Dissertação analisa perfil da resposta imune de pessoas com HIV infectadas por chikungunya

Autoria: Ellen dos Reis Pimentel
Orientação: Antônio Ricardo Khouri Cunha
Título da tese:  “Avaliação da resposta imune adaptativa de memória contra CHIKV em pessoas que vivem com HIV/AIDS em terapia com antiretrovirais”.
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana e Experimental
Data de defesa: 04/10/2022
Horário: 09h00
Local: Sala virtual do Zoom
ID da reunião: 834 8054 6859
Senha de acesso: defesa

Resumo

INTRODUÇÃO: O HIV é um vírus de infecção de progressão lenta que se não tratado, gera um estado de imunossupressão que pode alterar o perfil de resposta imune de memória protetora a infecções subsequentes por outros vírus. Em indivíduos sadios, a infecção por CHIKV apresenta alta morbidade e com desenvolvimento de um quadro crônico de artralgia e artrite que pode durar mais de um ano em mais de 50% dos infectados. Em um contexto de cocirculação de HIV-1 e outras infecções, é fundamental compreender como a infecção secundária por arboviroses evoluem em pessoas que vivem com HIV/AIDS (PVHA) em tratamento com antirretrovirais e se estes indivíduos são capazes de produzir uma resposta imune protetora e duradoura a estes microrganismos. OBJETIVO: Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o perfil quali-quantitativo da resposta imune celular de memória de pessoas que vivem com HIV/AIDS com história de infecção por CHIKV atendidos no Centro de Referência DST/HIV/AIDS de Feira de Santana, Bahia. MATERIAIS E METÓDOS: Foram recrutados 634 PVHA para participarem de um estudo de soroprevalência de infecção prévia ao vírus do CHIKV através da detecção de anticorpos IgG anti-CHIKV. Destes, foram convidados para participar de uma recoleta 46 indivíduos que apresentaram IgG positivo antiCHIKV e 67 indivíduos com IgG negativo anti-CHIKV, pareados por dados clínicos e sociodemográficos. A partir disto, foi coletado 10mL de sangue total dos indivíduos selecionados e foi submetido a estímulo in vitro com 1000 PFU de CHIKV. Após 48h, o sobrenadante foi utilizado para a dosagem dos seguintes marcadores solúveis: CCL2/MCP-1, CCL3/MIP-1α, CCL4/MIP-1β, CXCL8/IL-8, CXCL10/IP-10, EGF, Eotaxina, G-CSF, GMCSF, IFN-α2, IFN-γ, IL-10, IL-12p40, IL-12p70, IL-13, IL-15, IL-17A, IL-1Rα, IL-1α, IL-1β, IL-2, IL-3, IL-4, IL-5, IL-6, IL-7, TNF-α, TNF-β, VEGF, utilizando a tecnologia Luminex. RESULTADOS: Foi observado concentrações significativamente mais baixas de EGF e mais altas de GM-CSF, IL-8, IP-10, MIP-1α, MIP-1β, IFN-α2, IFN-γ, IL-1Rα, IL-1α, e IL-2 em PVHA com sorologia positiva para CHIKV quando comparado ao grupo PVHA com sorologia negativa para CHIKV. Em seguida, avaliamos se as quantificações das citocinas moduladas significativamente no grupo com sorologia positiva para CHIKV eram impactadas por níveis de carga viral do HIV-1, células T CD4+ , CD8+, CD4+/CD8+ e CD45+ no momento da coleta. Observou-se que o nível de células T CD4+ apresentou associação significativa positiva com IFN-γ, IL1-RA, IL-2, o nível de células T CD8+ apresentou associação significativa positiva com EGF, a razão de células T CD4+ /CD8+ apresentou associação significativa positiva com IP-10, IFN- α2, IFN-γ e o nível de células T CD45+ apresentou associação significativa positiva com IL-1Rα. CONCLUSÃO: Assim, concluímos que os PVHA sob tratamento de antirretrovirais são capazes de desenvolver uma resposta imune celular protetora e duradoura do tipo Th1, caracterizado principalmente por IFN-γ, IL-2, IFN- α2 e IP-10, EGF e IL1-Rα. Contudo, estas citocinas são impactadas diretamente pelo estágio de recuperação dos níveis dos leucócitos. Palavras-chave: HIV-1, Febre da Chikungunya, Imunoativação, Memória.

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Cursos de pós-graduação na Fiocruz Bahia mantêm qualidade em avaliação da Capes 

Impacto social, produção acadêmica, coerência das linhas de pesquisa e colaboração internacional. Atendendo a esses e outros critérios, os programas de pós-graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI), da Fiocruz Bahia, e em Patologia Humana e Experimental (PgPAT), da Universidade Federal da Bahia em ampla associação com a Fiocruz Bahia, receberam nota 6, considerada de excelência, na Avaliação Quadrienal (2017-2020) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Com a primeira turma iniciada em 2020, o Programa de Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional (PgPCT) recebeu nota 3 na avaliação, o que garante a habilitação do curso, sendo recomendado pela Capes.

Claudia Brodskyn, vice-diretora de Ensino e Informação da Fiocruz Bahia, refere-se às avaliações como grandes conquistas. “Essas vitórias foram obtidas graças ao esforço de todos os professores, mas sobretudo das coordenadoras e dos vice-coordenadores, que estiveram atentos a todas as modificações impostas pela Capes neste período de avaliação. Realizaram um trabalho magnífico e merecem todas as congratulações”, celebra. “Não temos medido esforços para continuar nesta jornada de excelência e buscando cada vez mais aperfeiçoar nossos métodos pedagógicos, ajudando os docentes e discentes a finalizarem seus projetos de estudo”, declara Brodskyn. “Continuaremos lutando e acolhendo nossos estudantes e professores para que em breve cheguemos a nota 7”.  

O relatório Sucupira, da avaliação acerca dos resultados do PgPAT, destaca que os docentes geram impacto social e educacional pois, trabalham em áreas endêmicas para diversas doenças. “Por fim, o programa mostra dinamismo na busca pela excelência e vem se firmando dessa forma no cenário nacional”. Para a coordenadora do curso, Clarissa Gurgel, esses e outros indicadores demonstram a qualidade que o programa desenvolveu desde sua criação, em 1973.  

“Historicamente, o PGPAT é um programa que impacta a saúde pública e a educação brasileira, especialmente na região Nordeste. A produção intelectual, formação discente e projetos inovadores colocam o programa como um núcleo na formação em ciências da saúde, contribuindo para o desenvolvimento do país”, relata Clarissa.  A trajetória do curso chegará a um marco especial em 2023: o PgPAT irá completar 50 anos de existência. “O programa foi um dos primeiros da UFBA e a sua história se confunde com a consolidação da Fiocruz na Bahia e formação dos primeiros mestres e doutores no Estado. Hoje, muitos deles são professores e pesquisadores renomados, inclusive da UFBA e da Fiocruz”, continua a professora e egressa do curso.  

O PgBSMI construiu em seu histórico uma forte abrangência de estudos, com quatro áreas de concentração e 11 linhas de pesquisa. Deborah Fraga, coordenadora do programa, avalia a nota 6 da Capes como uma conquista coletiva. “Esse é um esforço coletivo da instituição, da direção, da coordenação do programa, dos professores, dos alunos. Tem muita gente construindo esse resultado. Eu sou egressa do programa, fiz parte da primeira turma e hoje o coordeno. É algo que eu participei desde o início”, afirma com orgulho.  

“Formamos alunos que vão para a docência, formar novos indivíduos, e temos também uma parte de alunos que vão para o SUS, outra que vai trabalhar na vigilância, ou no LACEN e nas Secretarias de Saúde. Temo projetos que trabalham nas áreas endêmicas, eles dão muito retorno a comunidade, fazendo diagnóstico, palestras, cursos e treinamento de agentes de saúde. Então, há coisas sendo desenvolvidas por nossos professores que trazem um impacto social para essas áreas afetadas”, comemora a professora. Assim como a coordenação do PgPAT, a nota 6 proporciona ao programa um horizonte de maiores esforços em busca da avaliação máxima da Capes. Fraga compartilha que os esforços serão concentrados na questão da inovação das metodologias adotadas, na internacionalização do curso e na produção cooperada entre docentes e discentes.  

O PgPCT foi aprovado em 2015, e em 2019 foi obtido o orçamento necessário para viabilizar as atividades. No entanto, as atividades presenciais, que se iniciaram em março de 2020, foram interrompidas pela pandemia e só retornaram, de forma virtual, em julho do mesmo ano. A avaliação da Capes para cursos de Mestrado Profissional, como o PgPCT, varia entre as notas 3 a 5, sendo a nota 3 o mínimo necessário para o curso ser credenciado.  

Com o aval da Capes e o andamento das atividades, a coordenadora do curso, Maria da Conceição de Almeida, guarda boas expectativas para o futuro do PgPCT. “As recomendações são passíveis de serem atendidas, uma vez que agora iremos começar com as publicações e as defesas. Daqui a um ano já poderemos avaliar nossos egressos”.  Ela ressalta que não houve desistências entre os 24 alunos selecionados para a primeira turma, entre os quais 11 são provenientes de instituições públicas. “Nós estamos junto à diretoria e às vices-diretorias de Ensino e de Pesquisa empenhados em captar recursos para uma nova turma. Já temos pessoas interessadas, nos procurando para se candidatar a uma nova rodada do curso” compartilha a pesquisadora.

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Diretora da Fiocruz Bahia visita Fapesb

A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, visitou a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia – Fapesb, na quinta-feira (15/9). A pesquisadora foi recebida pelo Diretor Geral, Luiz Araújo, a Diretora Científica e de Inovação, Maria das Graças Maia, a Assessora da Diretoria Geral, Edna França, e a Assessora da Diretoria Geral e da Diretoria Científica e de Inovação, Ana Oliveira. A reunião teve como objetivo aproximar as instituições e reafirmar a parceria visando novos projetos. Marilda Gonçalves também é Membro Titular do Conselho Curador da Fapesb.

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Fiocruz Bahia conclui Plano Estratégico para o quadriênio 2022-2025

Na manhã desta terça-feira (13), a comunidade da Fiocruz Bahia se reuniu em assembleia para a divulgação e conclusão do Plano Quadrienal 2022-2025 da unidade. O documento estabelece o plano de ações estratégicas para as principais áreas de atuação da instituição, com o objetivo de alcançar as metas estipuladas. Com a participação da Diretoria da Fiocruz Bahia e de servidores, o documento foi lançado em evento virtual, transmitido pelo Zoom, e ficará disponível na intranet para servidores e colaboradores da instituição.

O Plano Quadrienal é parte do processo de Planejamento Estratégico, previsto pelo Modelo de Gestão Integrada da Fiocruz Bahia. Além de estabelecer o horizonte desejado para o instituto em quatro anos, o plano prevê projetos estratégicos, responsáveis e monitoramento e prestação de contas das atividades.

A Coordenadora do Serviço de Planejamento, Orçamento e Cooperação, Ângela Scavuzzi, apresentou as metas incluídas em cada macroprocesso discutido e ressaltou a importância da integração dos processos e dos envolvidos para se chegar a um objetivo comum. “É o resultado do trabalho de equipes multidisciplinares, ou seja, um projeto com representantes de vários macroprocessos”, afirmou.

Neste período, a elaboração do plano contou com a colaboração do professor da Universidade de São Paulo (USP) e especialista na área de Gestão Pública José Carlos Vaz. Reconhecido pelos que participaram do processo como um mediador importante na síntese das discussões, Vaz também havia participado do planejamento estratégico anterior, do quadriênio 2018-2022, e apresentou a metodologia empregada. No entanto, para o professor, o protagonismo pelo processo pertence aos servidores do instituto. “Auxiliei no desenho do processo, mas é um trabalho que tem uma capacidade acumulada dentro do IGM, o que é muito importante. O instituto já tem uma tradição e é importante que isso se consolide, se registre e que siga adiante nessa direção”, declarou.

O modelo do planejamento estratégico elaborado pelo Instituto Gonçalo Moniz tornou-se inspiração para o planejamento elaborado por outras unidades da Fundação. A diretora, Marilda Gonçalves de Souza, falou sobre a amplitude que o trabalho alcançou. “Nós compreendemos que o planejamento estratégico norteia as atividades da diretoria e também faz com que conheçamos as necessidades e os pontos deficientes para que possamos atuar e melhorar efetivamente o nosso desempenho”, declarou, acerca do papel do planejamento na instituição. “Nós contamos com a participação ativa de cada um de nossos servidores para que nosso instituto consiga realizar todas as metas estabelecidas e manter sua excelência na pesquisa e na realização da formação de recursos humanos de qualidade”, completou.

Os eixos do trabalho se alinham aos macroprocessos de Pesquisa, Educação, Gestão, Comunicação e Tecnologia da Informação. Cada área conta com seu próprio objetivo, um quadro de ações estratégicas alinhadas a projetos desenvolvidos no próximo quadriênio, com  o diretor responsável.

Valdeyer Galvão dos Reis, vice-diretor de gestão do IGM e responsável pelo macroprocesso de Gestão, ressaltou o que considera os maiores benefícios do sistema adotado. “Esse planejamento estratégico tem um componente político, onde as pessoas dizem para onde elas querem ir, e tem um componente técnico-gerencial, no qual os gestores foram convidados a pactuar metas e definir responsabilidades. Mas o grande diferencial desse planejamento é ter um monitoramento sistematizado, permitindo ajustes e gerando aprendizagem organizacional”, comentou.

A possibilidade de pensar a estratégia de forma transversal também foi elogiada pelos outros gestores. “Esse período permitiu que conhecessemos melhor o nosso trabalho e, principalmente, agregou novos aliados à questão da comunicação e da divulgação científica na instituição”, relatou o coordenador do projeto e da Gestão da Comunicação e Divulgação Científica do IGM, Antonio Brotas, gestor do macroprocesso de Comunicação.

“O planejamento foi e tem sido um acontecimento muito bom para mantermos as metas e normas bem estabelecidas dentro de cada macroprocesso. Em termos de Ensino tem sido muito bom, nós temos procurado seguir o plano e melhorar cada vez mais”, afirma a Vice-diretora de Ensino e Informação e gestora de Ensino Claudia Ida Brodskyn. O Vice-diretor de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Serviço de Referência, Ricardo Riccio, colocou-se à disposição da equipe para sanar dúvidas e agradeceu ao Serviço de Planejamento, Orçamento e Cooperação responsável pela sistematização das discussões internas.

Realizado em duas etapas, o processo de manufatura do plano teve inicio em outubro de 2021, com as primeiras oficinas temáticas voltadas para a comunidade do instituto, com a realização dos seminários de planejamento e a sistematização dos  processos, elaborados para sintetizar os insumos produzidos coletivamente nas reuniões.

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Escore avalia risco de morte em pacientes com Covid-19 grave

Um projeto coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia e líder do grupo de pesquisa Multinational Organization Network Sponsoring Translational and Epidemiological Research Initiative (Monster), Bruno Bezerril, validou uma ferramenta de predição de mortalidade em pacientes com casos graves da Covid-19, em unidades de terapia intensiva (UTIs). Publicado na revista Frontiers in Medicine, o trabalho demonstrou que o escore, intitulado Pneumonia Shock Score (pShock), alcançou bom desempenho na predição do risco de mortalidade de pacientes hospitalizados.

O pShock foi desenvolvido pelo Grupo de Estudos em Medicina Intensiva (GEMINI), núcleo da Monster que estuda pacientes críticos coordenado pelo médico Nivaldo Filgueiras, para avaliar o risco de morte em pacientes admitidos na UTI por pneumonia, suprindo a falta de ferramentas de rápida aplicação que auxiliariam o manejo clínico destes pacientes. Observando que as ferramentas que estavam sendo desenvolvidas para auxiliar no combate à pandemia possuíam alto risco de viés, os autores propuseram a validação do pShock para o cenário da infecção pela Covid-19.

Para o estudo, foram utilizados dados de 605 pacientes coletados no período entre janeiro de 2020 a março de 2021, provenientes da colaboração de quatro UTIs localizadas na Bahia. O teste com o pShock atingiu uma área sob a curva característica de operação do receptor, métrica de acurácia, de 0.80. Com esse resultado, o escore performou melhor que outros sistemas de predição comumente utilizados.

O escore estimou, no período de 30 dias, uma taxa de mortalidade bastante semelhante à demonstrada nas UTIs, com diminuição da probabilidade de sobrevivência em pacientes com pontuações mais altas no pShock. Comparando os dados dos não-sobreviventes com os sobreviventes, constatou-se que o primeiro grupo apresentou a taxa de frequência respiratória por minuto mais elevada, contagem de leucócitos e da ureia alta, maior fração inspirada de oxigênio (FiO2) menos de 6 horas após a admissão hospitalar, necessidade de ventilação mecânica e de vasopressores, baixo valor no hematócrito e um índice menor na Escala de Coma de Glasgow.

Para além dos dados clínicos, ainda se observou que dos pacientes estudados, a maioria das vítimas fatais tinha idade mais avançada (média de 70 anos) do que os sobreviventes (57 anos em média). No entanto, as informações coletadas não evidenciaram índices de risco referentes ao gênero, nem parâmetros clínicos objetivos relacionados a frequência cardíaca, pressão arterial e níveis de sódio.

Os pesquisadores consideram que, devido à escassez de recursos para o cuidado intensivo, ganha maior importância a triagem e estratificação de risco em pacientes hospitalizados pela Covid-19 para se otimizar a alocação destes recursos. O pShock foi desenvolvido tendo em vista as limitações de regiões de baixa e média renda, sendo um sistema que não demanda exames muito complexos para se estimar o prognóstico.

Os cientistas ressaltam algumas limitações do estudo, como o número – considerado modesto – de pacientes analisados, o que pode afetar a aplicação do sistema em UTIs com maior taxa de ocupação. Há também a possibilidade de que a variação no tratamento dos pacientes, alguns com uso de esteroides como o remdesivir, possa ter impactado o desempenho do pShock.

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Fiocruz Bahia institui núcleo pró-equidade

Representantes do núcleo em reunião com a Diretoria.

Entrou em vigor a Portaria Nº 046/2022 que instaura e designa membros para o Núcleo Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz Bahia. A instituição do grupo, que atuará como uma instância consultiva ligada à diretoria da unidade, seguirá a agenda institucional que propõe tornar a Fiocruz mais equânime. Em simultâneo, a Fiocruz Bahia possui representação no Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz, com a participação das servidoras Flávia Paixão e Lorena Magalhães (Portaria N° 645/agosto de 2022).

O Comitê está trabalhando na elaboração da Política de Equidade Étnico-Racial e de Gênero da Fiocruz, cujo documento oficial está em consulta interna com a comunidade. O Núcleo Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz Bahia é formado por nove servidores: Adriana Mendes, Antônio Brotas, Carlos Teles, Daniela Cerqueira, Flávia Paixão, Jorge Clarêncio, Karine Damasceno, Lorena Magalhães (presidente) e Márcio Freire. 

A Portaria 046/2022 estabelece como um dos objetivos a promoção da equidade de gênero, das relações étnico-raciais e da diversidade sexual na Fiocruz Bahia. Como ações a serem realizadas, o núcleo deverá estar em constante atualização e reorientação das políticas institucionais a favor da equidade e deve atuar na proposição de ações igualitárias relacionadas ao trabalho, ao atendimento ao público e à produção e popularização do conhecimento. Também visa a idealização de ações para a criação de um espaço de reflexão e debate sobre a importância da equidade.

Segundo a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, o Núcleo Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz Bahia terá papel fundamental na realização do mapeamento da diversidade de gênero, étnico-raciais e de diversidade sexual presentes na instituição, além de contribuir para a implementação de políticas que possam combater o racismo estrutural, com a criação de instrumentos públicos de participação de toda a comunidade nesse processo de debate e diálogo. “Temos certeza de que o núcleo contribuirá para o fortalecimento institucional, em parceria com os todos os servidores e colaboradores. Existe a necessidade real de conquistarmos a equidade de gênero e raça em cargos da alta gestão da instituição, com a manutenção das mudanças já iniciadas pela Dra. Nísia Trindade Lima, a primeira mulher a assumir a presidência da Fiocruz no seus 120 anos de existência”.  

A presidente do Núcleo, Lorena Magalhães, reafirma as motivações para a sua criação. “A Fiocruz está inserida no contexto desigual do país e reproduz disparidades quando consideradas as dimensões de gênero e de raça, cor e etnia no quadro de servidores e cargos. O enfrentamento ao racismo e às outras formas de discriminação tem que ser pauta das nossas discussões”, defende. De acordo com Magalhães, o núcleo de cada unidade tem total liberdade para definir suas políticas. 

O IGM já possui um histórico de ações desenvolvidas visando a promoção da diversidade, como as ações afirmativas relativas aos cursos de pós-graduação Strictu sensu. Com a estruturação do Núcleo, haverá a organização de um calendário de reuniões mensais para estruturar o plano de ação a ser implementado na unidade. Lorena reforça que o objetivo é engajar os servidores. “O maior desafio para a Fiocruz Bahia é a participação de toda a comunidade para a implementação da Política. Residimos na cidade mais negra do mundo fora da África”, recorda.

O comitê da Fiocruz

A coordenadora-geral de Gestão de Pessoas (Cogepe) e integrante do colegiado gestor do Comitê Pró-Equidade da Fiocruz Andrea da Luz, narrou o histórico da criação do grupo. Criado em 2009, a princípio, o Comitê voltava-se mais para a questão do enfrentamento da violência contra a mulher. “As pautas sobre gênero e raça tiveram mais destaque a partir de 2018, quando houve a reformulação do Comitê e a constituição do colegiado gestor formado por uma mulher branca e três mulheres negras”, recorda Andrea. Desde então, muitas são as estratégias empregadas para pautar a importância da diversidade. “Temos o desafio de capilarizar as discussões sobre gênero e raça nas unidades da Fiocruz”, completa.

Entre as ações realizadas, encontram-se o lançamento do Dicionário Feminino da Infâmia, o seminário “Mulheres Fazendo Ciência”, o seminário no marco do Dia Internacional da Mulher Negra, os eventos comemorativos “Trajetórias Negras na Fiocruz” e o do Dia da Cultura Africana e, durante a paralisação das atividades presenciais devido à pandemia, foram organizados encontros virtuais e webinars de formação para a comunidade da Fiocruz. Em 2010 e em 2015, a iniciativa conquistou o selo Pró-Equidade da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres (SPM), da Secretaria Nacional de Políticas da Promoção da Igualdade Racial, da ONU Mulheres e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) da ONU.

Além de Andrea, o colegiado gestor também é integrado por Marina Maria Ribeiro, jornalista do Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação em Saúde da Fiocruz (ICICT/Fiocruz); por Roseli da Fonseca Rocha, assistente social do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz); e Hilda Gomes, coordenadora da Seção de Formação do Serviço de Educação do Museu da Vida, da Casa de Oswaldo Cruz (COC). Há também a participação de dois representantes de cada unidade da Fiocruz.

Política Pró-Equidade

A formação do comitê busca alinhar-se a determinações anteriores da Fundação, como a aprovação da Tese 11 durante o VIII Congresso Interno da Fiocruz, em 2017, no qual houve a oficialização do posicionamento pela equidade e pela diversidade e o comprometimento da instituição com as demandas da população brasileira, marcada pela pluralidade. No mesmo evento, firmou-se o compromisso da Fiocruz com as metas estabelecidas na Agenda 2030, nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, da qual o Brasil é signatário. O objetivo número 5 da Agenda refere-se a igualdade de gênero.

Atualmente, o Comitê está empenhado na elaboração da Política de Equidade Étnico-Racial e de Gênero da Fiocruz. O documento está alinhado com o relatório final do IX Congresso Interno da Fiocruz, ocorrido em dezembro de 2021, considerado o órgão máximo de deliberação da Fundação. Neste evento, foram definidos o enfrentamento às desigualdades e a defesa da equidade como princípios institucionais.

“Estamos agora na fase de análise das sugestões. A ideia é que, após a contribuição de grupos externos à Fiocruz, possamos lançá-la no evento “Novembro Negro”, quando celebramos o Dia da Consciência Negra”, conta Andrea. As sugestões da consulta interna do documento ainda serão sintetizadas e contabilizadas e, após esse processo, haverá a disponibilização para consulta pública.

O documento reforça dados que mostram as desigualdades históricas que se refletem na instituição. O Boletim Estatístico de Pessoal da Fiocruz 2021 detalha que o número de mulheres em cargos estratégicos chega a 40,6%, enquanto os homens ocupam 59,4%. Além disso, a maioria das pessoas que ocupam os cargos gerenciais se declaram brancas, apesar de não serem apresentados dados quanto ao percentual dessa disparidade. Não há informações sobre a sexualidade dos profissionais.

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Filme sobre casal de cientistas Sonia e Zilton Andrade está disponível no YouTube 

O documentário “Sonia e Zilton – ciência, saúde e amor” já está disponível no canal do YouTube da Fiocruz Bahia. O filme narra a trajetória científica e pessoal do casal de Pesquisadores Eméritos da Fiocruz, reconhecido por suas contribuições aos estudos nas áreas de Patologia, Parasitologia e das Doenças Tropicais.  

Clique aqui para assistir. 

O longa-metragem, que conta com depoimentos de familiares, colegas e dos cientistas biografados, foi realizado através do edital interno de Memória Institucional da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) e faz parte das ações de resgate e preservação da memória da Fiocruz.

A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, reforça a intenção de também narrar, através da história do casal Andrade, a história do Instituto Gonçalo Moniz, sede da Fiocruz Bahia. “Esse momento é muito especial, porque Dr. Zilton e Dra. Sonia foram muito importantes na formação do instituto”. O projeto tornou-se possível através do uso do acervo físico do casal Andrade, assim como de entrevistas previamente gravadas com os cientistas.  

Autoridades internacionais no estudo de doenças tropicais parasitárias, como a doença de Chagas, Sônia Gumes Andrade e Zilton de Araújo Andrade colecionaram títulos e trabalhos publicados ao longo de quase meia década de trabalho. Juntos, os pesquisadores fizeram parte da implantação dos cursos de mestrado e doutorado em Patologia Humana e Experimental na UFBA realizado em Ampla Associação com a Fiocruz Bahia. Casados em 1953, construíram uma família com seis filhos.

Ficha técnica do filme 
Duração: 63 min
Direção: Ulla Macedo
Realização: Instituto Gonçalo Moniz/Fiocruz Bahia

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Websérie | Doença de Chagas | Episódio 1

No vídeo “Doença de Chagas: novos tratamentos para a doença cardíaca”, a pesquisadora da Fiocruz Bahia, Milena Soares, aborda suas principais linhas de pesquisa desenvolvidas na instituição para doença de Chagas. Neste episódio, a cientista fala sobre os estudos com células-tronco e produtos naturais e sintéticos em busca de tratamentos que sejam mais eficazes e que proporcionem menos efeitos adversos que os já existentes.

A Fiocruz Bahia produziu uma websérie sobre as principais pesquisas realizadas na instituição. Os vídeos estão divididos em 9 temas: arbovirose, big data, câncer, células-tronco, doença de Chagas, doença falciforme, helmintíase, HTLV, leishmaniose e tuberculose.

Confira!

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Epimol realiza 20ª edição com evento online

O XX Curso Internacional de Epidemiologia Molecular em Doenças Infecciosas e Parasitárias Emergentes (EPIMOL) foi realizado, após dois anos de atividades interrompidas por conta da pandemia de Covid-19, pelo Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia – IGM), entre os dias 13 e 26 de agosto de 2022. O curso, realizado em formato online, busca difundir os princípios e práticas da epidemiologia molecular aplicada ao estudo de doenças infecciosas e parasitárias. Outra meta do EPIMOL é contribuir para a capacitação e formação de profissionais da área de saúde e alunos de pós-graduação, respectivamente.

O EPIMOL reuniu alunos do Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do SUS (EpiSUS) e dos programas de pós-graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI), em Patologia Humana e Experimental (PgPAT), Rede Nordeste de Biotecnologia (Renorbio), em Farmácia (PPGFAR), pesquisadores e professores de instituições de pesquisa e universidades nacionais e internacionais. A realização desta edição contou com o apoio da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS), da Fiocruz Bahia – IGM, do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) e da Fundação de Apoio à Fiocruz (Fiotec).

Responsável pela coordenação do curso, em conjunto com o pesquisador da Fiocruz Bahia Luciano Kalabric e a professora titular da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Joice Neves Pedreira, o pesquisador da Fiocruz Bahia, Mitermayer Reis, destaca o balanço positivo desses 20 anos de trajetória. “Nós temos várias avaliações de alunos egressos e são sempre muito positivas. O EPIMOL está sempre atualizado no que diz respeito aos desafios que a humanidade está passando”.

“É interessante que o curso começou com o privilégio de ter alunos que já eram professores titulares de outros universidades e institutos. Então, começamos a chamar atenção dos professores para que inscrevessem os alunos deles”, continua Mitermayer. “Começamos a estimular a participação de alunos que já eram servidores das três esferas de governo (federal, estadual e municipal). Hoje, vários servidores que fazem parte do quadro do Ministério da Saúde passaram pelo EPIMOL”, celebra, afirmando que também há egressos que atualmente ocupam cadeiras como professores em universidades.

Segundo a organização, aproximadamente 1.000 alunos foram participantes do curso e outros 500 foram ouvintes nessas duas décadas. “Vale destacar que tivermos participação de alunos brasileiros e da América Latina, África e Estados Unidos. Durante o processo seletivo, nós tivemos o cuidado de ter representatividade dos diferentes estados do Brasil. Reitero que o grande produto desse curso tem sido a contribuição na formação de pessoal nas áreas de saúde humana, animal e ambiente. Inclusive, nós entregamos ao final do EPIMOL, os materiais de aulas para que esse indivíduo seja um multiplicador em seus locais de origem”.

Luciano Kalabric, hoje organizador, foi aluno na primeira edição e, desde então, relata que pôde ver o curso estabelecer-se como referência. “O conteúdo é revisto para discutir os temas mais importantes do momento, como síndrome congênita causada pelo ZIKA e Covid-19, sem perder a essência que é fazer a ponte entre a Epidemiologia Clássica e o uso das ferramentas moleculares”.

O pesquisador reafirma a importância de atividades de internacionalização como esta. “O ambiente é fértil para a formação de colaborações nacionais e internacionais. Durante o EPIMOL, temos a oportunidade de qualificar pessoal que estão em diversos órgãos públicos de decisão, e que podem fazer a diferença para o SUS”, considera.

A professora Joice Neves, que participa da coordenação do curso desde 2004, discorre sobre o desafio que é organizar um evento como o EPIMOL, com a participação de especialistas de diferentes partes do mundo, e em diferentes fusos horários.  Apesar disso, ela reforça o compromisso da organização em continuar promovendo esse espaço de formação. “Estamos sempre procurando adaptar o programa do curso às emergências de novas doenças infecciosas e ao surgimento de novas tecnologias e ferramentas”, garante. “A qualificação de recursos humanos voltados para o serviço público tem sido o nosso diferencial”.

No último dia do evento, foi realizada a sessão científica intitulada “Revisão Covid-19: Epidemiologia, Variantes e Vacinas”, ministrada pelo Especialista em C&T e Produção e Inovação em Saúde Pública da Fiocruz Mato Grosso do Sul, Julio Croda, que também é egresso do curso.

A avaliação dos professores

O EPIMOL é também uma proposta de união entre as áreas, comumente distantes, da epidemiologia clássica e a biologia molecular. Para Edson Moreira, pesquisador e professor da Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI) da Fiocruz Bahia, essa conjunção faz parte dos méritos do evento. “A aproximação desses extremos faz com que vejamos o quanto podemos acrescentar de qualidade, mesmo que não nos tornemos especialista na outra área”, avalia.

Professor do curso desde sua primeira edição, Moreira expressa a satisfação que é participar de uma atividade que possui tanta relevância. “Observamos que, ao longo desses vinte anos, os egressos das primeiras turmas já fazem parte de alguns módulos e também de parcerias, colaborações com pesquisadores da nossa instituição. É uma alegria muito grande ver que esse curso, além de produzir investimentos, produz também resultados”.

Já Ronald Blanton, professor de Medicina e Doenças Tropicais na Universidade de Tulane (EUA), que esteve em 19 edições do curso, relata que a participação dos membros do EpiSUS suscita mudanças no perfil do EPIMOL e de como serão repassadas as técnicas laboratoriais. “O curso provoca o reconhecimento de que as ferramentas moleculares aumentam nossa habilidade de entender processos que, sem elas, permanecem escondidos. É a desmistificação dos métodos moleculares de um lado, e o papel da epidemiologia clássica do outro”, explica Blanton.

Felipe Naveca, pesquisador da Fiocruz Amazônia, ministrou a sua primeira aula do curso na terça-feira (23). “Foi emocionante ver como meu trabalho foi reconhecido como de excelência pelos ouvintes, já fui até convidado para o próximo EPIMOL”, conta. “Esse é um curso consolidado, com muitos anos de experiência. É um evento que reúne vários pesquisadores, então é uma grande oportunidade para os alunos aprenderem com quem faz sobre problemas práticos”.

A experiência dos discentes

Este ano o EPIMOL ofertou 60 vagas, metade oferecidas aos técnicos e profissionais da SVS e a outra metade para os estudantes de pós-graduação da Fiocruz e de outras instituições. As apresentações também foram disponibilizadas por meio de um webinário para ouvintes. 

Camila Rodrigues Azevedo, nutricionista e integrante da 17ª coorte do EpiSUS Avançado, considera que a cooperação internacional que caracteriza o curso o diferencia. “Além de conhecer colegas de outros locais e com atuações diferentes, as aulas são ministradas por grandes pesquisadores da Saúde Pública”, considera. “Visualizar a epidemiologia molecular sendo utilizada na prática de investigações de surto foi muito interessante. As aulas com experiências exitosas durante a pandemia e com populações vulneráveis, como a população privada de liberdade, também me chamaram muita atenção”. A nutricionista compartilha que um dos pontos altos foi sua apresentação de uma investigação de surto realizada com outros colegas do EpiSUS – Avançado.

Em sua primeira experiência, o doutorando do Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PGBSMI) da Fiocruz Bahia, que desenvolve seu projeto na Fiocruz Ceará, Silvio Caetano Alves, declarou que o curso superou suas expectativas. “O senso crítico quanto aos casos e análises de dados foram primordiais para os meus primeiros passos. Mas, o que vou levar comigo é a certeza de que o principal é ter conhecimento e uma boa abordagem e que as ferramentas serão apoio para consolidação de bons resultados”, assegura.

“Quando soube deste Curso, fiquei animada, já que teria a oportunidade em aprimorar meus conhecimentos em diagnóstico molecular e epidemiologia, os quais estão presentes em minha caminhada profissional”, relata a também discente do PgBSMI Tycha Bianca Sabaini. Tendo concluído o doutorado em diagnóstico molecular pela Unicamp, Tycha afirma que a participação no EPIMOL é mais um passo em sua formação continuada. “Não posso deixar de mencionar sobre a proficiência dos professores que compõem a equipe técnica, os quais são de excelente formação e de fácil transmissão dos conhecimentos”, elogia. 

Histórico  

A primeira edição do EPIMOL ocorreu em 2001, por iniciativa dos cientistas Mitermayer Reis e de Lee W. Riley, professor da Universidade da Califórnia, que baseou o curso em uma disciplina que ele ministrava. O EPIMOL sempre foi realizado no Instituto Gonçalo Moniz, e inspirou outras versões levadas pelos pesquisadores ao Paraguai e a Portugal e no Rio de Janeiro, este feito em parceria entre a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade Federal Fluminense (UFF). A organização conjectura realizar a próxima versão do curso em conjunto com o Congresso de Medicina Tropical, realizado em Salvador, possivelmente em setembro.

O EPIMOL iniciou com foco em doenças infecciosas e bacterianas, seguindo pelas arboviroses, como a Zika e a chikungunya, pela Influenza e, neste ano, a atenção foi dedicada ao Covid-19. Segundo Mitermayer Reis, o curso ainda se volta ao estudo da resistência antimicrobiana, classificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2017, como o maior desafio da humanidade.

Este ano participaram pesquisadores da Fiocruz Bahia e da unidade da Amazônia, da Universidade da Califórnia (UC), Universidade de Yale, Universidade de Tulane, Universidade Stanford, da UFBA, Universidade de Brasília (UnB), Universidade Estadual da Bahia (UNEB), Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP) e da Universidade Salvador (UNIFACS).

O EPIMOL é uma disciplina obrigatória para os alunos da PGBSMI. Com o tempo, o curso passou a ser integrado ao ensino de outros cursos de pós-graduação e os créditos de participação no evento podem ser reaproveitados pelos discentes. 

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Evento Meninas Baianas na Ciência inspira estudantes de colégios estaduais

Com o apoio da 2ª chamada Garotas STEM, do British Council e Fundação Carlos Chagas, e apoio da Secretaria de Educação do Estado da Bahia, o projeto Meninas Baianas na Ciência continua com a programação mensal de eventos no Instituto Gonçalo Moniz, sede da Fiocruz Bahia. Na tarde desta terça-feira (30), estudantes de oito colégios da rede pública participaram da segunda tarde de atividades do projeto, com uma palestra ministrada pela pesquisadora Valéria Borges, oficinas de ciências sobre a leishmaniose e visita aos serviços de Histotecnologia e Microscopia Eletrônica.

O projeto, coordenado pelas pesquisadoras Isadora Siqueira, Karine Damasceno e Natália Machado, seguirá com a programação de encontros até novembro. A intenção é que as estudantes possam conhecer a fundo os trabalhos desenvolvidos pela instituição. Ao final, todas possuirão um certificado de participação. Entre as estudantes, cindo delas foram selecionadas para um estágio de 5 meses nos laboratórios da instituição.

A vice-diretora de Ensino e Informação, Claudia Brodskyn, também esteve presente no evento. “Mais uma vez, é um prazer estar aqui com vocês, compartilhando esse projeto importantíssimo, principalmente para nós do grupo de ensino que somos largamente representados por mulheres e queremos que isso continue”, defende.

Valéria Borges narrou sua trajetória de vida desde que saiu da cidade de Belém, até se tornar pesquisadora da Fiocruz Bahia e professora do curso de Pós-graduação em Patologia Humana e Patologia Experimental (PGPAT – UFBA/Fiocruz Bahia). Através do relato, Borges buscou inspirar as alunas a enfrentarem os percalços que se colocam no caminho da pesquisa. “Quando falo para vocês desses desencantos, é porque eu queria uma coisa, fui lá e testei. Quando não foi o que eu queria de verdade, tive como recuar. A gente sempre tem como repensar. Nesse período é importante vocês testarem, experimentarem, participarem de eventos como esse. Porque é preciso experimentar, o cientista é antes de tudo um curioso”, incentiva.

Natália Machado acredita que Valéria conseguiu se identificar com as meninas e que a programação, no geral, causou interesse. “Mais uma vez, pudemos ver o brilho nos olhos das meninas ao aprender e conhecer as técnicas, a estrutura do IGM e principalmente as monitoras das oficinas. Foi outra interação muito animador de ver, pela curiosidade das meninas”. Para a cientista, o encontro foi memorável.

“É muito interessante perceber o olhar atento, a curiosidade delas durante as práticas e, principalmente, o reconhecimento e empatia no relato contado pela pesquisadora”, comenta a pesquisadora Karine Damasceno. “Nossa intenção é mostrar para elas que a carreira na ciência pode ser uma realidade em suas vidas e que existem caminhos possíveis”.

A professora de química do Colégio Estadual Cosme de Farias, Moselene Costa, compartilha do desejo. Pesquisadora sobre a formação de professores e a iniciação científica, a professora acredita que ainda faltam professores que estimulem as meninas. “A gente está praticamente sozinha com os alunos. Dentro da nossa carga horária, ainda tem essa demanda. Porque eu quero que minhas meninas cresçam, se emancipem, e que elas sonhem com a universidade, com a pesquisa, assim como eu”.

Único homem presente na sala, Paulo Sérgio Nobre, professor de química do Colégio Estadual Mãe Stella, não se furtou ao desafio de inspirar as alunas. “Eu trabalhei com iniciação científica na UFBA e vi como muitos alunos demonstravam interesse na ciência, porém faltava o catalisador, que poderia ser ou o professor ou recursos”, explica. Para aproveitar ao máximo a experiência, o professor reúne as alunas semanalmente para ter um feedback das pesquisas feitas e afirma: “Já vejo o retorno em sala de aula”.

Participaram alunas do Colégio Estadual Deputado Rogerio Rego; Colégio Estadual Heitor Villa Lobos; Colégio Estadual Mãe Stella; Colégio Estadual Cosme de Farias; Colégio da Polícia Militar – Unidade I/Dendezeiros; Colégio Estadual Eduardo Bahiana; Colégio Estadual da Bahia Central; e Escola Estadual Deputado Naomar Alcântara.

As alunas

Estudante do Colégio da Polícia Militar, de Dendezeiros, Ester Elias pretende se tornar biomédica. Para isso, a estudante de 15 anos faz cursos iniciantes de biomicrobiologia e vê o Meninas Baianas na Ciência como mais uma oportunidade de desenvolvimento. Ela ainda tem outros planos. “Nós, meninas que estamos aqui, estamos empolgadas com esse projeto e espero poder expandir para mais meninas do nosso colégio”.

Gabriela Silva, 15, estudante do Colégio Estadual Cosme de Farias, também tem um sonho: fazer iniciação científica na Fiocruz. “No começo eu não pensava muito sobre ciência, mas depois que tive a oportunidade de participar, eu comecei a gostar bastante”, conta a aluna, que também faz parte do clube de ciências do colégio. “Penso muito no meu futuro, quem sabe ser uma grande cientista, ir para a faculdade”, conta.

Já a estudante Juliana de Souza, 16, do Colégio Mãe Stella, ainda explora com cuidado as opções do mundo das ciências. Selecionada entre as colegas para fazer parte, ela conta que está animada com o projeto. “Desde cedo eu já tinha muito interesse pela área da ciência, então ser convidada para participar foi uma dádiva. Vai aprimorar mais os meus conhecimentos”, assegura.

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Tese avalia intervenção por dispositivos móveis para promoção de vacinação contra HPV em pessoas com HIV

Autoria: Kaliane Caldas de Brito
Orientação: Edson Duarte Moreira Junior
Título da tese: “INTERVENÇÃO EM DISPOSITIVO MÓVEL PARA AUMENTAR A COBERTURA DA VACINA HPV EM PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS: RESULTADOS DE UM ENSAIO RANDOMIZADO CONTROLADO”.
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 15/09/2022
Horário: 15h00
Local: Sala virtual do Zoom
ID da reunião: 852 8519 7235
Senha de acesso: 416317

Resumo

INTRODUÇÃO: Em comparação com a população em geral, pessoas que vivem com HIV/AIDS (PVHA) têm um risco consideravelmente aumentado para todos os tipos de cânceres anogenitais associados ao Papilomavírus Humano (HPV). Ele é responsável por praticamente todos os casos de câncer cervical, de ânus e verrugas genitais, e pela maioria dos casos de cânceres de vagina, vulva, pênis e orofaringe. Apesar alta efetividade e eficácia da vacina serem altas, a cobertura vacinal ainda é baixa. OBJETIVO: Avaliar a viabilidade, a aceitabilidade e a eficácia de uma intervenção baseada em dispositivos móveis para promover a vacinação contra o HPV em PVHA. MATERIAIS E MÉTODOS: Foi realizado um estudo de intervenção, tipo ensaio randomizado controlado com PVHA de 18 a 45 anos. Os participantes foram recrutados entre janeiro e junho de 2022 e randomizados em dois grupos: Grupo Experimental (GE), que recebeu informações sobre o HPV e vacina HPV, elaboradas sob as bases da Teoria da Motivação para Proteção (TMP) e Grupo Controle (GC), que recebeu um recorte de informações da página mantida pelo Ministério da Saúde dedicada a informar a população sobre o HPV e a vacina HPV. O desfecho primário foi o percentual de PVHA com intenção de receber a vacina contra o HPV e o desfecho secundário foi a taxa de iniciação da vacinação (recebimento de pelo menos uma dose da vacina). RESULTADOS: Um total de 654 indivíduos foram alocados aleatoriamente: 327 no GE e 327 no GC. A média de idade foi de 29,7 anos, a maioria eram homens (71,4%), de cor preta ou parda (63,2%). A intenção de se vacinar contra o HPV foi cerca de duas vezes maior entre os participantes no GE vs GC (OR = 1,92, IC 95%: 1,09–3,38; p = 0,02). Além de um aumento de aproximadamente 11% na intenção de se vacinar pós-intervenção, o GE também estava mais propenso a iniciar a vacinação contra HPV (1ª. dose) comparado àqueles no GC (12,6% vs. 8,2%; RP= 1,54, 95% CI: 0,60–3,96; p = 0,37), mas a diferença não foi estatisticamente significante. A variável preditora que mostrou maior força de associação com a intenção de se vacinar contra o HPV foi recomendação médica para tomar a vacina HPV (OR = 11,01, IC 95%: 1,46–83,12; p = 0,02). A crença na eficácia da vacina HPV, a percepção de risco e a gravidade de uma infecção por HPV foram os motivos mais reportados pelos participantes com intenção de se vacinar. CONCLUSÕES: A intervenção foi eficaz em aumentar a intenção de se vacinar e a iniciação da vacinação entre PVHA na faixa etária do estudo. A recomendação da vacina pelos médicos deve ser estimulada.
Palavras-chave: Papilomavírus Humano; Vacina HPV; Vírus da Imunodeficiência Humana; Intervenção

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Medicamento para diabetes pode auxiliar no tratamento da leishmaniose cutânea

Baseados em estudos anteriores que investigaram a capacidade de remédios para diabetes regularem a resposta imunológica, pesquisadores da Fiocruz Bahia realizaram um estudo para entender como a pioglitazona, medicamento antidiabético, pode auxiliar no tratamento da leishmaniose cutânea. Os resultados mostraram que a pioglitazona não apenas diminui a resposta inflamatória, como também não interfere na capacidade do sistema imune de combater a Leishmania. O estudo, liderado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Lucas Carvalho, foi publicado na revista Frontiers in Cellular and Infection Microbiology.

A pioglitazona é uma droga que funciona como um sensibilizador de insulina no tecido hepático, através do receptor receptor-gamma ativado por proliferador de peroxissoma (em inglês, representado pela sigla PPAR-g). Os pesquisadores conjecturaram que esse processo também poderia afetar células presentes na resposta imune exagerada ao protozoário Leishmania.

Pacientes portadores da leishmaniose cutânea desenvolvem úlceras e danos ao tecido da pele por conta de uma resposta inflamatória exagerada do sistema imune. Segundo os pesquisadores, os níveis de produção de mediadores inflamatórios em células infectadas por Leishmania braziliensis são maiores, contribuindo assim para o processo de destruição tecidual.

Foram selecionadas para análise 12 proteínas relacionadas a resposta inflamatória causada pela doença. O estudo ocorreu por meio da análise de monócitos humanos, recolhidos de portadores da leishmaniose cutânea e de indivíduos saudáveis.  Foi observada a interação do medicamento com estes marcadores inflamatórios. Os resultados sugerem que a ativação do PPAR-g por meio da pioglitazona inibe o estímulo das citocinas, auxiliando a controlar a resposta inflamatória, assim como controla a secreção dos receptores de citocinas.

Também foi mostrado que a pioglitazona não tem efeito tóxico nas células de pacientes com a leishmaniose cutânea. Além disso, essa droga não interfere na capacidade dos macrofágos destruírem Leishmania, tornando-se uma potencial candidata para integrar o tratamento da doença. Segundo os pesquisadores, já há tentativas de desenvolver uma fórmula que permita o uso tópico da medicação. Através desse uso, espera-se que os efeitos causados pela droga, como o aumento da sensibilidade à insulina, não acarretem prejuízos para o organismo.

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Curso “Tumor Immunology” está com inscrições abertas

O curso internacional Tumor Immunology será realizado de 21 de novembro a 02 de dezembro de 2022. O objetivo é reunir docentes e especialistas com produção reconhecida na área de imunologia de tumores, bem como estudantes de pós-graduação em saúde, para debater o estado da arte do tema e a pesquisa em imunoterapias antitumorais e adjuvantes. As inscrições podem ser feitas no site do curso, até dia 28 de outubro de 2022. As palestras ocorrerão remotamente, através da plataforma Zoom. 

Na programação, estão previstas disciplinas que discorrem sobre vários aspectos da imunologia de tumores, incluindo o papel da inflamação e a regulação da resposta imune, os fatores do microambiente tumoral e tecnologias desenvolvidas a partir dos conhecimentos da fisiopatologia tumoral (com destaque para a autofagia, vesículas extracelulares, biomarcadores tumorais e CAR-T cells). 

Os participantes são estimulados a trocarem experiências em suas linhas de pesquisa e projetos de interesse no tema, com vistas a catalisar oportunas colaborações. As atividades envolvendo docentes estrangeiros contarão com interpretação simultânea inglês-português, para facilitar a comunicação com os estudantes, proporcionando uma experiência de interação independentemente de possíveis limitações na oralidade em língua inglesa.

O curso é organizado pelo Programa de Pós-graduação em Pesquisa Clínica e Translacional – Mestrado Profissional (PgPCT), em colaboração com as Pós-graduações em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PGBSMI), da Fiocruz Bahia, e em Patologia (PGPAT), da UFBA em Ampla Associação com a Fiocruz Bahia.

Acesse o site do curso para outras informações.

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Mostra de filmes marca encerramento da 2ª edição do projeto Sons e Imagens da Bahia

O projeto Sons e Imagens da Bahia, realizado pela Fiocruz Bahia em parceria com a Sociedade de Promoção da Casa de Oswaldo Cruz da Fiocruz (SPCOC), encerrou nesta sexta-feira (26) a edição de 2022. O evento contou com cerimônia e a II Mostra de Filmes Sons e Imagens da Bahia, na qual foram exibidos 17 filmes produzidos por 133 alunos de 12 escolas de Salvador e nove do interior baiano, lotando o auditório de mais de 150 lugares, do Colégio Estadual da Bahia – Central, na capital baiana. Os vídeos abordaram temas como bullying; catástrofes naturais da Bahia; a vida das marisqueiras do recôncavo baiano; o luto; e a internet no cotidiano.

Durante a abertura do evento, uma mesa institucional foi composta por representantes da Fiocruz Bahia; da SPCOC; empresas patrocinadoras; e do secretário de Educação do Estado da Bahia, Danilo Melo. O dia ainda foi contemplado com a apresentação cultural dos Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia – Orquestra Neojiba, vinculada à Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social do Governo do Estado da Bahia. Os estudantes que participaram do projeto Sons e Imagens passaram por uma série de oficinas de roteiro, produção audiovisual, direção de fotografia para dispositivos móveis, som e edição, totalizando 71 horas de aulas remotas, 11 horas de monitoria e 12 horas de gravação dos filmes, acompanhados de monitores. Foram oferecidas duas turmas, com 200 vagas no total.

A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, reforçou o papel da educação na vida dos estudantes. “A escola em que eu estudei o meu fundamental me deu a base para que eu pudesse chegar aonde cheguei. A educação é o que nos leva às alturas”, afirma a ex-aluna da Escola Estadual Severino Vieira. Para Marilda, é através da educação que os jovens irão alcançar seus sonhos, como ela pôde alcançar. “Estar aqui hoje é um momento emocionante. É um momento em que eu vejo o futuro do Brasil, onde vejo adolescentes que estão desenvolvendo trabalhos muito especiais”.

“Esse momento que a gente chama de encerramento é, na verdade, uma abertura para novos projetos”, iniciou Antonio Brotas, coordenador do projeto e da Gestão da Comunicação e Divulgação Científica da Fiocruz Bahia. Além da participação dos alunos, Brotas também reforçou a importância da contribuição dos professores, gestores e outros colaboradores. “Essa foi uma iniciativa muito inovadora. A combinação do ‘aprender fazendo’ foi muito poderosa, mas exige um empenho grande de todos os envolvidos”, continuou o coordenador, que agradeceu a participação de todos.

Cristina Araripe, coordenadora de Divulgação Científica da Fiocruz, acompanhou a Mostra via videoconferência. “Eu só posso dizer que é uma alegria tremenda falar com vocês, usando essa tecnologia, para dizer o seguinte: alunos e professores da Bahia contem sempre com a Fiocruz”.

Também participaram do evento as representantes das empresas patrocinadoras Mônica Jaén, diretora de sustentabilidade da Wilson Sons; Adriana Medeiros, analista de Comunicação da Wilson Sons; Aline Rocha, especialista em Comunicação e Engajamento Comunitário da Bayern. Gabriela Rocha, representante da Giro – Planejamento Cultural, produtora responsável pelas oficinas, também esteve na mesa de abertura.

Participação dos docentes

Os professores e gestores foram homenageados com um certificado entregue pela Fiocruz. A professora Shirley Costa, da Secretaria de Educação do Estado da Bahia, saudou com alegria a iniciativa. “Eu quero aproveitar para dizer a vocês, estudantes de Salvador e dos outros municípios que estão aqui, que não desistam jamais de participar de iniciativas como essa”, incentivou.

Fernanda Pereira Brito, professora de química e iniciação científica do Colégio Central, afirmou que já vê a iniciativa dando frutos. “Temos alunos participando do clube de ciências que já estão aplicando e participando de concurso de vídeos com o que aprenderam na edição do ano passado. Eu costumo dizer que a aprendizagem que vocês estão tendo vão usar em outros momentos”.

Professor de história e segurança do trabalho do Centro Territorial de Educação Profissional Piemonte do Paraguaçu, de Itaberaba, Cleiton contou que os estudantes já participavam de um projeto da Feira de Ciências da Bahia (Feciba) quando foi proposto a integração com o Sons e Imagens. O produto final foi um documentário sobre o lixão de Itaberaba. “Quero parabenizar a Fiocruz, a Secretaria de Educação, por fomentar isso, porque esses jovens são protagonistas e são o futuro. Espero estar em outros projetos também”.  

Divulgação científica na escola

O Sons e Imagens realizou também algumas atividades de divulgação científica. A primeira delas foi o encontro presencial no Colégio Estadual Maria Isabel de Melo Góes, em Catu (Ba), ocorrido no dia 28 de julho. Além das oficinas com ferramentas de comunicação, foram ofertadas palestras, oficinas de grafite, um bate-papo sobre audiovisual e game, atividades científicas como a exposição de lâminas de microscópio e a apresentação da coleção entomológica da Fiocruz Bahia. O evento foi aberto para estudantes de outras escolas e estima-se que mais de 300 alunos estiveram presentes. 

Visita à Fiocruz Bahia

Além de visitar as escolas, a Fiocruz Bahia também convidou os estudantes para conhecer o Instituto Gonçalo Moniz, sede da fundação no estado. Realizada no dia 18 de agosto, a atividade contou com a presença de 85 estudantes dos colégios estaduais Raul Sá, Cosme de Farias, Central da Bahia e do Instituto Central de Educação Isaías Alves (ICEIA), de Salvador. Além da apresentação de pôsteres, experimentos científicos, palestras e oficinas, os estudantes também puderam visitar os laboratórios da Fiocruz Bahia e entender mais sobre as pesquisas realizadas na instituição.

Confira as imagens (fotos de Patricia Almeida):

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Ajuste de dose do tacrolimus em transplantados renais é tema de tese

Autoria: Nadielle Silva Bidu
Orientação: Ricardo David Couto
Título da tese: “CINÉTICA COMPARTIMENTAL DO TACROLIMUS EM PACIENTES TRANSPLANTADOS RENAIS: AJUSTE DE DOSE, POSOLOGIA E CÁLCULOS FARMACOCINÉTICOS”
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 21/09/2022
Horário: 09h30
Local: Sala virtual do Zoom
ID da reunião: 857 1170 7579
Senha de acesso: 272762

Resumo

INTRODUÇÃO: O tacrolimus é o imunossupressor mais utilizado na atualidade para evitar rejeição ao enxerto renal. Devido a estreita margem terapêutica e à alta variabilidade desse fármaco, a monitorização farmacoterapêutica é primordial para manutenção da concentração sérica nos níveis adequados. Os parâmetros farmacocinéticos do tacrolimus têm se mostrado serem fundamentais e de grande utilidade no monitoramento da concentração sérica OBJETIVO: Realizar o ajuste de dose do tacrolimus em pacientes transplantados a partir da cinética compartimental, com o intuito de reduzir os eventos de rejeição aguda do enxerto renal. MATERIAL E MÉTODOS: Foram incluídos no estudo 53 pacientes transplantados renais em uso de tacrolimus. Amostras de sangue total foram coletadas no stead state após a primeira dose do tacrolimus e após três meses de realização do transplante. As concentrações séricas do tacrolimus foram obtidas utilizando-se o imunoensaio quimioluminescente de micropartículas
no sistema ARCHITECT-i e as concentrações de IL-2 foram obtidas por ELISA do tipo sanduíche. O ajuste de dose farmacocinético foi realizado utilizando a fórmula: concentração alvo dividido pela concentração obtida, multiplicado pela dose administrada. A análise farmacocinética foi realizada utilizando-se modelo não linear no software Monolix. A concentração sérica de vale do tacrolimus considerada terapêutica foi a faixa de 8 a 12 ng.mL1 . RESULTADOS: Foram analisadas 650 concentrações sérica de vale do tacrolimus. Destas, identificamos que 56,60% estavam na faixa terapêutica, 20,75% estavam subterapêuticos e 22,64% estava supraterapêuticos. O clearance total do tacrolimus estava de acordo com os padrões de referência, mas o volume de distribuição estava elevado. O ajuste de dose empírico equiparou-se ao ajuste de dose farmacocinético em 57,14% dos casos. CONCLUSÕES: A monitorização farmacocinética e farmacodinâmica do tacrolimus mostrou-se útil pois favoreceu identificar prováveis casos de rejeição ao enxerto renal. Além disso, a realização dessa monitorização pelo farmacêutico clínico favorece o suporte relacionado à identificação de eventos adversos e problemas relacionados aos medicamentos necessários ao acompanhamento completo do paciente transplantado renal.

Palavras-Chave: Tacrolimus, monitorização farmacoterapêutica, ajuste farmacocinético.

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Fiocruz Bahia leva ciência a festival de cultura japonesa 

A Fiocruz Bahia participou do XIV Festival da Cultura Japonesa de Salvador – Bon Odori, unindo ciência e saúde a manifestações culturais. Nos dias 27 e 28, foram realizadas uma série de atividades com pôsteres e experimentos que apresentaram um pouco do universo da ciência e tecnologia. O evento ocorreu no Parque de Exposições, em Salvador. 

O estande da Fiocruz Bahia ofereceu a um público diversificado de adolescentes, adultos e crianças, práticas lúdicas e apresentações sobre insetos e vetores, atividades de dinâmica sobre sobre flebotomíneos (insetos transmissores da leishmaniose) e o uso cotidiano da engenharia genética, observação de lâminas de células falciformes no microscópio e demonstração de lâmina de kato-katz para diagnóstico de helmintos, como schistosoma. Também teve a exposição da coleção entomológica da instituição, com exemplares de barbeiros, aranhas, entre outros, e foram realizados experimentos envolvendo o Ph de substituição e jogo sobre hepatites virais. 

A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, considera importante a participação da instituição em eventos como o Bon Odori. “Ações como esta estão em perfeita consonância com a missão da Fiocruz e promovem a divulgação científica, tornando públicas as atividades realizadas no âmbito institucional, mostrando a importância de se fazer ciência e de despertar a vocação científica em crianças e adolescentes, uma grande parte do público participante”, declarou.  

O estande também deixou à disposição jalecos, óculos de proteção e balões volumétricos coloridos para as crianças tirarem fotos como cientistas. Luanda da Costa Silva, 12, já tinha o seu próprio jaleco, mas foi a primeira vez que experimentou olhar por um microscópio. “Eu gostei de olhar pelo microscópio, acho bem legal a gente poder ver várias formas de vida bem pequeninhas”, comentou. 

Já Maria Clara Sacramento, 18, estudante do 3° ano do Ensino Médio, se interessou mais pela coleção de insetos. A cosplayer reviveu a personagem Bomb Devil (Demônio Bomba) do mangá Chainsaw Man, com a vestimenta que levou mais de quatro meses para ser produzida. “Com os experimentos, percebi que tenho que prestar mais atenção nas aulas de biologia”, brincou.   

A administradora Priscila Assis, 35, também foi atraída pela coleção entomológica da Fiocruz Bahia. Ela disse que a surpresa maior foi notar a atenção da filha Luna e da sobrinha Isis, de 8 e 7 anos respectivamente. “Essas meninas não se prendem a nada e, por incrível que pareça, elas adoraram a experiência. Acho importante para a criança esse primeiro contato com a ciência”, afirmou. 

Acompanhado dos filhos Lucas, 11, e Davi, 13, Júnior Vieira aproveitou o experimento de Ph para ensinar aos seus filhos o perigo de algumas substâncias. “Eles escutam dos pais: ‘refrigerante faz mal’. Mas aí, quando eles veem esse experimento na prática, passam a saber o que vai acontecer com cada substância”. O pai elogiou bastante a experiência “Foi importante eles verem na prática e participarem da experiência, ter essa oportunidade de estar ali manuseando os instrumentos”, relatou.  

Astrid Goicochea, aluna de iniciação científica do Laboratório de Inflamação e Biomarcadores da Fiocruz Bahia, foi uma das responsáveis por explicar o pôster sobre o ciclo de leishmaniose e mostrar lâminas de macrófagos infectados com Leishmania. “Ver a curiosidade e o brilho nos olhos das pessoas ao entrarem em contato com um microscópio óptico e olharem as células pela primeira vez foi muito gratificante”, comenta. “Esse tipo de eventos onde a Fiocruz esteja representada é essencial para mostrar para a sociedade quem somos nós, o que fazemos e, o principal, que a ciência é bonita em todos os sentidos”.

Sobre o Bon Odori 

Em 2022, o Bon Odori realizou sua 14ª edição. Após dois anos de pausa devido à pandemia, o evento retornou com o tema “Ganbarimashou – Vamos em Frente, Juntos”. Entre os dias 25 a 27 de agosto, o Bon Odori promoveu uma série de apresentações de artes marciais, performances, música e dança, além de oficinas, workshops e exposições. O Festival surgiu com o objetivo de aproximar a população e celebrar a cultura japonesa.  

Confira as fotos:

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Semana da Qualidade, Biossegurança e Ambiente reforça importância da área

A Semana da Qualidade, Biossegurança e Ambiente, 8ª da Fiocruz Bahia e 16ª da Fiocruz Minas, foi realizada entre os dias 22 e 26 de agosto, com palestras online. Aberta ao público, a semana teve o objetivo de expor as ações e proporcionar a troca de experiências na área entre as duas unidades. As apresentações abordaram temas como avaliação de riscos, biobancos e biorepositórios, práticas de sustentabilidade, política de integridade na pesquisa e de ciência aberta, gestão de resíduos sólidos de saúde, segurança nas instalações e infraestrutura, o que fazer em caso de emergências e procedimentos em caso de acidentes de trabalho.

Na abertura, estiveram presentes o diretor da Fiocruz Minas Gerais, Roberto Sena, a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, a vice-diretora de Gestão da Fiocruz Minas, Ivanete Presot, e o vice-diretor de Gestão da Fiocruz Bahia, Valdeyer Reis. “É um momento extremamente importante para as duas unidades. Estarmos aqui, em torno de um tema tão importante, principalmente para nós que trabalhamos em laboratórios”, comentou Marilda Gonçalves.

A diretora recordou de sua própria trajetória na área, como primeira coordenadora da Comissão Interna de Biossegurança, e de sua participação na instalação do Setor de Qualidade e Biossegurança. Para ela, este foi um momento para ressaltar a importância da Qualidade. “Esses encontros podem se tornar uma prática entre nossas unidades: discutir e sociabilizar as nossas vitórias e ver como uma unidade pode ajudar a outra”, declarou.

Roberto Sena concordou. “Nós somos a mesma Fiocruz, com os mesmos objetivos e as mesmas linhas de trabalho”. A história do IRR com a Qualidade e a Biossegurança inicia em 2003, com a núcleo dedicado à área, e em 2007 o Instituto realizou sua 1ª Semana da Qualidade. “Isso fez com que a Qualidade se tornasse muito importante aqui no centro. Nesses anos todos a gente vem realizando simpósios, informando as pessoas em Qualidade”, relatou.

Ivanete Presot recordou sua história com o desenvolvimento do setor. “Em 2019, eu tive a oportunidade de ingressar no doutorado, e nós pudemos criar um questionário que seria aplicado em laboratórios de pesquisa”, comentou. Desde então, Presot ministrou palestras em algumas unidades da Fiocruz, inclusive o IGM.

Valdeyer Reis mostrou-se animado com a iniciativa. “Que a gente possa transformar todo esse conhecimento em ações práticas para a instituição”. Para o vice-diretor de Gestão a importância do evento também está no conteúdo proposto. “Fico feliz quando vejo um painel como esse, em que são trazidas tantas coisas importantes, como essa a convergência entre biossegurança, qualidade, ambiente e saúde do trabalhador. Eu acho que não pode ser diferente”, completou.

A chefe do Serviço de Qualidade e Biossegurança da Fiocruz Bahia, que está à frente do evento na unidade, considera que o encontro proporcionou aprendizado entre as duas instituições. “Um dos principais objetivos foi conscientizar os colaboradores da Fiocruz Minas e Fiocruz Bahia, e demais participantes externos, sobre a importância do Sistema de Gestão da Qualidade para a confiabilidade nos resultados, reconhecimento da comunidade e dos pares, melhor organização do trabalho e comunicação dos dados obtidos”, ressaltou. Hilda acrescenta que eventos desta natureza são importantes para estimular a participação dos colaboradores na Implantação do Sistema de Gestão da Qualidade e do Programa de Biossegurança nas instituições.

“Destaco a importância do trabalho em equipe, da construção coletiva, da cooperação de todos para alcançarmos os resultados desejados, além de oferecer aos participantes um referencial teórico e prático que os permita contribuir para a melhoria contínua de seus processos de trabalho”. Em seguida, Hilda Fraga prosseguiu com uma exposição acerca do sistema de qualidade implementado no instituto. Participaram do encontro como palestrantes os servidores da Fiocruz Bahia, Waldney Souza, Lorena Souza, Carlos Letácio Lessa e Maria Julia Souza.

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Reunião com Distrito Sanitário Indígena da Bahia reafirma parceria com o IGM

Uma reunião entre representantes do Distrito Sanitário Indígena da Bahia (DSEI-BA), a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, Soraia Cordeiro, professora da Universidade Federal da Bahia, e a pesquisadora da Fiocruz Bahia, Isadora Siqueira, foi realizada com o objetivo de aproximar a instituição e reafirmar parceria para projetos de pesquisa com a população indígena. Participaram do encontro, que ocorreu em 17 de agosto, o coordenador distrital Adilton Assunção, Távila Guimarães, coordenadora do Departamento de Atenção à Saúde Indígena (DIASI), e as representantes do DIASI, Iane Freitas e Thauara Luz.

Isadora Siqueira ressaltou a importância das parcerias realizadas entre a Fiocruz Bahia com alguns povos indígenas para desenvolvimento de projetos de pesquisa. Segundo a pesquisadora, o encontro trouxe novos horizontes de trabalho. “Hoje, eles conheceram a instituição, mostramos os laboratórios, assim como as demais dependências, e conversamos sobre novos projetos”.

Adilton Assunção espera que a parceria auxilie na promoção de tratamento e redução da incidência de ISTs, como a sífilis. “A parceria com a Fiocruz é uma grande oportunidade para o DSEI, visto que auxilia na qualificação do cuidado, principalmente às mulheres e crianças. O diálogo foi rico e promissor. Conhecemos as dependências e a missão da fundação e ficou mais evidente a contribuição da Fiocruz para a saúde pública”, afirmou o coordenador.

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Depoimentos de alunos do curso de teatro

“Me inscrevi na disciplina pois sempre me senti muito ansioso antes de qualquer apresentação. Ficava com aquele medo do branco, medo de falar algo errado e do julgamento dos outros. Na disciplina, tive acesso a várias técnicas de como apresentar bem, de como memorizar melhor os conceitos para apresentação e de como me portar. Isso me deu bastante confiança para falar em público. Hoje sinto que estou muito mais preparado para apresentações em geral e concursos. Agradeço demais ao professor Rodrigo pelos ensinamentos e a coordenação de ensino e a Fiocruz Bahia por ter proporcionado esse curso sensacional aos alunos!”

Matheus de Jesus, doutorando do PGBSMI

“O curso Técnicas de Teatro fornecido pelo IGM, desenvolvido pelo professor Rodrigo Soares foi fundamental para a formação acadêmica de todos presentes. Sou muito grata a ele e a todos envolvidos. Trouxe a ludicidade necessária para enfrentar o futuro. Realizou exercícios de voz e experimentos como o uso da maçã ou chocolate pode interferir na garganta e consequentemente na fala. Proporcionou uma dinâmica de gravação da voz e corpo de cada um para depois analisar e dar dicas de como melhorar a forma de se apresentar. Essa avaliação individualizada foi muito importante! Em contra partida gerou unicidade ao grupo, quando em conjunto tivemos que memorizar o nome de todas as pessoas do grupo, criar uma história e gravar um texto completo. Damos as mãos para fazer fluxos de aperto de mão. Ademais, ensinou para além de bancas, concursos, mercado de trabalho como ter uma melhor postura diante da vida. Usar o momento da apresentação como terapia mental para esquecer dos outros problemas que cada um tem. Agregou em conhecimentos e maneiras de como se apresentar para o tipo de público específico. E outros ensinamentos como o de se adequar ao tempo de apresentação, formas de se vestir, ocupar espaço pela sala. O ponto chave é criar relação com à plateia. Como montar uma história e defender um problema ao qual se quer resolver ou falar sobre? Sobre os temas de seminários apresentados na área da saúde: leishmaniose, disfunção erétil, câncer de boca, diabetes, câncer de estômago são problemas do nosso dia a dia como podemos vencê-los? Como ter uma confiança diante dos desafios. A perseverar e não desistir. Por isso tenho gratidão ao curso que foi uma pausa necessária e artística para se reconectar aos projetos científicos.”

Rafaela Machado Tugores, aluna de Iniciação científica.

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Fiocruz Bahia e SPCOC realizam II Mostra de Filmes Sons e Imagens da Bahia

Acontecerá, no dia 26 de agosto (sexta-feira), a partir das 14h30, a II Mostra de Filmes Sons e Imagens da Bahia, projeto da Fiocruz Bahia em parceria com a Sociedade de Promoção da Casa de Oswaldo Cruz (SPCOC). O encontro será realizado no Colégio Estadual da Bahia – Central, reunindo os alunos que participaram do projeto em uma sessão de exibição dos filmes produzidos durante as oficinas.

A abertura do evento contará com uma mesa institucional com representantes da Fiocruz Bahia; SPCOC; Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC) e empresas patrocinadoras, além de apresentação cultural da Orquestra Neojiba. Toda a cerimônia será transmitida no YouTube da Fiocruz Bahia.

O Sons e Imagens da Bahia ofereceu oficinais de audiovisual para alunos do ensino médio da rede pública de todo o estado da Bahia. Ao todo, foram 21 escolas e 133 alunos contemplados no projeto em 2022, produzindo 15 filmes. Os alunos elaboraram os roteiros e foram orientados por monitores nas gravações, utilizando os próprios celulares para a captura das imagens.

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Fiocruz Bahia recebe estudantes do projeto Sons e Imagens

Nesta quinta-feira (18/8), 85 estudantes dos colégios estaduais Raul Sá, Cosme de Farias, Central da Bahia e do Instituto Central de Educação Isaías Alves (ICEIA), de Salvador, realizaram uma visita à Fiocruz Bahia. A atividade estava prevista na programação do projeto “Sons e Imagens da Bahia”, fruto de parceria entre a instituição e a Sociedade de Promoção da Casa Oswaldo Cruz, que oferta oficinas teóricas e práticas sobre audiovisual para estudantes baianos. Para a visita, foram ministradas palestras, oficinas de audiovisual e de grafite, e experimentos científicos, apresentados por discentes da pós-graduação. Os estudantes também puderam fazer visitas aos espaços de pesquisa da Fiocruz Bahia.  

O projeto “Sons e Imagens da Bahia” está em sua segunda etapa, com realização de uma série de oficinas sobre roteiro, produção, edição e outros aspectos do audiovisual. Antonio Brotas, coordenador da Gestão da Comunicação e Divulgação Científica do instituto, comentou acerca dos benefícios que o projeto pode oferecer aos participantes. “Os alunos vivenciaram diversas oficinas, com a possibilidade de aprender bastante conteúdo. No final, ainda fizeram um filme que será exibido em uma mostra”. “Vocês são os futuros cineastas”, disse aos estudantes. Brotas também agradeceu o empenho dos professores que tornaram o projeto possível. 

Duas palestras foram ministradas por alunas de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Patologia Humana e Experimental (PGPAT). A discente Elaine Carvalho explicou como as vacinas agem no corpo humano. Já a nutricionista Camila Almeida, do grupo Cientistas Veganas, explicou a relação entre sustentabilidade ambiental e alimentação para os alunos. Ao final, foram sorteadas células de defesa de pelúcia, ofertadas pela Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI), para as atividades de divulgação científica.

Para a professora de química e orientadora de iniciação científica do Colégio Central, Fernanda Brito, o envolvimento dos alunos é um dos maiores benefícios do projeto. “Os alunos puderam conhecer um espaço como esse, interativo, e ter esse contato com o mundo da ciência que eles não veem muito, só na televisão, é muito bacana”, avalia a professora. Ela também conta que os alunos que passam pelo Sons e Imagens da Bahia ganharam mais confiança para divulgar os projetos desenvolvidos no clube de ciências da escola.  

Evelyn da Silva, de 16 anos, estudante do Colégio Central, foi uma das participantes do Sons e Imagens em 2021. Durante o período mais duro da pandemia, as atividades foram desenvolvidas online, mas, ainda assim, a aluna relata que gostou da experiência. “Venho editando alguns vídeos, aprendi a usar melhor as imagens, a tirar fotos mais bonitas e aproveitar a iluminação”. Segundo Evelyn, estar presente no instituto foi proveitoso. “É a primeira vez que venho. Estou aproveitando bastante”.  

O estudante do Colégio Estadual Cosme de Farias Daniel Souza, de 15 anos, ficou empolgado com a possibilidade de usar um microscópio. “Estou achando muito interessante e educativo. Pude conhecer várias coisas que a gente não vê no nosso ambiente comum.  Esse projeto foi de grande importância na minha escola e para mim também”, expõe Daniel. 

Sarah de Oliveira, de 14 anos, aluna do Colégio Estadual Raul Sá, disse que o projeto aproximou sua turma. “Peguei uma monitora maravilhosa, pessoas que nos ensinaram do início ao fim. Nós conversamos bastante para desenvolver o filme. Ficamos mais aliviados quando começamos a conversar com nossos colegas, o que não acontecia tanto”, conta. A aluna, que também é monitora do clube de ciências de sua escola, revelou ter gostado mais das visitas aos laboratórios.  

Mostra de filmes 

A atividade de extensão foi a segunda realizada pelo projeto. No dia 28 de julho, houve um encontro presencial no Colégio Estadual Maria Isabel de Melo Góes, em Catu (Ba). Foram oferecidas palestras, oficinas de podcast, fotografia, edição de vídeo, grafite, uma conversa sobre audiovisual e game, além de exposições de lâminas de microscópio e a coleção de insetos da Fiocruz Bahia. Com a participação de estudantes de outras escolas da cidade, estima-se que mais de 300 alunos estiveram presentes.  

O Sons e Imagens da Bahia conta com a parceria de 21 escolas do estado nesta edição, sendo nove escolas do interior. São mais de 130 alunos participando do projeto, cujo resultado final, a mostra de filmes realizados durante os cursos, será exibida no dia 26 de agosto, no Colégio Estadual da Bahia – Central. 

O projeto conta com o patrocínio das empresas Wilson, Sons, Bayer e Drogasil através da Lei Federal de Incentivo à Cultura.  A gestão cultural é da SPCOC, em parceria com a Fiocruz Bahia, apoio da Secretaria de Educação e Governo do Estado da Bahia, assim como produção da Giro Planejamento Cultural. Uma realização da Secretaria Especial de Cultura e Ministério do Turismo.

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Curso ensina técnicas de teatro aplicadas à apresentação acadêmica

Falar em público é um desafio para muitas pessoas. Falar durante um congresso ou para uma banca de avaliação pode ser mais difícil ainda. Visando desenvolver as habilidades de comunicação de docentes e discentes da Fiocruz Bahia, foi ofertado o curso “Técnicas de teatro aplicadas à apresentação de seminários”. Ministrado pelo professor Rodrigo Soares, pesquisador da Fiocruz Minas Gerais, o evento ocorreu entre os dias 15 e 17 de agosto. O curso foi uma iniciativa da Vice-Diretoria de Ensino e Informação para a capacitação de docentes e discentes do IGM e contou com a participação de representantes da Equipe de Ensino, como as professoras Valéria de Matos Borges e Patrícia Veras, e a coordenadora de ensino Clara Mutti.     

Com o desafio de ensinar a um público mais diverso e com dificuldades distintas, o professor Rodrigo empregou exercícios de memorização e voz, assim como estimulou a autopercepção dos participantes. A dificuldade, afirma, é mudar o método enrijecido de apresentar. “Eu procuro, através da criação de relações das apresentações com a vida dos espectadores, tornar qualquer assunto interessante”, comenta. 

Esta foi a primeira experiência do professor Rodrigo com o curso em outra unidade da Fiocruz. “Nosso trabalho fluiu durante o processo. A participação de todos enquanto equipe foi a grande riqueza de nossa vivência na Fiocruz Bahia. Os alunos foram muito participativos e estavam preocupados com seus desempenhos e sempre buscando melhorar e se aprimorar”, afirma, classificando a experiência como “fascinante”. 

No último dia do curso, os alunos realizaram uma série de apresentações. Entre nervosismos e acertos, no final, todos puderam notar o próprio progresso. “Fizemos uma dinâmica no primeiro dia em que gravamos vídeos de um minuto falando de forma improvisada. Ao ver meu vídeo, minutos antes da minha apresentação, pude perceber os erros que estava cometendo”, relata o doutorando do Programa de Pós-graduação em Patologia Humana e Experimental (PGPAT) Leonardo de Oliveira Siquara. A apresentação final do discente foi bastante elogiada. “Foi uma oportunidade singular ter feito o curso”.

Para Adne Vitória, estudante de Iniciação Científica do Laboratório de Engenharia Tecidual e Imunofarmacologia (LETI), o principal proveito retirado foi o estímulo à sua criatividade – o que o professor Rodrigo relaciona com o lado direito do cérebro. “Aprender e saber como passar isso é o que dá sentido para seguir com o vigor na área da pesquisa. Tenho certeza de que todos que realizaram este curso não serão os mesmos, assim como eu, que pude analisar com maior precisão onde estão as minhas maiores dificuldades e assim, lidar com elas do lado direito do meu cérebro”, assegura.

O pesquisador e professor do no Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI), Fred Luciano Neves declarou que estava aplicando as técnicas aprendidas em seu grupo de pesquisa. “Recomendo que as pessoas façam o curso em suas próximas versões. Se puder, farei novamente”, declarou. 

Clique aqui e confira outros depoimentos.

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Tese aborda influência do pré-diabetes e diabetes no agravamento da Covid-19

Autoria: Ícaro Bonyek Santos da Silva
Orientação: Natália Machado Tavares
Título da dissertação: “A influência do pré-diabetes e diabetes no agravamento da Covid-19: uma abordagem imunológica”
Programa: Pós-Graduação em Patologia
Data de defesa: 29/08/2022
Horário: 13h00
Local: Sala virtual do Zoom
ID da reunião: 899 6432 6290
Senha de acesso: defesa

Resumo

INTRODUÇÃO: Com milhões de casos e mortes confirmadas em todo o mundo, a pandemia da doença do coronavírus 2019 (COVID-19), causada pela infecção do novo coronavírus, denominada síndrome respiratória aguda grave coronavírus 2 (SARS-CoV-2), se tornou uma preocupação mundial. Sabe-se que níveis elevados de glicose na corrente sanguínea são um dos principais fatores de risco para o agravamento da doença. No entanto, ainda não estão elucidados os reais mecanismos envolvidos no agravamento da COVID-19 em indivíduos com pré-diabetes e diabetes. OBJETIVO: O objetivo do presente estudo foi avaliar o papel do diabetes e do pré-diabetes no agravamento da COVID-19. MATERIAL E MÉTODOS: Inicialmente, foram identificados possíveis genes relacionados a gravidade da COVID-19 em
indivíduos com diabetes a partir de dados públicos de expressão gênica em células mononucleares do sangue periférico (PBMCs). Em seguida, foram validados alvos de importância para a infecção do SARS-CoV-2 em PBMCs de pacientes com e sem diabetes. Dosagem de mediadores inflamatórios sistêmicos e análises de correlação foram utilizados para identificar fatores associados à gravidade da COVID-19 em pacientes com a glicemia alterada. RESULTADOS: As análises de dados globais públicos revelaram a via do metabolismo do leucotrieno como uma via potencialmente associada a condições respiratórias em pacientes com diabetes. Em seguida, identificamos, na fase aguda da COVID-19, um aumento na expressão dos genes ALOX5 e ACE2/TMPRSS2 em PBMCs de indivíduos com diabetes. Nesses pacientes, também foi encontrado um aumento dos níveis séricos de LTB4 e IL-6 em comparação a pacientes sem diabetes. O aumento de IL-6 observado em indivíduos com diabetes estava associado com maior internação em unidade de terapia intensiva. Em conjunto, os dados mostram que o diabetes, com a participação da via do LTB4, pode levar a COVID-19 grave, induzindo lesão pulmonar mais intensa e maior tempo de doença. Curiosamente, pacientes com pré-diabetes, sob a participação da produção de IL-6, também evoluem para a COVID-19 grave em maior frequência, considerando a redução nas taxas de troca gasosa e maior tempo de hospitalização. Contudo, o pré-diabetes não induziu sequelas da COVID-19 distintas daquelas de indivíduos sem diabetes. Além disso, nós mostramos também, que exames
laboratoriais de rotina podem ser utilizados para identificar altos/baixos produtores de IL-6, cujos níveis estão relacionados com a gravidade da COVID-19. CONCLUSÃO: O aumento da produção de LTB4 e IL-6 observado em indivíduos com diabetes e pré-diabetes, respectivamente, pode piorar o desfecho da COVID-19.
Palavras-chave: COVID-19, Diabetes, Inflamação, IL-6, LTB4, Pré-diabetes.

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Pesquisadores desenvolvem método computacional para auxílio no diagnóstico de doenças renais

Buscando facilitar o diagnóstico de doenças renais através de sistemas computacionais, um estudo realizado com participação de pesquisadores da Fiocruz Bahia, Universidade Federal da Bahia e Universidade Estadual de Feira de Santana, explorou um novo método de diagnóstico digital. Chamado de DS-FNet, o sistema combina a arquitetura de uma Rede Neural Convolucional (desenvolvida para interpretação de imagens escaneadas) com mecanismos de atenção em contornos nas imagens, a fim de determinar de maneira mais eficaz o contorno das estruturas do rim. O estudo foi publicado na revista Computerized Medical Imaging and Graphics.

A estrutura escolhida para a leitura do programa foi o glomérulo – parte dos rins responsável pela filtragem do sangue e geração da urina. Por conta de seu papel e importância na saúde dos pacientes, o glomérulo é uma das primeiras estruturas a serem acessadas pelos médicos para o diagnóstico. O programa mostrou-se capaz de segmentar o glomérulo mesmo em diferentes técnicas de coloração.

Sistemas desenvolvidos anteriormente baseavam o aprendizado da máquina utilizando apenas uma determinada técnica de coloração da amostra, o que limitava os resultados e possibilidades de uso dos programas. Entendendo que as diversas técnicas de coloração são necessárias para destacar diferentes tecidos do glomérulo, os pesquisadores perceberam que uma mesma imagem da célula mantinha aproximadamente os mesmos limites e fronteiras, mesmo que em pigmentações distintas. A partir disso, buscou-se construir um novo algoritmo de aprendizado para o sistema, que mesmo sendo treinado com apenas uma coloração, conseguiu generalizar para outras colorações usadas no diagnóstico de doenças renais. 

Os experimentos foram conduzidos entre diferentes bancos de imagens escaneadas de glomérulos humanos, que juntos continham 660 imagens de lâminas de biópsia, contendo 5.309 glomérulos. Os resultados mostraram que o programa DS-FNet atingiu o índice Dice (nível de similaridade entre amostras analisadas e os gabaritos) de 95,05% no banco HuBMAP, e um índice de acerto ainda maior com os bancos NEPTUNE e WSI_Fiocruz (95,15%), independente da técnica de coloração usada nas imagens. Em comparação com outros sistemas que usam o modelo deep learning, o DS-FNet pôde reduzir a quantidade de falsos positivos e falsos negativos, encontrando glomérulos mesmo em partes completamente ignoradas pelos outros programas. 

O trabalho resultou também no desenvolvimento do banco de dados WSI_Fiocruz, que possui 146 imagens de glomérulos anotadas em lâminas de biópsias escaneadas. Os cientistas planejam expandir este banco de dados para armazenar 1000 imagens de lâminas de biópsia, tornando-o também disponível para outros pesquisadores da área.  

Apesar de ser parte da rotina de um patologista, o trabalho de identificação de estruturas requer tempo e o uso de diferentes colorações especiais. Se espera que o desenvolvimento da área de patologia computacional, com o apoio de sistemas de leitura e segmentação, encurte o período necessário entre diagnóstico e o prognóstico.

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