós-graduação, outras para especializações.

A Fiocruz oferece atividades de educação não só nas áreas de pós-graduação, como também nos programas de iniciação científica no ensino superior e ensino médio, nos programas Institucional de Bolsas de Iniciação Científica e Tecnológica (PIBIC e PIBITI) e de Vocação Científica (PROVOC).

Entre as ações de perspectiva da educação na Fiocruz no contexto atual, está a manutenção e ampliação da mobilização junto a universidades, instituições científicas, Legislativo, Governo Federal, mídia, população em geral; fortalecimento dos programas e cursos existentes, adotando estratégias de apoio aos docentes e alunos e o apoio aos programas com maiores dificuldades, em especial os do Norte e Nordeste.

As coordenadoras dos programas de pós-graduação em Patologia (PgPAT) e em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI), Valéria Borges e Theolis Bessa, respectivamente, e a pesquisadora da Fiocruz Bahia, Claudia Brodskyn, apresentaram as ações já realizadas no na instituição. 

Ao longo dos últimos anos, a Fiocruz Bahia participou de eventos onde divulgou a ciência para a sociedade, como o Fiocruz Pra Você e a participação na Feira de Cultura Japonesa Bon Odori, nas quais os alunos da instituição puderam participar ativamente. Além disso, foram elaboradas ações internas voltadas para os discentes, como o I Prêmio Gonçalo Moniz, para as melhores teses de mestrado, doutorado e egressos; o Curso de Férias de Imunopatologia e o Papo Acadêmico.

O Programa de Pós-graduação em Pesquisa Clínica e Translacional (PPgPCT) foi apresentado também no evento. O PPgPCT terá a modalidade de mestrado profissional stricto sensu, conceito inicial 3 na CAPES. Ele formará profissionais de alto nível para atuar de forma ética e qualificada em áreas de pesquisa clínica e translacional no Brasil, tendo sido inicialmente coordenado pela pesquisadora Maria Lourdes Farre Vallve e, atualmente, é coordenado pelos pesquisadores Maria Conceição Almeida e Edson Duarte, da Fiocruz Bahia.

Novas formas de ensino 

A diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio, falou sobre seu trabalho como Secretária Executiva da Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (UNA-SUS) e os desafios desde sua criação, em 2010, para atender às necessidades de capacitação e educação permanente dos profissionais que atuam no Sistema Único de Saúde (SUS).

Vinícius Oliveira, também da Fiocruz Brasília, apresentou sobre educação para profissionais de serviço Latissimo, Lato e Stricto sensu, mostrando a evolução das tecnologias que auxiliaram no ensino, em especial no seu trabalho na UNA-SUS.

Marcos Ennes Barreto, pesquisador associado do Centro de Integração de Dados e Conhecimento em Saúde (CIDACS), ressaltou o papel da Educação em Ciência de Dados e das ferramentas usadas nesse processo amplamente adotado pela pesquisa em saúde pública nos últimos anos.

Confira fotos do evento:

 

 

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Resultado final da seleção de tutores e convocação para participação de formação

O Colegiado do PPGPCT torna pública a relação dos candidatos aprovados após a entrevista, do Edital 001/2020 para Seleção de Tutores do Programa de Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional (PPGPCT). Os candidatos aprovados estão convocados a participar da Formação de Tutores, que ocorrerá no período de 10 a 19/02, com carga horária de 30 horas na modalidade semipresencial.

Clique aqui para acessar.

Informamos que o período para solicitação de recursos dos Resultados da Etapa 2 é 05 e 06/02/2020. As solicitações devem ser encaminhadas conforme orientações do Item 6 do Edital 01/2020, que orienta sobre a INTERPOSIÇÃO DE RECURSOS.  O FORMULÁRIO PARA PEDIDO DE REVISÃO está disponível no ANEXO 3 do referido Edital.

As pontuações e notas obtidas estarão disponíveis para consulta na Secretaria Acadêmica do programa até o final do processo seletivo, nos horários de atendimento da secretaria: segunda, quarta e sexta: 08 às 12:00 horas; terça e quinta, 13 às 17:00 horas ou através de e-mail ppgpct@bahia.fiocruz.br

Clique aqui e acesse a errata do edital.

Clique aqui para a lista de classificados para a entrevista.

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Prorrogado prazo de edital para propostas de divulgação científica

A Vice-Diretoria de Ensino da Fiocruz Bahia informa que prazo do edital para apresentação de propostas para projetos de divulgação científica no campo da Saúde foi prorrogado até 07 de fevereiro de 2020. O objetivo do edital é estimular a divulgação científica por meio do diálogo entre cientistas e a sociedade.O projeto deverá ser submetido por alunos de pós-graduação matriculados em um dos dois programas sediados na instituição (PgBSMI e PgPAT). 

Serão aceitos projetos em todos os campos do conhecimento nos quais a Fiocruz Bahia atua. As propostas podem ser baseadas nas mais diversas estratégias de divulgação científica por meio de distintos suportes e meios de comunicação (sites, redes sociais, eventos de rua, performances, só para citar alguns exemplos) e podem ser destinadas a qualquer segmento da sociedade e de qualquer faixa etária.

Clique aqui e acesse o edital com novo cronograma.

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Fiocruz acompanha situação do novo coronavírus no Brasil

Fonte: Agência Fiocruz de Notícias

Imagem da ONU.

Por tratar-se de um vírus notificado pela primeira vez em humanos em 31 de dezembro de 2019 em Wuhan, na China, o conhecimento científico sobre o novo coronavírus ainda é limitado. Pesquisadores de todo o mundo, incluindo os da Fiocruz, estão construindo esse conhecimento diariamente. As informações aqui apresentadas poderão ser atualizadas a qualquer momento, à medida em que avançar o conhecimento sobre as características e o comportamento desse novo vírus.  

No dia 24 de janeiro, a Fiocruz criou uma Sala de Situação em Saúde dedicada a ampliar o conhecimento, monitorar e acompanhar a situação do novo coronavírus. Os encontros reúnem pesquisadores, gestores e técnicos da instituição, além de representantes da Secretaria Estadual de Saúde e das secretarias municipais.

No dia 27 de janeiro, a Fiocruz também foi convidada a integrar o Centro de Operações de Emergências (COE), criado pelo Ministério da Saúde para tratar do novo coronavírus.

Confira abaixo uma série de perguntas e respostas que oferecem informações sobre a atuação da Fiocruz e sobre o vírus. 

Como a Fiocruz poderá contribuir com essa emergência sanitária, caso o novo coronavírus chegue ao Brasil? 

A Fiocruz tem uma experiência de quase 60 anos com vírus respiratórios, atuando como referência nacional para diagnóstico laboratorial desses vírus junto ao Ministério da Saúde, por meio do Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). A Fundação também dispõe de dois institutos nacionais de referência para atendimento a pacientes: o Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) e o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz). A Fiocruz também poderá auxiliar na capacitação dos profissionais de saúde, por meio da elaboração de cursos ou com o apoio na atualização dos manuais para manejo clínico da doença. Toda a capacidade institucional de resposta poderá ser acionada na eventual chegada do vírus, seguindo os protocolos definidos.

Como a Fiocruz está acompanhando a situação do novo vírus?

No dia 24 de janeiro, a Fiocruz criou uma Sala de Situação em Saúde dedicada a ampliar o conhecimento, monitorar e acompanhar a situação do novo coronavírus. Os encontros reúnem pesquisadores, gestores e técnicos da instituição, além de representantes da Secretaria Estadual de Saúde e das secretarias municipais.

No dia 27 de janeiro, a Fiocruz também foi convidada a integrar o Centro de Operações de Emergências (COE), criado pelo Ministério da Saúde para tratar do novo coronavírus.

O que é o novo coronavírus?

Os coronavírus causam infecções respiratórias em seres humanos e em animais. Geralmente, são doenças respiratórias leves a moderadas, semelhantes a um resfriado comum. Já o novo coronavírus é uma nova cepa do vírus (2019-nCoV) que foi notificada em humanos pela primeira vez na cidade de Wuhan, na província de Hubei, na China.

Qual a origem desse novo vírus?

A origem desse novo vírus ainda é desconhecida. Pesquisadores estão trabalhando na árvore genética do novo coronavírus para tentar determinar essa fonte. Os coronavírus pertencem a uma família de vírus, que podem circular tanto entre pessoas, como entre animais, incluindo camelos, gatos e morcegos. Pesquisadores chineses já identificaram que o novo vírus teve origem em um grande mercado de frutos do mar na cidade de Wuhan, na China. 

Os vírus podem contaminar objetos também? É preciso se preocupar com a importação de bens da China?

De forma geral, o grupo dos coronavírus pode sobreviver fora do corpo humano. Sobre o novo coronavírus, ainda não há evidência sobre o tempo exato de sua sobrevivência em superfícies, mas, segundo o Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês), é pouco provável que ele seja capaz de sobreviver acima de um período de vários dias ou semanas, que é tempo destinado ao transporte de mercadorias da China. 

O novo coronavírus é o mesmo que os vírus Sars ou Mers?

Não. Os coronavírus pertencem a uma grande família de vírus, que podem circular tanto entre pessoas, como entre animais, incluindo camelos, gatos e morcegos. O recém-identificado coronavírus não é o mesmo que o coronavírus que provoca a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers) ou a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars). Existem investigações em andamento para saber mais. Esta é uma situação em rápida evolução e as informações serão atualizadas à medida que estiverem disponíveis.

Animais domésticos podem ser infectados com o novo coronavírus?

Embora esse vírus pareça ter surgido de uma fonte animal na China, o risco nesse momento é com a transmissão entre pessoas. Não há, até o momento, evidência de que qualquer animal no Brasil possa ser fonte de transmissão do novo coronavírus.

Como o vírus é transmitido?

As investigações sobre transmissão do novo coronavírus ainda estão em andamento, mas a disseminação de pessoa para pessoa, ou seja, a contaminação por contato está ocorrendo. É importante observar que a disseminação de pessoa para pessoa pode ocorrer de forma continuada.

Alguns vírus são altamente contagiosos (como sarampo), enquanto outros são menos. Ainda não está claro com que facilidade o novo coronavírus se espalha de pessoa para pessoa. Apesar disso, a transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como: gotículas de saliva; espirro; tosse; catarro; contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão; e contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

A pessoa pode transmitir o vírus mesmo sem apresentar sintoma?

Sim. Pelos dados apresentados até momento, o período de incubação do vírus pode variar de dois a 14 dias. Durante esse tempo, o vírus tem capacidade de transmissão. Por isso, é importante adotar medidas gerais, como lavar as mãos com frequência e não compartilhar objetos de uso pessoal.

Como é feito o diagnóstico? 

A partir da coleta de amostras respiratórias de pacientes considerados suspeitos, são realizados testes baseados em técnicas de biologia molecular.

Quais os sintomas do coronavírus? 

Os sinais e sintomas clínicos do novo coronavírus são principalmente respiratórios, semelhantes a um resfriado. Podem, também, causar infecção do trato respiratório inferior, como as pneumonias. Os principais são sintomas são: febre, tosse e dificuldade para respirar.

O vírus pode provocar sintomas graves?

Sim. Embora a maioria das pessoas infectadas apresente sintomas leves a moderados, o novo coronavírus pode provocar sintomas mais graves e, inclusive levar à morte. No entanto, até o momento, as formas mais graves têm se manifestado em populações já reconhecidamente vulneráveis a outros vírus respiratórios, como idosos, crianças, pessoas com doenças crônicas ou imunodeprimidas.

Como é feito o tratamento? 

Não existe uma medicação especifica para o vírus. O tratamento é feito com base nos sintomas individuais de cada paciente.

Existe vacina?

Como trata-se de um vírus novo, ainda não há vacina disponível.

A vacina para influenza pode proteger também contra o novo coronavírus?

Não. Tratam-se de vírus diferentes.

Como se prevenir? 

Adotar medidas gerais como lavar as mãos com frequência, principalmente antes de comer; utilizar lenço descartável para higiene nasal; cobrir nariz e boca ao espirrar ou tossir; evitar tocar nas mucosas dos olhos; higienizar as mãos após tossir ou espirrar; não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas; manter os ambientes bem ventilados. Evitar contato com pessoas que apresentem sinais da doença. Grupos vulneráveis devem ficar mais atentos às manifestações clínicas, como idosos, crianças, gestantes, pessoas com doenças crônicas ou com imunodeficiência.

Quais medidas serão adotadas caso o vírus chegue ao Brasil? 

O Governo adotou diversas ações para o monitoramento e o aprimoramento da capacidade de atuação do país diante do episódio ocorrido na China. Entre as ações estão a adoção das medidas recomendadas pela OMS; a notificação da área de Portos, Aeroportos e Fronteiras, a notificação da área de Vigilância Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; e a notificação às Secretarias de Saúde dos Estados e Municípios, demais Secretarias e órgãos federais com base em dados oficiais. O Ministério da Saúde também instalou o Centro de Operações de Emergência (COE) – novo coronavírus para atuar diante de casos suspeitos. Acompanhe infomações atualizadas na página do MS

Existem casos no Brasil? 

Até o momento, não há casos confirmados no país. Segundo o Ministério da Saúde, há três casos suspeitos no Brasil (28/1)

Existe alguma orientação para viagens?

Com o aumento do nível de alerta pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alto em relação ao risco global do novo coronavírus, o Ministério da Saúde orienta que viagens para a China devem ser realizadas apenas em casos de extrema necessidade. Essa recomendação vale até que o quadro todo esteja bem definido.

Segundo o último boletim da OMS, do dia 27 de janeiro, todo o território chinês passa a ser considerado área de transmissão ativa da doença. Com isso, as pessoas vindas desta localidade nos últimos 14 dias e que apresentem febre e sintomas respiratórios podem ser consideradas casos suspeitos. O Ministério da Saúde vai atualizar as áreas com transmissão local de acordo com as informações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Acompanhe aqui

Como está a situação dos aeroportos no Brasil?

Acompanhe aqui as ações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, órgão responsável pelas medidas adotadas nos aeroportos. 

Fontes:
Ministério da Saúde (MS)
Centers for Disease Control and Prevention (CDC) 
Organização Mundial da Saúde (OMS)

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Novo coronavírus: o que é, causas, sintomas, tratamento, diagnóstico e prevenção

O que é o novo coronavírus?

É um novo vírus que tem causado doença respiratória pelo agente coronavírus, com casos recentemente registrados na China. Importante saber que os coronavírus são uma grande família viral, conhecidos desde meados de 1960, que causam infecções respiratórias em seres humanos e em animais.

Geralmente, infecções por coronavírus causam doenças respiratórias leves a moderadas, semelhantes a um resfriado comum. Alguns coronavírus podem causar doenças graves com impacto importante em termos de saúde pública, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), identificada em 2002 e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), identificada em 2012.

IMPORTANTE: O Ministério da Saúde tem realizado monitoramento diário da situação junto à OMS, que acompanha o assunto desde as primeiras notificações, em 31 de dezembro de 2019.

Como o novo coronavírus é transmitido?

As investigações sobre transmissão do novo coronavírus ainda estão em andamento, mas a disseminação de pessoa para pessoa, ou seja, a contaminação por contato, está ocorrendo. É importante observar que a disseminação de pessoa para pessoa pode ocorrer de forma continuada.

Alguns vírus são altamente contagiosos (como sarampo), enquanto outros são menos. Ainda não está claro com que facilidade o novo coronavírus se espalha de pessoa para pessoa.

Apesar disso, a transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como:

  • gotículas de saliva;
  • espirro;
  • tosse;
  • catarro;
  • contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão;
  • contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Os coronavírus apresentam uma transmissão menos intensa que o vírus da gripe e, portanto, o risco de maior circulação mundial é menor.

O vírus pode ficar incubado por duas semanas, período em que os primeiros sintomas levam para aparecer desde a infecção.

Como é feito o diagnóstico do novo coronavírus?

O diagnóstico do novo coronavírus é feito com a coleta de materiais respiratórios (aspiração de vias aéreas ou indução de escarro). É necessária a coleta de duas amostras na suspeita do coronavírus. As duas amostras serão encaminhadas com urgência para o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). Uma das amostras será enviada ao Centro Nacional de Influenza (NIC) e outra amostra será enviada para análise de metagenômica.

Para confirmar a doença é necessário realizar exames de biologia molecular que detecte o RNA viral. O diagnóstico do novo coronavírus é feito com a coleta de amostra, que está indicada sempre que ocorrer a identificação de caso suspeito. Orienta-se a coleta de aspirado de nasofaringe (ANF) ou swabs combinado (nasal/oral) ou também amostra de secreção respiratória inferior (escarro ou lavado traqueal ou lavado bronca alveolar).

IMPORTANTE: Os casos graves devem ser encaminhados a um Hospital de Referência para isolamento e tratamento. Os casos leves devem ser acompanhados pela Atenção Primária em Saúde (APS) e instituídas medidas de precaução domiciliar.

Como é feito o tratamento do novo coronavírus?

Não existe tratamento específico para infecções causadas por coronavírus humano. No caso do novo coronavírus é indicado repouso e consumo de bastante água, além de algumas medidas adotadas para aliviar os sintomas, conforme cada caso, como, por exemplo:

  • Uso de medicamento para dor e febre (antitérmicos e analgésicos).
  • Uso de humidificador no quarto ou tomar banho quente para auxiliar no alívio da dor de garanta e tosse.

Assim que os primeiros sintomas surgirem, é fundamental procurar ajuda médica imediata para confirmar diagnóstico e iniciar o tratamento.

Quais são os sintomas do novo coronavírus?

Os sinais e sintomas clínicos do novo coronavírus são principalmente respiratórios, semelhantes a um resfriado. Podem, também, causar infecção do trato respiratório inferior, como as pneumonias.

Os principais são sintomas são:

  • Febre.
  • Tosse.
  • Dificuldade para respirar.

Clique para consultar o Boletim Epidemiológico sobre o novo coronavírus

Novo Coronavírus: o que é, causas, sintomas, tratamento, diagnóstico e prevenção

Como prevenir o novo coronavírus?

O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o novo coronavírus. Entre as medidas estão:

  • evitar contato próximo com pessoas que sofrem de infecções respiratórias agudas;
  • realizar lavagem frequente das mãos, especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente;
  • utilizar lenço descartável para higiene nasal;
  • cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir;
  • evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
  • higienizar as mãos após tossir ou espirrar;
  • não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
  • manter os ambientes bem ventilados;
  • evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença;
  • evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.

Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (mascára cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).

Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.

Como é definido um caso suspeito do novo coronavírus?

Com a amplitude da região de risco, toda a China, pessoas vindas desta localidade nos últimos 14 dias e que apresentem febre e sintomas respiratórios podem ser considerados suspeitos.

SITUAÇÃO 01

Febre E pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar) histórico de viagem para área com transmissão local, de acordo com a OMS, nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas; OU

SITUAÇÃO 02

Febre E pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar) histórico de contato próximo de caso suspeito para o coronavírus nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas; OU

SITUAÇÃO 03

Febre OU pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar) E  contato próximo de caso confirmado de coronavírus em laboratório, nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas.

IMPORTANTE: Os casos suspeitos devem ser mantidos em isolamento enquanto houver sinais e sintomas clínicos. Casos descartados laboratorialmente, independente dos sintomas, podem ser retirados do isolamento.
O Ministério da Saúde instalou o Centro de Operações de Emergência (COE) – coronavírus para preparar a rede pública de saúde para o atendimento de possíveis casos no Brasil. A sua estruturação permite a análise de dados e de informações para subsidiar a tomada de decisão dos gestores e técnicos, na definição de estratégias e ações adequadas e oportunas para o enfrentamento de emergências em saúde pública.

Qual a diferença entre gripe e o novo coronavírus?

No início da doença, não existe diferença quanto aos sinais e sintomas de uma infecção pelo novo coronavírus em comparação com os demais vírus. Por isso, é importante ficar atento às áreas de transmissão local. Apenas pessoas que tenham sintomas e tenham viajado para Wuhan são suspeitos da infecção pelo coronavírus.

Assista, na íntegra, à coletiva com esclarecimentos sobre o novo coronavírus

Quais cuidados devo ter se for viajar para a China?

Até o 24/01/2020, nenhum caso suspeito de infecção pelo novo coronavirus no Brasil se enquadra na definição de casos da OMS. Portanto, não temos transmissão ativa da doença.

Dessa forma, não existe nenhuma recomendação específica para quem teve contato com pessoas que vieram da China.

As áreas com transmissão local serão atualizadas diariamente e disponibilizadas no site do Ministério da Saúde por meio do endereço saude.gov.br/listacorona.

Quais são as orientações para portos e aeroportos?

Aumentar a sensibilidade na detecção de casos suspeitos de coronavírus de acordo com a definição de caso. Além disso, reforçar a orientação para notificação imediata de casos suspeitos nos terminais. Outra medida é a elaboração de avisos sonoros com recomendações sobre sinais, sintomas e cuidados básicos. Também é importante intensificar procedimentos de limpeza e desinfecção e utilização de equipamentos de proteção individual (EPI), conforme os protocolos, sensibilizar as equipes dos postos médicos quanto à detecção de casos suspeitos e utilização de EPI e ficar atento para possíveis solicitações de listas de viajantes para investigação de contato.

Foram reforçadas as orientações para notificação imediata de casos suspeitos do novo coronavírus nos pontos de entrada do país, além da intensificação da limpeza e desinfecção nos terminais, como prevê a Anvisa.

Para mais informações, clique para ver recomendações da ANVISA

Existe alguma restrição internacional?

Até o momento, as áreas consideradas com transmissão local do novo coronavírus são a província de Hubei, com o epicentro em Wuhan e a província de Guangdong, na China. O Ministério da Saúde vai atualizar as áreas com transmissão local de acordo com as informações da Organização Mundial da Saúde (OMS) no link: saude.gov.br/listacorona

Como o Brasil está se preparando para atuar em um possível caso do novo coronavírus?

Brasil prepara rede de saúde para novo coronavírus
Foto: Luís Oliveira / MS

Foto: Luís Oliveira / MS

O Ministério da Saúde realiza monitoramento diário da situação junto à Organização Mundial da Saúde (OMS), que acompanha o assunto desde as primeiras notificações de casos em Wuhan, na China, no dia 31 de dezembro de 2019.

O Governo Federal brasileiro adotou diversas ações para o monitoramento e o aprimoramento da capacidade de atuação do país diante do episódio ocorrido na China. Entre elas está a adoção das medidas recomendadas pela OMS; a notificação da área de Portos, Aeroportos e Fronteiras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); a notificação da área de Vigilância Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); e a notificação às Secretarias de Saúde dos Estados e Municípios, demais Secretarias do Ministério da Saúde e demais órgãos federais com base em dados oficiais, evitando medidas restritivas e desproporcionais em relação aos riscos para a saúde e trânsito de pessoas, bens e mercadorias.

O Ministério da Saúde também instalou o Centro de Operações de Emergência (COE) – novo coronavírus que tem como objetivo preparar a rede pública de saúde para o atendimento de possíveis casos no Brasil.

O COE é composto por técnicos especializados em resposta às emergências de saúde pública. Além do Ministério da Saúde, compõe o grupo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Instituto Evandro Chagas (IEC), além de outros órgãos. Desta forma, o país poderá responder de forma unificada e imediata à entrada do vírus em território brasileiro.

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Fiocruz Bahia lança projeto “Meninas Baianas na Ciência”.


 

Em comemoração ao 11 de fevereiro, estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia Internacional da Mulher e Menina na Ciência, a Fiocruz Bahia lançará o projeto “Meninas baianas na ciência: conectando passado, presente e futuro”; a cerimônia será realizada às 09 horas, no dia 11 de fevereiro, no Auditório Aluízio Prata.

A proposta institucional contará com a participação de representantes das secretarias estaduais de Educação; Política para Mulheres; de Ciência, Tecnologia e Inovação; e de Promoção da Igualdade Racial, além do diretor da Casa de Oswaldo Cruz (COC-Fiocruz), Paulo Elian.

As ações da proposta serão debatidas no evento, bem como mecanismos de apoio e envolvimento do Estado nessa comemoração. O projeto, organizado pela Comissão Institucional formada pelas pesquisadoras da Fiocruz Bahia, Karine Damasceno, Isadora Siqueira e Natália Tavares, tem como objetivo incentivar meninas de escolas públicas de Salvador a conhecer e se interessar pelas áreas de ciência e tecnologia a partir dos exemplos de atuação de mulheres na ciência visando inspirar essa vocação. Um outro objetivo é fortalecer e divulgar o papel das mulheres nas atividades em áreas de ciência em saúde.

Em um segundo momento, 60 meninas serão selecionadas a participar do evento a ser realizado nos dias 16 e 17 de abril, na Fiocruz Bahia, quando serão realizadas palestras com mulheres reconhecidas, nacional e internacionalmente, que realizarão um levantamento histórico sobre mulheres brasileiras na ciência, bem como suas trajetórias profissionais influenciando na projeção da participação dessas meninas na ciência no futuro.

Também serão realizados workshops com temas diversos, ministrados por pesquisadoras e com a participação de alunas dos Programas de Pós-graduação, da Iniciação Científica e meninas do Programa de Vocação Científica (PROVOC).

Confira a programação:

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