Fiocruz Bahia e SPCOC realizam aula inaugural do Projeto Sons e Imagens da Bahia

A aula inaugural da segunda edição do Projeto Sons e Imagens da Bahia será realizada nesta sexta-feira (6/5), às 17h. O evento contará com a palestra da diretora e roteirista Maria Carol, sobre a linguagem de audiovisual, e será transmitido no canal YouTube da Fiocruz Bahia.

O projeto vai proporcionar aulas online sobre audiovisual para 200 alunos da rede pública, distribuídas em mais de 20 escolas, tanto de Salvador, quanto de cidades no interior do estado. O Sons e Imagens é um projeto realizado em parceria entre a Fiocruz Bahia e a Sociedade de Promoção da Casa de Oswaldo Cruz (SPCOC), com apoio da Lei de Apoio à Cultura (Pronac 193074).

A palestrante

Maria Carol é cineasta e sócia da Lanterninha Produções. Formada em Artes, atua como diretora, produtora, montadora e roteirista desde 2007. Seu trabalho busca encontros sensíveis do cinema com a vida, buscando temas ligados aos direitos humanos. Dirigiu curtas em animação, documentário e live action e seu primeiro longa documental, Diários de Classe, após passar por importantes festivais, entrou em circuito comercial de 19 capitais brasileiras, além de ser exibido no Canal Brasil. Atualmente desenvolve o roteiro de seus próximos longas metragens, os documentários A Cidade Envelhece e Um Ano Diferente.

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Tese de servidor da Fiocruz Bahia é indicada ao Prêmio Capes de Teses 2022

A tese intitulada “Práticas anticoncorrenciais no Brasil: verificação analítica, empírica e sistêmica da integridade de aquisições públicas por pregões eletrônicos”, desenvolvida pelo Analista de Gestão em Saúde da Fiocruz Bahia, Adilson da Hora Sampaio, foi indicada para o Prêmio Capes de Teses 2022. O trabalho, realizado sob orientação do professor Paulo Soares Figueiredo, do Núcleo de Pós-Graduação em Administração – NPGA/EAUFBA, foi selecionado em resposta ao Edital 11/2022, da Capes.

Utilizando a Teoria da Escolha Pública e a ramificada Economia da Corrupção, durante o doutorado Sampaio verificou analítica e empiricamente a integridade de aquisições públicas por pregões eletrônicos no Sistema de Compras Públicas do Brasil, considerando sua dinâmica, e defendeu a ideia central de que há um conjunto de variáveis em escala micro e macro, propostas e testadas, que impactam a probabilidade de ocorrência de fraudes ou práticas anticoncorrenciais na licitação pública Pregão Eletrônico.

“Foi um grande desafio desenvolver uma tese que dialogasse com a temática das Compras Públicas e que oferecesse uma aplicação nos campos da Gestão e Políticas Públicas. Fizemos a escolha do formato “Tese em três artigos” por ser mais moderno, dinâmico e eficiente para a divulgação dos resultados, além de adequado à estratégia de pesquisa. Ao longo desses três anos e sete meses, houve parcerias com pesquisadores do Centro Universitário – SENAI/CIMATEC e do Instituto Mundial para Pesquisa em Desenvolvimento Econômico da Universidade das Nações Unidas – UNU-WIDER, onde realizei o Estágio de Pesquisa (PhD Visiting Fellowship)”, conta o servidor.  

A Comissão, composta pelos professores doutores do NPGA/EAUFBA, Mônica de Aguiar Mac-Allister da Silva (Presidente), Antônio Sérgio Araújo Fernandes, Jefferson David Araújo Sales e Luciana Alves Rodas Vera, afirmou, em ata da reunião, que a tese foi selecionada, dentre as cinco inscritas defendidas em 2021, por melhor atender aos critérios de premiação. Segundo o documento, “quanto à Originalidade do trabalho, a tese é uma contribuição original e significativa para o avanço do conhecimento no campo da administração e particularmente da administração pública. Quanto à Relevância, a tese tem relevância científica, tecnológica e social, por ampliar o conhecimento sobre o tema e instrumentalizar a administração em prol do interesse público”.

Ainda de acordo com a ata, “quanto às Publicações, a tese gerou dois artigos publicados em periódicos científicos qualificados e dois artigos publicados em eventos científicos. Quanto à Metodologia, a tese apresenta uma abordagem teórica e metodológica consistente e coerente e, mais especificamente, procedimentos metodológicos adequados ao problema abordado. Quanto à Redação, a tese apresenta texto objetivo e claro com citações e referências de acordo com as normas. Quanto à Estrutura, a tese é composta de artigos devidamente articulados; o que potencializam a difusão do conhecimento”.

 

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Dissertação avalia métodos para detecção de anticorpos contra o Covid-19

Autoria: Pamela dos Santos N. de Santana
Orientação: Deborah B. Mothé Fraga
Co-orientadora: Moyra Machado Portilho
Título da dissertação: “AVALIAÇÃO DE MÉTODOS SOROLÓGICOS PARA DETECÇÃO DE ANTICORPOS DOS TIPOS IgM E IgG CONTRA O SARS-COV-2 ”
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 17/05/2022
Horário: 14h00
Local: Sala virtual do Zoom

RESUMO

Introdução: No final de 2019, em Wuhan, China, foi detectado um surto de pneumonia semelhante à Síndrome Respiratória Aguda (SARS), causada pelo coronavírus denominado SARS-CoV. Ao investigar o surto, foi identificado que o agente etiológico deste também era um coronavírus, e assim, este foi denominado SARS-CoV-2, causador da doença denominada COVID-19, declarada como pandemia em março de 2020. O diagnóstico da COVID-19 pode ser feito através da anamnese clínica e pelo diagnóstico laboratorial, tendo como padrão ouro a reação em cadeia da polimerase em tempo real. Há também ferramentas sorológicas, como testes rápidos (TR) e o ensaio de imunoabsorção enzimática (ELISA), cujos desempenhos precisam ser avaliados.

Objetivo: Comparar o desempenho de métodos sorológicos de detecção de anticorpos específicos contra o SARS-CoV-2 em uma amostra da população de Salvador – Bahia.

Materiais e Métodos: A partir de uma amostra da população de Salvador-BA, foi avaliado o desempenho de três testes rápidos (TRs): TR Panbio™ COVID-19 IgG/IgM – Abbott, TR COVID-19 IgM/IgG – Bio-Manguinhos e TR DPP® COVID-19 IgM/IgG Bio- Manguinhos, e um ELISA específico contra o SARS-CoV-2. A amostra foi composta por 580 soros de indivíduos testados no campo com o TR Abbott e no laboratório foram realizados os demais TRs e o ELISA. Dados sociodemográficos e comportamentais dos indivíduos relacionados à exposição ao SARS-CoV-2 foram obtidos em campo e analisados em relação à positividade dos testes avaliados. Para a análise da concordância dos resultados dos testes avaliados foi utilizado o Teste de Concordância Kappa Simples. Para a análise da diferença de desempenho foi utilizado o Teste de McNemar. Para a análise de associação entre resultado positivo nos testes avaliados em relação à exposição ao risco de infecção pelo SARS-CoV-2 e as medidas de prevenção a esta, foi calculado o odds ratio.

Resultados: Em relação a detecção de IgM, o TR Bio-Manguinhos foi o TR que apresentou maior positividade (40,9%). Quanto ao IgG, o ELISA teve a melhor detecção (52,9%), seguido do TR Abbott (47,8%). Dentre as análises de concordância de resultados dos três TRs avaliados para detecção de IgM, todos apresentaram concordância ruim ou fraca. Em relação aos testes de detecção de IgG, o TR Abbott e o TR Bio-Manguinhos apresentaram concordância moderada. Havendo uma melhor concordância entre os TRs e o ELISA, pelo aumento da especificidade do segundo método. Ao correlacionar o tempo de apresentação dos sintomas ao período de realização dos testes, quando houve um intervalo entre 1 a 2 meses, o TR Bio- Manguinhos teve o maior percentual de detecção (50%) de anticorpos IgM e o TR Abbott (78%) de anticorpos IgG. Pela ausência de um padrão-ouro, a interpretação dos dados obtidos nesse estudo se baseia em inferência através dos métodos estatísticos utilizados.

Palavras-Chave: COVID-19; Diagnóstico sorológico; SARS-CoV-2; testes rápidos.

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Dinâmica do estado de portador de N. meningitidis é tema de tese

Autoria: Lara Evellyn do Nascimento Macedo
Orientação: Leila Carvalho Campos
Título da tese: “DINÂMICA DO ESTADO DE PORTADOR DE Neisseria meningitidis: ESTUDO LONGITUDINAL COM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS DE 18 A 24 ANOS DE IDADE, SALVADOR, BRASIL”. 
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 25/05/2022
Horário: 09h00
Local: Sala virtual do Zoom

RESUMO

INTRODUÇÃO: Neisseria meningitidis (Nm) é uma bactéria comensal que comumente coloniza a orofaringe de humanos, de forma assintomática, embora possa tornar-se patogênica, causando principalmente meningite. Os adolescentes e adultos jovens são os principais transmissores da bactéria e são, portanto, considerados alvos importantes de programas de vacinação. Estudos longitudinais com portadores assintomáticos podem fornecer informações fundamentais sobre a epidemiologia e estrutura da população das cepas circulantes de N. meningitidis. Entretanto, poucos estudos são realizados para estimar a duração do estado de portador sadio do meningococo, através do acompanhamento de indivíduos ao longo do tempo. OBJETIVO: Estudar a dinâmica do estado de portador de Nm em uma população de estudantes de 18 a 24 anos de idade de uma universidade na cidade de Salvador, Bahia. MATERIAL E MÉTODOS: Entre os meses de fevereiro e novembro de 2019 nós conduzimos um estudo longitudinal para a coleta de cinco swabs de orofaringe de cada estudante. O isolamento e identificação das cepas de Nm foram realizados por métodos clássicos. O sequenciamento do genoma total (WGS) foi empregado para a caracterização molecular dos isolados. Foi aplicado um questionário para a obtenção das informações sociodemográficas dos estudantes. Além disso, foi calculada a taxa de aquisição de Nm bem como o tempo de colonização pela bactéria. RESULTADOS: Cada aluno realizou, em média, três coletas, sendo que 11,2% (n=47/418) deles apresentaram-se como portadores de Nm pelo menos uma vez durante o estudo. Sete estudantes foram portadores em cinco coletas. A taxa de aquisição do meningococo foi de 3,2% (n=12) e estava associada à frequência a festas pelo menos uma vez durante o estudo (OR: 4,37 95% IC 1,15 – 16,67; p=0,031). A maioria dos isolados (n=102/115; 88,7%) foi caracterizada como não-grupável, sendo que 72,2% (n=83/115) apresentaram deleção do gene da cápsula. O genogrupo B correspondeu a 8,7% (n=10/115) das cepas. Um total de 19 STs foram identificadas e distribuídas em oito complexos clonais. Quatro STs eram novos. O complexo clonal mais frequente foi o cc198, presente em 20% (n=23/115) dos isolados. As variantes de PorA e FetA mais prevalentes foram P1.18,25-37 (n=11; 9,6%) e F5-5 (n=65; 56,5%), respectivamente. Todos isolados apresentaram a PorB de classe 3. A subfamília A/v2-3 da FHbp correspondeu a 67,8% (n=78) dos isolados, enquanto a subvariante 912 da NHBA foi predominante entre as amostras analisadas (n=30; 26,1%). A maioria das cepas sequenciadas (n=74; 64,3%) não apresentou o gene nadA. Entretanto, a variante NadA-1.1 correspondeu a 4,3% (n=5) dos isolados e estava associada ao complexo clonal hiperinvasivo cc32. A média de tempo de colonização foi de 22,5 semanas, sendo que sete indivíduos permaneceram colonizados durante 38,8 semanas. A maioria (n=23/29; 79,3%) dos participantes albergou a mesma cepa ou cepas idênticas de Nm durante o estudo. CONCLUSÕES: Os resultados do nosso trabalho demonstram uma baixa taxa de aquisição de Nm entre os universitários; o estado de portador se mostrou duradouro, sendo mantido pela mesma cepa na maioria dos casos. Também foi identificada uma alta diversidade genética entre as cepas analisadas, com a predominância de isolados não grupáveis. Palavras-chave: Neisseria meningitidis; portador; colonização; epidemiologia

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Proteínas quiméricas apresentam bom desempenho para detecção de Chagas em banco de sangue

A doença de Chagas está entre uma das principais causas de impossibilidade de doação de sangue. Antes de ser armazenado nos bancos, o sangue doado passa por uma série de exames. Para essa avaliação são utilizados métodos como o ensaio imunoenzimático (ELISA) ou ensaio por quimiluminescência. Procurando auxiliar na identificação da enfermidade em bancos de sangue, um grupo de pesquisa, liderado pelo pesquisador Fred Luciano, da Fiocruz Bahia, analisou amostras de sangue de doadores voluntários, utilizando o método de identificação do Trypanosoma cruzi através de quatro tipos de proteínas quiméricas: IBMP-8.1, IBMP-8.2, IBMP-8.3 e IBMP-8.4.

Essas proteínas já foram avaliadas em estudos de fase I e II com alto desempenho e baixos índices de reatividade cruzada, apresentando resultados promissores tanto no diagnóstico quanto na triagem sorológica de Chagas. Para referência, foi usada a análise de classe latente (LCA). Neste estudo, foram utilizadas 5.014 amostras de sangue coletadas na Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Estado da Bahia (Hemoba), entre dezembro de 2018 e agosto de 2019. Os resultados da pesquisa foram publicados na revista Frontiers in Medicine

Por se tratar de um estudo prospectivo (fase III), os resultados dos exames de triagem realizados pelo Hemoba para doença de Chagas, sífilis, HIV-1/2, HTLV-1/2, hepatite B (HBV) e hepatite C (HCV ), assim como a idade, sexo e local de residência dos doadores de sangue, foram mantidos em sigilo até a finalização do trabalho. O tamanho da amostra foi calculado com sensibilidade e especificidade esperadas de 99%, erro absoluto de 2%, intervalo de confiança de 95% e prevalência de Doença de Chagas crônica de 2% na população brasileira.

Resultados

A LCA classificou 4.993 (99,6%) amostras como negativas para T. cruzi e 21 (0,42%) com resultado positivo. Já utilizando as proteínas quiméricas, os valores de sensibilidade variaram de 85,71% para IBMP-8.1 e 90,48% para IBMP-8.2–95,24% para IBMP-8.3 e 100% para IBMP-8.4, enquanto a especificidade variou de 99,98% para IBMP-8.3 e IBMP-8.4–100% para IBMP-8.1 e IBMP-8.2. A precisão os valores variaram de 99,4 a 99,98%.

A IBMP-8.4 se mostrou um antígeno único e seguro para triagem sorológica de doença de Chagas em amostras de sangue. O uso de antígenos IBMP quiméricos têm alto desempenho diagnóstico e se mostraram adequadas para uso na triagem de da doença em bancos de sangue, utilizando isoladamente a IBMP-8.4 ou em combinação com outras. Esta técnica pode reduzir significativamente o descarte desnecessário de bolsas de sangue ou o risco de transmissão do T. cruzi.

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Fauna de mosquitos em fragmento urbano de Mata Atlântica é inventariada em tese

Autoria: Raquel Lima de Souza
Orientação: Guilherme de Sousa Ribeiro
Título da tese: “MONITORAMENTO AMBIENTAL E ENTOMOLÓGICO EM FRAGMENTO DE MATA ATLÂNTICA E EM UMA FAVELA NA ÁREA URBANA DE SALVADOR, BRASIL”
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 13/05/2022
Horário: 08h30
Local: Sala virtual do Zoom

RESUMO

INTRODUÇÃO: No Brasil, os vírus da dengue (DENV), Zika (ZIKV) e chikungunya (CHIKV) co-circulam desde 2015 e, entre 2016 e 2018, o país enfrentou os piores surtos da Febre Amarela Silvestre (FAS) desde a década de 1940. Estudos ambientais e entomológicos com uso de dados primários podem ajudar na identificação de características ambientais que contribuem para proliferação de vetores de arboviroses. Neste estudo, realizamos um extenso monitoramento ambiental e entomológico em um fragmento de Mata Atlântica e em uma favela em uma área urbana de Salvador. OBJETIVO: Inventariar a fauna de Culicídeos em um fragmento urbano de Mata Atlântica, e investigar o papel dos diferentes ecossistemas desse fragmento em abrigar mosquitos de importância para a saúde pública. Investigar se fatores socioambientais estão associados com a presença do Aedes aegypti em ambiente de favela, e identificar hotspots desse vetor através do uso de diferentes índices entomológicos. MÉTODOS: Entre maio e agosto de 2018, mosquitos adultos foram coletados usando o método de atração humana e armadilhas luminosas do tipo CDC (solo e copa) no fragmento de mata existente no Parque da Cidade. 30 pontos foram amostrados: 8 em áreas de restinga e 22 em floresta ombrófila densa. Entre setembro de 2019 a abril de 2021, realizamos quatro ciclos de coleta na área pública e em 149 domicílios (amostra inicial), em uma área de Pau da Lima. As inspeções consistiram em caracterização de criadouros; coleta de imaturos, aspiração de mosquitos adultos, e instalação de ovitrampas. RT-PCR para DENV, ZIKV e CHIKV, foi realizado em pools de espécimes fêmeas de Ae. aegypti capturados na comunidade. RESULTADOS: No Parque da Cidade, coletamos um total de 11.914 mosquitos. As espécies mais abundantes capturadas por CDC foram Culex quinquefasciatus, Limatus spp. e Wyeomyia spp., enquanto por atração humana foram Cx. quinquefasciatus, Wy. spp. e Ae. albopictus. A diversidade de mosquitos foi maior em áreas de restinga comparada com áreas de floresta ombrófila densa. Em Pau da Lima, identificamos 316 e 186 potenciais criadouros nas áreas privada e pública, respectivamente. Destes, 18 (5,7%) e 7 (3,7%) com Ae. aegypti imaturos, respectivamente. Criadouros sem cobertura, cercados por vegetação e contendo matéria orgânica na água foram significativamente associados à presença do Ae. aegypti imaturo, assim como os domicílios que possuíam reservatórios de água. Não detectamos hotspots do Ae. aegypti através do uso de índices entomológicos baseados em imaturos, ovos ou adultos. Nenhum dos pools testados foi positivo. CONCLUSÕES: Dada a alta probabilidade de encontro entre mosquitos e humanos em fragmentos urbanos de vegetação, justificam-se levantamentos entomológicos periódicos para determinar o risco de transmissão de arbovírus nesses ambientes. Em relação ao ambiente de favela, melhorar o saneamento básico por meio do abastecimento regular de água, drenagem e manejo adequado de resíduos sólidos pode reduzir oportunidades para proliferação do Ae. aegypti.

Palavras-chaves: Arboviroses, Culicidae, Aedes aegypti, Levantamento entomológico, Índices de infestação.

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Meninas Baianas na Ciência: alunas da rede pública participam de oficina

O projeto Meninas Baianas na Ciência, da Fiocruz Bahia, realizou oficinas sobre ciências para professoras e estudantes de escolas estaduais das cidades de Salvador, Matina, Barreiras, Santa Cruz Cabrália, Valença e Casa Nova, nas dependências da instituição, no dia 26 de abril. A iniciativa é feita em parceria com a Secretaria da Educação do Estado da Bahia, através do Programa Ciência na Escola.

Organizado pelas pesquisadoras Isadora Siqueira, Karine Damasceno e Natalia Tavares, o projeto, que está em sua segunda edição, visa incentivar alunas a conhecerem e se interessarem por áreas de ciência, tecnologia e inovação, terem exemplos de atuação de mulheres na ciência nos quais possam se inspirar, além de fortalecer e divulgar o papel das mulheres nas áreas de ciências em saúde. 

A abertura do evento contou com a presença da diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves; do vice-diretor de Pesquisa, Ricardo Riccio; do vice-diretor de Gestão, Valdeyer Reis; da coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Medicina Investigativa (PGBSMI), Deborah Fraga, representando a Coordenação de Ensino; e da coordenadora do Programa Ciência na Escola, Patricia Oliveira. Marilda ressaltou que esse é um projeto desenvolvido nacionalmente pela Fiocruz e falou da importância do estímulo à participação das mulheres na ciência. 

“Vocês representam o futuro. A Fiocruz tem vários projetos institucionais para participação da mulher na ciência. A carreira científica é semear e florescer, é contribuir para mudar a vida de muitas pessoas. Esperamos que vocês tenham esse entusiasmo de seguir a carreira científica”, disse às estudantes. Patrícia Oliveira considerou a parceria com a Fiocruz como assertiva e sólida. “Temos caminhado para fortalecer esses laços da comunidade escolar com a instituição”, comentou. 

Emilly Iasmin da Franca Santos, estudante do Colégio Estadual de Casa Nova, afirmou que participar do evento despertou ainda mais seu interesse em dar continuidade ao projeto do qual ela faz parte, de desenvolvimento de pomada cicatrizante do Angico vermelho, de baixo custo e 100% natural. “Foi um privilégio ter conhecido um instituto tão importante para o desenvolvimento científico em nosso país como a Fiocruz e por ter sido convidada para participar do Meninas Baianas na Ciência”, declarou. 

Pela manhã, as meninas participaram da oficina “O mundo invisível da célula” e, à tarde, foi abordado o tema “Desenvolvimento de testes diagnóstico”. A capacitação também envolveu visita às instalações da Fiocruz Bahia, como o Serviço de Microscopia Eletrônica e de Histotecnologia, além de laboratórios e do Biotério. Ao final, as alunas participaram de uma roda de conversa com as pesquisadoras.

Confira o vídeo: 

 

Confira a galeria: 

 

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Tese analisa dinâmica entre os linfócitos T CD4+ e apresentações clínicas da tuberculose

Autoria: Paulo Sérgio de Morais da Silveira Mattos
Orientação: Bruno de Bezerril Andrade
Título da tese: “Dinâmica entre os linfócitos T CD4+ e as distintas apresentações clínicas da tuberculose”
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana
Data de defesa: 29/04/2022
Horário: 09h00
Local: Sala virtual do Zoom

RESUMO

INTRODUÇÃO: O diagnóstico da tuberculose (TB) é realizado através da detecção do M. tuberculosis (MTB) em testes microbiológicos, como baciloscopia e cultura e ensaios de biologia molecular. A intepretação desses exames é limitada, pois não trazem informações sobre a repercussão sistêmica, celular, inflamatória e apresentam baixa sensibilidade em indivíduos paucibacilar. OBJETIVO: Avaliar a ativação celular e as alterações fenotípicas em linfócitos T CD4+ em indivíduos com tuberculose, na presença ou não do HIV. MÉTODOS: Inicialmente, em uma coorte do Brasil, validamos a utilização de marcadores de ativação celular CD38, HLADR e/ou Ki67 em células TCD4+ específicas para MTB em discriminar tuberculose Pulmonar (TBP), Tuberculose extrapulmonar (TBEP) e tuberculose latente (ILTB). Testamos ainda o efeito da coinfecção pelo HIV no desempenho do diagnóstico. Juntou-se a esta tese, outro manuscrito abrangendo pacientes do sul da Índia com TB-HIV antes e após o início da terapia antiretroviral (TARV), determinando as alterações fenotípicas nas células T durante a síndrome inflamatória de reconstituição imune (SIRI) e sua relação com a inflamação sistêmica. Neste estudo, analisamos subpopulações de linfócitos T CD4 e biomarcadores no sangue periférico. RESULTADOS: Os pacientes com TBEP e TBP apresentaram uma maior frequência de células T CD4+ IFN-γ + expressando CD38, HLADR em comparação com ILTB. Além disso, as frequências de células HLADR+ ou Ki67+ distinguiram com precisão TBEP do TBP. A infecção pelo HIV não afetou a capacidade desses marcadores de distinguir tuberculose ativa de ILTB ou TBEP de TBP. No segundo estudo, a frequência de células T CD4 naive (CD27+CD45RO− ), bem como de memória efetora (CD27−CD45RO+) distinguiram os indivíduos que desenvolveram a síndrome inflamatória de reconstituição dos que não apresentaram, na 2°-6° semana após o início da TARV. Análises posteriores revelaram que o TARV reconstituiu diferentes quantidades de subconjuntos de linfócitos T CD4+ com expansão preferencial de células CXCR3+ CCR6− em pacientes com TB-SIRI. Além disso, houve uma expansão e restauração funcional de linfócitos T CD4+ CXCR3−CCR6+ expressando marcadores de memória central (CD27+CD45RO+) e citocinas correspondentes, com redução nas células CXCR3−CCR6+ após TARV apenas naqueles que desenvolveram TB-SIRI. CONCLUSÃO: Os marcadores de ativação celular em células T CD4+ específicas para MTB distinguiram TB ativa de ILTB e TBEP da TBP, independentemente do status de infecção pelo HIV. Os subconjuntos de células T CD4+ estão fortemente associadas com SIRI. Palavras-chave: Tuberculose, Células T CD4+ , HIV, biomarcadores.

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Estudo faz levantamento de diversidade de mosquitos no Parque da Cidade

Uma pesquisa foi realizada no Parque da Cidade Joventino Silva, em Salvador, com objetivo de identificar espécies de mosquitos de importância para a saúde pública e investigar o papel dos diferentes ecossistemas existentes em abrigar os insetos. Os cientistas, liderados pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Guilherme Ribeiro, coletaram 11.914 mosquitos pertencentes a pelo menos sete espécies, no período de maio a agosto de 2018, um ano após a epizootia (surto em animais) de febre amarela que atingiu a população de saguis da cidade. 

O parque, que recebe em média 2.000 visitantes por dia, possui 72 hectares de Mata Atlântica e está circundado por uma área residencial, configurando um cenário propício para a emergência da transmissão urbana de vírus que tipicamente são transmitidos em ambientes silvestres, como o vírus da febre amarela. A possibilidade da reurbanização da doença e da transmissão de outros arbovírus em ambientes de transição urbano-silvestre reforça a necessidade de inventários de espécies de mosquitos nestas localidades. O trabalho foi descrito no periódico científico Journal of Medical Entomology e integra a tese da doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Medicina Investigativa (PGBSMI), da Fiocruz Bahia, Raquel Lima de Souza, primeira autora do artigo. 

Os vetores foram coletados semanalmente, em 30 pontos diferentes. Os maiores números de mosquitos capturados foram das espécies Culex quinquefasciatus (92,6%), mais conhecidos como pernilongo ou muriçoca, Wyeomyia spp. (3,1%) e Limatus spp. (1,9%). O Aedes aegypti e o Aedes albopictus, principais transmissores de arboviroses, como dengue, zika e chikungunya, representaram apenas 0,1% e 1,4%, respectivamente, sendo estes os de maior interesse em saúde pública. Nenhuma das espécies encontradas são associadas à transmissão silvestre do vírus da febre amarela.

Também foi analisada a distribuição espacial da densidade de mosquitos para as duas espécies mais capturadas e as duas de maior interesse em saúde pública. O Culex quinquefasciatus e Wyeomyia spp. estiveram presentes em todos os pontos de coleta no parque. O Aedes albopictus foi capturado em 23 pontos de coleta. Já o Aedes aegypti foi capturado em 6 dos 30 pontos, sendo estes localizados em áreas mais abertas, onde o movimento de visitantes é maior ou mais próximos de áreas residenciais.

Os Culex quinquefasciatus foram coletados tanto nas áreas do parque com predomínio de vegetação do tipo de floresta ombrófila densa (também chamada de floresta tropical) quanto nas áreas de restinga. O Wyeomyia spp. e Aedes. albopictus foram menos frequentes nas áreas de floresta tropical (2,5% e 1%, respectivamente), em comparação com a presença encontrada na restinga (7,7% e 3,8%, respectivamente).

Esses achados indicam que a diversidade de mosquitos nos remanescentes urbanos da Mata Atlântica em Salvador é baixa. Embora não tenham sido coletadas espécies dos vetores transmissores da febre amarela silvestre, foram encontradas as principais espécies de vetores de outras arboviroses, sugerindo que esses locais podem ser propícios à transmissão de doenças que já circulam na cidade, como dengue, Zika e chikungunya. A realização de inquéritos entomológicos periódicos em áreas urbanas de confluência com o ambiente silvestre é importante para o monitoramento do risco de emergência de novas epizootias e epidemias.

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Estudo reforça que vacinação protegeu contra formas graves da Covid-19 durante circulação da Ômicron

Avaliar a proteção e a duração da efetividade da vacinas contra infecção sintomática e desfechos graves da Covid-19 após a emergência e predominância da variante Ômicron foi o objetivo de uma nova pesquisa do projeto VigiVac, da Fiocruz Bahia. Neste estudo, conduzido com base de dados nacionais do Brasil e da Escócia, foram avaliados indivíduos que receberam dose de reforço com uma vacina de mRNA. Os resultados do trabalho foram publicados no preprint (ainda sem revisão dos pares) da revista The Lancet e podem ser relevantes para outros países, já que a Ômicron é a variante dominante globalmente.

Os achados do estudo de caso-controle, coordenado pelo pesquisador Manoel Barral, sugerem que o esquema de duas doses de vacina de vetor viral ou de mRNA com terceira dose de mRNA gera proteção moderada e de curta duração contra infecção sintomática e proteção forte e mais prolongada contra hospitalização e óbito, com declínio para indivíduos acima de 65 anos.

A pesquisa, que pode ser a maior a realizar este tipo de análise, utilizou informações de todos os indivíduos com 18 anos ou mais que relataram sintomas de doença respiratória aguda e testaram para infecção por SARS-CoV-2, no período de 1º de janeiro a 7 de março de 2022, para o Brasil, e 20 de dezembro 2021 a 9 de março de 2022, para a Escócia. Esse período correspondeu a predominância de circulação da variante Ômicron nesses países.

No total foram 4.653.517 testagens, de 4.590.259 indivíduos, sendo 4.282.961 testes do Brasil e 370.556 da Escócia. As informações no Brasil foram obtidas em três conjuntos de banco de dados nacionais do Ministério da Saúde: Campanha de Vacinação COVID-19 (SI-PNI); Infecção Respiratória Aguda Casos Suspeitos (e-SUS-Notifica); e Infecção/Doença Respiratória Aguda Grave (SIVEP-Gripe). Os dados na Escócia foram da plataforma EAVE II. Esses dois países têm programas de vacinação semelhantes, ambos incluem as vacinas da Astrazeneca e Pfizer e oferecerem uma vacina de mRNA como dose de reforço. No Brasil, a vacina da Pfizer foi administrada como dose de reforço. No caso da Escócia, além da Pfizer também foi utilizada a vacina da Moderna. Ambos os países tiveram rápida velocidade de propagação e dominância da variante Ômicron. 

Resultados

Segundo o estudo, no Brasil, de 2 e 4 semanas após a dose de reforço com vacina de mRNA em indíviudos vacinados com AstraZeneca ou Pfizer, a proteção contra infecção sintomática pelo coronavírus foi de 42,3%, diminuindo para 5,4%, em 13 semanas. No mesmo período, a proteção contra desfechos graves foi de 89,8%, diminuindo para 80,2%. Em indivíduos com idade maior que 65 anos, esta proteção diminuiu de 83,1% para 76,9%, em 13 semanas. Já na Escócia, a proteção contra infecção sintomática, de 2 e 4 semanas após o reforço de mRNA, foi de 53,4%, diminuindo para 29,2%, em 13 semanas. A efetividade da vacina contra desfechos graves no país passou de 81,8% para 75,8%, neste período. Em indivíduos acima de 65 anos, a proteção diminuiu de 97,2% de 5 a 8 semanas, após a dose de reforço, para 79,8% em 13 semanas.

Durante o período de estudo, a maioria dos testes realizados no Brasil foi positivo (61,4%) para Covid-19, com taxa semelhante em vacinados (59,2%) e não vacinados (62,0%). Na Escócia, 59% dos testes foram positivos, destes 67,1% eram de não vacinados e 57,9% de vacinados. 

Os autores também compararam a proteção em pessoas vacinadas com 3 doses com  aqueles que receberam duas doses. Os resultados confirmaram a proteção elevada contra quadros graves para aqueles que usaram a terceira dose da vacina. Com resultados de efetividade das vacinas semelhantes nos dois países, esse estudo reforça que a vacinação protegeu contra formas graves da COVID-19 durante a circulação da Ômicron e também sugere que os indivíduos idosos potencialmente se beneficiariam de uma segunda dose de reforço contra a variante.

 

 

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Abertas inscrições para estágio não obrigatório da Fiocruz

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em conjunto com a Universidade Patativa do Assaré – UPA, publicou o novo edital para recrutamento e seleção de estagiários(as) e formação de cadastro reserva para fins de estágio não obrigatório. O prazo para as inscrições encerram em 29 de abril e podem ser feitas neste site. Os valores das bolsas variam entre R$486,05 e R$1.125,69 mais auxílio transporte.

Clique aqui para consultar o edital.

Para a Fiocruz Bahia, estão sendo oferecidas vagas para nível médio e superior, nas seguintes áreas:

  • Administração
  • Comunicação Social / Jornalismo 
  • Engenharia Elétrica
  • Recursos Humanos
  • Publicidade e Propaganda / Design
  • Técnico em Refrigeração e Ar Condicionado

Esclarecimentos poderão ser prestados pelo e-mail atendimento.fiocruz@universidadepatativa.com.br.

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Abertas inscrições para mestrado e doutorado do PGBSMI 2022.2

A Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa divulga a chamada para inscrição de candidatos que desejem participar do processo seletivo 2022.2 para ingresso no Programa, nível de Mestrado e Doutorado, nas datas e demais condições especificadas no edital. As inscrições vão de 18/04/2022 a 04/05/2022.

Clique aqui e consulte o edital.

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Covid-19: estudo analisa proteção da vacina em pré-infectados durante Ômicron no Brasil

Um estudo avaliou a proteção contra a Covid-19 em indivíduos que tiveram infecção antes da vacinação, durante a onda da variante Ômicron no Brasil. Os resultados, publicados no site Medvix, em formato preprint (sem revisão dos pares), apontaram que a imunidade híbrida (pré-infecção mais vacinação) ofereceu, neste período, alta proteção contra hospitalização ou óbito, independentemente do tipo do imunizante: Astrazeneca, Coronavac, Janssen e Pfizer. 

O grupo de cientistas do projeto VigiVac, liderado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Manoel Barral, utilizou informações de bancos de dados da campanha nacional de imunização do Ministério da Saúde, entre 01 de janeiro e 22 de março de 2022. A eficácia da infecção anterior na prevenção de reinfecção, em comparação com os não vacinados e sem pré-infecção, foi baixo (28,9%), aumentando com a vacinação, principalmente após o reforço, embora com rápido declínio. A proteção contra resultados graves em pré-infectados foi maior (85,6%) e aumentou com a vacinação, variando de 88 a 100%. 

No estudo com desenho caso-controle, casos e controles foram definidos como indivíduos com resultados do teste RT-PCR positivo e negativo, respectivamente Foram analisados 918.219 testes, em 899.050 indivíduos, sendo 51,9% positivos para Covid-19 e 48,1% negativos. Destes, 35,2% não eram vacinados, 2,4% tinham infecção prévia e 32,8% não tinham pré-infecção por coronavírus. 

A pesquisa é uma continuidade do trabalho publicado na revista Lancet Infectious Disease, que mostrou a proteção da vacina em pessoas previamente infectadas pelas variantes Gama e Delta. Entender o efeito da combinação de infecção e vacina, denominada imunidade híbrida, na efetividade das vacinas é de grande importância para orientar políticas públicas de vacinação. 

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Categoria de divulgação científica foi destaque do 3º Prêmio Gonçalo Moniz

A terceira edição do Prêmio Gonçalo Moniz de Pós-Graduação da Fiocruz Bahia foi realizada nos dias 6 a 8 de abril, em evento parcialmente presencial, transmitido pelo Zoom. Além das tradicionais categorias mestrado e doutorado, divididos entre alunos egressos e em andamento, este ano a novidade foi a categoria Divulgação Científica. Concorreram à premiação estudantes dos programas de Pós-Graduação em Patologia Humana e Patologia Experimental (PgPAT), em Biotecnologia e Medicina Investigativa (PgBSMI) e Pesquisa Clínica e Translacional (PPgPCT).

Confira a lista dos premiados.

No primeiro dia, ocorreu a homenagem ao pesquisador da Fiocruz Bahia, Lain Carvalho (in memorian), realizada pela pesquisadora Patrícia Veras, que contou com a participação da família do cientista e do depoimento do pesquisador Washington Conrado. “Esta homenagem é principalmente dirigida aos estudantes em começo de carreira que não tiveram a oportunidade de conhecer Lain Carvalho pessoalmente. Compartilhar a memória deste cientista foi um desafio aceito para que a memória deste grande pesquisador pudesse influenciar as futuras gerações e, com isso, trazer a inspiração que ele nos causou ao longo dos anos de convivência”, disse Patrícia Veras ao ler o memorial.

O evento foi marcado pelas apresentações orais dos trabalhos selecionados para concorrerem ao prêmio. No último dia, aconteceu a sessão científica intitulada “T cell response to SARS-CoV-2 in the context of natural infection and vaccination”, ministrada por Catherine Riou, da University of Cape Town. Após a palestra, os prêmios e as menções honrosas foram entregues aos condecorados.

A pesquisadora Natália Machado Tavares, que integra a comissão organizadora do prêmio e conduziu o evento, considerou essa edição marcante por as apresentações terem acontecido presencialmente, no auditório Aluízio Prata. “Tenho certeza que foi um diferencial para os alunos estar no púlpito apresentando seus trabalhos, sair um pouco do mundo virtual em que estamos vivemos nos últimos anos e ter um pouco de sensação da vida voltando ao normal. Além disso, tivemos o programa PGPCT estreando no Prêmio, que deu outro fôlego ao evento porque trouxe aspectos do mestrado profissional. E por fim, tivemos a revelação de um talento na Divulgação Científica com os vídeos concorrentes. Levar essa nova categoria para as redes sociais, com a escolha do melhor vídeo por decisão pelo público, trouxe um aspecto inovador ao Prêmio e nos surpreendeu pela repercussão que gerou”.

Claudia Brodskyn, vice-diretora de Ensino da Fiocruz Bahia, falou da importância do prêmio para os estudantes. “É uma oportunidade de os alunos mostrarem seus trabalhos e escutarem críticas e comentários sobre suas pesquisas. Agradeço aos organizadores e à Coordenação de Ensino, pelo evento, e a Patrícia Veras, pela homenagem”.

Divulgação Científica

Um dos destaques da premiação este ano foi a nova categoria “Divulgação Científica”. Quatro vídeos criados pelos estudantes, com duração entre 2 e 3 minutos, foram inscritos para concorrer ao prêmio. Os curtas foram publicados na rede social do Prêmio Gonçalo Moniz e submetidos à votação do público. A vencedora foi a estudante egressa de mestrado do PGPAT, Caroline Garcez, orientanda da pesquisadora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves. No vídeo, a aluna contou que realizou uma revisão sistemática dos dados na literatura sobre a sobre a Leucemia Promielocítica Aguda no Brasil e encontrou que o cenário da doença no país consiste de taxas de sobrevida abaixo do esperado e altas taxas de óbitos precoces, principalmente comparado a países mais desenvolvidos.

A vencedora disse que a premiação foi um reconhecimento não esperado. “Toda ideia de criação do vídeo se resume a uma lição muito valiosa que aprendi que é que o nosso valor não é determinado pelos outros, mas sim por nós mesmos. É justamente por isso que a divulgação científica é tão importante. Sem ela, as pessoas não vão entender o valor do nosso trabalho e não irão comprar a nossa luta por mais reconhecimento da ciência brasileira quando necessitarmos”.

A orientadora de Caroline destacou dois aspectos que considerou mais importantes no vídeo. “O primeiro é com relação ao trabalho científico desenvolvido, que nos mostra o quanto precisamos ter um SUS atuante, para não perdermos pacientes com doenças que são curáveis, que esses serviços sejam organizados de maneira que esses indivíduos possam ter o diagnóstico precoce da doença e que possam estar assessorados pelo Ministério da Saúde, com a disponibilidade de medicamentos e tratamentos adequados. O segundo aspecto, mas não menos importante, foi a preocupação em chamar a atenção para nossa situação atual com relação ao financiamento de pesquisas, enfatizando a necessidade de se ter recursos e de se incentivar os pesquisadores, principalmente os mais jovens, a seguirem com a sua vocação científica”, comentou Marilda Gonçalves.

Caroline disse que já teve experiências anteriores de divulgação científica, em projetos de graduação e da Fiocruz. “Passo constantemente pelo que eu considero a experiência mais simples divulgação científica: quando os amigos, familiares ou conhecidos nos perguntam sobre nosso trabalho científico e temos que explicar para eles a importância do que fazemos. Foram inúmeras vezes que conversei sobre meu projeto com outras pessoas fora da área da saúde. Isso me fez gostar ainda mais de fazer essa divulgação da ciência e entender a importância de compartilhar o que eu faço”, declarou.

Clique aqui e confira o vídeo.

Veja as fotos do evento:

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Estudo acompanha bebês assintomáticos que tiveram infecção por Zika na gestação

Visando contribuir para o conhecimento sobre a infecção congênita por Zika, pesquisadores da Fiocruz Bahia realizaram um estudo de 14 casos de recém-nascidos sem microcefalia, com diagnóstico do vírus durante a gestação, em uma maternidade de Salvador, entre fevereiro e agosto de 2016. O trabalho foi publicado no International Journal of Infectious Diseases, sob a coordenação da pesquisadora Isadora Siqueira.

O diagnóstico de zika foi feito pelo teste RT PCR específico para a doença. Dos bebês, oito apresentaram positividade para zika em amostras de urina, cinco em plasma de cordão umbilical, dois na placenta e um em soro. Em dois casos, o vírus foi detectado em duas amostras diferentes: em um houve detecção em plasma e urina e em outro, em plasma e placenta. A análise filogenética indicou que a cepa do vírus pertencia ao genótipo asiático, que se agrupou intimamente com outras sequências isoladas nas regiões Norte e Nordeste.

No artigo, os pesquisadores relatam que a identificação do Zika em recém-nascidos é difícil devido ao longo período entre a infecção no útero e o nascimento do bebê. Porém a identificação da presença do vírus nas amostras  demonstra a persistência do vírus em recém-nascidos mesmo meses após a infecção na gravidez.

Cinco destes bebês foram acompanhados durante o período de dois anos, nenhum deles evoluiu com complicações neurológicas, oftalmológicas e auditivas. Os pesquisadores recomendam que, mesmo nos casos assintomáticos de bebês que tiveram infecção por zika em sua gestação, o acompanhamento médico seja realizado para detecção precoce de possíveis complicações clínicas e neurológicas tardias.

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Divulgado edital de seleção do PGPAT 2022.2

A Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Patologia Humana e Experimental (PGPAT), da Universidade Federal da Bahia em Ampla Associação com a Fiocruz Bahia, divulga o edital e a abertura das inscrições de candidatos para o processo seletivo 2022.2, para mestrado e doutorado, no período de 12 de abril a 26 de abril de 2022. 

O curso é composto por dois grandes eixos – Patologia Humana e Patologia Experimental. O eixo de Patologia Humana é restrito a Médicos. O eixo de Patologia Experimental é aberto a graduados nas grandes áreas: ciências biológicas e da saúde.

Clique aqui e consulte o edital.

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Fiocruz Bahia completa 65 anos produzindo conhecimento e tecnologia em saúde com excelência

Realizada no dia 05 de abril, no auditório Aluízio Prata, a cerimônia em celebração aos 65 anos do Instituto Gonçalo Moniz – Fiocruz Bahia, que contou com a presença da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, reuniu autoridades, membros da comunidade científica, do Fórum das Unidades Regionais da Fiocruz (FUR) e colaboradores da instituição. Produzido em formato híbrido, o evento teve, em seu início, o anúncio do lançamento da exposição comemorativa de fotografias, que compõem a memória da instituição. Também foi apresentado o trailer do documentário ‘Sônia e Zilton: ciência, saúde e amor’. O filme e a exposição integram as ações em comemoração aos 65 anos da unidade e serão lançados ainda em 2022.

Na sequência, a mesa diretora deu início às homenagens. A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, começou dando as boas-vindas aos presentes e agradecendo a participação de todos e todas. Emocionada, Marilda falou do orgulho de fazer parte da história do IGM, citando o apoio e parceria com outras unidades da Fiocruz e instituições públicas, além da comunidade científica.

“Nós somos uma comunidade de quase 650 pessoas e lidamos no dia a dia com cada uma dessas pessoas. Não é uma comunidade pequena, os problemas também não são pequenos, mas existe um eixo central que liga todos nós que é a excelência em pesquisa, a excelência no ensino. Temos um time muito jovem de pesquisadores que congregam com o mesmo sentimento que os pesquisadores que já estavam na Unidade. Nós temos certeza de que eles darão continuidade ao que nós começamos”, afirmou. Em seguida foi aberto o espaço para uma breve saudação de alguns convidados que puderam expor os seus depoimentos e felicitações ao IGM.

A presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Nísia Trindade, considerou o encontro e a possibilidade de realização de um evento parcialmente presencial como algo de grande importância diante das restrições impostas pela pandemia da Covid-19. “Ainda estamos em uma situação de pandemia, mas vemos os efeitos do trabalho da ciência, da tecnologia e do Sistema único de Saúde e, especialmente, os efeitos da vacinação”, salientou. A presidente também destacou a atuação da unidade na produção e no compartilhamento de conhecimento, atuando junto ao sistema de ciência, tecnologia e inovação, com compromisso social e em defesa do SUS. “O nosso papel hoje tem que ser o da construção coletiva a partir dos nossos conhecimentos e das nossas práticas”, ponderou.

O reitor da Universidade Federal da Bahia – UFBA, João Carlos Salles, ressaltou a parceria entre a universidade e a Fiocruz Bahia, especialmente na produção de conhecimento no âmbito dos programas de pós-graduação e do desenvolvimento de pesquisa. “Neste momento de pandemia, que solicitou a todos uma atuação decisiva, nesse momento em que a Fiocruz teve um protagonismo imenso em nosso país juntamente com as nossas universidades, a gente começa a recuperar a imagem do servidor público como aquele que, de certa forma, realiza essa unidade entre profissão e vocação, ou seja, nós nos realizamos na causa coletiva e eu creio que nós estamos celebrando isso aqui”, concluiu.

Representando o governador do Estado da Bahia, Rui Costa, a secretária de Saúde do Estado da Bahia, Adélia Pinheiro, ressaltou a presença e o protagonismo feminino na instituição. “Como é importante falarmos da presença e da liderança feminina. Mais do que ver a liderança feminina na Fiocruz Nacional e na Fiocruz Bahia, falo do orgulho que é ver as duas lideranças conseguirem, num cenário que é de agravo cotidiano à ciência, à tecnologia e à saúde, a proteção e a ampliação da importância e do fazer da Fiocruz, garantindo que a instituição siga a sua trajetória e sinalize o seu futuro”, concluiu.

A secretária de Política para as Mulheres do Estado da Bahia, Julieta Palmeira, destacou as contribuições e o protagonismo da Fiocruz Bahia para todo o país, desde a sua fundação. “Eu queria saudar a todas, todos e todes porque vocês representam exatamente o que temos de melhor na perspectiva de ideias e de desenvolvimento, na pesquisa e no trabalho cotidiano. Desejo que possamos ter mais mulheres, que essa sub representação feminina nas áreas de tecnologia e pesquisa possam ser superadas com mais celeridade e que tenhamos a valorização das mulheres  como chefes de grupo de pesquisa, que é o que eu considero um ponto definidor nesse desenvolvimento do Brasil”, ressaltou.

A secretária de Promoção da Igualdade Racial do Estado da Bahia – Sepromi, Fabya Reis, participou da celebração via Zoom e falou da importância de poder firmar parcerias entre a sua pasta e a Fiocruz Bahia. “Nós temos orgulho de integrar essa parceria para que nós, através deste trabalho, possamos destacar grupos de pesquisa que tenham foco na saúde dos povos tradicionais e projetos voltados à população negra, dedicando atenção aos temas transversais da nossa Bahia e a Fiocruz tem demonstrado todo esse empenho, numa parceria que nos deixa bastante feliz”, destacou.

Manoel Barral, pesquisador e ex-diretor da instituição, relembrou a tradição da unidade no desenvolvimento de pesquisas e as contribuições para a saúde, destacando os avanços e desafios enfrentados. “Acompanhar as transformações da ciência é extremamente importante e o IGM está conseguindo fazer isso. Está conseguindo acompanhar esse movimento e se manter. Essa talvez seja uma das características que distingue a Fiocruz de outras instituições, ela é uma instituição para a saúde que sempre teve a vitalidade para enfrentar os desafios”, afirmou ele, reforçando a importância da inovação para a sobrevivência e expansão para a área da produção científica.

O pesquisador e ex-diretor da Fiocruz Bahia, Mitermayer dos Reis, destacou a realização das pesquisas desenvolvidas no âmbito da instituição e a relação com as comunidades e sujeitos pesquisados, chamando atenção para o compromisso social e a inclusão de moradores que acabam por despertar o interesse pela carreira científica. “É fazendo pesquisa de campo em locais como o Subúrbio Ferroviário, Pau da Lima e Pirajá que nós estabelecemos uma relação com sujeitos que não só têm nos ajudado em uma relação amigável, como também estamos vendo-os se transformarem em pesquisadores. Eles se especializaram, fizeram mestrado, doutorado e hoje são referência para o Brasil”, afirmou.

Também participaram das comemorações a secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação do Governo do Estado da Bahia (SECTI), Mara Clécia Dantas Souza; o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia – Fapesb, Marcio Costa; o pesquisador emérito da Fiocruz e membro da Academia de Medicina da Bahia, Bernardo Galvão; o presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical – SBMT, Julio Croda; e a diretora da Associação dos Servidores da Fundação Oswaldo Cruz – Asfoc, Michele Alves.

Importância da patologia investigativa e da análise de dados no IGM

Após o pronunciamento da mesa diretora, a programação em homenagem aos 65 anos da Fiocruz Bahia seguiu com a realização das palestras ‘O IGM e a Patologia investigativa e diagnóstica na Fiocruz Bahia’, apresentada pelo pesquisador Washington Luis Conrado e ‘A importância da análise de grandes bases de dados na saúde pública, proferida pelo pesquisador especialista, Maurício Barreto.

Durante a sua apresentação, Washington apresentou alguns dos principais avanços alcançados no âmbito da patologia investigativa e as contribuições para o campo da pesquisa sobre doenças como a Doença de Chagas, leishmaniose e esquistossomose. O palestrante também considerou as contribuições do Dr. Zilton Andrade para o desenvolvimento das análises e a produção de conhecimento, que continuam sendo de suma importância para as novas gerações de pesquisadores atuantes na área. “Hoje o IGM presta serviço a toda a rede pública, aos hospitais públicos e filantrópicos, recebe biópsias renais e hepáticas desses locais e dá suporte de consultoria a alguns laboratórios privados”, informou.

Maurício Barreto apresentou o trabalho desenvolvido pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs), responsável pela realização de estudos e pesquisas com base em projetos interdisciplinares originados na vinculação de grandes volumes de dados, com foco na investigação em saúde. Segundo o palestrante, países como a Inglaterra têm dedicado grandes investimentos na área, transformando a análise de dados em políticas e ações, apoiando o desenvolvimento de pesquisas. Barreto também destacou a iniciativa e o apoio da Fiocruz na realização das ações promovidas pelo Cidacs e a parceria com outras instâncias do poder público.

“O Cidacs nasceu não só com apoio material, mas com apoio afetivo. Nós fomos crescendo e hoje ocupamos uma área substancial do prédio que nos foi cedido pelo governo do estado”, afirmou. O Centro atua na condução de estudos e pesquisa, desenvolvendo novas metodologias investigativas, treinamento científico e profissional, com importantes contribuições para a saúde pública, especialmente durante a pandemia da Covid-19.

Confira as fotos:

 

 

 

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Bioassinaturas de vias inflamatórias na leishmaniose tegumentar é tema de tese

Autoria: Hayna Malta Santos
Orientação: Valéria de Matos Borges
Título da tese: “Bioassinaturas de vias inflamatórias na leishmaniose tegumentar: um olhar integrado”
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana
Data de defesa: 26/04/2022
Horário: 09h00
Local: Sala virtual do Zoom

RESUMO

INTRODUÇÃO: A Leishmaniose Tegumentar (LT) é uma doença parasitária que pode resultar em um amplo espectro de formas clínicas a depender de determinantes do hospedeiro e do parasito. Entender essas características nos diferentes desfechos clínicos é importante a fim de identificar novos alvos terapêuticos. Fármacos antimoniais pentavalentes, são a primeira classe de drogas utilizadas durante o tratamento das leishmanioses. No entanto, cerca de 45% dos pacientes apresentam falha na terapia no Brasil. Nesse sentido, a identificação de potenciais biomarcadores de gravidade de doença ou controle do parasito pode favorecer o desenvolvimento de terapias direcionadas ao hospedeiro que podem incrementar o manejo clínico de casos graves/complicados. OBJETIVO: Neste estudo, avaliamos biomarcadores de gravidade de doença e falha terapêutica em pacientes com leishmaniose tegumentar e o papel das resolvinas na resistência à infecção por Leishmania. RESULTADOS: Nossos resultados demonstram que pacientes com LCD apresentam uma ativação diferencial da via das poliaminas e aminoácidos quando comparados a LCL ou LCM podendo ser utilizada como biomarcador de gravidade de doença. Além disso, encontramos uma bioassinatura influenciada por proteínas plasmáticas e mediadores lipídicos que prediz com alta acurácia a falha terapêutica na LT. Experimentos adicionais in vitro utilizando neutrófilos humanos revelaram que a RvD1 promove a replicação intracelular da L. braziliensis, no entanto, o mecanismo por trás desse efeito ainda precisa ser investigado. CONCLUSÃO: Os resultados sugerem que as vias de produção das poliaminas e mediadores lipídicos podem ser utilizados como biomarcadores de gravidade de doença e falha terapêutica e que a RvD1 favorece a resistência do parasito, podendo em conjunto servir como uma potencial estratégia terapêutica.

Palavras chave: Leishmaniose Tegumentar, arginase, poliaminas, L. braziliensis, mediadores lipídicos, Resolvina D1.

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Efetividade de quatro vacinas em casos de reinfecção por Covid-19 é avaliada em estudo

Um novo estudo do projeto VigiVac da Fiocruz, publicado na revista Lancet Infectious Diseases nesta quinta-feira (31/3), demonstra que mesmo pessoas previamente infectadas pelo Sars-CoV-2 apresentam aumento dos níveis de proteção quando vacinadas. A maior efetividade foi observada com os quatro imunizantes aplicados no Brasil (Coronavac, AstraZeneca, Janssen e Pfizer-BioNtech) na prevenção contra a Covid-19. A pesquisa mostra um aumento da proteção para evitar infecção e, principalmente, hospitalização e óbito de pessoas que já tinham sido infectadas antes de se vacinarem. 

Entre aqueles que já tinham sido infectados antes da vacinação, a eficácia do imunizante contra contra hospitalização ou morte 14 ou mais dias após a conclusão da série vacinal foi de 81,3% para a CoronaVac, 89,9% para a AstraZeneca, 57,7% para a Janssen e 89,7% para a Pfizer. Os dados reforçam que todas as quatro vacinas conferem proteção adicional contra desfechos graves de Covid-19. Além disso, o fornecimento de uma série completa de vacinas para indivíduos após a recuperação de Covid-19 pode reduzir a morbidade e a mortalidade.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores utilizaram a metodologia de estudo de teste negativo (TND) com caso-controle. Baseando-se nos dados nacionais de notificação, hospitalização e vacinação de Covid-19, no período de fevereiro de 2020 a 11 de novembro de 2021, os pesquisadores identificaram 213.457 pessoas que apresentaram doença sintomática e realizaram teste de RT-PCR pelo menos 90 dias após a infecção inicial por Sars-CoV-2 e após o início do programa de vacinação. Entre eles, 14,5% (30.910 pessoas) tiveram a reinfecção confirmada.

Os pesquisadores então compararam casos sintomáticos de RT-PCR positivo com até dez integrantes do grupo controle que apresentaram sintomas e testes RT-PCR negativos, restringindo ambos os grupos a testes feitos pelo menos 90 dias após uma infecção inicial. A partir de regressão logística condicional multivariável, eles avaliaram as chances de positividade do teste e as chances de hospitalização ou morte por Covid-19 de acordo com o status vacinal e o tempo desde a primeira ou segunda dose das vacinas.

Além da Fiocruz, outras instituições brasileiras financiaram a pesquisa: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e a empresa JBS. O trabalho também contou com o apoio do Instituto de Saúde Carlos III, o Ministério da Ciência e Inovação da Espanha e o Governo da Catalunha.

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Projeto Meninas Baianas na Ciência é selecionado na 2ª Chamada Garotas STEM

O projeto Meninas Baianas na Ciência, da Fiocruz Bahia, foi selecionado pela 2ª Chamada Garotas STEM: Formando futuras cientistas, do programa Mulheres na Ciência, do British Council em parceria com a Fundação Carlos Chagas. Ao todo foram selecionados 30 projetos que promovem a participação mais ampla de alunas do ensino fundamental e médio nas carreiras científicas e tecnológicas no Brasil, gerando interesse e incentivando-as a seguirem nas áreas STEM (sigla em inglês para as disciplinas de Ciências, Tecnologia, Engenharias e Matemática).

O objetivo da chamada é apoiar o desenvolvimento científico e tecnológico estimulando o interesse, a participação e a formação de garotas para carreiras em áreas científicas e tecnológicas, onde mulheres ainda se encontram subrepresentadas. As propostas receberão apoio, por meio de recursos financeiros e treinamento em ensino de ciências e sua interlocução com as discussões de gênero e raça. Vão participar grupos diversos, das cinco regiões brasileiras, que trabalham com crianças e jovens da educação básica nas temáticas de gênero e ciências. O curso será iniciado na próxima quinta-feira (31/03) e novas ações do projeto Meninas Baianas na Ciência estão previstas para o segundo semestre desse ano. 

Organizado pelas pesquisadoras da Fiocruz Bahia Isadora Siqueira, Karine Damasceno e Natalia Tavares, o Meninas Baianas na Ciência visa incentivar alunas a conhecerem e se interessarem por áreas de ciência, tecnologia e inovação, terem exemplos de atuação de mulheres na ciência nos quais possam se inspirar, além de fortalecer e divulgar o papel das mulheres nas áreas de ciências em saúde. 

As atividades de treinamento serão ministradas pelo STEM Education Hub – uma parceria entre o King’s College London e o British Council para a promoção da cooperação entre Brasil e Reino Unido nas frentes de pesquisa, formação e inovação. “A aprovação do projeto nos sinaliza que o trabalho realizado ao longo destes dois anos está no caminho certo. Neste momento, teremos a oportunidade de aprender e aprimorar ferramentas de ensino para atuarmos de forma cada vez mais inclusiva e assertiva na formação das meninas baianas participantes”, afirma Karine Damasceno. 

Para Natália Tavares, participar dessa chamada é de importância fundamental para ampliar os formatos de atuação junto às meninas, já que as coordenadoras do projeto farão uma imersão num curso com especialistas no tema. “Com certeza, essa oportunidade tem muito a acrescentar ao nosso projeto, qualificando a equipe e trazendo um novo olhar sobre nossas ações”, declara a pesquisadora.

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Sensores irão quantificar poluição do ar em Ilha de Maré e Região Metropolitana de Salvador

Dez sensores, com este, serão instalados em escolas e Unidades Básicas de Saúde.

A Ilha de Maré e Região Metropolitana de Salvador receberão sensores para medição de material particulado PM 2.5, Dióxido de nitrogênio, Dióxido de Enxofre, Ozônio, umidade e temperatura. O primeiro será instalado amanhã (24/03), às 10h, na Escola Municipal de Paripe, com a participação da Secretária de Sustentabilidade e Resiliência de Salvador, parceira do projeto. O objetivo da iniciativa, coordenada pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Nelzair Vianna, é desenvolver estratégias para uma vigilância popular em saúde e ambiente, aplicando a visão de saúde planetária na identificação de vulnerabilidades socioambientais e sanitárias no contexto antes e pós-pandemia. 

Ao todo serão instalados 10 sensores, em escolas e Unidades Básicas de Saúde, sendo quatro em Ilha de Maré, um na Ilha dos Frades, quatro no Subúrbio Ferroviário e um será para controle. Esta região foi selecionada por ser historicamente impactada pela proximidade com fontes industriais e já vem sendo acompanhada por pesquisadores. Os dispositivos funcionam com auxílio de tomada elétrica e rede wi-fi. Os dados são coletados por um sistema e serão disponibilizados em dashboard, facilmente acessados em aplicativo pelo celular ou computador, em tempo real. “A proposta é que este projeto inicie uma rede permanente de monitoramento da qualidade do ar em Salvador com sensores de baixo custo, integrando dados para uma rede internacional, a ser gerenciada pelo poder público. Esta rede deverá ser ampliada para cobertura de toda a cidade”, explica Nelzair. 

Os resultados da pesquisa devem servir de apoio para propostas de regulamentação para padrões de qualidade do ar e mitigação das fontes emissoras, que poderão contribuir para a redução dos gases de efeito estufa e o combate às mudanças climáticas. As informações também serão utilizadas pelos setores de saúde e ambiente para tomada de decisão local e políticas públicas, como a implementação do programa de Vigilância em Saúde de Populações Expostas à Poluição Atmosférica – VIGIAR e instalação de unidades sentinelas para sintomas de doenças relacionadas à exposição da poluição do ar.

Além disso, toda a comunidade terá acesso aos dados, facilitando o desenvolvimento das ações de ciência cidadã. Os estudantes, por exemplo, conduzidos pela colaboração de professores da rede e gestores, trabalharão em projetos relacionados ao tema utilizando esses dados. Isto ampliará a percepção de riscos pela população e o engajamento para as estratégias de controle das fontes emissoras de poluição do ar. A comunidade local participa ativamente do projeto com o delineamento das ações e guia as atividades de campo. Reuniões são feitas regularmente para alinhamento dos objetivos com lideranças comunitárias e gestores locais das unidades de saúde e escolas deste território.  

Segundo Nelzair, a poluição do ar é uma ameaça para a saúde pública no século XXI e já tinha sido declarada como uma Pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS), pois contribui para a morte prematura de até 9 milhões de pessoas ao ano. Também, uma associação dos efeitos da poluição do ar com o aumento da mortalidade e morbidade pela Covid-19 tem sido observada. “Populações mais vulneráveis têm sido mais impactadas pela pandemia, tanto pelas desigualdades sociais, étnicas, ambientais e econômicas como também pela exposição direta aos poluentes atmosféricos, o que requer abordagem no território para encaminhamento de possíveis soluções”, afirma a pesquisadora.  

Outros métodos também serão aplicados para caracterizar e identificar fontes emissoras, bem como modelos matemáticos para acompanhar a dispersão de poluentes. A iniciativa faz parte de uma pesquisa da Fiocruz Bahia, realizada com apoio do Programa Inova Fiocruz, por meio do Edital Territórios Sustentáveis e Saudáveis no contexto da pandemia Covid-19, e em parceria com o Ministério da Saúde, Secretaria de Sustentabilidade e Resiliência de Salvador,  Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/ Fiocruz), Fiocruz Brasília, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA), PUC Rio – Laboratório de Qualidade do Ar, SUPREMA – Faculdade de Ciências Médicas de Juiz de Fora e a Conforlab. 

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Build what you love: aula inaugural discute educação, ciência e tecnologia

Realizada no dia 11 de março, através da plataforma virtual Zoom, a aula inaugural dos programas de pós-graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI), em Patologia Humana e Experimental (PgPAT – UFBA/Fiocruz Bahia) e em Pesquisa Clínica (PPgPCT)  reuniu alunos, professores, coordenadores e demais colaboradores dos programas. O evento contou com a palestra intitulada “Build what you love”, ministrada pela bióloga Khady Sall, fundadora da organização sem fins lucrativos Science Education Exchange for Sustainable Development (SeeSD), para promover a ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática (STEAM), no seu país de origem, Senegal.

A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, abriu o encontro dando boas-vindas aos participantes e reforçando a importância do momento, mesmo após tantas restrições impostas pela pandemia da Covid-19. “É uma honra ter todos vocês e a nossa palestrante aqui. Estar, hoje, começando mais um ano letivo, é muito importante para todos nós”, afirmou. Em seguida, a pesquisadora da Fiocruz Bahia, Patrícia Veras, que mediou o encontro, apresentou a palestrante e agradeceu a participação de Khady Sall. 

A palestrante iniciou falando sobre a sua experiência com a educação, ciência e tecnologia e da decisão de voltar para a sua cidade natal após o doutorado, com o objetivo de incentivar a educação científica para alunos de todas as idades, atuando de forma simples, com referências presentes no cotidiano e no modo de vida local. A convidada destacou as dificuldades, a falta de recursos humanos, além das diversas formas de desigualdade e preconceito enfrentados nesse percurso. Atualmente, a SeeSD atua na realização de atividades práticas que proporcionam o pensamento crítico e a iniciação científica, além de oficinas e eventos ligados ao tema. A organização também recruta e treina voluntários que desejam contribuir com a causa.

Durante a apresentação, Khady Sall ainda defendeu a importância de uma educação inclusiva, capaz de abranger o maior número e diversidade de pessoas. Após a exposição, o espaço foi aberto para perguntas e contribuições, que foram debatidas com a convidada. A vice-diretora de Ensino da Fiocruz Bahia, Claudia Brodskyn, finalizou o evento apresentando aos estudantes o funcionamento da instituição, as equipes dos cursos de pós-graduação e tirando as dúvidas dos alunos.

Sobre a palestrante

Khady Sall tem doutorado em genética da dormência das sementes e a tolerância à seca, pela Universidade Estatal do Oregon em Corvallis – USA (2017). Dirige o recém criado Ubbil, um laboratório de inovação e Universidade Virtual do Senegal, em Dakar. Clique aqui e acesse o artigo da Nature sobre a palestrante.

 

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Solenidade celebra 65 anos da Fiocruz Bahia

No dia 05 de abril de 2022, a Fiocruz Bahia vai comemorar seus 65 anos, com solenidade que ocorrerá a partir das 9 horas, transmitida pelo canal do YouTube da instituição. O evento será conduzido pela diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, e contará com a participação da presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade, do vice-presidente de Gestão e Desenvolvimento Institucional, Mario Moreira, dos ex-diretores da unidade, Mitermayer Reis e Manoel Barral Netto, e do reitor da Universidade Federal da Bahia, João Carlos Salles, além de autoridades e representantes das instituições da ciência e saúde.

Histórico

Em 1957, foi criado o Núcleo de Pesquisas da Bahia (NEP), por meio de um convênio entre o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), o Instituto Nacional de Endemias Rurais (INERU) e a Fundação Gonçalo Moniz, este último existente desde 1950. Estes fatos marcam a história da Fiocruz Bahia. A criação do instituto se deu com a finalidade de estudar endemias parasitárias no estado.

Em 1970, o NEP foi incorporado à Fiocruz e passou a ser denominado de Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz (CPqGM). Em 2016, passou a ser Instituto Gonçalo Moniz (IGM), unidade técnico-científica que tem como foco o estudo de doenças infecciosas, parasitárias, bacterianas, virais, genéticas e crônico-degenerativas, em vacina, diagnóstico e tratamento e na realização de exames anatomopatológicos.

A Fiocruz Bahia abriga três cursos de pós-graduação stricto sensu, em níveis de mestrado e doutorado. O Programa de Pós-graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI) e o Programa de Pós-graduação em Patologia (PgPAT), este último da Universidade Federal da Bahia (UFBA) em Ampla Associação com a Fiocruz Bahia, ambos têm conceito 6 pela CAPES. Recentemente, foi criado o Programa de Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional (PPgPCT), que está em sua primeira turma de mestrado profissional.

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Tese analisa óbitos e internações por intoxicações no Brasil

Autoria: Fernanda Gross Duarte
Orientação: Maria da Conceição Chagas de Almeida
Co-orientador: Edson Duarte Moreira Jr
Título da tese: “ÓBITOS E INTERNAÇÕES DECORRENTES DE INTOXICAÇÕES MEDICAMENTOSAS E NÃO-MEDICAMENTOSAS NO BRASIL”.
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 11/04/2022
Horário: 09h00
Local: Sala virtual do Zoom

RESUMO

INTRODUÇÃO: O consumo de substâncias químicas cresceu com o desenvolvimento das ciências e o aumento da produção e da circulação de bens. A exposição a produtos perigosos, a substâncias tóxicas ou potencialmente tóxicas, tornou-se um relevante problema de saúde pública em diversos países no mundo. Estima-se que mais de 25% da carga global de doenças está ligada a fatores ambientais, incluindo exposições e uso inadequado de produtos químicos tóxicos. As intoxicações medicamentosas também têm aumentado sua frequência globalmente e se constituem igualmente num problema importante de saúde pública. OBJETIVOS: Estimar
a incidência das hospitalizações por intoxicação não-medicamentosa (NMx), por medicamentos com prescrição (MRx) e por medicamentos isentos de prescrição (MIP), bem como a mortalidade desses agravos no Brasil, descrevendo as tendências observadas no período de uma década (2009 a 2018). MÉTODOS: Os dados de internações hospitalares e óbitos foram originados do DATASUS e os dados demográficos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Foram selecionadas as internações hospitalares cuja AIH (Autorização para Internação Hospitalar) indicasse como procedimento “tratamento de intoxicação ou envenenamento por exposição a medicamento e substâncias de uso não medicamentoso”. A incidência de hospitalização e a mortalidade foram calculadas separadamente para intoxicações causadas por NMx, MRx e MIP. Adicionalmente, as taxas foram estratificadas por sexo, faixa etária e região de residência no Brasil. A análise de tendência foi realizada por regressão linear generalizada pelo método de Prais-Winsten. RESULTADOS: No total, ocorreram mais de 276 mil internações relacionadas ao uso de substâncias químicas durante a década da avaliação do presente estudo. Foram reportados casos de hospitalização por intoxicação em 5.351 municípios de todos os estados no Brasil. As intoxicações por NMx foram as internações mais comuns (45,4%), seguidas das causadas por MRx (30,1%), enquanto as internações por MIP foram as menos frequentes (0,9%). A incidência média de internações por intoxicação NMx (6,28 por 100 mil habitantes) foi superior àquela de intoxicação por medicamentos com prescrição (MRx) (4,16 por 100 mil habitantes), RR=1,5 (IC 95% 1,3. – 1,7); e muito superior àquela de intoxicação por medicamentos isentos de prescrição (MIP) (0,13 por 100 mil habitantes), RR=48,3 (IC 95% 27,9 – 83,7). Ocorreram 4.326 óbitos (3,45%) entre as hospitalizações por intoxicação NMx, a letalidade foi semelhante àquela causada por MRx (3,11%), e superior a observada nas internações por MIP (1,93%). A mortalidade por intoxicação NMx (0,216 por 100 mil habitantes) também foi maior do que a causada por MRx (0,129 por 100 mil habitantes), RR=1,67 (IC 95% 1,34. – 2,09) e muito superior àquela causada por MIP (0,0025 por 100 mil habitantes), RR=86,4 (IC 95% 58,4. – 133,8). Houve uma tendência decrescente na mortalidade e na incidência de internações tanto das intoxicações NMx como das intoxicações por MIP durante o período do estudo no Brasil. A tendência da incidência de internações de intoxicações por MRx foi estacionária, mas a mortalidade mostrou uma tendência crescente no mesmo período. CONCLUSÕES: As internações por intoxicação não-medicamentosa e medicamentosa se constituem num grave problema de saúde pública pelo impacto na saúde individual e coletiva, pelo importante custo econômico e social, pelos riscos que oferece ao meio ambiente e, particularmente, pela natureza prevenível desses agravos.
Palavras-chave: Intoxicação, Medicamento, Farmacoepidemiologia, Mortalidade, Hospitalização.

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