Palestras com foco em história da ciência são destaques do primeiro dia da 19ª SNCT

O primeiro dia de atividades da Fiocruz Bahia na 19ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) ocorreu em 18 de outubro e contou com a presença de alunos do Ensino Médio, do Colégio Bom Pastor e do Centro Estadual de Educação Profissional em Saúde Professor Anísio Teixeira. Aos estudantes foram ofertadas demonstrações de experimentos, exposições, visitação ao Serviço de Histotecnologia e uma série de palestras com Simone Kropf (pesquisadora da COC/ Fiocruz), Bernardo Galvão (pesquisador emérito da Fiocruz Bahia), Marilda Gonçalves (diretora da Fiocruz Bahia) e Luis Fernando Adan (diretor da FAMED/UFBA), mediadas pela vice-diretora de Ensino da Fiocruz Bahia, Claudia Brodskyn. 

Marilda Gonçalves abordou a história do Instituto Gonçalo Moniz, mais conhecido como Fiocruz Bahia. Na abertura do evento, a pesquisadora ressaltou o prazer que sente em receber jovens. “Desejo que vocês entendam a necessidade que há em fazer ciência e em educar. Esses são os pilares de uma nação e é o que nós fazemos no nosso instituto”. Ela afirmou desejar que a “viagem histórica” feita através das palestras ajudassem a demonstrar a importância do trabalho da instituição. “Nossa Fiocruz tem tido um desempenho muito importante, principalmente nos tempos atuais, quando estamos passando pela pandemia da Covid-19, em que se minimiza a necessidade de se vacinar”. 

O médico patologista e pesquisador emérito da Fiocruz que liderou a primeira equipe a isolar o HIV no Brasil, Bernardo Galvão, apresentou aos alunos a história da Fiocruz Bahia através dos estudos sobre a AIDS e da busca por um tratamento adequado para os pacientes. “Embora permaneça como uma ameaça, a AIDS está esquecida. Acredita-se que tem cura, mas na verdade o que se tem é tratamento”, alerta. Ele expôs o papel do fomento à pesquisa para o fortalecimento do estudo das endemias e pandemias.  

Galvão deu dicas aos estudantes para ter sucesso na carreira acadêmica. “Há critérios que são subjetivos, então você precisa ter confiança e empatia com quem vai colaborar. Tem também os critérios objetivos, como ter projetos muito bem definidos, com relevância para o país, transparência no estudo e desenvolvimento rápido”, partilha. 

Simone Kropf compartilhou os conhecimentos adquiridos em sua pesquisa sobre a memória institucional da Fiocruz, realizada desde 2020. Para a pesquisadora, a história do desenvolvimento científico é a história das respostas dadas no âmbito institucional às crises de saúde. “Existe essa tradição que vem desde os primeiros anos da Fiocruz, de se preocupar em atender os problemas de saúde pública da população”, afirma.  

A pesquisadora apresentou uma segunda palestra sobre a História das Ciências no Brasil, no período da tarde. Nesse momento, Kropf explicou mais sobre a mudança da visão que se tinha sobre as ciências antes do século XX, passando-se da ideia de que a pesquisa só serviria para sanar problemas urgentes ao fomento à inovação e às ciências puras.  “A criação de Manguinhos [sede da Fiocruz no Rio de Janeiro] surge como uma resposta à epidemia de peste bubônica. Mas Oswaldo Cruz, desde o início, se preocupou em criar uma instituição que tivesse continuidade no tempo, tanto na área de pesquisa, quanto na de ensino”, conta. 

A tarde foi encerrada com uma palestra sobre os 214 anos da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, apresentada pelo médico Luis Fernando Adan, diretor da instituição. O professor falou sobre o memorial da faculdade, que conta atualmente com 250 metros de arquivo e obras raras e que mantém a história da instituição preservada. O médico reconhece a grandeza dessa história, mas afirma que também houve erros, como a exclusão de mulheres e negros em parte de sua trajetória. “Se me perguntarem qual a energia da Faculdade, eu digo que é uma energia de construção, senão ela não teria sobrevivido. Não podemos reescrever a história, mas podemos escrever novos capítulos”, declara.  

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Coordenador do Cidacs ministrará palestra de abertura da TropMed22

O coordenador do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs) da Fiocruz Bahia, Maurício Lima Barreto, vai ministrar a palestra de abertura da reunião anual da Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene (ASTMH, sigla em inglês), no dia 30 de outubro. A #TropMed22, que acontece em Seattle (EUA), é o primeiro encontro presencial da ASTMH em dois anos, devido à pandemia de Covid-19. 

Com duração de cinco dias, o fórum é considerado um dos principais eventos internacionais para o intercâmbio de conhecimentos em avanços científicos em medicina tropical, higiene e saúde global, reunindo profissionais de medicina que representam a academia, fundações, governo, organizações sem fins lucrativos, organizações não governamentais e setor privado. 

Sobre o palestrante

Maurício Barreto é Pesquisador Sênior da Fiocruz Bahia e Professor Emérito da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Atua nas áreas de epidemiologia e saúde coletiva, abrangendo diferentes temas com foco nos determinantes sociais e ambientais da saúde, desigualdades em saúde e impacto das intervenções sociais na saúde. Atualmente, coordena o Cidacs e sua principal linha de pesquisa envolve a Coorte dos 100 milhões de brasileiros, investigando determinantes sociais e ambientais da saúde, particularmente o impacto das políticas de redução da pobreza na saúde, usando informações de grandes bancos de dados administrativos brasileiros.

Barreto publicou mais de 600 artigos revisados ​​por pares em revistas científicas; ensinou, supervisionou e orientou cursos de graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado ao longo de sua vida; foi vice-diretor da Unidade de Pesquisa em Saúde Global sobre Determinantes Sociais e Ambientais das Desigualdades em Saúde (NIHR) da National Health and Care Research (NIHR). É membro eleito da Academia Brasileira de Ciências e da Academia Mundial de Ciências e Professor Honorário da London School of Hygiene and Tropical Medicine. Coordena a Rede CoVida, é membro do Comitê Científico que assessora os Governadores da Região Nordeste do Brasil na pandemia de Covid-19 e é membro do Grupo de Especialistas em COVID-19 do Painel Interacadêmico: The Global Network of Science Academies.

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Vacinação com BCG e modulação do gene RAB11A na tuberculose é tema de dissertação

Autoria: Scarlet Torres Moares Mota
Orientação: Theolis Costa Barbosa Bessa
Título da tese: “Assinaturas transcricionais associadas a vacinação com a BCG e modulação do gene RAB11A na tuberculose”.
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana
Data de defesa: 28/10/2022
Horário: 14h00
Local: Sala Virtual do Zoom

ID da reunião: 895 0865 0888
Senha de acesso: defesa

Resumo

A tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa de difícil controle e os mecanismos envolvidos na progressão da doença não são totalmente estabelecidos. O perfil de expressão gênica vem sendo estudado com o objetivo de validar potenciais biomarcadores que auxiliem no entendimento dos processos envolvidos na TB e no desenvolvimento de estratégias para o combate da doença. A vacinação com a BCG vem sendo apontada com a capacidade de modular a resposta do hospedeiro e sua eficácia contra a TB têm sido amplamente discutida, porém ainda não se sabe totalmente sobre quais seriam esses efeitos e a sua duração no organismo. Por meio de uma metanálise de dados de transcriptoma utilizando o repositório GEO, conseguimos demonstrar que a vacinação com a BCG é capaz de gerar efeitos duradouros no hospedeiro, afetando a modulação de genes específicos. Ao comparar os grupos de não infectados, infectados e doentes que não foram vacinados, observamos 100 genes (92 modulados negativamente e 8 modulados positivamente), associados principalmente com vias e funções ligadas ao metabolismo. Já entre os indivíduos vacinados, comparando-se os mesmos grupos, foram observados 53 genes, sendo 18 superexpressos e 35 subexpressos, associados principalmente aos processos de imunidade. Em uma metanálise secundária, verificamos também assinaturas distintas ligadas à vacina, com 5 genes subexpressos identificados para os vacinados e 2 genes (1 super e 1 subexpresso) para os não vacinados. Nossos resultados ainda apontaram que um gene da subfamília Rab11 (composta por outros dois membros de elevada homologia, o RAB11A e RAB11B), o RAB25, apresentou-se superexpresso em indivíduos doentes e não vacinados com a BCG, quando comparados também com os doentes, porém vacinados. Identificamos durante as nossas avaliações o RAB11A como o gene-alvo do nosso estudo. Em amostras de sangue total de uma coorte de pacientes com tuberculose ativa da nossa população, observamos valores médios de expressão maiores para o gene RAB11A em indivíduos doentes e não vacinados, quando comparados aos indivíduos vacinados, corroborando com os dados da metanálise. Vimos também que os valores de expressão deste gene são menores em células THP-1 infectadas com a cepa vacinal BCG em comparação com as não infectadas. Para investigação futura do papel deste gene, realizamos com sucesso o silenciamento gênico em células THP-1 através da metodologia de RNA de interferência. Com este trabalho, conseguimos então identificar as assinaturas transcricionais associadas à vacinação com a BCG e apontar um alvo que merece ser melhor estudado na tuberculose.

Palavras-chave: tuberculose; BCG, expressão gênica, RAB11.

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I Simpósio de História da Medicina na Bahia está com inscrições abertas

O I Simpósio de História da Medicina na Bahia acontecerá na sede Mater da Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), localizada no Terreiro de Jesus, Pelourinho, de 02 a 05 de novembro de 2022. O evento tem como tema “A Medicina na História: as lutas e conquistas pela saúde”, abarcando assuntos como escravidão e saúde no Brasil, história da loucura, história da medicina e saúde: perspectivas disciplinares, e história da medicina materno-infantil. A inscrição é gratuita e pode ser realizada no site http://www.simposiohistoriamed.ufba.br/.

A programação contará com uma conferência de abertura, mesas redondas, painéis de apresentação oral e terá como produto a publicação de um caderno de resumos, anais e um livro de coletâneas com artigos de professores conferencistas. O evento proporcionará discussões teórico-metodológicas de forma interdisciplinar acerca da História da Saúde, da Medicina e da Ciência a fim de dialogar com pesquisadores de diferentes áreas, tendo em vista a urgência de explorar a temática dos estudos já realizados ou em processo de construção. O Simpósio é uma extensão universitária de caráter social, cultural e educacional da UFBA com vistas à abertura ao grande público e à democratização do conhecimento científico.

A atividade acadêmica é promovida pela Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia em parceria com o Programa de Pós-Graduação em História da UFBA, Programa de Pós-Graduação em História Universidade do Estado da Bahia, Instituto Bahiano de História da Medicina e Ciências Afins, Memorial da Medicina Brasileira, Academia de Medicina da Bahia e com a Sociedade Brasileira de História da Ciência. 

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Fiocruz Bahia realiza primeira edição de curso sobre autópsias minimamente invasivas

A Fiocruz Bahia, em parceria com o Serviço de Verificação de Óbitos e o Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR), realizou o primeiro módulo do curso “Autópsias Minimamente Invasivas Guiadas por Ultrassonografia – AMIGUS”, nos dias 7 e 8 de outubro. Ofertado na sede do IMLNR, o curso teve como objetivo capacitar profissionais para a realização de autópsias minimamente invasivas guiadas por ultrassom para fins de diagnóstico e pesquisa.

Voltado para médicos patologistas, incluindo residentes, e peritos médicos legais, o próximo módulo do curso irá ocorrer em novembro. Esta primeira edição teve a participação de seis profissionais das cidades de Salvador e Barreiras, na Bahia, e Juiz de Fora, em Minas Gerais. Com caráter teórico-prático, a atividade ofereceu aos participantes conferências, oficinas de procedimentos e discussões em grupo.

O coordenador do projeto, o pesquisador do Laboratório de Patologia Estrutural e Molecular (LAPEM), Washington dos-Santos, afirma que o curso atendeu às expectativas dos alunos e professores. “O nosso objetivo é, com cursos como este, criar uma rede de vigilância em saúde baseada em autópsias minimamente invasivas. Este foi um grande movimento nessa direção. O fato de termos alunos de quatro locais diferentes do país mostrou o alcance e potencial de multiplicação”, declara o cientista.

Um dos profissionais responsáveis por ministrar a aula e coordenar o curso, o pesquisador da Fiocruz Bahia, Geraldo Gileno Oliveira, acredita ser este o primeiro curso aberto sobre autópsia minimamente invasiva realizado no Brasil. “A experiência foi boa. No final, os médicos participantes deram algumas sugestões para aprimorar as próximas edições”, comenta.

A autópsia minimamente invasiva é uma coleta de fragmentos dos principais órgãos (cérebro, coração, pulmão, fígado, baço, rim e medula óssea) através de agulha, causando lesões praticamente impercetíveis, ou de pequenas incisões cirúrgicas na pele, que serão analisados para determinar a causa do óbito. A autópsia AMIGUS usa o ultrassom como ferramenta para exames.

Para Gileno, por conta do baixo custo e da simplicidade das ferramentas, a tendência é que a utilização da ultrassonografia nas autópsias se amplie. Essas técnicas ainda não são empregadas em larga escala, mas, com a pandemia da Covid-19, elas ganharam outra dimensão. Através da AMIGUS é possível não apenas preservar o corpo, mas também diminuir o contato com o cadáver, evitando assim a possibilidade de infecção do profissional por doenças transmissíveis.

João Roberto Oba, médico do Instituto de Medicina Legal de Diadema e do Serviço de Verificação de Óbito de Diadema, em São Paulo, atua há 35 anos na área de perícia médica. Mesmo com anos de experiência, ele reconhece que o material partilhado agregou muito ao seu conhecimento. “Sempre tive vontade de fazer esse curso, não tinha muita ciência do que seria encontrado. Para minha surpresa as aulas foram maravilhosas. Tivemos uma tarde toda de prática aprender a colher o material. Eu só tenho a agradecer a Fiocruz Bahia, ao IML, e ao professor Geraldo Gileno”, reconhece.

Também fez parte da coordenação do evento o perito médico legal do IMLNR, Fabio Leandro dos Santos Correia. Participaram como docentes as médicas Juliana Ribeiro de Freitas, professora de Anatomia Patológica e Medicina Legal da Faculdade de Medicina da Bahia (UFBA); Cristiane Vieira Lima Mendes, membro do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem; e o médico Luiz Antonio Rodrigues de Freitas, professor e pesquisador colaborador da Fiocruz Bahia.

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Dissertação avalia alterações no perfil lipídico na esquistossomose

Autoria: Thainá Rodrigues de Souza Fialho
Orientação: Adriano Queiroz Silva
Co-orientador: Ricardo Riccio Oliveira
Título da dissertação: “PERFIL LIPIDÔMICO DE INDIVÍDUOS INFECTADOS PELO SCHISTOSOMA MANSONI”
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 17/11/2022
Horário: 13h00
Local: Sala Virtual do Zoom

ID da reunião: 823 1344 1988
Senha de acesso: 349063

Resumo

INTRODUÇÃO: A esquistossomose mansônica é uma doença causada pelo parasito trematódeo digenético do gênero Schistosoma, que tem o homem como seu principal hospedeiro, no Brasil é causada pela espécie Schistosoma mansoni. A infecção por este parasito consiste em um problema de saúde pública, especialmente no Nordeste, estando associada à pobreza, às precárias condições sanitárias, falta de tratamento de água e esgoto, definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma das principais doenças tropicais negligenciadas. A parasitose apresenta duas fases, a fase aguda, no qual ocorre logo após a penetração da cercaria e a fase crônica, que evolui quando não tratada. O fígado é o principal órgão acometido, onde os ovos ficam retidos nas vênulas hepáticas, pode acarretar em uma inflamação granulamentosa local. Em decorrência as lesões hepáticas, estudos realizados em camundongos trazem alterações no metabolismo dos lipídios, porém ainda é limitado estudos em humanos, sendo necessário uma abordagem em larga escala para determinar as
possíveis alterações lipídicas durante a esquistossomose. O estudo lipidômico do hospedeiro na esquistossomose ainda é escasso e, no caso específico do S. mansoni, totalmente ausente. OBJETIVO: O objetivo desse estudo é avaliar as alterações no perfil lipídico de indivíduos infectados pelo Schistosoma mansoni em uma área hiperendêmica em esquistossomose no estado da Bahia. MATERIAS E MÉTODOS:
Foi realizado um estudo longitudinal e observacional, em vilarejos do Conde-Ba. Em cada participante foram coletados uma amostra de fezes, para a execução do KatoKatz e uma coleta de sangue para a avaliação lipidômica. Nas análises lipidômica do soro, foram avaliadas alterações no perfil lipídico do soro de indivíduos infectados com alta e baixa carga em comparação ao grupo controle. RESULTADOS: Cerca de 340 indivíduos foram avaliados no qual 55,59% apresentavam ovos de S. mansoni em pelo menos uma das lâminas. Quando realizado as análises séricas desses indivíduos, foi possível observar que a carga parasitária do S. mansoni com a enzima GGT, demonstrou uma correlação positiva. Para a análise lipidômica selecionamos 45 participantes realizando sorteio randômico, no qual foram divididos a partir de sua carga parasitária em alta carga, baixa carga e negativo. As analises lipidômicas inicialmente mostraram PC, HexCer e FFA como predominantes, mesmo não apresentando diferenças importantes entre os grupos de carga parasitária, entretanto quando aprofundamos as analises, as espécies das subclasses PI e TAG se descaram em quantidade de espécies que se mostraram alterados no grupo de alta carga parasitaria comparado a baixa carga e negativo. CONCLUSÕES: A partir dos achados nesse estudo concluímos que a elevada a carga parasitária na esquistossomose está associada a alterações lipídicas importantes, possivelmente por conta de alteração no metabolismo lipídico decorrente da ação do verme. Estes dados podem contribuir para melhor entendimento da patologia observada durante a esquistossomose ou mesmo para identificação de um biomarcador de infecções graves.

Palavras-Chave: Schistosoma mansoni; Lipidômica; Esquistossomose; Perfil Lipídico.

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Fiocruz Bahia lamenta falecimento da Pesquisadora Emérita Sonia Andrade

A Fiocruz Bahia lamenta profundamente o falecimento da Pesquisadora Emérita da Fiocruz, Sonia Gumes Andrade, na manhã desta terça-feira (11/10). A cientista foi uma das mais conceituadas do Brasil, por suas contribuições para a pesquisa experimental sobre a doença de Chagas.

Cientista, professora e médica, ela construiu uma família com seis filhos, frutos de seu casamento com o Pesquisador Emérito da Fiocruz, Zilton de Araújo Andrade, falecido em 2020. A pesquisadora estudou a Patologia e a Imunopatologia da doença de Chagas, tendo realizado uma proposição original de classificação das cepas do protozoário da enfermidade. Ela também investigou a interação da doença com diferentes tratamentos quimioterápicos. 

Na Fiocruz Bahia, a cientista foi chefe do Laboratório de Chagas Experimental, Autoimunidade e Imunologia Celular (Lacei), e esteve à frente da coordenação do curso de Pós-graduação em Patologia Humana e Experimental (PgPAT), da UFBA em Ampla Associação com a Fiocruz Bahia, durante 20 anos, tornando-o um dos mais importantes do país.

“Dra. Sonia foi uma pioneira. Ela tinha uma receptividade muito grande com outras mulheres, um olhar especial de estímulo para a carreira das pesquisadoras”, declara a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves. “Dra. Sonia foi uma figura feminina forte dentro do nosso instituto. Eu acho que isso contribuiu muito para o sucesso dela na carreira, porque era um momento difícil para a mulher”, conta Marilda.

O pesquisador Manoel Barral Netto, da Fiocruz Bahia, considera a professora como uma cientista que teve forte contribuição para a comunidade científica na Bahia e no Brasil, na compreensão da doença de Chagas, tanto do ponto de vista dos parasitas, quanto dos mecanismos de lesão. “Meu reconhecimento ao trabalho da professora Sonia se associa também a um sentimento pessoal de gratidão, porque foi com ela que eu comecei a trabalhar em iniciação científica, quando era estudante de medicina, no tema da doença de Chagas. Eu comecei a fazer ciência com ela. Para mim, é uma mistura de emoções que torna mais dolorosa ainda essa notícia”, relata Barral.

Aluno, colega e colaborador em trabalhos de pesquisa de Sonia, o pesquisador da Fiocruz Bahia Mitermayer Galvão dos Reis afirma que a convivência com ela foi um “privilégio”. “Sonia Andrade é um grande exemplo de médica, profissional, patologista, pesquisadora e cidadã”, declara  Mitermayer. O professor destaca que um dos pontos mais marcantes da atuação dela foi a pesquisa realizada “com muito compromisso social e preocupação em gerar uma ciência que contribuísse, principalmente, com as classes menos favorecidas”. Mitermayer Galvão foi um dos primeiros alunos de doutorado formados pelo PgPAT. Ele recorda a seriedade, a firmeza e a generosidade que destacavam a didática da docente em sala de aula. “Se o curso está nesse estágio de excelência é porque teve a mão firme da professora Sonia”, considera.

O professor e pesquisador colaborador da Fiocruz Bahia Luiz Antonio Freitas também foi aluno de Sonia. Ele destaca o pioneirismo dela na pesquisa de Chagas, assim como o papel que teve na garantia de qualidade do curso de pós-graduação. “A Dra. Sonia era uma figura humana bastante admirável. Ela sempre se pautou por uma conduta muito ética, correta, com uma atitude justa e receptiva. Tinha atitudes muito firmes, mas era também uma pessoa generosa. Essas são características fundamentais e todas devem ser enaltecidas, essa completude de uma pessoa que é considerada na ciência brasileira uma das figuras mais eminentes”, reitera o professor Freitas. “Essa é uma perda muito grande e Sonia vai permanecer na lembrança daqueles que conviveram com ela”, completa.

Nascida em Caetité (BA), em 1928, Sonia Andrade obteve em 1953 a graduação na Faculdade de Medicina da UFBA. Iniciou suas explorações científicas na área de Medicina Tropical, consagrando-se na pesquisa sobre Chagas, mas tendo também estudado a leishmaniose e outras doenças parasitárias. Foi integrante da Academia de Medicina da Bahia, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e do Comitê Científico da Organização Mundial de Saúde (OMS).

A pesquisadora deixa o legado de 124 artigos publicados e as homenagens rendidas através da concessão do Prêmio e Medalha Samuel Pessoa da Sociedade Brasileira de Patologia, em 1987; da Medalha do Centenário do Instituto Oswaldo Cruz, no ano 2000; diploma de Honra ao Mérito pelos serviços prestados a saúde pública e a ciência da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia, em 2008; e a medalha do Centenário da descoberta da Doença de Chagas, em 2009. Em reconhecimento ao papel que teve na UFBA como docente, Sonia tornou-se professora emérita da universidade, em 2011.

A união de Sonia e Zilton Andrade, que resultou na construção de uma família e uma parceria prolífica na área da ciência, foi registrada pela Fiocruz Bahia, no documentário “Sonia e Zilton: ciência, saúde e amor”. Com depoimentos de colegas, familiares e amigos, o filme, lançado em agosto, resgata também gravações de entrevistas com o casal Andrade, que compunham o acervo deixado por eles. Esse projeto foi realizado através do edital interno de Memória Institucional da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) e está disponível no Youtube da Fiocruz Bahia.

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Fiocruz Bahia participa da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2022 

A Fiocruz Bahia vai realizar uma série de atividades para a 19ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), entre os dias 18 e 21 de outubro. Na programação estão previstas exposições, palestras, mesas-redondas e apresentação do documentário “Sonia e Zilton: ciência, saúde e amor”. O evento, que integra a programação nacional da Fiocruz na SNCT, será voltado a estudantes da rede pública de ensino, de forma presencial, com uma atividade remota. 

O primeiro dia servirá para rememorar, junto aos estudantes, a história das instituições científicas do Brasil e da Bahia. As palestras “História das Ciências no Brasil” e “História da Fundação Oswaldo Cruz: ciência, saúde e projetos para o Brasil” serão ministradas pela historiadora Simone Kropf, pesquisadora da Casa de Oswaldo Cruz/ Fiocruz. Haverá também a palestra “História da Fiocruz Bahia” com a presença de Marilda Gonçalves, diretora da Fiocruz Bahia, e Bernardo Galvão, pesquisador emérito da Fiocruz. Luis Fernando Adan, diretor da Faculdade de Medicina da UFBA, irá ministrar a palestra “Faculdade de Medicina da Bahia: fazendo história desde 1808”. 

No dia 19 de outubro, haverá a palestra “Ciência e Tecnologia também é para meninas?”, promovida pelo British Council, um dos apoiadores do projeto Meninas Baianas na Ciência, realizado pela Fiocruz Bahia. Em seguida ocorrerá um bate-papo com o tema “Carreira Científica e os programas de formação do IGM”, com depoimentos de estudantes de Iniciação Científica e da Pós-Graduação da Fiocruz Bahia. 

A exibição do documentário sobre o notável casal de cientistas Sonia e Zilton Andrade será seguida por um debate com participação dos pesquisadores Mitermayer Reis e Luiz Freitas, e mediação de Ulla Macedo, realizadora do filme. O último dia do evento contará com a sessão científica “Inovações no uso de grande volume de dados integrados na pesquisa em saúde”, transmitida de forma virtual pelo canal de Youtube da Fiocruz Bahia. A sessão será ministrada pela professora e vice-coordenadora do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/ Fiocruz Bahia) Maria Yuri  Ichihara. Durante o evento, os estudantes poderão contemplar exposições com fotografias históricas do Instituto Gonçalo Moniz, da microscopia e de parte da Coleção Entomológica Mangabeira Sherlock. 

Este ano a SNCT é voltada ao tema “Bicentenário da Independência: 200 anos de ciência, tecnologia e inovação no Brasil”, escolhido para integrar a Semana às comemorações do bicentenário da independência brasileira. São 71 instituições cadastradas para promover atividades de divulgação científica em todo o país. 

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Dissertação analisa potencial imunomodulador de células-tronco da Geleia De Wharton

Autoria: Sthefany da Conceição Pires
Orientação: Bruno Solano de Freitas Souza
Título da dissertação:  “Caracterização In Vitro do potencial imunomodulador de vesículas extracelulares derivadas de células-tronco mesenquimais da Geleia De Wharton”.
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana e Experimental
Data de defesa: 31/10/2022
Horário: 09h00
Local: Auditório Aluízio Prata

Resumo

INTRODUÇÃO: As MSCs se tornaram alvos de estudos clínicos e pré-clínicos, pelo seu potencial anti-inflamatório e imunoregulador. Sabe-se que parte dos efeitos das MSCs estão relacionados ao seu secretoma, que inclui fatores solúveis, tais como citocinas, proteínas e a liberação de vesículas extracelulares (EVs). As EVs são pequenos componentes celulares, que tem como composição moléculas bioativas (pequenos RNAs, proteínas, entre outras) que foram herdadas das células de origem e desenvolvem ações imunomoduladoras e tróficas. A análise de parâmetros que envolvem o perfil imunomodulador das EVs derivadas de MSCs (MSC-EV) é imprescindível, para ensaios importantes para o desenvolvimento clínico. OBJETIVO: Caracterizar a atividade imunomoduladora in- vitro das hucMSC-EVs em um ensaio de linfoproliferação. MATERIAL E MÉTODOS: As MSC derivadas da geleia de Wharton humana (hucMSC) foram utilizadas para o isolamento e purificação de hucMSC-EVs. As hucMSC foram caracterizadas de acordo com a ISCT analisando morfologia, imunofenotipagem e ensaios de diferenciação. Por RT-PCR avaliamos a expressão de genes relacionados com a biogênese das EVs (CD81, CD63) e ao potencial imunomodulador (IDO1 e TNFAIP6). As hucMSC-EVs foram isoladas em passagem 5 e caracterizadas seguindo as recomendações da ISEV, por microscopia eletrônica de transmissão (TEM), análise de nanofluxo e análise de rastreamento de nanopartículas (NTA). As células mononucleares do sangue (PBMC) de doadores saudáveis foram estimulados com beads anti-CD3/ anti-CD28 e incubadas com diferentes concentrações de hucMSC-EVs (10,25 e 50 µg/ml) por 72 horas a 37 °C com 5% de CO2, a análise de linfoproliferação foi feita por ensaio de ATP por luminescência. As células T reguladoras (Treg-CD4+CD25+FoxP3+) foram avaliadas por meio de citometria de fluxo. As citocinas do sobrenadante foram quantificadas por ELISA. RESULTADOS: As hucMSC cultivadas apresentaram morfologia fibroblastóide, expressão > 95% para CD90, CD105, CD44, e CD73, com <0,05% de marcadores hematopoiéticos e capacidade de diferenciação em adipócitos, osteócitos e condroblastos. A privação de lisado de plaquetas humano foi associada ao pico na expressão gênica de CD81, CD63 e TNFAIP6 após 24h, 48h e 72h. A expressão IDO1 não foi detectada. Observamos que a estabilidade do CM permanece quando armazenado a -20°C por 7 dias. As hucMSC-EVs apresentaram diâmetro médio <200 nm, mostraram morfologia típica em TEM e a análise fenotípica demonstrou marcadores positivos para EVs (Annexin, CD81, CD63) e para origem hucMSC (CD90). O tratamento com hucMSC-EVs inibiu a linfoproliferação in vitro em todas as concentrações testadas. A estimulação de Tregs foi ligeiramente aumentada após o tratamento com 50 µg/ml de MSC-EVs. A produção de TNF-a, IFN-y, e IL-10 foi inibida pela incubação com MSC-EVs, enquanto que a IL-6 não apresentou alterações significativas. CONCLUSÃO: As hucMSCEVs apresentaram efeitos imunoregulatórios, por meio da inibição de linfócitos in-vitro, indução moderada de células Treg, porém testes adicionais precisam ser realizados, para elucidar maiores efeitos na aplicação das hucMSC-EVs em larga escala.

Palavras-chaves: Terapia. Células-tronco. Células-tronco mesenquimais. Vesículas extracelulares.

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Seminário homenageia secretárias da Fiocruz Bahia

Presentes em todos os setores da Fiocruz Bahia e responsáveis pela organização e gestão que garante o fluxo de trabalho, as secretárias foram as protagonistas em evento da instituição. O “Seminário Profissional de Secretariado – Desafios e Carreira”, ocorrido entre os dias 29 e 30 de setembro, ofertou às profissionais uma programação com oficinas de capacitação, palestras, um tour pelo Instituto e atividades de meditação e relaxamento.

O Seminário foi realizado pelo setor de Desenvolvimento de Pessoas, subunidade do Serviço de Gestão do Trabalho (SGT). De acordo com a chefe do SGT, Maria Julia Alves, a programação foi pensada como uma forma de valorizar as profissionais que, de acordo com a servidora, prestam um trabalho integrador de valor “inestimável”. “O entendimento de que a organização é constituída não por setores isolados, mas por processos integrados, imprime uma importância especial às profissionais que, realizando com eficiência seu escopo de trabalho, contribuem também para que a instituição alcance plenamente sua Missão”, defende.

A secretária do SGT e organizadora do evento, Priscila Dias, relata que o evento buscou fomentar sentimento de união entre as trabalhadoras. “O principal objetivo foi fazer com que elas se sentissem lembradas. Que esse evento seja um pontapé para mais atividades de integração e que se fortaleça cada vez mais a união entre as secretárias, que são pontos focais aqui no instituto”, diz.

Além das oficinas de capacitação profissional, o evento também ofereceu palestras que abordaram as mudanças da profissão em um mundo cada vez mais digitalizado, o bem-estar na carreira e pautaram os marcadores sociais de raça, classe e gênero que acompanham as secretárias.

O debate social foi tratado, principalmente, durante a palestra de Ana Décia, Secretária Executiva e especialista em Gestão de Políticas Públicas de Gênero e Raça. Assistir a uma palestra promovida por uma de suas antigas professoras foi, para Paula Barbosa, secretária do Setor de Compras e Licitações, um momento enriquecedor, junto com as discussões promovidas pelos outros professores. “Eles nos permitiram fortalecer e relembrar o valor e a importância que temos enquanto profissionais nos locais em que estamos”, declara.

“A minha experiência com o evento iniciou desde o momento que recebi o convite para realizar um momento de meditação e de massagem relaxante. Isso já me despertou imensa alegria e felicidade, porque pude somar com algo que sei que beneficia tanto a todos”, afirma a secretária, que também é terapeuta holística. Junto com Nathalie Barcelar, massoterapeuta e secretária executiva, Paula guiou o momento de relaxamento no final do evento.

Deise Assis, secretária do Laboratório de Investigação em Genética e Hematologia Translacional –LIGHT, da Fiocruz Bahia, disse o quanto se sentiu valorizada e emocionada com o evento. “Vou fazer sete anos de Fiocruz em fevereiro e nunca tinha visto um evento em homenagem às secretárias como agora. Eu tenho percebido que as coisas estão melhorando em relação a essa questão de ter um olhar diferente para o profissional, de valorizar o profissional. Isso agrega muito o nosso comprometimento”, declara.

A programação contou com outras palestras promovidas pelo professor Ernani Marques, pós-doutor em Administração pela USP; e Danielle Barbosa, professora, secretária executiva, analista comportamental e coach. A meditação foi guiada por Paula Barbosa e Jessica Jeane, assistente administrativa do setor de protocolo da Fiocruz Bahia. A visitação na sede da instituição contou com a participação de Vadeyer Reis, vice-diretor de Gestão e Desenvolvimento Institucional da Fiocruz Bahia.

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Conhecimento dos fisioterapeutas que atuam em oncologia sobre as PICS é tema de dissertação

Autoria: Marília Ferreira Dos Santos Fieni
Orientação: George Mariane Soares Santana
Título da dissertação:  “NÍVEL DE CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS FISIOTERAPEUTAS QUE ATUAM NA ÁREA DE ONCOLOGIA SOBRE AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE – PICS”.
Programa: Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional
Data de defesa: 13/10/2022
Horário: 14h00
Local: Sala virtual do Zoom
ID da reunião: 897 0036 3866
Senha de acesso: marilia

Resumo

Introdução: A oncologia integrativa é conceituada como um campo de tratamento do câncer, centrado no paciente e com base em evidências, que utiliza práticas da mente e do corpo, produtos naturais e/ou modificações no estilo de vida de diferentes tradições, juntamente com os tratamentos convencionais de câncer, com o objetivo de otimizar a saúde, a qualidade de vida e os resultados clínicos em todo o tratamento do câncer. As PICS oferecem um potente recurso para apoiar a oncologia, uma vez que abrangem dimensões delicadas que envolvem condições como dor, desautonomia, sofrimento e morte. A utilização adequada e segura dessas práticas é extremamente importante, levando em consideração o conhecimento profissional como estratégia para uma melhor assistência ao paciente com câncer. Objetivos: Geral: realizar um panorama do nível de conhecimento dos profissionais fisioterapeutas que atuam na área de oncologia, sobre as PICS. Específicos: Descrever o conhecimento, o acesso e a aceitação das PICS, por profissionais fisioterapeutas, no atendimento ao paciente com câncer; catalogar as PICS utilizadas pela fisioterapia na atuação a pessoa que vive com o câncer; estabelecer um momento sociodemográfico dos fisioterapeutas que atuam na oncologia integrativa; Identificar os locais\instituições ondem oferecem as PICS para pacientes com câncer. Método: Trata-se de um estudo descritivo e transversal com abordagem quantitativa e qualitativa de pesquisa. A população foi composta pelos profissionais fisioterapeutas que atuam na área de oncologia no Brasil, registrados pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – COFFITO, vinculados a serviços públicos e privados. Os dados foram coletados no período de julho a novembro de 2021, de forma online através do programa Google Drive, e constou de um formulário pré-estabelecido no Google Forms, contendo o instrumento de coleta de dados, composto por 56 questões, divididos em 3 seções: na primeira seção dados pessoais e profissionais, na segunda enfoque nas práticas integrativas e o conhecimento dos participantes e na terceira seção uso das práticas integrativas na oncologia. A solicitação foi por meio de mensagens eletrônicas de e-mail, de forma individual. Foi realizado Análise de Classes Latentes (ACL), onde o Critério de Informação de Akaike (AIC) e o Critério de Informação Bayesiano (BIC) recomendaram a utilização de duas classes nomeadas por: baixo conhecimento e alto conhecimento das PICS. Em todas as análises, adotou-se o nível de significância de 5% (p ≤ 0,05). Para as variáveis qualitativas foi realizado análise de conteúdo de Bardin, de onde emergiram duas categoriais: percepção das PICS na prática clínica e experiência do uso de PICS na oncologia. Resultados: Através de um manuscrito, os resultados apontaram que de uma forma geral, os profissionais apresentam conhecimento entre moderado e pouco satisfatório sobre as PICS, evidenciando a importância da qualificação profissional para assegurar o uso das práticas em pacientes com câncer. Conclusão: estudo mostra-se relevante no sentido de refletir sobre as práticas de cuidado ao paciente com câncer, de forma individualizada, levando em consideração a singularidade de cada pessoa. Palavras-chave: Oncologia integrativa, Fisioterapia, Câncer, Terapias complementares.

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Dissertação analisa impacto da participação em grupo de apoio de mulheres com câncer de mama

Autoria: Ivana Spínola Cedraz
Orientação: Deborah Bittencourt Mothé Fraga
Título da dissertação:  “O IMPACTO DA PARTICIPAÇÃO DO PROJETO SAKURA EM MULHERES SOB TRATAMENTO DE CÂNCER DE MAMA”.
Programa: Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional
Data de defesa: 19/10/2022
Horário: 16h00
Local: Sala virtual do Zoom
ID da reunião: 812 5370 2789
Senha de acesso: ivana

Resumo

Introdução: O tratamento do câncer de mama vem obtendo cada vez mais sucesso com relação à cura e, assim, o enfoque na qualidade de vida durante todas as suas fases e após seu término é cada vez mais urgente. A existência de um grupo de apoio para mulheres em tratamento oncológico pode ajudar no enfrentamento da doença, minimizando seus efeitos colaterais físicos e psicológicos. Visando oferecer suporte e melhorar a autoestima e a qualidade de vida das mulheres em tratamento de câncer de mama no Centro Estadual de Oncologia – CICAN, Salvador- Bahia, foi criado o grupo de apoio Projeto Sakura. Objetivo: Identificar e quantificar o impacto da participação no Sakura na qualidade de vida das pacientes com câncer de mama em tratamento no CICAN. Metodologia: Estudo de corte transversal, com uma amostra de mulheres que fizeram tratamento para câncer de mama entre janeiro de 2017 e fevereiro de 2020. Foram formados dois grupos, um com participantes e outro com não participantes do Projeto Sakura, com 37 mulheres cada. A obtenção dos dados deu-se por videochamada entre dezembro de 2021 e maio de 2022 por entrevistadoras treinadas através de questionários padronizados para a avaliação dos aspectos socioeconômicos e da qualidade de vida (EORTC QLQ-C30 e QLQ-BR23), utilizando o programa REDCap 9.3.1. As variáveis dos questionários foram avaliadas quanto à frequência e os resultados foram expressos em média ou mediana. Foi realizada análise descritiva para caracterização das participantes de cada grupo quanto à frequência das variáveis socioeconômicas, de qualidade de vida e mediana da idade e outras. Foram calculados os escores médios e escalas para os questionários EORTC QLC30 e BR23 e estes foram avaliados quanto à correlação com variáveis descritivas das participantes e em relação à participação no projeto Sakura pelos testes de Sperman e Mann Whitney. A razão de prevalência das variáveis foi calculada para avaliar se a participação no Projeto Sakura está associada com a melhor qualidade de vida das pacientes. Resultados: A mediana do escore da qualidade de vida total no grupo não Sakura foi de 70,5 pontos e no grupo Sakura foi 54,9. Observou-se correlação positiva entre idade e bem-estar emocional e qualidade de vida total, entre não casadas e funcionamento e aproveitamento sexuais e aborrecimento por alopecia, etre grau de escolaridade e efeitos colaterais sistêmicos, esvaziamento axilar e mais sintomas no braço; e correlação negativa entre renda e sintomas no braço e funcionamento sexual. Não houve associação positiva entre a participação no Projeto Sakura e melhor qualidade de vida das mulheres em tratamento para câncer de mama quando comparadas com o outro grupo. Palavras-chave: câncer de mama, qualidade de vida, grupo de apoio, Questionário EORTC.

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Metástase intramedular de câncer de mama é tema de dissertação

Autoria: Elisa Yumi Saito
Orientação: Martha Silvia Martínez Silveira
Título da dissertação: METÁSTASE INTRAMEDULAR DE CÂNCER DE MAMA: REVISÃO SISTEMÁTICA”.
Programa: Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional
Data de defesa: 07/10/2022
Horário: 14h00
Local: Sala virtual do Zoom
ID da reunião: 820 2185 8647
Senha de acesso: elisa

Resumo

INTRODUÇÃO: A metástase intramedular do câncer de mama (MICM) é uma apresentação clínica rara, e é o segundo sítio primário mais frequente. Sua verdadeira incidência é desconhecida. Existem poucos dados na literatura, e não existe uma revisão sistemática publicada sobre este assunto. OBJETIVO: Avaliar a faixa etária, idade, status do receptor, intervalo entre o diagnóstico do câncer de mama e MICM, localização da MICM, presença de metástase cerebral concomitante, sintomas clínicos, estratégias de tratamento e sobrevida. METODOLOGIA: Foi realizada uma revisão sistemática utilizando as bases de dados Medline/PubMed, Embase, Central e busca complementar no Google Acadêmico e referências de artigos selecionados. RESULTADOS: Foram identificadas 44 publicações descrevendo 75 pacientes com MICM. A localização mais frequente foi a região torácica. A paresia foi o sintoma mais frequente. A realização de cirurgia e localização lombar foram associadas a um prognóstico mais favorável. A maioria dos pacientes realizou radioterapia, porém sem impacto na sobrevida. Os dados sobre subtipo molecular foram escassos e inconclusivos. CONCLUSÕES: A MICM é muito incomum, com prognóstico reservado, independente do tratamento, com sobrevida média de 8,2 meses. Mas o diagnóstico e tratamento precoces podem minimizar as sequelas neurológicas. Palavras-Chave: Neoplasias da Mama, Neoplasias da Medula Espinal/secundário.

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Estudo aponta necessidade de teste para doença de Chagas em animais domésticos

Tendo em vista que cães e gatos fazem parte do ciclo de transmissão do Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas, pesquisadores da Fiocruz Bahia, sob a coordenação do pesquisador Fred Luciano Neves Santos, realizaram uma revisão sistemática da literatura sobre a epidemiologia, os fatores clínicos, diagnóstico e tratamento da enfermidade em animais domésticos. A conclusão, baseada nos métodos de diagnósticos dos estudos revisados, aponta para a necessidade de uma ferramenta diagnóstica para detecção da doença de Chagas nesses animais. O trabalho foi publicado na revista Parasite & Vectors.

O estudo baseou-se na literatura produzida nos últimos 54 anos (1968 – 2022). Foram recuperadas 436 publicações acerca da doença, entre as quais foram considerados 84 estudos, obtidas por meio das plataformas PubMed, LILACS e do Scielo Brazil. Os resultados apontaram que os diferentes métodos de testes adotados fazem com que as prevalências de dados sorológicos variem em cada país, o que pode ser motivado às distintas taxas de risco de transmissão em cada período, ao tamanho da amostra usada nos testes ou até a variabilidade genética das cepas em circulação. Um dos estudos conduzidos no Brasil, por exemplo, teve variação da soroprevalecência  de 0 a 53%, a depender da região analisada.

Os sinais clínicos da doença nos cães mudam de acordo com a idade do animal. Em filhotes é mais comum a manifestação de letargia, linfadenopatia, de maior demora na troca do pelo, palidez nas mucosas, e, em alguns casos, apresentam-se esplenomegalia e hepatomegalia. A partir dos seis meses de idade, no entanto, um dos sintomas mais comuns é a depressão leve. Já a infecção da doença em gatos não é tão amplamente estudada como em cachorros, permanecendo indistintos os fatores de risco de desenvolvimento da doença de Chagas nestes animais. No entanto, entre os achados da pesquisa, encontra-se uma maior suscetibilidade à infecção em felinos não domiciliados.

Nos estudos revisados, os testes usados foram produzidos com o fim de serem aplicados em humanos, e, posteriormente, adotados nos animais. Por vezes, esses exames não diagnosticam apropriadamente a doença por não atender às especificidades desses animais. De acordo com a pesquisa, estudos que empregaram proteínas quiméricas recombinantes demonstraram 100% de sensibilidade e 90.5% de especificidade no diagnóstico da Chagas crônica, independente da cepa ou expressão genética do parasita. Destaca-se o uso dos antígenos IBMP, desenvolvidos pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná, da Fiocruz, que demonstraram alta performance de aplicação em cães e baixa reatividade cruzada a outros anticorpos que podem estar presentes nos animais.

Para os pesquisadores, essa tecnologia pode ser a base de desenvolvimento de um teste comercial de detecção da exposição ao T. cruzi em cães e gatos, independentemente de sua localização geográfica. O desenvolvimento dessa ferramenta seria de grande importância para a saúde pública e a atuação veterinária.  

Na América Latina e em algumas regiões dos Estados Unidos, animais domésticos são considerados os principais reservatórios do parasita T. cruzi. A infecção em animais ocorre por meio de contato com as fezes do inseto conhecido como barbeiro, de forma congênita ou através da ingestão de insetos infectados. Um levantamento, feito em 1996, estimou que cães contribuem 13.9 vezes mais do que humanos para a infestação do inseto em ambientes domésticos. Em outro estudo, os cães foram determinados como a fonte mais comum de sangue para o inseto transmissor (49% dos casos), seguido por gatos (39%), humanos (38%) e galinhas (29%).

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Pesquisador Manoel Barral é novo presidente da Academia de Ciências da Bahia 

O médico e pesquisador da Fiocruz Bahia, Manoel Barral Netto, foi eleito o novo presidente da Academia de Ciências da Bahia (ACB). O cientista ocupará, pelos próximos três anos, a presidência da entidade baiana voltada ao fomento da ciência e da tecnologia para o bem-estar social. Na ocasião, também foi escolhida como vice-presidente, a escritora e professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Evelina Hoisel, além dos membros do Conselho Fiscal e do Conselho Diretor.

Durante a posse, em 19 de setembro, Manoel Barral citou a importância da ACB e reconheceu as personalidades que o antecederam na presidência, assim como os esforços já mobilizados pela instituição no estado, citando o documento “Ciência, Tecnologia e Inovação para o desenvolvimento da Bahia” lançado aos candidatos ao governo do estado, em agosto. “As decisões que são baseadas em evidências científicas são fundamentais para a vida social e política, para a construção de democracia. Ademais, é necessário que se faça boa ciência localmente. Não é exagero dizer que o futuro do Brasil, o futuro da Bahia, depende dos investimentos em ciência”, defendeu. 

Barral também reforçou o contexto de descrença nas ciências que se vive atualmente no país. Para ele, nesse momento, é importante que se dissemine entre a população a confiança na ciência através da divulgação científica. “A natureza progressiva da ciência não é de fácil compreensão pela população e tem sido explorada para desacreditar as evidências científicas. À medida que explora mecanismos em grande detalhe, a ciência se torna menos clara, mesmo para cientistas de outros campos. Cumpre, pois, reconhecer a extrema importância de uma interação constante dos cientistas com a sociedade, que nas suas múltiplas facetas pode saber menos dos mecanismos naturais, mas tem uma enorme sensibilidade para os problemas reais e o direito ao esclarecimento das suas dúvidas”.

O cientista também declarou que a idealização e criação da ACB representa “uma afirmação contra-hegemônica da nossa capacidade de produzir conhecimento, articulando todos os grupos de pesquisa em torno do ideal da consolidação e ampliação da nossa capacidade de pesquisa e de formação, tudo isso incidindo sobre a formação da visão crítica do cidadão comum em nossa sociedade”, assegurou. 

Sobre o pesquisador

Manoel Barral é Pesquisador Titular e chefe do Laboratório de Inflamação e Biomarcadores (LIB) do Instituto Gonçalo Moniz, e tem como principal área de investigação a Imunoparasitologia, com foco nas leishmanioses e na malária, e pesquisas envolvendo vacinas. Médico e doutor em Patologia, Barral tem forte atuação nas instituições de saúde e pesquisa. Já foi diretor da Faculdade de Medicina da UFBA, pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação na mesma universidade, e vice-presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).  

Em reconhecimento ao seu trabalho, o cientista recebeu, em 2002, o título de Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico, e, em 2018, foi nomeado com o grau de Grã-Cruz da Ordem. Em 1993 recebeu o Prêmio Sendas de Saúde; em 2002 o Prêmio OPAS-ALAI em Imunologia Experimental; foi premiado em 2010 o Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS, do Ministério da Saúde; e, em 2015, o professor foi reconhecido com o Prêmio Internacional da UNESCO – Guiné-Equatorial de Pesquisas em Ciências da Vida, que recompensa pesquisas que contribuem para a melhora da vida humana.  

Além da ACB, Barral é membro da Academia Brasileira de Ciências, da American Society of Tropical Medicine and Hygiene e membro honorário da Sociedade Brasileira de Imunologia. 

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Curso sobre desenvolvimento de ferramentas diagnósticas tem primeira edição aberta ao público

O curso “Desenvolvimento de Ferramentas Diagnósticas para Identificação de Patógenos” aconteceu de 12 a 30 de setembro, em formato virtual. Coordenado pelo professor e pesquisador da Fiocruz Bahia, Fred Luciano Santos, a formação foi baseada na disciplina ofertada na Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI). Nesta edição, o objetivo foi oferecer o conteúdo para a comunidade externa ao Instituto Gonçalo Moniz (sede da Fiocruz Bahia).  

Esta edição, o curso abordou os tópicos de ferramentas de identificação de novos marcadores diagnósticos; métodos de obtenção de proteínas; ferramentas de análise estrutural e do comportamento físico-químico de proteínas; fases de desenvolvimento de um teste diagnóstico, protocolo STARD e parâmetros de desempenho; interação antígeno-anticorpo; testes diagnósticos baseados em interações antígeno-anticorpo; desenvolvimento de ensaios imuno-histoquímicos; e análise por microscopia eletrônica e confocal.

Foram 107 participantes, contando com estudantes da Argentina, Estados Unidos e Portugal. Do Brasil, participaram mestrandos, doutorandos e profissionais do Acre, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Rio Grande do Sul e São Paulo.

Durante a abertura, o professor Fred Santos afirmou que a ideia era que cada aula fosse ministrada por um especialista diferente. Para tanto, foram convidados cientistas da Fiocruz, das unidades do Paraná, Rio de Janeiro e da Bahia. A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, elogiou a programação. “Esse curso é voltado para a pesquisa e também para práticas de laboratório, e eu acredito que todos tiveram um bom aproveitamento. Todos nós ganhamos com essa iniciativa”.

A vice-diretora de Ensino e Informação, Claudia Brodskyn, caracterizou a atividade como “essencial” e declarou esperar que o curso entre no calendário do Instituto. “Ter atraído tantos estudantes de outros países demonstra como essas pesquisas são importantes não só no nosso país, mas também em outros países. A identificação de patógenos e o estudo da patogênese das doenças infecciosas é uma tradição em nosso instituto e Fred está dando continuidade a essa tradição”, congratula a pesquisadora.

“Nós vimos durante a pandemia a corrida para a montagem de kits diagnósticos para detectar uma nova doença. Agora temos a Monkeypox, e a necessidade da montagem de testes diagnósticos o mais rápido possível”, comentou a coordenadora do PgBSMI Deborah Fraga. De acordo com Fraga, a formação de recursos humanos nesse aspecto é essencial. “Ainda temos velhos problemas, as vezes temos testes diagnósticos não tão bons, fora do padrão ouro. E teremos novos problemas, novas epidemias que irão surgir e vão precisar dessa expertise. Essa disciplina vem em um momento muito importante para capacitar pessoas nessa área”.

O professor partilhou que a ideia do curso foi inspirada em sua própria trajetória enquanto discente, quando não encontrou atividades do tipo. “Eu tinha essa necessidade de ofertar uma disciplina que fosse abrangente, que analisasse desde o início da ideia de síntese de um kit diagnóstico. Naquela ocasião não encontrei nada que abrangesse esse conjunto de assuntos”, relata. No último dia, o pesquisador apresentou o teste rápido TR Chagas Bio-Manguinhos desenvolvido por equipe liderada por ele, para diagnóstico da doença de Chagas.

Avaliações dos discentes

A participação de alunos estrangeiros foi uma das surpresas do curso. O doutorando no Instituto de Investigações em Engenharia Genética e Biologia Molecular (CONICET), Argentina, Arturo Muñoz Calderon fez parte dos quatro alunos de outros países que integraram a turma. “É um curso muito bem estruturado, que abordou desde os aspectos mais básicos até os mais complexos das ferramentas de diagnóstico baseado em proteínas”, afirmou o discente.

Oriundo de Coimbra, Portugal, o doutorando da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra José Pedro Sousa Baptista abordou os pontos que considera os mais positivos da atividade. “Corpo docente de elevada qualidade e material de aprendizagem muito rico e disponibilizado de forma adequada. Este curso está a superar as expectativas”, reitera, afirmando que espera que o curso tenha continuidade.

“Sinto que estou recebendo uma boa base de várias técnicas que desconhecia”, diz Raquel Angélica Andrade, doutoranda no Programa de Pós-graduação em Microbiologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).  A também doutoranda do PgBSMI Luana Evangelista de Araújo concorda. “O curso tem se mostrado muito completo em relação aos temas que estão sendo abordados. Acredito que este curso deve continuar ao longo dos anos, pois traz conhecimentos e técnicas muito importantes, principalmente pra quem trabalha com o desenvolvimento de testes diagnósticos”, completa.

LARA GERALDA MAGELA DOS SANTOS VIEIRA 
Mestrado – Ciências Biológicas – Universidade Federal de Ouro Preto

“Para mim, a ementa e a forma como os assuntos foram abordados foram os pontos mais importantes do curso. Todos os professores apresentaram domínio do tema, muita didática e paciência. Um fator que que contribuiu muito para o meu aprendizado foi que todos os palestrantes reviram conceitos básicos e chaves antes de afunilar para um conhecimento mais específico. Isso me permitiu acompanhar e aprender temas que estão fora da minha área de atuação. Parabéns pela organização! Com certeza faria de novo e indicarei para amigos”. 

EMILY THAYS DA SILVA RODRIGUES 
Mestrado – Ciências Farmacêuticas – Universidade Federal do Rio Grande do Norte

“Se no início do meu mestrado eu tivesse a oportunidade de fazer um curso como esse, talvez tivesse avançado com mais rapidez e com mais conhecimento técnico em meus experimentos. O meu muito obrigada ao professor Fred, equipe organizadora e todos os professores envolvidos. Parabéns pela iniciativa!” 

SUZANE OLACHEA ALLEND 
Doutorado – Biotecnologia – Universidade Federal de Pelotas

“Só queria agradecer a oportunidade de fazer um curso como esse, com grandes abordagens, com métodos atuais, não pecando com os métodos mais “comuns” ou mais utilizados no dia-a-dia. Vocês estão de parabéns pela iniciativa, esse tipo de disciplina como dito nas aulas é bem difícil de encontrar e acredito que todos nós saímos com uma bagagem maior do que quando iniciamos. O nosso curso de Pós-graduação em Biotecnologia da Universidade Federal de Pelotas agradece muito a oportunidade”.

AMILTON SEIXAS NETO 
Pós-doutorado – Microbiologia e Parasitologia – Universidade Federal de Pelotas

“Gostaria de iniciar parabenizando a todos que pensaram e organizaram o curso Desenvolvimento de Ferramentas para Identificação de Patógeno. Tudo foi muito bem pensado e organizado, e, por ser à distância, permitiu uma maior liberdade e facilitou o aprendizado. As aulas foram muito didáticas, informativas e atualizadas, sendo possível tirar dúvidas com os professores e com os colegas de curso. Gostaria de sugerir que o curso se mantenha ativo com novas edições, para que outros colegas e pesquisadores possam realizar o curso também. Estou recomendando a todos”. 

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Divulgado edital do PGPAT para seleção 2023.1 e 2023.2

A Coordenação do Programa de Pós-graduação em Patologia Humana e Experimental (PgPAT), da UFBA em Ampla Associação com a Fiocruz Bahia, divulga o edital e a abertura das inscrições de candidatos para mestrado e doutorado. As inscrições vão de 25/10/2022 a 09/11/2022.

O processo seletivo será anual, com convocação para os dois semestres acadêmicos: 2023.1 (primeira convocação) e 2023.2 (segunda convocação). Os editais estão publicados no site do PgPAT e disponíveis neste link

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Palestras da 2ª edição do SciNEXT estão disponíveis no YouTube 

Com o objetivo de incentivar a valorização do cientista e discutir estratégias e oportunidades de carreira científica nacional e internacional, o “SciNEXT: Nova geração de cientistas” realizou sua segunda edição. O evento online ocorreu durante o dia 10 de setembro, com uma programação composta por uma série de palestras, mesas redondas e atividades práticas meditativas, direcionadas a um público misto de estudantes do Ensino Médio, graduandos e discentes da pós-graduação. Essa edição contou com 213 inscritos e há a intenção de que o SciNEXT passe a ser um evento bianual. A playlist com as palestras está disponível no canal YouTube da Fiocruz Bahia

O SciNEXT é realizado por meio de parceria com o Grupo Mulheres do Brasil – Núcleo Vale do Silício. Essa segunda edição contou com a participação de cientistas da Fiocruz Bahia e outras cientistas brasileiras que exercem cargos de pesquisa nos Estados Unidos. Atentas ao mês de referência do cuidado com a saúde mental, o Setembro Amarelo, as organizadoras do evento contaram com o apoio do Yoga Bahia, para promover a prática de cuidados posturais e atividades de concentração.  

Eliza Alves Ferreira, representante do Comitê Ciência do Grupo Mulheres do Brasil, conta que faz parte dos objetivos do núcleo essa parceria com a Fiocruz Bahia. “O Grupo Mulheres do Brasil conta com cientistas que atuam no governo, no setor privado e na academia nos Estados Unidos, sem nunca perderem o foco em contribuir para a valorização e o fortalecimento da ciência no Brasil”. 

Para a pesquisadora Valéria Borges, esta segunda edição do evento SciNEXT 2022: Nova geração de cientistas foi mais um evento marcante da equipe coordenada por Cláudia Brodskyn, atual Vice-Diretora de Ensino e Informação. Ela ressalta ainda as avaliações entusiasmadas que o SciNEXT obteve entre os presentes. “Sensacional, experiência enriquecedora”, comentou Dayse Lira, no chat aberto para todos.  

Segundo a pesquisadora, essa avaliação positiva foi compartilha por todo o corpo discente, desde a Iniciação Científica à Pós-graduação, que acompanhou as atividades da programação com curiosidade e entusiasmo. 

O comitê organizador do SciNEXT destaca a expressiva participação da comunidade acadêmica da Fiocruz Bahia. Além disso, quase metade dos presentes eram de moradores de Salvador (49%), mas o evento conseguiu abranger ainda outras 13 cidades brasileiras. Outras informações sobre o público apontam que a maioria era de mulheres (83%), 60% eram pardos e pretos, e 80% eram pessoas provenientes de escolas públicas. 

Programação 

A abertura do evento contou com a presença de Eliza Alves Ferreira e da pesquisadora da Fiocruz Bahia, Juliana Fullam. Houve também a apresentação, feita pela cientista Karine Damasceno, do programa Meninas Baianas na Ciência, organizado pela Fiocruz Bahia em parceria com o apoio da 2ª chamada Garotas STEM, do British Council e Fundação Carlos Chagas, e da Secretaria de Educação do Estado da Bahia. 

O cronograma seguiu com a mesa “Mais vale a experiência”, moderada por Valéria Borges, com a participação das convidadas Luciana Oliveira, coordenadora do Comitê de Valorização do Cientista do Grupo Ciências na Saúde – Grupo Mulheres do Brasil, a também pesquisadora da Fiocruz Bahia Natália Tavares, da Business Developer da genOway Claire Santos e da cientista em Imunologia da AbbVie Nívea Luz. 

A segunda palestra da manhã teve como tema “Viver com propósito e de propósito, é possível?”, abordado por Marina Campos, professora da Universidade de Mogi das Cruzes. Já o período da tarde foi o momento das atividades práticas, com a oficina “Ferramentas para uma comunicação eficiente”, ministrada por Thais Gimenez, fundadora da startup Linguagens que Conectam, e Raquel Santana, do Grupo Mulheres do Brasil. A segunda oficina teve a participação das cientistas Liliana Massis e Luciana Frazao, abordando o tópico “Ampliando sua rede de contatos usando plataforma online”.  

O evento foi encerrado com a palestra “Yoga como ferramenta na gestão do stress”. Unindo a prática a teoria, o fundador do grupo Yoga Bahia Marcos Aquino elaborou uma série de atividades trabalhando posturas, respiração e concentração.  

Sobre o Grupo Mulheres do Brasil 

Presidido por Luiza Helena Trajano, o Grupo Mulheres do Brasil – Núcleo Vale do Silício foi fundado em 2013 por 40 mulheres de diferentes segmentos, com o intuito de engajar a sociedade civil na conquista de melhorias para o país. São mais de 98 mil mulheres no Brasil e no exterior, atuando de forma voluntária em causas alinhadas com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, em mais de 150 Núcleos. O Núcleo Vale do Silício é liderado por Monica Kangussu-Marcolino, Aline Fontes e Cynthia Michels, e tem como objetivo construir uma ponte entre o Brasil e o Vale do Silício em prol do desenvolvimento do nosso país. O Núcleo Vale do Silício é composto por diferentes comitês temáticos, entre eles o Comitê Ciência, que tem como missão contribuir para a valorização da ciência no Brasil através de ações que fortaleçam a presença das mulheres na área. O comitê é liderado pelas cientistas Eliza Alves-Ferreira, Liliana Massis e Nárjara Grossmann, e conta ainda com a partipação de Raquel Santana e Luciana Frazão. 

Mais informações 

Saiba mais no site do Grupo Mulheres do Brasil.    

Visite o site do SciNEXT 2022.  

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Websérie | Doença de Chagas | Episódio 3

No vídeo “Estudo da doença na Bahia”, o pesquisador da Fiocruz Bahia, Mitermayer Reis, aborda as pesquisas que coordena sobre a doença de Chagas e sua transmissão congênita, em municípios da Bahia.

A Fiocruz Bahia produziu uma websérie sobre as principais pesquisas realizadas na instituição. Os vídeos estão divididos em 9 temas: arbovirose, big data, câncer, células-tronco, doença de Chagas, doença falciforme, helmintíase, HTLV, leishmaniose e tuberculose.

Confira!

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Pesquisadores identificam enzima capaz de desacelerar necrose causada pela tuberculose 

Causada pela Mycobacterium tuberculosis, a tuberculose pode promover a necrose dos tecidos atingidos, por meio de um processo de peroxidação lipídica envolvendo o ferro, a ferroptose. Coordenados pelo cientista Bruno Bezerril, da Fiocruz Bahia, pesquisadores documentaram este processo em pacientes com a doença e estudaram a atuação das enzimas glutationa (GSH) e glutationa peroxidase-4 (Gpx4) no tratamento do quadro clínico da infecção. O estudo, publicado no periódico Journal of Experimental Medicine, constatou como ocorre o processo de morte celular na doença e como a Gpx4 diminui a necrose e a carga bacteriana. Com esse resultado, podem ser apresentadas novas possibilidades de terapias no tratamento da enfermidade.  

Em pacientes infectados, os pesquisadores constataram que a Gpx4, naturalmente secretada por diferentes tipos de células, sofre um decréscimo em sua expressão assim como a expressão da GSH. Em paralelo, sobem os níveis de peroxidação lipídica. Ressalta-se também o fato de que a produção de Gpx4 encontra-se especialmente diminuída nas células mieloides adjacentes ao núcleo necrótico de células pulmonares, o que sugere que estes organismos são os primeiros a serem atingidos.   

Baseados nestes dados, os pesquisadores especularam acerca do papel que estas enzimas teriam na resistência do hospedeiro a infecção. O estudo baseou-se em duas frentes. A primeira partiu da revisão de casos de pacientes brasileiros e da África do Sul. Nos pacientes brasileiros, estabeleceu-se que os níveis plasmáticos de peróxido lipídico estavam mais elevados nos casos de indivíduos com a doença em comparação com os indivíduos saudáveis.   

Para confirmar esta observação, foram feitas mensurações em pacientes provenientes da Cidade do Cabo. Foi medida a peroxidação lipídica nos pacientes infectados pela tuberculose, indivíduos com tuberculose latente e pacientes saudáveis. Foi encontrada uma correlação entre os níveis baixos de glutationa, assim como autos níveis de peroxidação nos casos mais graves da doença. 

A segunda frente da pesquisa se baseou em dados obtidos a partir de testes com camundongos geneticamente modificados, cujo desempenho em estudos anteriores demonstrou que possuíam lesões pulmonares semelhantes às humanas quando contraem a tuberculose. Infectados via aerossol, os camundongos demonstraram o mesmo decréscimo de Gpx4 na porção central das lesões nos granulomatomas e maior pigmentação para enzimas em células localizadas nas periferias do tecido pulmonar.  

Analisou-se ainda a resposta enzimática em dois grupos de camundongos geneticamente modificados, um grupo com baixa expressão de glutationa e outro com superexpressão da enzima. Os animais deficientes da enzima demonstraram cargas bacterianas maiores que aqueles com excreção normal ou aumentada. Os efeitos da necrose pulmoral nos animais com baixa expressão da enzima também se mostraram mais visíveis.  

A produção de espécies reativas ao oxigênio (ROS) é uma das primeiras respostas imunológicas de combate a presença dos patógenos. É, no entanto, a sua produção excessiva que termina por afetar o hospedeiro, dado que os ROS tentam atacar as células através da geração de peróxidos lipídicos tóxicos. O papel da Gpx4 neste processo é reduzir o fosfolipídio ligado a membrana dos hidroperóxidos, o que evita a desestabilização da membrana celular. 

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Estudante do PgPAT recebe menção honrosa no Prêmio Oswaldo Cruz de Teses 2022 

Sara Nunes, autora da tese que recebeu menção honrosa.

A tese intitulada “O papel do miR-193B e miR-205 na exposição in vitro de diferentes células humanas à leishmania braziliensis” recebeu menção honrosa no Prêmio Oswaldo Cruz de Teses de 2022 da Fiocruz. A tese foi desenvolvida por Sara Nunes de Oliveira Araujo, doutora pelo Programa de Pós-graduação em Patologia Humana e Patologia Experimental (PgPAT), sob orientação da pesquisadora da Fiocruz Bahia, Natalia Machado Tavares.  

Defendida em janeiro de 2022, a tese estuda o papel dos microRNAs, que são pequenos RNAs endógenos não codificantes, na atuação contra o desenvolvimento da leishmaniose cutânea. A pesquisa trabalha com dois microRNAs, entre os quais o miR-205, cuja descoberta permite propor uma nova abordagem terapêutica para a doença.  

Segundo o edital do Prêmio, o critério na escolha dos trabalhos reconhecidos é o “elevado valor para o avanço da saúde nas áreas de atuação da Fiocruz”. A pesquisadora Natalia Tavares relata a alegria que sente em ver os frutos da dedicação de sua orientanda. “Poder ver toda a dedicação e empenho de Sara no desenvolvimento de sua tese, escrita com tanto cuidado e amplamente elogiada pela banca avaliadora, ser agora apreciada nacionalmente é um reconhecimento que ela merece muito”, declara.  

“Eu não poderia estar mais orgulhosa e feliz em ter sido sua orientadora desde o mestrado. Essa conquista é resultado da trajetória belíssima que ela tem na pesquisa e tenho certeza de que muitas outras virão”, completa Natalia. 

Com a defesa da tese, Sara prosseguiu para o pós-doutorado no PgPAT, dando continuidade à pesquisa. “O reconhecimento deste trabalho incentiva a continuidade de estudos que buscam novas estratégias terapêuticas em doenças negligenciadas”, assegura a pesquisadora. “Estou feliz por estar entre os melhores trabalhos avaliados em nível nacional e acredito que esse reconhecimento impactou o nosso grupo de pesquisa de forma muito positiva. É gratificante poder contribuir com os avanços científicos em uma área que ainda há tanto a ser descoberto”. 

A cerimônia oficial da premiação irá ocorrer no dia 14 de outubro, às 10 horas. Previsto para acontecer em formato híbrido, o evento presencial será realizado em Manguinhos, na sede da Fiocruz, no Rio de Janeiro.  

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Projeto Meninas Baianas na Ciência realiza terceiro evento para estudantes baianas

Seguindo a programação de 2022, o projeto Meninas Baianas na Ciência realizou seu terceiro evento na tarde desta terça-feira (27/9). Com a presença de estudantes de oito colégios da rede pública, o encontro contou com uma palestra realizada pela pesquisadora e coordenadora do Curso de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI) Deborah Fraga. Em seguida, as alunas assistiram a experimentações com testes sorológicos e de extração de DNA de frutas, preparadas por doutorandos do PgBSMI e discentes de iniciação científica.

O ciclo de palestras realizadas pelas pesquisadoras da Fiocruz Bahia tem o objetivo de compartilhar as experiências das mulheres que fazem ciência. A pesquisadora Deborah Fraga narrou as dificuldades e vitórias que obteve em sua trajetória e os impactos sentidos por ser uma mulher. “Durante o meu mestrado tive que estudar com minha filha, a mais velha, ainda pequena. Estava sozinha, com meu marido, e a gente se revezou nos cuidados. Nós passamos por essas dificuldades, mas é possível”, conta. “Hoje minhas filhas são duas mulheres. Fui muito feliz com a formação delas e quero ajudar a formar outras mulheres”.

Entre as próprias inspirações, Fraga coloca outras pesquisadoras da instituição, como a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, a vice-diretora de Ensino e Informação, Claudia Brodskyn, a pesquisadora Patrícia Veras e a atual presidente da Fiocruz, Nísia Trindade. De acordo com ela, faz toda a diferença contar com a presença de mulheres na ciência. “Patrícia Veras foi a primeira mulher que eu tive como orientadora, até então eu só tinha tido homens. E foi uma parceria diferente. É importante nos apoiarmos, enxergamos as dificuldades uma da outra. Espero que vocês encontrem mulheres que inspirem vocês também”.

A aluna de iniciação científica Stefane Calmon compartilha dos objetivos apresentados. “No meu ensino médio eu tive a oportunidade de participar de um programa de Iniciação Científica Júnior. Isso é sensacional, que uma instituição de pesquisa esteja promovendo esse encontro e mostrando o que é a ciência para as meninas”.

Uma das cinco alunas sorteadas para participar de um estágio na Fiocruz Bahia é a aluna do Colégio Estadual da Bahia – Central, Adriele Costa. A jovem de 17 anos está acompanhando as atividades das linhas de pesquisa de Deborah Fraga, ela comenta que o insetário também vem chamando sua atenção. “Lá tem a dissecção, a alimentação das larvas. É muito interessante”, relata. “Para mim, que sempre quis estar nessa área da ciência, essa é uma oportunidade maravilhosa. Como Dra. Deborah explicou, tem várias mulheres no laboratório. Isso é uma inspiração”.

Impressões das participantes

Professora de inglês no Colégio Estadual Eduardo Bahiana, Márcia Ramos afirma que os dias de evento do Meninas Baianas na Ciência são precedidos pela animação das jovens estudantes. “Elas já são bastante interessadas, mas eu espero que esse projeto possa desenvolver ainda mais o interesse delas pela ciência e que elas possam passar isso para seus colegas”, declara.

A docente de biologia Jânia Lordelo, do Colégio Estadual Deputado Rogerio Rego, acrescenta outros ganhos que vislumbra com o projeto. “Tem sido uma experiência maravilhosa porque as meninas podem visualizar outros mundos. Eu acho importante esse espírito de descoberta, de curiosidade, de investigação, que elas passam a ver na prática e não só aquele estudo bancário, para as provas. É um estudo para a vida”, assegura.

Evelin Maria, 17, também aluna do Colégio Central, demonstrou estar bastante interessada na palestra da professora Deborah. É que, assim como a pesquisadora, ela deseja ser uma médica veterinária. Para Evelin, a participação no projeto foi essencial para esse encaminhamento. “A primeira vez que eu vim aqui, nem tinha nada em mente. Quando cheguei aqui e vi na prática que seguir essa carreira pode levar a tantos outros caminhos, eu fiquei muito mais interessada”, diz.

Sobre o projeto

O projeto Meninas Baianas na Ciência é realizado com o apoio da 2ª chamada Garotas STEM, do British Council e Fundação Carlos Chagas e o apoio da Secretaria de Educação do Estado da Bahia. Com a coordenação das pesquisadoras Isadora Siqueira, Karine Damasceno e Natália Machado, o projeto tem uma programação de encontros prevista até novembro. Ao final será concedido um certificado de participação para as estudantes.  

Nesta edição, participam do projeto alunas do Colégio Estadual Deputado Rogerio Rego; Colégio Estadual Heitor Villa Lobos; Colégio Estadual Mãe Stella; Colégio Estadual Cosme de Farias; Colégio da Polícia Militar – Unidade I/Dendezeiros; Colégio Estadual Eduardo Bahiana; Colégio Estadual da Bahia Central; e Escola Estadual Deputado Naomar Alcântara.

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Pesquisadora Aldina Barral recebe prêmio SBI Women in Science

Foto: Academia de Ciências da Bahia

Em reconhecimento às contribuições para a pesquisa em Imunologia, Aldina Maria Prado Barral, pesquisadora da Fiocruz Bahia, recebeu o prêmio SBI Women in Science, da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI). A premiação ocorreu na última terça-feira (20), na abertura do evento Immunometabolism 2022, o congresso anual da SBI, realizado em São Paulo. 

O prêmio foi entregue pela presidente da Sociedade Ana Maria Caetano Faria, que destacou as importantes contribuições da cientista no estudo imunológico da leishmaniose. Aldina Barral foi presidente da SBI durante o biênio de 2008-2009 e, em seu discurso de agradecimento, parabenizou a instituição nos esforços pela igualdade de gênero, tendo em seu histórico diversas presidentes mulheres, e pontuou o fato de a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, ser uma cientista negra. Também disse que o prêmio celebra o trabalho de uma equipe com várias participantes vitais, dentre elas outras pesquisadoras da Fiocruz Bahia. 

Aldina ainda evidenciou o momento histórico de descrédito pela qual a ciência passa. “As orientações baseadas na ciência para diversas políticas, incluindo as de saúde pública, desafiam decisões autoritárias e, portanto, a ciência é vista como inimiga. Defender a base científica das decisões é uma batalha crucial e necessária com a participação de todos os gêneros e orientações”, afirmou. “Depois de obter sucesso na defesa da primazia das decisões baseadas na ciência em todos os níveis, podemos estar muito perto de ser uma sociedade mais igualitária, e trabalhar como uma comunidade humana que mereça este nome”. 

Formada em medicina pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde hoje é Professora Titular, Aldina Barral atua nas áreas de Imunoparasitologia e Patologia Humana desde a década de 80.  É também pesquisadora titular da Fiocruz Bahia, onde a cientista obteve conquistas na pesquisa em Parasitologia, com ênfase em Protozoologia Parasitária Humana, abordando tópicos como a imunopatologia das leishmanioses e a imunologia aplicada.

“A Dra. Aldina Barral é uma das pesquisadoras mais proeminentes da Fiocruz”, reconhece a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves. “Ela possui uma trajetória científica brilhante, com uma história de conquistas científicas, angariando diferentes prêmios acadêmicos e de sociedades científicas”, declara.  A diretora também reforça a importância de ver uma colega de profissão sendo reconhecida em sua área. “A Dra. Aldina Barral formou e estimulou a vida científica de várias mulheres e o fato dela estar recebendo o prêmio ‘SBI woman in science’ é uma deferência a todas as mulheres cientistas, o que muito nos orgulha”. 

O prêmio SBI Women in Science foi criado como uma ferramenta de visibilidade às contribuições de cientistas mulheres, com o objetivo de celebrar as realizações e partilhar as histórias das profissionais da área de Imunologia. Concedido a cada dois anos, a escolha da cientista se dá com base em critérios como as descobertas científicas alcançadas e o número de publicações, apresentações de pôsteres e em conferências. O comitê que analisa as candidatas também considera a trajetória das pesquisadoras em relação à liderança e à tutoria. 

Reconhecimento 

Além deste prêmio, Aldina Barral já foi reconhecida com o World Scientists Forum International Awards-Science & Medicine, em 2003; o Prêmio Claudia na categoria de Ciências, em 2008; foi nomeada comendadora da Ordem Nacional do Mérito Científico pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, em 2010; e recebeu o Prêmio Scopus Brasil, promovido pela Editora Elsevier e pela Capes, em 2010. É membro titular da Academia Brasileira de Ciências, eleita em 2005, e em 2011 tornou-se também membro titular da Academia de Ciências da Bahia. 

Em 2020, a professora foi incluída em um ranking mundial de cientistas elaborado pelo Journal Plos Biology, que destacou os 100 mil cientistas mais influentes do mundo. Eleita pelos critérios de impacto da carreira e impacto do pesquisador em um único ano, Aldina Barral esteve entre os 600 cientistas brasileiros que integraram a lista.  

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Websérie | Doença de Chagas | Episódio 2

No vídeo “Doença de Chagas: desenvolvimento de teste rápido”, o pesquisador da Fiocruz Bahia, Fred Luciano Santos, aborda a pesquisa que coordena no desenvolvimento do teste rápido para doença de Chagas. Além do teste em humanos, neste episódio o cientista também fala sobre o teste que seu grupo está desenvolvendo para diagnóstico da enfermidade em cães.

A Fiocruz Bahia produziu uma websérie sobre as principais pesquisas realizadas na instituição. Os vídeos estão divididos em 9 temas: arbovirose, big data, câncer, células-tronco, doença de Chagas, doença falciforme, helmintíase, HTLV, leishmaniose e tuberculose.

Confira!

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Estudo sobre interações entre Leishmania e macrófagos é publicado em livro

Um estudo sobre as formas de interação da Leishmania com células do hospedeiro foi publicado no livro “Macrofágos – 140 anos de sua descoberta”, editado por Vijay Kumar. O capítulo denominado “Elucidando a complexa interrelação nas interações precoces entre a Leishmania e macrófagos”, delineia, através de revisão bibliográfica, um amplo panorama de como a Leishmania se estabelece, sobrevive e se multiplica em células chamadas de macrófagos. Essa entrada se dá por meio de um processo denominado de fagocitose. O trabalho foi realizado pelas pesquisadoras da Fiocruz Bahia, Patrícia Veras e Juliana Perrone, e pelo pesquisador Thiago Castro Gomes, da Universidade Federal de Minas Gerais.

A fagocitose é um processo metabólico que envolve a internalização de material particulado por células fagocíticas, como o macrófago. Esse processo ocorre em uma série de etapas distintas e complementares nas células fagocíticas, sendo capaz de reconhecer micro-organismos, incluindo os parasitos do gênero Leishmania, que na forma de promastigota são reconhecidos por receptores e são internalizados. Mediante esta ligação da Leishmania com a célula hospedeira, etapas subsequentes ocorrem, incluindo a polimerização da actina e a produção de moléculas microbicidas. Assim, os fagossomos formados contendo os parasitas transitam pela via endocítica da célula hospedeira, onde sofrem modificações, para, por fim, se fusionarem com lisossomos, transformando-se em compartimentos fagolisossomais.

No entanto, os cientistas reconhecem que, há outras formas para o parasita adentrar em um ser vivo. Estudos anteriores demonstraram que, ao tratar os macrófagos com o inibidor da fagocitose citocalasina-D, cerca de 75% da infecção foi bloqueada, evidenciando que na parcela de 25% das células infectadas, a fagocitose não é a única via de entrada no hospedeiro.

Os autores salientam que a capacidade do hospedeiro em erradicar a infecção, como a causada pela Leishmania, depende dos primeiros momentos de interação entre esses microorganismos e as células hospedeiras, ativando diferentes vias de sinalização celular que são cruciais para o resultado da infecção. Dessa forma, a depender do tipo de encontro inicial entre Leishmania e o macrófago, pode ocorrer tanto a eliminação dos parasitas, como o estabelecimento da infecção e mesmo migração das células infectadas pela Leishmania para outros tecidos do hospedeiro, resultando em disseminação do parasito para diferentes tecidos.

Clique aqui para acessar a publicação.

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Fiocruz Bahia recebe profissionais da educação de Valença 

Professores e gestores da educação pública do município de Valença participaram de uma atividade presencial no Instituto Gonçalo Moniz, sede da Fiocruz Bahia, durante a tarde de sexta-feira (16).  O objetivo da visita foi promover o conhecimento e o contato com as atividades desenvolvidas no Instituto. Após as atividades, os docentes retornaram com o desejo de partilhar a experiência com seus alunos.  

Estiveram presentes 28 professores da área de ciências, representando as 16 escolas da rede pública, das zonas urbana e rural do município. O encontro começou a ser articulado em abril deste ano e é a primeira atividade com os profissionais de Valença. A coordenadora técnica da Secretaria Municipal de Educação de Valença Lisiane Bernardes foi uma das articuladoras do encontro. O primeiro contato com as atividades da Fiocruz Bahia ocorreu por uma palestra online com alunos da UFBA, sobre a Leishmaniose, quando se tratou também das atividades do Instituto.  

“Assim que voltamos aos trabalhos presenciais, entrei em contato com a Fiocruz Bahia”, relata. A coordenadora também já atuou como professora de geografia em sala de aula e entende a importância da promoção de atividades formadoras como essa. “Nós sempre buscamos esse tipo de atividade, porque dessa forma, conseguimos fazer um trabalho pedagógico com maior consistência, mais próximo da realidade. Quando nós vivenciamos esse aprendizado, fica mais fácil passar para os nossos alunos, usar novas metodologias”, declara.  

Lisiane e a coordenadora técnica dos anos finais de ensino, também da Secretaria de Educação, Josineide Neri, utilizam a mesma expressão para se referir ao contato entre os professores e alunos. “Eles estão no chão da sala de aula”, comenta Josineide. “Estamos aqui com os professores de ciência que trabalham do 6° ao 9° ano. O nosso objetivo é fazer com que esse professor tenha uma vivência da instituição, para que possa levar conhecimento aos alunos que de fato chegue aos nossos estudantes”, afirma, entusiasmada.  

É com orgulho que a coordenadora relata as conquistas do corpo estudantil da cidade: os estudantes acumulam medalhas e menções honrosas nas Olimpíadas Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), da Olimpíada Nacional de Eficiência Energética (ONEE) e da Olimpíada Nacional de Ciências (ONC).  

“Desde então, nós temos um interesse muito grande dos professores para continuar motivando os estudantes na área da ciência e a buscar novas descobertas. Agradeço pela oportunidade de trazer nossos colegas para visualizar esse espaço, ter acesso e levar novos conhecimentos para a sala de aula. É um privilégio para a gente”, completa a professora.  

No chão da sala de aula  

O professor Daniel Mazzei, da Escola Municipal Dr. José Andrade Soares, partilha desse orgulho. Alguns de seus alunos foram os responsáveis pelas conquistas nas Olimpíadas e ele próprio recebeu a condecoração de “Honra ao Mestre” pelo trabalho feito em sala. O professor pretende aproveitar a atiçar a curiosidade dos alunos com a visita. “Quando se abre a porta dos institutos também se aproxima a população, isso faz com que ela se sinta mais participativa, mais presente. Todo o conhecimento que esses professores vão levar daqui, será repassado. Eles vão relatar um pouco do que aprenderam e vão enriquecer suas aulas”, comenta. 

Professor de ciências do Colégio Estadual Bernardo Bispo dos Santos, da Comunidade Quilombola do Distrito de Jiquiriça, Adonias Ramos também acredita na importância dessa aproximação. “Meu intuito é conhecer melhor a instituição e também analisar como podemos inovar na questão da metodologia, no aprendizado das nossas aulas de ciências”. Como atuante em uma escola de zona rural, com trabalho em uma comunidade aldeada, Adonias acredita no potencial que suas aulas podem ter para os estudantes. “Nós sabemos que os futuros cientistas irão sair da educação”, defende.  

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