PROFORTEC divulga gabaritos das provas

O Comitê Técnico Assessor do PROGRAMA DE FORMAÇÃO TÉCNICA EM CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO EM SAÚDE – PROFORTEC-SAÚDE promovido pelo IGM, torna público os gabaritos das provas do processo seletivo do programa de formação, nos perfis “Laboratórios e Plataformas” e “Ciência de Dados”. Consulte abaixo:

Gabarito – Laboratórios e Plataformas
Gabarito – Ciência de Dados

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PgBSMI divulga homologação das inscrições

A Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI) divulga as inscrições homologadas e NÃO homologadas do processo seletivo 2023.2. As listas, organizadas em ordem alfabética, estão disponíveis do site do PgBSMI e na plataforma SIGASS.

Os recursos referentes a homologação das inscrições deverão ser encaminhados para o e-mail (pgbsmi@fiocruz.br), no dia 11 de maio até às 23:59, conforme cronograma em edital. Também foi publicada uma errata sobre o barema para o nível de Doutorado, que está disponível nos mesmos sites.

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Brasileiros apresentam deficiência de vitamina D mesmo no verão, revela estudo

Um estudo foi realizado buscando estimar os níveis de vitamina D e sua associação com estilo de vida, fatores sociodemográficos e medidas corporais em residentes de Salvador, Curitiba e São Paulo, cidades de diferentes regiões do Brasil. Os resultados mostraram que a alta prevalência de deficiência de vitamina D observada durante o verão em indivíduos saudáveis ​​indica que o Brasil é um país de risco de deficiência de vitamina D, com prevalência próxima a países europeus.

Essa deficiência pode ser pior em cidades como São Paulo e Curitiba durante o inverno, do que em Salvador, uma vez que o nível de vitamina D nessa época do ano tende a cair 30%. O estudo, coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Edson Moreira, é o primeiro representativo que investigou os níveis de vitamina D em uma população saudável no Brasil. O trabalho foi publicado no Journal of the Endocrine Society.

A vitamina D é responsável por manter as propriedades do cálcio e o funcionamento saudável do organismo por conta de suas ações no intestino, rim, ossos e glândulas. Sua deficiência pode acarretar problemas sérios de saúde, como osteoporose, além de causar fraqueza muscular, aumento do risco de quedas ou fraturas.

Os dados da pesquisa foram adquiridos a partir de amostras de sangue de 1.004 doadores de ambos os sexos, durante o verão, no período de dezembro de 2020 a março de 2021. Informações sobre estilo de vida, sociodemográficos e medidas do corpo foram coletadas por meio de uma entrevista com um questionário padronizado. Foi considerado com insuficiência de vitamina D indivíduos com níveis abaixo de 30 ng/mL e com deficiência as pessoas com níveis abaixo de 20 ng/mL.

A prevalência de deficiência foi de 15,3% e insuficiência de 50,9% no geral. Discriminando por cidade, a prevalência foi 12,1% de deficiência e 47,6% de insuficiência em Salvador; 20,5% e 52,4% em São Paulo e 12,7% e 52,1% em Curitiba. Maior índice de massa corporal (IMC) e maior latitude do local onde o indivíduo vive foram preditores significativos de deficiência de vitamina D, enquanto a cor da pele (branca), tempos de exposição aos raios solares e uso atual de suplemento dietético foram protetores.

Esses dados podem motivar os gestores a promover ações que incentivem a população a aumentar a atividade física ao ar livre, principalmente em regiões com alta disponibilidade de sol. No Brasil não existe uma política de fortificação de alimentos com vitamina D, como ocorre em outros países como o Canadá e Finlândia. No entanto, os dados indicam que mesmo saudáveis pessoas que vivem nos trópicos se beneficiam da adição de vitamina D nos alimentos para evitar a deficiência.

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Tese avalia impactos clínicos e epidemiológicos da Covid-19

Estudante: Rodrigo Carvalho de Menezes
Orientação: Bruno de Bezerril Andrade
Título da Tese: “Impactos clínicos e epidemiológicos da Covid-19: estudo dos determinantes diagnósticos e prognósticos dos efeitos da pandemia na síndrome de Burnout em profissionais de saúde e nas características clínicas e epidemiológicas de vírus respiratórios em crianças”.
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana
Data de defesa: 31/05/2023
Horário: 14h00
Local: Sala Virtual do Zoom
ID da reunião: 845 1278 9667
Senha de acesso: defesa

Resumo

Introdução: O impacto da pandemia da COVID-19 possui dimensões ainda não totalmente mensuráveis. Foram, até o momento, 624 milhões de pessoas acometidas, 6,5 milhões de mortes diretas e 18,2 milhões de indiretas. No Brasil, a rápida ascensão no número de casos, potencializada pela inequidade socioeconômica e pela magnitude continental do país, o tornou um dos epicentros da pandemia. Por conta do grande número diário de novos casos, configurara-se um cenário de escassez de insumos, leitos e recursos humanos, tensionando os serviços de saúde públicos e privados. Com isso, no intuito de possibilitar maior eficácia na alocação de recursos, buscamos identificar os determinantes associados ao diagnóstico e prognóstico de pacientes acometidos pela COVID-19. Metodologia: Trata-se de uma tese que reúne cinco manuscritos que abordam diferentes aspectos da COVID-19. Esses trabalhos resultaram de quatro coortes, sendo três delas frutos de colaborações locais entre hospitais e uma composta por dados públicos disponibilizados pela Secretaria de Vigilância em Saúde, nas quais se analisaram dados clínicos e sociodemográficos por meio de estatística descritiva, de concordância, e regressão logística com desenvolvimento de escores prognósticos. Resultados: No primeiro manuscrito, reportamos uma ferramenta acurada o diagnóstico dos pacientes que se apresentam à emergência de hospitais terciários. No segundo, acessamos as diferenças sintomatológicas dos agentes causadores de síndrome gripal em crianças e observamos um padrão distinto de manifestação no SARS-CoV-2, com maior associação à sintomas gastrointestinais, ageusia, anosmia e acometimento nosocomial. No terceiro, desenvolvemos
um escore prognóstico de fácil aplicação, que não necessita de exames de imagem, capaz de discriminar o risco de morte intra-hospitalar do paciente acometido pela COVID-19. Em seguida, no quarto manuscrito, recalibramos uma ferramenta prognóstica, previamente desenvolvida por nosso grupo para pneumonia comunitária no UTI, para o cenário da COVID19. Por fim, no quinto manuscrito, investigamos a associação entre características de profissionais de saúde que atuaram na linha de frente contra a COVID-19 e a síndrome de burnout, e identificamos que o consumo de álcool apresentou forte associação com o desenvolvimento da síndrome, enquanto o hábito de rezar diariamente e atuar nas unidades de terapia intensiva associaram-se inversamente. Conclusão: os trabalhos que compõem essa tese evidenciam os diferentes determinantes associados à COVID-19, do seu diagnóstico, diagnóstico diferencial até prognóstico. Essas informações permitiram o desenvolvimento de ferramentas capazes de auxiliar no manejo clínico e na alocação de recursos, bem como servir de substrato para a adaptação de novos modelos frente a futuros desafios, a fim de reduzir os impactos negativos de eventos de saúde de grande magnitude.
Palavras-chave: COVID-19, prognóstico, mortalidade, diagnóstico, burnout.

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Fiocruz Bahia participará do Festival Pint of Science

Discutir ciência na mesa do bar com pesquisadores? É essa a proposta do Festival Pint of Science, uma iniciativa que busca aproximar a ciência da sociedade de forma descontraída e acessível. A Fiocruz Bahia, junto com a Universidade Federal da Bahia (UFBA), é uma das instituições organizadoras e participantes da edição de 2023 em Salvador, que acontecerá nos dias 22, 23 e 24 de maio.

No primeiro dia, o tema das discussões será “Sustentabilidade”, com a presença da pesquisadora Nelzair Viana e dos pesquisadores da UFBA, Ronaldo Oliveira e Carolina Souza. Já no dia 23, o tema será “Sendo inspiração: Meninas e Meninos nas Ciências” e contará com a apresentação do projeto Meninas Baianas na Ciência, pela pesquisadora Natália Tavares; a discussão sobre “Síndrome de Impostor” pelo doutorando Matheus Jesus, além da conversa sobre ciência e responsabilidade social, ministrada pela aluna egressa da instituição, Jaqueline Goes.

O último dia de evento contará com roda de conversa sobre o médico cientista, pelo pesquisador Bruno Bezerril; debate sobre doença de Chagas com o pesquisador Fred Luciano e discussão sobre as inovações no campo de pesquisa em câncer, com a pesquisadora Clarissa Gurgel e sobre inteligência artificial com Daniel Almeida Filho, do CIMATEC.

Com o lema “Um Brinde à Ciência”, o festival foi criado em 2012, na Inglaterra, e chegou ao Brasil em 2015, reunindo pesquisadores e especialistas em bares e restaurantes para discutir temas relevantes em diversas áreas do conhecimento. Além disso o evento visa inspirar jovens estudantes e promover o interesse pela ciência e tecnologia, contribuindo para o desenvolvimento da educação científica no país. O festival acontece junto com outros 25 países, totalizando quase 400 cidades em todo o mundo.

A organização do evento em Salvador conta com a coordenação geral de Denis Soares, diretor da Faculdade de Farmácia da UFBA, e coordenação adjunta de Valéria Borges, da equipe da Vice-Diretoria de Ensino da Fiocruz Bahia. A comissão local é composta por Jailson Alves (UFBA), Samuel Pita (UFBA), Daniel Almeida Filho (CIMATEC), Rafael Short (UFBA) e Marcio Santos (Fiocruz Bahia), como programador visual. A equipe de apoio é composta por discentes do Programa de Pós-Graduação em Farmácia (PPGFAR-UFBA) e da Fiocruz, incluindo discentes do Programa de Pós-Graduação em Patologia Humana (PGPAT – UFB/ Fiocruz Bahia), Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PGBSMI), Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC) e Programa de Formação Técnica em Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (Profortec) da Fiocruz Bahia.

Confira a programação. Para outras informações acesse o site https://pintofscience.com.br/events/salvador.

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Epidemia de dengue em Feira de Santana é tema de dissertação

Estudante: Ítalo Andrade Barbosa Lima
Orientação: Isadora Cristina de Siqueira
Co-orientação: Tiago Gräff
Título da Dissertação: “EPIDEMIA DE DENGUE EM FEIRA DE SANTANA EM 2019: ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E MOLECULARES”
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 18/05/2023
Horário: 14h00
Local: Sala Virtual do Zoom
ID da reunião: 836 5083 2351
Senha de acesso: italo

Resumo

A dengue é uma doença de grande importância nas Américas, sendo endêmico por décadas e tendo já apresentado quatro sorotipos no país. Sua disseminação por mosquitos vetores torna difícil seu controle. O principal dentre os vetores é o Aedes aegypti, tendo um potencial de proliferar mais de uma arbovirose por vez. O município de Feira de Santana, localizado no estado da Bahia, apresenta um número significativo de casos todos os anos, não somente para dengue como também para outras arboviroses, demostrando ser uma região endêmica. Dessa forma, se faz importante realizar uma vigilância periódica da doença, utilizando os diagnósticos sorológico e molecular. Com isso, esse estudo objetivou descrever a epidemia de dengue ocorrida no ano de 2019 no município de Feira de Santana. Foram coletadas amostras biológicas de pacientes de Feira de Santana e enviadas à Fiocruz-BA para diagnóstico. Nos testes sorológicos foram realizados a detecção do anticorpo IgM e do antígeno NS1. Nos testes moleculares a procura foi pela presença do RNA do vírus da dengue. Foram incluídos 977 participantes nesse estudo, todas as amostras foram testadas por métodos sorológicos, tanto utilizando o anticorpo IgM, sendo 253 (25,90%) positivas para dengue, ou o antígeno NS1 sendo 392 (40,12%) positivas. Para o diagnóstico molecular 873 amostras foram testadas, sendo detectado a presenças de DENV em 102 (11,68%). Para o sequenciamento foram escolhidas 17 amostras, nelas foi encontrado a presença do DENV1 genótipo V e DENV-2 genótipo III mostrando persistência do vírus na região, assim como, a introdução de um novo clado. Também foram descobertas mutações em alguns genes de proteínas estruturais e não estruturais. Assim, mostrando a importância da vigilância epidemiológica e genômica para investigação de epidemias ou surtos, auxiliando os órgãos de saúde a tomarem medidas para resolução dos atuais e futuros problemas de saúde pública. Palavras chave: DENV, sorologia, biologia molecular, sequenciamento

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Cidacs recebe prêmio internacional por atuação na pandemia

O coordenador do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), Maurício Barreto, recebeu o prêmio “The Information and Data Distribution Award 2023“, da Federação Mundial de Associações de Saúde Pública (WFPHA), pelo trabalho no uso de dados e pela produção de conhecimento em contextos adversos como a pandemia de Covid-19. A honraria foi entregue durante o 17º Congresso Mundial de Saúde Pública, em Roma, Itália, em 04 de maio (hoje).

Este reconhecimento ao Cidacs vem de uma instituição que congrega as associações de profissionais de saúde pública de todo o mundo e consolida o destaque e prestígio internacional que o Cidacs tem ganhado durante os seus seis anos de existência. A categoria Distribuição de Informação e Dados foi criada em 2020 e faz parte dos sete grupos premiáveis.

O prêmio reconhece uma organização que fez a devida diligência coletando, organizando e distribuindo dados e informações sobre pandemias, desastres nacionais e emergências de saúde em grande escala. O Congresso Mundial de Saúde Pública reúne pesquisadores, gestores, profissionais de saúde, de todo o mundo.

“O notável desempenho do Cidacs, no quesito da produção e disseminação de dados e informações, durante a pandemia de Covid-19, liderando a Rede CoVida desde o início de 2020, chamou a atenção do Comitê de Premiações e do Conselho Diretor da WFPHA”, comentou o presidente da instituição, o pesquisador e professor brasileiro, Luís Eugênio Portela, atual diretor do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/Ufba).

A Rede CoVida, citada pelo professor Luís Eugênio, foi criada pelo Cidacs/Fiocruz e a Ufba, em março de 2020, como resposta ao grave problema de saúde pública da humanidade: a pandemia da Covid-19. Criado de forma totalmente voluntária, atuou na triagem de conhecimento, dando respostas diretas a gestores e tomadores de decisão a partir de evidências científicas. Chegou a reunir mais de 200 voluntários, entre epidemiologistas, comunicólogos, médicos, físicos, matemáticos, biólogos e profissionais de outras diversas formações.

Fonte: Cidacs/ Fiocruz Bahia

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Fiocruz Bahia recebe delegação do Ministério da Saúde de Angola

O Instituto Gonçalo Moniz (IGM), sede da Fiocruz Bahia, recebeu uma delegação do Ministério da Saúde de Angola, com o objetivo de apoiar a implementação de uma política de atenção integral para pessoas com doença falciforme no país africano. O encontro foi voltado para a troca de conhecimentos científicos no tratamento dos agravos causados pela enfermidade e no atendimento humanizado aos pacientes. O grupo foi recebido pela diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, no dia 17 de abril.

A delegação foi integrada por Francisco Antônio José Domingos, Diretor Geral do Instituto Hematológico Pediátrico Dra. Victória do Espírito Santo; Eunice Cassinda Pereira Manico, Diretora Técnica do Instituto Nacional do Sangue; Suzana da Conceição Simões Trindade, diretora Nacional de Saúde Pública, do Ministério da Saúde de Angola; e por Miguel Viriato, representante do Gabinete de Intercâmbio do Ministério da Saúde de Angola. Tiago Novais, assessor da Coordenação de Sangue do Ministério da Saúde do Brasil, acompanhou a delegação.

Em novembro de 2019, foi assinado um acordo entre o Ministério da Saúde do Brasil e o governo angolano visando fortalecer o intercâmbio de conhecimento entre os países no que se refere à atenção às pessoas com doença falciforme. Por conta da paralisação das atividades motivada pela pandemia da Covid-19, a visita oficial só pôde ser realizada nesse momento. Além da Bahia, os representantes visitaram Minas Gerais e Brasília. 

Com uma trajetória no estudo da doença falciforme, Marilda Gonçalves apresentou a atuação do Laboratório de Investigação em Genética e Hematologia Translacional (LIGHT), o qual coordena, e ressaltou a atuação no estudo de biomarcadores, no uso de fármacos para o tratamento e outras terapias, no estudo de subfenótipos da doença e o desenvolvimento de recursos para a formação de profissionais da saúde.“Nós ficamos honrados com a visita da delegação de Angola e com a oportunidade que tivemos para a troca de conhecimento sobre a doença falciforme. Já trabalhamos com outros paises africanos e será muito importante estreitarmos os laços com Angola, pois o aprendizado é sempre muito inspirador”, declarou Marilda Gonçalves.

Para Francisco Domingos, Diretor Geral do Instituto Hematológico Pediátrico Dra. Victória do Espírito Santo, o encontro apontou novas possibilidades não apenas no âmbito das pesquisas em saúde, mas também em caminhos para usar a comunicação e a educação a favor da população atingida. “Esta é uma entidade de ensino e pesquisa, com uma equipe multidisciplinar que funciona muito bem”, avalia. O pesquisador afirma que espera que a Fiocruz Bahia possa auxiliar a formar os profissionais de Angola. “Por o IGM ser uma entidade que possui cursos de formação a todos os níveis, principalmente na pós-graduação, nosso desejo é que tenhamos profissionais que venham para cá, tal como ocorreu com pessoas do Benin e da Nigéria”.

O pesquisador da Fiocruz Bahia, Washington Santos, apresentou o projeto “RIMFAL: traço falciforme e doença renal na Bahia”. Para o cientista, a ocasião foi uma oportunidade de troca de informações sobre a prevalência do traço falciforme na Bahia e em Angola (onde é particularmente alta), sobre o desafio que a progressão de doenças renais representa para o Brasil e para Angola e como a colaboração estabelecida entre o Brasil e os países da África pode contribuir para o entendimento e busca de soluções para problemas em comum. “Temos muito a aprender com Angola e temos muito também a oferecer, na formação de patologistas e na realização de projetos transcontinentais”, comentou.

Programação

O dia contou com a apresentação das pesquisas desenvolvidas sobre a doença falciforme no âmbito de instituições baianas. O professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Vitor Antônio Fortuna apresentou à delegação o projeto de pesquisa que desenvolve voltado para a aplicação de terapia fotodinâmica aplicada no tratamento de úlceras falciformes. A pesquisa coordenada pelo professor utiliza a técnica que consiste na aplicação de um elemento fotossensível junto com luz para tratar as úlceras que podem acometer indivíduos com a doença. A possibilidade de avanço da pesquisa e de implementação do tratamento animou os presentes.

“Nós pensamos em um contexto de colaboração internacional futura, com a possibilidade de um quinto encontro. Nós poderemos partilhar conhecimentos, recursos e tecnologias entre os países envolvidos”, avalia o professor. “A doença falciforme é uma doença genética que afeta principalmente pessoas de origem africana. Uma colaboração entre os países africanos é extremamente benéfica para que possamos desenvolver estratégias de tratamento”.

O coordenador geral da Associação Baiana de Pessoas com Doença Falciforme (ABDFAL), André Gomes, espera que os resultados alcançados nas pesquisas desenvolvidas possam promover mudanças significativas na atenção da saúde. “As apresentações que foram realizadas evidenciaram resultados importantes frente a realidade desses indivíduos. Essa colaboração entre a delegação de Angola e Brasil, mais especificamente a Bahia que é o estado brasileiro com mais casos de doença falciforme, nos mostrou que a Bahia continua produzindo ciência ao ponto de contribuir efetivamente nos cuidados integrais das pessoas”, avalia.

Houve ainda o compartilhamento de outras experiências envolvendo projetos de educação, divulgação e pesquisa voltados para pessoas com doença falciforme. Para tanto, a reunião contou com a presença de Antônio Brotas, coordenador da Gestão de Comunicação e Divulgação Científica da Fiocruz Bahia; Isa Menezes Lyra, pesquisadora colaboradora da Fiocruz Bahia e professora titular da UNIFACS; Elisângela Adorno, pesquisadora da Faculdade de Farmácia da UFBA; Thassila Pitanga, professora e pesquisadora da Universidade Católica de Salvador (UCSAL); Sânzio Santana, também professor da UCSAL; Cynara Barbosa, professora da Faculdade de Farmácia da UFBA; e Silvia Ribeiro, professora da Faculdade de Enfermagem da UFBA. O encontro contou com a participação de Setondji Modeste, pós-doutorando do LIGHT, que desenvolveu o mestrado e doutorado no IGM em decorrência de um intercâmbio com o país africano de Benin.

Fotos: Caique Fialho

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Tese investiga potencial antilêucemico de produtos naturais

Estudante: Ana Carolina Borges da Cruz Rodrigues
Orientação: Daniel Pereira Bezerra
Título da Tese: “PRODUTOS NATURAIS COM EFEITO ANTILEUCÊMICO ATRAVÉS DA INDUÇÃO DO ESTRESSE OXIDATIVO”
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 07/06/2023
Horário: 13h00
Local: Sala Virtual do Zoom
ID da reunião: 884 0790 5616
Senha de acesso: ana

Resumo

INTRODUÇÃO: A leucemia mieloide aguda (LMA) é um tipo heterogêneo comum de câncer hematológico e a forma mais letal de leucemia. É uma doença caracterizada pela expansão clonal de precursores mieloides com capacidade diminuída de diferenciação e é diagnosticada com mais frequência em pessoas com mais de 60 anos. Houve um limitado avanço no tratamento anti-LMA padrão nas últimas quatro décadas e o prognóstico da doença permanece ruim, com menos de 30% de sobrevida em 5 anos para pacientes diagnosticados com a doença. Nesse contexto, o desenvolvimento de novos medicamentos são urgentemente necessários, a fim de melhorar a recidiva e diminuir a toxicidade, principalmente para pacientes idosos, que representam uma população vulnerável ao padrão terapêutico intensivo. OBJETIVO: Diante disto, o objetivo do presente trabalho é investigar o potencial antilêucemico dos tritpernos quinonametídeos, tingenona (TG) e 22-hidroxitingenona (22-HTG) e o alcalóide/amida, piplartina (PL) em diferentes modelos de LMA. MATERIAS E MÉTODOS: O potencial citotóxico dos três compostos foi avaliado num painel de diferentes linhagens de células cancerosas, incluido leucêmicas, a fim de determinar a CI50. A avaliação do padrão de morte e mecanismo de ação dos compostos foi determinado através da análise do ciclo celular, detecção de morte celular por apoptose, potencial transmembrânico mitocondrial e produção de espécies reativas de oxigênio (ERO) por citometria de fluxo. Além disso, a modulação da expressão gênica e de vias de sinalização importantes para o desenvolvimento e progressão da leucemia foi investigado através de qPCR após tratamento com TG, 22-HTG e PL. A capacidade de inibir células-tronco e progenitores leucêmicas (CTPLs), o potencial clonogênico e a interação de PL com fármacos usados na terapia convencional de LMA também foi avaliada. Por último, o efeito antileucêmico de PL in vivo foi estudado através de um modelo xenográfico de leucemia humana. RESULTADOS: Os compostos se apresentaram citotóxicos contra as linhagens cancerosas testadas, e as linhagens leucêmicas se mostraram particularmente mais sensíveis aos
tratamentos. A apoptose induzida por TG e 22-HTG se deu pela supressão do sistema tiorredoxina, consequentemente induzindo estresse oxidativo que levou ao dano do DNA e ativação da via de sinalização MAPK. Estudos mecanísticos mostraram que PL tem como alvo a via de sinalização canônica do NF-κB e induz a apoptose através do acúmulo de espécies reativas de oxigênio mitocondrial. Interessantemente, PL não demonstrou toxicidade a atividade progenitora hematopoiética saudável quando testada em células de medula óssea de camundongos. Além disso, ao combinar PL com citarabina ou daunorribicina, demonstramos que PL possui um efeito sinérgico com esses medicamentos nos modelos de LMA testados. CONCLUSÃO: Nossos achados demonstram o efeito antileucêmico de TG, 22-HTG e PL, através da indução do estresse oxidativo culminando na inibição de vias de sinalizações importantes na leucemia, evidenciado assim que estes compostos são candidatos promissores para o desenvolvimento de novos fármacos para o tratamento de LMA. Palavras-chave: Leucemia mieloide aguda, triterpenos quinonametídeos, piplartina, citotoxicidade.

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Iniciativas de vigilância digital da Fiocruz Bahia recebem prêmio por inovação na área da saúde

O trabalho “Vigilância digital como ferramenta inovadora para o enfrentamento da atual e futuras pandemias: da avaliação de eficácia vacinal à previsão de novas emergências” foi contemplado, em 26 de abril, com o prêmio de segundo lugar em Saúde do ano de 2023 da Fundação Péter Murányi, em São Paulo. Estiveram presentes no evento para receber a premiação, os pesquisadores Manoel Barral-Netto (Cidacs/Fiocruz Bahia), Luiz Landau (COPPE/UFRJ), Vinícius de Araújo Oliveira (Cidacs/Fiocruz Bahia) e a pesquisadora Viviane Boaventura (Fiocruz Bahia).

Viviane Boaventura, Vinícius Oliveira, Manoel Barral-Neto (Fiocruz Bahia) e Luiz Landau (COPPE/Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ) momentos antes de receberem o prêmio.

O trabalho científico premiado utilizou-se de estratégias de saúde digital, tendo em base a transdisciplinaridade, ou seja, o cruzamento das fronteiras disciplinares para o desenvolvimento de duas iniciativas de pesquisa interligadas, o VigiVac e o Aesop. No VigiVac, foi avaliado a eficácia vacinal contra a Covid-19 em prevenir infecção, hospitalização e morte no Brasil. No Aesop o desenvolvimento está centrado em criar um sistema alimentado por dados digitais de saúde coletados frequentemente e geograficamente localizados para fornecer alertas antecipados de surtos de doenças infecciosas com potencial pandêmico.

Outros dois projetos também foram premiados, sendo em primeiro lugar o “Desenvolvimento de uma vacina tetravalente para dengue”, indicado pela Fundação Butantan e, em terceiro lugar, a pesquisa em “Soberania tecnológica no desenvolvimento de vacinas humanas no Brasil”, indicada pela Fiocruz Minas e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). É importante destacar que as iniciativas premiadas são de instituições públicas de educação, desenvolvimento científico, tecnológico e inovação, temas de grande impacto para a sociedade.

Sobre o prêmio

A premiação, concedida a pessoas físicas e grupos cujo trabalho tenha se destacado na descoberta ou progresso científico, seja relacionado à Saúde, Desenvolvimento Científico & Tecnológico, Alimentação e Educação, sob condição de auxiliar o avanço e bem-estar social de territórios de baixa e média renda. Nesse caso, a atenção é para os continentes e países situados abaixo do paralelo 20 de latitude Norte. Ou seja, na América Central, América do Sul, Oceania e uma parte da África, América do Norte e Ásia. Em razão da significante trajetória do seu idealizador aqui no Brasil, o empresário húngaro Péter Murányi, existe apoio especialmente ao Brasil.

Aos 24 anos o também estudioso de história e ator comunitário veio para o país, onde assumiu ao longo da trajetória papéis de destaque como o de Cônsul Geral Honorário da República Dominicana, em São Paulo, e Conselheiro da Academia Brasileira de História. A Fundação Péter Murányi foi criada em 1999, um ano após a morte do empresário, que em testamento deixou como missão registrada para a família criar o projeto de cunho comunitário, não limitado à premiação, podendo ainda promover atividades culturais e assistenciais.

Fonte: Cidacs/Fiocruz Bahia

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Apesar da desinformação, há confiança nos cientistas, afirma pesquisadora

“Fake news” foi eleita a expressão do ano, em 2017, pelo dicionário britânico Collins, por conta do uso amplamente disseminado do termo – inclusive por autoridades, como o ex-presidente norte americano Donald Trump. Um levantamento produzido pela Avaaz e pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) em 2018, mostrou que sete em cada dez brasileiros acreditam em uma informação imprecisa sobre as vacinas. Pior, informações errôneas foram as razões dadas por 57% dos entrevistados para não se vacinar. (Estudo disponível aqui) Anos após, as fake news, ou notícias falsas em português, não se tornaram menos recorrentes.

A desinformação impõe desafios e não é um fenômeno tão fácil de ser entendido. Por isso, a Fiocruz Bahia conversou com Thaiane Moreira, doutora em Comunicação pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e coordenadora do Laboratório de Investigação em Ciência, Inovação, Tecnologia e Educação (Cite-Lab). Atualmente a pesquisadora realiza diversos estudos referentes à desinformação relacionada à ciência, disputas sobre a informação e comunicação científica, sobre a educação científica, entre outros.

Thaiane Moreira foi a convidada da Fiocruz Bahia para ministrar uma Sessão Científica, com o tema “Saúde, Ciência e Desinformação”. Moreira apresentou alguns resultados dos seus estudos sobre a desinformação, que possuem dois eixos principais: saúde e meio ambiente. Ela ainda recorda como a disseminação de informações falsas foi um desafio enfrentado pela comunidade científica durante a pandemia da Covid-19, mas que não minou totalmente a crença da população em cientistas e pesquisadores (a Sessão Científica pode ser assistida no canal de Youtube da Fiocruz Bahia)

Nesta entrevista, abordamos mais alguns aspectos elencados pela pesquisadora como cruciais para entender o que é a desinformação científica e como podemos combatê-la. Moreira considera que há condicionantes nos próprios indivíduos para acreditar em uma notícia. “As pessoas acreditam na desinformação porque elas querem acreditar, não porque estão sendo enganadas”, afirma. Ela ainda alerta que há limites para a atuação da divulgação científica nesse cenário, e que é preciso olhar para problemas estruturais como a falta de acesso a educação científica desde a base escolar.

Existe mais de uma forma de compreender o que é a desinformação? 

Na verdade, não existe um consenso para a definição sobre o que é desinformação. Parte dos pesquisadores tendem a pensar que a desinformação é uma informação intencionalmente feita para o engano. No entanto, há ainda um conjunto de discussões a partir da literatura acadêmica que tem mostrado as limitações desse tipo de definição principalmente a partir de duas chaves: a intencionalidade e o engano. Há limites para a definição e mensuração da intencionalidade de alguém que propaga desinformação. O que colocamos nessas discussões é que existe um risco muito grande de que sejam feitas acusações, ou qualquer tipo de perseguição, sobretudo política, usando essa definição de intencionalidade. Por outro lado, as pesquisas também apontam que os sujeitos não são enganados quando consomem ou compartilham uma desinformação. Na verdade, esse sujeito tem uma crença pré-estabelecida sobre aquilo que ele consumiu, e, se isso vai de encontro às suas crenças, ele usa a informação como uma forma de reafirmação do seu argumento.

É a partir dessa noção que alguns pesquisadores têm tentado definir esse conceito de desinformação a partir da noção de prática cultural. Assim, se pretende entender o que envolve o processo de desinformação a partir dos seus circuitos e da sua circulação, da disputa de sentido do sujeito junto ao seu ambiente social e dentro do ambiente digital principalmente

Mas, então, porque as pessoas acreditam em uma notícia falsa?

As pessoas acreditam porque elas querem acreditar na desinformação, não porque estão sendo enganadas ou porque falta competência científica, midiática ou competência informacional. As pessoas precisam de algumas informações para se agarrar e fazer valer uma crença. Ou seja, alguém recebe uma desinformação sobre vacina e, caso ele tenha argumentado anteriormente sobre a vacina e se aquela desinformação vai ao encontro daquilo em que ele acredita, o sujeito tende a reforçar a sua crença e compartilhar aquela peça desinformativa. Além disso, os estudos também têm mostrado outras questões mais comportamentais nesse processo do consumo desinformativo. Por exemplo, o medo de se sentir fora do debate público, validação de argumentos; são raciocínios mais motivados pelas emoções. Essa série de comportamentos mostram que, na verdade, o sujeito não é passivo e passível de ser enganado, mas sim um ator ativo nesse processo, sobretudo no que diz respeito a forma de confirmação das suas crenças

Acredito que entender o porquê dos sujeitos de fato acreditam e compartilham é fundamental para tecermos políticas e estratégias mais adequadas para o enfrentamento da desinformação. Lidar com esse fenômeno, que é vigente, e que precisamos contornar.

O que separa o fenômeno de fake news atual do compartilhamento de notícias falsas que já acontecia? O que acontece hoje que gera um alerta para esse problema?

O que difere é a questão do ambiente de disseminação, a forma como as notícias falsas e a desinformação circulavam anteriormente para como circulam agora. Se a desinformação tinha um alcance muito local, em torno de relações sociais focadas em um determinado agrupamento, hoje temos um espalhamento muito maior dessa desinformação por sua disseminação no ambiente digital. Temos ainda alguns fenômenos que dizem respeito a configuração desse ambiente. O digital é um espaço mediado tecnologicamente e projetado em torno de mediações algorítmicas que ajudam a direcionar o conteúdo para o público desejado. Então, quando a desinformação se vale dessas estruturas, ela passa a ter um alcance muito maior e direcionado para aqueles que são potenciais consumidores dessa desinformação. Daí, abre uma série de problemas e questões voltadas para a forma como a desinformação circula no ambiente digital e que se torna um desafio para quem luta para passar uma informação mais qualificada.

A ciência é um dos campos que mais sofre com fake news. Existe algum fator dentro do próprio campo que possa ter incentivado isso?

O primeiro ponto é que a ciência é a cultura da dúvida. Sem a dúvida, sem o questionamento, sem as perguntas e curiosidades não há ciência; é só afirmação. É justamente nesses pontos, que com as lacunas que a ciência ainda não foi capaz de preencher que reside boa parte da constituição de teorias da conspiração e também desinformação. Esse é um aspecto mais de ordem epistemológica: até onde a ciência é capaz de responder problemas sociais complexos. Há outra questão que é um problema estrutural. Sabemos que o acesso às universidades, por mais que tenha expandido nestas últimas décadas, ainda é algo muito limitado no país. Não é grande a parcela da população que tem a possibilidade de estar na universidade, de fazer parte do processo do conhecimento científico. Temos esse problema de acesso às universidades e outro problema de estrutura educacional, voltado à forma de construção de currículos pedagógicos sobre o ensino da ciência, à educação científica desde a base. Nossa construção curricular é muito baseada na questão dos resultados dos diferentes campos científicos e os avanços predominantes nessa área. Mas não temos um espaço dedicado para o processo de fazer ciência, de como motivar as indagações e as buscas por soluções e respostas para perguntas de pesquisa. Isso não é algo que está presente na nossa base e também dificulta o entendimento do que é e como fazer ciência. Ainda temos que avançar muito nessas questões para poder provermos políticas mais adequadas para uma educação científica que permita ao estudante pensar a ciência desde as suas primeiras curiosidades sobre o mundo

Como a divulgação científica deve lidar com um cenário de maior ceticismo das pessoas?

Precisamos levar em consideração que, assim como qualquer coisa na nossa sociedade, a comunicação não resolve problemas que são de ordem estrutural. Se não houver políticas efetivas pra solucionar problemas de base, a divulgação científica não vai conseguir enfrentar sozinha.

De toda forma, o papel da divulgação é crucial por conta da sua capacidade de falar sobre os resultados e avanços de pesquisa e também por poder instruir a população sobre como funciona a ciência. Como determinadas pesquisas chegaram a seus resultados, como é o processo científico? Nós, enquanto divulgadores científicos e estudiosos de divulgação científica, temos a competência de prover materiais que possam auxiliar na educação científica.

Então como lidar com isso? Todo mundo faz essa pergunta e não existe uma solução manual. Mas existem algumas evidências científicas que tem apontado para alguns avanços importantes. A primeira delas é entender que as pessoas acreditam em determinada desinformação ou acabam contestando as evidências científicas por conta de um conjunto de crenças anteriores. Entender a base dessas crenças pode servir como um mecanismo mais adequado e promissor para tecer estratégias de comunicação e de divulgação mais adequadas para que o sujeito revisite suas crenças. Além disso, outro ponto que é amplamente debatido é que não basta afirmar que algo é errado. O sujeito tende a rejeitar essas determinações classificatórias sobre a verdade e essa noção de uma autoridade incontestável. É importante trazer um entendimento sobre o processo, e não simplesmente apresentar o resultado final.

Anteriormente se acreditava que a crença em teorias da conspiração, como a ineficácia das vacinas, seria algo compartilhado por poucos grupos localizados. Você acredita que ainda hoje seja assim? O número de pessoas que compartilham dessas crenças chega a ser uma ameaça para a ciência?

Não é possível afirmar que esses grupos de adeptos de teorias da conspiração são de fato uma ameaça à ciência ou que eles têm um espalhamento muito mais amplo. O que acontece é que, se até 2015 ou 2016 esses grupos eram muito isolados, atualmente eles encontraram um eco e voz a partir de representações de lideranças políticas e influenciadores digitais. Com isso, há um aumento do alcance dessas opiniões. Isso sim é de fato algo preocupante, mas eu não sei até que ponto é uma ameaça. Penso isso por conta do seguinte: foi realizado um estudo pelo Instituto de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia (INCT-CPCT) [Estudo disponível aqui], que mostrou que entre os atores de maior confiança para a população brasileira estão os cientistas, professores e profissionais de saúde. Isso é algo muito relevante para nós, nesse ambiente em que sofremos uma série de ataques, de contestação às evidências científicas que estavam colocadas e que nos colocou em alerta a como essas teorias da conspiração poderiam minar a credibilidade e a confiança sobre a ciência junto a população. Mas o que os dados mostram é que, apesar da existência de representantes políticos e lideranças digitais que compartilham e disseminam teorias da conspiração e desinformação, ainda há uma confiança da população nos cientistas. Isso é muito importante, mas não nos alivia completamente a ponto de não considerarmos a existência desses grupos como uma agenda necessária de ser debatida.

Você acredita que veículos de mídia tradicional vêm lidando bem com o atual cenário de infodemia e espalhamento de desinformação?

Importante considerar que os veículos de comunicação da mídia tradicional e também de nativos digitais foram propagadores da desinformação tanto quanto atuantes no enfrentamento a desinformação científica. Por exemplo, uma pesquisa que foi realizada por mim, junto com colegas da Universidade Federal do Alagoas (UFAL) e da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) [Disponível aqui] mostrou que grande parte dos veículos que compartilham pesquisas científicas depositadas em preprint [Projeto de artigo científico ainda não revisado pelos pares] tendiam muito mais a trazer desinformação do que informação qualificada. Esse é um ponto crucial para pensarmos a responsabilidade da informação que o jornalista e o veículo de mídia deve ter. E, principalmente, o papel do jornalista científico que deve ter toda uma competência e uma formação técnica para o tratamento adequado da informação científica.

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Dissertação avalia prevalência de hepatite E em pacientes com comorbidades

Discente: Luan Henrique Paim Santos
Orientador: Luciano Kalabric Silva
Título da dissertação: “PREVALÊNCIA DA INFECÇÃO PELO VÍRUS DA HEPATITE E (HEV) EM PORTADORES DE HIV, PACIENTES COM DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL (DII) E CIRRÓTICOS”
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 17/05/2023
Horário: 09h00
Local: Sala Virtual do Zoom
ID da reunião: 869 0610 8744
Senha de acesso: luan

Resumo

INTRODUÇÃO: A hepatite E tem sido considerada uma doença importante nos países desenvolvidos e ainda é negligenciada no Brasil. A hepatite E vem merecendo destaque, recentemente, devido a possibilidade de se tornar uma doença crônica em pacientes imunocomprometidos. OBJETIVO: O objetivo deste estudo é determinar a prevalência da infecção pelo HEV em pacientes portadores de HIV, pacientes com DII e pacientes com DCPF na cidade de Salvador-BA. MÉTODOS: Participaram do estudo 290 pacientes atendido no HUPES sendo: 153 de portadores de HIV, 87 de pacientes com DII e 50 de pacientes com DCPF. Os dados da pesquisa foram obtidos por entrevista e pela revisão de prontuários médicos. Uma amostra de soro foi coletara para determinação da soroprevalência do HEV a partir da pesquisa de anticorpos anti-HEV IgG e anti-HEV IgM pelo método de ELISA (Wantai) e para determinação da prevalência de infecção pelo método RT-PCR (Realstar HEV RT-PCR kit 2.0, Altona Diagnostics). RESULTADOS: A maioria dos participantes foi do sexo masculino (64%) com idade média de 43 anos, residentes da RMS (72%), e afrodescentes (85%). A maioria dos pacientes não apresentaram riscos percutâneos, exceto cirurgias e tratamentos dentários invasivos. Foi frequente o sexo oral (66%) e anal (53%) e a maioria dos participantes relatou uso de irregular de preservativos (55%). A prevalência de anti-HEV IgG foi de 9,3% (IC95% 6,2% – 13,2%), não foram detectados casos com anti-HEV IgM reagente ou HEV-RNA detectável. A exposição ao HEV foi associado como morar em áreas com criação de porco na vizinhança (RP 2,63; p= 0,05). Consumo de porco também apresentou uma alta associação, porém não-significante (RP 3,38; p = ns). CONCLUSÃO: Os dados indicam que o HEV está em circulação nas populações estudadas. Apesar de não termos encontrarmos casos agudos e crônicos de infecção, a exposição devida às condições sanitárias e a falta de uma política de sangue para rastreio ao HEV pode comprometer a vida das pessoas que já sofrem com uma doença de base, sobretudo em pacientes imunocomprometidos. Palavras-chave: prevalência, vírus da hepatite E, hepatite crônica, HEV, imunocomprometidos.

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PROFORTEC publica lista de inscrições homologadas

O Comitê Técnico Assessor do PROGRAMA DE FORMAÇÃO TÉCNICA EM CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO EM SAÚDE – PROFORTEC-SAÚDE promovido pelo IGM, torna pública a lista de inscrições homologadas para participação no processo seletivo do programa de formação, nos perfis Laboratórios e Plataformas e Ciência de Dados.

Clique aqui e confira.

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Dissertação analisa trajetória de pacientes brasileiras com câncer de ovário

Discente: Marcella Marinelli Salvadori
Orientador: Patrícia Sampaio Tavares Veras
Título da dissertação: “A TRAJETÓRIA DA PACIENTE COM CÂNCER DE OVÁRIO EM UM CENTRO ONCOLÓGICO BRASILEIRO”
Programa: Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional
Data de defesa: 03/05/2023
Horário: 15h00
Local: Sala Virtual do Zoom
ID da reunião: 863 3108 3503
Senha de acesso: marcella

Resumo

INTRODUÇÃO:O câncer de ovário é a neoplasia mais letal do aparelho reprodutor feminino. Carecemos de dados clínicos-patológicos que caracterizem a trajetória das pacientes brasileiras com câncer de ovário. OBJETIVO: Relacionar as características clínico-patológicas com os desfechos das pacientes com câncer epitelial de ovário em um cenário de mundo real. MATERIAL E MÉTODOS: Realizamos um estudo de série de casos, com base nos prontuários médicos das pacientes com câncer epitelial de ovário tratadas em serviço privado especializado em tratamento oncológico em Salvador/BA no período de 2005 a 2021.Foram excluídas as pacientes com dados insuficientes para refletir toda a sua trajetória desde o diagnóstico ao tratamento do câncer de ovário. RESULTADOS: 596 pacientes com CID10 C56 foram tratadas em nossa instituição no período proposto e 146 pacientes elegíveis para o estudo. Aidade média ao diagnóstico foi de 60,0 anos (±12,4), 88,1% das pacientes iniciaram o tratamento em um intervalo inferior a 60 dias, 54,1% realizaram algum teste para o BRCA e a sobrevida global (SG) em 5 anos para toda a amostra foi de 64,4%. Na análise de SG em 5 anos de acordo com o ECOG houve diferença com significância estatística entre o ECOG 0 e ECOG 1 (HR 0,22, CI 95%, 0,13 – 0,72, p= 0,007). Na análise de SG em 5 anos de acordo com o estágio houve diferença com significância estatística na comparação I e II versus IV (HR 0,07, CI 95%,0,02-0,2, p = < 0,001) e III versus IV (HR 0,32, CI 95%,0,13-0,78, p=0,002). A idade média no óbito foi de 65,5 anos (±10,7). CONCLUSÃO: Avaliação retrospectiva de um único centro mais completo encontrada na literatura nacional descrevendo a trajetória da paciente com câncer de ovário. O intervalo para o início do tratamento mais curto no serviço privado sugerindo maior efetividade no tratamento de câncer de ovário em relação ao sistema público de saúde. Quase 50% das pacientes da amostra não foram submetidas a algum teste do BRCA e, portanto, oportunidades terapêuticas e de prevenção foram perdidas. Na análise univariada, estágio avançado conforme a FIGO e pacientes sintomáticas (ECOG 1) associaram-se a piores desfechos de sobrevida global. Palavras-Chaves: Câncer de ovário, prognóstico, sobrevida, teste do BRCA, Brasil.

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Dissertação investiga eficácia da hipnose como adjuvante na fibromialgia

Estudante: Daniela Caputo Dorta
Orientador: Cristiane Flora Villarreal
Título da dissertação: “EFICÁCIA DA HIPNOSE EM PACIENTES COM DOR CRÔNICA ASSOCIADA À FIBROMIALGIA (HYP-FIBRO)”
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 02/05/2023
Horário: 14h00
Local: Auditório Aluízio Prata – Fiocruz Bahia

Resumo

INTRODUÇÃO: A fibromialgia (FM) é uma síndrome dolorosa crônica, que acarreta com frequência o afastamento do trabalho, incapacidade e distúrbios psicossociais, afetando a qualidade de vida dos pacientes. Apesar da variedade de opções terapêuticas disponíveis, uma baixa porcentagem dos pacientes tratados apresenta melhora significativa dos sintomas. Deste modo, novas opções terapêuticas eficazes para a FM, incluindo abordagens não farmacológicas como a hipnose, podem trazer benefícios para essa condição. Alguns estudos clínicos já foram conduzidos para avaliar a eficácia da hipnose no contexto da FM, entretanto, conclusões definitivas são dificultadas por falhas no delineamento experimental, como falta de controle e amostra reduzida, e ausência de estudos com a população brasileira. OBJETIVO: O presente trabalho objetivou investigar a eficácia da hipnose como adjuvante no controle da dor crônica em pacientes com FM. MÉTODOS: Estudo prospectivo, randomizado, cego para o avaliador, comparativo, realizado no Ambulatório de Dor da Clínica COT e aprovado pelo CEP do
Hospital Ana Nery. Foram incluídos 49 participantes portadores de FM distribuídos aleatoriamente em dois grupos: o grupo intervenção (n=24) recebeu tratamento farmacológico padrão, acompanhamento clínico e 8 sessões semanais de hipnose com uma hora de duração cada; o grupo controle (n=25) recebeu o tratamento farmacológico padrão, acompanhamento clínico e 8 encontros semanais com o hipnólogo do estudo sem hipnose. O desfecho primário de eficácia foi a alteração da intensidade da dor mensurada pela escala numérica de dor (END). Os desfechos secundários foram estabelecidos como mudanças nos escores do questionário McGill Pain Questionnaire (SF-MGQ), do questionário de qualidade de vida (WHOQOLBREVE), da Escala de Catastrofismo Associado a Dor (B-PCS), do Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh (PSQI-BR), da Escala de Ansiedade e Depressão Hospitalar (HADS) e do
Questionário de Impacto de Fibromialgia (QIF). Estes parâmetros foram avaliados no baseline (antes do tratamento), no pós-tratamento (até uma semana após o fim do tratamento), e no follow-up (após 3 meses do final de tratamento). RESULTADOS: A maioria dos participantes era do sexo feminino, com idade média de 45 anos e com FM há mais de 24 meses. Nas medidas de baseline, não foram observadas diferenças estatísticas entre os grupos. No grupo de intervenção (GI), mas não no grupo controle (GC), os valores de END foram estatisticamente menores no pós-tratamento e no follow-up em relação ao baseline (redução de 51,4%). O GI, mas não o GC, também apresentou melhora significativa em relação ao baseline nas escalas HADS (redução de 41,3%), no QIF (redução total de 24,93%, 44% no domínio físico e 66% no domínio psicológico), na escala B-PCS (redução de 62%), no questionário WHOQOL-BREVE (melhora de 64,5%) e no índice PSQI-BR (melhora de 43%) tanto no pós-tratamento quanto no
follow-up. CONCLUSÃO: A hipnose diminuiu a intensidade da dor, melhorando componentes afetivos e sensoriais da dor, e melhorou outros parâmetros, como qualidade do sono, qualidade de vida e sintomas de ansiedade e depressão dos pacientes com FM. É possível propor que a hipnose associada ao tratamento padrão pode ser uma alternativa eficaz e econômica na redução dos sintomas relacionados a FM. Palavras-chave: Fibromialgia, Dor crônica, Hipnose.

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Dissertação descreve características de pacientes com neoplasia de mama com hiperexpressão de HER2

Estudante: Mayanna Lopes de Brito
Orientação: Edson Duarte Moreira Júnior
Título da dissertação: “EPIDEMIOLOGIA DAS PACIENTES COM NEOPLASIA DE MAMA COM HIPEREXPRESSÃO DE HER2 EM INSTITUIÇÃO PRIVADA EM SALVADOR, BAHIA, 2008-2020”
Programa: Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional
Data de defesa: 25/04/2023
Horário: 09h00
Local: Sala do Zoom
ID da reunião: 827 1396 4769
Senha de acesso: mayanna

Resumo

INTRODUÇÃO: O câncer de mama é uma doença heterogênea, com diferentes subtipos associados a comportamentos biológicos distintos. A amplificação do gene HER2, verificada em 15- 25% dos carcinomas invasivos da mama, correlaciona-se a comportamento mais agressivo, maior taxa de recorrência e maior mortalidade. Apesar de evidências científicas robustas provenientes, pouco é conhecido sobre o desfecho clínico desse subtipo de câncer de mama em mulheres brasileiras. OBJETIVOS: O presente estudo tem como objetivo descrever as características das pacientes com neoplasia de mama com hiperexpressão de HER2, assim como determinar presença de fatores prognóstico adicionais, toxicidades associadas a terapia e desfechos clínicos. MÉTODOS: Estudo de coorte retrospectivo. Os dados serão obtidos de prontuários eletrônicos de pacientes com diagnóstico de câncer de mama com hiperexpressão de HER2, estabelecido por critérios anatomopatológicos e por imunohistoquímica, admitidas na Clínica AMO no período de janeiro/2008 a dezembro/2020. A coleta de dados foi realizada através de ficha padrão com dados referentes a paciente, dados da anatomia patológica e da imunohistoquímica, estadiamento, tratamento oncológico, tempo transcorrido da terapia inicial e recidiva da doença (no caso do contexto de adjuvância e neoadjuvante) e progressão de doença e morte (no caso do contexto de doença avançada). Características demográficas serão reportadas de forma descritiva. O teste t de Student e Mann-Whitney será utilizado para avaliação das variáveis contínuas. Para comparação de proporções, será usado o teste Qui Quadrado. O teste de KaplanMeier será utilizado para estimar a mediana de sobrevida livre de progressão e sobrevida global. Valores de p< 0,05 serão considerados estatisticamente significantes. O software STATA versão 15.1 será utilizado para banco de dados e análises. RESULTADOS: 1696 prontuários foram avaliados quanto à hiperexpressão de HER2. Destes, 258 apresentaram hiperexpressão do HER2 e foram incluídos no estudo. Todos os pacientes incluídos eram do sexo feminino, com idades entre 30 e 97 anos, com média de 53,8, predominantemente sintomáticas (56,4%), com status de performance excelente (ECOG 0-1: 71,8%) e pós menopausa (58,3%). Predominou o carcinoma ductal (79,8%), grau 3 (47,7%), com receptores de estrógeno e progesterona (RE+/RP+: 35,8%) e no estágio II (47,4%). Cirurgia oncológica foi realizada em 95,5% das pacientes, predominantemente conservadora (54,8%). Quimioterapia adjuvante foi utilizada em 58,3% das pacientes e neoadjuvante em 34,6%. Nestes cenários foi observada descontinuidade do tratamento por toxicidade de 7,6% e 9,3%, respectivamente. Dentre as pacientes que utilizaram bloqueio de HER2, foi constatada cardiotoxicidade em 4,9%. A taxa de resposta patológica completa após neoadjuvância foi de 51,8%, sendo mais frequente nas pacientes que realizaram bloqueio duplo do HER2 quando comparada às que realizaram bloqueio isolado (70,8% versus 40%, RR 1,77; IC 95%: 1,03 – 3,05; NNT= 3,24; p=0,0397). CONCLUSÃO: Esse estudo fornece evidências do mundo real que apoiam os dados dos ensaios clínicos sobre o excelente prognóstico a longo prazo de pacientes com câncer de mama HER2-positivo inicial. Palavras-Chave: câncer de mama; hiperexpressão de HER2, sobrevida, epidemiologia.

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Epidemiologia e sobrevida por tumores renais em pacientes pediátricos é tema de dissertação

Estudante: Lilian Caroline de Melo Moreira
Orientação: Edson Duarte Moreira Júnior
Título da dissertação: “TUMORES RENAIS EM CRIANÇAS NA BAHIA: EPIDEMIOLOGIA E SOBREVIDA”
Programa: Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional
Data de defesa: 24/04/2023
Horário: 15h00
Local: Sala do Zoom
ID da reunião: 827 1396 4769
Senha de acesso: mayanna

Resumo

INTRODUÇÃO: Tumores renais malignos correspondem a 5% de todos os cânceres que ocorrem na faixa etária pediátrica. São classificados como Tumor de Wilms (90%), tumor rabdóide do rim (1 a 2%), sarcoma de células claras do rim (4%), carcinoma renal (3% a 6%) e tumor renal maligno indeterminado. O Tumor de Wilms e o tumor renal mais comum na infância e sua incidência mostrou-se variar internacionalmente em diversos estudos. No que se refere ao Tumor rabdóide do Rim (TRR), o Sarcoma de Células Claras (SCC) e Carcinoma de Células Renais (CCR) são patologias mais raras. Conhecer a situação epidemiológica dos tumores renais infantis do nosso estado é o primeiro passo para melhoria do tratamento e sobrevida dos pacientes. Identificar as características e evolução desses pacientes auxiliará no aperfeiçoamento do manejo dessas crianças e poderá trazer maior chance de sobrevida. OBJETIVO: O objetivo desse estudo é descrever a epidemiologia e a sobrevida por tumores renais dos pacientes oncológicos pediátricos cadastrados nos serviços públicos de oncologia pediátrica na Bahia, buscando alcançar os seguintes objetivos específicos: Identificar aspectos associados à caracterização e evolução clínica dos pacientes com tumor renal, assim como e sobrevida global e específica para cada tipo tumoral; Identificar possíveis fatores prognósticos; Aperfeiçoar o melhor manejo e seguimento dos pacientes. MATERIAIS E MÉTODOS: Foram selecionados pacientes entre 0 e 19 anos com diagnóstico de tumor renal, identificados através do CID C64 e cadastrados nos serviços de oncologia pediátrica com atendimentos pelo SUS na Bahia no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2019. As variáveis estudadas foram: idade, sexo, cor/raça, data do início dos primeiros sintomas e/ou sinais, data da primeira consulta, data do diagnóstico, presença de malformações genéticas associadas e data do desfecho (óbito ou cura), além de informações sobre o tipo tumoral e estadiamento, baseado no achado de doença localizada ou metastática. RESULTADOS: Foram identificados 156 pacientes atendidos com diagnóstico de tumor renal, sendo o subtipo histológico com maior frequência o Tumor de Wilms (94,2%). A faixa etária com maior frequência de acometimentos foi a de 0 a 4 anos (68%) e o tempo do início dos sintomas até o diagnóstico não ultrapassou 3 meses em 92,9% dos casos. Houve uma discreta predominância do sexo feminino (52,6%) e 85,2% foram considerados pardos. Os sintomas mais comumente apresentados foram: aumento do volume abdominal (75,2%), dor abdominal (48,1%) e febre (37,9%). A frequência de tumores bilaterais foi de 7,9%. Dos pacientes analisados, 40 deles (27,4%) apresentavam doença metastática ao diagnóstico e 20,5% evoluíram para óbito. O tempo de sobrevida médio dos pacientes avaliados foi de 10,6 anos IC95% (9,84-11,43). Palavras-Chave: Tumor renal, crianças, sobrevida, epidemiologia.

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Vias de ativação de macrófagos murinos por cepas de Leishmania major é tema de dissertação

Estudante: Vanessa Mançur Santos
Orientação: Jonilson Berlink Lima
Título da dissertação: “Avaliação das vias de ativação de macrófagos murinos pelo lipofosfoglicano de cepas distintas de Leishmania major (FV1 e LV39)”
Programa: Pós-Graduação em Patologia em Humana
Data de defesa: 26/04/2023
Horário: 14h00
Local: Sala do Zoom
ID da reunião: 863 4601 2626
Senha de acesso: defesa

Resumo

O lipofosfoglicano (LPG) corresponde a um glicoconjugado bem caracterizado devido a sua associação com a virulência em diferentes espécies de Leishmania. Esta molécula é o principal constituinte da membrana das formas promastigotas do parasito e atua modulando a ativação de fagócitos durante o processo de infecção. A Leishmania é fagocitada pelos macrófagos do hospedeiro vertebrado desencadeando um amplo arsenal de mecanismos leishmanicidas. Sabe-se que o LPG está relacionado com a modulação da resposta imune de macrófagos durante a infecção, entretanto os mecanismos de ativação deflagrados por esse complexo glicolipídico ainda não estão totalmente elucidados. Esse estudo visa investigar o papel de LPG purificado de duas cepas diferentes de L. major, principal agente etiológico no Velho Mundo da forma clínica de Leishmaniose Tegumentar, na ativação de macrófagos. Macrófagos derivados de medula óssea de camundongos BALB/c foram estimulados com 10ug/mL do LPG purificado das cepas LV39 e FV1 e seguimos avaliando os seguintes parâmetros de ativação celular: produção de óxido nítrico (NO), expressão de óxido nítrico sintase induzível (iNOS) e cicloxigenase 2 (COX-2), produção de citocinas, bem como a via de sinalização de MAP quinases (MAPK). Como resultado, observamos que o LPG da cepa LV39 que apresenta maior número de ramificações laterais induziu um perfil mais pró-inflamatório quando comparado ao LPG da cepa FV1 podendo ser observado uma maior produção de óxido nítrico (NO) e prostaglandina E2 (PGE2), maior expressão das enzimas COX-2 e iNOS. A indução de fosforilação de ERK-1/2 e JNK também foi aumentada em macrófagos ativados com o LPG da cepa LV39. Por fim, a produção do TNF-α também foi aumentada em células estimuladas pelo LPG da cepa LV39, entretanto não houve diferença na produção de Interleucina-10 (IL-10) entre as células estimuladas pelos LPGs. Ainda, as vias de sinalização PPAR-γ, COX-2, ERK, e PKC mostraram-se envolvidas na via de produção de NO, expressão de iNOS e na produção de IFNγ, IL-6 e MCP-1 em macrófagos estimulados com o LPG LV39. Os resultados encontrados sugerem que as diferenças estruturais interespecíficas do LPG entre as cepas LV39 e FV1 de L. major poderia resultar em respostas celulares de ativação distintas na célula hospedeira. Desta forma, o conjunto dos resultados deste trabalho pode contribuir para esclarecer o papel inflamatório do LPG de uma espécie de Leishmania do Velho Mundo. PALAVRAS-CHAVE: Lipofosfoglicano. Macrófagos. Leishmaniose. Leishmania
major
. Mediadores Inflamatórios

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Tese avalia potencial terapêutico do 17-DMAG no controle da infecção por L. braziliensis

Estudante: Kercia Pinheiro Cruz
Orientação: Patrícia Sampaio Tavares Veras
Título da dissertação: “AVALIAÇÃO DO POTENCIAL QUIMIOTERÁPICO DO 17-DMAG UTILIZANDO DIFERENTES ABORDAGENS TERAPÊUTICAS NO CONTROLE DA INFECÇÃO POR LEISHMANIA BRAZILIENSIS”
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 10/05/2023
Horário: 13h00
Local: Sala do Zoom
ID da reunião: 817 1996 8431
Senha de acesso: kercia

Resumo

INTRODUÇÃO: As leishmanioses são doenças negligenciadas causadas por parasitos do gênero Leishmania e endêmicas em 98 países. A leishmaniose cutânea, caracterizada pela presença de lesões na pele, apesar de não fatal, gera estigmatização, podendo afetar a qualidade de vida dos pacientes. Os tratamentos atuais apresentam limitações como a via de administração invasiva e a ocorrência de efeitos colaterais, evidenciando a necessidade de novos fármacos. Inibidores da Hsp90 da família da Geldanamicina, incluindo o 17-AAG e o seu análogo hidrossolúvel, 17-DMAG, vêm demonstrando ter potencial antiparasitário. Em estudos prévios, foi descrito que esses inibidores apresentam efeito anti-Leishmania in vitro. OBJETIVO: Avaliar o potencial terapêutico do 17-DMAG no controle da infecção por L. braziliensis in vitro e in vivo, usando formulações para aplicação por via sistêmica ou tópica, e desenvolver nanopartículas (NPs) para a liberação controlada deste fármaco. MATERIAL E MÉTODOS: A toxicidade do 17-DMAG sobre células de linhagem HaCaT, macrófagos derivados de medula óssea (BMMØ) e promastigotas axênicas de L. braziliensis foi avaliada in vitro, utilizando Alamar blue. Adicionalmente, a viabilidade de amastigotas intracelulares foi avaliada por contagem dos parasitos em câmara de Neubauer, em microscópio óptico, após 72 h de tratamento. Para os ensaios in vivo, camundongos BALB/c foram infectados na orelha com promastigotas metacíclicas de L. braziliensis e, após três ou cinco semanas de infecção, foram tratados por via intraperitoneal (IP) com o 17-DMAG ou com glicose, como controle, durante quatro semanas adicionais. A eficácia do composto administrado por via IP no controle da infecção foi avaliada iniciando o tratamento após três ou cinco semanas de infecção, com a caracterização da resposta imunoinflamatória do hospedeiro e avaliação de recidiva da carga parasitária após suspensão do tratamento. Paralelamente, hidrogel a base de carboximetilcelulose contendo diferentes concentrações do 17-DMAG foi preparado e caracterizado de acordo com sua estabilidade. A toxicidade da formulação tópica foi avaliada pelas observações clínicas e histopatológicas nas orelhas dos camundongos saudáveis, expostos por até quatro semanas com diferentes concentrações do 17-DMAG em hidrogel, comparados com os controles expostos ou não ao hidrogel sem fármaco. Em seguida, a eficácia foi avaliada em camundongos BALB/c infectados por L. braziliensis comparados com os animais controles, tratados ou não com o hidrogel branco. NPs poliméricas de poli (ácido lático-co-ácido glicólico) (PLGA) contendo ou não o 17-DMAG foram produzidas, utilizando dois protocolos de dupla emulsão (P1 ou P2), e caracterizadas de acordo com tamanho, índice de polidispersão (PdI), potencial zeta (ZP), formato, aspecto da superfície e eficiência de encapsulamento (%EE), por cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC). RESULTADOS: A concentração necessária para causar a morte de 50% das células foi respectivamente maior para HaCaT [13,68 µM (Q1:10,03; Q3: 13,75)] e BMMØ (3,2 ± 1,06 µM) que para promastigotas (674,2 ± 0,07 nM) e amastigotas intracelulares (7,4 ± 3,27 nM) de L. braziliensis, indicando um potente efeito antiLeishmania do 17-DMAG in vitro. O tratamento IP causou redução de 7 vezes na espessura da orelha, no tamanho do linfonodo e de 1000 vezes na carga parasitária nesses órgãos. Também foi observada redução do número de células no sítio da lesão, sugerindo uma diminuição do recrutamento de células nos animais tratados. Um aumento transitório do percentual de linfócitos T regulatórios (T reg) no dia 7, comparado aos dias 4 e 28 de tratamento, foi observado, sugerindo que o fármaco exerce também um papel na resposta imunomodulatória do hospedeiro. O 17-DMAG em hidrogel foi estável, por 90 dias, a 4 °C ou à temperatura ambiente, mas não a 37 °C. O fármaco foi liberado desta formulação de forma controlada, de maneira tempo-dependente, ao longo de 24 h. Devido ao aumento do tempo de exposição, a aplicação tópica do 17-DMAG foi tolerável por camundongos saudáveis, com aumento da toxicidade quando em uso de colares elizabetanos. A exposição tópica ao 17-DMAG foi tolerável por camundongos saudáveis, com toxicidade aumentada quando em uso de colares elizabetanos, devido ao aumento do tempo de exposição. Nas doses de 0,10 ou 0,15 mg/g, comparado ao controle não tratado, o 17-DMAG em hidrogel reduziu cerca de 50% a espessura da orelha e contribui para a cicatrização das lesões. Por fim, as NPs produzidas pelo protocolo P2 apresentaram melhores características que o protocolo P1, com menores tamanhos e PdI, %EE entre 20 e 30%, formato esférico e superfície lisa. CONCLUSÃO: O 17-DMAG controla efetivamente a infecção in vitro e in vivo por L. braziliensis tanto quando aplicado por via intraperitoneal quanto por via tópica. Adicionalmente, PLGA-NPs com boas características foram produzidas para futuros testes de eficácia, in vitro e in vivo. Palavras-chave: Leishmaniose; L. braziliensis; Hsp90; 17-DMAG; Tratamento.

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Abertas as inscrições para Edital 2023.2 do PGBSMI

A Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI) divulga a chamada para inscrição de candidatos que desejem participar do processo seletivo 2023.2 para ingresso no programa, nível de Mestrado e Doutorado. As inscrições estão abertas e encerram em 07 de maio de 2023.

Clique aqui para consultar o Edital.

Os candidatos devem ser alunos graduados em curso da área de ciências biológicas, da saúde ou profissionais graduados desempenhando atividades acadêmico-profissionais a ela afins, comprovadas por documentação, que deve ser submetida à análise e endossada pela comissão de seleção. Essa documentação pode ser composta de artigos, monografias, dissertações, declaração de participação em projetos de pesquisa na área da saúde ou biológicas emitida pelo coordenador do projeto.
O PGBSMI foi credenciado pela CAPES, em janeiro de 2005. Atualmente é conceito 6, avaliado na área de Medicina II. Os cursos do PgBSMI destinam-se à formação de profissionais com elevada qualificação para o exercício de atividades acadêmicas, científicas e tecnológicas nas suas áreas de concentração.

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Fiocruz Bahia lamenta o falecimento do pesquisador Ricardo Ribeiro

A Fiocruz Bahia lamenta profundamente o falecimento do Pesquisador Titular Emérito Ricardo Ribeiro dos Santos, neste domingo (16/4), e se solidariza com familiares, amigos e com toda a comunidade científica por esta perda inestimável.

Ricardo Ribeiro nasceu em São Paulo, em 1941. O médico ingressou na Fundação Oswaldo Cruz (RJ) em 1988, para atuar na área de imunopatologia na doença de Chagas. Em 1998, transferiu-se para a Fiocruz Bahia, onde contribuiu para a estruturação desse instituto e criou o atual Laboratório de Engenharia Tecidual e Imunofarmacologia (LETI). Neste laboratório, Ribeiro deu continuidade às pesquisas em doença de Chagas e implantou a triagem de fármacos com ação antiparasitária e imunomoduladora.

A descoberta do papel das células-tronco adultas na regeneração cardíaca estimulou-o a iniciar estudos na área de terapia celular e a missão de desenvolver tratamentos que possam prevenir ou reduzir danos teciduais se tornaram o grande foco da pesquisa de Ricardo Ribeiro. O pesquisador coordenou o Instituto do Milênio de Bioengenharia Tecidual, projeto de grande relevância para o país. Em 2007, Ribeiro participou da histórica primeira audiência pública aberta do Supremo Tribunal Federal, representando a ABTCEL, referente à Lei de Biossegurança, que regulamentou a utilização de células-tronco embrionárias em pesquisas no Brasil. Como resultado de suas pesquisas recebeu diversos títulos e prêmios.

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Triagem de gestantes para HTLV-1 poderia evitar infecção de mais de mil bebês por ano no Brasil

Um estudo estimou, através do desenvolvimento de um modelo matemático, que a implementação de políticas públicas na prevenção da transmissão do HTLV-1 por aleitamento materno no Brasil evitaria a infecção de mais de mil crianças por ano. A pesquisa foi realizada por cientistas da Imperial College London (UK), em colaboração com grupos de pesquisa no Brasil, incluindo a Fiocruz Bahia, e publicada na Lancet Global Health. O Ministério da Saúde recomenda a suspensão do aleitamento para mães vivendo com HTLV-1, no entanto a testagem não é oferecida no SUS para gestantes de todo o país.

Esta intervenção reduz o risco de transmissão do vírus para a criança, prevenindo cerca de 85% das infecções. Apenas em alguns estados, como a Bahia, a testagem é parte do pré-natal, constituindo-se como política de prevenção. A implementação da testagem para as gestantes está em processo de avaliação pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia no Sistema Único de Saúde (CONITEC).

O vírus linfotrópico de células T humano do tipo 1 (HTLV-1) é um retrovírus da mesma família do HIV, e pode causar doenças graves, como câncer e desordens neurológicas crônicas. Esse vírus possui vias de transmissão semelhantes ao HIV, podendo contaminar uma pessoa pela via sexual desprotegida (sexo sem camisinha), por objetos perfuro-cortantes, ou pelo aleitamento materno. Atualmente, estima-se que cerca de 800 mil a 2,5 milhões de brasileiros são portadores do vírus.

Os pesquisadores avaliaram que, caso fosse implementada a testagem massiva de gestantes para o HTLV-1, entre 41 e 207 crianças por ano deixariam de desenvolver a leucemia de células T do adulto, tipo de câncer gerado pelo HTLV-1, altamente agressivo e geralmente fatal. Além disso, cerca de 31 a 93 casos da mielopatia associada ao HTLV-1 – doença progressiva que afeta a medula espinhal – também seriam prevenidos. Este tipo de intervenção pode acarretar em benefícios econômicos futuros para o sistema de saúde brasileiro.

O modelo matemático desenvolvido pelos pesquisadores está disponível de forma gratuita e aberta. A intenção é que o trabalho possa ser utilizado por outros países para avaliar o custo-efetividade da implementação de políticas públicas para prevenção da transmissão por aleitamento materno. Os cientistas ressaltam que, como não há tratamento ou vacina para o HTLV-1, a melhor política a ser adotada para o combate ao vírus é a prevenção de novas infecções.

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Fiocruz Bahia promoveu workshop sobre segurança no trabalho 

A campanha do Abril Verde é dedicada à conscientização da segurança no trabalho. Por isso, o mês iniciou na Fiocruz Bahia com um workshop voltado à promoção e incentivo de práticas de prevenção de acidentes. O evento “Segurança no trabalho – Prevenção de acidentes com as mãos” foi realizado durante os dias 4 e 5 de abril, no auditório Aluízio Prata, na sede da Fiocruz Bahia. As atividades estiveram abertas a toda a comunidade, mas se voltaram, especialmente, para os grupos operacionais da instituição.  

O workshop foi uma iniciativa do Núcleo de Saúde do Trabalhador (NUST) e o setor de Manutenção da Fiocruz Bahia, com apoio do Sindicato dos Servidores de Ciência, Tecnologia, Produção e Inovação em Saúde Pública (Asfoc-BA). A assistente administrativa do NUST, Ariadne Veloso, afirmou que este foi o primeiro grande evento realizado na instituição voltado apenas para a segurança do trabalho.  

“Diante de uma demanda, levantada pelo próprio setor de Manutenção para incentivar a prevenção de acidente com as mãos, resolvemos realizar esse workshop. Pretendemos fazer outras edições em breve, com outros temas”, afirma. Veloso recorda que todos os trabalhadores estão suscetíveis a sofrerem acidentes com as mãos, tanto quem trabalha na parte operacional, quanto no laboratório.  

Por isso, foi de grande relevância a presença da equipe de manutenção e limpeza. O tecnologista em saúde, Waldney Souza, conta que essa participação fez parte da meta principal do evento. “A intenção era ter algo mais direcionado para essas equipes, que são as que mais se expõem na Fiocruz Bahia. Essas equipes têm trabalhos menos visíveis, e as vezes não contam com um evento mais direcionado para os riscos que as envolvem”.  

Atividades 

O primeiro dia contou com uma oficina promovida pelo professor no ramo de Segurança do Trabalho e Mestre em Ciência da Educação, André Cavalcanti, junto com demonstrações de práticas seguras. Já o segundo dia, contou com a coordenação dos trabalhadores da própria comunidade Fiocruz Bahia, com uma roda de conversa sobre os riscos nos laboratórios promovida pela conveniada do Laboratório de Enfermidades Infecciosas Transmitidas por Vetores (LEITV), Juqueline Cristal; e uma palestra sobre a percepção dos riscos físicos e químicos com a especialista em segurança do trabalho Adriana Carvalho. A última atividade foi uma roda de conversa com o NUST, com orientações sobre as medidas a serem tomadas em caso de acidente. Houve ainda uma exposição com os Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs). 

Para Cavalcanti, é preciso assegurar que todos os colaboradores compreendam a importância das práticas de prevenção. “Meu objetivo não é corrigir o trabalho que vocês executam há tanto tempo. Meu objetivo é agregar informações que são necessárias para que vocês estejam atentos e busquem formas mais seguras de trabalhar”, declarou. O professor lista algumas medidas simples que podem ser empregadas, como verificar um local pouco iluminado antes de realizar uma manutenção, e se alongar antes de realizar um trabalho que exija força física.  

“Existe uma teoria chamada de ‘Árvore de falhas da segurança do trabalho’. Ela diz que todo tempo gasto para reparar um acidente custa 44 vezes mais do que teria sido feito na prevenção”. Ele reitera ainda que a vigilância empregada é uma necessidade que vai além do trabalho, pois também garante a proteção para a família dos colaboradores da comunidade Fiocruz Bahia.  

Juqueline buscou reforçar o perigo dos riscos biológicos e químicos. “Nós precisamos entender que riscos são esses. No momento em que alguém estiver no microscópio ou em algum equipamento que manipulamos, nós vemos que o ambiente laboratorial é um ambiente de contaminação. Estamos expostos ali o tempo todo”, assevera.  

Adriana Carvalho concorda, reafirmando a importância da percepção do trabalhador para o ambiente externo. “O perigo não é um risco. Perigo se caracteriza por ser uma fonte de lesão ou dano à saúde; agora, se o trabalhador estiver exposto a essa fonte, podemos dizer que haverá um risco. Se o trabalhador se expõe a esse perigo, ele se coloca em situação de risco”.  

Na visão de Rogério de Jesus Silva, auxiliar de manutenção predial, as instruções relativas ao levantamento de cargas e caixas foi a que mais o marcou. “Acredito que nós iremos tomar mais cuidado, entendo que tem os meios certos de se utilizar os EPIs e a segurança para carregar os materiais. O evento foi bastante interessante”, avalia. Já Taise dos Santos, auxiliar de serviços gerais, acredita que o evento incentiva maiores cuidados por parte dos trabalhadores. “Por mais que tenhamos conhecimento de tudo o que ocorre aqui, as vezes podemos esquecer de algum detalhe”. 

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PGPCT divulga resultados de recursos e listas de convocados para entrevistas de seleção e de heteroidentificação

A coordenação do PGPCT torna público o resultado das solicitações de recursos, a lista de convocação de candidatos aprovados na Primeira Etapa: análise de currículo e carta memorial e a lista de convocação para entrevista de heteroidentificação para candidatos que se auto-declararam negros, do processo seletivo da Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional – 2023.

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