Tese avalia segurança do 17-AAG no tratamento da leishmaniose canina

Autoria: Lívia Brito Coelho Fontes
Orientação: Deborah Bittencourt Mothé Fraga
Título da tese: “Avaliação da segurança do 17-AAG para sua utilização como quimioterápico no tratamento da leishmaniose visceral canina”.
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana – UFBA /FIOCRUZ
Defesa: 04/09/2020
Horário: 14:00 
Local: Sala Virtual do Zoom

RESUMO

INTRODUÇÃO: No Novo Mundo, os cães são considerados o principal reservatório da leishmaniose visceral (LV). Devido às ineficiências nos tratamentos existentes e à falta de uma vacina eficaz, a eutanásia de cães é uma das principais estratégias de controle da doença, tornando obrigatório o desenvolvimento de novas intervenções terapêuticas. Anteriormente, nosso grupo mostrou que o 17-AAG, um inibidor de HSP90, demonstrou potencial para uso no tratamento da leishmaniose. OBJETIVO: O presente estudo teve como objetivo testar a segurança do 17-AAG em cães, avaliando a farmacocinética plasmática, a proporcionalidade à dose e a tolerabilidade do 17-AAG em resposta a uma ou várias doses intravenosas (IV) em cães saudáveis. MATERIAL E MÉTODOS: Dois protocolos de pesquisa foram usados. Protocolo 1 (P1): cães saudáveis receberam doses variáveis (50, 100, 150, 200 ou 250 mg/m²) de 17-AAG ou placebo (n = 4) endovenoso, usando um desenho cross-over com período de ―wash-out‖ de sete dias entre os tratamentos. O protocolo 2 (P2) envolveu nove cães saudáveis que receberam três doses de 150 mg/m² de 17-AAG administradas IV em intervalos de 48 horas. RESULTADOS: Todos os cães completaram com sucesso ambos os protocolos. Em P1, o 17-AAG foi bem tolerado, no entanto, foram observados níveis aumentados de enzimas hepáticas e diarreia em todos os quatro cães que receberam dosagem de 250 mg/m². Os parâmetros concentrações plasmáticas máximas (Cmax) e área sob a curva (AUC) foram proporcionais à dose administrada entre as doses de 50 e 200 mg/m². Em relação ao P2, o 17-AAG foi considerado bem tolerado em doses múltiplas de 150 mg/m². Níveis aumentados de enzimas hepáticas e diarréia foram observados em 3/9 e 1/9 desses cães, respectivamente. Nossos resultados demonstraram segurança para realização do teste de eficácia do 17-AAG em cães com LV quando administrado em concentrações iguais ou inferiores a 150 mg/m² em intervalos de 48 horas. Mas que a hepatotoxicidade observada com o esquema de dosagem intervalado apesar de ser reversível aponta para esforços para redução da toxicidade como a utilização de nanoformulações ou lipossomas.
Palavras-chave: Toxicidade; farmococinética; cães; tanespimicina.

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Obsma debate mulheres e meninas na ciência em live no dia 1/9

Vamos conversar sobre meninas na ciência? No próximo dia 1º de setembro, às 17 horas, a Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (Obsma) convida para um bate-papo online sobre meninas, gênero e ciência. A live, que será transmitida pelo Facebook da Obsma, vai apresentar o prêmio Menina Hoje, Cientista Amanhã – que contemplará projetos desenvolvidos por professoras e estudantes do gênero feminino.

O prêmio se tornará fixo e, a cada edição, homenageará uma cientista notável da história. Nesse ano de estreia, a escolhida foi a pesquisadora Bertha Lutz.

E para falar sobre o assunto, convidamos: a bióloga, historiadora da ciência e pesquisadora titular da Fiocruz, Magali Romero Sá; a neurocientista da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e indicada ao Nature Research Award de 2019, Natalia Mota; e a colunista do MIT Technology Review Brasil e podcaster do Ogunhê, Nina da Hora. O evento contará como mediadora com a coordenadora da regional Norte da Obsma Rita Bacuri, e como anfitriã a jornalista da Olimpíada Valentina Leite.

O Menina Hoje, Cientista Amanhã foi pensado no contexto da promoção da igualdade de gênero na ciência, em consonância com as diretrizes dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da ONU.

Para concorrer à premiação, basta inscrever-se na Olimpíada e escolher a opção ao preencher o formulário, juntar um time de professoras e alunas que gostem de ciência e caprichar no projeto. Clique aqui para informações.

Para saber mais, acompanhe a live no dia 1/9 pelo Facebook. Esperamos por vocês!

Por Valentina Leite

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Proteínas quiméricas têm bom desempenho em teste rápido para doença de Chagas

Uma pesquisa analisou o desempenho de antígenos quiméricos para o diagnóstico da doença de Chagas crônica utilizando testes rápidos. O estudo liderado pelo pesquisador Fred Luciano Neves Santos, da Fiocruz Bahia, utilizou amostras de soro oriundas de diferentes regiões geográficas do Brasil e de pacientes com apresentações clínicas distintas da doença. O trabalho foi descrito em artigo publicado na revista BioMed Research International.

Os testes rápidos têm a vantagem de serem mais baratos e não necessitarem de equipamentos específicos, sendo uma metodologia promissora para o rastreamento da doença de Chagas por apresentar resultados em até 15 minutos, em instalações de saúde ou em áreas remotas com recursos limitados.

Para essa pesquisa, foram testadas 32 amostras de sangue positivas e negativas para Trypanosoma cruzi, protozoário causador da doença de Chagas. Essas amostras foram originadas de áreas endêmicas dos estados de Alagoas (AL), Bahia (BA), Goiás (GO), Minas Gerais (MG), Paraíba (PB) e Pernambuco (PE), além de áreas não endêmicas do Paraná (PR).

Independentemente da origem geográfica ou apresentação clínica, todas as amostras com anticorpos contra T. cruzi apresentaram resultado positivo tanto para antígenos quiméricos IBMP-8.1 quanto para o IBMP-8.4. O grupo reforça a necessidade de um estudo em larga escala (estudo de fase 2), com mais pacientes, para validar os resultados observados, previsto para ser realizado em 2021.

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Palestra “Ética em tempos de pandemia” encerra Ciclo de Seminários Integrados sobre Covid-19

A palestra “Ética em tempos de pandemia”, que será realizada no dia 1º de setembro, às 16h, transmitida no canal do YouTube da Fiocruz Bahia, será ministrada por Samuel Goldenberg, pesquisador titular da Fiocruz Paraná, convidado para o encerramento do Ciclo de Seminários Integrados sobre SARS-COV-2 (Covid-19). O encontro será mediado pelas pesquisadoras da Fiocruz Bahia, Patrícia Veras e Cláudia Brodskyn.

Samuel Goldenberg possui graduação em Ciências Biológicas e Mestrado em Ciências Biológicas (Biologia Molecular), pela Universidade de Brasília e doutorado (Doctorat DEtat ès Sciences) pela Université de Paris VII. Tem experiência e formação na área de Biologia Molecular, com ênfase em Parasitologia Molecular, atuando principalmente nos seguintes temas: diferenciação de Trypanosoma cruzi, regulação da expressão gênica em parasitos, genômica funcional e desenvolvimento de insumos para diagnóstico.

É coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) para Diagnóstico em Saúde Pública. É membro do Comitê Científico Internacional do Instituto Pasteur de Montevideu. Membro Titular da Academia Brasileira de Ciências, foi agraciado em 2006 com a Ordem Nacional do Mérito Científico na Classe Comendador, em em 2018 na classe Grã-Cruz, em 2010 foi agraciado na Classe Comendador com a Ordem do Mérito Médico e em 2011 recebeu a Medalha Samuel Pessoa da Sociedade Brasileira de Protozoologia (SBPz). Ganhador do Prêmio Almirante Alvaro Alberto 2017, outorgado pelo CNPq em parceria com a Marinha do Brasil e a Fundação Conrado Wessel.

O evento

O ciclo de seminários é promovido pela Vice-diretoria de Ensino da Fiocruz Bahia e conta com a comissão organizadora formada pelas pesquisadoras da instituição, Patrícia Veras, Cláudia Brodskyn Valéria Borges, Deborah Fraga, Natalia Tavares e Juliana Perrone Fullam. Os eventos fazem parte das atividades dos alunos dos programas de pós-graduação em Patologia (PgPAT – UFBA em Ampla Associação com a Fiocruz Bahia) e em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI – Fiocruz Bahia). 

Para todos os professores envolvidos na organização do evento, os discentes tiveram um desempenho excelente e abraçaram o projeto. “Gostaríamos de agradecer ao apoio institucional da nossa diretora da Fiocruz Bahia, Dra. Marilda Gonçalves, a toda equipe da Assessoria de Comunicação, pela divulgação e a possibilidade de transmitir e gravar as conferências dos convidados no Youtube, à Geiqsa Barbosa, pela ajuda imprescindível no manejo da Plataforma Zoom, às nossas secretárias da pós-graduação, Carol Sodré, Simone Farias e Ana Costa pelo apoio diário, à Clara Mutti, coordenadora de Ensino pela ajuda em todos os momentos”, declarou a pesquisadora Patricia Veras, Vice-Diretora de Ensino e Informação da Fiocruz Bahia, em nome da Comissão organizadora dos Seminários Integrados.

A ideia da realização do Ciclo de Seminários Integrados sobre SARS-COV-2 (Covid-19) surgiu após uma reunião remota com os estudantes de pós-graduação que sentiam a necessidade de realizar atividades capazes de motivá-los, diante do cenário da pandemia de Covid-19. Participam cerca de 90 alunos dos dois programas de pós-graduação, que foram divididos em grupos. Antes de cada palestra acontece uma atividade restrita aos alunos, em que dois desses grupos apresentam artigos científicos relacionados com o tema do dia, que são discutidos com o palestrante.

A abertura do evento foi realizada no dia 18 de junho, com a palestra ministrada pela pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) e estudante egressa da Fiocruz Bahia, Jaqueline Góes de Jesus, com o tema de vigilância genômica do SARS-CoV-2 no Brasil. No total serão 12 palestras.

As apresentações abordaram os mais diferentes temas, com convidados especialistas e estão disponíveis no canal do YouTube da Fiocruz Bahia: filogenia do vírus (Tiago Gräf, Fiocruz Bahia), aspectos epidemiológicos da infecção (Guilherme Werneck, UFRJ), interação entre o vírus e a célula hospedeira (Samuel Pita, UFBA), aspectos imunológicos (Marcelo Bozza, UFRJ e Ana Caetano, UFMG),  aspectos patológicos da infecção (Luiz Freitas, UFBA e Fiocruz Bahia), aspectos hematológicos (Erich Paula, UNICAMP) diagnóstico (Marco Krieger, Fiocruz), tratamento (Ceuci Nunes, Instituto Couto Maia) e vacinas (Gustavo Cabral, USP).

“Os convidados foram excelentes, dedicaram-se muito a esta atividade, e todas as palestras e discussões foram extremamente elogiadas”, comemora Claudia Brodskyn, idealizadora dos Seminários Integrados. “Atribuímos o sucesso da nossa empreitada ao envolvimento de toda a equipe responsável pela organização, à Assessoria de Comunicação, pela divulgação e apoio incondicional durante as nossas transmissões via YouTube, a toda secretaria acadêmica pelo suporte diário, mas principalmente ao envolvimento dos nossos estudantes e convidados”, completa.

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Dinâmica e diversidade de Leptospira spp. de amostras ambientais são avaliadas em tese

Autoria: Daiana Santos de Oliveira
Orientação: Mitermayer Galvão dos Reis
Título da tese: Dinâmica e diversidade de Leptospira spp. de amostras ambientais e as suas implicações na transmissão de leptospirose em humanos”.
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana-UFBA /FIOCRUZ
Defesa: 22/09/2020
Horário: 14:00 
Local: Sala Virtual do Zoom

RESUMO

A leptospirose é uma zoonose causada por bactérias do gênero Leptospira. Acomete mais de um milhão de pessoas anualmente no mundo, causando aproximadamente 60.000 óbitos. As populações urbanas vulneráveis e carentes de infraestrutura e saneamento básico são as principais afetadas por essa doença. Nestes ambientes, a transmissão ocorre a partir da exposição ao meio ambiente contaminado por Leptospira. Estudos prévios demonstraram a presença de espécies de Leptospira em matrizes ambientais. Entretanto, são limitadas as informações sobre a dinâmica e diversidade de Leptospira patogênica em diferentes matrizes ambientais de áreas urbanas. Muitos estudos são voltados à análise de dados epidemiológicos e de soroprevalência em animais. Porém, a maioria desses estudos leva pouca consideração sobre os determinantes ambientais e co-circulação de diferentes sorogrupos/sorovares. O presente estudo teve como objetivo avaliar a presença, diversidade, e dinâmica de espécies de Leptospira em diferentes nichos ambientais, caracterizar os parâmetros físicos e químicos ambientais que estão associados a Leptospira em matrizes aquáticas e caracterizar o perfil epidemiológico de indivíduos com presença de anticorpos anti-Leptospira em comunidades urbanas vulneráveis. A pesquisa foi realizada em cinco comunidades urbanas carentes da cidade de Salvador-Ba, que são desprovidas de saneameneto básico, onde a leptospirose é endêmica. Comprovamos que a água de esgoto, empoçada e solo são reservatórios ambientais de Leptospira. A taxa de positividade por qPCR nas amostras de água de esgoto e empoçada foi de 36% e 34%, respectivamente. Foi apresentada uma maior presença e concentração no período de alta precipitação, indicando que a chuva tem papel importante na dispersão e manutenção. Nossos resultados também mostraram que fatores físico-químicos como SDT (Sólidos Totais Dissolvidos), salinidade e pH estão associados a presença e concentração da bactéria no ambiente. Utilizando a técnica de isolamento identificamos uma diversidade de
espécie de Leptospira em solo, inclusive intermediária e patogênica. Entretanto, não conseguimos isolar as duas leptospiras mais frequentemente associadas à transmissão em humanos (L. interrogans sorovar Copenhageni e L. Kirschneri sorovar Cynopteri). Resultados do nosso estudo sorológico em residentes destas comunidades evidenciaram padrões epidemiológicos específicos associados à transmissão de Copenhageni e Cynopteri. Futuros estudos orientados a identificar o reservatório de Cynopteri em comunidades urbanas são necessários. Sendo assim, esses dados podem auxiliar no desenvolvimento de estratégias mais efetivas de prevenção da doença.

Palavras-chave: Isolamento, físico-químico, solo, água de esgoto, ambiente, soroprevalência.

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Lesões orais são frequentes em pacientes com Chikungunya, aponta estudo

Um estudo relatou a presença de lesões na boca de pacientes com Chikungunya, como uma das manifestações clínicas frequentes da infecção por esse arbovírus. Os resultados da pesquisa liderada pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Viviane Boaventura, foram descritos em artigo publicado no Journal of Travel Medicine.

No trabalho, foram analisados 105 pacientes com chikungunya aguda, até 10 dias após o início da doença. As lesões orais foram detectadas em 21 destes pacientes, surgindo de dois a seis dias após o início dos sintomas. Os tipos identificados de lesões foram úlcera, sangramento e inchaço na gengiva e os pacientes se queixavam de  dor e/ou dificuldade de engolir alimentos.

As lesões afetaram principalmente os seguintes locais: lábios (52,4%), gengiva (43%), língua (43%) e parte interna da bochecha (28,6%). A presença de lesão oral foi fortemente associada a manchas vermelhas na pele e dor atrás dos olhos, sugerindo um perfil polissintomático. No entanto, não foi relacionada à dor articular persistente, comum após a infecção por Chikungunya.

Os pesquisadores observaram que as lesões orais dolorosas afetam a alimentação e consumo de líquido dos pacientes, aumentando a morbidade da doença. O estudo aponta para a necessidade de exame intrabucal de rotina na fase aguda, e prescrição de medicamentos de alívio da dor causada pelas lesões, o que pode ajudar a mitigar os sintomas da chikungunya.

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Sistema de Previsão da Qualidade do Ar de Salvador será debatido dia 10/09

Um debate sobre o Sistema de Previsão da Qualidade do Ar de Salvador (SOPRAR/Salvador) e seu uso para aprimoramento da gestão em qualidade do ar e proteção da saúde humana será promovido durante a Live Soprar. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas nesse link, até o dia do evento, que acontece em 10 de setembro, às 15 horas.

O Soprar é resultante de um projeto de inovação e ação intersetorial com poder público local, coordenado pela Fiocruz Bahia em parceria com empresa francesa ARIA Technologies e apoio da CETREL S.A. O projeto foi viabilizado pelo fundo de investimento alemão DEG – KfW Bankengruppe com contrapartida de ARIA Technologies e suporte do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Este sistema caracteriza-se como uma inovadora ferramenta de gestão direcionada para contribuir nas ações de prevenção e mitigação do impacto da poluição do ar na saúde da população e integra as estratégias de resiliência do Programa Salvador Resiliente.

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Palestra aborda o desenvolvimento de vacinas utilizando VLPs para Covid-19

A palestra “Desenvolvimento de Vacinas utilizando VLPs e sua adaptação ao projeto COVID-19”, que será realizada no dia 25 de agosto, às 16h, transmitida no canal do YouTube da Fiocruz Bahia, será ministrada por Gustavo Cabral Miranda, pesquisador da FAPESP, convidado da próxima edição do Ciclo de Seminários integrados sobre SARS-COV-2 (Covid-19). O encontro será mediado pelos pesquisadores da Fiocruz Bahia, Cláudia Brodskyn e Leonardo Farias.

O evento, promovido pela Vice-diretoria de Ensino da Fiocruz Bahia, faz parte das atividades dos alunos dos programas de pós-graduação em Patologia Humana e Experimental (PgPAT – UFBA/ Fiocruz Bahia) e em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI – Fiocruz Bahia). As apresentações abordam temas como filogenética do vírus, epidemiologia, imunologia, interação vírus-células, vacinas, diagnóstico, tratamento, biologia de sistemas e ética.

Sobre o palestrante

Gustavo Cabral possui graduação em Ciências Biológicas, pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB); mestrado em Imunologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e doutorado em Imunologia, pelo Dpto. de Imunologia, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB-IV), da Universidade de São Paulo (USP), com doutorado sanduíche na unidade de investigação Biomark, Sensor Research, do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), Porto, Portugal.

Tem pós-doutorados no Instituto Jenner, da Universidade de Oxford, Inglaterra, e no Hospital Universitário (Inselspital), da Universidade de Berna, Suíça, com o desenvolvimento de vacinas utilizando VLPs (Virus-like particles) e diagnósticos avançados, utilizando a tecnologia de Biossensores. Atualmente, exerce a função de Pesquisador Principal, com projetos aprovados pelo “Programa Jovens Pesquisadores (JP), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), para o desenvolvimento de vacinas contra SARS-Cov-2, Chikungunya e vírus Zika, utilizando Virus Like-Particles.

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Prorrogadas até 03/09 as inscrições para o Programa Biotech Bahia

Foi relançado, no dia 17/08, o Programa Biotech Bahia, uma parceria entre o SEBRAE e Programa de Pós-graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI) da Fiocruz Bahia, apoiada pela Vice-Diretoria de Ensino do IGM, que tem como objetivo oportunizar discentes e docentes do programa e servidores da instituição a uma imersão no universo do empreendedorismo.

As inscrições foram prorrogadas e podem ser realizadas nesse link, até o dia 03/09. O público-alvo é de alunos, pesquisadores e servidores da Fiocruz Bahia.

Oito a quinze equipes serão selecionadas e passarão por uma trilha de aceleração com duração aproximada de 180h, com encontros on-line por 12 semanas. As equipes deverão conter até 4 componentes, não necessariamente todos vinculados ao programa de pós-graduação, mas pelo menos um membro deve ser do PgBSMI.

Essa aceleração visa o desenvolvimento da mentalidade empreendedora aliada à inovação, incluindo-a no rol esperado de atuação de egressos e docentes do PgBSMI.

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Pesquisadores irão avaliar imunidade para Covid-19 em bairros de Salvador

 

A pesquisadora da Fiocruz Bahia, Claudia Brodskyn, que coordena o estudo.

Um grupo de pesquisadores da Fiocruz Bahia vai realizar um estudo para identificar a presença de anticorpos específicos do Sars-CoV-2 em habitantes de diferentes bairros de Salvador. O objetivo é avaliar se houve aumento de imunidade na população em decorrência do aumento de casos positivos para a Covid-19, na capital. 

O projeto foi aprovado no Edital Geração de Conhecimento – Enfrentamento da Pandemia e Pós-Pandemia Covid-19, do Programa Fiocruz de Fomento à Inovação (Inova Fiocruz), que  apoia propostas nas áreas definidas pela Fundação como prioritárias para a pandemia, visando acúmulo de conhecimento necessários ao entendimento da doença. A pesquisa será realizada em parceria com o pesquisador do Instituto de Saúde Coletiva, da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA), e pesquisador visitante da Fiocruz Bahia, Federico Costa. 

A pesquisadora da Fiocruz Bahia e coordenadora do projeto, Cláudia Brodskyn, disse que a previsão é que as amostras de sangue comecem a ser coletadas até setembro, cerca de seis meses após a confirmação do primeiro caso na cidade, e, posteriormente, serão feitas coletas entre janeiro e fevereiro e julho e agosto de 2021. 

A coleta em três períodos distintos, inclusive em períodos posteriores ao início da pandemia, servirá para mostrar se os resultados que serão encontrados em Salvador serão semelhantes ou diferentes dos dados encontrados em estudos similares em outras regiões do país. “Acreditávamos que haveria um aumento de pessoas com sorologia positiva em tempos mais tardios de avaliação após a pandemia, mas outros estudos mostram o oposto, então essa observação em períodos distintos será importante dentro do projeto”, explica a pesquisadora.

Quatro bairros de Salvador irão fazer parte deste estudo: dois com maior vulnerabilidade econômica e dois com poder aquisitivo maior, para que seja realizada uma análise dos parâmetros socioeconômicos associados a Covid-19, através de aplicação de um questionário. Serão 250 pessoas por bairro, sendo 1 mil indivíduos por período, totalizando 3 mil indivíduos.

A imunidade para a Covid-19 ocorre quando o indivíduo é infectado e anticorpos neutralizantes são produzidos para combater esse vírus e impedindo que ele se torne novamente infectado caso tenha contato novamente com o Sars-CoV-2. Alguns estudos apontam que os anticorpos para esse vírus persistem na fase de recuperação até três meses após a exposição ao vírus. Após esse período, pode ocorrer uma diminuição significativa dos níveis de anticorpos.

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Pesquisadores descrevem perfil epidemiológico da transmissão da doença de Chagas aguda no Brasil

Uma análise ecológica de base populacional utilizando dados obtidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), do Ministério da Saúde, foi realizada com o objetivo de identificar um perfil epidemiológico da transmissão da doença de Chagas aguda, no Brasil.

A doença de Chagas é causada pelo parasito Trypanosoma cruzi, transmitido por um inseto conhecido como barbeiro e está presente em 21 países da América Latina. A enfermidade, que atinge coração e órgãos do sistema digestivo, tem duas fases: aguda, que é logo após a infecção e pode durar até quatro meses; e crônica, fase após a aguda e de longa duração. No Brasil, apenas os casos agudos são obrigatoriamente notificados ao SINAN.

O estudo analisou as características epidemiológicas e tendências espaço-temporais das notificações, incluindo todos os casos de doença de Chagas aguda notificados entre 2001 e 2018 (5.184 casos). O trabalho coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Fred Luciano Neves Santos, foi descrito em artigo publicado no periódico PLOS Neglected Tropical Diseases. Os achados podem contribuir para ações de vigilância voltadas à prevenção de novos casos da enfermidade.

Os autores da pesquisa afirmaram que a distribuição espaço-temporal da doença nesse período foi heterogênea no país. Também relataram que a taxa de incidência anual foi de 0,16 por 100.000 habitantes e identificaram um rápido aumento de notificações antes de 2005, uma queda estável de 2005 a 2009, seguida por aumento após 2009. As frequências mais altas de infecção foram observadas em crianças, adolescentes e idosos na região Norte, em todo período observado, e nas mulheres e em indivíduos de 20 a 64 anos no Nordeste, entre 2001 e 2009.

A transmissão vetorial foi a principal via relatada até 2005, enquanto a transmissão oral aumentou significativamente no Norte durante os outros períodos. O estudo também apontou que o estado do Pará é responsável por 81% dos casos decorrentes de transmissão oral na região Norte, com maiores proporções de casos ocorrendo após a safra de açaí e bacaba, com o consumo de alimentos derivados dessas frutas contaminadas pelas fezes do inseto.

Com esses resultados, os autores concluíram que, embora tenha diminuído a ocorrência da doença de Chagas em todo Brasil, a enfermidade continua sendo uma ameaça à saúde pública, evidenciada pela ocorrência de casos agudos em mais de 50% das microrregiões brasileiras. Também ressaltaram a necessidade de ações entomológicas e a adoção de medidas higiênico-sanitárias para reduzir a transmissão oral. Notificar casos crônicos no Brasil, inclusive em bancos de sangue, deve ser uma medida a ser fortemente considerada, de acordo com os cientistas.

Clique aqui e leia o estudo na íntegra.

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Pesquisador avalia fatores que tornam populações da América Latina mais vulneráveis à Covid-19

Mitermayer Galvão dos Reis, pesquisador da Fiocruz Bahia.

A América Latina é atualmente o epicentro da pandemia pelo novo coronavírus, com cinco países entre os dez com maior número de casos registrados no mundo, de acordo com relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), lançado em julho. Segundo monitoramento da Universidade Johns Hopkins, na Inglaterra, apenas Brasil e México concentram 70% das mortes pela Covid-19. Juntos, Brasil, México, Peru, Colômbia e Chile, somam quase 5 milhões de casos e 200 mil mortes. 

Nos últimos dias, o Brasil ultrapassou a marca de mais de 3 milhões de infectados e mais de 100 mil mortes registradas causadas pela Covid-19. Diversos são os fatores que contribuíram para este cenário. De acordo com o médico patologista e pesquisador da Fiocruz Bahia, Mitermayer Galvão dos Reis, o principal fator é decorrente de um fenômeno de rápida e intensa transição demográfica da área rural para a área urbana na América Latina, que cria as megacidades com grande número de pessoas que moram em situações de alta vulnerabilidade social.

Segundo Mitermayer, a desigualdade social leva o indivíduo a viver com insuficiência de recursos financeiros, em locais onde não há saneamentos adequado, sem oferta de água encanada e esgoto, e morando de maneira aglomerada em habitações muitas vezes com apenas um cômodo. “Como vamos falar de distanciamento social nessas situações?”, questiona o pesquisador. 

Essas condições levam a uma dificuldade da implementação das medidas mais básicas de controle da Covid-19, como o uso de água e sabão para higienizar as mãos e alimentos e a disponibilidade de máscaras em quantidade adequada. Mitermayer ainda reforça que o acesso a álcool em gel pode ser considerado um luxo, uma recomendação nem sempre aplicável a pessoas que vivem nessas condições.  

Outro ponto tocado pelo pesquisador é a dificuldade de manter o distanciamento social no transporte público, agravado pela redução na oferta do transporte com as implementações das medidas para diminuir a circulação das pessoas pela cidade. “Ônibus, metrôs, os hidroviários no caso do Amazonas, estão sempre cheios e os usuários ficam agrupados por horas no trajeto, aumentando o risco de contaminação”, afirma Mitermayer. 

Os países da América Latina também são caracterizados pela alta do desemprego, que leva ao emprego informal. Muitas pessoas trabalham como ambulantes ou em feiras, propiciando aglomeração, aumentando o risco de infecção. 

Testagem e atenção primária

Para Mitermayer, a pouca oferta de testagem é também um dos fatores que levam a manutenção do estado de epicentro da pandemia da América Latina. Segundo o cientista, a baixa testagem não mostra o quadro real da situação e, sem a identificação dos indivíduos infectados, a Vigilância Epidemiológica fica impossibilitada de identificar também os contatos diretos dessas pessoas e impedir que eles continuem circulando e contaminando outras pessoas. “Se você testa o indivíduo, ele sabe que está infectado e ele mesmo vai se cuidar, na maioria das vezes, e evitar a contaminação de outras pessoas”, acrescenta o pesquisador. 

O pesquisador defende o uso da telemedicina como forma de auxiliar os pacientes com Covid-19 a passarem por essa situação da melhor maneira possível, com o acompanhamento constante de um médico por telefone ou chamada de vídeos tirando dúvida e dando as orientações em caso de piora dos sintomas.

Para Mitemayer, a atenção primária em saúde em países da América Latina, em especial em situação de pandemia, também é outro ponto que precisa ser melhorado. Na maioria das vezes, esses países têm limitações no que diz respeito a espaço físico, equipamentos de proteção individual, medicamentos e recursos humanos, especialmente profissionais de saúde. 

O pesquisador diz que é preciso garantir que as unidades básicas de saúde estejam equipadas e preparadas para atender esses pacientes com coronavírus, com equipamentos de proteção individual (EPI), medicamentos adequados para casos de intubação ou tratamento dos sintomas, assim como realização de teste para Covid-19 e exames básicos como hemograma e oximetria para verificar o nível de oxigênio no sangue.

Outra sugestão de enfrentamento feita pelo pesquisador é entrada dedicada para casos de Covid-19 nos postos de saúde, como está sendo feito nos hospitais de referência, além da distribuição de álcool em gel e máscaras nestas unidade. 

A especialização do profissional de saúde também é um ponto importante a ser discutido na pandemia, apontado por Mitermayer. No caso da Covid-19, ele explica que um profissional de saúde para trabalhar em Unidade de Tratamento Intensivo precisa de experiência, o que ainda falta na quantidade ideal nesta região. Profissionais com menos experiência e até recém-formados em medicina estão sendo recrutados para trabalhar na linha de frente, o que não é o ideal, mas é a forma encontrada para suprir a demanda.  

“Em relação aos hospitais de referência, o ideal é ter uma equipe multidisciplinar com médico infectologista, pneumologista, cardiologista, hematologistas e nefrologistas, como também enfermeiros e fisioterapeutas especializados, já que a Covid-19 é uma doença sistêmica, atingindo diversos órgãos”, acrescenta. 

Retorno ao “normal”

Quando se fala em retorno da atividade econômica e reabertura do comércio nos países da América Latina, Mitermayer é enfático ao dizer que é preciso levar em consideração as experiências de outros países da Ásia, Europa e também dos Estados Unidos, que estão experimentando o efeito rebote após a reabertura. “O retorno não deve ser baseado apenas na quantidade de leitos disponíveis, mas também deve ser levado em consideração o número de infectados, ampliando a testagem para que esse número seja o mais perto do real”, explica.

A esperança para o retorno à vida como era antes da pandemia está no desenvolvimento de uma vacina eficaz para o vírus. Para o pesquisador, um problema para a América Latina será a produção em larga escala da vacina, pois existem apenas dois laboratórios capazes de atender a demanda da região: Bio-manguinhos, da Fiocruz, e Instituto Butantan, ambos no Brasil. Laboratórios particulares presentes em outros países não possuem estrutura para a produção de milhões de doses e o Brasil será o centro de distribuição das vacinas da região.  

Como prioridade para vacinação, Mitermayer defende que, além dos trabalhadores de unidades de saúde e de serviços essenciais, como farmácias, supermercados, da polícia e motoristas de transporte coletivo, um outro grupo seria de indivíduos que trabalham presencialmente e não puderam aderir ao “home office” durante a pandemia. Para o pesquisador, crianças também devem ter prioridade, mesmo que não sejam consideradas grupo de risco. “Não se iludam: criança pode não adoecer tanto, mas leva para casa o vírus”, disse, salientando que a vacinação é uma medida para o retorno seguro das aulas.

 

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Seminário aborda o “Instituto Couto Maia e a pandemia de COVID-19”

A palestra “O Instituto Couto Maia e a pandemia de COVID-19”, que será realizada no dia 18 de agosto, às 16h, transmitida no canal do YouTube da Fiocruz Bahia, será ministrada por Ceuci de Lima Xavier Nunes, diretora geral do Instituto Couto Maia (ICOM), referência para doenças infecto-contagiosas no Estado da Bahia, convidada da próxima edição do Ciclo de Seminários integrados sobre SARS-COV-2 (Covid-19). O encontro será mediado pelos pesquisadores da Fiocruz Bahia, Bruno Solano e Isadora Siqueira.

O evento, promovido pela Vice-diretoria de Ensino da Fiocruz Bahia, faz parte das atividades dos alunos dos programas de pós-graduação em Patologia Humana e Experimental (PgPAT – UFBA/ Fiocruz Bahia) e em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI – Fiocruz Bahia). As apresentações abordam temas como filogenética do vírus, epidemiologia, imunologia, interação vírus-células, vacinas, diagnóstico, tratamento, biologia de sistemas e ética.

Sobre a palestrante

Ceuci Nunes é médica infectologista, mestra e doutora em Medicina e Saúde pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professora Adjunta da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, diretora técnica do Serviço Especializado em Imunização e Infectologia (SEIMI) e atual Diretora Geral do Instituto Couto Maia (ICOM).

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Tese investiga fator de transformação do crescimento beta e polimorfismos na doença falciforme

Autoria: Rayra Pereira Santiago
Orientação: Marilda de Souza Gonçalves
Título da tese: “Fator de transformação do crescimento beta e polimorfismos no gene receptor 3 do fator de transformação do crescimento beta na doença falciforme”.
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana-UFBA /FIOCRUZ
Defesa: 25/08/2020
Horário: 14:00 
Local: Sala Virtual do Zoom

RESUMO

O fator de transformação do crescimento beta (TGF-β) é uma citocina com papel importante em processos biológicos, como disfunção endotelial e vascular, inflamação e homeostase hematopoiética. O objetivo do presente estudo foi investigar a associação dos níveis plasmáticos de TGF-β1 e de polimorfismos no gene do receptor 3 do fator de transformação do crescimento beta (TGFBR3) com biomarcadores genéticos, hematológicos, bioquímicos e imunológicos em indivíduos com doença falciforme (DF) e com as complicações clínicas. Para tanto, foi conduzido um estudo transversal, onde foram investigados 175 indivíduos com DF (120 HbSS e 55 HbSC). Os níveis plasmáticos do TGF-β, inibidor tecidual de metaloproteases-1 (TIMP-1) e da metaloproteinase da matriz 9 (MMP-9) foram determinados pela técnica de ELISA e os marcadores hematológicos, bioquímicos e imunológicos foram determinados por métodos automatizados. A genotipagem dos polimorfismos no gene TGFBR3 foi realizada utilizando TaqMan SNP Genotyping Assays. Os indivíduos HbSS apresentaram concentrações elevadas de TGF-β1 quando comparados a indivíduos controles saudáveis e HbSC. Nos indivíduos HbSS, o TGF-β1 esteve positivamente correlacionado com as hemácias, plaquetas, hemoglobina, hematócrito e TIMP-1. Além desses marcadores, os indivíduos HbSS com concentrações de TGF-β1 ≥72.29 ng/mL apresentaram contagem elevada de monócitos e níveis diminuídos de albumina. Os indivíduos HbSC apresentaram correlação positiva entre o TGF-β1 e leucócitos, eosinófilos, linfócitos, monócitos, plaquetas, TIMP-1, lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL-C), triglicérides, heme e aspartato aminotransferase (AST). Os indivíduos HbSC com concentrações de TGF-β1 ≥ 47.80 ng/mL apresentaram contagens elevadas de leucócitos e plaquetas e concentrações elevadas de triglicérides, VLDL-C, MMP-9 e TIMP-1 e concentrações diminuídas de lipoproteína de alta densidade (HDL-C). Nos indivíduos com HbSS, o alelo variante A do polimorfismo rs1805110 no gene
TGFBR3 esteve associado a concentrações elevadas de hemoglobina, hematócrito, lipoproteína de baixa densidade (LDL-C), acido úrico e endotelina; contagem elevada de reticulócitos e platelet distribution width (PDW) diminuídos e estiveram associados à ocorrência de alterações ósseas. O alelo variante T do polimorfismo rs7526590 no gene TGFBR3 esteve associado a concentrações elevadas de red cell distribution width (RDW), PDW, fosfatase alcalina, AST, bilirrubina indireta e lactato desidrogenase e concentrações diminuídas de ferritina e a ocorrência de úlceras de pernas. Os indivíduos com DF portadores do haplótipo GG no gene TGFBR3 apresentaram níveis mais elevados de colesterol total (T-CHOL), LDL-C, triglicérides, colesterol não HDL (não-HDL-C), proteínas totais e globulina que 8 aqueles com o haplótipo não-GG. Indivíduos com o haplótipo CGG apresentaram níveis elevados de plaquetócrito, T-CHOL, LDL-C e não-HDL-C. Ambos os haplótipos GG e CGG estiveram associados à ocorrência de pneumonia e os indivíduos com haplótipo não-GG apresentaram ocorrência maior de colelitíase. Nossos dados sugerem que o TGF-β1 desempenha papel importante no remodelamento vascular, vasculopatia, angiogênese, inflamação e hemólise na DF e que polimorfismos no gene TGFBR3 podem estar ligados ao estado inflamatório, hemólise e a complicações clínicas. Além disso, os indivíduos portadores dos haplótipos GG e CGG no gene TGFBR3 apresentaram alterações importantes no
perfil lipídico e apresentaram ocorrência maior de pneumonia.

Palavras chaves: doença falciforme, fator de transformação do crescimento beta, receptor 3 do fator de transformação do crescimento beta.

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Pesquisadora explica como funciona a imunização em pessoas que foram infectadas por Covid-19

O tema da imunidade para o novo coronavírus tem sido um dos assuntos discutidos em meio a pandemia, uma vez que a vacina ainda não está disponível e algumas pessoas têm depositado na imunidade adquirida após a infecção da Covid-19 a esperança para que a vida volte ao normal aos poucos. Algumas questões têm sido alvo de debate científico: seria possível alcançar a chamada imunidade de rebanho? E a imunidade após a infecção, ela é duradoura? 

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“O distanciamento social é a única medida que temos enquanto uma vacina não é produzida”, afirma Fernanda Grassi, pesquisadora da Fiocruz Bahia.
Para compreender como a imunidade funciona nos casos de Covid-19 é preciso entender o que acontece no corpo ao ser infectado. A médica imunologista e pesquisadora da Fiocruz Bahia, Fernanda Grassi, explica que na infecção por um vírus há inicialmente uma resposta imune inata do organismo: o vírus infecta uma célula e o organismo passa a produzir uma proteína para interferir na sua multiplicação e estimular a atividade de defesa de outras células. Isso cria um estado “antiviral”, que tenta impedir que haja infecção das células vizinhas. 
 

No caso da Covid-19, o pulmão é infectado pelo coronavírus e essa infecção levará a uma resposta imune protetora que ocorre com o processo de destruição da célula infectada e a inativação do vírus por anticorpos neutralizantes, capazes de impedir uma nova infecção pelo mesmo vírus. Os anticorpos para Sars-CoV-2 podem ser detectados em exame cerca de 10 dias após a infecção. 

Até o momento, o que se sabe sobre a imunidade para Covid-19 é que mais de 80% dos indivíduos que foram infectados pelo novo coronavírus têm anticorpos neutralizantes e já se sabe que títulos maiores de anticorpos estão relacionados à maior gravidade da doença. 

A pesquisadora compara dados das infecções anteriores por SARS-CoV-1, em 2002, e MERS-CoV, em 2012, com o que já foi descoberto na pandemia de SARS-COV-2. O pico de proteção dos infectados nas epidemias do passado foi de três a seis meses após a exposição ao vírus, com diminuição em cerca de 16 meses. Cerca de seis anos após essas infecções, menos de 10% das pessoas ainda tinham anticorpos para esses vírus.

Para Sars-CoV-2, na fase aguda da doença, há um maior nível de anticorpos em indivíduos sintomáticos do que assintomáticos, persistindo na fase de recuperação até três meses após a exposição ao vírus. Após esse período, ocorreu uma diminuição dos níveis de anticorpos nestes indivíduos e cerca de 40% dos indivíduos assintomáticos apresentaram uma negativação, não sendo possível mais detectar anticorpos pelos métodos atuais de testagem.

Imunidade de rebanho e vacina

A chamada ‘imunidade de rebanho’ ou ‘imunidade de grupo’ ocorre quando uma parte da população possui anticorpos contra uma doença e acaba protegendo outra parte que não possui anticorpos, pois a imunidade dessa parcela faz com que diminua a circulação do vírus na população. No caso do SARS-CoV-2 acredita-se que seja necessário que entre 40% e 70% da população esteja imune à doença, seja pela infecção natural ou vacinação, para obter a imunidade de grupo. 

Fernanda aponta que um levantamento, feito entre 14 e 21 de maio, mostrou que as 15 cidades brasileiras com maior soroprevalência ainda estão bem longe desse número de imunidade de grupo, a maior sendo em Belém, no Pará, com 15%. “Para alcançar a porcentagem estimada para imunidade de grupo, nós teríamos uma proporção de mortes muito alta, então o distanciamento social é a única medida que temos enquanto uma vacina não é produzida”, explicou a pesquisadora.

A cientista ressaltou que é preciso que a vacina leve a uma produção de anticorpos neutralizantes para que seja eficaz contra o vírus. Até o dia 28 de julho, havia mais de 190 candidatas à vacina sendo estudadas e seis delas se encontram na fase de testes em humanos. Como até o momento ainda não foi possível caracterizar a resposta imune protetora mais importante, essas vacinas estão sendo feitas através de apostas na melhor forma de proteger o indivíduo, em tempo recorde. 

“Eu espero que elas funcionem, mesmo que estejam pulando várias etapas para desenvolver uma vacina, porque muita gente está morrendo e precisamos dar uma resposta rápida a essa pandemia”, concluiu a pesquisadora.

 
 
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Fiocruz Bahia é homenageada pela Academia de Medicina da Bahia 

A Academia de Medicina da Bahia (AMB) realizou, no último dia 30/07, uma sessão pública em homenagem aos 63 anos do Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia). A sessão, realizada na modalidade virtual, contou com a presença de mais de 70 pessoas, entre elas membros da AMB, pesquisadores e colaboradores da Fiocruz Bahia e também da Fiocruz de outros estados. 

O presidente da Academia, Antonio Carlos Vieira Lopes, cumprimentou a todos os presentes e parabenizou a Fiocruz Bahia pelo trabalho no contexto da saúde pública brasileira, que surgiu graças ao esforço do governo federal e estadual para oferecer as bases para práticas da pesquisa científica, do desenvolvimento tecnológico e da formação de recurso humano qualificado.

“Tudo isso para o enfrentamento de problemas de saúde pública do Estado da Bahia e todos aqueles relacionados a doenças infectocontagiosas de caráter epidêmico”, destacou Antonio Carlos.

O presidente destacou também a presença de diversos membros da Academia de Medicina na Bahia na Fiocruz Bahia, exercendo atividades de ensino e pesquisa ao longo das décadas na instituição, como o pesquisador Zilton Andrade, falecido recentemente, e sua esposa e também pesquisadora da unidade, Sônia Andrade. 

O membro da academia e pesquisador emérito da Fiocruz Bahia, Bernardo Galvão Filho, conduziu o evento, dando destaque aos diretores que já passaram pela instituição e a participação de pesquisadores e colaboradores importantes no sucesso da Fiocruz Bahia.

Fiocruz Bahia e a Covid-19

A primeira apresentação ficou por conta da diretora Marilda Gonçalves, que trouxe a experiência da instituição no enfrentamento da Covid-19, neste período de pandemia. Medidas de contingência foram divulgadas no dia 16 de março pela Diretoria, em consonância com o Plano de Contingência da Fiocruz nacional, orientações da Gestão do Trabalho da instituição e dos Planos de Contingência do Município de Salvador e do Governo do Estado, sendo atualizadas e aprovadas pelo Conselho Deliberativo (CD) da Fiocruz Bahia. 

Desde o início, a Fiocruz Bahia vem realizando ações de enfrentamento ao novo vírus para garantir a segurança dos seus colaboradores e auxiliar o Sistema Único de Saúde no Estado da Bahia e do município de Salvador, tendo um diálogo direto com as esferas federais, estaduais e municipais. 

Entre as ações está o Tele Coronavírus – 155, que já realizou mais de 110 mil atendimentos por telefone com orientações para a evitar que a população circule até os postos de saúde. Os atendimentos são feitos por estudantes voluntários de medicina do quinto e sexto ano, supervisionados por médicos. 

Marilda também destacou a instalação da Plataforma de Diagnóstico para Covid-19 como uma das ações realizadas pela Fiocruz Bahia, onde são realizados os testes moleculares para detecção do SARS-CoV-2, viabilizada a partir da cooperação da com a Secretaria Municipal de Saúde da Bahia (SESAB) e Prefeitura de Salvador. 

Outra ação é a Rede Covida, formada por cerca de 150 pesquisadores e tem como objetivo o monitoramento da pandemia no Brasil, com previsões de sua possível evolução e produção de sínteses de evidências científicas, tanto para apoiar a tomada de decisões pelas autoridades sanitárias quanto para informar o público em geral.

A diretora também deu destaque a participação de pesquisadores da Fiocruz Bahia em ações de enfrentamento da Covid -19 em projetos estaduais e municipais; ações de comunicação e divulgação científica nas redes sociais; ações de pesquisa, ensino e divulgação científica com palestras on-line e aprovação de projetos no Edital Inova Fiocruz, que visa apoiar propostas voltadas para a pandemia da Covid-19 que possam trazer ações, decisões e respostas rápidas. 

Finalizando sua apresentação com a frase de Oswaldo Cruz, “Não podemos esmorecer para não desmerecer”, Marilda disse se sentir honrada em ser diretora dessa instituição que tem destaque nacional e internacional. “Tudo isso porque nós tivemos várias pessoas que contribuíram e contribuem para que ela seja uma instituição de excelência” concluiu a diretora. 

Apresentações

Fernanda Grassi, pesquisadora do IGM, falou sobre a imunidade e proteção na infecção pelo SARS-CoV-2, um tema que saiu dos centros de pesquisas e foi parar no cotidiano das pessoas, sendo discutido por toda a população. 

Alguns estudos recentes mostraram que em pacientes com forma mais graves da Covid-19 apresentaram números mais elevados de anticorpos do que em relação aos indivíduos com a forma mais leve ou assintomáticos.

A sessão pública contou com a apresentação da estudante egressa da Fiocruz Bahia, Jaqueline Góes, que ficou conhecida por fazer parte do grupo que realizou o sequenciamento do genoma do novo coronavírus em tempo recorde no início da pandemia no Brasil.

Jaqueline contou sua experiência durante o doutorado ao participar do Projeto Zibra, que sequenciou o vírus Zika em 2015 pelo nordeste do Brasil. Essa vivência a colocou no grupo da pesquisadora da Universidade de São Paulo, Ester Sabino, onde realiza o pós-doutorado atualmente, e a introduziu uma nova tecnologia que é capaz de sequenciar outros vírus, entre eles o SARS-Cov-2. 

Para falar sobre a situação da pandemia na América Latina, o pesquisador da Fiocruz Bahia e membro da Academia de Medicina da Bahia, Mitermayer dos Reis Galvão, realizou uma apresentação voltada para as questões sociais que envolvem os países desta região.

Os fatores que contribuem para tornar a América Latina o epicentro do novo coronavírus e a prolongação da pandemia tem relação com a rápida e intensa transição demográfica, criando as megacidades com uma grande população de pessoas que moram em situações de vulnerabilidade. 

Segundo Mitermayer, as epidemias chegam através das camadas mais privilegiadas das populações, mas migra para as áreas onde ficam as pessoas mais vulneráveis da sociedade. Há também uma dificuldade de implementação das medidas de controle dessa pandemia nessa população, uma vez que moram em situação precária, sem saneamento básico e muitas vezes amontoadas em um único cômodo. 

A oferta insuficiente de teste também foi um ponto tocado na apresentação de Mitermayer. Sem testagem em massa, não é possível identificar os indivíduos infectados e seus contatos diretos, podem isolá-los. 

Os comentários finais do evento foram feitos pela acadêmica Eliane Elisa de Sousa e Azevedo, agradecendo o conhecimento passado pelos expositores que falaram sobre a Covid-19 e os aspectos da saúde pública para seu enfrentamento. 

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Produção e testagem para COVID-19 é tema de seminário

A palestra “Produção e testagem para COVID-19”, que será realizada no dia 11 de agosto, às 16h, transmitida no canal do YouTube da Fiocruz Bahia, será ministrada por Marco Krieger, pesquisador titular e Vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde (VPPIS) da Fiocruz, convidado da próxima edição do Ciclo de Seminários integrados sobre SARS-COV-2 (Covid-19). O encontro será mediado pelos pesquisadores da Fiocruz Bahia, Clarissa Gurgel e Ricardo Khouri.

O evento, promovido pela Vice-diretoria de Ensino da Fiocruz Bahia, faz parte das atividades dos alunos dos programas de pós-graduação em Patologia Humana e Experimental (PgPAT – UFBA/ Fiocruz Bahia) e em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI – Fiocruz Bahia). As apresentações abordam temas como filogenética do vírus, epidemiologia, imunologia, interação vírus-células, vacinas, diagnóstico, tratamento, biologia de sistemas e ética.

Sobre o palestrante

Possui graduação em Licenciatura Plena em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Paraná (1987), mestrado em Ciências Biológicas (Biofísica) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1989) e doutorado em Ciências Biológicas (Biofísica) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1997). Atualmente, é pesquisador Titular da Fundação Oswaldo Cruz. Tem experiência na área de Genética, com ênfase em Parasitologia Molecular, atuando principalmente nos seguintes temas: Trypanosoma cruzi, expressão gênica, genômica funcional, diferenciação celular e utilização de técnicas de Biologia Molecular para o desenvolvimento de insumos para testes de diagnóstico.

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Balanço positivo marca encerramento da participação da Fiocruz Bahia no Tele Coronavírus

A participação da Fiocruz Bahia no Tele Coronavírus – 155 completou seu ciclo no dia 31 de julho. Lançado em 24 de março, o serviço gratuito de teletriagem cumpriu a expectativa programada de quatro meses de funcionamento e realizou mais de 110 mil atendimentos, colocando a população em contato direto com voluntários da área médica. “Agradeço, em nome da Fiocruz, aos mais de 1.500 voluntários da área de saúde que participaram do projeto”, declarou a pesquisadora da Fiocruz Bahia e integrante da coordenação do 155, Viviane Boaventura.

Para a pesquisadora o projeto foi exitoso, tanto no aspecto assistencial quanto de educação para cidadania. “Pacientes de 343 municípios da Bahia foram triados e cerca de 63% não necessitaram deslocar-se, contribuindo para reduzir a disseminação do vírus e a sobrecarga nas unidades de saúde. Além disso, o projeto ajudou a criar uma cultura cidadã entre os futuros médicos voluntários, que prestaram um importante trabalho, ajudando a mitigar o impacto da epidemia no nosso estado”, salientou.

O serviço apresentou demanda crescente no número de ligações nos primeiros meses, alcançando o pico de ligações em junho, mês em que foram realizados, em média, 1200 atendimentos por dia. A partir de final de junho houve redução significativa na demanda pelo serviço. As principais queixas dos usuários foram alteração súbita do olfato e paladar, tosse, febre e falta de ar.

Quem faz

O Tele Coronavírus é um serviço idealizado por pesquisadores e professores da Fiocruz Bahia e Universidade Federal da Bahia (UFBA), com apoio do Governo do Estado. Além de Viviane Boaventura, fazem parte da implementação/coordenação do projeto os pesquisadores da Fiocruz Bahia, Manoel Barral Netto, Roberto Carreiro, Ricardo Khouri e Pablo Ivan Ramos; os alunos de pós-graduação Thiago Cerqueira Silva e Felipe Torres; os professores de outras instituições Victor Nunes e Camila Vasconcelos (FMB-UFBA), Bernardo Canedo e Sofia Andrade (UNEB); Daniele Canedo (UFRB); e o médico residente Louran Passos.

Há ainda um grupo responsável pela construção e atualização da ferramenta técnica utilizada pelos alunos para orientações dos pacientes formado por Viviane Boaventura, Carolina Barbosa (Pro-Ar_UFBA), Álvaro Cruz (UFBA), Aurea Paste (UFBA), Jedson Nascimento (CEREM, Hospital Santa Izabel e CREMEB), Marília Santini (INI-Fiocruz) e Ivan Paiva (SAMU).

O projeto conta com a colaboração de professores e alunos de escolas médicas das seguintes instituições: Universidade Federal da Bahia – UFBA, Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Universidade do Estado da Bahia – UNEB, Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS, Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB, Universidade Federal do Sul da Bahia- UFSB, Centro Universitário UniFG, UNIFACS, Uni-FTC e Unime.

O Tele Coronavírus teve ainda apoio da Associação Bahiana de Medicina, Comissão Estadual de Médicos Residentes e da Fesf Tech. As secretarias estaduais envolvidas são a Secretaria de Saúde (Sesab), de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), do Planejamento (Seplan), de Segurança Pública (SSP), da Administração (Saeb), da Infraestrutura (Seinfra) e Secretaria de Comunicação (Secom).

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Seminário aborda alterações da hemostasia na Covid-19

A palestra “Alterações da Hemostasia na Covid-19”, que será realizada no dia 04 de agosto, às 16h, transmitida no canal do YouTube da Fiocruz Bahia, será ministrada por Erich Vinícius de Paula, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), convidado da próxima edição do Ciclo de Seminários integrados sobre SARS-COV-2 (Covid-19). O encontro será mediado pela diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves.

O evento, promovido pela Vice-diretoria de Ensino da Fiocruz Bahia, faz parte das atividades dos alunos dos programas de pós-graduação em Patologia Humana e Experimental (PgPAT – UFBA/ Fiocruz Bahia) e em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI – Fiocruz Bahia). As apresentações abordam temas como filogenética do vírus, epidemiologia, imunologia, interação vírus-células, vacinas, diagnóstico, tratamento, biologia de sistemas e ética

Sobre o palestrante

Erich de Paula é professor assistente de Hematologia, do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. É graduado em Medicina, com especialização em hematologia e hemoterapia, e doutorado em Fisiopatologia Médica pela Unicamp. Suas áreas de interesse como investigador são interações entre hemostasia – incluindo fenômenos mediados pelo endotélio – e inflamação, com foco na sepse e doença falciforme. É coordenador do Comitê Técnico de Hemostasia da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia e bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq. 

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Pesquisadora da Fiocruz Bahia é finalista a prêmio através de votação para médicos

A pesquisadora da Fiocruz Bahia, Viviane Boaventura, está concorrendo ao Prêmio Euro Inovação na Saúde, com o projeto “Mitigando o Impacto da Artralgia Crônica Pós-Chikungunya”. Após vencer as duas primeiras etapas, o projeto chega à 3ª  e última fase da disputa, na qual todos os médicos, no país, poderão votar para eleger o grande vencedor. A votação pode ser realizada aqui, até o dia 4 de agosto de 2020.

“Trata-se de um projeto multidisciplinar que envolve estudantes de pós-graduação e outros pesquisadores da Bahia, Ceará e Rio de Janeiro. Utilizando dados clínicos e sociodemográficos, foi desenvolvido e validado um escore para prever quais pacientes persistirão com dor articular por mais de um ano após o início da doença”, explica a autora do projeto. 

Essa informação é útil para pacientes infectados, no encaminhamento precoce para tratamento da dor (evitando desenvolvimento de sequelas e automedicação) e na adequação da rotina para minimizar o impacto da doença. Além disso, auxilia gestores de sistema de saúde a dimensionar os custos com os danos diretos ou indiretos e antecipar ações como a oferta de serviços de saúde. 

De acordo com Viviane Boaventura, esses dados poderão também ser aplicados em pesquisas de desenvolvimento de fármacos sugerindo qual grupo apresenta maior risco de cronicidade e, portanto, maior chance de se beneficiar com o tratamento. “O prêmio seria importante para a continuidade do trabalho, onde estão sendo investigados alvos terapêuticos para a doença”, comenta a pesquisadora.

Na 1ª fase, mais de 1650 iniciativas foram submetidas à avaliação do Conselho Médico, que escolheu as 100 iniciativas finalistas. Na segunda, foram selecionados 11 finalistas que já garantiram o prêmio de € 50 mil. Nesta 3ª fase, o Grande Vencedor receberá o valor de € 500 mil. O resultado será divulgado somente na cerimônia de premiação, que será realizada em São Paulo (SP).

O prêmio

O Prêmio Euro Inovação na Saúde é exclusivamente voltado a médicos(as), devidamente registrados(as) em seus conselhos regionais de medicina. A Eurofarma é a patrocinadora exclusiva do prêmio que tem o objetivo de reconhecer e incentivar a comunidade médica do Brasil na busca por soluções inovadoras em produtos, serviços e ações que resultem em ganhos potenciais e/ou efetivos para a qualidade de vida e bem-estar dos brasileiros.

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Fiocruz Bahia será homenageada em sessão pública da Academia de Medicina da Bahia

No dia 30 de julho, às 18h, será realizada a Sessão Pública da Academia de Medicina da Bahia (AMB) em homenagem aos 63 anos do Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia). Para participar do evento, que acontece através do Zoom, é necessário se inscrever nesse link. O tema da sessão será “Covid-19” e contará com a participação do presidente da AMB, Antonio Carlos Vieira Lopes, e da diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves.

O encontro coordenado pelo pesquisador emérito da Fiocruz Bahia, Bernardo Galvão, também contará com a presença dos pesquisadores da Fiocruz Bahia, Fernanda Grassi e Mitermayer Galvão dos Reis, e da pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) e estudante egressa da Fiocruz Bahia, Jaqueline Goes.

Confira a programação completa:

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Teste rápido para doença de Chagas obtém registro da Anvisa

O pesquisador Fred Luciano é um dos desenvolvedores do novo teste.

O novo kit diagnóstico para doença de Chagas crônica, que tem como um dos idealizadores o pesquisador Fred Luciano Neves, da Fiocruz Bahia, obteve registro da Anvisa. Os testes serão produzidos pela unidade produtora de imunobiológicos da Fiocruz, Bio-Manguinhos, e irão contribuir para a melhoria do diagnóstico da doença no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), principalmente nas ações de controle e vigilância epidemiológica coordenadas pelo Ministério da Saúde.

Os testes sorológicos convencionais (ELISA) e os de biologia molecular (PCR e suas variantes), atualmente utilizados para diagnóstico de Chagas, levam horas para apresentar resultado, demandam estrutura laboratorial, equipamentos sofisticados e pessoal com treinamento especializado. O novo teste é realizado através da coleta de amostra de sangue ou plasma através de um furo no dedo do paciente e o resultado é obtido em 15 minutos. Caso seja reagente, uma linha roxa/rosa irá aparecer, indicando que o paciente foi infectado.

De acordo com o Fred Luciano, além de dispensar o uso de equipamentos e de profissionais altamente qualificados, o novo teste amplia a oferta de diagnóstico, uma vez que a maior parte da população acometida pela doença vive em áreas rurais, muitas delas de difícil acesso, e não necessitarão se deslocar para unidades de saúde ou laboratórios para serem diagnosticados, podendo o diagnóstico ser realizado por agentes de saúde.

“Os testes rápidos para a identificação da doença de Chagas tornarão esta população visível e dará a ela a oportunidade de receber tratamento adequado, melhorando a sua qualidade de vida”, explica Fred.

Esta é a estratégia que o projeto IntegraChagas (Fiocruz/Ministério da Saúde) irá adotar brevemente para a identificação de casos positivos em municípios de cinco estados brasileiros. O teste rápido poderá também ser empregado em outros países, pois estudos anteriores provaram que as moléculas são capazes de diagnosticar a infecção causada por diferentes cepas do parasito.

Desenvolvimento do teste

O desenvolvimento do novo kit diagnóstico é fruto de parceria entre Fiocruz Bahia, Fiocruz Paraná, Fiocruz Pernambuco, Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e Bio-Manguinhos (Fiocruz).

Dois estudos realizados em 2019, um deles conduzido em áreas não endêmicas (Barcelona/Espanha) e o outro em áreas endêmicas (Argentina, Bolívia e Paraguai), auxiliaram na elaboração do teste rápido. Ambos os estudos apontaram o bom desempenho das moléculas IBMP-8.1 e IBMP-8.4 em diagnosticar a doença de Chagas crônica independe da endemicidade da doença e da cepa do parasita circulante.

A pedido do Ministério da Saúde e em parceria com o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), essas duas moléculas foram eleitas para compor um novo teste rápido em 2019 e o registro concedido em julho de 2020.

Doença

A doença de Chagas é uma enfermidade negligenciada causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, que é transmitido pelas fezes de um inseto (triatoma) conhecido como barbeiro, ao picar o humano ou animal. No Brasil, estima-se que existam hoje de 1,9 a 4,6 milhões de pessoas infectadas por T. cruzi, o que corresponde a aproximadamente de 1,0 a 2,4% da população, segundo dados do Ministério da Saúde.

*Texto com informações de Bio-Manguinhos

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Potencial terapêutico do trióxido de arsênio em carcinoma oral é tema de tese

Autoria: Raphael Luis Rocha Nogueira
Orientação: Clarissa Araújo Gurgel Rocha
Título da dissertação: “Potencial terapêutico do trióxido de arsênio em linhagem metastática de carcinoma escamocelular oral”.
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana-UFBA /FIOCRUZ
Defesa: 07/08/2020
Horário: 14:00 
Local: Sala Virtual do Zoom

RESUMO

INTRODUÇÃO: O carcinoma escamocelular oral (CEO) é o tipo histológico mais comum das neoplasias malignas da cavidade oral. Apesar dos impactos na sobrevida dos indivíduos acometidos, poucos avanços terapêuticos são descritos na literatura, especialmente no que diz respeito a quimioterapia. O uso de estratégias farmacológicas para o bloqueio de vias de sinalização celular relacionadas ao desenvolvimento embrionário, como a inibição downstream da via Hedgehog, tem se destacado como um campo promissor e, portanto, a utilização de fármacos reposicionados, como o Trióxido de Arsênio, representa uma possível estratégia na terapêutica deste tumor.

OBJETIVO: Estudar o potencial terapêutico do Trióxido de Arsênio por meio da inibição farmacológica da via HH em linhagem metastática de carcinoma escamocelular oral.

MATERIAL E MÉTODOS: A citotoxicidade do Trióxido de Arsênio foi determinada em diversas linhagens tumorais de CEO e células não tumorais através do ensaio de viabilidade pelo método Alamar Blue, sendo a linhagem metastática de CEO (HSC3) utilizada como modelo celular. Inicialmente, avaliou-se os efeitos deste fármaco na viabilidade celular através do ensaio de exclusão por Azul de Tripan, em tempos diferentes de incubação. Ademais avaliou-se a atividade do Trióxido de Arsênio sobre o ciclo celular, padrão de morte, e alterações morfológicas em diferentes tempos de incubação deste fármaco por citometria de fluxo. Para a avaliação protéica dos componentes da via HH, foram realizados os ensaios de Western Blot e imunofluorescência. A expressão gênica dos componentes da via HH foi avaliada através de reações de qPCR, utilizando TaqMan Gene Expression AssaysTM.

RESULTADOS: A linhagem HSC3 apresentou maior sensibilidade ao Trióxido de Arsênio em relação às demais linhagens tumorais avaliadas. Tal fármaco foi capaz de reduzir a expressão protéica e gênica dos componentes da via HH e de seus genes alvos após 24h de tratamento, indicando redução da cascata sinalizadora da via HH. Ademais, o Trióxido de Arsênio foi capaz de reduzir significativamente a viabilidade celular das células HSC3 a partir de 24 h de tratamento e promoveu alterações na morfologia celular. Os ensaios de análise do ciclo celular e padrão de morte demonstraram um aumento significativo da fragmentação nuclear na fase sub-G1 e aumento de morte celular por apoptose.

CONCLUSÕES: O Trióxido de Arsênio apresentou atividade citotóxica promissora em linhagem metastática de CEO, sendo capaz de reduzir a atividade da via HH, em linhagem celular metastática de CEO.

Palavras-chave: Neoplasias bucais; Proteínas Hedgehog; Reposicionamento de fármacos; Trióxido de Arsênio.

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Pesquisadores desenvolvem ferramenta que prevê se paciente terá dores a longo prazo após chikungunya

A chikungunya é uma doença causada por um vírus transmitido através da picada do mosquito Aedes aegypti, que pode causar sintomas como febre, vermelhidão na pele e dores no corpo. Segundo o Ministério da Saúde, de janeiro a junho deste ano foram notificados mais de 48.300 casos prováveis da doença no Brasil. A região Nordeste apresentou as maiores taxas de incidência, sendo 48,3 casos/100 mil habitantes. Apenas o estado da Bahia concentrou cerca de 45% dos casos prováveis de chikungunya do país. 

Um aspecto importante da doença é que estima-se que metade dos indivíduos infectados desenvolve dores crônicas debilitantes nas articulações, o que afeta a qualidade de vida e aumenta a carga dos sistemas de saúde. Por isso, pesquisadores da Fiocruz Bahia realizaram um estudo para identificar as variáveis ​​clínicas e demográficas relevantes na fase aguda da chikungunya, em busca de elencar um conjunto de características que possam indicar os pacientes que possuem maior probabilidade de desenvolver artralgia crônica (dores nas articulações a longo prazo). 

Esse prognóstico pode ser útil para rastrear pacientes que irão necessitar de cuidados especiais e para também orientar políticas públicas de saúde, além de poder propiciar ao paciente tratamento precoce, diminuindo a sobrecarga do sistema de saúde. Os resultados do trabalho coordenado pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Viviane Boaventura, foram publicados na revista científica Plos Neglected Tropical Diseases.

O estudo faz parte de um projeto maior denominado “Mitigando o Impacto da Artralgia Crônica Pós-Chikungunya”, com foco no desenvolvimento de fármacos para tratamento da doença, que está concorrendo ao Prêmio Euro Inovação na Saúde. Médicos de todo o país podem votar, através desse link, até dia 4 de agosto. 

No primeiro momento da pesquisa, um grupo de pessoas diagnosticadas com chikungunya foram avaliadas, entre 2016 e 2018, em cidades da Bahia e Ceará. Posteriormente, os achados foram validados em outro grupo de pacientes, no município de Feira de Santana (BA). 

Como resultado, foram detectadas cinco características que representam bons preditores de artralgia crônica: indivíduos do sexo feminino, hipertensos, que tiveram edema na pele e dor retro-ocular durante a infecção e idade maior que 26 anos. A partir desses dados, os cientistas desenvolveram um sistema de pontuação que denominaram de Shera (sigla em inglês para sexo, hipertensão, edema, dor retro-ocular e idade). A ferramenta está disponível no link  www.sheracalculator.com/shera e pode ser utilizada em português e inglês. 

De acordo com os pesquisadores, essa ferramenta consegue prever 8 em cada 10 indivíduos com chikungunya que persistirão com dor articular por pelo menos um ano após o início da enfermidade. Além disso, o sistema de pontuação fácil de usar pode ser aplicado em áreas com acesso limitado à serviços de saúde.

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