14 de abril – Dia Mundial de Combate à Doença de Chagas

Celebrado em 14 de abril, o Dia Mundial de Combate à Doença de Chagas tem como objetivo chamar atenção da população global para uma das doenças tropicais mais negligenciadas em todo o mundo. A data foi instituída em 25 de maio de 2019, durante a 72ª Assembleia Mundial da Saúde (AMS), promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
 
A Fiocruz Bahia tem desempenhado importante papel na realização de pesquisas com significativas descobertas para o diagnóstico e o tratamento da doença e faz parte da equipe do projeto UNITAID e do IntegraChagas. Em 2020, o kit diagnóstico desenvolvido em parceria com o pesquisador da instituição, Fred Luciano Neves, recebeu o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), contribuindo para a melhoria das ações de controle e vigilância epidemiológica.
 
Na instituição, os principais estudos sobre a Doença de Chagas são desenvolvidos por importantes cientistas, como Fernanda Grassi, Fred Luciano Neves, Milena Botelho, Mitermayer Galvão dos Reis, Sonia Andrade e Zilton Andrade (in memorian). Além destes, outros profissionais atuam em variadas funções na instituição, apoiando a realização desses estudos. Dentre eles, Gilmar Ribeiro e Antonio Carlos dos Santos. Em nome de toda a comunidade científica, parabenizamos a todos os pesquisadores, estudantes e demais profissionais que contribuem para o combate da doença.
 

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Dor articular pós-chikungunya limita atividades diárias e causa sofrimento mental

Pesquisadores da Fiocruz Bahia investigaram os fatores de risco para artralgia persistente em pacientes com chikungunya e seu impacto nas atividades cotidianas. Os resultados do estudo, realizado com 153 pacientes de Salvador com diagnóstico da doença, apontaram uma elevada frequência de pessoas com dores nas articulações após 3 meses do início da doença (42,5%) e mesmo após um ano e meio (30,7%).

Chama atenção que 93,8% daqueles que permaneceram com dor articular por mais de três meses disseram ter limitações nas atividades diárias, como pentear o cabelo e vestir a roupa, e 61,5% relataram sofrimento mental, como alterações no humor e sinais de depressão.

A pesquisa, coordenada pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Guilherme Ribeiro, foi descrita em artigo publicado no periódico International Journal of Infectious Disease. A artralgia (dor nas articulações) é um dos sintomas mais comuns da infecção por chikungunya durante a fase aguda da doença. Passada a fase inicial, os sintomas podem desaparecer completamente ou evoluir para artralgia contínua, que persistindo por 3 meses ou mais é classificada como crônica. No estudo, o sexo feminino e a idade foram apontados como os maiores fatores de risco para a dor persistente.

Os pesquisadores explicam que a limitação das atividades cotidianas e o sofrimento físico e mental causados pela persistência da dor articular podem levar a ausência do indivíduo do trabalho ou da escola, perda de emprego, observada para 10% dos pacientes que apresentaram dor crônica, e redução da qualidade de vida, gerando impactos no sistema de seguridade social e na economia.

O trabalho também demonstrou que, apesar do impacto da chikungunya na qualidade de vida dos indivíduos, o acesso a cuidados especializados multidisciplinares, como fisioterapia, reumatologia e psicologia, foi baixo dentre os participantes do estudo, provavelmente em decorrência da oferta limitada desses serviços no sistema público de saúde e da impossibilidade de aquisição no atendimento privado.

Diante desses dados, os pesquisadores ressaltam que o desenvolvimento de novas estratégias para mitigar a transmissão da chikungunya e o fornecimento de assistência médica de longo prazo para esses pacientes é urgente.

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Abertas as inscrições do Edital PIBIC FAPESB 2021

A Coordenação do Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC) da Fiocruz Bahia torna público e convoca a sua comunidade científica e acadêmica para apresentar propostas em resposta ao Edital PIBIC FAPESB – 2021 do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica (PIBIC), apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB), através do sistema de cotas institucionais, em conformidade com a Resolução Nº 003/2020 – Norma específica para Bolsas na modalidade de Iniciação Científica da FAPESB. 
 
As inscrições podem ser realizadas até 02/05/2021. 
 

O Programa concederá bolsas da cota institucional FAPESB/FIOCRUZ com duração de 12 (doze) meses, podendo se candidatar alunos de graduação, regularmente matriculados em instituições de ensino superior localizadas no Estado da Bahia. 

 

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Resposta medular de cães com leishamniose é analisada em tese

Autoria: Bruna Martins Macedo Leite
Orientação: Patrícia Sampaio Tavares Veras
Título da tese: “Resposta medular de cães naturalmente infectados com Leishmania infatum apresentando diferentes desfechos clínicos”
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana
Data de defesa: 22/04/2021
Horário: 09h
Local: Sala virtual do Zoom

 

RESUMO

INTRODUÇÃO: A LVC é uma doença sistêmica de caráter crônico e os animais infectados podem apresentar um quadro clínico severamente debilitante ou uma forma subclínica da doença. Postula-se que, a população canina infectada com L. infantum é composta por três grupos de hospedeiros: cães susceptíveis, cães resistentes e cães latentes. A evolução da doença depende de diversos fatores, entre eles, os mecanismos imunológicos desencadeados após a infecção. O papel que a resposta imune desempenha no contexto da progressão e controle da LVC ainda não é completamente compreendido. Existem evidências de que células mielóides estão envolvidas na promoção e manutenção da resposta inflamatória e esse tema é particularmente interessante no contexto da LVC, em que parasitas infectam diretamente os macrófagos estromais da medula óssea e essa infecção tem sido correlacionada com o aumento da mielopoiese.

OBJETIVO: Caracterizar quanto ao perfil imune celular, a resposta de células da medula óssea de cães naturalmente infectados com L. infantum apresentando diferentes desfechos clínico.

MATERIAL E MÉTODOS: Inicialmente foi realizada a análise longitudinal do perfil hematológico de cães resistentes e de cães susceptíveis acompanhados em um estudo de coorte, utilizando modelos de efeitos aleatórios para dados longitudinais. Posteriormente, foram selecionados do estudo de coorte 8 cães resistentes e 8 cães susceptíveis para reavaliação e caracterização do perfil imune celular da medula óssea, utilizando mielograma e citometria de fluxo, e identificar a expressão de genes nas células da medula óssea, utilizando RNASeq. Também foram incluídos na análise 8 cães não infectados com L. infantum.

RESULTADOS: Na análise longitudinal do perfil hematológico, assim como no hemograma dos cães reavaliados, as hemácias, a hemoglobina e o hematócrito foram variáveis que apresentaram taxas significativamente diminuídas em cães susceptíveis. Na avaliação do mielograma, os animais susceptíveis apresentaram principalmente hipoplasia de células eritróide e nehuma alteração foi encontrada nos mielogramas de cães resistentes. Na imunofenotipagem por citometria de fluxo, o percentual de linfócitos T CD8 foi significativamente maior nos cães resistentes e nos cães susceptíveis, em comparação com os cães não infectados. Na análise do transcriptoma foram identificados 425 genes diferencialmente expressos (DEGs) nas amostras de cães resistentes (resistente versus controle) e 327 DEGs nas amostras de cães susceptíveis (susceptível versus controle). As análises de enriquecimento revelaram que vias relacionadas ao reparo de DNA foram negativamente reguladas nas células da medula óssea de cães susceptíveis, enquanto que vias relacionadas à migração celular foram positivamente reguladas em cães susceptíveis e em cães resistentes. Um algoritmo baseado em aprendizado de máquina foi aplicado e um conjunto de quatro genes (EGR2, FOS, TINAGL1 e ADCY9) identificado, que exibem o maior poder de classificação para descrever cães resistentes e susceptíveis.

CONCLUSÃO: Os cães susceptíveis apresentam alterações hematológicas na medula óssea associadas à anemia comparados com os cães resistentes e as análises de enriquecimento da expressão gênica mostraram que a modulação das vias de reparo de quebra dupla de DNA e de migração celular por células da medula desses cães podem estar associadas à susceptibilidade na LVC.

Palavras-chave: Leishmaniose, cão, resposta medular, sequenciamento.

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Presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, participa de live promovida pela Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres da Bahia

A presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Nísia Trindade Lima, participou de uma live intitulada ‘A pandemia e as mulheres nas ciências’, promovida pela Secretaria Estadual de Política para as Mulheres da Bahia, no dia 30 de março. O encontro, mediado pela secretária Julieta Palmeira, compõe a programação do Março Mulheres 2021.

 

A convidada iniciou a apresentação falando sobre a sua relação com o estado e da admiração por mulheres baianas que têm contribuído para a ciência ao longo dos anos, dentre as quais destacou a secretária Julieta Palmeira e a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves.

 

Primeira mulher a presidir a instituição em 120 anos, Nísia destacou a importância de desempenhar diferentes papéis na ciência e apresentou a experiência da Fiocruz, onde 56% dos funcionários são do gênero feminino. Segundo Nísia, a pandemia tem permitido dar visibilidade ao papel de muitas mulheres que hoje são lideranças na pesquisa frente à Covid-19, atuando em várias posições, ainda que em menor número.

 

A convidada também destacou o esforço dedicado à criação de políticas que promovam maior equidade, apoiadas pelo Comitê de Equidade de Gênero e Raça. “Do ponto de vista de liderança em áreas de tecnologia e de atenção especializada é crescente o número de mulheres. As mulheres são maioria entre pesquisadores, tecnologistas e analistas. Mas ainda temos muitas barreiras a transpor”, informou.

 

Ainda sobre o  destaque das cientistas no contexto da pandemia, a presidente falou sobre o processo de produção da vacina em parceria com a Oxford/Astrazeneca e do importante trabalho de mulheres que estão na linha de frente no controle de qualidade do imunizante e nas etapas para registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

 

Nísia também falou sobre os impactos da pandemia na rotina de mulheres que, em grande parte, precisam conciliar demandas profissionais e familiares. “A primeira questão é dar visibilidade ao problema. Muitas vezes eles não aparecem como algo tão concreto, então nós precisamos demonstrar isso”, afirmou a convidada reforçando que a pandemia acaba por revelar novas desigualdades para as mulheres, especialmente as mulheres negras.

A presidente falou ainda sobre o incentivo à carreira de mulheres através de iniciativas que despertem o interesse em jovens e adolescentes, como o projeto Meninas na Ciência, e das políticas internas para promoção da equidade de gênero, destacando a atenção às especificidades de mulheres em período gestacional ou de amamentação, especialmente durante os processos seletivos. “Nós temos uma política que eu acho que deveria ser de todas as instituições de pesquisa, que é analisar o currículo de mulheres considerando períodos de gestação e amamentação, sem isso é impossível cobrar de uma mulher o mesmo desenvolvimento acadêmico de um homem. Mas temos consciência de que precisamos avançar muito mais”, completou a convidada que chamou atenção para as condições sociais que atravessam a vida de grande parte das profissionais nas mais variadas áreas.

 

Nísia também falou sobre a produção da vacina que, segundo ela, já entrou numa faixa de 900 mil doses produzidas por dia. “Nosso cronograma prevê em torno de 120 milhões de doses por mês. Cada lote produzido leva, em média, 20 dias para ser liberado após a realização de todo o processo de segurança”.

A presidente encerrou falando sobre a necessidade de investir em políticas públicas que ajudem a superar a crise sanitária. “Vamos superar a pandemia, mas é uma doença que permanecerá com uma necessidade de imunização das suas variantes. Precisamos investir cada vez mais em tecnologia. A população precisa mudar seus hábitos”, finalizou.

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Projeto Meninas Baianas na Ciência reúne estudantes da rede pública de ensino em evento virtual

Foi realizado na manhã desta quinta-feira, 25, o evento Meninas Baianas na Ciência, promovido pela Fiocruz Bahia. Com o tema ‘Conectando passado e presente’, a atividade teve início às 9h30, através da plataforma Zoom. Neste ano, devido a pandemia da Covid-19, a atividade aconteceu de forma remota, com transmissão pelo canal da Fiocruz Bahia, no YouTube. O encontro foi marcado pela participação de estudantes de diferentes localidades do estado.

 

A atividade foi iniciada com apresentação da comissão organizadora do evento, formada por Natália Tavares, Karine Damasceno e Isadora Siqueira, que expuseram um pouco de suas trajetórias acadêmicas, destacando a participação no processo de Iniciação Científica e as contribuições dessa experiência para as suas carreiras.

 

Em seguida, a mesa de abertura contou com a presença da Diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, que falou sobre a importância do projeto Meninas Baianas na Ciência para toda a comunidade. “Nós temos que prosseguir e entusiasmar essas meninas para que elas se tornem cientistas. É muito importante que façamos esse despertar”, afirmou.

 

A Vice-Diretora de Ensino, Patrícia Veras, ressaltou a satisfação de ver mulheres ocupando espaços historicamente preenchidos por homens e da necessidade de impulsionar novas carreiras, despertando o interesse ainda no período escolar. “A ciência tem que ser igualitária e esse trabalho que estamos concretizando é para começar uma história dentro da Fiocruz Bahia”, reforçou.

 

A mesa também contou a presença da representante da Secretaria de Educação do Estado da Bahia, a Diretora de Políticas para Educação Superior, Ivanilda Amado, que apresentou algumas ações direcionadas aos alunos do ensino público estadual. Dentre as oportunidades, está o Programa Ciência na Escola, iniciativa que tem como objetivo transformar o ambiente escolar em um local de descobertas e produções científicas, com foco no bem-estar social e no desenvolvimento coletivo.

 

Dando continuidade ao evento, a palestra “A participação das mulheres no desenvolvimento tecnológico no Brasil: A vivência da Fiocruz Bahia”, ministrada por Marilda Gonçalves, abordou as principais ações realizadas pela instituição com objetivo de incentivar e fortalecer a participação das mulheres no desenvolvimento de pesquisas científicas e tecnológicas. A palestrante também apresentou indicadores sociais que revelam as desigualdades enfrentadas pelo gênero feminino, seja no acesso à educação ou no mercado de trabalho, impactando principalmente na vida de mulheres negras.

 

A palestrante falou ainda da ampla atuação de mulheres na comunidade interna da Fiocruz Bahia e em outras unidades espalhadas pelo Brasil, todas elas com ampla atuação e reconhecimento nas mais diversas áreas de produção científica. Marilda finalizou apresentando os inúmeros avanços das mulheres na medicina acadêmica e as principais estratégias para driblar os desafios impostos pelo preconceito de gênero.

 

Mesa redonda discute o papel da mulher na ciência e na sociedade

 

A mesa intitulada ‘O papel da mulher na ciência e na sociedade’, foi iniciada pela professora e pesquisadora da Fiocruz Bahia, Aldina Barral. A convidada dissertou sobre os principais desafios e aprendizados ao longo da sua formação, destacando a sua mudança do estado do Piauí para a Bahia e a sua passagem por diferentes pontos do país realizando importantes estudos sobre a leishmaniose. A convidada também reforçou a importância de se inspirar em outras mulheres, fortalecendo a trajetória uma das outras. “O meu conselho é que as mulheres sejam independentes, não submissas e gostem muito de ler”, afirmou a palestrante.

 

Na sequência, a representante do Odara – Instituto da Mulher Negra, Erika Souza, falou sobre a sua trajetória junto ao instituto fundado a partir de uma perspectiva negra e feminista, dedicado a formação de jovens, mulheres e adolescentes negras. Erika relatou algumas das suas experiências com essas mulheres e as barreiras que lhe são impostas. Segundo ela, ultrapassar esses muros ainda não é a realidade de muitas e por isso a importância de promover ações que ajudem a expandir os horizontes. “O meu sonho é ser referência enquanto profissional do Serviço Social para o movimento de mulheres negras do Brasil e para o movimento social de forma geral, trazendo um processo de transformação na vida das pessoas que eu consiga atingir”, confessou.

 

A professora e pesquisadora da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Estela Aquino, apresentou a sua caminhada acadêmica, falando um pouco sobre as suas escolhas e oportunidades. A convidada apresentou um pouco da sua trajetória acadêmica, iniciada na década de 1970, e os impactos políticos e sociais daquele momento na sua formação profissional e pessoal. Estela falou ainda sobre a urgência de políticas públicas que promovam a equidade de gênero e da importância de incentivar a realização de pesquisas sobre gênero e ciência, apoiando o desenvolvimento das mulheres. A convidada abordou ainda os impactos da pandemia da Covid-19 na jornada das mulheres que, em grande parte, precisam conciliar a vida profissional, tarefas domésticas e cuidados com a família.

 

 

A mesa foi finalizada com a participação da representante da Rede Kunhã Axé, Luciana Leite, que apresentou uma fala voltada para a acessibilidade da ciência. Para a convidada, é interessante apresentar o tema como algo que pode ser divertido e acessível para todos desde a infância, ajudando a desconstruir o estereótipo do cientista como uma figura distante da realidade das pessoas de modo geral. Luciana também falou sobre a importância de criar redes de apoio para meninas e mulheres que estão iniciando suas trajetórias na ciência. “Além da ciência ser incrível porque você está contribuindo para a expansão do conhecimento da humanidade, fazer o que você gosta também traz recompensas. Siga o seu coração e se dedique de verdade ao que você gosta”, aconselhou.

 

Realização de oficinas aproximam participantes da prática científica

 

À tarde, as alunas da rede pública estadual participaram de três oficinas que tiveram como principal objetivo proporcionar um contato mais direto com as atividades científicas. A primeira oficina, sobre genética, foi ministrada pelas convidadas Jaqueline Goes, da Universidade de São Paulo (USP), e Luciane Amorim, da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP). Em seguida, as participantes aprenderam um pouco sobre gamificação na oficina ministrada pela Drª Isa Neves, da Universidade Federal da Bahia (UFBA). E por último as convidadas Soraia Machado e Joice Pedreira, ambas da UFBA, ministraram a oficina sobre microbiologia.

 

Além do compartilhamento de aprendizado, as oficinas foram marcadas por histórias de vida e trajetórias profissionais que começaram com a Iniciação Científica, demonstrando a importância dessa fase para a vida acadêmica. Na oportunidade, as meninas puderam aprender um pouco de como funciona a rotina de uma cientista e os seus principais desafios.

 

Membro da Comissão Organizadora do evento, Natália Machado, falou sobre como foi possível perceber o interesse das participantes e a inspiração na figura das cientistas. “Eu acho que alcançamos o principal objetivo do projeto, mesmo de forma virtual, que era inspirar e motivar jovens estudantes para a vida científica, mostrar para elas que essa é uma possibilidade real de atuação. Muitas palestrantes, inclusive, se disponibilizaram a passar seus contatos e manter uma comunicação com as meninas, então foi uma via de duas mãos, em que todas nós aprendemos muito”, afirmou.

 

Natália também destacou a participação das monitoras do evento, participantes do programa de Iniciação Científica da Fiocruz Bahia e dos Programas de Pós-graduação. Uma das monitoras do evento, Larissa Mendes, disse que estar ao lado de mulheres com trajetórias tão impactantes foi uma experiência gratificante. “Ver os depoimentos de todas me trouxe mais inspiração e certeza de que nós mulheres podemos ir e ser quem a gente quiser. Foi sempre um sonho meu ser cientista, desde pequena, e hoje sigo minha trajetória com muito orgulho. Ver as meninas que estão começando agora ou que sonham com o mesmo objetivo é muito especial”, disse.

 

Para a monitora Yasmin Macêdo, além de inspirar, a experiência também despertou a sua ambição para construir uma história tão brilhante quanto as cientistas convidadas. “Esse projeto demonstrou para as estudantes que elas podem ser o que quiserem e que se optarem pela ciência serão muito bem vindas e acolhidas. A oportunidade de conhecer os meios de ingresso à ciência desde o ensino médio podem fazer a diferença na adesão dessas meninas, as transformando em profissionais mais fortes e qualificadas”, finalizou.

 

Você pode acompanhar as apresentações na íntegra.

 

 

 

 

 

 

 

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Evento ‘Meninas Baianas na Ciência’ será transmitido pelo canal da Fiocruz Bahia, no YouTube

O evento Meninas Baianas na Ciência, realizado no dia 25 de março, às 9h30, será transmitido para toda a comunidade, através do canal da Fiocruz Bahia, no YouTube. A mesa de abertura contará com a presença da Diretora da instituição, Marilda Gonçalves, da Vice-Diretora de Ensino, Patrícia Veras e da representante da Secretaria de Educação do Estado da Bahia, Ivanilda Cardoso.

A atividade contará ainda com a palestra “A participação das mulheres no desenvolvimento tecnológico no Brasil: a vivência da Fiocruz Bahia”, ministrada por Marilda Gonçalves. A programação será encerrada com uma mesa redonda formada pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Aldina Barral, pela professora e pesquisadora da UFBA, Estela Aquino, pela representante da Rede Kunhã Axé, Luciana Leite e pela representante da Rede Odara,  Érika Souza.

 

 

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Produção científica sobre Covid-19 e desigualdades sociais são tema de aula inaugural da Fiocruz Bahia

O semestre letivo 2021.1 da Fiocruz Bahia foi iniciado nesta quarta-feira, 17. Para dar as boas vindas aos novos alunos, a instituição promoveu uma aula inaugural seguida de uma roda de conversa. O evento, realizado às 9h, através da plataforma virtual Zoom, contou com a presença de discentes, professores, coordenadores e colaboradores do Programa de Pós-graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PGBSMI), Deborah Fraga e Luciano Kalabric; do Programa de Pós-Graduação em Patologia Humana e Patologia Experimental (PGPAT), Valéria Borges e Clarissa Gurgel e do Mestrado Profissional em Pesquisa Clínica e Translacional (PPGPCT), Conceição Almeida e Edson Moreira.

 

A Vice-Diretora de Ensino e Informação, Patrícia Veras, iniciou o evento agradecendo a presença de todos os participantes. Em seguida, a Diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, recepcionou os discentes, apresentando um pouco do Instituto Gonçalo Moniz e da estrutura disponível para a realização de pesquisas. Marilda também reforçou a importância de formar novos profissionais que possam atuar em futuras investigações científicas. “Os nossos pesquisadores mais novos têm dado uma colaboração excepcional e muitos deles foram nossos alunos egressos de nossos programas de pós-graduação”, enfatizou.

 

O evento também contou com a presença das representantes da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Maria Cristina Guillam e Márcia Silveira. A Coordenadora Geral de Educação, Cristina Guillam, falou sobre a necessidade de discutir a pandemia da Covid-19, levando em consideração a sua relação com os marcadores sociais que atravessam grande parte da população. O evento foi marcado pela palestra ‘A produção científica sobre Covid-19 e as desigualdades sociais’, ministrada pela professora do Instituto de Saúde Coletiva  (ISC/UFBA), Estela Aquino e foi mediada pela pesquisadora Conceição Almeida.

 

Estela Aquino – Cidacs – ISC/UFBA

A palestrante apresentou um panorama da pandemia, traçando uma linha cronológica a partir do primeiro caso de Covid-19 confirmado no Brasil e os seus impactos na produção científica. Estela falou sobre a constante mudança no cenário e os desafios enfrentados. “Qualquer coisa que a gente fala atualmente sobre a pandemia, sobre a Covid-19, é necessariamente provisória. Aquilo que a gente está habituado a conviver quando estamos discutindo ciência se agudiza muito, exatamente pela velocidade com que as coisas estão ocorrendo e como os conhecimentos estão sendo produzidos”, afirmou.

 

Segundo a convidada, com o início da pandemia em 2020, além de todas as mudanças na saúde pública mundial, notou-se também um aumento exponencial na produção científica na busca por respostas para o controle da pandemia. Segundo ela, na medida em que o número de casos aumentou, cresceu também a quantidade de estudos relacionados ao tema. Estela destacou ainda as principais mudanças ocorridas no contexto da produção científica como a distribuição mais rápida de financiamento para a realização de pesquisas, a aceleração dos mecanismos de revisão por pares, priorizando as publicações sobre Covid-19, o aumento das cooperações científicas e a abertura do acesso às publicações sobre o tema.

 

Dentre os principais pontos abordados pela professora está a necessidade de estudar os determinantes sociais que influenciam na maneira como a população é afetada pela pandemia, tornando importante considerar posição social, gênero e raça enquanto categorias analíticas. Segundo a convidada, a produção e a divulgação dos conhecimentos científicos precisaram se adequar ao novo contexto de vida, sendo necessário aderir a novos métodos de revisão e publicação que sejam mais rápidos, mas assegurem a qualidade e a credibilidade das abordagens. A pesquisadora destacou também diferenças de gênero na autoria das publicações científicas sobre Covid-19, ressaltando a dificuldade das mulheres em conciliar as atividades de pesquisa em tempos de pandemia.

 

Roda de conversa apresenta as principais ações de Ensino

 

Na sequência, Patrícia Veras apresentou as ações de sucesso implementadas pela equipe de Ensino em parceria com a Assessoria de Comunicação (Ascom), com o apoio da Diretoria do IGM da Fiocruz Bahia desde 2019 e que seguem se aprimorando a cada ano. Dentre estas ações, foram citados: o #Papo Acadêmico, um espaço permanente de diálogo entre a equipe de ensino e os discentes; o Prêmio Gonçalo Moniz; capacitação do corpo docente e discente pela oferta de cursos de metodologias ativas de ensino e da disciplina de Didática Especial em parceria com o professor Daniel Manzoni; a oferta do curso de Divulgação Científica e lançamento do Edital 2021.

 

Foram citados ainda, as ações realizadas no contexto da pandemia da Covid-19, como os Seminários Integrados sobre Sars-Cov2, que contou com a participação de 96 discentes, sendo 79 da pós-graduação e 17 da Iniciação Científica. A vice-diretora ressaltou ainda a participação dos discentes como voluntários na Plataforma Diagnóstico Molecular para Covid-19.

 

Outro momento que marcou o evento e emocionou os presentes foi a homenagem póstuma aos alunos: Eric Page (PGPAT) e Fabiano Simões (PGBSMI), realizada pelos professores Clarissa Gurgel e Luciano Kalabric, respectivamente. “A equipe de Ensino do IGM Fiocruz seguirá apoiando nossa comunidade acadêmica discente em mais um ano desafiador. Seguiremos juntos”, declarou Patrícia Veras.

 

Para acompanhar a aula na íntegra, clique aqui.

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Projeto “Meninas baianas na ciência” prorroga o prazo de inscrições até o dia 19/03

 

Foi prorrogado até o dia 19 de março o prazo para as inscrições do projeto “Meninas baianas na ciência: conectando passado, presente e futuro”. Podem participar meninas do 1º ao 3º ano do Ensino Médio matriculadas na rede pública do Estado da Bahia. A inscrição deve ser realizada neste link. Estão sendo disponibilizadas 150 vagas.

Organizado pelas pesquisadoras da Fiocruz Bahia Isadora Siqueira, Karine Damasceno e Natália Tavares, o objetivo do projeto é incentivar meninas a conhecerem e se interessarem por áreas de ciência, tecnologia e inovação, terem exemplos de atuação de mulheres na ciência nos quais possam se inspirar, além de fortalecer e divulgar o papel das mulheres nas áreas de ciências em saúde.

As atividades propostas, que vão ocorrer no dia 25 de março, a partir das 9h30, através da sala virtual do Zoom, permitirão que as meninas participantes tenham a oportunidade de conhecer mulheres cientistas e suas trajetórias, além de participarem de palestras e oficinas virtuais em temas relacionados à ciência em saúde.

Clique aqui e confira as oficinas, palestras e as cientistas que irão ministrá-las.

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PROIIC divulga edital PIBIC e PIBITI CNPq 2021

A coordenação do Programa Institucional de Iniciação Científica do Instituto Gonçalo Moniz – PROIIC informa que foram abertas as inscrições para solicitação de bolsas de Iniciação Científica nos Editais PIBIC e PIBITI CNPq 2021.

Os Editais estão disponíveis nos endereços: http://www.pibic.fiocruz.br e http://www.pibiti.fiocruz.br

A coordenação do PROIIC solicita especial atenção aos prazos, este ano as inscrições para Renovação seguem até 9 de abril de 2021 e para Bolsas Novas o período será de 12 de abril a 13 de maio de 2021.

Os formulários para inscrição on-line deverão ser preenchidos para bolsas novas, renovação e para os bolsistas que ingressaram nos programas por substituição/banco de reserva no mês de fevereiro.

Após o pedido de renovação da bolsa, os bolsistas que integram os Programas Institucionais de Iniciação Científica e de Desenvolvimento Tecnológico já estarão inscritos na 29ª Reunião de Avaliação Científica (RAIC 2021), sendo necessária a consulta do regulamento e agendamento no endereço http://www.pibic.fiocruz.br/raic.

Qualquer dúvida pertinente a estes editais deve ser esclarecida através do e-mail proiic@fiocruz.br .

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Pesquisador da Fiocruz Bahia é considerado maior especialista em leishmaniose cutânea do mundo

O pesquisador da Fiocruz Bahia, Edgar Marcelino de Carvalho, foi considerado, pelo site Expertscape, como o maior especialista em leishmaniose cutânea do mundo. A classificação foi feita com base nas publicações científicas, tendo sido documentado que o cientista publicou 84 artigos sobre o tema, durante os anos de 2010-2021. No ranking com 66 cientistas que mais publicaram sobre a leishmaniose cutânea no mundo, também constam os pesquisadores da Fiocruz-Bahia, Lucas Pedreira de Carvalho, Aldina Prado Barral e Manoel Barral-Netto.

 

Na área da leishmaniose cutânea, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) é a instituição com pesquisadores mais bem colocados mundialmente. A classificação foi baseada na quantidade e qualidade dos artigos científicos, por meio de pesquisa no banco de dados do PubMed onde foram identificados todos os artigos de periódicos médicos publicados nos últimos dez anos. O site Expertscape funciona como um buscador que classifica profissionais e instituições por sua experiência em mais de 29.000 tópicos biomédicos. Dividido por categorias, a lista é ordenada pela quantidade relativa de experiência de cada região, instituição ou especialista. Clique aqui para conferir.

 

A leishmaniose é uma das doenças mais negligenciadas no mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). A enfermidade é causada por protozoários do gênero Leishmania que causam várias formas clínicas da leishmaniose, classificadas em dois grandes grupos: a leishmaniose tegumentar, que acomete a pele e as mucosas, e a leishmaniose visceral (ou calazar) onde parasitos são encontrados principalmente no baço, medula óssea, gânglios linfáticos e fígado.

Os estudos na Fiocruz Bahia tem como foco a interação Leishmania-hospedeiro (humano e canino), o desenvolvimento de tecnologias aplicadas ao diagnóstico e ao controle da doença (novas drogas e vacinas). As pesquisas também estão voltadas para investigação de aspectos básicos da biologia do parasito, bem como de aspectos relacionados à patogênese e à inflamação.

Sobre o pesquisador

 

Edgar Marcelino de Carvalho nasceu em Salvador, Bahia, e é graduado em Medicina pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Fez especialização em Reumatologia e Imunologia pela University of Virginia (EUA), mestrado e doutorado em Medicina e Saúde pela UFBA e pós-doutorado em Imunologia no Weill Cornell Medical College (EUA).

 

É pesquisador da Fiocruz Bahia e do Serviço de Imunologia do Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos e Professor Titular aposentado da UFBA e da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. É também Professor Adjunto do Weill Cornell Medical College (EUA) e Professor Adjunto da University of Iowa (EUA). Tem como principais áreas de atuação o estudo da imunopatogênese das leishmanioses, imunopatologia e manifestações clínicas associadas à infecção pelo HTLV-1, imunopatogênese da esquistossomose, influência das helmintíases na resposta imune das doenças inflamatórias crônicas e doenças auto-imunes e Imunoterapia nas doenças infecciosas.

 

É Coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Doenças Tropicais (INCT-DT), membro da Academia Brasileira de Ciências, da Academia de Ciências da Bahia e Coordenador de um dos 6 Centros de Pesquisa em Medicina Tropical financiados pelo National Institutes of Health (NIH). Foi agraciado por diversos prêmios, dentre eles o Prêmio Sendas de Saúde (1993) pelas suas contribuições na imunologia das doenças parasitárias, o de Comendador na Ordem Nacional do Mérito Científico, pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, em 2005, e o Prêmio Roberto Santos de Mérito Científico, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), em 2018.

 

 

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Primeira necropsia minimamente invasiva da Bahia é realizada em projeto de Covid-19

A primeira necropsia minimamente invasiva realizada no estado da Bahia teve como objetivo examinar órgãos para avaliar a causa da morte em um paciente com complicações pela Covid-19. O procedimento foi feito pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Geraldo Gileno, em conjunto com uma equipe de pesquisadores e estudantes da instituição, em parceria com o Instituto Couto Maia, no dia 12 de fevereiro.

A iniciativa faz parte do projeto COVPEM que analisa como o organismo lida com a infecção ocasionada pelo coronavírus. O estudo procura entender como é possível reconhecer precocemente se o paciente possui risco de evoluir para um quadro grave da doença e quais as possíveis estratégias para reverter este prognóstico. O projeto, coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Washington Santos, é realizado com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (FAPESB), do Programa Inova Fiocruz e do Instituto Couto Maia, através da diretora, Ceuci Nunes, e da médica residente, Lilian Verena da Silva Carvalho.

“Estamos inaugurando, na Bahia, a realização desse tipo de procedimento para adquirir conhecimentos sobre a Covid-19. As informações obtidas serão passadas aos clínicos para colaborar com a melhoria do tratamento dos pacientes. Futuramente, pensamos em utilizar esse tipo de técnica para vigilância epidemiológica de diversas doenças, dando subsídio para ações das autoridades de saúde a partir da otimização da identificação das causas de morte”, explica o pesquisador.

Necropsias ou autópsias são realizadas para se descobrir as causas da morte, estudar as doenças e aperfeiçoar os conhecimentos na medicina. De acordo com o pesquisador, o número de autópsias convencionais vem diminuindo em todo o mundo, os motivos são: os custos elevados, os familiares nem sempre concordam com a realização do procedimento por questões religiosas e culturais, o avanço no uso de diagnóstico por imagem, como tomografia computadorizada e ressonância magnética, e o surgimento de diversos exames laboratoriais.

“Quando as autópsias convencionais são realizadas descobre-se que alguns diagnósticos não foram feitos corretamente ou que o tratamento de alguns pacientes não foi o correto. Mesmo hoje em dia, a discrepância entre os achados clínicos e os achados de autópsia ainda ocorre em cerca de 15% dos casos. Portanto, autópsias ainda são necessárias para o avanço da medicina. Além disso, são importantes na identificação de doenças e causas de morte e alocação de recursos do Estado na área da saúde e para estudo de epidemias e novas doenças, como a Covid-19”, conta o pesquisador.

Nesse cenário, pesquisadores buscam o desenvolvimento de novas técnicas menos invasivas para a obtenção de informações médicas. Dentre essas, está a autópsia minimamente invasiva guiada por ultrassonografia, desenvolvida por Paulo Saldiva, professor do Departamento de Patologia, da Universidade de São Paulo, pioneiro no estabelecimento de novas técnicas para necropsias, com quem Geraldo Gileno obteve a expertise através de treinamento. “Na medida em que melhorarmos as nossas habilidades e estivermos realizando com sucesso os procedimentos, nós pretendemos treinar médicos patologistas, inclusive de regiões mais afastadas da capital do estado, através de cursos e oficinas”, afirma.

Vantagens

A necropsia minimamente invasiva apresenta algumas vantagens com relação ao método tradicional, pois é mais simples, barata e segura para a equipe que a realiza. O pesquisador explica que as necropsias tradicionais são realizadas a partir de extensas incisões no corpo, que pode, por exemplo, ir do pescoço ao púbis, para a retirada e exame dos órgãos. 

Com a nova técnica, amostras de vários órgãos, como coração, pulmões, fígado, pâncreas, intestinos e glândulas salivares, são coletadas com agulhas. “A coleta pode ser feita quase que em qualquer local, por uma equipe pequena, apenas com a introdução de uma agulha, quase sem causar alterações no corpo, sendo mais aceitável pelas famílias”, comenta Geraldo Gileno.

As amostras coletadas pela necropsia minimamente invasiva também podem ser analisadas por diversas técnicas usadas no estudo de necropsias convencionais, como microscopia ótica e eletrônica, além de permitir analisar a quantidade de vírus e avaliar características genéticas. Aspectos genéticos regionais podem influenciar no desfecho da infecção pelo coronavírus, também por isso a importância desse tipo de estudo da Covid-19 ser realizado no estado. “Podemos analisar se o paciente pode ter um gene que o predispõe a uma forma mais grave da infecção e, por exemplo, como os genes ligados à inflamação se expressam”, conta o pesquisador.

 

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Fiocruz Bahia vai realizar estudo com células-tronco para tratamento de doenças neurológicas

A pesquisadora da Fiocruz Bahia, Milena Soares, coordena o projeto.

O projeto “Aplicação de células-tronco em estudos pré-clínicos de regeneração e melhora funcional para doenças neurológicas causadoras de deficiências cognitivas, motoras e visuais”, da Fiocruz Bahia, contemplado no âmbito do Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (PRONAS/PCD), do Ministério da Saúde, pretende ampliar os conhecimentos sobre os mecanismos que possibilitem o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas em doenças neurológicas, como autismo e microcefalia. O objetivo também é desenvolver terapias celulares para tratamento de pacientes acometidos por lesão de nervo óptico, por acidente vascular encefálico (AVE) ou por esclerose lateral amiotrófica (ELA).

Coordenado pelas pesquisadoras Milena Soares e Rosalia Mendez-Otero, o projeto será realizado por pesquisadores e estudantes, de mestrado e doutorado, da Fiocruz Bahia e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Segundo Milena, os resultados servirão de fundamentação de novos tratamentos para pacientes portadores de doenças crônico-degenerativas do sistema nervoso. “O estudo pretende encontrar novas terapias e medicamentos que possam promover melhora ou reduzir a evolução dessas doenças causadoras de deficiências graves. Atualmente, não existem medicamentos disponíveis e há uma necessidade médica de novas terapias”, explica a pesquisadora.

Para o estudo do autismo, serão produzidas linhagens de células-tronco pluripotentes induzidas (iPSC) de voluntários portadores de mutações associadas ao autismo. Essas células serão caracterizadas e utilizadas em ensaios de diferenciação neuronal e análises funcionais para a identificação de possíveis mecanismos causadores da doença. Também será realizado ensaio de triagem de moléculas neuroprotetoras em células-tronco neurais infectadas pelo vírus Zika.

A terapia com células-tronco mesenquimais obtidas da geléia de Wharton, substância presente no cordão umbilical, será testada para tratamento de acidente vascular encefálico hemorrágico e na ELA, em animais. No caso do AVE, será avaliada a biodistribuição das células, assim como o seu efeito terapêutico, em comparação com um grupo controle. Na ELA, utilizando uma linhagem de camundongos transgênica no qual é superexpressa uma proteína relacionada com a forma familiar da doença, espera-se que a terapia possa gerar um ambiente anti-inflamatório na medula espinhal, atrasando e/ou paralisando a progressão da doença.

Além disso, a terapia com células-tronco mesenquimais e com células geneticamente modificadas serão avaliadas em modelo de lesão de nervo óptico em um modelo clássico de glaucoma – a segunda causa de cegueira no mundo. Serão feitas análises histológicas e celulares visando comparar os efeitos das terapias com as diferentes linhagens e identificação de um melhor protocolo terapêutico.

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Pesquisadora da Fiocruz Bahia é autora de 3 capítulos em livro tradicional de infectologia

A 6ª edição do 1º volume do livro Tratado de Infectologia conta com 3 capítulos de autoria da pesquisadora da Fiocruz Bahia, Leila Campos. A publicação da editora Atheneu, organizada por Roberto Focaccia, é amplamente utilizada por estudantes da graduação de medicina e outras áreas da Saúde.

Os capítulos 43, 60 e 61, o primeiro elaborado pela cientista em conjunto com Roberto Focaccia, tratam de aspectos microbiológicos e patogênicos da doença meningocócica, das salmoneloses e das shigeloses, respectivamente. Mais conhecida como meningite, a doença meningocócica é uma inflamação das meninges, que são as membranas que envolvem o cérebro. A salmonelose é causada pela bactéria Salmonella que causa intoxicação alimentar e pode provocar graves infecções. Já as shigeloses são causadas pelas bactérias Shigella que acometem o intestino.

O livro é uma das obras tradicionais brasileiras de Infectologia tendo formado gerações de infectologistas desde a década de 1950, sob o título Doenças Infecciosas e Parasitárias. A publicação de 2 volumes contou com 422 colaboradores e possui 122 capítulos e 2.704 páginas.

Bióloga, Leila Campos possui doutorado em Microbiologia e Imunologia, pela Universidade Federal de São Paulo, e pós-doutorado, pela Universidade de São Paulo. Atualmente é pesquisadora em saúde pública da Fiocruz Bahia e faz parte do quadro permanente do Programa de Pós-graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI), da mesma instituição. Tem experiência na área de microbiologia médica, nos seguintes temas: enterobactérias, fatores de virulência e patogenicidade bacteriana, resistência a antimicrobianos. Atualmente desenvolve pesquisas envolvendo a epidemiologia molecular de B. pertussis e N. meningitidis.

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Produção científica sobre Covid-19 e as desigualdades sociais é tema da aula inaugural da Fiocruz Bahia

A aula inaugural da Fiocruz Bahia acontece no dia 17 de março, às 9h, através do Zoom. A palestra terá como tema “A produção científica sobre Covid-19 e as desigualdades sociais” e será ministrada por Estela Aquino, professora do Instituto de Saúde Coletiva (ISC/ UFBA) e pesquisadora associada do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs), da Fiocruz Bahia.

Clique aqui e inscreva-se.

O evento, que marca o início das atividades acadêmicas da instituição, terá abertura realizada pela diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, e contará também com uma roda de conversa com os estudantes. O encerramento será realizado pela vice-diretora de Ensino, Patrícia Veras.

A palestrante

Formada em Medicina, Estela Aquino tem mestrado em Medicina Social, pelo  Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/UERJ), e doutorado em Saúde Coletiva, pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA). É professora titular aposentada e Professora Participante Especial do Programa Especial de Participação de Professores Aposentados (PROPAP) da UFBA. É Membro Titular da Academia de Ciências da Bahia. 

De 1990 a 2018, foi coordenadora do MUSA – Programa Integrado de Ensino, Pesquisa e Cooperação Técnica em Gênero e Saúde, que integra a estrutura matricial do Instituto de Saúde Coletiva. Desde 2018, participa do Grupo de Pesquisa em Saúde Global sobre Políticas e Desigualdades em Saúde do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz). É pesquisadora do “Elsa-Brasil: Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto”. Atualmente, está na coordenação executiva da Rede CoVida – Ciência, Informação e Solidariedade, um projeto de colaboração científica e multidisciplinar (Cidacs/Fiocruz Bahia/ UFBA) focado na pandemia de Covid-19. 

Em 2009, foi agraciada com a Homenagem 25 Anos da Saúde da Mulher e Cairo + 15, pelo Ministério da Saúde, por sua significativa contribuição aos últimos 25 anos de conquistas e avanços na Saúde da Mulher no Brasil e por sua iniciativa em defesa da equidade e respeito de gênero para os direitos humanos das mulheres. Atua na área de saúde coletiva, com ênfase em epidemiologia. Os termos que melhor definem sua produção são: gênero e saúde, saúde de adultos, saúde reprodutiva, saúde e trabalho, epidemiologia.

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Projeto “Meninas baianas na ciência” abre inscrições para estudantes do Ensino Médio

Estão abertas, até dia 15 de março de 2021, as inscrições do projeto “Meninas baianas na ciência: conectando passado, presente e futuro”. Podem participar meninas do 1º ao 3º ano do Ensino Médio matriculadas na rede pública do Estado da Bahia. A inscrição deve ser realizada neste link. Estão sendo disponibilizadas 150 vagas.

Organizado pelas pesquisadoras da Fiocruz Bahia Isadora Siqueira, Karine Damasceno e Natalia Tavares, o objetivo do projeto é incentivar meninas a conhecerem e se interessarem por áreas de ciência, tecnologia e inovação, terem exemplos de atuação de mulheres na ciência nos quais possam se inspirar, além de fortalecer e divulgar o papel das mulheres nas áreas de ciências em saúde.

As atividades propostas, que vão ocorrer no dia 25 de março, a partir das 9h30, através da sala virtual do Zoom, permitirão que as meninas participantes tenham a oportunidade de conhecer mulheres cientistas e suas trajetórias, além de participarem de palestras e oficinas virtuais em temas relacionados à ciência em saúde.

Clique aqui e confira as oficinas, palestras e as cientistas que irão ministrá-las.

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Rede CoVida realiza webinário sobre os desafios da pandemia em quatro capitais

Toque de recolher ampliado e ocupação quase total de UTIs em Salvador. Mais de 9 mil casos ativos em tendência ascendente e 88% dos leitos de UTI ocupados na Grande São Luís. Comércio parcialmente reaberto e redução de postos de vacinação em Manaus, mesmo ainda na fase vermelha de risco da Covid-19. Já a cidade do Rio ultrapassou os São Paulo em números de mortes pelo Covid-19.   

Diante do agravamento da pandemia, especialmente nessas cidades, a Rede CoVida realiza o webinário “Desafios da pandemia de covid-19 em Manaus, São Luís, Salvador e Rio de Janeiro” nesta quinta, dia 25 de fevereiro, às 16h. As inscrições podem ser feitas por este link  https://bit.ly/2M5ymnh e o evento será transmitido pelo Zoom e pelo canal do Cidacs/Fiocruz Bahia no Youtube. 

Confira os palestrantes e as apresentações: 

– Jesem Orellana (Fiocruz Amazônia): “Trajetória da epidemia de covid-19 em Manaus: reflexões e desafios para um amanhã incerto em tempos de mutações virais ameaçadoras” 

– Antônio Silva (UFMA): “Pandemia da Covid-19 em São Luís: magnitude, tendências e decisões em meio às incertezas”;  

 Maria Yury Ichihara (Cidacs/Fiocruz/Rede CoVida): “Cenário da pandemia de Covid-19 em Salvador” 

– Cláudia Travassos (ICICT/Fiocruz): “O Rio de Janeiro da Pandemia 

Mediação: Estela Aquino (UFBA/Rede CoVida) 

“Desafios da pandemia de covid-19 em Manaus, São Luís, Salvador e Rio de Janeiro” 
Data: 25/02, 16h 
Inscrições: https://bit.ly/2M5ymnh 
Transmissão: Zoom e canal do Cidacs/Fiocruz Bahia no Youtube

 

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Perspectiva histórica e desafios das mulheres na ciência são destaques de palestra ministrada pela presidente da Fiocruz

A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, ministrou a palestra especial, “Gêneros e carreiras científicas: a experiência da Fiocruz”, no dia 12 de fevereiro. A sessão ocorreu de forma virtual, pela plataforma Zoom, como parte da programação realizada em comemoração ao Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência (11/02). O encontro foi mediado pela vice-diretora de Pesquisa da Fiocruz Bahia, Camila Indiani, e contou com a participação da diretora da unidade, Marilda Gonçalves, que apresentou a palestrante.

“A nossa presidente é um exemplo importante da luta da mulher na ciência”, declarou Marilda. Nísia Trindade é a primeira mulher a ocupar a Presidência da Fundação em seus 120 anos de existência e, esse ano, após a eleição, foi reconduzida ao cargo para os próximos 4 anos. “É uma honra ter Marilda Gonçalves na direção do Instituto Gonçalo Moniz e, como mulher, é emocionante ver a consolidação da nossa liderança na instituição”, afirmou a presidente.

A palestra teve início com a exibição do documentário “Mulheres na Fiocruz: Pioneiras”, produzido pela Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), que conta a trajetória individual de 6 mulheres que se destacaram por seu pioneirismo nas atividades de ensino e pesquisa na instituição entre as décadas de 1940 e 1980 e de como protagonizaram o caminho para as gerações seguintes. “O filme nos faz refletir, em perspectiva histórica, sobre as dificuldades das mulheres na carreira científica, na ocupação desse espaço. Outras mulheres antecederam as homenageadas do filme, porém foi principalmente na década de 50 que os caminhos começaram a se abrir à carreira científica. No filme, vemos também a dificuldade de muitas dessas mulheres quanto à origem social, por serem imigrantes, pobres, e como a partir da educação foi possível esse percurso”, pontuou a presidente.

Segundo Nísia Trindade, mulheres de gerações posteriores também enfrentaram preconceito, ainda que tenham vivido o processo de emancipação das mulheres iniciado nos anos 1960. “Hoje, em todo o mundo, vemos uma realidade em que as mulheres ocupam cerca de um terço da atividade científica. Vemos também que, no Brasil, ainda que em instituições como a Fiocruz as mulheres sejam maioria, elas não ocupam, na devida proporção, os cargos de alta direção, sendo cerca de um terço desses cargos ocupados por elas”. 

A presidente da Fiocruz falou sobre o fato de ser a primeira mulher a ocupar esse cargo na instituição e destacou a importância das políticas públicas para que mulheres alcancem os cargos de direção. “Devemos homenagear trajetórias individuais, mas o que cabe fazer, no caso de mulheres que alcançaram essas posições como eu, é colocar de uma forma clara a necessidade de políticas institucionais e de políticas públicas que garantam as carreiras científicas para as mulheres e, efetivamente, a equidade de gênero que, ao lado da equidade de raça, é um dos princípios que orientam a nossa gestão”, comentou.

De acordo com a palestrante, um dos ensinamentos da história é que não existe caminho linear de progresso, por isso é necessário ter um trabalho constante para assegurar as posições já conquistadas pelas mulheres, ampliá-las e abrir espaço para as mulheres de todas as classes sociais. Trindade também mencionou a importância de ações voltadas para criar um ambiente cultural não permissivo para a discriminação contra as mulheres e avançar em medidas já existentes, como a avaliação acadêmica diferenciada em tempos de primeiros cuidados com os filhos.

Para a presidente, os efeitos da pandemia da Covid-19, nas questões dos direitos e da equidade de gênero, proporcionaram reflexões importantes. As mulheres de modo geral, bem como as mulheres de carreiras científicas, têm sofrido com o trabalho remoto, dado o acúmulo de trabalho com a realidade doméstica, uma vez que a divisão de tarefas geralmente as desfavorece. Outro fator é o crescimento da violência contra a mulher, que tem se mostrado um dos indicadores consideráveis do efeito negativo da pandemia. 

“Sabemos que, em realidades de forte desigualdade social, o comportamento da doença, a transmissão e seu impacto social são diferentes. Em todo o mundo se discute que esses tempos de pandemia têm demonstrado um possível retrocesso em relação a muitos objetivos do desenvolvimento sustentável da Agenda 2030, entre eles os que se referem à equidade de gênero. Assim como alguns indicadores que melhoraram ao longo do tempo, como mortalidade infantil e a superação dos quadros de fome, que também podem sofrer uma grave regressão”, afirmou. 

Nísia Trindade lembra que o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência é uma data para ser celebrada, mas também um dia de compromisso diante do que ainda precisa ser conquistado. “Ainda que tenhamos essa mensagem inspiradora do filme dessas 6 mulheres, não podemos descansar, porque não existe um futuro promissor. O que existe é um trabalho incessante de espaços a conquistar, de projetos educacionais e de busca para uma equidade efetiva”, declarou.

A palestra está disponível no canal do Youtube da Fiocruz Bahia, confira!

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Modelos matemáticos desenvolvidos na Bahia são publicados na Nature

Diante da emergência sanitária causada pela Covid-19, um grupo de pesquisadores de modelagem matemática do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde  (Cidacs/Fiocruz Bahia) desenvolveu modelos matemáticos capazes de prever a infraestrutura hospitalar necessária durante a primeira onda da pandemia de coronavírus.

Os resultados foram publicados no dia 11 de janeiro na revista científica Nature Communications, umas das mais respeitadas pela comunidade científica. O modelo criado na Bahia reúne informações sobre a realidade local da dinâmica de transmissão do vírus e permite avaliar a capacidade de resposta dos serviços de saúde do estado em termos de quantitativo de leitos necessários para atendimento dos casos severos e graves da doença. O estudo foi desenvolvido no âmbito dos esforços conduzidos na Rede CoVida – Ciência, Informação e Solidariedade.

Denominado SEIIHURD, o modelo considera oito estágios da infecção por SARS-CoV-2, o agente causador da Covid-19: 1º indivíduos suscetíveis ao vírus (ou seja, saudáveis), 2º aqueles que serão expostos, 3º os que serão infectados com sintomas, 4º os que serão infectados e serão assintomáticos, 5º hospitalizados requerendo leitos clínicos, 6º os hospitalizados requerendo leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), 7º recuperados e, eventualmente, indivíduos que, acometidos por doença grave, foram ao oitavo estágio: o óbito.

“O que a gente quis foi incorporar o contexto da Bahia, sabendo que não daria para implementar medidas muito rígidas que levassem a um controle da transmissão em nível ‘ótimo’. Mas sim subsidiar os tomadores de decisão com informações que evitassem o colapso dos serviços de saúde no estado”, explica a líder do estudo, a pesquisadora associada do Cidacs, Juliane Oliveira, doutora em matemática. 

“O esforço interdisciplinar do grupo permitiu a obtenção de um modelo que reflete a complexidade da Covid-19, confirmando o papel fundamental que indivíduos assintomáticos têm na cadeia de transmissão do SARS-CoV-2”, ressalta Pablo Ramos, doutor em modelagem computacional, pesquisador do Cidacs/Fiocruz Bahia e co-autor da pesquisa.

Por volta de abril de 2020, as medidas de distanciamento foram reforçadas no estado, e esse mesmo grupo já revelava que, quando a mobilidade de pessoas assintomáticas é relaxada, poderíamos notar um aumento de cerca de 50% no número de casos e 37% no de óbitos. Igualmente, as necessidades clínicas e de leitos de UTI aumentariam em 75% e 87,5%, respectivamente. 

Os resultados revelam estratégias, informadas pelo modelo, sobre como lidar com cenários onde medidas preventivas são aplicadas para diminuir as taxas de transmissão (em vários níveis) antes e após o colapso do sistema de saúde, demonstrando que medidas tardias requerem intervenções mais severas a fim de retomar a capacidade de atendimento do sistema de saúde. A técnica matemática chama atenção pelo seu potencial para ser adaptada em vários contextos, sendo especialmente útil em regiões com recursos econômicos limitados, e que provavelmente terão que coexistir com a circulação do vírus por maior tempo na ausência de uma vacina aplicada em larga escala.

Questionada se diante do recrudescimento de casos de Covid-19 no início de 2021, o estado deveria retomar as medidas mais intensas de controle, Juliane Oliveira lembrou que resultados obtidos pelo grupo (disponíveis em formato pre-print) mostram que, quando as medidas governamentais são tomadas e há um relaxamento, os efeitos, em termos de adesão populacional, são mais baixos que na primeira vez. “E estamos falando de quase um ano nessa situação, para que o estado possa intensificar as medidas, a essa altura teria que dar um suporte maior à população, considerando as fragilidades socioeconômicas, e uma fiscalização nas ruas ainda maior, o que seria muito difícil agora”, comenta a pesquisadora. 

Formado por biólogos, cientistas da computação, estatísticos, epidemiologistas, físicos e matemáticos, o Grupo de Modelagem da Rede CoVida e hoje do Cidacs, integra conhecimentos destes vários campos da Ciência e os aplica ao estudo em tempo real da dinâmica e controle da Covid-19.

 

Acesse o link do artigo: https://www.nature.com/articles/s41467-020-19798-3

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