Tese investiga moléculas diferencialmente expressas em neoplasias mieloproliferativas

Autoria: Rifkath Marie Laurence Rahimy
Orientação: Dalila Lucíola Zanette
Título da tese: “Rastreamento de moléculas diferencialmente expressas em neoplasias mieloproliferativas”.
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana e Experimental
Data de defesa: 22/02/2022
Horário: 09h00
Local: Sala virtual do Zoom

RESUMO

INTRODUÇÃO: As neoplasias mieloproliferativas (NMPs), mais especificamente a Policitemia vera (PV), a Trombocitemia essencial (TE) e a Mielofibrose primária (MFP), são um grupo de doenças clonais da medula óssea, compartilham a mutação JAK2V617F, entre outras características. As células estromais mesenquimais (MSCs) fazem parte do microambiente da medula óssea, e as influências mútuas das MSCs e do clone hematopoético são potencias determinante do fenótipo de NMP. OBJETIVO: O objetivo do presente trabalho foi investigar a expressão gênica e protéica das células estromais e hematopoéticas na PV, na TE e na MFP, em busca de moléculas que possam ser indicadas como biomarcadores de diagnóstico e prognóstico destas neoplasias. MATERIAL E MÉTODOS: As MSCs foram obtidas da medula óssea e os leucócitos do sangue periférico de pacientes com PV, TE, MFP e de indivíduos saudáveis. Extratos proteicos foram obtidos de MSCs de indivíduos saudáveis e de pacientes com PV e TE. O RNAs de MSCs e de leucócitos periféricos de controles saudáveis e de pacientes com PV, TE e MFP foi extraído pelo método de Trizol. Os RNAs foram convertidos em cDNA para as análises de qPCR e os extratos proteicos foram utilizados para análise por espectrometria de massas. RESULTADOS: A análise do proteoma de PV e TE comparados a controles indicou a maior expressão de VPS26A, CTTN, MAP4, TPD52L2, FAM175B, BAX em amostras de MSCs de PV comparadas a MSCs de indivíduos saudáveis, enquanto a proteína TNC mostrou-se menos expressa na PV. Nas MSCs de TE houve maior expressão de ALDH1A3, PON2 e SCP2; e menor expressão de RAB21 e RANBP1. As análises in silico identificaram genes diferencialmente expressos em MFP quando comparadas a controles, sendo que essas diferenças foram verificadas nas amostras de sangue periférico de um número maior de pacientes, com expressão diferencial significativa dos genes AVEN e CRACD, embora a expressão nos leucócitos tenha sido contrária àquela verificada nas MSCs de medula óssea. CONCLUSÕES: Os resultados obtidos indicam a expressão diferencial de algumas moléculas que podem ser potenciais marcadores das NMPs.

Palavras-chave: Células mesenquimais estromais, células tronco hematopoéticas, neoplasias mieloproliferativas, expressão gênica, expressão proteômica.

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Estudante do PGPAT recebe prêmio da Sociedade Internacional de Patologia Urológica

A estudante Maiara Ferreira de Souza que recebeu o Prêmio Stipend, da ISUP.

A doutoranda Maiara Ferreira de Souza, do Programa de Patologia Humana e Experimental (PGPAT), da Universidade Federal da Bahia (UFBA) em Ampla Associação com a Fiocruz Bahia, foi agraciada com o Prêmio Stipend, da Sociedade Internacional de Patologia Urológica (ISUP). A premiação é um reconhecimento às conquistas acadêmicas de jovens patologistas em todo o mundo, e oferece uma bolsa para complementar a formação dos premiados em estágios e eventos científicos.

Para Maiara, a premiação é uma honra, não só por ser a primeira vez que a ISUP concede um prêmio a uma patologista brasileira, mas também porque muitos autores que hoje são destaques na Patologia Urológica receberam esta honraria no passado. “Fico ainda mais orgulhosa porque o prêmio veio para Bahia. Fiz toda minha formação na UFBA, no Hospital Universitário Professor Edgard Santos e, agora, curso a pós-graduação em Patologia, da UFBA e Fiocruz Bahia. Apesar de importante, nem sempre precisamos de estágios em outros estados ou países para ter uma formação acadêmica e de pesquisa com qualidade”, declara a médica. 

A Coordenação do PGPAT avalia que a premiação da discente é motivo de orgulho e contribui para a excelência do programa que no ano que vem comemora 50 anos de uma história de sucesso na formação de patologistas no país. “A premiação recebida endossa a dedicação da discente e do seu orientador, em um tema de estudo de grande relevância, ao tempo que contribui para a sua trajetória acadêmica no âmbito internacional. Também ratifica a importância dos programas de Pós-Graduação e o investimento em instituições públicas de pesquisa e ensino no Brasil”, afirma Valéria Borges, coordenadora do programa.

O prêmio leva em conta toda a carreira dos patologistas em formação. Orientada por Daniel Athanazio, professor do PGPAT, a tese de doutorado de Maiara Ferreira, que tem foco em biomarcadores de prognóstico no câncer de próstata de baixo risco, é um dos destaques, bem como o trabalho apresentado com dados preliminares, no Congresso Brasileiro de Patologia em Fortaleza, em 2019. O estudo, que tratou da expressão da proteína PTEN em biópsias de próstata – a perda da expressão em tumores de próstata vem sendo relacionada a comportamento mais agressivo -, ganhou o prêmio de bolsa de médico residente oferecido pela Sociedade Brasileira de Patologia. 

“Sem dúvida este reconhecimento é um estímulo muito grande para que eu continue minha formação acadêmica e produção científica. Mas a maior alegria é ter o trabalho reconhecido pela Sociedade Internacional de Patologia Urológica. Nós patologistas, desde o começo de nossa formação, usamos os critérios definidos em consensos e publicações desta sociedade. É muito recompensador fazer parte de tudo isso”, comemora. Este ano, além da brasileira, também receberam o prêmio Robert Humble e Rayan Rammal, dos EUA, e Calim Gurbuz Begüm, da Turquia.

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Desempenho diagnóstico de antígenos na doença de Chagas crônica em cães é analisado em dissertação

Autoria: Natália Dantas Fontes
Orientação: Fred Luciano Neves Santos
Título da dissertação: “AVALIAÇÃO DE ANTÍGENOS QUIMÉRICOS DO Trypanosoma cruzi NO DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO DA DOENÇA DE CHAGAS CRÔNICA EM CÃES – UM ESTUDO DE FASE II”
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 09/03/2022
Horário: 09h00
Local: Sala virtual do Zoom

RESUMO

INTRODUÇÃO: Os cães são considerados reservatórios de importância epidemiológica para a doença de Chagas devido ao seu papel de sentinela, proximidade com os seres humanos e manutenção do ciclo de transmissão em ambientes domésticos e peridomésticos. Além disso, destaca-se a correlação existente com a soroprevalência em humanos. Mesmo com o impacto epidemiológico, a ausência de testes diagnósticos para a detecção de cães infectados é um importante entrave que traz riscos à saúde pública. Uma estratégia para ultrapassar esta limitação baseia-se na utilização de antígenos recombinates quiméricos do Trypanosoma cruzi. Nosso grupo, em um estudo de fase I, avaliou o potencial diagnóstico de quatro antígenos quiméricos e obteve resultados semelhantes aos encontrados em humanos. Desta forma, este estudo sucede ao de fase I, com um quantitativo amostral ampliado afim de avaliar os quatro antígenos quiméricos na detecção da infecção por T. cruzi por meio do ELISA indireto. OBJETIVO: Avaliar o desempenho diagnóstico dos antígenos recombinantes quiméricos do T. cruzi (IBMP-8.1, -8.2, -8.3 e -8.4) em imunoensaios para detecção de anticorpos IgG anti-T. cruzi em cães na forma crônica da doença de Chagas. MATERIAL E MÉTODOS: Os imunoensaios foram otimizados por checkerboard titration. Para o estudo de fase II foi avaliado o desempenho diagnóstico das IBMP a partir de 1.260 amostras séricas caninas provenientes de diferentes estados brasileiros. A reatividade cruzada para outras doenças infecto-parasitárias também foi avaliada em 752 amostras. Ao final, comparou-se o desempenho dos quatro antígenos com teste comercial humano adaptado à espécie canina. RESULTADOS: Os antígenos IBMP alcançaram valores de AUC que variaram entre 89,0-97,4%. O nível de exatidão variou de 87,8-96%. O maior índice de sensibilidade foi atribuído a IBMP-8.2 (90,3%), enquanto a IBMP-8.1, a IBMP-8.3 e a IBMP-8.4 obtiveram 74,8%, 72,6% e 79,6%, respectivamente. A maior especificidade encontrada foi para a IBMP-8.4 (99,6%), seguida pela IBMP-8.1 (90,6%), IBMP-8.2 (96,5%) e IBMP-8.3 (99,0%). O teste comercial adaptado, o Gold Elisa Chagas, apresentou sensibilidade de 62,3%, especificidade de 98,6% e acurácia de 89,9%. O menor índice de reatividade cruzada foi alcançado com a IBMP-8.2 com 0,9%, sendo esta molécula a que mais se aproximou de um teste ideal. CONCLUSÃO: Devido ao bom desempenho das moléculas IBMP no diagnóstico da infecção por T. cruzi em cães, estas são promissoras para a identificação da doença de Chagas canina. A utilização combinada destes antígenos é uma alternativa que visa aumentar os valores de sensibilidade e especificidade em estudos futuros, bem como em outras plataformas diagnósticas.
Palavras-chave: Doença de Chagas, Trypanosoma cruzi, Imunodiagnóstico, antígenos recombinantes quiméricos, cães.

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Dissertação avalia potencial terapêutico do PICTILISIB em carcinoma escamocelular oral

Autoria: Davi Silva Vale Nascimento
Orientação: Bruno Solano de Freitas Souza
Título da dissertação: “Potencial terapêutico do PICTILISIB e seus efeitos na via hedgehog em linhagem metastática de carcinoma escamocelular oral”.
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana e Experimental
Data de defesa: 04/03/2022
Horário: 09h00
Local: Sala virtual do Zoom

RESUMO

O carcinoma escamocelular oral (CEO) é um grave problema de saúde pública com elevada prevalência em populações com baixo nível socioeconômico, sendo frequentemente diagnosticado em fase tardia, quando o prognóstico se torna reservado. Ainda há poucas opções de fármacos para o tratamento deste tumor nos pacientes. Previamente, demonstramos que a via embrionária Hedgehog (HH) está reativada neste tumor, levando a um perfil de maior agressividade. Deste modo, a busca por fármacos inibidores da via HH, seja inibindo sua ativação canônica ou não canônica, passa a ser de grande relevância para o tratamento do CEO. Dentre os mecanismos de ativação não canônica da via HH destaca-se a interação com PI3K/AKT, uma importante via de sobrevivência celular. O objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade antitumoral in vitro e a inibição farmacológica de componentes da via HH por um inibidor farmacológico de PI3K, o Pictilisib, em linhagem metastática de CEO. Deste modo, foi realizado o tratamento das células HSC3 com Pictilisib em diferentes concentrações para avaliação da citotoxicidade, viabilidade celular, análise de apoptose por ensaio de Anexina-PI em citometria de fluxo, análise de migração celular por scratch assay, além da avaliação da expressão dos componentes da via HH por western blot, Imunofluorescência e RT-qPCR. O Pictilisib apresentou perfil de citotoxicidade na linhagem HSC3, com valor de CI50 de 0,05 µM. Nas concentrações de 0,97 μM e 1,94 μM, foi demonstrada significativa redução da viabilidade celular, além de aumento do percentual de células na fase sub-G1 após 48 e 72 h de incubação com o Pictilisib na concentração de 0,97 μM. O ensaio de Anexina-PI demonstrou indução de apoptose 48 e 72 h após incubação com o Pictilisib nas concentrações de 0,97 µM e 1,94 µM. O ensaio de migração celular demonstrou que o tratamento com Pictilisib reduziu a migração celular nos tempos de 6 e 24h. Através da técnica de Western blot, as proteínas PTCH1, SHH e GLI1 foram analisadas após o tratamento com o Pictilisib no período de 24h nas concentrações de 0,97 e 1,94 µM, mas não foi observada diferença na expressão destas proteínas com o tratamento. Através da técnica de imunofluorescência, as proteínas GLI1, GLI2 e SMO foram analisadas em relação à presença e à localização. Os resultados demonstram forte
imunoexpressão dos componentes citados, havendo marcação nuclear das proteínas GLI1, GLI2 e SMO em ambas as concentrações com o Pictilisib. A expressão gênica dos componentes da via Hedgehog (GLI1, GLI2 e GLI3), foi avaliada através de RTqPCR na linhagem HSC3 após 24 h de incubação com Pictilisib 1,94 µM. Não foi observada inibição da expressão do mRNA de GLI1 e GLI2, quando células tratadas foram comparadas com o controle não tratado. No entanto, observou-se aumento do mRNA de GLI3 após incubação com Pictilisib a 1,94 µM. Em conclusão, os dados deste estudo dão suporte para um potencial papel do Pictilisib como um fármaco promissor para utilização terapêutica no CEO. O papel deste fármaco na interação do PI3K/AKT com a via HH merece aprofundamento em estudos futuros.
Palavras-chave: Hedgehog; Pictilisib; PI3K/AKT.

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Determinantes da susceptibilidade à infecção e da resposta terapêutica para tuberculose é tema de tese

Autoria: Maria Belen Arriaga Gutierrez
Orientação: Bruno de Bezerril Andrade
Título da tese: “Determinantes clínicos e epidemiológicos da susceptibilidade à infecção pelo mycobacterium tuberculosis e da resposta terapêutica em pacientes com tuberculose”.
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana e Experimental
Data de defesa: 11/02/2022
Horário: 13h00
Local: Sala virtual do Zoom

 

RESUMO

A tuberculose (TB), causada pelo bacilo Mycobacterium tuberculosis, ainda é um problema de saúde pública mundial. A transmissão da TB acontece pelo ar, quando a pessoa infectada expele os bacilos de Koch através da expulsão de gotículas de Flügge, pelo meio da fala, tosse ou espirro, ficando suspenso no ar e podendo ser inalado por outras pessoas. Assim, a pessoa exposta pode-se tonar doente ou com a infecção latente (ILTB). Através do tempo, diversas pesquisas e iniciativas no mundo tem sido feitas para controlar a TB, entre eles a Estratégia para o Fim da TB da Organização Mundial da Saúde, cujo objetivo é eliminar a TB até o ano 2035. Apesar da implementação da estratégia, o cenário para o continente americano não tem melhorado muito em razão do incremento da incidência dos casos de TB, sendo o Brasil e o Peru os países com maior carga da doença. A fim de melhorar o panorama atual, são necessários conhecimentos atuais e adicionais da TB para a implementação de novas abordagens nos sistemas de saúde. Este trabalho de tese agrupa onze manuscritos que identificam potenciais determinantes clínicos e epidemiológicos da susceptibilidade à infecção pelo M. tuberculosis e da resposta terapêutica em pacientes TB. O primeiro estudo utiliza ferramentas estatísticas inovadoras para caracterizar a amostra coorte do RePORT-Brasil e a compara com a população nacional brasileira de TB, além disso identifica fatores associados aos desfechos desfavoráveis no tratamento anti-TB como o uso de drogas ilícitas, coinfecção por HIV e diabetes (DM) apenas na coorte do RePORT-Brasil. O rastreio de contactantes de casos TB e tratamento profilático daqueles com ILTB são importantes para o controle da transmissão da doença, em um dos nossos trabalhos identificamos que não completar a cascata de acompanhamento de ILTB estava associado independentemente com o aumento da idade, baixo status socioeconômico e a coinfecção por HIV. Além disso, seguindo com os resultados no primeiro estudo, demostramos mais uma vez que a DM está associada a um risco aumentado de desfechos desfavoráveis de tratamento, assim como da mortalidade em pacientes com TB pulmonar e comparamos esses resultados com os do SINAN-TB. Na coorte peruana achamos que a disglicemia persistente está associada também com desfechos desfavoráveis no tratamento. Adicionalmente, identificamos que a presença do HIV não afetou substancialmente a apresentação clínica em pessoas com TBDM. Adicionalmente, os contatos de pacientes com TB e pré-DM apresentaram maior risco de QuantiFERON positivo, no início do estudo e os contatos de pacientes que tinham TB-DM apresentaram um risco aumentado de ter uma conversão (QuantiFERON negativo no início para positivo no mês 6). Na triagem de DM nos casos de TB, identificamos diferenças quanto aos valores de HbA1c e FPG para diagnóstico da DM nas coortes do Peru (onde achamos alta prevalência de DM e de pré-DM em casos TB) e do Brasil. Finalmente, na coorte do Peru, a disglicemia (DM e pré-DM) afetou a apresentação lesões pulmonares nos casos de TB e padrões alimentares foram identificados no perfil de ingestão alimentar dos participantes desse estudo. Assim, os manuscritos que compõem a tese, adicionam informação relevante na identificação dos determinantes clínicos e epidemiológicos na infecção, transmissão e tratamento da TB, o que visa ser um suporte para a estratégias implementadas no sistema de saúde.

Palavras-chave: tuberculose, infecção latente, transmissão, tratamento, resultados, determinantes

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Pesquisa descreve distribuição da coinfecção por HIV e HTLV na Bahia

Um estudo analisou a distribuição geográfica e a frequência da coinfecção pelo Vírus Linfotrópico de Células T Humanas (HTLV) e o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) na Bahia, estado endêmico para ambos os retrovírus. A pesquisa foi realizada utilizando todas as amostras submetidas a testes sorológicos do Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (LACEN-BA), de 2004 a 2013, totalizando cerca de 130.000 amostras provenientes de 358 dos 417 municípios baianos.

Os resultados do trabalho, coordenado pela pesquisadora da Fiocruz Bahia Maria Fernanda Grassi, foram publicados no periódico Frontiers in Medicine. Nas análises, o HTLV foi detectado em 2,4% das amostras positivas para HIV e em 0,5% das que apresentaram resultado negativo, apontando um risco quase cinco vezes maior de infecção por HTLV em indivíduos infectados pelo HIV.

A coinfecção foi encontrada em 3,4% dos municípios de todo o estado. As cidades com maior número de coinfecção são importantes centros econômicos ou turísticos do estado, sendo a maioria dos casos em Salvador, que teve 57% das coinfecções. A idade desses indivíduos variou entre 41 e 55 anos. Além disso, a frequência da coinfecção foi maior em mulheres. Os autores do estudo observam que a maior frequência no sexo feminino pode ser explicada pela obrigatoriedade da triagem sorológica de HTLV para gestantes no estado a partir de 2011, o que contribuiu para uma quantidade maior de amostras de mulheres analisadas. 

Os dados sugerem que a coinfecção por HIV e HTLV na Bahia é um evento raro, no entanto os pesquisadores ressaltam que é importante a identificação de fatores de risco para a coinfecção para elaboração de ações eficazes em diversos contextos epidemiológicos específicos de cada região afetada.

HIV e HTLV

O HTLV e o HIV são retrovírus que pertencem à mesma família e não têm cura. O HTLV, que é pouco conhecido, não destrói o sistema imunológico como o HIV, mas causa doenças como leucemia, incontinência urinária, disfunção erétil e problemas neurológicos, sendo a Bahia o estado detentor do maior número de casos deste vírus no país. As principais formas de transmissão de ambos são por meio da relação sexual, aleitamento materno e agulhas de seringas contaminadas. 

Segundo o artigo, estudos anteriores apontam que a coinfecção com HTLV pode interferir no desfecho da infecção pelo HIV, sugerindo que, por um lado o HTLV-1 pode favorecer o aparecimento de doenças oportunistas, ocasionando o aumento da mortalidade, enquanto a coinfecção com o outro tipo do vírus, o HTLV-2, pode retardar a progressão da AIDS. 

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Fiocruz Bahia realiza 2ª edição do evento Meninas Baianas na Ciência

O evento Meninas Baianas na Ciência, organizado pela Fiocruz Bahia com apoio da Secretaria de Educação do Estado da Bahia, será realizado nos dias 11, 15 e 16 de fevereiro, pelo Zoom.

O encontro vai reunir pesquisadoras e alunas da Fiocruz Bahia que ministrarão oficinas a alunas da rede pública de ensino, sobre temas como biologia da célula, vacina, métodos de diagnóstico e desenvolvimento de drogas para diversos tipos de tratamento. Também está prevista a apresentação dos programas de Iniciação Científica da instituição para alunos de Graduação e Ensino Médio.

Esta é a segunda edição do evento, promovido pelas pesquisadoras da Fiocruz Bahia, Karine Damasceno, Isadora Siqueira e Natália Tavares, realizado no contexto do Dia Internacional da Mulher e Menina na Ciência – 11 de fevereiro.

A iniciativa tem como objetivo incentivar meninas de escolas públicas de Salvador, Bahia a conhecer e a se interessar pelas áreas de ciência e tecnologia, a partir dos exemplos de atuação de mulheres na ciência, visando inspirar essa vocação, além de fortalecer e divulgar o papel das mulheres nas atividades em áreas de ciência da saúde.

PRIMEIRA ETAPA

 

Data: 11/02/2022

Divulgação institucional e convite a comunidade da Fiocruz Bahia para o evento virtual integrado em nível nacional no Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência.

SEGUNDA ETAPA

Data: 15/02/2022

14h00-15:00: Abertura – Mesa Redonda com a participação da diretora da Fiocruz-BA, Marilda Gonçalves, da vice diretoria de ensino da Fiocruz-Bahia, Claúdia Brodskyn, do vice diretor de pesquisa, Ricardo Riccio, representante da Secretaria de Educação do Estado da Bahia, Patrícia Oliveira Santos, e das Coordenadoras de Pós-graduação, Deborah Bittencourt e Valeria Borges.
15h00 – 16h00: Oficina 1 (Tema: O mundo invisível da célula)
16h00 – 16h10: Intervalo
16h10 – 17h10: Oficina 2 (Tema: Saiba mais sobre vacinas)
17h10 – 17h30: Discussão e encerramento

Data: 16/02/2022.
14h00 – 15h00: Oficina 3 (tema: Desenvolvimento de testes diagnóstico)
15h00 – 16h00: Oficina 4 (tema: Desenvolvimento de novas drogas para tratamentos)
16h00 – 16h10: Intervalo
16h10 – 17h00: Mesa redonda: apresentação dos programas de Iniciação científica e Iniciação científica junior
17h00 – 17h30: Discussão e encerramento

 

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Tese avalia papel de microRNAs na exposição de células à Leishmania braziliensis

Autoria: Sara Nunes de Oliveira Araújo
Orientação: Natalia Machado Tavares
Título da tese: O papel funcional do miR-193b e miR-205 na exposição in vitro de diferentes células humanas à Leishmania braziliensis
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana e Experimental
Data de defesa: 28/01/2022
Horário: 09h00
Local: Sala virtual do Zoom

RESUMO

As leishmanioses estão entre as enfermidades mais negligenciadas no mundo, afetando as populações mais pobres, principalmente em países em desenvolvimento. A leishmaniose cutânea (LC) é a forma mais frequente dessa doença, caracterizada por lesão(s) cutânea(s) ulceradas(s) com uma inflamação crônica descontrolada. Os mecanismos moleculares associados a regulações pós-transcricionais e a imunopatogênese da LC permanecem pouco compreendidos. Os microRNAs (miRNAs), pequenos RNAs endógenos não codificantes, surgiram nos últimos anos como moléculas-chave na regulação da expressão gênica. Dados do nosso grupo mostraram que o miR-193b, miR-671 e seus alvos estão fortemente correlacionados com o tempo de cura dos pacientes com LC. Estes achados sugerem que este eixo pode desempenhar um papel importante na LC, além de serem candidatos potenciais para o desenvolvimento de novas ferramentas para a doença. Além disso, comparamos o perfil de expressão de miRNAs com outras doenças inflamatórias de pele, onde apenas o miR-205 foi
encontrado com a expressão significativamente inibida em todas as doenças. Diante dessas evidências, este estudo avaliou o papel funcional dos miR-193b e miR-205 na exposição in vitro de diferentes células humanas à Leishmania braziliensis (Lb). No primeiro capítulo, investigamos o perfil de expressão do miR-193b na infecção por Lb em macrófagos humanos in vitro. Inicialmente, análises de predição in silico sugeriram que esse miRNA tem o TREM1, TLR4, TNFRSF1B, CCR7, CD40 e STAT5 como alvos potenciais. Também foi possível validar a expressão desses alvos em novas biópsias de pacientes com LC e apenas a STAT5 não apresentou diferença estatística. Posteriormente, os ensaios com macrófagos infectados por Lb mostraram que a exposição por 30 minutos ou 4 horas reduz significativamente a expressão do miR-193b. Em contrapartida, a expressão do TREM1 foi significativamente aumentada nos dois tempos de infecção, diferente dos demais alvos que não apresentaram uma diferença estatística no perfil de expressão. Com o intuito de avaliar o papel funcional desse miRNA, macrófagos foram transfectados com miR-193b e infectados por Lb por 4 e 12 horas. Não foram observadas alterações nos potenciais alvos ou mediadores inflamatórios. No entanto, após 12 horas, houve redução na taxa de infecção e carga parasitária, sugerindo que este miRNA tem papel no controle da infecção. No segundo capítulo, validamos o perfil de expressão do miR205 em novas biópsias de pacientes com LC. Análises in silico mostraram os alvos do miR205, tanto na LC quanto nas demais doenças, e os resultados indicam que há uma especificidade dos alvos para cada doença avaliada. Sendo assim, validamos os dois genes alvo mais modulados na LC: SULF1 e o IRF1. Ambos, significativamente aumentados nas biópsias, confirmando os resultados das análises. Considerando que os queratinócitos desempenham um papel fundamental na regulação da inflamação da pele, avaliamos a expressão desse miRNA em queratinócitos humanos imortalizados (HaCats) expostos a Lb por 4 ou 24 horas, diante de lesões mecânicas. Os dados sugerem que, independente das lesões, a exposição das HaCats à Lb reduz a expressão desse miRNA. Nas HaCats transfectadas com o miRNA e expostas a Lb não foram observadas alterações na expressão dos alvos preditos, mediadores inflamatórios ou proliferação celular. No entanto, o miR-205 regulou a migração dessas células, uma vez que o percentual de fechamento de lesão no ensaio in vitro foi maior nos grupos transfectados com esse miRNA e menor com a exposição a Lb. Esses dados mostraram que a regulação negativa do miR-205 pode ser um fenômeno comum em doenças inflamatórias de pele, independente da sua etiologia, podendo atuar em processos básicos da biologia da pele e influenciando a cicatrização. Sendo assim, o miR-205 pode ser considerado um candidato promissor para aplicação na prática clínica. Em conjunto, essas análises demonstram o potencial desses dois miRNAs na LC, podendo atuar desde processos iniciais da inflamação até o processo de cicatrização da lesão.

Palavras-chave: Leishmania braziliensis, microRNA, macrófagos, queratinócitos

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Pesquisadores da Fiocruz Bahia apoiam projeto de alunos da UFBA de combate à desinformação sobre vacina

Liderados pela Liga Acadêmica de Ciências (LAC), da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (FMB-UFBA), estudantes de medicina da UFBA criaram um projeto de extensão, inspirado na rede #TodosPelasVacinas, que tem como objetivo promover ações de divulgação científica e de combate à desinformação e visa ressaltar a importância da vacinação. O projeto é orientado pela professora Luciana Oliveira (UFBA) e vinculado ao Instituto de Ciências da Saúde (ICS/UFBA), com o apoio técnico-científico dos pesquisadores da Fiocruz Bahia, Viviane Boaventura e Ricardo Khouri, que também são professores da FMB, e da professora Camila Vasconcelos, em aspectos sobre o processo de vacinação.

Viviane Boaventura explica que o projeto tem foco na vacina da Covid-19, mas o tema de combate à desinformação também tem impacto sobre outras vacinas, considerando a redução na cobertura vacinal de crianças e adolescentes nos últimos anos tanto na Bahia como no Brasil.

“As vacinas estão entre as maiores conquistas da humanidade em termos de saúde. São responsáveis por erradicar, como é o caso da varíola, ou reduzir drasticamente doenças que causavam muito sofrimento e morte, como o sarampo e a poliomielite (paralisia infantil), a ponto de esquecermos como eram graves e quanto sofrimento era causado pelas antigas epidemias. Isso reforça a importância de iniciativas como essa. Ocupar o lugar de fala na sociedade sobre a importância da imunização é um papel dos profissionais de saúde e deve estar inserido na rotina desde o período de formação dos estudantes”, afirmou.

O projeto foi dividido em duas etapas. A primeira, virtual, consistiu na produção de quatro textos, disponíveis no blog da LAC (academiafmb.com.br/category/todospelasvacinas) e de cards no Instagram do projeto (instagram.com/lacfmb). Neles, foram apresentadas tanto orientações sobre a vacinação em Salvador como locais de aplicação da vacina e recadastramento no SUS, além das informações científicas mais procuradas em sites de busca, tais quais as reações adversas esperadas para cada tipo de vacina e a segurança da vacinação em adolescentes.

Já na segunda parte do projeto, viabilizada pela doação de panfletos e camisas pela clínica Multimagem, os voluntários fizeram uma ação no centro de Salvador, que incluiu distribuição de panfletos informativos e conversa com a população para esclarecer dúvidas sobre a vacinação. A ação ocorreu em 9 de dezembro de 2021 no Largo do Campo da Pólvora, Lapa, Avenida Sete e Praça da Piedade. Os alunos reforçaram, junto à população, a importância e a segurança das vacinas, assim como orientaram sobre pontos de vacinação próximos de locais de trabalho.

A LAC-FMB pretende realizar, neste ano de 2022, novas ações sobre a vacinação, não se restringindo aos imunizantes contra a COVID-19. A intenção é promover informação sobre vacinas a diferentes públicos, de crianças a adultos, buscando lidar com diferentes graus de escolaridade e compreensão sobre seu funcionamento.

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Dissertação aborda distribuição da esquistossomose em uma área urbana de Salvador

Autoria: Camila Freitas Chaves
Orientação: Luciano Kalabric Silva
Título da dissertação: EPIDEMIOLOGIA DA ESQUISTOSSOMOSE EM UMA ÁREA URBANA DA CIDADE DE SALVADOR-BA
Programa: Pós-Graduação em em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 28/01/2022
Horário: 14h00
Local: Sala virtual do Zoom

RESUMO

INTRODUÇÃO: No Brasil, apesar da diminuição na intensidade da migração rural-urbana, a população urbana continua crescendo constantemente. Isso, combinado a outros fatores, promove a urbanização acelerada e desordenada, levando ao surgimento de áreas com precárias condições de moradia e saneamento, e a disseminação e persistência da esquistossomose em áreas urbanas. OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi descrever e explicar a distribuição da esquistossomose em uma área urbana da cidade de Salvador-BA, Brasil. MATERIAL E MÉTODOS: Em 2019, quatro pontos ao longo do rio do Cobre e um ponto no riacho vizinho foram selecionados para confirmar a presença de Biomphalaria sp. e avaliar a contaminação fecal de coleções hídricas pelo método Coliscan Easygel®. Um estudo de corte-transversal foi conduzido na comunidade com coleta de dados e amostras. Foi realizado um inquérito sociodemográfico e coletadas até três amostras de fezes em dias diferentes para diagnóstico de Schistosoma mansoni com Kato-Katz. As amostras positivas foram purificadas e genotipadas utilizando 15 marcadores microssatélites RESULTADOS: Dos cinco pontos de coleta de água, quatro apresentaram contaminação fecal e dois, a presença de Biomphalaria sp. Participaram dos inquéritos epidemiológico e parasitológico 1.134 residentes. A média de idade foi de 33,6 anos (21,0 DP), a maioria era do sexo feminino (59%). Testaram positivos para S. mansoni 62 participantes (5,5%), com uma carga parasitária média baixa (88,5 opg). Estão associadas a infecção S. mansoni as variáveis sexo masculino, idade maior que 20 anos, contato com água, frequência e duração do contato e tipos de contato relacionados a recreação. Os índices de diferenciação das infrapopulações (Di) e das infrapopulações sobre a população componente (Dic) foram ambos moderados. O tamanho da população efetivo (Ne) foi de 38.197, que é um número imensurável para nossos computadores. CONCLUSÃO: O bairro de Pirajá possui as condições ideias para a persistência e disseminação da esquistossomose e representa uma área de transmissão local em Salvador-BA. Pela grande relevância cultural e histórica do bairro, Pirajá precisa de uma intervenção infraestrutural tanto para auxiliar no controle da esquistossomose, quanto pela saúde do ambiente local. Palavras-chave: esquistossomose urbana, Schistosoma mansoni, saneamento básico.

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Websérie | Câncer

No vídeo “Câncer”, a pesquisadora da Fiocruz Bahia, Clarissa Gurgel, aborda as pesquisas sobre a doença desenvolvidas na instituição. A cientista fala sobre o câncer e suas principais linhas de investigação.

A Fiocruz Bahia produziu uma websérie sobre as principais pesquisas realizadas na instituição. Os vídeos, publicados semanalmente nas redes sociais, estão divididos em 9 temas: arbovirose, big data, câncer, células-tronco, doença de Chagas, doença falciforme, helmintíase, HTLV, leishmaniose e tuberculose. 

As gravações tiveram início em 2019, por isso a maioria das entrevistas foram realizadas antes da pandemia.  

Confira!

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Dissertação descreve a ocorrência da esporotricose em Salvador entre 2018 e 2019

Autoria: Ana Lucia Galvão Sales
Orientação: Deborah B. Mothé Fraga
Título da dissertação: “ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DA ESPOROTRICOSE NO MUNICÍPIO DE SALVADOR – BA”
Programa: Pós-Graduação em em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 19/01/2022
Horário: 09h00
Local: Sala virtual do Zoom

RESUMO

Introdução: Apesar de ser uma doença negligenciada, a esporotricose é a micose subcutânea mais frequente no Brasil e uma das mais relevantes para a saúde pública, em especial nas últimas duas décadas. A ocorrência da esporotricose em humanos esteve associada por muito tempo à transmissão sapronótica decorrente da implantação traumática do fungo Sporothrix spp. a partir do ambiente contaminado, principalmente em atividades de jardinagem e horticultura. Porém atualmente tem-se observado sobretudo no Brasil, a emergência da esporotricose zoonótica, tendo o gato como animal mais envolvido nesse ciclo. O agente etiológico da esporotricose é o fungo termodimórfico do gênero Sporothrix. O potencial zoonótico da esporotricose foi reforçado pelo isolamento de Sporothrix spp. nas lesões de gatos. Sua ocorrência já foi registrada nos EUA, México, Peru, Colômbia, Argentina, Paraguai, Malásia, Espanha, Alemanha, Austrália, Japão, Tailândia, Reino Unido e Brasil. A infecção ocorre principalmente por meio de arranhões, mordidas ou contato com o exsudato de lesões cutâneas devido à alta carga de leveduras nos felinos infectados. Objetivo: Descrever a ocorrência e distribuição da esporotricose no município de Salvador – BA nos anos de 2018 e 2019. Método: O estudo foi realizado no município de Salvador, capital do estado da Bahia. Foram incluídos neste estudo animais suspeitos de esporotricose em Salvador oriundos de vigilância passiva e/ou ativa realizadas em 2018 e 2019 pelo Centro de Controle de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde, captados após a confirmação dos primeiros casos. Os dados clínico-epidemiológicos foram coletados por questionário utilizado pela equipe de médicas veterinárias que realizaram a avaliação dos animais no domicílio dos mesmos. Resultados: Em Salvador, nos anos de 2018 e 2019, ocorreram 1.290 notificações de animais suspeitos para esporotricose, sendo que 87,6% eram da espécie felina, 65,0% dos animais avaliados eram machos, 95,8% não possuíam raça definida (SRD), 53,3% eram adultos, 75,7% não eram castrados, 50,3% eram criados como semi-domiciliados, 86,9% tinham acesso à rua e 83,9% tinham contato com outros animais, por serem criados em conjunto ou por saírem à rua. Das notificações avaliadas nas residências, cerca de 50% foram confirmadas. Os Distritos Sanitários com maior número de casos confirmados nos dois anos foram Boca do Rio, Itapuã, Cabula/Beirú e Subúrbio Ferroviário. Com relação aos casos humanos, observou-se um aumento de 80,6% dos casos entre 2018 e 2019, sendo que mais de 70% das ocorrências foram em mulheres, maiores de 50 anos. No ano de 2018, 51,6% dos casos humanos ocorreram na área de influência das residências com felinos positivos (até 1 Km de raio) e em 2019 esse percentual passou para 82,1% dos registros. Dentre as características avaliadas, gatos jovens e adultos apresentaram maior chance de confirmação do diagnóstico de esporotricose. O contato com outros animais considerados como suspeitos de estarem com esporotricose aumentou a chance de confirmação do diagnóstico. Conclusão: Observou-se com esse trabalho, o aumento e espalhamento dos casos de esporotricose pelo território, além da descrição da população envolvida. As localidades de ocorrência, tanto em animais como humanos apresentaram características similares de deficiências de infraestrutura, além de grande adensamento populacional e hábitos de criação dos animais em comum. A adoção de medidas multidisciplinares visando a abordagem de “Saúde única” devem ser adotadas com agilidade. Palavras chaves: esporotricose, Sporothrix, micose, Distrito Sanitário, Saúde Única.

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Priorização em larga-escala de proteínas-alvo para novos compostos antileishmaniais é tema de dissertação

Autoria: Lucas Gentil Azevedo
Orientação: Pablo Ivan Pereira Ramos
Título da dissertação: “Priorização em larga-escala de proteínas-alvo para o desenvolvimento de novos compostos antileishmaniais através de integração de dados multi-ômicos e imuno-informática”.
Programa: Pós-Graduação em em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 24/01/2022
Horário: 09h00
Local: Sala virtual do Zoom

RESUMO

As leishmanioses são um grupo de doenças negligenciadas causadas pela infecção por Leishmania spp., protozoários parasitas pertencentes à família dos tripanossomatídeos. O seu tratamento é baseado em quimioterápicos que apresentam crescente resistência, alta toxicidade e custo, cujas formulações menos tóxicas são inacessíveis para populações pobres. Nesse contexto, é necessário a busca por novas drogas que sejam eficazes e que possam ser amplamente usadas como terapia em todas as manifestações da doença. Porém, o processo de desenvolvimento tradicional de uma droga custa cerca de 1 bilhão de dólares, leva de 12-15 anos e aproximadamente 60% dos candidatos falham. A etapa inicial de identificação de alvos drogáveis pode ser facilitada pela utilização de dados multiômicos e ferramentas de bioinformática. O objetivo deste trabalho é ranquear proteínas alvo de parasitos do gênero Leishmania que satisfaçam características desejáveis do ponto de vista da drogabilidade, incluindo essencialidade, conservação, acessibilidade, expressão e importância metabólica, contribuindo para o desenho de fármacos mais específicos ao controle das leishmanioses. Quatorze genomas de espécies patogênicas de Leishmania foram utilizados como entrada no programa OrthoVenn2 para a definição de grupos de ortólogos entre todas as espécies. As proteínas homólogas ao proteoma humano foram filtradas através de alinhamentos com BLASTp. A expressão dos genes relacionados a essas proteínas foram avaliadas por um pipeline de processamento de dados de RNA-seq, e suas localizações subcelulares foram definidas por homologia com Trypanosoma brucei e, complementarmente, pelo consenso de preditores computacionais. A essencialidade dessas proteínas foi encontrada por homologia com Toxoplasma gondii e por reconstrução metabólica in silico com o Pathway Tools. O modelo 3D dos proteomas e a drogabilidade estrutural foi predito usando o PSI-BLAST, MODELLER e fpocket. Todos esses dados estão disponíveis gratuitamente em um web server. Foram selecionadas 4 espécies das 14 iniciais, e destas, 3.958 proteínas apresentaram-se divergentes ao proteoma humano, sendo expressas na forma amastigota do parasita e possuindo pelo menos uma cavidade estrutural altamente drogável. Uma função de ranqueamento dos alvos drogáveis foi construída para classificar as proteínas com base nos dados obtidos. As 20 proteínas melhor classificadas pela função foram estudadas. Destas, 17 foram definidas como alvos redescobertos, ou seja, já foram descritos em Leishmania na literatura; 2 como alvos redirecionados, já descritos na literatura porém em outras espécies e 1 novo alvo foi descoberto. O alvo inédito ´e uma N-acetilglucosamina-dolicil-fosfato que participa do importante processo da glicosilação do tipo N das proteínas. A maioria das proteínas foram anteriormente sugeridas na literatura como alvo, reforçando a capacidade da metodologia de achar proteínas com relevância biológica. Esforços futuros serão realizados para a construção do top 100 proteínas melhor ranqueadas, seguidos por validações experimentais dos alvos. Palavras-chaves: Leishmania, priorização de proteínas alvo, biologia computacional, imunobioinformática.

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Estudo com AstraZeneca reforça importância da dose de reforço

Assim como já ocorre com outros imunizantes contra a Covid-19, também é necessária uma dose de reforço da vacina AstraZeneca após o esquema vacinal completo. É o que indica um novo estudo envolvendo Brasil e Escócia, e publicado na revista científica The Lancet nesta segunda-feira (20/12). A pesquisa, da qual a Fiocruz faz parte, mostra a diminuição da proteção vacinal com o passar do tempo e diante do surgimento de novas variantes. 

A avaliação, efetuada em um momento de circulação intensa de variantes de preocupação e do surgimento da Ômicron, reforça a importância da vigilância da dinâmica da pandemia. O acompanhamento, que está sendo feito pelo mesmo grupo, reforça também os grandes benefícios observados na vacinação no Brasil, onde o imunizante Astrazeneca/Fiocruz foi o mais utilizado até o momento com evidência de uma alta efetividade – como publicado recentemente no boletim Vigivac

“As vacinas são muito protetoras, mas em geral a proteção diminui com o tempo, e isso não ocorre somente com os imunizantes contra a Covid-19. No caso da Influenza, a imunização dura um ano ou menos. Descobrir qual é a duração da proteção ajuda a planejar melhor”, explica Manoel Barral Netto, pesquisador da Fiocruz Bahia e que participa da pesquisa. 

O estudo aponta uma queda da efetividade da vacina de cerca de três vezes por volta do quarto mês quando comparado ao período de proteção máxima. Os dados de Brasil e Escócia puderam ser comparados porque os dois adotam o mesmo intervalo entre as doses, 12 semanas. As conclusões foram semelhantes.  

 “As descobertas têm implicações importantes para a política de vacinação. Em combinação com os dados imunológicos e de ensaios emergentes sugerindo que a efetividade da vacina diminui com o tempo após a segunda dose, nossas descobertas destacam a necessidade de considerar o fornecimento de doses de reforço. Outras evidências em apoio às doses de reforço vêm de dados do mundo real em Israel, que descobriu que o reforço de BNT162b2 (Pfizer) [após duas doses da mesma vacina] foi associado à redução da forma grave da Covid-19″, diz o estudo. 

“Vemos que algumas pessoas não têm procurado a dose de reforço aqui no Brasil. É preciso insistir nisso, ainda mais num momento em que surge a Ômicron. As pesquisas sobre a Ômicron ainda estão no início, mas sabemos que uma dose de reforço tem sido capaz de proteger contra as variantes que têm surgido”, destaca Barral. 

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Leucemia promielocítica aguda: dissertação faz revisão sistemática do cenário brasileiro

Autoria: Caroline G. da Rocha
Orientação: Marilda de Souza Gonçalves
Título da dissertação: “Leucemia promielocítica aguda: uma revisão do cenário brasileiro”
Programa: Pós-Graduação em Patologia
Data de defesa: 21/12/2021
Horário: 09h00
Local: Sala virtual do Zoom

RESUMO

INTRODUÇÃO: a leucemia promielocítica (LPA) é um dos subtipos mais graves de leucemia mieloide aguda cujos avanços recentes na terapêutica permitiu alcançar altas taxas de sobrevida na doença, tornando-a um dos subtipos de leucemia com os melhores prognósticos. Apesar da LPA ser comumente conhecida como uma doença rara, atingindo cerca de 10% das LMA, dados recentes mostram prevalência alta da doença em latino-americanos, assim como em brasileiros. Além disso, as taxas baixas de sobrevida e de mortalidade elevada no Brasil são alarmantes para o caráter curável da doença. A descrição, delineamento e exploração dos dados brasileiros são necessários para conhecer o cenário da LPA no país. OBJETIVO: com a presente revisão sistemática, apresentamos o delineamento do cenário atual da leucemia promielocítica no Brasil a partir dos dados disponíveis na literatura, assim como possíveis hipóteses para esse cenário. METODOLOGIA: a busca sistemática foi realizada nas plataformas PubMed, Embase, Web of Science e LILACS. Foram coletados dados referentes a prevalência da LPA, assim como dados sociodemográficos, clínicos e laboratoriais de pacientes brasileiros. Dados referentes a evolução clínica como taxas de sobrevida e óbitos também foram coletados. RESULTADOS: Sessenta e quatro artigos foram selecionados. A prevalência da LPA foi fornecida por 46 estudos brasileiros e variou de 0% a 40%. A idade dos indivíduos no geral varia na faixa dos 10 aos 80 anos, porém há casos fora dessa faixa. A distribuição é semelhante entre os sexos, embora a maioria dos estudos apresente prevalência maior no sexo feminino. A frequência da M3v varia de 0% a 43,7% em brasileiros e a maioria dos brasileiros com LPA estão no grupo de risco intermediário ou alto de recidiva. As principais manifestações da doença reportados foram presença de coagulopatias (37,5%-72,8%), sangramentos (17,2%-90,9%), equimose (90,9%-92%) e febre (27%-31%). As alterações laboratoriais são características do quadro clássico de leucemia aguda, porém com leucocitose e plaquetopenia extremamente acentuada em alguns casos. A presença da t(15;17) varia de 84,6% a 100% dos indivíduos, enquanto a frequência do PML-RARα varia entre 74,7%-100%. Nove casos brasileiros de mutações variantes associados a LPA foram encontrados na literatura. A maioria dos estudos apresenta sobrevida global de 5 anos abaixo de 70% e a maior parte das mortes são precoces. CONCLUSÃO: Os dados dos estudos nacionais apontam para um cenário preocupante da LPA no Brasil. Acreditamos que este cenário sugere uma possível negligência no atendimento básico de saúde aos pacientes, com diagnóstico tardio e automedicação que pode ser melhorado com ações organizadas, que contribuam para o desenvolvimento de normativas nacionais, e com o comprometimento da comunidade médico-científica e o Ministério da Saúde.
Palavras-chave: Leucemia promielocítica aguda, leucemia mieloide aguda, revisão sistemática, Brasil.

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Divulgado edital 2022.1 para mestrado e doutorado do PGBSMI

A Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa divulga a chamada para inscrição de candidatos que desejem participar do processo seletivo 2022.1 para ingresso no Programa, nível de Mestrado e Doutorado, nas datas e demais condições especificadas no edital. As inscrições vão de 03 a 21 de janeiro de 2022.

Clique aqui e consulte o edital.

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Websérie | Leishmaniose | Playlist

A Fiocruz Bahia lançou uma websérie que aborda as principais pesquisas realizadas na instituição. O terceiro módulo abordou os estudos em leishmaniose. 

Os vídeos, publicados semanalmente nas redes sociais, estão divididos em 10 temas: arbovirose, big data, câncer, células-tronco, doença de Chagas, doença falciforme, helmintíase, HTLV, leishmaniose e tuberculose. As gravações tiveram início em 2019, por isso a maioria das entrevistas foram realizadas antes da pandemia.

Confira a playlist!

 

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Dissertação avalia esquema terapêutico contra leishmaniose cutânea

Autoria: Marina Faillace de Amorim
Orientação: Patrícia Sampaio Tavares Veras
Título da dissertação: “Desenvolvimento da formulação contendo o fármaco 17-DMAG impregnado em membrana de celulose bacteriana para compor esquema terapêutico contra leishmaniose cutânea”
Programa: Pós-Graduação em Patologia
Data de defesa: 16/12/2021
Horário: 09h00
Local: Sala virtual do Zoom

RESUMO

A leishmaniose é uma doença tropical negligenciada, endêmica em mais de 90 países e, no Brasil está presente em todas as regiões, sendo considerada um problema de saúde pública. As manifestações clínicas variam entre formas cutâneas, que apesar de não serem fatais causam estigma social, e a visceral que, por sua vez, pode ser fatal. Sua transmissão ocorre por meio da picada de flebotomíneos fêmeas que, durante o repasto sanguíneo, inoculam promastigotas de Leishmania presentes em sua saliva. As promastigotas, então, infectam as células hospedeiras e se diferenciam na forma amastigota. Os tratamentos atuais mais utilizados são os antimoniais pentavalentes, além da Anfotericina B, pentamidina, paramomicina e miltefosina, porém, limitações como efeitos colaterais, aplicação invasiva, longos ciclos de tratamento, falha terapêutica ou alto custo levam o abandono do tratamento. Esses dados mostram a necessidade do desenvolvimento de novas drogas leishmanicidas. Neste cenário, a Hsp90 é uma chaperona envolvida no processo de estabilização e ativação de diversas proteínas cliente e é importante para a manutenção da homeostase celular. Em estudos anteriores, demonstramos que inibidores da Hsp90 são eficazes no controle de infecções causadas por Leishmania spp. em modelos in vitro e in vivo, chegando a zerar a carga parasitária e a reduzir citocinas pró-inflamatórias em camundongos BALB/c. No entanto, o uso prolongado in vivo, causou toxicidade. Desta forma, decidimos desenvolver uma formulação tópica, que por ser menos invasivo, hipotetizamos ser capaz de diminuir os efeitos tóxicos, ser de fácil aplicação, além de apresentar redução de custos. Assim, desenvolvemos formulações contendo 17-DMAG impregnado em membranas de celulose bacteriana (MCB), que é um biopolímero com propriedades curativas. O objetivo deste estudo foi avaliar o potencial quimioterápico do 17-DMAG, um inibidor da Hsp90, impregnado em MCB no tratamento da leishmaniose cutânea (LC) em modelos in vivo e in vitro de infecção por Leishmania braziliensis. Após diferentes testes, a impregnação das MCB seguiu as seguintes etapas: primeiramente as membranas foram cortadas com diâmetro de 3,5 cm, impregnadas com diferentes concentrações de 17-DMAG diluído em trealose 5% e secas em liofilizador. Para utilização nos ensaios, as MCB foram cortadas com punch de biópsia de 3 mm para os ensaios in vitro e de 8 mm para ensaios in vivo. Avaliamos a toxicidade das MCB sobre BMMΦ (CC50) e sua eficácia in vitro contra promastigotas axênicas de L. braziliensis (IC50). Após 72 horas de tratamento, foi obtido um valor de CC50 de 30,76 ± 1,29 nM, e IC50 de 159,9 ± 49,6 nM. Devido ao valor do IC50 ser menor do que o do CC50, não conseguimos calcular o valor do IC50 para índice de seletividade. A faixa de concentração usada para determinar o IC50 não causou toxicidade aos macrófagos, porém não teve efeito sobre as amastigotas intracelulares. Nos ensaios in vivo as concentrações de 311 e 155 µg/cm2 apresentaram toxicidade local com duas semanas de tratamento, mas não apresentaram toxicidade sistêmica. Concentrações menores, entre 1.000 e 125 ng/cm2 não apresentaram toxicidade local, sendo viáveis para ensaios de toxicidade in vivo. Estes dados, somados aos resultados anteriores com a droga livre, demonstram que, após ajustes de doses, 17-DMAG terá potencial para compor esquema terapêutico contra LC.

Palavras chave: Leishmaniose, Tratamento tópico, 17-DMAG, HSP90, Membrana de celulose bacteriana

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Covid-19: todas as vacinas administradas no Brasil demonstram efetividade, aponta boletim

A primeira edição do boletim sobre a efetividade das vacinas contra Covid-19 na população brasileira, do projeto Vigivac da Fiocruz, foi publicada na quinta-feira (09/12). O informe, que apresenta análises das quatro vacinas administradas no Brasil, de janeiro a outubro de 2021, aponta que todas conferem grande redução do risco de infecção, internações e óbito por Covid-19. 

Considerando os desfechos graves (internação ou óbito) em indivíduos com idade entre 20 e 80 anos, a proteção variou entre 83% e 99% para todos os imunizantes. Na população abaixo de 60 anos, todas as vacinas apresentam proteção acima de 85% contra risco de hospitalização e acima de 89% para risco de óbito.

Confira na íntegra o boletim, com a descrição dos resultados encontrados para cada vacina, os métodos de investigação utilizados no projeto e a análise do contexto epidêmico e da evolução das variantes do coronavírus nas regiões do Brasil.

As análises do projeto, coordenado pelo pesquisador Manoel Barral, da Fiocruz Bahia, foram realizadas com informações individuais anônimas dos bancos de dados da Campanha Nacional de Vacinação contra Covid-19 (Vacinação Covid-19), Notificações de Síndromes Gripais (e-SUS Notifica) e Notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG 2020 e 2021; SIVEP-Gripe). Estes bancos de dados e seus dicionários estão disponíveis no site do Departamento de Informática do SUS (DataSUS).

Coronavac

A Coronavac apresentou alta efetividade para a população entre 18 e 59 anos, variando de 89% a 95% e de 85% a 91% para óbitos e hospitalizações, respectivamente. Entretanto houve queda importante na efetividade em pessoas com 60 anos ou mais. Na faixa entre 60 e 69 anos a proteção contra formas graves da doença foi de 81%, chegando a 64% em maiores de 80 anos. 

Os pesquisadores afirmam que esta redução na proteção em idosos pode ser explicada por diversos fatores, mas principalmente pelo maior tempo de seguimento, maior tempo desde a última vacinação e pela maior vulnerabilidade do grupo que recebeu o imunizante, já que a Coronavac foi a mais utilizada entre idosos e profissionais prioritários, como da área de saúde e segurança, que são mais expostos ao contágio. Além disso, a vacina foi administrada durante um período de maior circulação do vírus.

Astrazeneca

A AstraZeneca foi a vacina mais utilizada no país, segundo o boletim. Os resultados para a população adulta de até 59 anos mostraram efetividade de 99% do imunizante contra óbitos. A queda da efetividade também acompanhou o aumento da faixa etária. No grupo de pessoas entre 60 e 69 anos a proteção contra infecção foi de 89%, chegando a 82% nos indivíduos acima de 80 anos. Com relação aos óbitos, pessoas acima de 80 anos tiveram proteção de 91%, um pouco menor do que as outras faixas de 60 a 69 e 70 a 79 anos, que tiveram 97% e 93%, respectivamente.

Pfizer

As análises para a população adulta com até 59 anos que recebeu a Pfizer mostraram que a proteção manteve-se acima de 96%. A proteção contra óbito e internação por Covid-19 neste grupo foi de 99%. Os pesquisadores destacam que a Pfizer foi administrada na população mais jovem e em momento epidêmico com menor circulação do vírus, o que pode favorecer a efetividade da vacina.

Janssen

Na população adulta de até 59 anos que recebeu a Janssen, as análises apontaram proteção contra óbito de 78% a 94%. Contra hospitalização a proteção ficou entre 88% e 91% e contra infecção a efetividade foi de 68% a 73%. Para a população idosa, foi possível calcular a efetividade com segurança apenas para a população com 80 anos ou mais, que teve proteção contra óbito de 91% e contra hospitalização de 93%.

 

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Fiocruz Bahia realiza última edição do Papo Acadêmico 2021

Realizado no dia 04 de dezembro, através da plataforma virtual Zoom, a última edição do Papo Acadêmico 2021 reuniu coordenadores, professores e demais colaboradores da equipe de Ensino da Fiocruz Bahia. O evento foi iniciado pela Vice-diretora de Ensino e Comunicação, Claudia Brodskyn, que falou sobre os desafios superados por toda a equipe durante a pandemia da Covid-19.

Em seguida, Claudia apresentou o balanço das principais atividades desenvolvidas durante o ano, destacando ações como as edições anteriores do Papo Acadêmico, que esse ano deu uma atenção especial às discussões acerca da saúde mental; a Formação Continuada de Metodologias Ativas de Ensino-aprendizagem e o lançamento do Projeto Mais Meninas Baianas na Ciência, que contou com palestras, mesas redondas e oficinas virtuais. A Vice-diretora também falou sobre a 18ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia da Fiocruz e do SciNext, uma parceria entre o Grupo Mulheres – Núcleo do Vale do Silício e a Fiocruz Bahia, que discutiu sobre oportunidades de carreira científica nacional e internacional, dando ênfase às trajetórias de mulheres cientistas.

Brodskyn falou ainda sobre os planos para 2022, que envolvem edições futuras do Papo Acadêmico, o Prêmio Gonçalo Moniz e uma série de ações voltadas à divulgação científica, ressaltando o compromisso com os alunos e toda a comunidade. “É importante continuar. É importante ouvir os estudantes e os seus anseios e fazer com que as coisas aconteçam de forma fluida, sendo bom para todos”, finalizou.

Na sequência, a coordenadora de Ensino e atual coordenadora do Programa de Pós-graduação em Patologia Humana (PGPAT), Valéria Borges, mediou a apresentação dos projetos contemplados pela segunda edição do Edital de Divulgação Científica e falou um pouco sobre a motivação de incentivar projetos no campo da saúde, tendo como principal objetivo a promoção do diálogo entre cientistas e a sociedade. “A ideia de um edital de divulgação de divulgação científica surgiu no ano passado de uma parceria entre o PGPAT e o Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PGBSMI). Por serem dois programas de excelência na Capes, tivemos possibilidade em apoiar a execução financeira dos projetos apresentados por equipes compostas por discentes e pesquisadores”, destacou Valéria.

Durante o evento, foram apresentados os projetos: Histórias de Cientistas, Podcast no Viés,  Podcast que droga é essa?, TBZando e E-Science. O encontro contou ainda com o lançamento da Revista Histórias de Cientistas – volumes I e II, disponíveis no link https://www.bahia.fiocruz.br/fiocruz-e-voce/divulgacao-cientifica/.

Após as apresentações, foi aberto o espaço para que os demais participantes pudessem dar as suas contribuições. A pesquisadora da Fiocruz Bahia, Patrícia Veras, aproveitou o momento para parabenizar as iniciativas apresentadas e destacar a importância dos esforços coletivos para a construção de produtos relevantes para a comunidade científica e para a população em geral. A coordenadora do PGBSMI, Deborah Fraga, também falou sobre a importância dos projetos desenvolvidos com o apoio do edital, destacando a necessidade de dar prosseguimento a essas atividades. “Foi um ano difícil, mas precisamos ter esperança. 2022 vem aí e com esses projetos vemos que nós temos muito o que fazer”, reforçou.

Já a coordenadora da Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional (PGPCT) Conceição Almeida, destacou a união da equipe como um dos principais elementos para a concretização dos projetos, ressaltando a interação entre alunos, professores e colaboradores e a necessidade de acreditar em dias melhores. “Realmente não tem sido fácil, mas se a gente mantiver a esperança e a vontade, nós conseguiremos”, afirmou.  A esperança de dias melhores foi reforçada pela coordenadora do PROIIC, Juliana Fullam, que parabenizou as equipes e enfatizou a necessidade de estabelecer um diálogo entre cientistas e o público geral. “Precisamos divulgar o que a gente faz e demonstrar a importância da ciência…mostrar a população que o que nós fazemos é importante e que fazemos para eles”, finalizou.

Conheça os projetos contemplados pelo Edital de Divulgação Científica

 

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Inscrições prorrogadas para edital de Doutorado na área de Biotecnologia e Saúde Digital

A Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI) torna público o edital para inscrição de candidatos que desejem participar do processo seletivo 2022.1 para ingresso em uma turma especial do Programa de Doutorado na área de concentração de Biotecnologia e Saúde Digital, stricto sensu, no primeiro semestre do ano de 2022. As inscrições foram prorrogadas até dia 20 de janeiro de 2021..

Clique aqui para consultar o Edital com a prorrogação.

 

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Palestra abordou fisiopatologia da doença falciforme e perspectivas de tratamento

A Sessão Científica, realizada no dia 19 de novembro, através da plataforma Zoom, recebeu a pesquisadora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, que apresentou a palestra ‘Fisiopatologia da doença falciforme e perspectivas de tratamento’. O evento foi mediado pela pesquisadora da instituição, Camila Indiani, que abriu a atividade apresentando a convidada e destacando a sua relevância para a comunidade científica.

Marilda Gonçalves iniciou agradecendo o convite e falou sobre a epidemiologia da doença falciforme, enfermidade presente na África, península arábica, parte da Ásia, Américas e no Sul da Europa, chegando a afetar entre 300 e 400 mil crianças em todo o mundo. No Brasil, a maior incidência está no estado da Bahia, onde 0,2% das crianças nascem com a forma mais grave da doença. Durante a apresentação, a pesquisadora descreveu algumas condições enfrentadas por pessoas nesta condição, como a hemólise e a falcização das hemácias e os seus desdobramentos, como a disfunção endotelial e o fenômeno de vaso-oclusão.

Marilda também falou sobre as manifestações clínicas ocorridas na doença falciforme, que podem compreender acidente vascular cerebral (AVC) e infartos silenciosos, osteonecrose, sequestro esplênico e hepático, além da suscetibilidade a infecções. “É necessário que o acompanhamento desses pacientes, principalmente aqueles que têm a forma mais grave da doença, a anemia falciforme, seja seguido por uma equipe multiprofissional porque é uma doença que envolve o acompanhamento com várias especialidades clínicas”, afirmou.

A pesquisadora também abordou as diferentes formas de tratamento disponíveis, apresentando as abordagens voltadas a fisiopatologia, transplante de medula óssea, terapia gênica e as terapias adjuvantes – destinadas a suprir os efeitos da hemólise e da vaso-oclusão. Ainda sobre o tratamento, Marilda ressaltou o uso da hidroxiuréia no Brasil, medicamento que reduz a contagem de leucócitos, reticulócitos e plaquetas, e aumenta a produção de hemácias com concentrações elevadas de HbF.

Marilda Gonçalves discorreu ainda sobre os novos estudos e descobertas a respeito de testes terapêuticos e novos fármacos que podem contribuir para o avanço no tratamento da doença falciforme, apresentando resultados de pesquisas nacionais e internacionais. “Nós estamos em um momento muito importante com esses novos tratamentos, como a edição e a terapia gênica. É um momento muito importante para o estudo da doença falciforme”, ressaltou. Marilda apresentou resultados do seu grupo de pesquisa, envolvendo estudos realizados por vários alunos de pós-graduação, todos eles hoje doutores (Thassila Pitanga, Modeste Yahouedehou, Sânzio Santana, Caroline da Guarda, Milena Aleluia e Rayra Santiago), apresentando resultados que investigaram a inflamação e os diferentes mecanismos de ação associados a hidroxiuréia. Por fim, foi aberto o espaço para contribuições por parte dos ouvintes que puderam fazer perguntas e sanar dúvidas a respeito do tema.

 

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Pesquisador da Fiocruz Bahia é novo coordenador do Fio-Chagas

O pesquisador da Fiocruz Bahia, Fred Luciano Santos Neves, foi nomeado, no dia 24/11, coordenador do Programa de Pesquisa Translacional em Doenças de Chagas – Fio-Chagas, para o biênio 2022-2024. É a primeira vez que um cientista de uma unidade regional ocupa o cargo. Também ocupam esta posição os pesquisadores da Fiocruz André Roque (IOC), Tânia C. Araújo Jorge (IOC) e Luiz Henrique Conde Sangenis (INI).

“Sempre participei ativamente do programa, desde a época que se chamava PIDC (Programa Integrado de Doença de Chagas). Durante os últimos anos muitas parcerias foram firmadas dentro do Fio-Chagas, o que facilitou o desenvolvimento do TR Chagas e sua produção por Bio-Manguinhos. Os desafios serão grandes neste próximo biênio, mas os resultados para a Fiocruz serão valiosos. Muito orgulho de ter recebido o convite”, declarou Neves.

Fred Luciano é um um dos idealizadores do TR Chagas, novo kit diagnóstico para doença de Chagas crônica, que obteve registro da Anvisa em 2020. O teste rápido, que dá o resultado em 15 minutos, será produzido pela unidade produtora de imunobiológicos da Fiocruz, Bio-Manguinhos, e irá contribuir para a melhoria do diagnóstico da doença no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), principalmente nas ações de controle e vigilância epidemiológica coordenadas pelo Ministério da Saúde.

O Fio-Chagas é composto por vinte e seis grupos de pesquisa, reunindo pesquisadores das diversas unidades da Fiocruz. Tem como missão ser protagonista decisivo na pesquisa em doença de Chagas e gerar produtos aplicáveis ao SUS; ser referência na elaboração de estratégias de vigilância nesta enfermidade; e elaborar estratégias educativas para a conscientização da população com relação aos diferentes aspectos da doença.

O Programa promove a articulação de grupos de pesquisa biomédica, clínica, de desenvolvimento tecnológico em saúde coletiva em torno de projetos que desenvolvem respostas para as necessidades e questões críticas para o controle de agravos, no caso a doença de Chagas, estimulando a composição de equipes inter laboratoriais, interunidades e interinstitucionais. A iniciativa assegura uma contribuição efetiva da Fiocruz para o controle da doença de Chagas no século 21, com metas de pesquisa e desenvolvimento tecnológico.

Sobre o pesquisador

Fred Luciano possui graduação em Farmácia-Bioquímica e mestrado em Patologia Humana pela IGM/UFBA, e doutorado em Biociências e Biotecnologia em Saúde pela Fiocruz Pernambuco. Atualmente, é Pesquisador da Fiocruz Bahia, onde vem se dedicando a estudos sobre a busca de biomardores diagnósticos de doenças infecto-parasitárias. Docente permanente do curso de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (conceito 6), da Fiocruz Bahia, é responsável pela disciplina Desenvolvimento de Ferramentas Diagnósticas para Identificação de Patógenos. Atualmente é pesquisador nível 2 do CNPq.

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Dissertação caracteriza perfil bioquímico, hematológico e inflamatório em camundongos falciformes

Autoria: Gustavo Marinho Miranda
Orientação: Jaime Ribeiro Filho
Título da dissertação: “Caracterização do perfil bioquímico, hematológico e inflamatório em camundongos falciformes: correlações com o metabolismo lipídico e produção de eicosanoides em modelo de úlcera cutânea”
Programa: Pós-Graduação em Patologia
Data de defesa: 16/12/2021
Horário: 09h00
Local: Sala virtual do Zoom

RESUMO

INTRODUÇÃO: A Anemia Falciforme é uma hemoglobinopatia autossômica recessiva, caracterizada pela mutação na sexta posição do gene da β-globina (GAG → GTG) que leva à substituição do ácido glutâmico por valina, gerando a hemoglobina S (HbS). Sua patogênese está relacionada com a polimerização da HbS, vaso-oclusão e inflamação estéril com posteriores complicações e alterações sistêmicas. As úlceras falciformes são complicações que afetam 8% a 10% dos pacientes com AF. Nesse contexto, embora seja estabelecido que a úlcera falciforme tanto resulte da predisposição dos pacientes, como induza processos inflamatórios, os mecanismos envolvidos, em particular, a participação dos mediadores lipídicos, permanecem por ser melhor investigados. OBJETIVO: Caracterizar o perfil hematológico, bioquímico e inflamatório de camundongos humanizados para anemia falciforme e avaliar as alterações locais e sistêmicas induzidas pela úlcera cutânea nestes animais. MATERIAIS E MÉTODOS: Após anestesia, amostras de sangue total, soro, órgãos e fragmentos de pele de camundongos da linhagem Townes B6:129 foram coletados a fim de determinar as diferenças basais em parâmetros bioquímicos, hematológicos e inflamatórios de camundongos sadios (AA), com traço falciforme (AS) e com anemia falciforme (SS). No modelo murino de úlcera falciforme, quatro lesões cutâneas de 4 mm foram induzidas no dorso dos animais, e amostras destas lesões foram coletadas nos tempos de 0, 24 e 72h após a indução das úlceras. Nestes mesmos períodos de avaliação, amostras de sangue total foram destinadas à análise de hemograma e leucograma por análise semiautomatizada, utilizando equipamento URIT 5160 Vet e esfregaços sanguíneos corados com Romanowsky. Análises bioquímicas de colesterol total (CT), triglicerídeos, AST, ALT, ureia e creatinina realizada no soro, por espectrofotometria por método automatizado no equipamento Smart Vet 200+. As concentrações de PGE2 e LTB4 no soro foram avaliados por ELISA. A expressão de genes associados à produção de eicosanoides tais como COX-1, COX2, 5-LO, PLA2 e PLIN2 nas lesões cutâneas foram determinadas por RT-qPCR. Análises histológicas do infiltrado inflamatório foram realizadas por microscopia em lâminas coradas por H&E, utilizando o programa Imaje J 1.53. As diferenças entre os grupos e respectivos tempos foram avaliadas por pelos testes One-way ANOVA, Mann-Whitney e Kruskal-Wallis, utilizando o programa Graphpad Prism 8.0.2. RESULTADOS: A caracterização dos parâmetros basais mostrou que animais SS apresentaram anemia hemolítica grave e leucocitose, enquanto o grupo AS se assemelhou ao controle. Níveis elevados de AST foram observados nos grupos AS e SS em comparação ao grupo AA, enquanto ALT do grupo SS estava elevada em comparação com os grupos AA e AS, e os níveis de creatinina do grupo SS foram significativamente maiores que o grupo AA. No grupo SS a concentração sérica de PGE2 se mostrou elevada enquanto os níveis de LTB4 estavam diminuídos em comparação com os animais do grupo AA e AS. Correlações negativas entre hemoglobina, hemácias, hematócrito e PGE2 foram observadas. As alterações induzidas pela úlcera no hemograma do grupo SS não foram significantes. No entanto, houve redução dos leucócitos totais em 24h e aumento em 72h nesse grupo. Em contrapartida, o infiltrado leucocitário tecidual apresentou aumento em 24h e leve redução em 72h. No grupo SS em 24h, houve redução de CT e de AST. Já em 72h, observamos aumento do CT e redução de ALT e creatinina no mesmo grupo. Ainda no grupo SS, o perfil de expressão da COX-2 no tecido aumentou em 72h, enquanto a PGE2 e LTB4 sistêmicos não apresentaram alterações significativas. CONCLUSÃO: Animais transgênicos com anemia falciforme apresentam alterações bioquímicas e hematológicas que estão correlacionadas a um desbalanço no metabolismo lipídico e produção de eicosanoides, contribuindo para um maior estado inflamatório em nível basal. A indução de úlcera cutânea neste modelo leva a um maior recrutamento de leucócitos nos animais doentes em comparação com os animais saudáveis e com traço falciforme, o que parece estar relacionado com as alterações bioquímicas, hematológicas e inflamatórias apresentadas por estes animais. Palavras-chave: Camundongos transgênicos; Doença falciforme; Eicosanoides; Inflamação; Úlcera cutânea.

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Nota de esclarecimento sobre posicionamento da Fiocruz Bahia para realização do Carnaval de Salvador

Em virtude das recentes citações à Fiocruz Bahia em torno do debate sobre a realização do Carnaval de Salvador em 2022, esclarecemos que a seleção de trechos específicos do ofício encaminhado à Comissão de Retomada de Eventos da Câmara Municipal de Salvador, no dia 22 de novembro de 2021, está levando a uma interpretação errônea de que a Fiocruz Bahia avalizou a realização do Carnaval de Salvador, que reúne milhões de pessoas, se 90% da população da capital baiana estiver vacinada.

No documento, o observatório Covid-19 da Fiocruz, destaca de início, a partir da avaliação de especialistas em epidemiologia da instituição, que têm acompanhado a evolução da pandemia desde março de 2020, que “tudo dependerá do cenário no período que antecede o carnaval, a partir de janeiro”, em função das consequências das comemorações de final de ano e das férias escolares. Esta ressalva apontava o grau de incerteza em que nos encontramos no momento, o que impediria afirmativas categóricas sobre o planejamento de um evento de grandes dimensões, com aglomeração inevitável de milhões de pessoas.

Assim, a recomendação de avanço da vacinação, a pelo menos 90%, seria o fator necessário para que fosse iniciada qualquer discussão, ou seja, atingida esta margem, será necessário avaliar outros fatores citados no documento, a exemplo, do controle da entrada de não vacinados e a testagem, uma vez que o evento atrai indivíduos de outras regiões do Brasil e de outros países.

A Fiocruz, como instituição paradigmática no âmbito da saúde, com amplo reconhecimento nacional e internacional, sempre atuou em favor da vida, da saúde dos indivíduos e coletiva. Nossa atuação durante a pandemia da Covid-19 demonstra nosso compromisso centenário com a saúde dos brasileiros. Desta forma, é equivocado informar que a Fiocruz Bahia se posicionou a favor da realização do Carnaval de Salvador, uma vez que as recomendações colocadas no referido ofício não estão sequer contempladas para que fosse iniciada a discussão.

A Fiocruz Bahia sempre esteve disponível para dialogar com outras instituições representativas da sociedade, por isso não nos furtamos em participar de debates públicos que versem sobre políticas públicas que irão atingir a saúde dos brasileiros, principalmente em momento de alerta de nova onda da Covid-19, em diversos países da Europa, e com a possibilidade de aparecimento de novas variantes do SARS-Cov-2. Continuamos abertos ao diálogo para que a saúde da população seja preservada e priorizada.

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Resposta de teste rápido para esquistossomose é analisada em dissertação

Autoria: Ronald Alves dos Santos
Orientação: Ricardo Riccio Oliveira
Título da dissertação: “Avaliação do padrão de resposta do teste rápido em urina para o diagnóstico da esquistossomose, POC-CCA, em uma população de elevada endemicidade no Estado da Bahia”
Programa: Pós-Graduação em Patologia
Data de defesa: 17/12/2021
Horário: 14h00
Local: Sala virtual do Zoom

RESUMO

INTRODUÇÃO: A esquistossomose é uma doença negligenciada causada por helmintos do gênero Schistosoma, e reconhecida como um importante problema de saúde pública que afeta especialmente as comunidades mais pobres ao redor do mundo. A esquistossomose possui uma ampla distribuição ao redor do mundo, porém, está restrita apenas às zonas tropical e subtropical, onde vivem os parasitos e seus hospedeiros intermediários, fator esse que influencia diretamente na distribuição global da doença. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) as pessoas mais suscetíveis a contrair a esquistossomose são as que habitam áreas carentes, cuja fonte de renda principal seja a pesca ou a agricultura em rios e lagos com caramujos infectados. O diagóstico atualmente é realizado por exame parasitológico de fezes, pelo método Kato-Katz, o que representa uma limitação dos estudos e inquéritos parasitológicos, considerando o cenário epidemiológico atual do Brasil. Alguns testes diagnósticos estão sendo propostos e avaliados em todos o mundo, dentre eles, destaca-se o teste rápido em urina POC-CCA. OBJETIVO: Determinar a frequência de positividade do teste rápido em urina para o diagnóstico da esquistossomose, POC-CCA, em uma população de alta prevalência no estado da Bahia, antes e após o tratamento da esquistossomose. METODOLOGIA: Trata-se de uma coorte realizada no município de Conde-BA, localizado a cerca de 170 km de Salvador-BA. Foram incluídos indivíduos de ambos os sexos com idade entre 4 e 70 anos que entregaram amostras de fezes e urina. As amostras de fezes foram utilizadas para a confecção de duas lâminas de Kato-Katz, e as de urina para a execução do POC-CCA e tira reagente de urina. Para as análises do póstratamento, todos os indivíduos que receberam o tratamento para a esquistossomose e enviaram amostras de fezes e urina foram incluídos. O acompanhamento foi realizado em cinco momentos: avaliação pré-tratamento (D0), tratamento (D30), controle de cura (D30), acompanhamento 180 (D180) e 360 (D360) dias após tratamento. RESULTADOS: Foi identificada a presença de ovos de S. mansoni em 189 indivíduos (55,59%) com mediana da carga parasitária de 36 (12–108) ovos por grama de fezes (OPG). Para a avaliação do POCCCA das 273 amostras no D0, 58,24% (n=159) foram positivas para o Antígeno Catódico Circulante (CCA), destes, 18,32% (n=50) foram considerados falso-negativos; 19,05% (n=52) falso-positivos; 23,44% (n= 64) verdadeiro-negativos e 39,19% (n=107) verdadeiro-positivos. Demonstramos ainda que a densidade da urina é um fator que interfere no desempenho do OC-CCA, onde urinas com densidade mais elevada aumentar a chance de resultados falso negativos no POC-CCA CONCLUSÃO: O POC-CCA, apesar de apresentar uma frequência de resultados positivos maior do que a trazida por duas lâminas de Kato-Katz, apresenta um número considerado de falso-negativos, especialmente entre os indivíduos com baixa carga parasitária. O POC-CCA mostrou as mesmas falhas que o Kato-Katz, no que diz respeito a sensibilidade em amostras com baixa carga parasitária, além disso, o método demonstrou sofrer influência da densidade urinária. Por essa razão a utilização em larga escala do POCCCA não pode ser recomendada em seu formato atual. É possível que a adequação do teste ou do estado do paciente, como a recomendação de hidratação do paciente antes da coleta de material, ou utilização de solução tampão durante a aplicação da amostra, possam auxiliar na melhoria de desempenho deste teste em regiões de alta endemicidade do Brasil.
PALAVRAS CHAVE: Schistosoma mansoni; Diagnóstico; POC-CCA.

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