A presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Nísia Trindade Lima, participou de uma live intitulada ‘A pandemia e as mulheres nas ciências’, promovida pela Secretaria Estadual de Política para as Mulheres da Bahia, no dia 30 de março. O encontro, mediado pela secretária Julieta Palmeira, compõe a programação do Março Mulheres 2021.
A convidada iniciou a apresentação falando sobre a sua relação com o estado e da admiração por mulheres baianas que têm contribuído para a ciência ao longo dos anos, dentre as quais destacou a secretária Julieta Palmeira e a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves.
Primeira mulher a presidir a instituição em 120 anos, Nísia destacou a importância de desempenhar diferentes papéis na ciência e apresentou a experiência da Fiocruz, onde 56% dos funcionários são do gênero feminino. Segundo Nísia, a pandemia tem permitido dar visibilidade ao papel de muitas mulheres que hoje são lideranças na pesquisa frente à Covid-19, atuando em várias posições, ainda que em menor número.
A convidada também destacou o esforço dedicado à criação de políticas que promovam maior equidade, apoiadas pelo Comitê de Equidade de Gênero e Raça. “Do ponto de vista de liderança em áreas de tecnologia e de atenção especializada é crescente o número de mulheres. As mulheres são maioria entre pesquisadores, tecnologistas e analistas. Mas ainda temos muitas barreiras a transpor”, informou.
Ainda sobre o destaque das cientistas no contexto da pandemia, a presidente falou sobre o processo de produção da vacina em parceria com a Oxford/Astrazeneca e do importante trabalho de mulheres que estão na linha de frente no controle de qualidade do imunizante e nas etapas para registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Nísia também falou sobre os impactos da pandemia na rotina de mulheres que, em grande parte, precisam conciliar demandas profissionais e familiares. “A primeira questão é dar visibilidade ao problema. Muitas vezes eles não aparecem como algo tão concreto, então nós precisamos demonstrar isso”, afirmou a convidada reforçando que a pandemia acaba por revelar novas desigualdades para as mulheres, especialmente as mulheres negras.
A presidente falou ainda sobre o incentivo à carreira de mulheres através de iniciativas que despertem o interesse em jovens e adolescentes, como o projeto Meninas na Ciência, e das políticas internas para promoção da equidade de gênero, destacando a atenção às especificidades de mulheres em período gestacional ou de amamentação, especialmente durante os processos seletivos. “Nós temos uma política que eu acho que deveria ser de todas as instituições de pesquisa, que é analisar o currículo de mulheres considerando períodos de gestação e amamentação, sem isso é impossível cobrar de uma mulher o mesmo desenvolvimento acadêmico de um homem. Mas temos consciência de que precisamos avançar muito mais”, completou a convidada que chamou atenção para as condições sociais que atravessam a vida de grande parte das profissionais nas mais variadas áreas.
Nísia também falou sobre a produção da vacina que, segundo ela, já entrou numa faixa de 900 mil doses produzidas por dia. “Nosso cronograma prevê em torno de 120 milhões de doses por mês. Cada lote produzido leva, em média, 20 dias para ser liberado após a realização de todo o processo de segurança”.
A presidente encerrou falando sobre a necessidade de investir em políticas públicas que ajudem a superar a crise sanitária. “Vamos superar a pandemia, mas é uma doença que permanecerá com uma necessidade de imunização das suas variantes. Precisamos investir cada vez mais em tecnologia. A população precisa mudar seus hábitos”, finalizou.
Foi realizado na manhã desta quinta-feira, 25, o evento Meninas Baianas na Ciência, promovido pela Fiocruz Bahia. Com o tema ‘Conectando passado e presente’, a atividade teve início às 9h30, através da plataforma Zoom. Neste ano, devido a pandemia da Covid-19, a atividade aconteceu de forma remota, com transmissão pelo canal da Fiocruz Bahia, no YouTube. O encontro foi marcado pela participação de estudantes de diferentes localidades do estado.
A atividade foi iniciada com apresentação da comissão organizadora do evento, formada por Natália Tavares, Karine Damasceno e Isadora Siqueira, que expuseram um pouco de suas trajetórias acadêmicas, destacando a participação no processo de Iniciação Científica e as contribuições dessa experiência para as suas carreiras.
Em seguida, a mesa de abertura contou com a presença da Diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, que falou sobre a importância do projeto Meninas Baianas na Ciência para toda a comunidade. “Nós temos que prosseguir e entusiasmar essas meninas para que elas se tornem cientistas. É muito importante que façamos esse despertar”, afirmou.
A Vice-Diretora de Ensino, Patrícia Veras, ressaltou a satisfação de ver mulheres ocupando espaços historicamente preenchidos por homens e da necessidade de impulsionar novas carreiras, despertando o interesse ainda no período escolar. “A ciência tem que ser igualitária e esse trabalho que estamos concretizando é para começar uma história dentro da Fiocruz Bahia”, reforçou.
A mesa também contou a presença da representante da Secretaria de Educação do Estado da Bahia, a Diretora de Políticas para Educação Superior, Ivanilda Amado, que apresentou algumas ações direcionadas aos alunos do ensino público estadual. Dentre as oportunidades, está o Programa Ciência na Escola, iniciativa que tem como objetivo transformar o ambiente escolar em um local de descobertas e produções científicas, com foco no bem-estar social e no desenvolvimento coletivo.
Dando continuidade ao evento, a palestra “A participação das mulheres no desenvolvimento tecnológico no Brasil: A vivência da Fiocruz Bahia”, ministrada por Marilda Gonçalves, abordou as principais ações realizadas pela instituição com objetivo de incentivar e fortalecer a participação das mulheres no desenvolvimento de pesquisas científicas e tecnológicas. A palestrante também apresentou indicadores sociais que revelam as desigualdades enfrentadas pelo gênero feminino, seja no acesso à educação ou no mercado de trabalho, impactando principalmente na vida de mulheres negras.
A palestrante falou ainda da ampla atuação de mulheres na comunidade interna da Fiocruz Bahia e em outras unidades espalhadas pelo Brasil, todas elas com ampla atuação e reconhecimento nas mais diversas áreas de produção científica. Marilda finalizou apresentando os inúmeros avanços das mulheres na medicina acadêmica e as principais estratégias para driblar os desafios impostos pelo preconceito de gênero.
Mesa redonda discute o papel da mulher na ciência e na sociedade
A mesa intitulada ‘O papel da mulher na ciência e na sociedade’, foi iniciada pela professora e pesquisadora da Fiocruz Bahia, Aldina Barral. A convidada dissertou sobre os principais desafios e aprendizados ao longo da sua formação, destacando a sua mudança do estado do Piauí para a Bahia e a sua passagem por diferentes pontos do país realizando importantes estudos sobre a leishmaniose. A convidada também reforçou a importância de se inspirar em outras mulheres, fortalecendo a trajetória uma das outras. “O meu conselho é que as mulheres sejam independentes, não submissas e gostem muito de ler”, afirmou a palestrante.
Na sequência, a representante do Odara – Instituto da Mulher Negra, Erika Souza, falou sobre a sua trajetória junto ao instituto fundado a partir de uma perspectiva negra e feminista, dedicado a formação de jovens, mulheres e adolescentes negras. Erika relatou algumas das suas experiências com essas mulheres e as barreiras que lhe são impostas. Segundo ela, ultrapassar esses muros ainda não é a realidade de muitas e por isso a importância de promover ações que ajudem a expandir os horizontes. “O meu sonho é ser referência enquanto profissional do Serviço Social para o movimento de mulheres negras do Brasil e para o movimento social de forma geral, trazendo um processo de transformação na vida das pessoas que eu consiga atingir”, confessou.
A professora e pesquisadora da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Estela Aquino, apresentou a sua caminhada acadêmica, falando um pouco sobre as suas escolhas e oportunidades. A convidada apresentou um pouco da sua trajetória acadêmica, iniciada na década de 1970, e os impactos políticos e sociais daquele momento na sua formação profissional e pessoal. Estela falou ainda sobre a urgência de políticas públicas que promovam a equidade de gênero e da importância de incentivar a realização de pesquisas sobre gênero e ciência, apoiando o desenvolvimento das mulheres. A convidada abordou ainda os impactos da pandemia da Covid-19 na jornada das mulheres que, em grande parte, precisam conciliar a vida profissional, tarefas domésticas e cuidados com a família.
A mesa foi finalizada com a participação da representante da Rede Kunhã Axé, Luciana Leite, que apresentou uma fala voltada para a acessibilidade da ciência. Para a convidada, é interessante apresentar o tema como algo que pode ser divertido e acessível para todos desde a infância, ajudando a desconstruir o estereótipo do cientista como uma figura distante da realidade das pessoas de modo geral. Luciana também falou sobre a importância de criar redes de apoio para meninas e mulheres que estão iniciando suas trajetórias na ciência. “Além da ciência ser incrível porque você está contribuindo para a expansão do conhecimento da humanidade, fazer o que você gosta também traz recompensas. Siga o seu coração e se dedique de verdade ao que você gosta”, aconselhou.
Realização de oficinas aproximam participantes da prática científica
À tarde, as alunas da rede pública estadual participaram de três oficinas que tiveram como principal objetivo proporcionar um contato mais direto com as atividades científicas. A primeira oficina, sobre genética, foi ministrada pelas convidadas Jaqueline Goes, da Universidade de São Paulo (USP), e Luciane Amorim, da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP). Em seguida, as participantes aprenderam um pouco sobre gamificação na oficina ministrada pela Drª Isa Neves, da Universidade Federal da Bahia (UFBA). E por último as convidadas Soraia Machado e Joice Pedreira, ambas da UFBA, ministraram a oficina sobre microbiologia.
Além do compartilhamento de aprendizado, as oficinas foram marcadas por histórias de vida e trajetórias profissionais que começaram com a Iniciação Científica, demonstrando a importância dessa fase para a vida acadêmica. Na oportunidade, as meninas puderam aprender um pouco de como funciona a rotina de uma cientista e os seus principais desafios.
Membro da Comissão Organizadora do evento, Natália Machado, falou sobre como foi possível perceber o interesse das participantes e a inspiração na figura das cientistas. “Eu acho que alcançamos o principal objetivo do projeto, mesmo de forma virtual, que era inspirar e motivar jovens estudantes para a vida científica, mostrar para elas que essa é uma possibilidade real de atuação. Muitas palestrantes, inclusive, se disponibilizaram a passar seus contatos e manter uma comunicação com as meninas, então foi uma via de duas mãos, em que todas nós aprendemos muito”, afirmou.
Natália também destacou a participação das monitoras do evento, participantes do programa de Iniciação Científica da Fiocruz Bahia e dos Programas de Pós-graduação. Uma das monitoras do evento, Larissa Mendes, disse que estar ao lado de mulheres com trajetórias tão impactantes foi uma experiência gratificante. “Ver os depoimentos de todas me trouxe mais inspiração e certeza de que nós mulheres podemos ir e ser quem a gente quiser. Foi sempre um sonho meu ser cientista, desde pequena, e hoje sigo minha trajetória com muito orgulho. Ver as meninas que estão começando agora ou que sonham com o mesmo objetivo é muito especial”, disse.
Para a monitora Yasmin Macêdo, além de inspirar, a experiência também despertou a sua ambição para construir uma história tão brilhante quanto as cientistas convidadas. “Esse projeto demonstrou para as estudantes que elas podem ser o que quiserem e que se optarem pela ciência serão muito bem vindas e acolhidas. A oportunidade de conhecer os meios de ingresso à ciência desde o ensino médio podem fazer a diferença na adesão dessas meninas, as transformando em profissionais mais fortes e qualificadas”, finalizou.
O evento Meninas Baianas na Ciência, realizado no dia 25 de março, às 9h30, será transmitido para toda a comunidade, através do canal da Fiocruz Bahia, no YouTube. A mesa de abertura contará com a presença da Diretora da instituição, Marilda Gonçalves, da Vice-Diretora de Ensino, Patrícia Veras e da representante da Secretaria de Educação do Estado da Bahia, Ivanilda Cardoso.
A atividade contará ainda com a palestra “A participação das mulheres no desenvolvimento tecnológico no Brasil: a vivência da Fiocruz Bahia”, ministrada por Marilda Gonçalves. A programação será encerrada com uma mesa redonda formada pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Aldina Barral, pela professora e pesquisadora da UFBA, Estela Aquino, pela representante da Rede Kunhã Axé, Luciana Leite e pela representante da Rede Odara, Érika Souza.
O semestre letivo 2021.1 da Fiocruz Bahia foi iniciado nesta quarta-feira, 17. Para dar as boas vindas aos novos alunos, a instituição promoveu uma aula inaugural seguida de uma roda de conversa. O evento, realizado às 9h, através da plataforma virtual Zoom, contou com a presença de discentes, professores, coordenadores e colaboradores do Programa de Pós-graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PGBSMI), Deborah Fraga e Luciano Kalabric; do Programa de Pós-Graduação em Patologia Humana e Patologia Experimental (PGPAT), Valéria Borges e Clarissa Gurgel e do Mestrado Profissional em Pesquisa Clínica e Translacional (PPGPCT), Conceição Almeida e Edson Moreira.
A Vice-Diretora de Ensino e Informação, Patrícia Veras, iniciou o evento agradecendo a presença de todos os participantes. Em seguida, a Diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, recepcionou os discentes, apresentando um pouco do Instituto Gonçalo Moniz e da estrutura disponível para a realização de pesquisas. Marilda também reforçou a importância de formar novos profissionais que possam atuar em futuras investigações científicas. “Os nossos pesquisadores mais novos têm dado uma colaboração excepcional e muitos deles foram nossos alunos egressos de nossos programas de pós-graduação”, enfatizou.
O evento também contou com a presença das representantes da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Maria Cristina Guillam e Márcia Silveira. A Coordenadora Geral de Educação, Cristina Guillam, falou sobre a necessidade de discutir a pandemia da Covid-19, levando em consideração a sua relação com os marcadores sociais que atravessam grande parte da população. O evento foi marcado pela palestra ‘A produção científica sobre Covid-19 e as desigualdades sociais’, ministrada pela professora do Instituto de Saúde Coletiva (ISC/UFBA), Estela Aquino e foi mediada pela pesquisadora Conceição Almeida.
A palestrante apresentou um panorama da pandemia, traçando uma linha cronológica a partir do primeiro caso de Covid-19 confirmado no Brasil e os seus impactos na produção científica. Estela falou sobre a constante mudança no cenário e os desafios enfrentados. “Qualquer coisa que a gente fala atualmente sobre a pandemia, sobre a Covid-19, é necessariamente provisória. Aquilo que a gente está habituado a conviver quando estamos discutindo ciência se agudiza muito, exatamente pela velocidade com que as coisas estão ocorrendo e como os conhecimentos estão sendo produzidos”, afirmou.
Segundo a convidada, com o início da pandemia em 2020, além de todas as mudanças na saúde pública mundial, notou-se também um aumento exponencial na produção científica na busca por respostas para o controle da pandemia. Segundo ela, na medida em que o número de casos aumentou, cresceu também a quantidade de estudos relacionados ao tema. Estela destacou ainda as principais mudanças ocorridas no contexto da produção científica como a distribuição mais rápida de financiamento para a realização de pesquisas, a aceleração dos mecanismos de revisão por pares, priorizando as publicações sobre Covid-19, o aumento das cooperações científicas e a abertura do acesso às publicações sobre o tema.
Dentre os principais pontos abordados pela professora está a necessidade de estudar os determinantes sociais que influenciam na maneira como a população é afetada pela pandemia, tornando importante considerar posição social, gênero e raça enquanto categorias analíticas. Segundo a convidada, a produção e a divulgação dos conhecimentos científicos precisaram se adequar ao novo contexto de vida, sendo necessário aderir a novos métodos de revisão e publicação que sejam mais rápidos, mas assegurem a qualidade e a credibilidade das abordagens. A pesquisadora destacou também diferenças de gênero na autoria das publicações científicas sobre Covid-19, ressaltando a dificuldade das mulheres em conciliar as atividades de pesquisa em tempos de pandemia.
Roda de conversa apresenta as principais ações de Ensino
Na sequência, Patrícia Veras apresentou as ações de sucesso implementadas pela equipe de Ensino em parceria com a Assessoria de Comunicação (Ascom), com o apoio da Diretoria do IGM da Fiocruz Bahia desde 2019 e que seguem se aprimorando a cada ano. Dentre estas ações, foram citados: o #Papo Acadêmico, um espaço permanente de diálogo entre a equipe de ensino e os discentes; o Prêmio Gonçalo Moniz; capacitação do corpo docente e discente pela oferta de cursos de metodologias ativas de ensino e da disciplina de Didática Especial em parceria com o professor Daniel Manzoni; a oferta do curso de Divulgação Científica e lançamento do Edital 2021.
Foram citados ainda, as ações realizadas no contexto da pandemia da Covid-19, como os Seminários Integrados sobre Sars-Cov2, que contou com a participação de 96 discentes, sendo 79 da pós-graduação e 17 da Iniciação Científica. A vice-diretora ressaltou ainda a participação dos discentes como voluntários na Plataforma Diagnóstico Molecular para Covid-19.
Outro momento que marcou o evento e emocionou os presentes foi a homenagem póstuma aos alunos: Eric Page (PGPAT) e Fabiano Simões (PGBSMI), realizada pelos professores Clarissa Gurgel e Luciano Kalabric, respectivamente. “A equipe de Ensino do IGM Fiocruz seguirá apoiando nossa comunidade acadêmica discente em mais um ano desafiador. Seguiremos juntos”, declarou Patrícia Veras.
Foi prorrogado até o dia 19 de março o prazo para as inscrições do projeto “Meninas baianas na ciência: conectando passado, presente e futuro”. Podem participar meninas do 1º ao 3º ano do Ensino Médio matriculadas na rede pública do Estado da Bahia. A inscrição deve ser realizada neste link. Estão sendo disponibilizadas 150 vagas.
Organizado pelas pesquisadoras da Fiocruz Bahia Isadora Siqueira, Karine Damasceno e Natália Tavares, o objetivo do projeto é incentivar meninas a conhecerem e se interessarem por áreas de ciência, tecnologia e inovação, terem exemplos de atuação de mulheres na ciência nos quais possam se inspirar, além de fortalecer e divulgar o papel das mulheres nas áreas de ciências em saúde.
As atividades propostas, que vão ocorrer no dia 25 de março, a partir das 9h30, através da sala virtual do Zoom, permitirão que as meninas participantes tenham a oportunidade de conhecer mulheres cientistas e suas trajetórias, além de participarem de palestras e oficinas virtuais em temas relacionados à ciência em saúde.
Clique aqui e confira as oficinas, palestras e as cientistas que irão ministrá-las.
A coordenação do Programa Institucional de Iniciação Científica do Instituto Gonçalo Moniz – PROIIC informa que foram abertas as inscrições para solicitação de bolsas de Iniciação Científica nos Editais PIBIC e PIBITI CNPq 2021.
A coordenação do PROIIC solicita especial atenção aos prazos, este ano as inscrições para Renovação seguem até 9 de abril de 2021 e para Bolsas Novas o período será de 12 de abril a 13 de maio de 2021.
Os formulários para inscrição on-line deverão ser preenchidos para bolsas novas, renovação e para os bolsistas que ingressaram nos programas por substituição/banco de reserva no mês de fevereiro.
Após o pedido de renovação da bolsa, os bolsistas que integram os Programas Institucionais de Iniciação Científica e de Desenvolvimento Tecnológico já estarão inscritos na 29ª Reunião de Avaliação Científica (RAIC 2021), sendo necessária a consulta do regulamento e agendamento no endereço http://www.pibic.fiocruz.br/raic.
Qualquer dúvida pertinente a estes editais deve ser esclarecida através do e-mail proiic@fiocruz.br .
O pesquisador da Fiocruz Bahia, Edgar Marcelino de Carvalho, foi considerado, pelo site Expertscape, como o maior especialista em leishmaniose cutânea do mundo. A classificação foi feita com base nas publicações científicas, tendo sido documentado que o cientista publicou 84 artigos sobre o tema, durante os anos de 2010-2021. No ranking com 66 cientistas que mais publicaram sobre a leishmaniose cutânea no mundo, também constam os pesquisadores da Fiocruz-Bahia, Lucas Pedreira de Carvalho, Aldina Prado Barral e Manoel Barral-Netto.
Na área da leishmaniose cutânea, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) é a instituição com pesquisadores mais bem colocados mundialmente. A classificação foi baseada na quantidade e qualidade dos artigos científicos, por meio de pesquisa no banco de dados do PubMed onde foram identificados todos os artigos de periódicos médicos publicados nos últimos dez anos. O site Expertscape funciona como um buscador que classifica profissionais e instituições por sua experiência em mais de 29.000 tópicos biomédicos. Dividido por categorias, a lista é ordenada pela quantidade relativa de experiência de cada região, instituição ou especialista. Clique aqui para conferir.
A leishmaniose é uma das doenças mais negligenciadas no mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). A enfermidade é causada por protozoários do gênero Leishmania que causam várias formas clínicas da leishmaniose, classificadas em dois grandes grupos: a leishmaniose tegumentar, que acomete a pele e as mucosas, e a leishmaniose visceral (ou calazar) onde parasitos são encontrados principalmente no baço, medula óssea, gânglios linfáticos e fígado.
Os estudos na Fiocruz Bahia tem como foco a interação Leishmania-hospedeiro (humano e canino), o desenvolvimento de tecnologias aplicadas ao diagnóstico e ao controle da doença (novas drogas e vacinas). As pesquisas também estão voltadas para investigação de aspectos básicos da biologia do parasito, bem como de aspectos relacionados à patogênese e à inflamação.
Sobre o pesquisador
Edgar Marcelino de Carvalho nasceu em Salvador, Bahia, e é graduado em Medicina pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Fez especialização em Reumatologia e Imunologia pela University of Virginia (EUA), mestrado e doutorado em Medicina e Saúde pela UFBA e pós-doutorado em Imunologia no Weill Cornell Medical College (EUA).
É pesquisador da Fiocruz Bahia e do Serviço de Imunologia do Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos e Professor Titular aposentado da UFBA e da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. É também Professor Adjunto do Weill Cornell Medical College (EUA) e Professor Adjunto da University of Iowa (EUA). Tem como principais áreas de atuação o estudo da imunopatogênese das leishmanioses, imunopatologia e manifestações clínicas associadas à infecção pelo HTLV-1, imunopatogênese da esquistossomose, influência das helmintíases na resposta imune das doenças inflamatórias crônicas e doenças auto-imunes e Imunoterapia nas doenças infecciosas.
É Coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Doenças Tropicais (INCT-DT), membro da Academia Brasileira de Ciências, da Academia de Ciências da Bahia e Coordenador de um dos 6 Centros de Pesquisa em Medicina Tropical financiados pelo National Institutes of Health (NIH). Foi agraciado por diversos prêmios, dentre eles o Prêmio Sendas de Saúde (1993) pelas suas contribuições na imunologia das doenças parasitárias, o de Comendador na Ordem Nacional do Mérito Científico, pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, em 2005, e o Prêmio Roberto Santos de Mérito Científico, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), em 2018.
A primeira necropsia minimamente invasiva realizada no estado da Bahia teve como objetivo examinar órgãos para avaliar a causa da morte em um paciente com complicações pela Covid-19. O procedimento foi feito pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Geraldo Gileno, em conjunto com uma equipe de pesquisadores e estudantes da instituição, em parceria com o Instituto Couto Maia, no dia 12 de fevereiro.
A iniciativa faz parte do projeto COVPEM que analisa como o organismo lida com a infecção ocasionada pelo coronavírus. O estudo procura entender como é possível reconhecer precocemente se o paciente possui risco de evoluir para um quadro grave da doença e quais as possíveis estratégias para reverter este prognóstico. O projeto, coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Washington Santos, é realizado com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (FAPESB), do Programa Inova Fiocruz e do Instituto Couto Maia, através da diretora, Ceuci Nunes, e da médica residente, Lilian Verena da Silva Carvalho.
“Estamos inaugurando, na Bahia, a realização desse tipo de procedimento para adquirir conhecimentos sobre a Covid-19. As informações obtidas serão passadas aos clínicos para colaborar com a melhoria do tratamento dos pacientes. Futuramente, pensamos em utilizar esse tipo de técnica para vigilância epidemiológica de diversas doenças, dando subsídio para ações das autoridades de saúde a partir da otimização da identificação das causas de morte”, explica o pesquisador.
Necropsias ou autópsias são realizadas para se descobrir as causas da morte, estudar as doenças e aperfeiçoar os conhecimentos na medicina. De acordo com o pesquisador, o número de autópsias convencionais vem diminuindo em todo o mundo, os motivos são: os custos elevados, os familiares nem sempre concordam com a realização do procedimento por questões religiosas e culturais, o avanço no uso de diagnóstico por imagem, como tomografia computadorizada e ressonância magnética, e o surgimento de diversos exames laboratoriais.
“Quando as autópsias convencionais são realizadas descobre-se que alguns diagnósticos não foram feitos corretamente ou que o tratamento de alguns pacientes não foi o correto. Mesmo hoje em dia, a discrepância entre os achados clínicos e os achados de autópsia ainda ocorre em cerca de 15% dos casos. Portanto, autópsias ainda são necessárias para o avanço da medicina. Além disso, são importantes na identificação de doenças e causas de morte e alocação de recursos do Estado na área da saúde e para estudo de epidemias e novas doenças, como a Covid-19”, conta o pesquisador.
Nesse cenário, pesquisadores buscam o desenvolvimento de novas técnicas menos invasivas para a obtenção de informações médicas. Dentre essas, está a autópsia minimamente invasiva guiada por ultrassonografia, desenvolvida por Paulo Saldiva, professor do Departamento de Patologia, da Universidade de São Paulo, pioneiro no estabelecimento de novas técnicas para necropsias, com quem Geraldo Gileno obteve a expertise através de treinamento. “Na medida em que melhorarmos as nossas habilidades e estivermos realizando com sucesso os procedimentos, nós pretendemos treinar médicos patologistas, inclusive de regiões mais afastadas da capital do estado, através de cursos e oficinas”, afirma.
Vantagens
A necropsia minimamente invasiva apresenta algumas vantagens com relação ao método tradicional, pois é mais simples, barata e segura para a equipe que a realiza. O pesquisador explica que as necropsias tradicionais são realizadas a partir de extensas incisões no corpo, que pode, por exemplo, ir do pescoço ao púbis, para a retirada e exame dos órgãos.
Com a nova técnica, amostras de vários órgãos, como coração, pulmões, fígado, pâncreas, intestinos e glândulas salivares, são coletadas com agulhas. “A coleta pode ser feita quase que em qualquer local, por uma equipe pequena, apenas com a introdução de uma agulha, quase sem causar alterações no corpo, sendo mais aceitável pelas famílias”, comenta Geraldo Gileno.
As amostras coletadas pela necropsia minimamente invasiva também podem ser analisadas por diversas técnicas usadas no estudo de necropsias convencionais, como microscopia ótica e eletrônica, além de permitir analisar a quantidade de vírus e avaliar características genéticas. Aspectos genéticos regionais podem influenciar no desfecho da infecção pelo coronavírus, também por isso a importância desse tipo de estudo da Covid-19 ser realizado no estado. “Podemos analisar se o paciente pode ter um gene que o predispõe a uma forma mais grave da infecção e, por exemplo, como os genes ligados à inflamação se expressam”, conta o pesquisador.
O projeto “Aplicação de células-tronco em estudos pré-clínicos de regeneração e melhora funcional para doenças neurológicas causadoras de deficiências cognitivas, motoras e visuais”, da Fiocruz Bahia, contemplado no âmbito do Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (PRONAS/PCD), do Ministério da Saúde, pretende ampliar os conhecimentos sobre os mecanismos que possibilitem o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas em doenças neurológicas, como autismo e microcefalia. O objetivo também é desenvolver terapias celulares para tratamento de pacientes acometidos por lesão de nervo óptico, por acidente vascular encefálico (AVE) ou por esclerose lateral amiotrófica (ELA).
Coordenado pelas pesquisadoras Milena Soares e Rosalia Mendez-Otero, o projeto será realizado por pesquisadores e estudantes, de mestrado e doutorado, da Fiocruz Bahia e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Segundo Milena, os resultados servirão de fundamentação de novos tratamentos para pacientes portadores de doenças crônico-degenerativas do sistema nervoso. “O estudo pretende encontrar novas terapias e medicamentos que possam promover melhora ou reduzir a evolução dessas doenças causadoras de deficiências graves. Atualmente, não existem medicamentos disponíveis e há uma necessidade médica de novas terapias”, explica a pesquisadora.
Para o estudo do autismo, serão produzidas linhagens de células-tronco pluripotentes induzidas (iPSC) de voluntários portadores de mutações associadas ao autismo. Essas células serão caracterizadas e utilizadas em ensaios de diferenciação neuronal e análises funcionais para a identificação de possíveis mecanismos causadores da doença. Também será realizado ensaio de triagem de moléculas neuroprotetoras em células-tronco neurais infectadas pelo vírus Zika.
A terapia com células-tronco mesenquimais obtidas da geléia de Wharton, substância presente no cordão umbilical, será testada para tratamento de acidente vascular encefálico hemorrágico e na ELA, em animais. No caso do AVE, será avaliada a biodistribuição das células, assim como o seu efeito terapêutico, em comparação com um grupo controle. Na ELA, utilizando uma linhagem de camundongos transgênica no qual é superexpressa uma proteína relacionada com a forma familiar da doença, espera-se que a terapia possa gerar um ambiente anti-inflamatório na medula espinhal, atrasando e/ou paralisando a progressão da doença.
Além disso, a terapia com células-tronco mesenquimais e com células geneticamente modificadas serão avaliadas em modelo de lesão de nervo óptico em um modelo clássico de glaucoma – a segunda causa de cegueira no mundo. Serão feitas análises histológicas e celulares visando comparar os efeitos das terapias com as diferentes linhagens e identificação de um melhor protocolo terapêutico.
A 6ª edição do 1º volume do livro Tratado de Infectologia conta com 3 capítulos de autoria da pesquisadora da Fiocruz Bahia, Leila Campos. A publicação da editora Atheneu, organizada por Roberto Focaccia, é amplamente utilizada por estudantes da graduação de medicina e outras áreas da Saúde.
Os capítulos 43, 60 e 61, o primeiro elaborado pela cientista em conjunto com Roberto Focaccia, tratam de aspectos microbiológicos e patogênicos da doença meningocócica, das salmoneloses e das shigeloses, respectivamente. Mais conhecida como meningite, a doença meningocócica é uma inflamação das meninges, que são as membranas que envolvem o cérebro. A salmonelose é causada pela bactéria Salmonella que causa intoxicação alimentar e pode provocar graves infecções. Já as shigeloses são causadas pelas bactérias Shigella que acometem o intestino.
O livro é uma das obras tradicionais brasileiras de Infectologia tendo formado gerações de infectologistas desde a década de 1950, sob o título Doenças Infecciosas e Parasitárias. A publicação de 2 volumes contou com 422 colaboradores e possui 122 capítulos e 2.704 páginas.
Bióloga, Leila Campos possui doutorado em Microbiologia e Imunologia, pela Universidade Federal de São Paulo, e pós-doutorado, pela Universidade de São Paulo. Atualmente é pesquisadora em saúde pública da Fiocruz Bahia e faz parte do quadro permanente do Programa de Pós-graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI), da mesma instituição. Tem experiência na área de microbiologia médica, nos seguintes temas: enterobactérias, fatores de virulência e patogenicidade bacteriana, resistência a antimicrobianos. Atualmente desenvolve pesquisas envolvendo a epidemiologia molecular de B. pertussis e N. meningitidis.
A aula inaugural da Fiocruz Bahia acontece no dia 17 de março, às 9h, através do Zoom. A palestra terá como tema “A produção científica sobre Covid-19 e as desigualdades sociais” e será ministrada por Estela Aquino, professora do Instituto de Saúde Coletiva (ISC/ UFBA) e pesquisadora associada doCentro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs), da Fiocruz Bahia.
O evento, que marca o início das atividades acadêmicas da instituição, terá abertura realizada pela diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, e contará também com uma roda de conversa com os estudantes. O encerramento será realizado pela vice-diretora de Ensino, Patrícia Veras.
A palestrante
Formada em Medicina, Estela Aquino tem mestrado em Medicina Social, pelo Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/UERJ), e doutorado em Saúde Coletiva, pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA). É professora titular aposentada e Professora Participante Especial do Programa Especial de Participação de Professores Aposentados (PROPAP) da UFBA. É Membro Titular da Academia de Ciências da Bahia.
De 1990 a 2018, foi coordenadora do MUSA – Programa Integrado de Ensino, Pesquisa e Cooperação Técnica em Gênero e Saúde, que integra a estrutura matricial do Instituto de Saúde Coletiva. Desde 2018, participa do Grupo de Pesquisa em Saúde Global sobre Políticas e Desigualdades em Saúde do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz). É pesquisadora do “Elsa-Brasil: Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto”. Atualmente, está na coordenação executiva da Rede CoVida – Ciência, Informação e Solidariedade, um projeto de colaboração científica e multidisciplinar (Cidacs/Fiocruz Bahia/ UFBA) focado na pandemia de Covid-19.
Em 2009, foi agraciada com a Homenagem 25 Anos da Saúde da Mulher e Cairo + 15, pelo Ministério da Saúde, por sua significativa contribuição aos últimos 25 anos de conquistas e avanços na Saúde da Mulher no Brasil e por sua iniciativa em defesa da equidade e respeito de gênero para os direitos humanos das mulheres. Atua na área de saúde coletiva, com ênfase em epidemiologia. Os termos que melhor definem sua produção são: gênero e saúde, saúde de adultos, saúde reprodutiva, saúde e trabalho, epidemiologia.
Estão abertas, até dia 15 de março de 2021, as inscrições do projeto “Meninas baianas na ciência: conectando passado, presente e futuro”. Podem participar meninas do 1º ao 3º ano do Ensino Médio matriculadas na rede pública do Estado da Bahia. A inscrição deve ser realizada neste link. Estão sendo disponibilizadas 150 vagas.
Organizado pelas pesquisadoras da Fiocruz Bahia Isadora Siqueira, Karine Damasceno e Natalia Tavares, o objetivo do projeto é incentivar meninas a conhecerem e se interessarem por áreas de ciência, tecnologia e inovação, terem exemplos de atuação de mulheres na ciência nos quais possam se inspirar, além de fortalecer e divulgar o papel das mulheres nas áreas de ciências em saúde.
As atividades propostas, que vão ocorrer no dia 25 de março, a partir das 9h30, através da sala virtual do Zoom, permitirão que as meninas participantes tenham a oportunidade de conhecer mulheres cientistas e suas trajetórias, além de participarem de palestras e oficinas virtuais em temas relacionados à ciência em saúde.
Clique aqui e confira as oficinas, palestras e as cientistas que irão ministrá-las.
Toque de recolher ampliado e ocupação quase total de UTIs em Salvador. Mais de 9 mil casos ativos em tendência ascendente e 88% dos leitos de UTI ocupados na Grande São Luís. Comércio parcialmente reaberto e redução de postos de vacinação em Manaus, mesmo ainda na fase vermelha de risco da Covid-19. Já a cidade do Rio ultrapassou os São Paulo em números de mortes pelo Covid-19.
Diante do agravamento da pandemia, especialmente nessas cidades, a Rede CoVida realiza o webinário “Desafios da pandemia de covid-19 em Manaus, São Luís, Salvador e Rio de Janeiro” nesta quinta, dia 25 de fevereiro, às 16h. As inscrições podem ser feitas por este link https://bit.ly/2M5ymnh e o evento será transmitido pelo Zoom e pelo canal do Cidacs/Fiocruz Bahia no Youtube.
Confira os palestrantes e as apresentações:
– Jesem Orellana (Fiocruz Amazônia): “Trajetória da epidemia de covid-19 em Manaus: reflexões e desafios para um amanhã incerto em tempos de mutações virais ameaçadoras”
– Antônio Silva (UFMA): “Pandemia da Covid-19 em São Luís: magnitude, tendências e decisões em meio às incertezas”;
– Maria Yury Ichihara (Cidacs/Fiocruz/Rede CoVida): “Cenário da pandemia de Covid-19 em Salvador”
– Cláudia Travassos (ICICT/Fiocruz): “O Rio de Janeiro da Pandemia
Mediação: Estela Aquino (UFBA/Rede CoVida)
“Desafios da pandemia de covid-19 em Manaus, São Luís, Salvador e Rio de Janeiro”
Data: 25/02, 16h
Inscrições: https://bit.ly/2M5ymnh
Transmissão: Zoom e canal do Cidacs/Fiocruz Bahia no Youtube
A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, ministrou a palestra especial, “Gêneros e carreiras científicas: a experiência da Fiocruz”, no dia 12 de fevereiro. A sessão ocorreu de forma virtual, pela plataforma Zoom, como parte da programação realizada em comemoração ao Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência (11/02). O encontro foi mediado pela vice-diretora de Pesquisa da Fiocruz Bahia, Camila Indiani, e contou com a participação da diretora da unidade, Marilda Gonçalves, que apresentou a palestrante.
“A nossa presidente é um exemplo importante da luta da mulher na ciência”, declarou Marilda. Nísia Trindade é a primeira mulher a ocupar a Presidência da Fundação em seus 120 anos de existência e, esse ano, após a eleição, foi reconduzida ao cargo para os próximos 4 anos. “É uma honra ter Marilda Gonçalves na direção do Instituto Gonçalo Moniz e, como mulher, é emocionante ver a consolidação da nossa liderança na instituição”, afirmou a presidente.
A palestra teve início com a exibição do documentário “Mulheres na Fiocruz: Pioneiras”, produzido pela Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), que conta a trajetória individual de 6 mulheres que se destacaram por seu pioneirismo nas atividades de ensino e pesquisa na instituição entre as décadas de 1940 e 1980 e de como protagonizaram o caminho para as gerações seguintes. “O filme nos faz refletir, em perspectiva histórica, sobre as dificuldades das mulheres na carreira científica, na ocupação desse espaço. Outras mulheres antecederam as homenageadas do filme, porém foi principalmente na década de 50 que os caminhos começaram a se abrir à carreira científica. No filme, vemos também a dificuldade de muitas dessas mulheres quanto à origem social, por serem imigrantes, pobres, e como a partir da educação foi possível esse percurso”, pontuou a presidente.
Segundo Nísia Trindade, mulheres de gerações posteriores também enfrentaram preconceito, ainda que tenham vivido o processo de emancipação das mulheres iniciado nos anos 1960. “Hoje, em todo o mundo, vemos uma realidade em que as mulheres ocupam cerca de um terço da atividade científica. Vemos também que, no Brasil, ainda que em instituições como a Fiocruz as mulheres sejam maioria, elas não ocupam, na devida proporção, os cargos de alta direção, sendo cerca de um terço desses cargos ocupados por elas”.
A presidente da Fiocruz falou sobre o fato de ser a primeira mulher a ocupar esse cargo na instituição e destacou a importância das políticas públicas para que mulheres alcancem os cargos de direção. “Devemos homenagear trajetórias individuais, mas o que cabe fazer, no caso de mulheres que alcançaram essas posições como eu, é colocar de uma forma clara a necessidade de políticas institucionais e de políticas públicas que garantam as carreiras científicas para as mulheres e, efetivamente, a equidade de gênero que, ao lado da equidade de raça, é um dos princípios que orientam a nossa gestão”, comentou.
De acordo com a palestrante, um dos ensinamentos da história é que não existe caminho linear de progresso, por isso é necessário ter um trabalho constante para assegurar as posições já conquistadas pelas mulheres, ampliá-las e abrir espaço para as mulheres de todas as classes sociais. Trindade também mencionou a importância de ações voltadas para criar um ambiente cultural não permissivo para a discriminação contra as mulheres e avançar em medidas já existentes, como a avaliação acadêmica diferenciada em tempos de primeiros cuidados com os filhos.
Para a presidente, os efeitos da pandemia da Covid-19, nas questões dos direitos e da equidade de gênero, proporcionaram reflexões importantes. As mulheres de modo geral, bem como as mulheres de carreiras científicas, têm sofrido com o trabalho remoto, dado o acúmulo de trabalho com a realidade doméstica, uma vez que a divisão de tarefas geralmente as desfavorece. Outro fator é o crescimento da violência contra a mulher, que tem se mostrado um dos indicadores consideráveis do efeito negativo da pandemia.
“Sabemos que, em realidades de forte desigualdade social, o comportamento da doença, a transmissão e seu impacto social são diferentes. Em todo o mundo se discute que esses tempos de pandemia têm demonstrado um possível retrocesso em relação a muitos objetivos do desenvolvimento sustentável da Agenda 2030, entre eles os que se referem à equidade de gênero. Assim como alguns indicadores que melhoraram ao longo do tempo, como mortalidade infantil e a superação dos quadros de fome, que também podem sofrer uma grave regressão”, afirmou.
Nísia Trindade lembra que o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência é uma data para ser celebrada, mas também um dia de compromisso diante do que ainda precisa ser conquistado. “Ainda que tenhamos essa mensagem inspiradora do filme dessas 6 mulheres, não podemos descansar, porque não existe um futuro promissor. O que existe é um trabalho incessante de espaços a conquistar, de projetos educacionais e de busca para uma equidade efetiva”, declarou.
A palestra está disponível no canal do Youtube da Fiocruz Bahia, confira!
Diante da emergência sanitária causada pela Covid-19, um grupo de pesquisadores de modelagem matemática do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) desenvolveu modelos matemáticos capazes de prever a infraestrutura hospitalar necessária durante a primeira onda da pandemia de coronavírus.
Os resultados foram publicados no dia 11 de janeiro na revista científica Nature Communications, umas das mais respeitadas pela comunidade científica. O modelo criado na Bahia reúne informações sobre a realidade local da dinâmica de transmissão do vírus e permite avaliar a capacidade de resposta dos serviços de saúde do estado em termos de quantitativo de leitos necessários para atendimento dos casos severos e graves da doença. O estudo foi desenvolvido no âmbito dos esforços conduzidos na Rede CoVida – Ciência, Informação e Solidariedade.
Denominado SEIIHURD, o modelo considera oito estágios da infecção por SARS-CoV-2, o agente causador da Covid-19: 1º indivíduos suscetíveis ao vírus (ou seja, saudáveis), 2º aqueles que serão expostos, 3º os que serão infectados com sintomas, 4º os que serão infectados e serão assintomáticos, 5º hospitalizados requerendo leitos clínicos, 6º os hospitalizados requerendo leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), 7º recuperados e, eventualmente, indivíduos que, acometidos por doença grave, foram ao oitavo estágio: o óbito.
“O que a gente quis foi incorporar o contexto da Bahia, sabendo que não daria para implementar medidas muito rígidas que levassem a um controle da transmissão em nível ‘ótimo’. Mas sim subsidiar os tomadores de decisão com informações que evitassem o colapso dos serviços de saúde no estado”, explica a líder do estudo, a pesquisadora associada do Cidacs, Juliane Oliveira, doutora em matemática.
“O esforço interdisciplinar do grupo permitiu a obtenção de um modelo que reflete a complexidade da Covid-19, confirmando o papel fundamental que indivíduos assintomáticos têm na cadeia de transmissão do SARS-CoV-2”, ressalta Pablo Ramos, doutor em modelagem computacional, pesquisador do Cidacs/Fiocruz Bahia e co-autor da pesquisa.
Por volta de abril de 2020, as medidas de distanciamento foram reforçadas no estado, e esse mesmo grupo já revelava que, quando a mobilidade de pessoas assintomáticas é relaxada, poderíamos notar um aumento de cerca de 50% no número de casos e 37% no de óbitos. Igualmente, as necessidades clínicas e de leitos de UTI aumentariam em 75% e 87,5%, respectivamente.
Os resultados revelam estratégias, informadas pelo modelo, sobre como lidar com cenários onde medidas preventivas são aplicadas para diminuir as taxas de transmissão (em vários níveis) antes e após o colapso do sistema de saúde, demonstrando que medidas tardias requerem intervenções mais severas a fim de retomar a capacidade de atendimento do sistema de saúde. A técnica matemática chama atenção pelo seu potencial para ser adaptada em vários contextos, sendo especialmente útil em regiões com recursos econômicos limitados, e que provavelmente terão que coexistir com a circulação do vírus por maior tempo na ausência de uma vacina aplicada em larga escala.
Questionada se diante do recrudescimento de casos de Covid-19 no início de 2021, o estado deveria retomar as medidas mais intensas de controle, Juliane Oliveira lembrou que resultados obtidos pelo grupo (disponíveis em formato pre-print) mostram que, quando as medidas governamentais são tomadas e há um relaxamento, os efeitos, em termos de adesão populacional, são mais baixos que na primeira vez. “E estamos falando de quase um ano nessa situação, para que o estado possa intensificar as medidas, a essa altura teria que dar um suporte maior à população, considerando as fragilidades socioeconômicas, e uma fiscalização nas ruas ainda maior, o que seria muito difícil agora”, comenta a pesquisadora.
Formado por biólogos, cientistas da computação, estatísticos, epidemiologistas, físicos e matemáticos, o Grupo de Modelagem da Rede CoVida e hoje do Cidacs, integra conhecimentos destes vários campos da Ciência e os aplica ao estudo em tempo real da dinâmica e controle da Covid-19.
Autoria: Matheus Silva de Jesus
Orientação: Deborah Bittencourt Mothé Fraga
Título da dissertação: “Detecção precoce e persistência de resultados positivos de um ELISA utilizando rLci5 no diagnóstico da leishmaniose visceral canina em uma coorte de cães infectados”
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 19/02/2021
Horário: 09h
Local: Sala Virtual do Zoom | ID da reunião 987 2738 6772
RESUMO
Introdução: A leishmaniose visceral (LV) é uma doença zoonótica na qual os cães são os principais reservatórios de parasitas urbanos. Medidas de controle e tratamento de animais infectados são essenciais para reduzir os casos de LV. A detecção precoce e acurada de cães infectados com Leishmania infantum pode estar limitando o sucesso do controle da LV. Com o objetivo de aprimorar o sorodiagnóstico da leishmaniose visceral canina (LVC), objetivamos avaliar a precocidade de uma proteína recombinante (rLci5) em um ensaio imunoabsorvente (ELISA) na detecção de cães infectados. Adicionalmente, avaliamos a persistência dos resultados positivos obtidos pelo rLci5 ELISA em cães acompanhados quando comparados a outros testes diagnósticos usuais de LVC, como DPP-LVC, EIE-LVC, cultura e qPCR ao longo do tempo de infecção desses animais. Métodos: Amostras de soro de 48 cães infectados com L. infantum de um estudo de coorte foram avaliadas para LVC usando diferentes testes diagnósticos (qPCR, EIE-LVC, DPP-LVC e cultura esplênica), seus resultados foram comparados com a detecção do ELISA rLci5 para determinar qual desses testes foi capaz de diagnosticar a infecção por L. infantum precocemente. Além disso, comparamos os resultados para LVC de cada cão, usando os mesmos testes diagnósticos durante a coorte para avaliar a persistência dos resultados positivos ao longo do tempo. Resultados:O ELISA rLci5 detectou LVC em 69% dos cães não detectados por cultura, em 35% dos não detectados por EIE-LVC, em 25% dos não detectados por DPP-LVC e em 17% dos não detectados por qPCR. O rLci5 ELISA detectou a LVC mais cedo em 86% dos cães detectados por cultura e em quase 50% dos cães detectados por outros testes. O tempo médio da primeira detecção positiva de cada teste variou de 4 a 15,6 meses. O ELISA rLci5 apresentou o menor tempo médio (4 meses). O diagnóstico de CVL pode ser reduzido em 3,6 a 11,6 meses utilizando o ELISA rLci5. A comparação da persistência de resultados positivos entre o ELISA rLci5 e outros testes diagnósticos mostrou diferenças significativas (p <0,01), exceto quando comparado ao EIE-LVC. O ELISA rLci5 apresentou a maior taxa de persistência de resultados positivos (45,8%).Conclusão: Quatro testes diagnósticos para LVC foram comparados ao ELISA rLci5, que apresentou diagnóstico de infecção mais precoce e maior persistência de resultados positivos. Portanto, o uso de rLci5 em ensaios ELISA pode melhorar o desempenho do diagnóstico da LVC, diagnosticando cães infectados mais cedo do que outros testes diagnósticos e tendo detecção persistente ao longo do curso da infecção. Palavras-chave: Imunodiagnóstico; Proteína recombinante; Leishmaniose Visceral Canina.
Autoria: Igor Muller da Silva Santos
Orientação: Adriano Queiroz Silva
Título da dissertação: “ALTERAÇÕES NA HOMEOSTASE LIPÍDICA EM MACRÓFAGOS ESTIMULADOS POR LIPÍDIOS DO MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS”
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 10/02/2021
Horário: 09h
Local: Sala Virtual do Zoom | ID da reunião: 997 3813 7091
RESUMO
INTRODUÇÃO: O Mycobacterium tuberculosis (Mtb), agente causador da Tuberculose (TB), é capaz de modular metabolicamente o macrófago, induzir a formação de corpos lipídicos e persistir em uma infecção latente. Alterações no conteúdo de lipídios na parede celular do Mtb, desencadeadas pela repressão do operon mce1, são responsáveis por modulara resposta inflamatória em macrófagos murinos e em células T humanas. Entretanto, o papel desses lipídios na regulação do metabolismo de lipídios em macrófagos ainda é pouco compreendido. OBJETIVO: Esse trabalho tem como objetivo avaliar alterações no metabolismo de lipídios em macrófagos cultivados com extratos lipídicos das cepas de Mtb selvagem (WT) e mutante no operon mce1(∆mce1). MATERIAL E MÉTODOS: Para isso, estimulamos macrófagos RAW 264.7 com os extratos lipídicos das cepas WT e ∆mce1, e avaliamos a formação de corpos lipídicos e os níveis de expressão de genes envolvidos no metabolismo e armazenamento de lipídios. Além disso, quantificamos os transcritos de genes responsáveis por codificar citocinas pró-inflamatórias e pela síntese de eicosanoides. Finalmente, a produção de Prostaglandina E2(PGE2) e Leucotrieno B4(LTB4) em sobrenadante desses macrófagos estimulados foi determinada. RESULTADOS: Ambos os extratos lipídicos induziram de forma semelhante a formação de corpos lipídicos mas demonstraram capacidade distintas de estimular a expressão dos genes envolvidos na síntese e transporte de lipídios no macrófago. Com relação aos controles não estimulados, enquanto que os lipídios da cepa WT regularam a expressão de Dgat1 e Dgat2 em 2,1 e 2,5 vezes, genes envolvidos no armazenamento de triacilglicerol, os lipídios da cepa ∆mce1 aumentaram 3,5 vezes a expressão do gene Dhcr7, envolvido na síntese de colesterol. Quanto à produção de mediadores lipídicos, os lipídios da cepa WT induzem desbalanço na produção de LTB4 e PGE2. Enquanto os lipídios da cepa WT induziram aumento de 26 vezes na produção de PGE2, os lipídios da cepa ∆mce1 modularam significativamente esse processo (p<0,01). Os lipídios da cepa da cepa ∆mce1 também foram capazes de modular a expressão de Cox-2, Il-1βe Tnf-α mesmo na presença de lipídios da cepa selvagem. CONCLUSÃO: Nossos resultados indicam um papel modulador dos lipídiosdo Mtb na formação de macrófagos espumosos, no metabolismo e armazenamento de lipídiose na resposta inflamatória desses macrófagos. Palavras-chave: Tuberculose, lipídios, operon mce1, corpos lipídicos, eicosanoides.
Autoria: Marcos Antonio Amorim Santos Junior Orientação: Maria Fernanda Rios Grassi Título da dissertação: “PRODUÇÃO DA PROTEÍNA DO ENVELOPE DO ZIKA VÍRUS MODIFICADA PARA FORMAÇÃO DE DÍMEROS” Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa Data de defesa: 05/02/2021 Horário: 09h Local: Sala Virtual do Zoom | ID da reunião 915 0792 9248
RESUMO
O vírus Zika emergiu na América Latina em 2015 e se somou a outras arboviroses como um problema de saúde pública no Brasil, principalmente na região nordeste. Apesar dos esforços da comunidade científica, ainda há lacunas importantes no enfrentamento da doença causada por esse vírus. Os métodos de diagnóstico ainda possuem limitações e são poucos acessíveis a população. Além disso, não há vacinas. A proteína E é o principal alvo de anticorpos neutralizantes e há evidências que sua produção na conformação nativa em forma de dímeros, que é a forma encontrada nas partículas virais, é importante para produção de anticorpos neutralizantes. Primeiro, métodos cujo antígenos são partículas virais, como Mac-Elisa e testes de neutralização, são mais específicos quando comparados com métodos sorológicos onde se utiliza a proteína recombinante selvagem. Além disso, a utilização da proteína recombinante com sequência selvagem, em forma de monômero, estimulam uma baixa produção de anticorpos neutralizantes se comparada a imunizações com partículas virais. Dessa forma, a produção de uma proteína E recombinante em conformação nativa e com formação de dímeros poderia ser uma importante ferramenta para buscar novos métodos diagnósticos mais específicos e simples de reproduzir. Além disso, possibilitaria também o desenvolvimento de vacina utilizando essa proteína como imunógeno. Nesse trabalho, realizamos duas modificações em aminoácidos da proteína E para aumentar sua atração eletrostática, aumentando assim a possibilidade de formação de dímeros. Nosso objetivo, é estabelecer um método de produção dessa proteína modificada para formação de dímero e da proteína selvagem em células de inseto. Para isso, baculovírus recombinantes contento os genes da proteína E selvagem e modificada para formação de dímero foram utilizados para infectar células de inseto High Five. Ambas as proteínas foram produzidas em sua forma solúvel, porém a maior parte ficou retira nas células não alcançando a sua conformação nativa. O maior rendimento para a produção da proteína foi alcançado quando a proteína retida nas células foi solubilizada com ureia. Não houve diferença na produção das proteínas recombinantes na sua forma de monômero (selvagem) ou modificada para formar dímeros. Estudos adicionais são necessários para avaliar se as proteínas produzidas possuem sua conformação nativa e se as modificações favorecem a formação de dímeros.
Um vídeo tem circulado nas redes sociais, no qual é mencionado que pesquisas realizadas na Fiocruz Bahia estudam os benefícios da moqueca, dendê e pirão. Reconhecemos o valor do humor e nos sentimos agraciados pela associação da instituição com iguarias que marcam a identidade cultural da Bahia e de sua população. No entanto, preocupados com uma eventual interpretação que gere desinformação, esclarecemos que precisamente estas não são pesquisas da natureza da Fiocruz Bahia.
No vídeo humorístico, é citada uma pesquisa, que estaria em fase dois, sobre a “eficácia do dendê em nosso sangue no combate ao vírus”. Também é citada a publicação de um artigo sobre a “influência do pirão na imunidade”. Não há, na instituição, qualquer pesquisa sobre os efeitos do dendê, da moqueca ou do pirão, no sangue, na imunidade e no combate a vírus.
A Fiocruz Bahia se consolidou e é reconhecida como uma instituição de excelência para a produção de ciência, desenvolvimento tecnológico e formação de recursos humanos na área de saúde. A unidade técnico-científica originou-se do Núcleo de Pesquisas da Bahia (NEP) que, em 1957, foi incorporado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Atualmente, o Instituto Gonçalo Moniz, também conhecido como Fiocruz Bahia, tem como foco principal o estudo de doenças infecciosas, parasitárias, genéticas, crônicas e degenerativas, avaliação de indicadores de saúde pública para a implementação de políticas, bem como abordagens translacionais, incluindo tópicos como inflamação, terapia celular, vacinas, vigilância molecular e análise de grandes bases de dados. O IGM possui dois programas de pós-graduação com conceito 6, pela Capes, sendo um deles em Ampla Associação com a Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Nas doenças parasitárias, as pesquisas incluem a leishmaniose, doença de Chagas e helmintíases. Abordagens epidemiológicas norteiam os estudos sobre doenças bacterianas, como leptospirose e tuberculose, e sobre doenças virais, como dengue, zika, chikungunya, hepatites, HIV, HTLV e HPV. No âmbito das doenças genéticas e crônicas, ressalta-se trabalhos em anemia falciforme, diabetes, câncer e terapias celulares.
No último ano, diversas ações para enfrentamento da pandemia da Covid-19 foram realizadas, tendo como foco o suporte ao SUS no estado da Bahia e no município de Salvador, como a implementação da plataforma de diagnóstico para o SARS-CoV-2; apoio científico de pesquisadores a instituições do estado e do município; iniciativa da Rede CoVida; participação no Tele Coronavírus – 155, além do desenvolvimento de inúmeras pesquisas na área.
Artigos publicados em periódicos científicos de relevância mostram a inserção da nossa pesquisa no estado, reafirmando o compromisso da Fiocruz Bahia em produzir, disseminar e compartilhar conhecimentos e promover a melhoria da qualidade de vida da população, com ética e transparência, marca presente nos 120 anos de história da Fundação Oswaldo Cruz.
Autoria: Caroline Conceição Sousa Orientação: Diogo Rodrigo de Magalhães Moreira Título da dissertação: “AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS DE COMPLEXOS DE RUTÊNIO (III) CONJUGADOS COM AS NAFTOQUINONAS LAPACHOL OU ATOVAQUONA COMO CANDIDATOS A FÁRMACOS ANTIMALÁRICOS” Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa Data de defesa: 26/01/2021 Horário: 14h Local: Sala Virtual do Zoom | ID da reunião 943 8773 5155
RESUMO
A malária é uma doença infecciosa complexa e grave que acomete milhões de pessoas no mundo, principalmente em países da África, Ásia, regiões do mediterrâneo e América do Sul. O surgimento de cepas resistentes aos fármacos antimaláricos agravou o cenário, tornando-se uma necessidade urgente a busca de e desenvolvimento novos candidatos a antimaláricos. Nosso grupo de pesquisa tem demonstrado nos últimos anos a atividade antiparasitária de complexos metálicos conjugados com moléculas naturais e antimaláricos. No presente trabalho, foram estudados quatro complexos metálicos rutênio-naftoquinona: Derivado 1, Derivado 2, conjugados rutênio-atovaquona; Derivado 3 e Derivado 4, conjugados rutênio-lapachol. Os compostos foram avaliados quanto a atividade antiparasitária in vitronas cepas 3D7, D10 e W2do Plasmodium falciparum. O Derivado 1 e 2 foram os mais potentes dentre os fármacos testados, com valores de IC50 na faixa nanomolar, e baixa toxicidade frente à células de mamíferos (J774 e HepG2). Buscando entender o possível mecanismo de ação, os Derivados 1 e 2 foram avaliados quanto a ligação com a glutationa reduzida, dos quais o Derivado 1 exibiu melhor desempenho, dando indícios de que possivelmente esse complexo aja por essa via. Em modelo antiparasitário in vivo, o Derivado 1 suprimiu a parasitemia em relação ao grupo veículo e exibiu perfil semelhante ao fármaco referência (Atovaquona). O Derivado 2, testado em duas doses diferentes, reduziu a parasitemia apenas na maior dose. A supressão da parasitemia refletiu nas taxas de sobrevivência dos animais tratados, sendo superiores ao grupo não-tratado. Nossos resultados in vitro e in vivo mostram que os complexos metálicos rutênio-naftoquinona são potentes e eficazes e, portanto, candidatos promissores para a quimioterapia da malária.
Autoria: Maria Carolina Santos de Souza Orientação: Sergio Marcos Arruda Título da dissertação: “RELAÇÃO ENTRE DEGRADAÇÃO DE VERSICAN NA MATRIZ EXTRACELULAR E PERFIL INFLAMATÓRIO EM MICROAMBIENTE TUMORAL DE TUMORES MAMÁRIOS CANINOS”. Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa Data de defesa: 20/01/2021 Horário: 14h Local:Sala Virtual do Zoom | ID da reunião 927 9599 4101
RESUMO
INTRODUÇÃO: O câncer de mama é o responsável pelo maior número de mortes por câncer entre as mulheres em todo o mundo. De maneira semelhante, cães também são acometidos por neoplasias mamárias, das quais 50-90% são malignas, tornando as fêmeas caninas um importante modelo para o estudo do câncer de mama. Nesse contexto, o microambiente tumoral é uma fonte crucial de informações para melhor compreensão da progressão tumoral em ambas as espécies. Dentre os elementos desse microambiente, versican (VCAN), um proteoglicano de matriz extracelular, tem sido apontado como modulador da motilidade celular, perda de adesão e progressão tumoral. Uma vez abundante na MEC, VCAN está sujeita a regulação pela ação das enzimas ADAMTS. O papel da proteólise deste proteoglicano na imunomodulação tumoral ainda não foi elucidado, entretanto tem sido sugerido que seu proteólito, a Versikina (VKINA), pode exercer importante papel imunomodulador na dinâmica tumoral.
OBJETIVO:O presente estudo visa caracterizar a expressão de VKINA e investigar a relação entre a proteólise de VCAN, características clínico-patológicas e perfil inflamatório em modelo canino de câncer de mama.
METODOLOGIA: Amostras de sangue periférico e espécimes mamárias foram coletadas de pacientes caninas com carcinoma em tumor misto (CMT) ou carcinossarcoma (CSS). Em seguida, analisou-se a expressão imuno-histoquímica de versican, versikina e ADAMTS (-1, -5, -8, -9 e -15) e imunofenotipagem de sangue periférico e células tumorais via citometria de fluxo utilizando anticorpos anti-CD4, CD8, CD14, CD16, CD32, CD152, CD163, CD68, L-10, PD1, PD1-L, TGF-β e IL-10. Além disso padronizou-se um método de análise quantitativa para avaliação das fibras de colágeno intratumoral utilizando colorações especiais, no intuito de caracterizar morfologicamente a matriz extracelular.
RESULTADOS:A análise dos dados revelou que nos CTM, tanto VCAN quanto VKINA são mais expressos no estroma adjacente às áreas de invasão quando comparado com áreas in situ. VCAN foi mais expresso no grupo de cadelas com metástase e esteve mais sujeito a proteólise quando expresso em tumores de grau histológico III quando comparados ao grau I. Enzimas ADAMTS (5, 8 e 9) destacaram-se quanto à presença de VKINA e também se mostraram diferencialmente expressas em CTM e CSS. Houve também correlação entre a presença de macrófagos no infiltrado e a alta expressão de VKINA. O número de linfócitos em sangue periférico permaneceu maior no grupo que exibe alta expressão do proteólito. Quanto maior foi o infiltrado linfocítico, maior a presença de VKINA.
CONCLUSÃO: Tais achados indicam que a superexpressão de VCAN está relacionada à agressividade destes tumores ao passo que o produto da sua proteólise (VKINA) está correlacionado a um maior infiltradode linfócitos e macrófagos. Enzimas ADAMTS podem estar diretamente relacionadas ao comportamento biológico dos CTM e CSS mamários caninos. Os dados indicam, pela primeira vez no em modelo espontâneo canino decâncer de mama, a participação da proteólise de VCAN e das enzimas ADAMTS no remodelamento da matriz extracelular e possível modulação da resposta imune,encorajando estudos mais robustos para melhor investigação dessas moléculas em tumores nas espécies canina e humana.
Palavras-chave: matriz extracelular, degradação, invasão, inflamação, versikina, câncer de mama
Pesquisadores da Fiocruz Bahia realizaram um estudo de expressão gênica com base na resposta imunológica de pacientes com tuberculose, para identificar biomarcadores de sangue associados à progressão de infecção latente da doença. Prever quando um indivíduo com tuberculose latente desenvolverá a tuberculose ativa, fase em que ocorre a transmissão do bacilo através da tosse, colabora para a interrupção do ciclo de transmissão da doença, com o início precoce do tratamento.
Os achados da pesquisa podem contribuir para o desenvolvimento de um teste rápido de sangue que possa prever a progressão da tuberculose ativa em pessoas com infecção ainda latente e distinguir a forma ativa da doença de outras doenças pulmonares. Os testes de diagnóstico disponíveis são feitos pelo escarro e detectam a infecção já ativa. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1,4 milhão de pessoas morreram por doenças relacionadas à tuberculose em 2019.
No artigo publicado no Scientific Reports, periódico associado à Nature, os cientistas, liderados pelo professor colaborador da Fiocruz Bahia, Adriano Queiroz, descreveram a análise realizada com 35 voluntários, dos quais 17 tinham tuberculose ativa e 18 eram do grupo controle. Desses últimos, sete tinham tuberculose latente, seis não estavam infectados e cinco eram pacientes com asma.
De acordo com o estudo, de quase 600 genes analisados, foram identificados 30, sendo sete capazes de distinguir tuberculose ativa da infecção latente, com sensibilidade e especificidade entre 82% e 100%, e outros nove genes distinguiram a tuberculose ativa de outras doenças pulmonares, com sensibilidade e especificidade de 100%.
Os autores explicam que a OMS identificou a urgência no desenvolvimento de um teste rápido para a doença baseado em biomarcadores, fáceis de realizar e implementar nos postos de saúde, com alta sensibilidade e capaz de diagnosticar adultos e crianças, e tuberculose pulmonar e extrapulmonar. Esses resultados podem ajudar no desenvolvimento dessas novas ferramentas para o diagnóstico e prognóstico da tuberculose e superar as limitações dos testes atualmente disponíveis, que apresentam baixa sensibilidade, longo tempo de execução e exigência de coleta de amostras de escarro. Os alvos ainda precisam ser validados em estudo com quantidade maior de participantes.
A Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI) divulga chamada para inscrição de candidatos que desejem participar do processo seletivo 2021.1, para ingresso nos níveis de Mestrado e Doutorado. As inscrições vão de 11 a 29 de janeiro de 2021.
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O Mestrado tem por objetivo o aprofundamento do conhecimento técnico, científico e ético do aluno, visando à qualificação supracitada. O Doutorado tem por objetivo o desenvolvimento de competência para conduzir pesquisas originais e independentes em áreas específicas.
Autoria: Elaine Carvalho de Oliveira Orientação: Cláudia Ida Brodskyn Título da dissertação: “Investigação do papel de Leishmania amazonensis e Leishmania braziliensis na reprogramação metabólica em macrófagos murinos infectados” Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana e Experimental Data de defesa: 15/01/2021 Horário: 09h Local: Sala Virtual do Zoom
RESUMO
INTRODUÇÃO: A leishmaniose é causada por protozoários de diversas espécies do gênero Leishmania que parasitam mamíferos, utilizando o flebotomíneo como vetor de transmissão. Evidências indicam que Leishmania spp. têm a capacidade de modular o metabolismo de macrófagos durante sua infecção, o que resulta na interferência em etapas importantes da respiração celular. OBJETIVO: Assim, o objetivo deste estudo consiste na avaliação do perfil metabólico em macrófagos murinos infectados por L. amazonensis e L. braziliensis. MATERIAL E MÉTODOS: Precursores hematopoiéticos de macrófagos foram obtidos da medula óssea de camundongos C57/BL6, e cultivados até sua diferenciação em macrófagos. Os macrófagos foram infectados com Leishmania spp. e as taxas de acidificação extracelular (ECAR) e consumo de oxigênio (OCR), foram mensuradas através do Seahorse. Posteriormente, foi avaliada a carga parasitária e a taxa de infecção, mediante o tratamento prévio dos BMDMs com os inibidores da via glicolítica, fosforilação oxidativa e síntese de ácidos graxos. Além disso, a funcionalidade das mitocôndrias foiavaliadas através de sondas “MitoTrackers”, aferindo a massa mitocondrial e o potencial de membrana. A produção de espécies reativas de oxigênio foi mensurada através da sonda “Cellrox”. Os dados obtidos foram então submetidos à análise estatística, e os valores foram considerados significativos quando p < 0,05. RESULTADOS: Este estudo mostra que macrófagos derivados de medula óssea (BMDMs) infectados por L. amazonensis e L.braziliensis exibem um perfil glicolítico e possuem um aumento no consumo de oxigênio. BMDMs tratados com inibidores que atuam no metabolismo mitocondrial apresentaram diminuição na carga parasitária e taxa de infecção, mostrando a importância do metabolismo mitocondrial para a sobrevivência do parasito. Além disso, interferências no metabolismo dos macrófagos estão relacionadas com o aumento do estresse oxidativo, aumentando a produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) que ajudam na eliminação do parasito. CONCLUSÃO: Este estudo demonstra que a infecção por L. amazonensis e interfere no metabolismo mitocondrial do hospedeiro, ficando evidente que na presença do parasito ocorre um aumento nas taxas de glicólise para alimentar a fosforilação oxidativa. Esse trabalho destaca o potencial do metabolismo mitocondrial dos macrófagos como alvo terapêutico para modular a infecção por Leishmaniose. Palavras-chave: Fosforilação oxidativa; Glicólise; Leishmania spp.; Metabolismo Mitocondrial; Modulação metabólica.