Pesquisadora da Fiocruz Bahia recebe prêmio Newton Advanced Fellowship 2020

Integrantes da reunião “Head and Neck Cancer: Current research concepts and future of the clinical management”, realizada em outubro de 2019. À direita, a pesquisadora Clarissa Gurgel, e, ao centro, o professor Lambert.

A pesquisadora da Fiocruz Bahia e vice-coordenadora do Programa de Pós-graduação em Patologia (PgPAT – UFBA/Fiocruz), Clarissa Gurgel, foi contemplada com o “Newton Advanced Fellowship 2020”, promovido pela Academy of Medical Sciences juntamente com a Royal Society e a British Academy, do Reino Unido. O prêmio constitui na participação em um programa, que tem como objetivo conectar pesquisadores de diferentes áreas, através de pesquisas inovadoras relacionadas a desafios globais, apoiando o desenvolvimento econômico e o bem-estar social dos países envolvidos. 

Além de ser um reconhecimento quanto à inserção internacional da cientista, o prêmio amplia e fomenta a consolidação da pesquisa em câncer na Fiocruz Bahia, por meio de financiamento de projeto, treinamento, colaboração e visitas recíprocas entre a instituição e o laboratório da University of Sheffield (UK), coordenado pelo professor Daniel Lambert, especialista na área de comunicação celular envolvendo células tumorais e fibroblastos associadas ao câncer. 

“Essa premiação é reflexo do Programa CAPES-PRINT-UFBA que oportunizou a vinda do professor Daniel Lambert, em 2019, para ministrar, comigo, o componente curricular do PgPAT, Biologia do Câncer. Também, participamos juntos de uma reunião sobre câncer de cabeça e pescoço, envolvendo especialistas do Brasil, Finlândia, Reino Unido e Canadá, promovido no âmbito de um Projeto Bilateral Brasil-Canadá (Global Affairs Canada- CAPES-DFAT), coordenado pela Dra Sabrina Wurzba, da Mc Gill University, e professor Ricardo Coletta, da Unicamp, do qual eu também fazia parte. Estamos entusiasmados com essa premiação que vem para fortalecer a pesquisa em câncer no Nordeste, com o envolvimento da Fiocruz Bahia e UFBA”, comemora a pesquisadora.

Clarissa Gurgel explica que a colaboração com Lambert aconteceu durante visita à Fiocruz Bahia, quando o professor se interessou em participar de um projeto delineado pelo grupo da pesquisadora, que aborda o estudo de interações complexas entre células tumorais e fibroblastos associados ao câncer, que levam os tumores a serem mais agressivos e se espalharem mais rapidamente. No Brasil, o projeto será desenvolvido pelos laboratórios de Patologia e Biologia Molecular (LPBM) e de Engenharia Tecidual e Imunofarmacologia (LETI), da Fiocruz Bahia, e o laboratório da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), chefiado pelo pesquisador Ricardo Della Coletta. 

“O estudo da relação entre células tumorais e estromais é uma área de pesquisa crescente, desafiadora e que atrai o interesse da indústria farmacêutica, por exemplo, já que sabemos que o progressão tumoral depende da interação entre as células malignas e do microambiente. Ao longo dos 24 meses iniciais, faremos missões de trabalho recíprocas, além de ter a oportunidade de treinar estudantes de pós- graduação na University of Sheffield”, acrescenta Clarissa.

 

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Tese analisa vulnerabilidade de transmissão vetorial da doença de Chagas na Bahia

Autoria: Gilmar Jose da Silva Ribeiro Junior
Orientação: Mitermayer Galvão dos Reis
Título da tese: “Vulnerabilidade de transmissão vetorial do Trypanossoma Cruzi (Chagas, 1909) no estado da Bahia”.
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 13/11/2020
Horário: 14h
Local: Sala Virtual do Zoom | ID da reunião 922 1853 9338

RESUMO

A doença de Chagas ainda é um dos principais problemas de saúde pública em toda a América Latina, com cerca de 70 milhões de pessoas sob risco de infecção e, aproximadamente, 5,7 milhões de indivíduos infectados por T. cruzi em 2010 na América Latina. Sendo assim, identificar as áreas mais vulneráveis à transmissão da doença de Chagas na Bahia por triatomíneos sinantrópicos é estratégico para orientar as ações de vigilância e combate à transmissão do agravo. O objetivo principal deste trabalho foi classificar os municípios da Bahia quanto à vulnerabilidade de transmissão vetorial do T. cruzi. Utilizamos os seguintes indicadores: (1) Entomológicos – ocorrência das espécies nos município da Bahia, ponderada de acordo com a sua importância, cuja ponderação foi baseada em: (a) Padrão de ocorrência dos vetores nos domicílios e distribuição geográfica no Estado; (b) capacidade de colonização comparativamente em dois períodos (1957-1971 e 2006-2016); (c) níveis de infecção natural por T. cruzi e (d) padrões alimentares das espécies sinantrópicas em 2013 e 2014. (2) Socioeconômicos (percentual de imóveis na zona rural vivendo em situação de extrema pobreza); (3) Demográficos (densidade demográfica); (4) Séries históricas de dados pertencente ao Programa de Controle da Doença de Chagas (PNCDCh): (a) dispensação de benzonidazol; (b) autorização de internação hospitalar; (c) Óbitos por doença de Chagas; (d) doença de Chagas autoreferido; (e) residência e naturalidade de pacientes detectados na triagem sorológica do Hemoba. A vulnerabilidade foi avaliada pela Análise Multicritério de Decisão (AMD) através do aplicativo PRADIN® 3.0. A avaliação dos triatomíneos coletados revelou que a prevalência de infecção pelo T. cruzi foi maior no ambiente silvestre, seguido de peridomiciliar e domiciliar, com as seguintes diferenças nas proporções observadas: intradomiciliar (N=324, X²=37,44 p<0,000), peridomiciliar (N=298, X²= 0,75 p=0,383) e silvestre (N=73, X²=134 p=0,000). Os alvos moleculares, i.e., cão, gato e homem foram detectados apenas no ambiente doméstico (intra e peridomicílio) e não foi observada diferença significante entre esses ambientes (X²cão=3,4 p=0,052 / X²gato=1,0 p=0,297 /X²homem=1,1 p=0,284). A análise histórica das bases de dados revelou a mudanças na estrutura espaço temporal dos vetores da Bahia e, necessidade de classificação periódica da importância relativa dos vetores através de um indice consolidado. Além disso, a AMD indicou a existência de municípios com alta vulnerabilidade para transmissão vetorial domiciliar do T. cruzi em quase todo o território da Bahia, com exceção do sul do Estado; que foi classificado como de baixa vulnerabilidade. Ao estratificarmos os resultados por território de identidade, chamam atenção os resultados observados nos territórios de identidade de SISAL e IRECÊ e PIEMONTE PARAGUAÇÚ apresentaram os maiores números de municípios altamente vulneráveis. Os municípios com alta vulnerabilidade apresentaram maior pobreza na zona rural, baixa densidade demográfica e maior frequência de espécies sinantrópicas epidemiologicamente relevantes. A AMD auxiliou na identificação dos municípios vulneráveis para transmissão vetorial da doença de Chagas na Bahia, o que é estratégico para direcionamento das ações de vigilância e controle.

Palavras Chaves: Doença de Chagas, Trypanosoma cruzi, Triatomíneos, Bahia, Vulnerabilidade.

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Fiocruz Bahia capacita profissionais da saúde para inquérito sorológico de Covid-19

Começou, ontem (09/11), o treinamento de 92 profissionais da saúde, da Secretaria Municipal de Saúde Salvador (SMS), para realização do inquérito sorológico da Covid-19 na capital baiana. A capacitação, coordenada pela Fiocruz Bahia, será realizada até sexta feira (13/11), com aulas ministradas por pesquisadores, pós-doutorandos e estudantes de pós-graduação vinculados à Fiocruz e à Universidade Federal da Bahia (UFBA).

O objetivo principal do inquérito é estimar a magnitude das infecções pelo novo coronavírus na população dos 12 distritos sanitários que compõem Salvador e analisar como a transmissão do vírus evolui na cidade nos próximos meses. A investigação será feita pela testagem de uma amostra representativa da população selecionada por sorteio. Este tipo de seleção é importante para estimar de forma mais fidedigna possível a proporção de pessoas que se infectaram pelo novo coronavírus.

O pesquisador da Fiocruz Bahia, Guilherme Ribeiro, explica que os números de casos registrados da doença representam apenas os casos sintomáticos que procuraram atendimento médico e tiveram suspeita clínica ou confirmação diagnóstica. “Uma fração dos sintomáticos respiratórios atendidos em unidades de saúde pode não ter sido notificada e uma outra fração desses indivíduos não buscou atendimento ou testagem e não pode ser notificada. Além disso, a maior parte das infecções pelo novo coronavírus é assintomática. Por isso, a contagem oficial do número de pessoas que se infectaram subestima a real quantidade de pessoas infectadas pelo vírus”, comenta Ribeiro.

Normalmente, uma população que foi muito exposta a um vírus tem uma elevada proporção de pessoas com imunidade, o que serve de barreira para a transmissão desse vírus na comunidade. Assim, conhecer a proporção de pessoas que foi exposta ao novo coronavírus vai indicar o risco de futura transmissão dele. Outro ponto importante é identificar regiões em que houve maior ou menor transmissão para ajudar a guiar ações de prevenção direcionadas para as áreas de maior risco.

Segundo Guilherme, esse tipo de investigação também tem o potencial de estimar a velocidade de propagação do vírus, quando realizado sequencialmente; identificar grupos com maior risco de se infectar; e de caracterizar as manifestações clínicas mais comuns. Além disso, pode estimar a frequência de infecções assintomáticas e por quanto tempo uma pessoa fica protegida de uma nova infecção.

Após a capacitação, a previsão da SMS é que, na próxima semana, comece a primeira etapa da estratégia de campo nas ruas sorteadas de cada Distrito Sanitário (Centro Histórico, Itapagipe, São Caetano/Valéria, Liberdade, Brotas, Barra/Rio Vermelho, Boca do Rio, Itapuã, Cabula/Beiru, Pau da Lima, Subúrbio Ferroviário e Cajazeiras). Outras três etapas estão programadas, com intervalos de 30 dias entre elas.

* Com informações da SMS

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Alunos da Fiocruz Bahia são premiados em congresso de terapia celular

Os estudantes da Fiocruz Bahia, Moisés Santana, de Iniciação Científica, e Gabriele Martins, mestranda do Programa de Pós-graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI), foram premiados na categoria “Melhor Trabalho em Terapia Celular e TMO”, hoje (05/11), no Congresso Brasileiro de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular. O evento está sendo realizado online, desde o dia 03 de novembro e encerra no próximo dia 08. 

O trabalho intitulado “Obtenção de células progenitoras hematopoéticas a partir de células-tronco pluripotentes induzidas (IPSC)”, orientado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Bruno Solano, utilizou um método novo e ainda pouco difundido no Brasil para tentar gerar células progenitoras hematopoiéticas através de células-tronco. O objetivo do estudo é estabelecer um protocolo de diferenciação a partir dessas células-tronco para obtenção de células sanguíneas que permitam a testagem de drogas para o tratamento da doença Falciforme.

Para Moisés, que está iniciando a carreira científica, esse prêmio foi a coroação de muito esforço “por parte de toda a equipe do laboratório após diversas horas fazendo experimentos, lendo artigos e tentando entender esse ‘novo mundo’ da terapia celular”, disse.

Gabriele, assim como Moisés, agradeceu à orientação de Bruno Solano e diz se sentir realizada com essa conquista tão importante. “Representa o reconhecimento de um projeto e serve como estímulo para continuar desenvolvendo pesquisa nesta área de terapia celular, que eu já trabalhava desde a iniciação científica”, afirmou. 

O orientador destacou a dedicação de toda a equipe envolvida no projeto para conseguir dar este importante passo no campo da terapia celular, que é a produção de células progenitoras hematopoieticas in vitro, a partir de células-tronco pluripotentes induzidas. “As possíveis aplicações no futuro são muitas. No momento, estamos utilizando células de pacientes com anemia falciforme para o estudo da eritropoiese e identificação de novos fármacos para o tratamento desta doença, em um projeto apoiado com recursos do Inova Fiocruz”, explicou Bruno Solano.

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Cimatec Saúde é inaugurado em parceria com a Fiocruz

O Instituto Senai de Inovação em Sistemas Avançados de Saúde (ISI SAS), também denominado CIMATEC Saúde, foi inaugurado na sexta-feira, 30 de outubro, no Campus do SENAI CIMATEC, em Salvador. A Fiocruz é parceira do novo instituto equipado com laboratórios de alta tecnologia, que vai atuar em diversas linhas, como no desenvolvimento de vacinas, produção de remédios e insumos terapêuticos, engenharia de tecidos, biomateriais, diagnósticos e estudos clínicos. 

O evento contou com a presença do Vice-Presidente da República, General Hamilton Mourão, além de autoridades do Ministério da Saúde e do Ministério da Defesa. O presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Ricardo Alban, abriu a cerimônia, seguido do diretor de Tecnologia e Inovação do SENAI CIMATEC, Leone Andrade, e do pesquisador-chefe do ISI SAS, Roberto Badaró. A Presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, também participou como convidada. 

“A era da economia da produção em massa vai se transmudar na economia do conhecimento, a knowledge economy. Se não houver a associação da tecnologia, com inovação e gente capacitada, nós não vamos acompanhar o bonde da história. Ter a oportunidade de vir aqui e conhecer o trabalho realizado, onde nós vimos o estado da arte em termos de pesquisa e inovação, faz acreditarmos que esse país tem futuro, tem capacidade e gente competente”, declarou Hamilton Mourão.

Leone Andrade apresentou a estrutura e as principais frentes de trabalho do instituto e comentou sobre a Vacina HDT 301, desenvolvida pelas empresas HDT (EUA) e Genova (Índia), que, no Brasil, terão os estudos clínicos de fase 1, 2 e 3 e a transferência de tecnologia conduzidos pela Fiocruz e o SENAI CIMATEC. A produção final da vacina será realizada pela unidade produtora de imunobiológicos Bio-Manguinhos, da Fiocruz. 

Nísia Trindade salientou que a parceria com o SENAI CIMATEC vem se estruturando há bastante tempo, sendo um dos marcos a construção do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), e destacou a importância da associação da Fiocruz com a indústria. “Existe um grande futuro na parceria com o CIMATEC Saúde, muitas colaborações que a Fiocruz já vinha realizando também estarão presentes aqui, como é o caso do desenvolvimento de adjuvantes e de tecnologias promissoras para novas vacinas, na perspectiva que a Fiocruz já vem trabalhando e que se reforça com essa importante parceria”, disse. 

Além do pesquisador chefe, o CIMATEC Saúde conta mais com quatro lideranças científicas, uma delas é a pesquisadora da Fiocruz Bahia, Milena Soares. No novo instituto, a cientista coordena, junto ao pesquisador emérito da Fiocruz, Ricardo Ribeiro, o centro de processamento celular, onde são desenvolvidos projetos na área de terapia com células-tronco, além de teste diagnóstico e vacina para Covid-19.

A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, comentou sobre as parcerias com a Fiocruz Bahia. “Nós temos convênio para realização de doutorado com projetos ligados a gestão, o Cidacs e agora o novo instituto, com o centro de processamento celular. Uma parceria boa que será ampliada com outras iniciativas”, observou.

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PgBSMI está com inscrições abertas para credenciamento e recredenciamento de docentes

O programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PGBSMI) iniciou o processo de credenciamento e recredenciamento dos docentes 2020, que tem por objetivo manter a excelência alcançada pelo curso junto à Capes.

Os docentes com interesse em continuar ou passar a integrar o corpo docente do programa devem preencher esse formulário e encaminhá-lo para o e-mail pgbsmi@fiocruz.br, até dia 11 de novembro 2020.

Todo procedimento será realizado conforme a Resolução PGBSMI n. 002/2020, de 21 de outubro 2020, que estabelece critérios para credenciamento de docentes permanentes, colaboradores e visitantes. Essa resolução baseia-se nos critérios da Portaria da Capes, que define o processo de avaliação realizado pela Capes e a atuação de docentes nos programas e cursos de pós-graduação, bem como no Parecer da Comissão de área da Medicina II para o programa, referente ao quadriênio 2013 – 2016, que conferiu ao programa nota 6, pela Capes.

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Palestras on-line marcam participação da Fiocruz Bahia na 17º SNCT

As atividades da Fiocruz Bahia na 17ª edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, que esse ano teve como tema “Inteligência Artificial: a nova fronteira da ciência brasileira”, aconteceram entre os dias 21 a 23 de outubro, através do Zoom. A programação foi formada por palestras que abordaram o trabalho de pesquisadores da Fiocruz Bahia e de outras instituições de pesquisa, com inteligência artificial, explicando conceitos, as vantagens e os desafios do trabalho com IA. 

A vice-diretora de Ensino da Fiocruz Bahia, Patrícia Veras, abriu o evento agradecendo a presença dos palestrantes e do público. “Esse ano fomos agraciados com esse tema extremamente interessante para ser explorado em diversos aspectos, sobretudo com relação à saúde, em suas diversas áreas, que têm tido impactos importantíssimos, com reflexos na saúde da população, e, também, para o desenvolvimento de pesquisas”, observou Veras. 

No dia 21, foi realizado, pela manhã, o painel moderado pela pesquisadora Claudia Brodskyn, que contou com as apresentações de Marco Antônio Dorea, pesquisador da Universidade Federal da Bahia (UFBA); Kyoshi Fukutai, pesquisador externo da Fiocruz Bahia; e Roberto Carreiro, pesquisador associado do Cidacs/ Fiocruz Bahia. No período da tarde, os painelistas falaram acerca de seus trabalhos com a utilização da Inteligência Artificial e tomada de decisões sobre a pandemia no Brasil. Os palestrantes foram Fabio Porto, do LNCC; Anderson Rocha, da Unicamp; Erick Sperandio, do Senai/ Cimatec; e Marcos Barreto, do Cidacs/Fiocruz Bahia.

A programação do segundo dia iniciou com uma roda de conversa com os alunos premiados do Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC) da Fiocruz Bahia, moderada pela coordenadora, Juliana Menezes, que apresentou o PROIIC e deu as boas-vindas aos participantes. “Nós selecionamos os alunos premiados desse ano para que falassem um pouco do trabalho que eles têm feito e abrimos um espaço para que nós pudéssemos conversar um pouco com eles, tirar dúvidas sobre a experiência e o trabalho que eles têm desenvolvido”, explicou. Em seguida, o público participou de um jogo interativo criado por alunos da pós-graduação.

No turno da tarde, uma mesa redonda sobre Inteligência Artificial nos cursos de mestrado e doutorado, da Fiocruz Bahia, contou com as falas das coordenadoras dos programas de pós-graduação em Patologia Humana e Experimental (PgPAT- UFBA/Fiocruz Bahia); em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI); e em Pesquisa Clínica e Translacional (PgPCT), Valéria Borges, Deborah Bittencourt e Conceição Almeida, respectivamente. As apresentações foram ministradas por Felipe Torres, estudante egresso de doutorado, e Murilo Freire, aluno de doutorado.

A sessão científica especial, realizada na sexta-feira, 23, foi ministrada pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Washington Conrado dos Santos, que encerrou a programação. Na sessão, foi abordada a “Rede PathoSpotter: Sistemas de automação do diagnóstico histológico de doenças”. Todas as apresentações estão disponíveis no canal do YouTube da Fiocruz Bahia, confira!

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Pesquisador avalia complicações renais provocadas pela Covid-19

Os rins podem ser afetados pelo SARS-CoV-2 de maneira direta e indireta, explica o pesquisador da Fiocruz Bahia, Washington dos Santos.

A Covid-19 é considerada uma doença sistêmica que atinge diversos órgãos, além das vias respiratórias. Alguns estudos têm apontado os rins como uns dos órgãos mais afetados na infecção pelo SARS-CoV-2. O médico e pesquisador da Fiocruz Bahia, Washington dos Santos, explica que, pacientes que tiveram complicações renais por conta da Covid-19 precisam de permanência na UTI mais frequentemente do que outros pacientes. “O risco de morte chega a ser cinco vezes maior do que o observado em indivíduos que não tiveram alteração na função renal”, conta o cientista.

Por ser uma doença recente, ainda não se sabe qual a extensão da lesão renal causada pelo vírus e tampouco está claro se haverá danos aos rins a longo prazo. “Presume-se que teremos pacientes com danos de longa duração, mas ainda é cedo para dizer”, comenta o pesquisador. De acordo com Santos, a comunidade de profissionais de saúde está atenta para possibilidade de existir pessoas com sequelas renais não só durante, mas também após a pandemia. 

A principal alteração que os pacientes com Covid-19 manifestam clinicamente é a insuficiência renal aguda, que decorre de uma lesão das células do túbulo renal. Felizmente, essa lesão é reversível em uma quantidade grande de casos e espera-se que boa parte desses pacientes tenham recuperação completa dos rins. Existem algumas outras lesões que são mais preocupantes, como a obstrução vascular que retarda a circulação geral do órgão, podendo levar a um estado de hipóxia permanente ou prolongado, que é a ausência de oxigênio suficiente nos tecidos para manter as funções corporais. Já nesse quadro o rim pode ser lesado permanentemente. 

Como o vírus atinge os rins?

As células renais têm receptores para o coronavírus semelhantes àqueles que existem nas células do pulmão, possibilitando a infecção. O órgão também pode ser afetado indiretamente pelo SARS-CoV-2 de diversas maneiras. Uma delas é que os pacientes com Covid-19 têm excesso de substâncias que células inflamatórias do sangue utilizam para se comunicar, que terminam causando lesões às células renais. Outra forma de dano pode ser causado pelo próprio tratamento da doença: o rim é muito sensível à tempos prolongados de ventilação mecânica e ao uso de muitos medicamentos. 

Além disso, o vírus da Covid-19 lesiona órgãos como pele e músculo. Quando isso acontece é liberada uma substância denominada mioglobina, que tem função de acumular oxigênio nas células musculares para a produção de energia necessária à contração muscular. “Essa substância termina sendo filtrada no rim e lesionando células tubulares renais, levando à insuficiência renal”, explica Washington. Outro problema que tem sido relatado na infecção pelo SARS-CoV-2 é a coagulação intravascular disseminada, que é quando microcoágulos se formam nos pequenos vasos sanguíneos. Os tecidos ficam menos oxigenados e o rim é ainda mais sensível a essa alteração por lidar com a filtração sanguínea.

Existe também o processo de empilhamento de células vermelhas no interior de pequenos vasos em alguns casos da Covid-19, que também pode retardar a circulação sanguínea e, como o rim é um órgão que filtra aproximadamente 180 litros de sangue por dia, tem sua função afetada por essa alteração. “Qualquer processo que obstrua e retarde a circulação do sangue vai levar a alteração da função renal e lesar irreversivelmente”, comenta o pesquisador. 

Problemas renais crônicos

No caso de pessoas com algum tipo de problema no rim anterior à infecção por Covid-19, como pacientes com insuficiência renal crônica, que realizaram transplante desse órgão ou vivem apenas com um rim, Washington diz que é preciso ter um cuidado redobrado para evitar ao máximo se contaminar pelo coronavírus. 

Os pacientes que estão em diálise, considerados com insuficiência renal crônica terminal, ao contrair a Covid-19 têm uma tendência a ter síndrome respiratória aguda mais frequentemente do que a população geral, mas o desfecho da doença não é diferente. “Eles têm a mesma taxa de recuperação que os outros pacientes, o que é uma boa notícia”, observa o pesquisador.

No caso de pessoas transplantadas, a taxa de mortalidade é maior do que a população em geral, então é recomendado a esses pacientes um cuidado maior, cumprindo as medidas de proteção. Ainda não existem muitos dados sobre pacientes com apenas um rim, mas os especialistas da área recomendam que estes também tenham mais cuidado. 

 

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Olimpíada e Undime Bahia promovem encontro virtual sobre gênero, ciência e educação

Por Valentina Leite (Obsma)

Que tal uma live para bater um papo sobre gênero, ciência e educação?
No dia 27 de outubro, às 16 horas, a Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (Obsma) e a 
União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) da Bahia apresentam, em parceria, um encontro virtual sobre mulheres e meninas na ciência. O evento será transmitido no canal do Youtube da Obsma.

Além de um debate sobre trajetórias pessoais diversas no mundo científico e da educação, as participantes tratarão de projetos que inspiram jovens meninas na ciência, como o Prêmio Menina Hoje, Cientista Amanhã oferecido pela Obsma (as inscrições do Prêmio estão abertas até 13 de dezembro).

A mediação do evento será de Shirley Costa, coordenadora do Programa Bahia Olímpica. O quadro de convidadas conta com Cristina Araripe, coordenadora da Obsma; Eliade Ferreira Lima, astrofísica e coordenadora do projeto Cientistas do Pampa, da Unipampa; Natália Machado Tavares, bióloga, pesquisadora em saúde pública da Fiocruz Bahia e membro do projeto Meninas Bahianas na Ciência; e Maria Isabel Pinheiro, estudante de biologia e ganhadora de uma das edições da Obsma.

Não fique de fora! Participe.

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Pesquisadores analisam experiência da pandemia da Covid-19 na região Nordeste

Um estudo realizado pelo grupo “Epidemiologistas do Nordeste para a Covid-19”, do qual participam pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (CIDACS/Fiocruz Bahia) e diversos especialistas de outras instituições de pesquisa da região, avaliou as diferenças e similaridades entre a evolução e comportamento da Covid-19, nos estados do Nordeste. O período analisado foi de março a julho de 2020.

No trabalho, os pesquisadores afirmam que, embora medidas de distanciamento social tenham sido implementadas, amenizando os efeitos da pandemia, a crise na saúde vem aprofundando as desigualdades já existentes na região, produzindo não só grande número de casos e óbitos, mas também o aumento da pobreza, o crescimento das disparidades raciais e étnicas e afetando, sobretudo, as mulheres. A epidemia da Covid-19, que atinge a região e o país em um dos períodos mais difíceis de sua história política, econômica e social, deixará marcas para sempre no futuro de suas gerações, concluem os autores.

Os cientistas esclarecem que a interação entre pobreza, desemprego, nível de escolaridade, raça, gênero e cor têm sido documentadas como determinantes da Covid-19. Populações com baixa renda são mais expostas à contaminação por doenças infecciosas, incluindo o SARS-CoV-2, devido à falta de acesso a saneamento básico, educação e serviços de saúde, além de residirem de forma precária, com número excessivo de moradores, utilizarem transporte público e estarem em empregos informais. Todos esse fatores dificultam que as pessoas fiquem em casa e façam o distanciamento físico adequado.

O Nordeste é marcado pela pobreza e pela desigualdade socioeconômica, cenário que ajuda a explicar o impacto da Covid-19 na região brasileira composta por mais de 50 milhões de habitantes, distribuídos em nove estados. De acordo com o estudo, a maior incidência da Covid-19 foi registrada nos estados de Sergipe, Paraíba e Ceará. Piauí, Paraíba e Ceará foram os que mais realizaram testes.

Também foi observado que não tem sido praticada, nos níveis necessários para cessar ou reduzir significativamente a doença, a implementação de medidas mais radicais que acompanhem o distanciamento físico, tais como: renda prolongada para famílias vulneráveis; teste em massa; autoisolamento das pessoas confirmadas com a doença, com oferta de locais onde possam realizar o isolamento quando o mesmo não for possível, como hotéis e escolas; e rastreamento dos contatos.

Segundo os pesquisadores, o vírus entrou pelas capitais, mas atinge cidades do interior ainda mais despreparadas para lidar com a pandemia. No interior dos estados no Nordeste, algumas fragilidades incluem a falta de assistência de nível terciário (assistência hospitalar), o número de leitos de UTI por habitante, escassez de profissionais da saúde com qualificação no manejo de pacientes internados e dificuldade de acesso da população a unidades de saúde.

Para os especialistas, várias epidemias estão ocorrendo simultaneamente na região e, provavelmente, haverá novas ondas da epidemia, tanto nas capitais como no interior dos estados da região, enquanto medidas mais fortes de distanciamento físico não forem postas em prática ou até que surja uma vacina, ou que a população atinja níveis de “imunidade de rebanho”.

O artigo “Covid-19 no Nordeste brasileiro: sucessos e limitações nas respostas dos governos dos estados” foi publicado na Revista Ciência e Saúde Coletiva. Clique aqui e confira a análise completa.

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Inscrições abertas para as Conferências Clínico Patológicas 2020

As Conferências Clínico Patológicas vão reunir, de 19 a 21 de novembro de 2020, profissionais interessados em Patologia Renal, Hepática  e da Pele e Ciências da Computação. Este ano, o evento tem como tema “Roteiros para definição de lesão e para diagnóstico em patologia” e será realizado através do Zoom. As inscrições podem ser feitas no site do curso, até dia 18 de novembro.

O encontro incluirá mesas redondas oficinas e conferências destinadas a médicos e estudantes de medicina e pós-graduandos da área biomédica, tendo como pré-requisito a aprovação em disciplinas com conteúdo de histologia e de patologia geral e profissionais de áreas afins, interessados em análise de imagem. 

No primeiro dia acontecerá o seminário anual do projeto PathoSpotter, com a apresentação de mini conferências e trabalhos na área de patologia computacional. O dia 20 será dedicado a avanços em medicina investigativa e assistencial com conferências, encontros de especialistas nas áreas de Nefrologia, Hepatologia, Dermatologia ciências da computação. Na manhã do dia 21, sábado, serão realizadas as reuniões ordinárias dos clubes de Patologia Hepática, Renal e Dermatológica, abertas a médicos e estudantes de medicina.

As Conferências Clínico Patológicas foram estabelecidas no ano de 2016, a partir dos encontros anuais dos clubes nacionais de das especialidades médicas nefropatologia (Clube do Rim) e de hepatologia (Clube do Fígado), em Salvador. Esses clubes são formados por especialistas filiados à Sociedade Brasileira de Patologia, que mantém um calendário de reuniões trimestrais, há mais de 10 anos, para o intercâmbio de informações, definição de consensos diagnósticos e desenvolvimento de projetos de pesquisa.

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Teste diagnóstico para Zika do CDC tem bom desempenho, aponta estudo

O teste diagnóstico sorológico da infecção pelo vírus Zika é considerado desafiador por apresentar reação cruzada com outros vírus da mesma família, como é o caso do vírus da dengue, dificultando a interpretação dos resultados. Por isso, pesquisas têm sido realizadas para avaliar a acurácia desses testes, de modo a orientar profissionais e gestores de saúde na decisão de como e quais ensaios utilizar em regiões onde há co-circulação destes vírus.

Um estudo avaliou a capacidade do MAC-ELISA, desenvolvido pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC/EUA, sigla em inglês), em diferenciar infecções causadas pelos vírus da zika e da dengue. Duas características principais foram analisadas para definir o desempenho do teste: a sensibilidade e a especificidade. O trabalho, com primeira autoria da pós-doutoranda, Moyra Portilho, e coordenação dos pesquisadores Guilherme Ribeiro e Ricardo Khouri, da Fiocruz Bahia, foi publicado no periódico científico Diagnostics

Para determinar a sensibilidade, foram usadas amostras de soro em fase aguda e de convalescença de 21 pacientes com infecção por Zika confirmada por RT-PCR. Para determinar a especificidade, foram usadas amostras de soro de fase aguda e convalescente de 60 casos de dengue confirmados por RT-PCR e de 23 doadores de sangue.

Durante a fase aguda da infecção pelo vírus Zika, o ensaio apresentou sensibilidade de 12,5% para amostras coletadas de 0 a 4 dias após o início dos sintomas e de 75,0% para amostras coletadas 5 a 9 dias após o início dos sintomas. Durante a fase de convalescença da doença, a sensibilidade do teste foi 90,9%, 100% e 0% para as amostras obtidas entre 12 e 102 dias, entre 258 e 260 dias e entre 722 e 727 dias, respectivamente. A especificidade para amostras coletadas nas fases aguda e convalescente de uma infecção pelo vírus da dengue confirmada por RT-PCR foi de 100% e 93,2%, respectivamente. A especificidade para amostras de doadores de sangue foi de 100%.

Os autores do estudo concluíram que o ensaio do CDC apresentou uma sensibilidade muito boa para o diagnóstico de Zika durante a convalescença e uma excelente especificidade, mesmo quando o teste foi aplicado em amostras obtidas de pacientes com dengue. Por isso, o teste apresenta um grande potencial de uso para o diagnóstico de infecção pelo vírus Zika, tanto durante ações de vigilância quanto durante investigação de surtos em regiões com co-transmissão endêmica ou epidêmica do vírus da dengue.

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Valor da compliance em tempos de pandemia é tema de palestra

A palestra “O Valor da Compliance em Tempos de Pandemia” será realizada no dia 30/10/2020, às 11h, pelo Zoom. A apresentação promovida pela Fiocruz Bahia será ministrada pelo procurador do Município de Salvador, Dr Rafael Carrera. Para participar os interessados devem fazer as inscrições gratuitamente através desse link.

Sobre o palestrante

O advogado Rafael Carrera é bacharel em Direito, pela Universidade Católica do Salvador, pós-graduado em Direito Administrativo, pela Fundação Faculdade de Direito, mestre em Direito Público, pela Universidade Federal da Bahia e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Social, pela Universidade Católica do Salvador (UCSal). É Procurador do Município do Salvador, Bahia, desde 1998.

Atualmente, é também professor das cadeiras de Direito Administrativo e Direito Constitucional, na Universidade Católica do Salvador e Instrutor da Escola de Oficiais do Exército Brasileiro, além de professor convidado de inúmeros cursos de pós-graduação em Direito. Foi coordenador de tributação da Secretaria da Fazenda do Município do Salvador, entre 2006 e 2009. Lecionou as cadeiras de Direito Administrativo, Direito Civil e Direito Eleitoral em diversas universidades e foi conferencista de inúmeros eventos na área Jurídica. Carrera é membro do Conselho Editorial da JAM Jurídica e autor de inúmeros artigos científicos. Integrou a Primeira Comissão de Advocacia Pública da OAB – BA e foi Membro de Banca Revisora do Exame de Ordem. 

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Persistência da tuberculose pode estar relacionada aos lipídios da parede celular do bacilo

A tuberculose continua sendo um desafio de saúde pública, ultrapassando o vírus HIV como maior causa de mortes por doença infecciosa em adultos. O mecanismo para qual o Mycobacterium tuberculosis, bacilo causador da tuberculose, continua sendo persistente nas pessoas infectadas e como um subconjunto de pessoas infectadas são mais propensas a reativação da tuberculose, ainda não são totalmente compreendidos.

Uma característica bastante peculiar no M. tuberculosis é a diversidade de lipídios que compões a sua parede celular. Uma pesquisa recente, liderada pelo Professor Colaborador da Fiocruz Bahia, Adriano Queiroz, analisou como a M. tuberculosis utiliza esses lipídios para controlar a resposta inflamatória do hospedeiro durante a infecção em macrófagos murinos e em subpopulações de células T humanas. O trabalho foi publicado na revista científica Frontiers in Immunology e tem como primeira autora, Jéssica Dias Petrilli, estudante egressa do Programa de Pós-graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI/ Fiocruz Bahia).

Para o estudo, foram usadas a cepa de M. tuberculosis mutante no operon mce1 e o seu parental selvagem. Camundongos infectados com a cepa mutante foram incapazes de montar uma resposta pró-inflamatória forte contra a cepa selvagem. Não foram formados, nesses animais, granulomas organizados decorrentes de uma reação inflamatória que acontece com o objetivo de conter o agente agressor. Os estudos in vivo também mostraram que a expressão do operon mce1 é naturalmente reprimida na cepa selvagem durante a infecção em camundongos e macrófagos devido à superexpressão de seu regulador transicional, o gene mce1R. Pela perspectiva do M. tuberculosis, a interrupção no operon mce1 causa uma profunda alteração no conteúdo de lipídios de sua parede celular.

Os autores explicam que os receptores nucleares são capazes de “detectar” as alterações lipídicas na parede celular do M. tuberculosis. Esses sensores podem servir como um componente deste processo para controlar negativamente a resposta pró-inflamatória do macrófago e talvez, indiretamente, influenciar as respostas pró-inflamatórias dependentes de células T. O presente estudo sugere que esta defesa microbiana mediada por lipídios pode contribuir para a sobrevivência a longo prazo do M. tuberculosis em um hospedeiro infectado.

 

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SNCT 2020: Fiocruz Bahia realizará atividades com o tema Inteligência Artificial

A Fiocruz Bahia vai participar da 17ª edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, que esse ano tem como tema “Inteligência Artificial: a nova fronteira da ciência brasileira”. A programação acontece nos dias 21 a 23 de outubro, mobilizando a população, em especial os jovens, para atividades científico-tecnológicas. Clique nos links abaixo para se inscrever nas atividades, que ocorrerão através do Zoom, por conta da pandemia da Covid-19.

Na programação do primeiro dia, estão previstos dois painéis. Pela manhã, o tema central será “Inteligência Artificial e Saúde”, com palestras que irão abordar “Biobancos Digitais com Radiômica para Apoio à Medicina Personalizada”; “Aumentando a produção científica de forma artificialmente inteligente”; e “Saúde Pública de precisão e Inteligência Artificial”. No período da tarde, a temática será sobre “A utilização da Inteligência Artificial e tomada de decisões sobre a pandemia no Brasil”, em que pesquisadores irão apresentar suas atividades relacionadas ao emprego de Inteligência Artificial para Covid-19.

Já no dia 22, o evento começa com uma roda de conversa com alunos da Fiocruz Bahia premiados na Iniciação Científica e Iniciação Científica Júnior, seguido por jogos interativos. À tarde, ocorrerá a mesa redonda “Inteligência Artificial na Pós-Graduação do IGM”, com apresentações sobre desenvolvimento de uma ferramenta para o estudo e predição de co-morbidades; armazenamento dos dados de pesquisa na área de saúde e Inteligência Artificial na era da medicina de precisão em oncologia. 

A programação conclui com a sessão científica especial, na sexta-feira, 23, onde o pesquisador da Fiocruz Bahia, Washington Conrado dos Santos, falará sobre a “Rede PathoSpotter: Sistemas de automação do diagnóstico histológico de doenças”. 

Confira a programação completa:

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Pesquisadores testam técnica inovadora para detecção de Chagas e leishmaniose

A doença de Chagas e a leishmaniose são endêmicas em diversas regiões do Brasil, com humanos e cães que sofrem com as duas enfermidades simultaneamente. Essa co-infecção dificulta o diagnóstico, pois os testes sorológicos podem apresentar reação cruzada entre as duas doenças. Por isso, um estudo foi realizado buscando desenvolver, pela primeira vez, um teste para diagnóstico simultâneo para essas duas doenças, utilizando um imunossensor impedimétrico.

O trabalho foi publicado na revista científica Biosensors and Bioelectronics e contou com a participação do pesquisador da Fiocruz Bahia, Fred Luciano Neves. O imunossensor é um dispositivo bioanalítico utilizado para diagnóstico e monitoramento de doenças.

Para a pesquisa, foram usadas 30 amostras de soro de cães: 10 com leishmaniose visceral, 10 com doença de Chagas e 10 negativos para ambas as doenças. Um imunossensor foi testado utilizando antígenos específicos de cada doença, sendo a proteína recombinante IBMP 8.1 para Chagas e rLci1A/rLci2B para leishmaniose.

Os resultados mostraram a separação total entre os grupos infectados e não infectados, bem como nenhuma reatividade cruzada entre soros com outras infecções. Isso é extremamente relevante, pois leishmaniose representa uma fonte importante de resultados falso-positivos entre os testes sorológicos convencionais.

Segundo os autores do estudo, boa reprodutibilidade e precisão foram obtidas, atendendo os pré-requisitos para aplicações descartáveis. Isso mostra que o método pode ser usado para construir uma série de biossensores para a determinação simultânea de outras enfermidades. Tal metodologia é extremamente promissora para o diagnóstico destas e outras infecções, demonstrando maior sensibilidade do que os testes tradicionais utilizados, além da possibilidade de uma análise mais rápida e em tempo real com perspectivas de aplicação em áreas endêmicas.

Os pesquisadores concluíram que, com esta abordagem inovadora, os testes de diagnóstico baseados em imunossensores alcançaram 100% de precisão, sugerindo que os antígenos são elegíveis para avançar para as outras fases da pesquisa.

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Caracterização de vesículas extracelulares na leishmaniose e seus efeitos é tema de dissertação

Autoria: Taíse Cristina Santa Bárbara Silva Queiroz
Orientação: Camila Indiani de Oliveira
Título da dissertação: “Caracterização de vesículas extracelulares produzidas na infecção por Leishmania braziliensis e de seus efeitos imunomodulares”
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data: 27/10/2020
Horário: 09:00 
Local: Sala Virtual do Zoom

RESUMO

A leishmaniose é uma doença tropical negligenciada e de amplo espectro clínico, causada por protozoários parasitas do gênero Leishmania. Vários grupos relatam a secreção de vesículas extracelulares (VEs) em espécies de Leishmania, tais partículas têm a função principal de comunicação celular, exercendo efeitos na interação parasita-hospedeiro e entre os parasitas. Além disso, experimentos in vitro e in vivo demonstram o enriquecimento de VEs com biomoléculas, como fatores de virulência, fundamentais no processo infeccioso. Assim, nosso objetivo foi caracterizar as VEs secretados por macrófagos murinos infectados com L. braziliensis e avaliar o efeito da estimulação das células com essas VEs, em termos de carga parasitária e produção de citocinas. As VEsforam obtidas de culturas de macrófagos infectados com L. braziliensis e isoladas por centrifugação diferencial seguida de ultracentrifugação. Imagens de microscopia eletrônica de varredura sugerem que a liberação dasVEs ocorre em todo o corpo celular de macrófagos infectados com L. braziliensis. A Nanoparticle Tracking Analysis(NTA) mostrou que VEs obtidas de macrófagos infectados por 24 horas têm um diâmetro médio de 155,91 nm. A NTA também mostrou que a quantidade de VEs produzidas pelos macrófagos infectados foi semelhante (152,35 x 108 VE/ml) à observada nos macrófagos controle (125,83 x 108VE/ml), às24h. A estimulação de células com 108VEs/ml, obtida de macrófagos controle ou infectados, reduziu significativamente a carga parasitária de macrófagos após subsequente infecção por L. braziliensis. Paralelamente, a estimulação de macrófagos com 108VEs/ml (independente da origem daVE), seguida de infecção por L. braziliensis, reduziu a produção de TNF quando comparada às culturas que permaneceram sem estimulação. Este trabalho fornece uma nova perspectiva sobre a produção de VEs por células infectadas com L. braziliensis e abre uma nova via de investigação sobre seu papel imunomodulador na leishmaniose cutânea.

Palavras-chave: Vesículas extracelulares, Leishmania braziliensis, macrófagos, leishmaniose.

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Vacina BCG: qual a relação com a Covid-19?

Theolis Bessa explica que os dados gerados durante a pandemia mostraram que talvez a vacinação da BCG tenha influenciado no comportamento da Covid-19, em alguns países.

A vacina BCG foi desenvolvida para combater a tuberculose em uma época que essa doença era uma das principais causas de morte no mundo. Agora, perto de completar 100 anos de sua descoberta, algumas pesquisas têm demonstrado que ela pode ser uma aliada no combate ao SARS-CoV-2. 

Desde seu desenvolvimento, esta vacina é altamente estudada, não só para avaliar sua eficácia contra as formas mais graves de tuberculose, como também para investigar como ela estimula o sistema imune, gerando proteção indireta contra outras doenças infecciosas respiratórias.

A pesquisadora da Fiocruz Bahia, Theolis Bessa, conta que estudos conduzidos na África, em 2011, reacenderam o debate sobre os efeitos da BCG na redução da mortalidade por outras enfermidades. No ano seguinte, houve a primeira demonstração de como alterações em células imunes poderiam explicar esse fenômeno, que ficou conhecido como “imunidade treinada”. A imunidade clássica gerada com outras vacinas é chamada de “resposta imune de memória”, que é uma imunidade específica contra a doença para qual a vacina foi desenvolvida. 

Com a pandemia da Covid-19, algumas observações levaram a comunidade científica a considerar um possível papel protetor da BCG contra o SARS-CoV-2. Segundo Theolis, uma delas foram as divergências entre as projeções realizadas por cientistas e como de fato a Covid-19 se comportou em alguns países. Para alguns pesquisadores, a explicação para essas divergências não estaria apenas em diferenças sócioeconômicas, nas políticas de combate à pandemia ou no grau de preparação do sistema de saúde.

“Como a BCG não é uma vacina adotada em todos os países, os dados das projeções da Covid-19 gerados durante a pandemia mostraram que talvez a vacinação tivesse influência nos resultados encontrados, pois já estava sendo bastante estudado o efeito dessa vacina contra outras doenças respiratórias”, observou.

Outro dado que chamou a atenção dos pesquisadores foi o fato de crianças não serem tão suscetíveis ao novo coronavírus, sendo muitas assintomáticas, diferente de outras doenças virais e respiratórias que geralmente são mais graves nessa faixa etária. Theolis explica que a BCG é uma das primeiras vacinas aplicadas nas crianças e traz uma resposta imune importante na primeira década de vida, que é a faixa etária mais poupada pelo coronavírus, além de ter se mostrado eficaz na proteção para outros vírus do trato respiratório. 

Os primeiros estudos realizados sobre a relação da BCG com a Covid-19 foram epidemiológicos, somente de observação, chamados estudos ecológicos, especificamente. Esses trabalhos compararam diversos países com populações parecidas com relação a uma série de parâmetros que podem influenciar no impacto do novo coronavírus, mas que tinham diferentes políticas de administração de BCG. “Os resultados desses estudos deram peso inicial para que a vacina pudesse ser cogitada como protetora contra Covid-19”, comentou a pesquisadora. 

Atualmente, estão em andamento pesquisas clínicas, que são estudos em que pessoas são testadas voluntariamente com a vacina. Em Salvador, pesquisas estão sendo realizadas para estimar a eficácia da primeira dose da vacina BCG e da revacinação na redução da incidência e mortalidade por Covid-19. Entre as instituições que fazem parte desse trabalho está o Instituto Couto Maia (BA), com apoio da Rede CoVida, projeto realizado através de parceria entre o Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) e o Instituto de Saúde Coletiva (ISC/UFBA). Clique aqui para saber mais.

Sobre a BCG

A vacina do Bacilo Calmette–Guérin (BCG) foi desenvolvida pelos médicos franceses Calmett e Albert Guerin, no Instituto Pasteur, em Paris. Passou a ser utilizada no combate à tuberculose a partir de 1921. No Brasil, desde 1976, o Ministério da Saúde tornou obrigatória a administração da BCG em crianças até os 4 anos e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo dados do DataSus, do Ministério da Saúde, a vacina BCG foi a única das 16 vacinas do esquema básico a atingir a meta da cobertura vacinal em 2017 e 2018 no país. Ela teve cobertura de 96,41% em 2017 e de 96,09% em 2018.

A tuberculose é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis, o bacilo de Koch. A Organização Mundial da Saúde considera a doença a infecção mais mortal do mundo, com cerca de 1,5 milhões de morte por ano e mais de 10 milhões de infectados, mesmo sendo uma doença tratável e prevenível com a vacinação. Em 2019, o Brasil registrou 73.864 mil casos de tuberculose, com mais de 4 mil mortes.

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Abertas as inscrições para 2ª Edição do Prêmio Gonçalo Moniz de Pós-Graduação

A Vice-Diretoria de Ensino da Fiocruz Bahia divulga o edital do processo seletivo para a 2ª Edição do Prêmio Gonçalo Moniz de Pós-Graduação e convida sua comunidade científica e acadêmica para apresentar candidaturas. O período de inscrição é de 05 a 25 de outubro de 2020.

O objetivo do prêmio é de promover e encorajar os estudantes dos programas de pós-graduação da instituição a apresentarem seus trabalhos, identificando e premiando seus talentos, além de reunir e integrar a comunidade científica da instituição.

Podem se candidatar estudantes matriculados ou egressos do Programa de Pós-graduação em Patologia (PgPAT) e do Programa de Pós-graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI).

Clique aqui e consulte o edital para outras informações. 

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Homenagem e palestras marcam comemoração dos 63 anos da Fiocruz Bahia

O Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia) completou 63 anos e, para celebrar este marco, foi realizada uma solenidade, através da plataforma Zoom, no dia 28 de setembro. A comemoração contou com a presença da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade; da diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves; além dos pesquisadores e ex-diretores da Fiocruz Bahia, Mitermayer Galvão dos Reis e Manoel Barral Netto.

Participaram do evento a secretária de Políticas para as Mulheres do Estado da Bahia, Julieta Palmeira, e a secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia, Adélia Pinheiro. Representando o governador do estado, Rui Costa, e o secretário estadual de saúde, Fábio Vilas-Boas, a Superintendente de Vigilância e Proteção da Saúde, Rivia de Barros, comentou sobre a importância do Instituto Gonçalo Moniz na pesquisa científica, no desenvolvimento tecnológico e de recursos humanos, cujos frutos se destacam na atualidade com as contribuições no combate a pandemia da Covid-19.

Marilda Gonçalves abriu a cerimônia agradecendo a presença de todos e destacou a importância do pesquisador emérito e primeiro diretor da Fiocruz Bahia, Zilton Andrade, na trajetória da unidade da Fundação na Bahia. O evento foi marcado por homenagens ao pesquisador que faleceu em julho deste ano, contando com a presença de familiares e amigos. “Dr. Zilton tem uma participação fundamental e fez do instituto o que somos hoje”, declarou a diretora.

Nísia Trindade manifestou sua solidariedade e respeito a todos que perderam seus entes queridos para a Covid-19, reafirmando o compromisso da Fiocruz para que seja possível unir a sociedade e dialogar com os governos para avançar em uma agenda em defesa da vida. Além disso, ministrou a palestra “Fiocruz: aprendizados e desafios do presente”.

Manoel Barral, que mediou a mesa redonda “Desafios da Educação e da Ciência na atualidade”, também lamentou a perda importante para o instituto, com o falecimento de Zilton Andrade, e destacou a liderança feminina na Fiocruz, tanto no âmbito nacional, quanto na Bahia, no momento delicado da pandemia da Covid-19. Para o pesquisador, as ações realizadas pela presidente da Fiocruz e pela diretora do IGM mostraram o verdadeiro papel da Fiocruz na sociedade. “Conseguimos reforçar o papel da Fiocruz como uma instituição de reconhecimento na saúde brasileira”, disse. 

Saudando a todos que estavam presentes e que fizeram parte da trajetória da Fiocruz Bahia, Mitermayer Reis relembrou marcos importantes na história da instituição, como a criação dos programas de pós-graduação, a abertura da biblioteca para uso da comunidade e também eventos para o público como o Fiocruz Para Você. Também ressaltou o papel de Zilton na história da instituição, com articulações que tornaram possíveis chegar onde chegou. “Uma instituição com um papel que transcende o estado da Bahia”, acrescentou o ex-diretor.

Desafios

A presidente da Fiocruz realizou uma apresentação mostrando os desafios enfrentados na atualidade, que vão desde a questão ambiental, que influencia na saúde da população com as pandemias e endemias, passando pelo desafio demográfico com o envelhecimento crescente da população e a desigualdade social, além dos desafios relacionados às novas tecnologias no campo da comunicação. Nísia Trindade reforçou a missão da Fundação, nesse contexto, que é produzir, disseminar e compartilhar conhecimento e tecnologias voltadas para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde, contribuindo para a promoção da saúde e da qualidade de vida da população brasileira.

Uma das medidas para enfrentar estes desafios foi a implantação do Programa de Inovação da Fiocruz (Inova), em que projetos de ideias ou produtos voltados para inovação em saúde são fomentados pela instituição. Nísia deu destaque à Fiocruz Bahia como uma das instituições com mais projetos aprovados e também comentou sobre o edital específico para o combate a covid-19 realizado este ano.

“Quero dar parabéns aos projetos que estão no Inova e por todo esse esforço conjunto dentro do sistema Fiocruz”, acrescentou a presidente. Outras ações relacionadas à pandemia estão sendo realizadas, como o apoio ao diagnóstico, atenção à saúde primária, ensaios clínicos voltados para a vacina e também o papel da comunicação e informação com o Observatório Fiocruz Covid-19.

Sobre a vacina, Nísia comentou acerca da parceria de Biomanguinhos com a Universidade de Oxford (UK) e o laboratório AstraZeneca e que teve apoio do Ministério da Saúde, iniciativa orientada pelos princípios da ciência e da busca de uma vacina eficaz. A Fiocruz também está atuando nos ensaios de outras vacinas na busca de uma solução para a doença.

A presidente disse que, apesar de não ser um momento de muitas comemorações, pois são tempos de luta e perda, ainda assim é um momento de compromisso com a ciência e tecnologia e com o SUS e destaca a importância da Fiocruz Bahia. “Ao celebrar os 63 anos do IGM, celebramos também os 120 anos da Fiocruz e o papel que a Bahia teve nesse processo”.

Nísia salientou também que aquele era uma ocasião para celebrar Zilton Andrade: “um cientista de referência, que foi mestre de tantos e também foi um homem ousado para sua época, humanista e excelente pesquisador”, acrescentou, saudando seus familiares presentes no evento e a pesquisadora Sônia Andrade, que não pode comparecer à comemoração, sendo não só uma companheira de vida, mas também de toda a trajetória acadêmica de Zilton.

Trajetória da Fiocruz

A diretora da Fiocruz Bahia fez uma apresentação contando a história da unidade nesses 63 anos, desde sua criação, em 1957, com o Núcleo de Pesquisas da Bahia (NEP), por meio de um convênio entre o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), o Instituto Nacional de Endemias Rurais (INERU) e a Fundação Gonçalo Moniz, hoje conhecido como o Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN). Marilda Gonçalves também relembrou os ex-diretores que passaram pela instituição e as conquistas que cada um trouxe, como criação dos programas de pós-graduação e iniciação científica, das plataformas tecnológicas e do Núcleo de Excelência em Gestão de Projetos.

Outro marco na história da Fiocruz foi a criação do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (CIDACS), em 2016, coordenado pelo pesquisador Maurício Barreto, voltado para estudos e pesquisas baseados em grandes volumes de dados, para ampliar o entendimento dos determinantes e das políticas sociais e ambientais sobre a saúde da população.

Nesse momento, a Fiocruz Bahia tem realizado diversas ações para o combate à Covid-19 como uma resposta direta da instituição, em associação com o governo do estado e a prefeitura de Salvador. Marilda finalizou a apresentação com uma citação de Zilton Andrade, do livro que reúne os textos do pesquisador publicados no jornal Tribuna da Bahia, agradecendo a participação de Zilton nas vidas de todos da Fiocruz Bahia:

“Os nossos pobres, na sua maioria miscigenados escuros, devem saber que a sua libertação dessas chagas sociais só será conduzida na luta. Na luta por sua melhora econômica, pela educação, pelo seu lugar ao sol, por uma sociedade democrática que elimine a exploração e a pobreza. Não há outro caminho para se eliminar o racismo. Até lá, vamos ter que conviver com os racistas, tanto no tratamento policial ou legal, mas sem perder a perspectiva geral do problema e da solução definitiva” (7 de maio de 1986).

Clique aqui e confira a homenagem a Dr Zilton Andrade

Clique aqui e confira a cobertura da mesa Desafios da Educação e da Ciência na atualidade

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Pesquisador emérito Zilton Andrade é homenageado em aniversário da Fiocruz Bahia

Na celebração dos 63 anos da Fiocruz Bahia, Zilton Andrade foi homenageado em evento realizado no dia 28 de setembro, através da plataforma Zoom. O pesquisador da Fiocruz Bahia, Luiz Antonio Rodrigues de Freitas, contou a trajetória de Zilton, que foi diretor da Fiocruz Bahia, dedicado pesquisador e mentor de muitas gerações de professores e pesquisadores.

Freitas disse se sentir profundamente emocionado e honrado de ser o responsável pela homenagem e também por ocupar sua cadeira, de número 31, da Academia de Medicina da Bahia, desde que Zilton se tornou membro emérito. “Vamos comemorar a vida daquele que se imortaliza na extensa obra científica deixada, em suas reflexões registradas em seus escritos ao longo dos anos e na memória de cada um de seus discípulos, em seus filhos e netos”, declarou o pesquisador.

Os filhos de Zilton, Marusia e Ivan Andrade, estiveram presentes na homenagem representando a família e agradeceram todas as palavras ditas sobre o pai. Marusia destacou a sensibilidade da Fiocruz enquanto instituição, por ter permitido que seus pais continuassem a exercer suas pesquisas mesmo após completarem 70 anos e agradeceu a Marilda de Souza Gonçalves, diretora da Fiocruz Bahia, pelo empenho de preservar todo o acervo de Zilton, incluindo todo o material de pesquisa desenvolvido por ele e a esposa, também pesquisadora, Sônia Andrade. Ivan disse que a homenagem também serviu para eles aprenderem cada vez mais sobre a trajetória do pai, lembrando como Zilton realizou pesquisas em um momento em que ser pesquisador era considerado uma carreira “de louco”, uma inspiração que levou para sua vida.

A presidente da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), Kátia Leite, também prestou homenagem ao pesquisador falecido, a quem considera um dos maiores ícones da patologia brasileira e que atuou em um dos mais importantes institutos de saúde do Brasil. Kátia lamentou a morte de Zilton, declarando ter sido um ano triste para a medicina, principalmente para a SBP. Para a presidente, Zilton era um professor não só em título, mas em atitude, formando gerações de médicos e inspirando muitos a seguir carreira na patologia. “Foi uma figura internacional notável, sendo Zilton de Andrade sinônimo da patologia brasileira”.

O presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), Pedro Vasconcelos, apresentou algumas fotos da trajetória de Zilton na sociedade, a qual era sócio fundador. Uma delas foi da cerimônia da Medalha Carlos Chagas, que Zilton recebeu em 2014. Para a SBMT, Zilton representava algo muito especial por conta de ele ter tido, junto com outros pesquisadores, ter a iniciativa de criar da sociedade em 1962, na qual foi presidente de 1987 a 1989.

Pedro destacou a dedicação de Zilton à medicina tropical ao longo de mais de 60 anos, principalmente à patologia tropical. “Uma vida completa de ciência que resultou em diversos trabalhos científicos, muitos relacionados com doenças parasitárias, como esquistossomose e a Doença de Chagas”, disse.

Antonio Carlos Vieira Lopes, presidente da Academia de Medicina da Bahia, trouxe um relato sobre Zilton como seu professor de anatomia patológica em 1963, na Faculdade de Medicina da UFBA. Antonio fez parte de uma das primeiras turmas a ter Zilton como professor e relembrou esse momento com carinho.

A pesquisadora da Fiocruz Pernambuco, Eridan Coutinho, não pode estar presente no evento e enviou uma carta que foi lida ao público por Marilda Gonçalves. No texto, Eridan declarou que a Fiocruz, a UFBA e o Brasil perderam um dos maiores e melhores patologistas tropicalistas brasileiros do século XX, considerando justa essa e tantas outras homenagens que ainda venham a ser prestadas a Zilton. “O exemplo de sua trajetória de vida se refletirá sempre como luz a iluminar as ideias e vocações dos nossos talentos de amanhã”, declarou.

Biografia

Zilton Andrade nasceu no dia 14 de maio de 1924, em Santo Antônio de Jesus, interior da Bahia. Se formou em Medicina pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), alcançou na universidade o posto de professor titular, em 1974, e o título de Professor Emérito, em 1985. Ingressou na Fundação Oswaldo Cruz em 1983, se aposentou em 1994 e, em 2012, recebeu o título de Pesquisador Emérito da Fiocruz. 

Era professor Permanente do curso de Pós-graduação em Patologia Humana (UFBA/Fiocruz). Entre suas condecorações mais importantes estão a de Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico – Presidência da República do Brasil (1995) e Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico – Presidência da República do Brasil (2005). É Membro da Academia Brasileira de Ciências.

 

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Desafios da educação e ciência são debatidos em aniversário da Fiocruz Bahia

Durante a comemoração dos 63 anos da Fiocruz Bahia, em evento realizado através da plataforma Zoom, no dia 28 de setembro, foi realizada uma mesa de conversa sobre os “Desafios da Educação e da Ciência na atualidade”, mediada pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Manoel Barral Netto, que teve como participantes o reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), João Carlos Salles, e o presidente da Academia de Ciências da Bahia, Jailson Bittencourt de Andrade. 

Na abertura da mesa, a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, declarou como estava honrada de ter os três reunidos naquele debate e como sempre teve vontade de fazer uma mesa para discutir ciência, tecnologia e educação, principalmente em tempos tão difíceis como os atuais. 

Manoel Barral iniciou a conversa afirmando que, como a atividade da Fiocruz Bahia é muito centrada no campo da saúde, com as vertentes de educação, ciência e tecnologia, foi muito pertinente esse momento da programação para pensar quais são os desafios da educação, que ficou realmente crítica com a Covid-19. “É preciso pensar sobre qual é o nosso papel também na educação, neste momento”, acrescentou o pesquisador. 

Em sua fala, Jailson Bittencourt explicou que existem quatro aspectos que influenciam nos desafios que a educação enfrenta atualmente: o financiamento descontinuado e diminuído das instituições de pesquisa e ensino; o fato que ciência, tecnologia e inovação precisam ser vistos como vetores do desenvolvimento regional e nacional, não como despesa; a necessidade de apoiar às infraestruturas de pesquisa, especialmente em momentos de crise; e recursos humanos para ciência e tecnologia, que precisam ser formados à exaustão e precisam ser renovados. “Esses quatro itens são sistemas que precisam estar em movimento e em investimento continuado”, declarou. 

O presidente da ACB também comentou que o Brasil tem uma boa infraestrutura de pesquisa, citando o Supercomputador Santos Dumont e o Vital de Oliveira, navio hidroceanográfico. Porém, para o professor, é preciso cuidar dessa infraestrutura e expandi-la. Jailson deu destaque à queda de investimentos na educação, em especial nas agências de fomento, que começaram a ter dificuldades a partir de 2015, mas conseguiram reverter a situação com a mobilização da comunidade científica. Porém, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), por exemplo, importante para o fomento de projetos, sofreu cortes até chegar no mesmo orçamento de 20 anos atrás.

João Carlos Salles trouxe sua experiência como reitor da UFBA para o debate, discutindo como a situação que as universidades vivem se agravou com a pandemia. “A pandemia não inventou a exclusão, não inventou as dificuldades das universidades. Ela agravou e tornou a universidade vulnerável a ações governamentais extremamente delicadas”, disse. Desaquecimento do orçamento também foi citado como um dos motivos para enfraquecer as instituições de ensino superior. De acordo com Salles, as universidades estão chegando no ápice da queda de investimento, que vem de uma sequência de defasagem orçamentária.

Oreitor defendeu o ideal de “universidade estendida”, onde a UFBA está irmanada com a Fiocruz, irmanada com as outras instituições e universidades, para se fortalecer, citando a capacidade que a área da ciência tem de mobilização para a união dos membros dessas instituições. “Temos compromissos éticos, morais e políticos de resistência para enfrentar esse cenário que faz com que cada um, como pesquisador, não queria o isolamento, procure a ação conjunta”, declarou Salles. 

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Populações vulnerabilizadas na Bahia recebem apoio da Fiocruz contra Covid-19

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) lançou uma Chamada Pública para Apoio a Ações Emergenciais Junto a Populações Vulneráveis, com o objetivo de contribuir para a mitigação dos efeitos da pandemia de Covid-19 em locais em situação de vulnerabilidade socioambiental. No total, foram selecionados 145 projetos de organizações com reconhecida atuação, de todas as regiões brasileiras. Destes, 13 projetos foram da Bahia e estão sendo executados desde junho. 

No estado, os projetos contemplados estão localizados nas cidades de Cachoeira, Caem, Cruz das Almas, Feira de Santana, Jaguaripe, Salvador, Taperoá e Vitória da Conquista. Para cada proposta do edital, um servidor da Fundação foi designado para prestar acompanhamento técnico. Na Fiocruz Bahia, 6 assessores estão acompanhando projetos de diversos estados. 

A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, avalia que a chamada pública destacou-se em meio às ações realizadas pela instituição em relação às respostas emergenciais ao enfrentamento do SARS-CoV-2 (Covid-19). Para Marilda, esta forma de apoio e o número de populações em situação de vulnerabilidade que se candidataram ao edital refletem o quanto a pandemia expôs a situação crítica relacionada a desigualdade social existente no país. 

“Foram contempladas 13 propostas no Estado da Bahia e a resposta obtida comprova mais uma vez que a Fiocruz é uma instituição voltada para respostas importantes de saúde pública e reforça a sua missão e integridade na condução de políticas públicas ao longo dos seus 120 anos de existência”, ressaltou a diretora.

Uma das propostas selecionadas foi da Associação de Moradores de Mutá (AMMU), do município de Jaguaripe, intitulada “Uma corrente de solidariedade e união pela garantia da vida”. A organização realiza a produção e distribuição contínua de alimentos prontos e máscaras de tecido para cerca de 160 pessoas da localidade, que vivem em situação de vulnerabilidade, garantindo, assim, segurança alimentar e medidas de prevenção nesses tempos emergenciais de crise sanitária.

A AMMU tem 13 anos de atuação na comunidade, promovendo atividades voltadas para a educação, como oficinas de karatê e música, além do atendimento e acompanhamento das famílias formadas, em sua maioria, por marisqueiros e pessoas com trabalho informal. As crianças da comunidade costumavam frequentar a associação no turno oposto ao horário escolar e realizavam uma refeição por dia no local, porém, com o isolamento social e a queda na arrecadação da associação, as atividades foram suspensas. 

De acordo com a secretária da associação, Gabriela Souza, tem sido bastante gratificante realizar esse projeto em parceria com a Fiocruz e já é possível perceber os resultados positivos da ação. “Nós estamos fomentando na comunidade o espírito de solidariedade, além da questão do voluntariado também, de não apenas receber, mas também se doar para o outro”, explica Gabriela. 

A organização Casa de Barro, em Cachoeira, município do Recôncavo da Bahia, desenvolve ações nos campos da cultura, da arte e da educação com a população local, desde 2005. A proposta da entidade contemplada no edital pretende atender cerca de 2000 pessoas de comunidades ribeirinhas, rurais, quilombolas, com a doação inicial de 50 cestas básicas, mobilização para arrecadação e distribuição de novas cestas, intervenções educativas focadas na prevenção da Covid-19 e a distribuição de 300 máscaras protetivas reutilizáveis e luvas descartáveis.

A coordenadora da proposta, Luisa Mahin Nascimento, recebeu diversos depoimentos de pessoas atendidas, como é o caso de dona Anieda, que agradeceu cesta básica recebida pelo projeto: “Que o Senhor Jesus continue abençoando o projeto de vocês, obrigada por tudo”. O fornecedor das cestas básicas também comentou sobre o projeto. “Nos faz acreditar em um mundo melhor”, declarou.

Em Salvador, a Associação de Moradores do Alto do Cabrito e Adjacência (AMACA), que atua em bairros do Subúrbio Ferroviário, desenvolve atividades e projetos para a comunidade de forma contínua, como aulas de capoeira, escolinha de futebol, além de prestar atendimento social e acompanhamento das famílias. Com o apoio da chamada, a AMACA vai fornecer cestas básicas e produtos de limpeza e higiene, além de informações de educação em saúde de prevenção e controle da Covid-19, a 200 famílias em situação de extrema pobreza e que não estejam recebendo qualquer benefício do governo.

O edital

O protagonismo das organizações da sociedade civil é a marca da chamada pública, por isso as propostas contempladas partiram dos próprios atores sociais que conhecem de perto ou vivenciam os impactos desta crise sanitária, como associações, cooperativas, coletivos, entre outras formas de organizações, nos locais mais desassistidos do país. 

Populações que vivem em situação de vulnerabilidade socioambiental estão mais expostas ao risco de contrair o novo coronavírus e, no caso de adoecimento, dispõem de poucos recursos para a obtenção de um tratamento adequado. Frente aos desafios estruturais da sociedade brasileira, a Fiocruz se viu diante da urgência em apoiar ações que contribuíssem para reduzir a disseminação da Covid-19 e assegurar condições mínimas de sobrevivência para essas populações. 

Os projetos contemplados foram enquadrados nas áreas de segurança alimentar; comunicação; saúde mental; ações que favoreçam a observância das medidas preconizadas pelas autoridades sanitárias; e assistência específica a idosos, pessoas com doenças pré-existentes e com deficiências, gestantes e outros grupos de risco.

A iniciativa é coordenada pela diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio; o coordenador da Cooperação Social da Fiocruz, José Leonídio Santos, a coordenadora geral do Canal Saúde da Fiocruz, Márcia Corrêa e Castro; e o chefe de gabinete da Presidência da Fiocruz, Valcler Rangel. Conta também com a assessoria remota da Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde (Fiotec).

Márcia reforça a importância para uma instituição de pesquisa, como a Fiocruz, realizar essa chamada pública, “pois nos dá um panorama de como a sociedade brasileira está enfrentando a pandemia e como está se organizando para dar enfrentar esse desafio”, comentou.

Segundo Leonídio, a Bahia é o quarto estado com maior número de projetos financiados nessa chamada, dos quais onze preveem ações em segurança alimentar associada a outras áreas temáticas. “Merece nosso reconhecimento a cooperação da direção da Fiocruz Bahia na sensibilização e envolvimento de profissionais para o estratégico trabalho de assessoramento sociotécnico”, acrescentou. 

Para Fabiana, a chamada tem sido fundamental para viabilizar a construção de estratégias coletivas para lidar com as principais questões decorrentes das iniquidades sociais históricas que eclodiram com a pandemia. “Os projetos da Bahia se configuram como um caminho importante de proposições diante das questões regionais. Além disso, a Fiocruz Bahia tem cumprido um papel fundamental no suporte a esses projetos para que contribuam de modo efetivo para a garantia de dignidade para as comunidades contempladas pelas diversas propostas”, afirmou.

Algumas imagens enviadas pelas coordenações dos projetos:

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