Caracterização de vesículas extracelulares na leishmaniose e seus efeitos é tema de dissertação

Autoria: Taíse Cristina Santa Bárbara Silva Queiroz
Orientação: Camila Indiani de Oliveira
Título da dissertação: “Caracterização de vesículas extracelulares produzidas na infecção por Leishmania braziliensis e de seus efeitos imunomodulares”
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data: 27/10/2020
Horário: 09:00 
Local: Sala Virtual do Zoom

RESUMO

A leishmaniose é uma doença tropical negligenciada e de amplo espectro clínico, causada por protozoários parasitas do gênero Leishmania. Vários grupos relatam a secreção de vesículas extracelulares (VEs) em espécies de Leishmania, tais partículas têm a função principal de comunicação celular, exercendo efeitos na interação parasita-hospedeiro e entre os parasitas. Além disso, experimentos in vitro e in vivo demonstram o enriquecimento de VEs com biomoléculas, como fatores de virulência, fundamentais no processo infeccioso. Assim, nosso objetivo foi caracterizar as VEs secretados por macrófagos murinos infectados com L. braziliensis e avaliar o efeito da estimulação das células com essas VEs, em termos de carga parasitária e produção de citocinas. As VEsforam obtidas de culturas de macrófagos infectados com L. braziliensis e isoladas por centrifugação diferencial seguida de ultracentrifugação. Imagens de microscopia eletrônica de varredura sugerem que a liberação dasVEs ocorre em todo o corpo celular de macrófagos infectados com L. braziliensis. A Nanoparticle Tracking Analysis(NTA) mostrou que VEs obtidas de macrófagos infectados por 24 horas têm um diâmetro médio de 155,91 nm. A NTA também mostrou que a quantidade de VEs produzidas pelos macrófagos infectados foi semelhante (152,35 x 108 VE/ml) à observada nos macrófagos controle (125,83 x 108VE/ml), às24h. A estimulação de células com 108VEs/ml, obtida de macrófagos controle ou infectados, reduziu significativamente a carga parasitária de macrófagos após subsequente infecção por L. braziliensis. Paralelamente, a estimulação de macrófagos com 108VEs/ml (independente da origem daVE), seguida de infecção por L. braziliensis, reduziu a produção de TNF quando comparada às culturas que permaneceram sem estimulação. Este trabalho fornece uma nova perspectiva sobre a produção de VEs por células infectadas com L. braziliensis e abre uma nova via de investigação sobre seu papel imunomodulador na leishmaniose cutânea.

Palavras-chave: Vesículas extracelulares, Leishmania braziliensis, macrófagos, leishmaniose.

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Vacina BCG: qual a relação com a Covid-19?

Theolis Bessa explica que os dados gerados durante a pandemia mostraram que talvez a vacinação da BCG tenha influenciado no comportamento da Covid-19, em alguns países.

A vacina BCG foi desenvolvida para combater a tuberculose em uma época que essa doença era uma das principais causas de morte no mundo. Agora, perto de completar 100 anos de sua descoberta, algumas pesquisas têm demonstrado que ela pode ser uma aliada no combate ao SARS-CoV-2. 

Desde seu desenvolvimento, esta vacina é altamente estudada, não só para avaliar sua eficácia contra as formas mais graves de tuberculose, como também para investigar como ela estimula o sistema imune, gerando proteção indireta contra outras doenças infecciosas respiratórias.

A pesquisadora da Fiocruz Bahia, Theolis Bessa, conta que estudos conduzidos na África, em 2011, reacenderam o debate sobre os efeitos da BCG na redução da mortalidade por outras enfermidades. No ano seguinte, houve a primeira demonstração de como alterações em células imunes poderiam explicar esse fenômeno, que ficou conhecido como “imunidade treinada”. A imunidade clássica gerada com outras vacinas é chamada de “resposta imune de memória”, que é uma imunidade específica contra a doença para qual a vacina foi desenvolvida. 

Com a pandemia da Covid-19, algumas observações levaram a comunidade científica a considerar um possível papel protetor da BCG contra o SARS-CoV-2. Segundo Theolis, uma delas foram as divergências entre as projeções realizadas por cientistas e como de fato a Covid-19 se comportou em alguns países. Para alguns pesquisadores, a explicação para essas divergências não estaria apenas em diferenças sócioeconômicas, nas políticas de combate à pandemia ou no grau de preparação do sistema de saúde.

“Como a BCG não é uma vacina adotada em todos os países, os dados das projeções da Covid-19 gerados durante a pandemia mostraram que talvez a vacinação tivesse influência nos resultados encontrados, pois já estava sendo bastante estudado o efeito dessa vacina contra outras doenças respiratórias”, observou.

Outro dado que chamou a atenção dos pesquisadores foi o fato de crianças não serem tão suscetíveis ao novo coronavírus, sendo muitas assintomáticas, diferente de outras doenças virais e respiratórias que geralmente são mais graves nessa faixa etária. Theolis explica que a BCG é uma das primeiras vacinas aplicadas nas crianças e traz uma resposta imune importante na primeira década de vida, que é a faixa etária mais poupada pelo coronavírus, além de ter se mostrado eficaz na proteção para outros vírus do trato respiratório. 

Os primeiros estudos realizados sobre a relação da BCG com a Covid-19 foram epidemiológicos, somente de observação, chamados estudos ecológicos, especificamente. Esses trabalhos compararam diversos países com populações parecidas com relação a uma série de parâmetros que podem influenciar no impacto do novo coronavírus, mas que tinham diferentes políticas de administração de BCG. “Os resultados desses estudos deram peso inicial para que a vacina pudesse ser cogitada como protetora contra Covid-19”, comentou a pesquisadora. 

Atualmente, estão em andamento pesquisas clínicas, que são estudos em que pessoas são testadas voluntariamente com a vacina. Em Salvador, pesquisas estão sendo realizadas para estimar a eficácia da primeira dose da vacina BCG e da revacinação na redução da incidência e mortalidade por Covid-19. Entre as instituições que fazem parte desse trabalho está o Instituto Couto Maia (BA), com apoio da Rede CoVida, projeto realizado através de parceria entre o Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia) e o Instituto de Saúde Coletiva (ISC/UFBA). Clique aqui para saber mais.

Sobre a BCG

A vacina do Bacilo Calmette–Guérin (BCG) foi desenvolvida pelos médicos franceses Calmett e Albert Guerin, no Instituto Pasteur, em Paris. Passou a ser utilizada no combate à tuberculose a partir de 1921. No Brasil, desde 1976, o Ministério da Saúde tornou obrigatória a administração da BCG em crianças até os 4 anos e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo dados do DataSus, do Ministério da Saúde, a vacina BCG foi a única das 16 vacinas do esquema básico a atingir a meta da cobertura vacinal em 2017 e 2018 no país. Ela teve cobertura de 96,41% em 2017 e de 96,09% em 2018.

A tuberculose é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis, o bacilo de Koch. A Organização Mundial da Saúde considera a doença a infecção mais mortal do mundo, com cerca de 1,5 milhões de morte por ano e mais de 10 milhões de infectados, mesmo sendo uma doença tratável e prevenível com a vacinação. Em 2019, o Brasil registrou 73.864 mil casos de tuberculose, com mais de 4 mil mortes.

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Abertas as inscrições para 2ª Edição do Prêmio Gonçalo Moniz de Pós-Graduação

A Vice-Diretoria de Ensino da Fiocruz Bahia divulga o edital do processo seletivo para a 2ª Edição do Prêmio Gonçalo Moniz de Pós-Graduação e convida sua comunidade científica e acadêmica para apresentar candidaturas. O período de inscrição é de 05 a 25 de outubro de 2020.

O objetivo do prêmio é de promover e encorajar os estudantes dos programas de pós-graduação da instituição a apresentarem seus trabalhos, identificando e premiando seus talentos, além de reunir e integrar a comunidade científica da instituição.

Podem se candidatar estudantes matriculados ou egressos do Programa de Pós-graduação em Patologia (PgPAT) e do Programa de Pós-graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI).

Clique aqui e consulte o edital para outras informações. 

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Homenagem e palestras marcam comemoração dos 63 anos da Fiocruz Bahia

O Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia) completou 63 anos e, para celebrar este marco, foi realizada uma solenidade, através da plataforma Zoom, no dia 28 de setembro. A comemoração contou com a presença da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade; da diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves; além dos pesquisadores e ex-diretores da Fiocruz Bahia, Mitermayer Galvão dos Reis e Manoel Barral Netto.

Participaram do evento a secretária de Políticas para as Mulheres do Estado da Bahia, Julieta Palmeira, e a secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia, Adélia Pinheiro. Representando o governador do estado, Rui Costa, e o secretário estadual de saúde, Fábio Vilas-Boas, a Superintendente de Vigilância e Proteção da Saúde, Rivia de Barros, comentou sobre a importância do Instituto Gonçalo Moniz na pesquisa científica, no desenvolvimento tecnológico e de recursos humanos, cujos frutos se destacam na atualidade com as contribuições no combate a pandemia da Covid-19.

Marilda Gonçalves abriu a cerimônia agradecendo a presença de todos e destacou a importância do pesquisador emérito e primeiro diretor da Fiocruz Bahia, Zilton Andrade, na trajetória da unidade da Fundação na Bahia. O evento foi marcado por homenagens ao pesquisador que faleceu em julho deste ano, contando com a presença de familiares e amigos. “Dr. Zilton tem uma participação fundamental e fez do instituto o que somos hoje”, declarou a diretora.

Nísia Trindade manifestou sua solidariedade e respeito a todos que perderam seus entes queridos para a Covid-19, reafirmando o compromisso da Fiocruz para que seja possível unir a sociedade e dialogar com os governos para avançar em uma agenda em defesa da vida. Além disso, ministrou a palestra “Fiocruz: aprendizados e desafios do presente”.

Manoel Barral, que mediou a mesa redonda “Desafios da Educação e da Ciência na atualidade”, também lamentou a perda importante para o instituto, com o falecimento de Zilton Andrade, e destacou a liderança feminina na Fiocruz, tanto no âmbito nacional, quanto na Bahia, no momento delicado da pandemia da Covid-19. Para o pesquisador, as ações realizadas pela presidente da Fiocruz e pela diretora do IGM mostraram o verdadeiro papel da Fiocruz na sociedade. “Conseguimos reforçar o papel da Fiocruz como uma instituição de reconhecimento na saúde brasileira”, disse. 

Saudando a todos que estavam presentes e que fizeram parte da trajetória da Fiocruz Bahia, Mitermayer Reis relembrou marcos importantes na história da instituição, como a criação dos programas de pós-graduação, a abertura da biblioteca para uso da comunidade e também eventos para o público como o Fiocruz Para Você. Também ressaltou o papel de Zilton na história da instituição, com articulações que tornaram possíveis chegar onde chegou. “Uma instituição com um papel que transcende o estado da Bahia”, acrescentou o ex-diretor.

Desafios

A presidente da Fiocruz realizou uma apresentação mostrando os desafios enfrentados na atualidade, que vão desde a questão ambiental, que influencia na saúde da população com as pandemias e endemias, passando pelo desafio demográfico com o envelhecimento crescente da população e a desigualdade social, além dos desafios relacionados às novas tecnologias no campo da comunicação. Nísia Trindade reforçou a missão da Fundação, nesse contexto, que é produzir, disseminar e compartilhar conhecimento e tecnologias voltadas para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde, contribuindo para a promoção da saúde e da qualidade de vida da população brasileira.

Uma das medidas para enfrentar estes desafios foi a implantação do Programa de Inovação da Fiocruz (Inova), em que projetos de ideias ou produtos voltados para inovação em saúde são fomentados pela instituição. Nísia deu destaque à Fiocruz Bahia como uma das instituições com mais projetos aprovados e também comentou sobre o edital específico para o combate a covid-19 realizado este ano.

“Quero dar parabéns aos projetos que estão no Inova e por todo esse esforço conjunto dentro do sistema Fiocruz”, acrescentou a presidente. Outras ações relacionadas à pandemia estão sendo realizadas, como o apoio ao diagnóstico, atenção à saúde primária, ensaios clínicos voltados para a vacina e também o papel da comunicação e informação com o Observatório Fiocruz Covid-19.

Sobre a vacina, Nísia comentou acerca da parceria de Biomanguinhos com a Universidade de Oxford (UK) e o laboratório AstraZeneca e que teve apoio do Ministério da Saúde, iniciativa orientada pelos princípios da ciência e da busca de uma vacina eficaz. A Fiocruz também está atuando nos ensaios de outras vacinas na busca de uma solução para a doença.

A presidente disse que, apesar de não ser um momento de muitas comemorações, pois são tempos de luta e perda, ainda assim é um momento de compromisso com a ciência e tecnologia e com o SUS e destaca a importância da Fiocruz Bahia. “Ao celebrar os 63 anos do IGM, celebramos também os 120 anos da Fiocruz e o papel que a Bahia teve nesse processo”.

Nísia salientou também que aquele era uma ocasião para celebrar Zilton Andrade: “um cientista de referência, que foi mestre de tantos e também foi um homem ousado para sua época, humanista e excelente pesquisador”, acrescentou, saudando seus familiares presentes no evento e a pesquisadora Sônia Andrade, que não pode comparecer à comemoração, sendo não só uma companheira de vida, mas também de toda a trajetória acadêmica de Zilton.

Trajetória da Fiocruz

A diretora da Fiocruz Bahia fez uma apresentação contando a história da unidade nesses 63 anos, desde sua criação, em 1957, com o Núcleo de Pesquisas da Bahia (NEP), por meio de um convênio entre o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), o Instituto Nacional de Endemias Rurais (INERU) e a Fundação Gonçalo Moniz, hoje conhecido como o Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN). Marilda Gonçalves também relembrou os ex-diretores que passaram pela instituição e as conquistas que cada um trouxe, como criação dos programas de pós-graduação e iniciação científica, das plataformas tecnológicas e do Núcleo de Excelência em Gestão de Projetos.

Outro marco na história da Fiocruz foi a criação do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (CIDACS), em 2016, coordenado pelo pesquisador Maurício Barreto, voltado para estudos e pesquisas baseados em grandes volumes de dados, para ampliar o entendimento dos determinantes e das políticas sociais e ambientais sobre a saúde da população.

Nesse momento, a Fiocruz Bahia tem realizado diversas ações para o combate à Covid-19 como uma resposta direta da instituição, em associação com o governo do estado e a prefeitura de Salvador. Marilda finalizou a apresentação com uma citação de Zilton Andrade, do livro que reúne os textos do pesquisador publicados no jornal Tribuna da Bahia, agradecendo a participação de Zilton nas vidas de todos da Fiocruz Bahia:

“Os nossos pobres, na sua maioria miscigenados escuros, devem saber que a sua libertação dessas chagas sociais só será conduzida na luta. Na luta por sua melhora econômica, pela educação, pelo seu lugar ao sol, por uma sociedade democrática que elimine a exploração e a pobreza. Não há outro caminho para se eliminar o racismo. Até lá, vamos ter que conviver com os racistas, tanto no tratamento policial ou legal, mas sem perder a perspectiva geral do problema e da solução definitiva” (7 de maio de 1986).

Clique aqui e confira a homenagem a Dr Zilton Andrade

Clique aqui e confira a cobertura da mesa Desafios da Educação e da Ciência na atualidade

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Pesquisador emérito Zilton Andrade é homenageado em aniversário da Fiocruz Bahia

Na celebração dos 63 anos da Fiocruz Bahia, Zilton Andrade foi homenageado em evento realizado no dia 28 de setembro, através da plataforma Zoom. O pesquisador da Fiocruz Bahia, Luiz Antonio Rodrigues de Freitas, contou a trajetória de Zilton, que foi diretor da Fiocruz Bahia, dedicado pesquisador e mentor de muitas gerações de professores e pesquisadores.

Freitas disse se sentir profundamente emocionado e honrado de ser o responsável pela homenagem e também por ocupar sua cadeira, de número 31, da Academia de Medicina da Bahia, desde que Zilton se tornou membro emérito. “Vamos comemorar a vida daquele que se imortaliza na extensa obra científica deixada, em suas reflexões registradas em seus escritos ao longo dos anos e na memória de cada um de seus discípulos, em seus filhos e netos”, declarou o pesquisador.

Os filhos de Zilton, Marusia e Ivan Andrade, estiveram presentes na homenagem representando a família e agradeceram todas as palavras ditas sobre o pai. Marusia destacou a sensibilidade da Fiocruz enquanto instituição, por ter permitido que seus pais continuassem a exercer suas pesquisas mesmo após completarem 70 anos e agradeceu a Marilda de Souza Gonçalves, diretora da Fiocruz Bahia, pelo empenho de preservar todo o acervo de Zilton, incluindo todo o material de pesquisa desenvolvido por ele e a esposa, também pesquisadora, Sônia Andrade. Ivan disse que a homenagem também serviu para eles aprenderem cada vez mais sobre a trajetória do pai, lembrando como Zilton realizou pesquisas em um momento em que ser pesquisador era considerado uma carreira “de louco”, uma inspiração que levou para sua vida.

A presidente da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), Kátia Leite, também prestou homenagem ao pesquisador falecido, a quem considera um dos maiores ícones da patologia brasileira e que atuou em um dos mais importantes institutos de saúde do Brasil. Kátia lamentou a morte de Zilton, declarando ter sido um ano triste para a medicina, principalmente para a SBP. Para a presidente, Zilton era um professor não só em título, mas em atitude, formando gerações de médicos e inspirando muitos a seguir carreira na patologia. “Foi uma figura internacional notável, sendo Zilton de Andrade sinônimo da patologia brasileira”.

O presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), Pedro Vasconcelos, apresentou algumas fotos da trajetória de Zilton na sociedade, a qual era sócio fundador. Uma delas foi da cerimônia da Medalha Carlos Chagas, que Zilton recebeu em 2014. Para a SBMT, Zilton representava algo muito especial por conta de ele ter tido, junto com outros pesquisadores, ter a iniciativa de criar da sociedade em 1962, na qual foi presidente de 1987 a 1989.

Pedro destacou a dedicação de Zilton à medicina tropical ao longo de mais de 60 anos, principalmente à patologia tropical. “Uma vida completa de ciência que resultou em diversos trabalhos científicos, muitos relacionados com doenças parasitárias, como esquistossomose e a Doença de Chagas”, disse.

Antonio Carlos Vieira Lopes, presidente da Academia de Medicina da Bahia, trouxe um relato sobre Zilton como seu professor de anatomia patológica em 1963, na Faculdade de Medicina da UFBA. Antonio fez parte de uma das primeiras turmas a ter Zilton como professor e relembrou esse momento com carinho.

A pesquisadora da Fiocruz Pernambuco, Eridan Coutinho, não pode estar presente no evento e enviou uma carta que foi lida ao público por Marilda Gonçalves. No texto, Eridan declarou que a Fiocruz, a UFBA e o Brasil perderam um dos maiores e melhores patologistas tropicalistas brasileiros do século XX, considerando justa essa e tantas outras homenagens que ainda venham a ser prestadas a Zilton. “O exemplo de sua trajetória de vida se refletirá sempre como luz a iluminar as ideias e vocações dos nossos talentos de amanhã”, declarou.

Biografia

Zilton Andrade nasceu no dia 14 de maio de 1924, em Santo Antônio de Jesus, interior da Bahia. Se formou em Medicina pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), alcançou na universidade o posto de professor titular, em 1974, e o título de Professor Emérito, em 1985. Ingressou na Fundação Oswaldo Cruz em 1983, se aposentou em 1994 e, em 2012, recebeu o título de Pesquisador Emérito da Fiocruz. 

Era professor Permanente do curso de Pós-graduação em Patologia Humana (UFBA/Fiocruz). Entre suas condecorações mais importantes estão a de Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico – Presidência da República do Brasil (1995) e Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico – Presidência da República do Brasil (2005). É Membro da Academia Brasileira de Ciências.

 

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Desafios da educação e ciência são debatidos em aniversário da Fiocruz Bahia

Durante a comemoração dos 63 anos da Fiocruz Bahia, em evento realizado através da plataforma Zoom, no dia 28 de setembro, foi realizada uma mesa de conversa sobre os “Desafios da Educação e da Ciência na atualidade”, mediada pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Manoel Barral Netto, que teve como participantes o reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), João Carlos Salles, e o presidente da Academia de Ciências da Bahia, Jailson Bittencourt de Andrade. 

Na abertura da mesa, a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, declarou como estava honrada de ter os três reunidos naquele debate e como sempre teve vontade de fazer uma mesa para discutir ciência, tecnologia e educação, principalmente em tempos tão difíceis como os atuais. 

Manoel Barral iniciou a conversa afirmando que, como a atividade da Fiocruz Bahia é muito centrada no campo da saúde, com as vertentes de educação, ciência e tecnologia, foi muito pertinente esse momento da programação para pensar quais são os desafios da educação, que ficou realmente crítica com a Covid-19. “É preciso pensar sobre qual é o nosso papel também na educação, neste momento”, acrescentou o pesquisador. 

Em sua fala, Jailson Bittencourt explicou que existem quatro aspectos que influenciam nos desafios que a educação enfrenta atualmente: o financiamento descontinuado e diminuído das instituições de pesquisa e ensino; o fato que ciência, tecnologia e inovação precisam ser vistos como vetores do desenvolvimento regional e nacional, não como despesa; a necessidade de apoiar às infraestruturas de pesquisa, especialmente em momentos de crise; e recursos humanos para ciência e tecnologia, que precisam ser formados à exaustão e precisam ser renovados. “Esses quatro itens são sistemas que precisam estar em movimento e em investimento continuado”, declarou. 

O presidente da ACB também comentou que o Brasil tem uma boa infraestrutura de pesquisa, citando o Supercomputador Santos Dumont e o Vital de Oliveira, navio hidroceanográfico. Porém, para o professor, é preciso cuidar dessa infraestrutura e expandi-la. Jailson deu destaque à queda de investimentos na educação, em especial nas agências de fomento, que começaram a ter dificuldades a partir de 2015, mas conseguiram reverter a situação com a mobilização da comunidade científica. Porém, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), por exemplo, importante para o fomento de projetos, sofreu cortes até chegar no mesmo orçamento de 20 anos atrás.

João Carlos Salles trouxe sua experiência como reitor da UFBA para o debate, discutindo como a situação que as universidades vivem se agravou com a pandemia. “A pandemia não inventou a exclusão, não inventou as dificuldades das universidades. Ela agravou e tornou a universidade vulnerável a ações governamentais extremamente delicadas”, disse. Desaquecimento do orçamento também foi citado como um dos motivos para enfraquecer as instituições de ensino superior. De acordo com Salles, as universidades estão chegando no ápice da queda de investimento, que vem de uma sequência de defasagem orçamentária.

Oreitor defendeu o ideal de “universidade estendida”, onde a UFBA está irmanada com a Fiocruz, irmanada com as outras instituições e universidades, para se fortalecer, citando a capacidade que a área da ciência tem de mobilização para a união dos membros dessas instituições. “Temos compromissos éticos, morais e políticos de resistência para enfrentar esse cenário que faz com que cada um, como pesquisador, não queria o isolamento, procure a ação conjunta”, declarou Salles. 

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Populações vulnerabilizadas na Bahia recebem apoio da Fiocruz contra Covid-19

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) lançou uma Chamada Pública para Apoio a Ações Emergenciais Junto a Populações Vulneráveis, com o objetivo de contribuir para a mitigação dos efeitos da pandemia de Covid-19 em locais em situação de vulnerabilidade socioambiental. No total, foram selecionados 145 projetos de organizações com reconhecida atuação, de todas as regiões brasileiras. Destes, 13 projetos foram da Bahia e estão sendo executados desde junho. 

No estado, os projetos contemplados estão localizados nas cidades de Cachoeira, Caem, Cruz das Almas, Feira de Santana, Jaguaripe, Salvador, Taperoá e Vitória da Conquista. Para cada proposta do edital, um servidor da Fundação foi designado para prestar acompanhamento técnico. Na Fiocruz Bahia, 6 assessores estão acompanhando projetos de diversos estados. 

A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, avalia que a chamada pública destacou-se em meio às ações realizadas pela instituição em relação às respostas emergenciais ao enfrentamento do SARS-CoV-2 (Covid-19). Para Marilda, esta forma de apoio e o número de populações em situação de vulnerabilidade que se candidataram ao edital refletem o quanto a pandemia expôs a situação crítica relacionada a desigualdade social existente no país. 

“Foram contempladas 13 propostas no Estado da Bahia e a resposta obtida comprova mais uma vez que a Fiocruz é uma instituição voltada para respostas importantes de saúde pública e reforça a sua missão e integridade na condução de políticas públicas ao longo dos seus 120 anos de existência”, ressaltou a diretora.

Uma das propostas selecionadas foi da Associação de Moradores de Mutá (AMMU), do município de Jaguaripe, intitulada “Uma corrente de solidariedade e união pela garantia da vida”. A organização realiza a produção e distribuição contínua de alimentos prontos e máscaras de tecido para cerca de 160 pessoas da localidade, que vivem em situação de vulnerabilidade, garantindo, assim, segurança alimentar e medidas de prevenção nesses tempos emergenciais de crise sanitária.

A AMMU tem 13 anos de atuação na comunidade, promovendo atividades voltadas para a educação, como oficinas de karatê e música, além do atendimento e acompanhamento das famílias formadas, em sua maioria, por marisqueiros e pessoas com trabalho informal. As crianças da comunidade costumavam frequentar a associação no turno oposto ao horário escolar e realizavam uma refeição por dia no local, porém, com o isolamento social e a queda na arrecadação da associação, as atividades foram suspensas. 

De acordo com a secretária da associação, Gabriela Souza, tem sido bastante gratificante realizar esse projeto em parceria com a Fiocruz e já é possível perceber os resultados positivos da ação. “Nós estamos fomentando na comunidade o espírito de solidariedade, além da questão do voluntariado também, de não apenas receber, mas também se doar para o outro”, explica Gabriela. 

A organização Casa de Barro, em Cachoeira, município do Recôncavo da Bahia, desenvolve ações nos campos da cultura, da arte e da educação com a população local, desde 2005. A proposta da entidade contemplada no edital pretende atender cerca de 2000 pessoas de comunidades ribeirinhas, rurais, quilombolas, com a doação inicial de 50 cestas básicas, mobilização para arrecadação e distribuição de novas cestas, intervenções educativas focadas na prevenção da Covid-19 e a distribuição de 300 máscaras protetivas reutilizáveis e luvas descartáveis.

A coordenadora da proposta, Luisa Mahin Nascimento, recebeu diversos depoimentos de pessoas atendidas, como é o caso de dona Anieda, que agradeceu cesta básica recebida pelo projeto: “Que o Senhor Jesus continue abençoando o projeto de vocês, obrigada por tudo”. O fornecedor das cestas básicas também comentou sobre o projeto. “Nos faz acreditar em um mundo melhor”, declarou.

Em Salvador, a Associação de Moradores do Alto do Cabrito e Adjacência (AMACA), que atua em bairros do Subúrbio Ferroviário, desenvolve atividades e projetos para a comunidade de forma contínua, como aulas de capoeira, escolinha de futebol, além de prestar atendimento social e acompanhamento das famílias. Com o apoio da chamada, a AMACA vai fornecer cestas básicas e produtos de limpeza e higiene, além de informações de educação em saúde de prevenção e controle da Covid-19, a 200 famílias em situação de extrema pobreza e que não estejam recebendo qualquer benefício do governo.

O edital

O protagonismo das organizações da sociedade civil é a marca da chamada pública, por isso as propostas contempladas partiram dos próprios atores sociais que conhecem de perto ou vivenciam os impactos desta crise sanitária, como associações, cooperativas, coletivos, entre outras formas de organizações, nos locais mais desassistidos do país. 

Populações que vivem em situação de vulnerabilidade socioambiental estão mais expostas ao risco de contrair o novo coronavírus e, no caso de adoecimento, dispõem de poucos recursos para a obtenção de um tratamento adequado. Frente aos desafios estruturais da sociedade brasileira, a Fiocruz se viu diante da urgência em apoiar ações que contribuíssem para reduzir a disseminação da Covid-19 e assegurar condições mínimas de sobrevivência para essas populações. 

Os projetos contemplados foram enquadrados nas áreas de segurança alimentar; comunicação; saúde mental; ações que favoreçam a observância das medidas preconizadas pelas autoridades sanitárias; e assistência específica a idosos, pessoas com doenças pré-existentes e com deficiências, gestantes e outros grupos de risco.

A iniciativa é coordenada pela diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio; o coordenador da Cooperação Social da Fiocruz, José Leonídio Santos, a coordenadora geral do Canal Saúde da Fiocruz, Márcia Corrêa e Castro; e o chefe de gabinete da Presidência da Fiocruz, Valcler Rangel. Conta também com a assessoria remota da Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde (Fiotec).

Márcia reforça a importância para uma instituição de pesquisa, como a Fiocruz, realizar essa chamada pública, “pois nos dá um panorama de como a sociedade brasileira está enfrentando a pandemia e como está se organizando para dar enfrentar esse desafio”, comentou.

Segundo Leonídio, a Bahia é o quarto estado com maior número de projetos financiados nessa chamada, dos quais onze preveem ações em segurança alimentar associada a outras áreas temáticas. “Merece nosso reconhecimento a cooperação da direção da Fiocruz Bahia na sensibilização e envolvimento de profissionais para o estratégico trabalho de assessoramento sociotécnico”, acrescentou. 

Para Fabiana, a chamada tem sido fundamental para viabilizar a construção de estratégias coletivas para lidar com as principais questões decorrentes das iniquidades sociais históricas que eclodiram com a pandemia. “Os projetos da Bahia se configuram como um caminho importante de proposições diante das questões regionais. Além disso, a Fiocruz Bahia tem cumprido um papel fundamental no suporte a esses projetos para que contribuam de modo efetivo para a garantia de dignidade para as comunidades contempladas pelas diversas propostas”, afirmou.

Algumas imagens enviadas pelas coordenações dos projetos:

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Estudante egressa da Fiocruz Bahia recebe Prêmio Capes de Tese 2020

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) outorgou à discente egressa da Fiocruz Bahia, Jaqueline Goes, o Prêmio CAPES de Tese 2020, da área de MEDICINA II, pelo Programa de Pós-Graduação em Patologia (PGPAT), curso da Universidade Federal da Bahia (UFBA) em Ampla Associação com Fiocruz Bahia.

Jaqueline tem graduação em Biomedicina, pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, e obteve o mestrado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI), pela Fiocruz Bahia.

A tese intitulada “Vigilância genômica em tempo real de arbovírus emergentes e re-emergentes” foi defendida em 2019, sob orientação do pesquisador da Fiocruz, Luiz Alcântara Jr.. O trabalho é resultado da participação de Jaqueline no Zika in Brazil Real Time Analysis (Zibra), um projeto que teve como objetivo compreender a origem, eventos de introdução e dispersão, bem como a identificação de cepas ou genótipos com maior potencial epidêmico dos arbovírus Zika, Chikungunya e Febre Amarela.

Nas redes sociais, Jaqueline Goes declarou estar feliz e disse que esse prêmio é de toda a equipe do Projeto Zibra. “Parabéns a todos!”, comemorou. Os resultados obtidos no estudo foram divulgados em cinco publicações relevantes, sendo duas destas na Nature e Science. A tese já havia sido agraciada em 2019, com o Prêmio Gonçalo Moniz de Pós-Graduação, na categoria Egresso – Doutorado (1º lugar), e no XIII Encontro de Pós-Graduação das Áreas de Medicina I, II e III da CAPES, com o Prêmio de Melhor Trabalho de Tese.

O projeto Zibra foi realizado através de consórcio entre a Fiocruz e as Universidades de Oxford e de Birmingham, na Inglaterra, onde Jaqueline também realizou treinamento durante o período de doutorado sanduíche. Em seu trabalho, foi utilizado de forma pioneira, no Brasil, um sequenciador portátil em tempo real (MinION) que integrou um laboratório itinerante que percorreu o Nordeste brasileiro. Além do impacto direto para a população estudada, a tecnologia utilizada foi transferida para o diagnóstico de arboviroses nos Laboratórios Centrais Estaduais (LACEN), ratificando a importância da ciência aberta para as emergências em saúde pública.

As coordenadoras do PGPAT, Valéria Borges e Clarissa Gurgel, parabenizaram Jaqueline, o orientador e o projeto Zibra. Também ressaltaram a importância do investimento de agências de fomento à Pesquisa e Ensino, incluindo CAPES, CNPq e FAPs, no fortalecimento de programas de pós-graduação em todo o Brasil, “para que a excelência e reconhecimento dos talentosos discentes, como Jaqueline Góes, continuem sendo aplaudidos. Que a ciência brasileira resista apesar dos cortes de verbas de pesquisa e que caminhe de mãos dadas com a sociedade, em busca de um país mais justo e igualitário”, declararam.

Atualmente, Jaqueline Goes realiza estágio pós-doutoral no Instituto de Medicina Tropical de São Paulo – Universidade de São Paulo (IMT-USP), sob supervisão da pesquisadora Ester Sabino. Utilizando os mesmos métodos aprendidos ao longo de sua formação no doutorado, a biomédica teve participação como primeira autora na equipe que sequenciou, em tempo recorde (48h), o genoma do SARS-CoV-2, no primeiro caso brasileiro da doença. O trabalho teve uma grande repercussão no meio científico, com ampla divulgação nas mídias e redes de comunicação.

Esta é a terceira premiação do PGPAT do Prêmio CAPES de Tese da área de MEDICINA II, uma vez que os egressos Bruno de Bezerril Andrade, atualmente pesquisador da Fiocruz Bahia, e Nívea Farias Luz, conquistaram o prêmio nos anos de 2011 e 2016, respectivamente.

 

 

 

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Abertas inscrições para curso de identificação de vetores de importância médica

O curso online de zoonoses “Mobilização e Participação Social Através da Identificação de Vetores de Importância Médica”, para aprender a identificar animais que podem oferecer riscos, acontece nos dias 19 a 27 de outubro, pelo Zoom. A atividade é gratuita e aberta ao público. As inscrições vão até o dia 16 de outubro e podem ser feitas neste link

A ideia do curso surgiu a partir da realização de um estudo epidemiológico sobre esquistossomose no bairro de Pirajá, em Salvador, no qual foi observado a necessidade de implementar ações educativas para informar a comunidade a respeito dos potenciais riscos à saúde pública da localidade. A iniciativa do curso é de alunas do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI) da Fiocruz Bahia, através do Edital de Divulgação Científica de 2020.

Para outras informações acesse o site http://eadbrasil.net/cursozoonose/ 

Confira a programação:

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Testes para a Covid-19 da Fiocruz Bahia priorizam populações em situação de vulnerabilidade

A Plataforma de Diagnóstico para a Covid-19 da Fiocruz Bahia tem como prioridade pacientes provenientes de cidades com menor acesso a laboratórios de diagnósticos e populações em situação de vulnerabilidade social. Até o momento, a instituição tem recebido amostras de pacientes atendidos em postos de saúde dos municípios de Salvador e Irecê, bem como de populações indígenas e comunidades quilombolas da Bahia. Uma das ações estratégicas da plataforma é realizar, também, testagens semanais dos funcionários e colaboradores da própria instituição que precisam manter atividades presenciais. 

O teste molecular realizado na Plataforma de Diagnóstico, chamado de Transcrição Reversa seguida de Reação em Cadeia da Polimerase (RT-qPCR), identifica o RNA do vírus através do swab nasofaríngeo, sendo uma das técnicas de diagnóstico mais confiáveis. A testagem da Covid-19 é fundamental para a implementação de medidas de vigilância sanitária, bem como para monitoramento e controle da infecção durante a pandemia. Desde que começou a funcionar, em julho, foram realizados mais de 7.600 testes para detecção do novo coronavírus. A estrutura tem capacidade para realizar 200 testes por dia e está liberando os resultados em até 48h. A meta é chegar a 50 mil testes nos próximos 6 meses. 

Em breve, a estrutura receberá um robô de automação, disponibilizado pela Fiocruz. Segundo o pesquisador da Fiocruz Bahia e coordenador da Plataforma, Ricardo Khouri, o uso do robô de automação ampliará a capacidade de testagem da Plataforma. “A automatização dessa parte do processamento da amostra vai possibilitar um trabalho mais eficiente, com mais segurança, menos exposição e de forma mais rápida”, explicou.

O teste RT-qPCR identifica o RNA do vírus através do swab nasofaríngeo.

Atualmente, trabalham presencialmente um grupo de profissionais que realiza o recebimento, o pré-processamento e a extração do material genético viral das amostras, além da preparação e execução das reações de RT-qPCR. Há também uma equipe que trabalha remotamente na análise e liberação dos laudos, após o processamento e obtenção dos resultados das amostras. O trabalho remoto é possível graças a um sistema on-line desenvolvido por um grupo de pesquisadores da Fiocruz Bahia especialmente para esse projeto. 

As equipes são compostas por alunos de mestrado, doutorado e pós-doutorado que se voluntariaram para participar e foram selecionados de acordo com as habilidades em biologia molecular. A seleção da equipe atraiu um número grande de pessoas que desejavam participar da iniciativa tendo em vista a importância do contexto histórico de enfrentamento das consequências da pandemia para a saúde pública. “Nós tivemos vários voluntários interessados em participar, mas recrutamos aqueles que possuíam experiência prévia nos métodos aplicados para o diagnóstico do coronavírus”, explica Clarissa Gurgel, pesquisadora da Fiocruz Bahia e integrante da coordenação da plataforma. 

A implementação da Plataforma de Diagnóstico para Covid-19 na Fiocruz Bahia foi consolidada por meio de cooperação com Distritos Sanitários Especiais Indígenas da Bahia (DSEI/BA), o Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN/BA), a Secretaria Estadual de Saúde da Bahia (SESAB) e a Prefeitura de Salvador, em consonância com a Coordenação de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde e a Coordenação de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fiocruz. Os kits para diagnóstico são desenvolvidos pelos institutos de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), no Rio de Janeiro, e de Biologia Molecular do Paraná (IBMP).

Implementação 

O projeto de testagem para Covid-19 surgiu a partir do desejo dos pesquisadores em colaborar com o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus, diante da emergência em saúde pública. Há diversas possibilidades de atuação para pesquisadores, como no desenvolvimento de vacinas ou ensaios clínicos para teste de medicamentos. O núcleo da Fiocruz Bahia optou por desenvolver uma plataforma que auxiliasse os órgãos de saúde pública na tomada de decisões sobre o combate à Covid-19. “Essa foi a maneira que encontramos de contribuir com uma ação concreta, produzindo diagnósticos e gerando informação sobre a situação, de modo a retribuir à sociedade o investimento que foi feito na nossa formação como cientistas e cidadãos solidários”, explica Khouri.

A equipe é formada por pesquisadores e profissionais da saúde voluntários, que são alunos de mestrado, doutorado e pós-doutorado da Fiocruz Bahia.

Na coordenação de biossegurança do projeto, o pesquisador da Fiocruz Bahia, Leonardo Paiva, comenta sobre as precauções para garantir a segurança de todos os participantes. Como referência, foram usadas as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC/ EUA), além de trabalhos publicados recentemente, bem como a troca de informações com outros institutos que estavam realizando a testagem. “Nós não possuíamos muito a nosso favor, a não ser o desejo de ajudar as pessoas, ao ver a angústia de muitas delas em estar em um hospital sem conseguir fazer testagem”, afirmou Paiva. 

Para Clarissa Gurgel, foi a união dos esforços de cada pesquisador e pessoas envolvidas no projeto que o tornou viável, juntando as experiências de cada um. “Todo mundo entendeu essa necessidade e a vocação que a gente tem, aqui na Fiocruz, de ser pesquisador em saúde pública. É isso que nós somos e precisamos atender a essa demanda em saúde pública”, acrescentou a pesquisadora. 

O pesquisador da Fiocruz Bahia, Bruno Bezerril, integrante do projeto, destacou o modelo de gestão da plataforma e considerou como inovador o desenvolvimento de ferramentas de rastreabilidade de amostras e de documentação de processos e resultados em tempo real, que pode ser visualizado utilizando uma interface fácil e didática. “Em um curto espaço de tempo a equipe responsável pela implementação da plataforma montou uma infraestrutura de alta qualidade, com dedicação de espaço exclusivo, mobilização de equipamentos, insumos e de pessoal, para possibilitar atividades obedecendo elevados padrões de boas práticas de laboratório no contexto da testagem da Covid-19”, declarou.

Pesquisadores integrantes do grupo que implementou a plataforma de diagnóstico tiveram projetos de otimização de diagnóstico para Covid-19 aprovados em edital do Programa Inova Fiocruz. A ideia é que esse diagnóstico otimizado seja disponibilizado para que os serviços de saúde possam ter acesso a exames moleculares sem precisar de uma infraestrutura mais complexa. “Queremos desenvolver um teste que possa ser aplicado no leito do paciente, de forma rápida”, explicou o autor de uma das propostas e pesquisador da Fiocruz Bahia, Bruno Solano, que também integra a plataforma.

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Fiocruz Bahia celebra aniversário em solenidade no dia 28/09

Em comemoração dos 63 anos do Instituto Gonçalo Moniz (IGM), também conhecido como Fiocruz Bahia, será realizada uma solenidade, no dia 28 de setembro, a partir das 09 horas, através do Zoom. O evento dará início a uma série de atividades comemorativas previstas para acontecerem até novembro. 

A mesa de abertura será formada pela presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, que também vai ministrar a palestra “Fiocruz: aprendizados e desafios do presente”; pela diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves; e representantes do Governo da Bahia e da Prefeitura de Salvador, além dos pesquisadores e ex-diretores da unidade, Mitermayer Galvão dos Reis e Manoel Barral Netto.

Na oportunidade, uma homenagem ao pesquisador emérito e ex-diretor da Fiocruz Bahia, Zilton Andrade, falecido em julho, será realizada pelo pesquisador Luís Freitas, com participação dos presidentes da Sociedade Brasileira de Patologia, Sociedade Brasileira de Medicina Tropical e da Academia Brasileira de Medicina, além de amigos e familiares. Também será exibido um vídeo produzido pela Assessoria de Comunicação da Fiocruz Bahia, em homenagem ao pesquisador.  

Um dos destaques do evento será a mesa redonda “Desafios da Educação e da Ciência na atualidade”, composta por João Salles, Reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA); e Jailson Bittencourt, presidente da Academia de Ciências da Bahia, mediada por Manoel Barral Netto.

Confira a programação completa abaixo ou clique aqui.

História da Fiocruz Bahia

Em 1957, foi criado o Núcleo de Pesquisas da Bahia (NEP), por meio de um convênio entre o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), o Instituto Nacional de Endemias Rurais (INERU) e a Fundação Gonçalo Moniz, este último existente desde 1950, que marca a história da Fiocruz Bahia. A criação do instituto se deu com a finalidade de estudar endemias parasitárias no estado da Bahia.

Em 1970, o NEP foi incorporado à Fiocruz e passou a ser denominado de Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz (CPqGM). Em 2016, passou a ser Instituto Gonçalo Moniz (IGM), unidade técnico-científica que tem como foco o estudo de doenças infecciosas e parasitárias, na realização de exames anatomopatológicos.

Além disso, a Fiocruz Bahia abriga três cursos de pós-graduação stricto sensu, em níveis de mestrado e doutorado. O Programa de Pós-graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI) e o Programa de Pós-graduação em Patologia (PgPAT), este último fruto de um convênio com a Universidade Federal da Bahia (UFBA), têm conceito 6 pela CAPES. Recentemente, foi criado o Programa de Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional (PPgPCT), que está em sua primeira turma de mestrado profissional.

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Cuidados em Saúde Mental e Prevenção ao Suicídio é tema de palestra

No dia 29 de setembro, será realizada a palestra “Cuidados em Saúde Mental e Prevenção ao Suicídio”, ministrada pela psicóloga Ana Cláudia Afonso, que acontece às 15h, através do Zoom. O evento é gratuito e aberto ao público. Clique aqui para participar.

A apresentação se insere na campanha do Setembro Amarelo, mês de conscientização da prevenção e combate ao suicídio, que em 2020 tem como mote “É preciso agir”. O objetivo é de fomentar ações para a prevenção e desmitificação do tema, auxiliando a sociedade a compreender e identificar os casos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio no mundo. Diante do contexto da pandemia provocada pelo Covid-19, a saúde mental é um tema que merece ainda mais atenção. 

Sobre a palestrante

Ana Cláudia Afonso é psicóloga (CRP 03/15627) e Consultora Organizacional em Gestão de Pessoas, tem atuação clínica com adultos, famílias e casais e com supervisão clínica. É pós-graduanda em Psicologia Positiva, Ciência do bem estar e Autorrealização (PUC-RS). Idealizadora do programa Psicolorindo com mentoria de carreira clínica para psicólogos recém-formados.

 

 

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Marcadores imunológicos ligados à gravidade da Covid-19 são investigados em estudo

Lucas Carvalho, pesquisador da Fiocruz Bahia que coordena o projeto.

Um grupo de pesquisadores vai investigar marcadores imunológicos de proteção e de gravidade de doença em indivíduos infectados pelo novo coronavírus, para identificar quais eventos imunológicos estão associados à destruição tecidual observada na forma grave da Covid-19. Serão recrutados pacientes diagnosticados com o Sars-CoV-2 (Covid-19), assintomáticos e com sintomas, para avaliar a resposta imunológica durante o decorrer da doença.

Na coordenação do projeto, que será realizado com apoio do Programa Fiocruz de Fomento à Inovação, o pesquisador da Fiocruz Bahia, Lucas Carvalho, explica que uma resposta imune exacerbada, com produção elevada de citocinas pró-inflamatórias, fenômeno conhecido como “tempestade de citocinas”, tem papel importante na destruição tecidual e na gravidade de algumas doenças infecciosas. 

Citocinas são moléculas que desempenham um papel importante na ativação de células de defesa do organismo e na magnitude da resposta imune. O estudo destes fatores imunológicos poderá servir para a identificação precoce de casos com maior probabilidade de evolução para formas graves da doença.    

“Apesar de sabermos que a tempestade de citocinas é um fenômeno presente em alguns indivíduos infectados pelo SARS-CoV-2, os eventos imunológicos que levam à produção destas citocinas e, consequentemente, ao desenvolvimento de formas graves desta doença ainda não são completamente conhecidos”, explicou o pesquisador. 

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Dissertação avalia perfil de citocinas em pacientes com Chikungunya

Autoria: Leile Camila Jacob Nascimento
Orientação: Mitermayer Galvão dos Reis
Título da dissertação: “AVALIAÇÃO DO PERFIL DE CITOCINAS EM PACIENTES COM INFECÇÃO PELO VIRUS CHIKUNGUNYA EM SALVADOR-BA”.
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data: 1º/10/2020
Horário: 14:00 
Local: Sala Virtual do Zoom

RESUMO

INTRODUÇÃO: Nos últimos anos, o vírus chikungunya (CHIKV)foi responsável por vários surtos em todo o mundo e continua sendo um problema de saúde pública nas Américas e no Brasil. A infecção por CHIKV em humanos pode causar doença leve a moderada caracterizada por febre, erupção cutânea, mialgia e poliartralgia, entretanto, alguns pacientes desenvolvem poliartralgia crônica após infecção por CHIKV que pode durar de meses a anos. Embora seja objeto de vários estudos, a imunopatogênese da infecção pelo CHIKV não é totalmente compreendida.
 
MÉTODOS:Este estudo avaliou o perfil de citocinas e quimiocinas séricas de pacientes infectados com CHIKV no estágio inicial da doença em comparação com pacientes com outras doenças febris agudas (OAFD) e controles saudáveis (CS), identificados durante um estudo de vigilância projetado para monitorar infecções por arbovírus entre pacientes com doenças febris agudas entre 2014 e 2016. Os níveis de biomarcadores séricos foram medidos por citometria de fluxo utilizando Cytometric Bead Array (CBA).Os níveis de biomarcadores de pacientes com infecção por CHIKV foram categorizados de acordo com a duração da artralgia (≤ 3 meses vs > 3 meses), diagnóstico concomitante de infecção por vírus da dengue (DENV), de acordo com o status de CHIKV IgM na amostra de fase aguda e número de dias de sintomas na coleta da amostra (1 vs 2-3 vs ≥4). O último foi usado como um proxy para a cinética das citocinas durante a fase aguda da doença. RESULTADOS:Pacientes com infecção aguda por CHIKV com níveis estatisticamente mais altos de CXCL8, CCL2, CCL9, CCL5, CXCL10, IL-1β, IL-6, IL-12 e IL-10 em comparação com HC. As quimiocinas CCL2, CCL5, CXCL10 também foram estatisticamente maiores na infecção por CHIKV em comparação com OADF. Os níveis de CXCL8 também foram maiores (p<0,05) em pacientes cuja artralgia durou > 3 meses em comparação com ≤3 meses. As análises multivariadas indicaram ainda que CXCL8 e sexo feminino foram associados deforma independente a artralgia com duração> 3 meses. Não foi observada diferença estatística nos níveis de citocinas entre os pacientes CHIKV-positivos em relação à coinfecção por DENV. A detecção do CHIKV por RT-PCR e/ou soroconversão de IgM na amostra de fase aguda foi correlacionada com maior frequência de artralgia maiores níveis de IL-6, CXCL8, CCL2 E CXCL10. Pacientes com CHIKV e OAFD apresentaram proxy cinética de citocinas semelhantes para IL-1β, IL-12, IFN-γ,IL-2 e IL-4, embora os níveis estivessem em menor magnitude para pacientes com CHIKV. A análise de assinatura de biomarcadores corroborou com esses achados.
 
CONCLUSÃO:De modo geral, foi encontrado um perfil de quimocinas e citocinas Th1 nos pacientes com CHIKV, independentemente dos dias de sintomas.A caracterização clínica dos pacientes com infeção por CHIKV foi, como esperado, diferencial em relação ao grupo controle com ODFA. Na comparação por dia deinício dos sintomas foi observado aumento de biomarcadores pró-inflamatórios já no primeiro dia de sintoma em comparação ao controle com ODFA e CS. Pacientes com artralgia persistente (>3 meses) apresentaram diferenças nas características clínicas e nos níveis e perfil de biomarcadores.Juntos, esses achados trazem importantes aspectos imunológicos que podem ser úteis como ferramentas para a compreensão da imunopatogênese da infecção por CHIKV.
 
Palavras-chave: Chikungunya, quimiocinas, citocines, biomarcadores, artralgia persistente.
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Células inflamatórias na patogênese da leishmaniose são analisadas em tese

Autoria: Maira Garcia Saldanha
Orientação: Sergio Marcos Arruda
Título da tese: “CÉLULAS INFLAMATÓRIAS TECIDUAIS NA PATOGÊNESE DA LEISHMANIOSE CUTÂNEA HUMANA POR L. braziliensis”.
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data: 02/10/2020
Horário: 14:00 
Local: Sala Virtual do Zoom

RESUMO

A leishmaniose cutânea (LC) é uma doença causada pela picada de um flebótomo do gênero Lutzomyaou Phlebotomusinfectado pelo protozoário Leishmania, mais comumente no Brasil, a L V. braziliensis, que evoluirá na maioria das vezes em cerca de um mês, para uma úlcera profunda e indolor. A resposta imune inflamatória do hospedeiro depende inicialmente das células da resposta imune inata,entre elas, as células natural killer(NK) e posteriormente a resposta imune adquirida mantida pelos linfócitos T CD4+e CD8+, juntamente com a produção de anticorpos por linfócitos B. Em conjunto, essas células produzem citocinas para controlar o crescimento dos parasitas intracelulares, principalmente dentro dos macrófagos. Histopatologicamente, observa-se um extenso infiltrado inflamatório,áreas focais de necrose e macrófagos contendo amastigotas, dependendo do tempo de evolução da infecção. Assim, a constatação de um processo inflamatório crônico, associado ao número reduzido de parasitas, sugere que a resposta imune inflamatória é efetiva no controle da leishmania, mas por outro lado a presença da necrose indica que essa inflamação pode também causar danos ao tecido. Na presente tese analisamos biópsias de úlceras cutâneas de pacientes com leishmaniose cutânea humana por L. braziliensis. Nestas biópsias avaliamos a expressão de linfócitos CD4+, CD8+, CD20+e células CD57+, CD68+, IL-1β+, TNF-α+, granzima B+e células perforina+através da técnica de imunoistoquímica. Essas células e moléculas foram quantificadas e correlacionadas com a extensão da inflamação e necrose tecidual,com o número de amastigotas e tamanho da lesão.Encontramos correlações positivas entre as células CD4+e inflamação, IL-1β+e necrose, macrófagos CD68+com perforina e o número de amastigotas. Essas correlações foram interpretadas como parte da patologia na LC, confirmando que, ao eliminar os parasitas nos macrófagos, os grânulos citotóxicos e citocinas produzidos pelas células inflamatórias contribuem para a progressão da doença.

Palavras-chave: histopatologia, necrose,inflamação, citotoxicidade, úlcera.

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Cidacs/Fiocruz Bahia promove webinário sobre medidas de desigualdades no Brasil

Estão abertas as inscrições para o webinário “Medidas de desigualdades no Brasil: implicações nas políticas sociais e de saúde”, promovido pelo Cidacs/Fiocruz Bahia. O evento, que ocorre no dia 30 de setembro, às 16h, discute as características e formulações das medidas de desigualdades no Brasil. As inscrições podem ser feitas neste link https://bit.ly/medirdesigualdades.

Entre os palestrantes estão Gabriel Vettorazzo (PNUD Brasil), Lúcia Maria Paixão (Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte), Marco Costa (IPEA), Maria Paula Ferreira (Fundação Seade) e Ruth Dundas (Universidade de Glasgow). A mediação será feita pela vice-coordenadora do Cidacs/Fiocruz Bahia Maria Yury Ichihara.

O evento é parte das ações em torno do Índice Brasileiro de Privação (IBP) – um novo índice criado para mensurar a privação material e analisar as desigualdades em nível municipal e em pequenas áreas. A iniciativa faz parte do projeto Social Policy & Health Inequalities (SPHI), realizado em parceria entre o Cidacs e Universidade de Glasgow.

Confira o perfil dos palestrantes

Gabriel Vettorazzo (PNUD Brasil): Graduado em administração pela Universidade de Brasília. Com um histórico de mais de 12 anos de experiência em gerenciamento de projetos. Em 2016 passou a integrar a equipe da Unidade de Desenvolvimento Humano do PNUD Brasil para apoiar a elaboração do Relatório Nacional de Desenvolvimento Humano – Movimento é Vida. Atualmente gerencia projetos de cooperação em Desenvolvimento Humano e Sustentável construindo ferramentas de conhecimento para municípios, por meio de monitoramento e análise de dados.

Lúcia Maria Paixão (Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte): Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora (1979). Doutorado em Saúde Pública pelo Programa de Pós-graduação em Saúde Pública da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (2014). Integrou o grupo de pesquisadores do Observatório de Saúde Urbana da UFMG envolvido na Avaliação do Projeto Vida no Trânsito em Belo Horizonte (MG) e Campo Grande (MS) (2011-2015). Atualmente ocupa o cargo de Diretora de Promoção à Saúde e Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte MG.

Marco Costa (IPEA): Economista, Doutor em Planejamento Urbano e Regional (Ippur), com pós-doutorado na Universidade Autônoma de Barcelona, técnico do Ipea, onde responde pela Coordenação de Estudos em Desenvolvimento Urbano. Coordena o INCT em Políticas Públicas e Desenvolvimento Territorial e os projetos Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, e Mapeamento da Vulnerabilidade Social nas Regiões Metropolitanas Brasileiras, entre outros. Possui larga experiência na área de Planejamento Urbano e Regional e na avaliação de políticas públicas.

Maria Paula Ferreira (Fundação Seade): Gerente de análise social da Fundação Seade, responsável pelas áreas de avaliação e monitoramento de programas públicos, desenvolvimento de metodologias e análise para indicadores e pesquisas sociais. Doutora em Ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, mestre em Epidemiologia pela Faculdade de Saúde Pública -Universidade de São Paulo e bacharel em estatística pela Universidade Federal de São Carlos.

Ruth Dudas (Universidade de Glasgow): Uma das líderes do Health Programme no tema Health Inequalities and Linked Data Analysis in the Measurement and Analysis of Socioeconomic Inequalities. É líder do Cross-Unit Statistical support at the MRC/CSO Social and Public Health Science Unit. Seus principais interesses de pesquisa são as desigualdades na mortalidade e as influências contextuais e sociais na saúde ao longo da vida. Tem interesses metodológicos em melhorar o uso de dados de rotina para analisar desigualdades em saúde, métodos para avaliar intervenções complexas e experimentos naturais e no desenvolvimento e aplicação de métodos de modelagem multinível.

 
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Pesquisadores vão desenvolver teste rápido simultâneo para Covid-19 e H1N1

Milena Soares, pesquisadora da Fiocruz Bahia, que coordena o projeto.

Um projeto para desenvolver um teste rápido de alta sensibilidade para diagnóstico simultâneo dos vírus SARS-Cov-2 e H1N1 foi aprovado pelo Programa Fiocruz de Fomento à Inovação (Inova Fiocruz). Coordenado pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Milena Botelho Pereira Soares, o trabalho será realizado em parceria com a Fiocruz Pernambuco, o SENAI CIMATEC e a Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

A testagem para Covid-19 através do método molecular RT-qPCR requer equipamentos especializados e pessoal da área da saúde treinado, sendo um procedimento dispendioso e que leva dias para apresentar os resultados, fatores que dificultam a testagem em massa da população. O novo teste, que utilizará a técnica de amplificação isotérmica de DNA (recombinase polymerase amplification-RPA), é mais simples de ser realizado e apresenta resultado em apenas 40 minutos.

Segundo Milena Soares, a adição de sondas para detectar o H1N1 resultará também em um diagnóstico diferencial da Covid-19, importante na tomada de decisão pelo sistema de saúde. “Esta inovação impacta de forma positiva no melhoramento do diagnóstico da Covid-19, possibilitando a detecção direta da infecção, de forma rápida, barata e eficaz, facilitando o isolamento rápido dos indivíduos infectados”, observa a pesquisadora.

Os cientistas também vão desenvolver um protótipo de leitor de fluorescência para a aplicação do teste em hospitais e postos de saúde, promovendo a nacionalização do equipamento de leitura do teste, que tornará viável a testagem em massa da população.

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Obsma promove a 6ª Oficina Pedagógica online Saúde e Meio Ambiente na Escola

A Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente da Fiocruz (Obsma) convida todos os profissionais da educação para participar, nos dias 22 e 23 de setembro, da 6ª Oficina Pedagógica online Saúde e Meio Ambiente na Escola “Produção Audiovisual: Cinema e Educação em Tempos de Pandemia”. O evento terá início às 10h, com transmissão ao vivo para todo o Brasil através da plataforma Zoom e Facebook/Obsma.

Clique aqui para se inscrever.

O tema central da Oficina vai de encontro com uma das modalidades oferecidas pela Olimpíada, a Produção Audiovisual. A atividade debaterá a inserção dessa importante ferramenta didática no cotidiano escolar, não somente como alternativa para dinamização das aulas, mas também por seu potencial como formador de olhar e na educação estética dos alunos.

“Em um ano no qual todas as práticas pedagógicas precisam ser repensadas diante da pandemia da Covid-19, acreditamos no cinema como criador de espaços de debate de temas urgentes nos campos de saúde e meio ambiente”, destaca Cristina Araripe, Coordenadora Nacional da Obsma.

As Oficinas Pedagógicas online acontecem quinzenalmente desde o mês de junho e contam com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Veja abaixo a programação completa da 6ª Oficina Pedagógica online “Produção Audiovisual: Cinema e Educação em Tempos de Pandemia”:

Anfitriã

Renata Fontoura – Coordenadora da Assessoria de Comunicação da Fiocruz Paraná e Coordenadora de comunicação da Obsma

Abertura

Cristina Araripe – Pesquisadora da Fiocruz e Coordenadora Nacional da Obsma

Dia 22 de setembro

Mediadora

Ana Lucia Soutto Mayor – Pesquisadora da Fiocruz e Coordenadora da Regional Sudeste da Obsma

Convidada

Adriana Mabel Fresquet – Professora associada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Dia 23 de setembro

Mediadora

Thatiana Victoria dos Santos Machado Ferreira de Moraes – Professora de Filosofia e Assistente de Pesquisa da Coordenação Nacional Obsma

Convidada

Marcia Correa e Castro – Tecnologista da Fiocruz e Coordenadora do Canal Saúde

Importante: os professores que acompanharem os dois dias de evento pelo Zoom receberão certificado de participação. Caso as vagas na sala do Zoom sejam preenchidas até às 10h, os participantes inscritos poderão acompanhar via Facebook/Obsma e comentar seu nome completo durante o evento, para garantir seus certificados.

Por Samantha Mahara Martynowicz

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Estudo investiga duração e papel da resposta imune na Covid-19

Natália Tavares, pesquisadora da Fiocruz Bahia, é uma das coordenadoras do projeto.

Um estudo realizado por pesquisadores da Fiocruz Bahia vai analisar a evolução da infecção pelo novo coronavírus através da dinâmica da produção de anticorpos durante o curso da doença e da identificação do perfil de citocinas, que são moléculas envolvidas na indução das diferentes subclasses destes anticorpos. Além disso, os cientistas vão observar como as células de defesa reconhecem as proteínas do SARS-CoV-2.

A pesquisa teve início no final do mês de julho e pretende avaliar 300 pessoas no total. Os pacientes estão sendo selecionados a partir da parceria com o Hospital Ernesto Simões, durante a fase aguda da doença, e o Hospital Otávio Mangabeira, na fase convalescente, onde os pacientes terão retorno periódico no Centro Pós-Covid. Fazem parte do estudo aqueles que têm confirmação do diagnóstico de coronavírus através do exame RT-PCR ou quadro clínico fortemente suspeito da doença (tomografia de tórax sugestiva de pneumonia viral).

A pesquisadora da Fiocruz Bahia, Natalia Tavares, uma das coordenadoras da pesquisa, explica que, diante da emergência causada pela Covid-19, desvendar a duração e o papel da resposta imune é fundamental para o controle da pandemia e também para o desenvolvimento de uma vacina.

Estudar estes perfis de citocinas poderão trazer dados que serão aplicados como indicadores de prognóstico, indicando precocemente pacientes que podem evoluir para a forma grave da doença e auxiliando, dessa forma, o manejo clínico preventivo. “Além disso, é fundamental identificar esses perfis na população local, uma vez que co-infecções com doenças endêmicas da nossa região podem causar alterações no perfil de resposta imune em comparação ao observado em outras populações”, acrescentou a pesquisadora.

Essas citocinas estimulam a produção de anticorpos da imunidade humoral, um tipo de resposta imune. Segundo a pesquisadora, no caso específico do SARS-CoV-2, muito tem se discutido sobre a capacidade de neutralização do vírus através dos anticorpos, mas o conhecimento sobre as demais funções da resposta dos anticorpos ainda é incipiente. “Tratando especificamente da aplicação clínica na Covid-19, os indicadores de prognóstico são fundamentais para o manejo e cuidado precoces de pacientes que podem evoluir para o quadro grave da doença”, explicou Natália.

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Edição urgente do Papo Acadêmico acontece dia 11/09

No dia 11 de setembro, será realizada uma edição urgente do Papo Acadêmico, encontro destinado a estudantes dos programas de pós-graduação da Fiocruz Bahia, docentes e orientadores.

Com o objetivo de manter aberto um canal de comunicação permanente, o Papo Acadêmico tem a proposta de promover, periodicamente, um encontro das coordenações dos programas de pós-graduação e da Iniciação Científica da Fiocruz Bahia com seus estudantes. 

Confira a programação:

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Projeto vai otimizar testagem para Covid-19

De acordo com o pesquisador da Fiocruz Bahia, Bruno Solano, um dos objetivos é desenvolver um teste que possa ser aplicado no leito do paciente e que apresente resultado rápido.

Um projeto para aprimoramento do diagnóstico do novo coronavírus, coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Bruno Solano, foi selecionado pelo Programa Fiocruz de Fomento à Inovação. A proposta tem como objetivo encontrar soluções para acelerar o diagnóstico da Covid-19 através da otimização de métodos moleculares, que são os mais confiáveis e detectam o vírus já nos primeiros dias da infecção.

O projeto tem como principal aspecto inovador o desenvolvimento de um protótipo de teste molecular “point-of-care”, baseado na tecnologia CRISPR-Cas13, que utiliza mínima infraestrutura e apresenta resultado rápido (em até 1h), em fita-teste.

Atualmente, o diagnóstico para Covid-19 é feito através do método molecular de transcrição reversa seguida de reação em cadeia da polimerase (RT-qPCR), que chega a demorar 10 dias para obter o resultado, acarretando atraso no diagnóstico, problema que atinge principalmente a região Nordeste.

Segundo Bruno Solano, a rapidez no diagnóstico da Covid-19 é de suma importância para as decisões relacionadas a giro de leitos, liberação de profissionais de saúde e indicação de isolamento social, com reflexo no controle da disseminação viral na população. Além do coordenador, participam do trabalho os pesquisadores da Fiocruz Bahia, Clarissa Gurgel, Carlos Gustavo Regis e Ricardo Khouri.

O grupo de especialistas também pretende otimizar os protocolos de RT-qPCR que têm sido um gargalo para o processamento de amostra em média e larga escala. Além disso, serão analisadas estratégias de sequenciamento rápido como alternativa de diagnóstico, usando um sequenciador portátil em tempo real (MinION), utilizado com sucesso na epidemia do vírus Zika, o que traria benefício adicional de rastreamento da origem de disseminações por portadores assintomáticos em unidades de saúde.

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5ª Oficina Pedagógica online da Obsma está com inscrições abertas

Nos dias 08 e 09 de setembro, das 10h às 12h, a Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente da Fiocruz (Obsma) convida a todos para a 5ª Oficina Pedagógica online. “Saúde e Meio Ambiente na Escola: Educação Popular em Saúde e Pandemia” será o tema do evento destinado a professores da educação básica de todo o país, com transmissão ao vivo pela plataforma Zoom e Facebook/Obsma.
 
A iniciativa é uma importante ferramenta para divulgação científica, mesmo em tempos de pandemia. De acordo com a Coordenadora Nacional da Obsma, Cristina Araripe, os encontros online foram a maneira encontrada para continuar construindo, em parceria com educadores de todas as regiões do Brasil, novas metodologias e abordagens pedagógicas que privilegiem a transversalidade e o diálogo entre a educação e os temas saúde e meio ambiente.
 
“As Oficinas Pedagógicas online têm colocado em pauta, a cada edição, temáticas de grande relevância para a melhoria da educação no país. Por meio de cada bate-papo, a Olimpíada busca aproximar a ciência da escola, da educação básica e da sociedade” comenta Cristina.
 
Os eventos realizados quinzenalmente contam com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e visam contribuir com a formação de cidadãos mais críticos e conscientes.
 
Confira a programação completa da 5ª edição das Oficinas Pedagógicas online:
 
Dia 08 de setembro
Mediadora
Zulma Maria de Medeiros, pesquisadora da Fiocruz e coordenadora da regional Nordeste I da Obsma.
 
Apresentação da Fiocruz
Cristiana Ferreira Alves de Brito, pesquisadora da Fiocruz e coordenadora da regional Minas/Sul da Obsma.
 
Convidado
Educação Popular no Sistema Único de Saúde (SUS)
Paulette Cavalcanti de Albuquerque, pesquisadora da Fiocruz e professora adjunta da Universidade de Pernambuco (UPE)
 
Dia 09 de setembro
Apresentação da Obsma
Rita Suely Bacuri de Queiroz, tecnologista em Saúde Pública da Fiocruz e coordenadora da regional Norte da Obsma
 
Convidado
Educação Popular em Saúde Na Escola
Grasiele Nespoli, pesquisadora e professora da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fiocruz
 
Importante: os professores que acompanharem os dois dias de evento pelo Zoom receberão certificado de participação.
 

 

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Hidroxiureia induz a expressão de genes antioxidantes em células endoteliais de veia umbilical e de sangue periférico

Um estudo conduzido por pesquisadores da Fiocruz Bahia investigou o potencial antioxidante da hidroxiureia (HU) e seus efeitos na modulação da resposta celular antioxidante. A HU é considerado o fármaco “padrão-ouro” para o tratamento da doença falciforme, uma enfermidade genética do sangue que, em vez de produzir a hemoglobina (Hb) A, produz a hemoglobina denominada S (HbS), que pode estar em homozigose (HbSS) ou em associação com outra hemoglobina variante (p. ex., HbSC, HbSE, HbSE ou talassemias) repercutindo em problemas sistêmicos graves, a exemplo das crises álgicas (decorrentes da vasoclusão) e anemia (decorrente das hemólises).  

Os resultados do trabalho coordenado pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, que tem como primeiro autor Sânzio Santana, estudante egresso do Programa de Pós-graduação em Patologia Humana (PgPAT – UFBA/ Fiocruz Bahia) foram publicados na revista científica Frontiers in Immunology, no tópico Inflammatory Mechanisms of Hemolytic Diseases. Na pesquisa, foi investigado o efeito da HU na neutralização de radicais livres e estimulação de genes antioxidantes em células mononucleares de sangue periférico humano (PBMC) e células endoteliais da veia umbilical humana (HUVEC). 

No artigo, os pesquisadores explicam que a liberação excessiva de heme nas crises hemolíticas, uma molécula pró-oxidante formada por um anel heterocíclico (protoporfirina IX) que contém um átomo de ferro no centro, contribui para a gravidade da anemia falciforme, atuando na oxidação da hemoglobina S (HbS), inflamação e dano tecidual sistêmico. Neste contexto, o heme liberado nas crises hemolíticas merece grande atenção por possuir grande relevância na repercussão fisiopatológica da anemia falciforme, sendo utilizado neste estudo para mimetizar o microambiente hemolítico in vitro. 

Após confirmar o potencial de eliminação de radicais livres pela HU, utilizando o composto radical DPPH na ausência de células, os autores confirmaram esse efeito mostrando a redução significativa nas espécies reativas de oxigênio intracelular em HUVEC tratadas com HU na presença de hemina. Em seguida, os pesquisadores mostraram que a HU foi capaz de induzir a expressão gênica de enzimas antioxidantes em HUVEC e PBMC de forma heterogênea, e as análises de microarranjo em HUVEC sugeriram que essa indução de genes antioxidantes ocorre pela via de sinalização Nrf2. 

Segundo os cientistas, esses achados são de grande importância, expandindo a compreensão sobre os mecanismos primários da HU que costumam ser atribuídos a indução de Hb fetal (HbF) e a liberação de óxido nítrico (NO). No entanto, estudos adicionais in vitro e in vivo serão necessários para validar os desdobramentos funcionais da via antioxidante mediada por Nrf2 proposta pelo presente estudo.

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