Predisposição a doenças renais pode ser identificada por testagem da mucosa bucal

A testagem genética dos alelos responsáveis pela predisposição de pacientes afrodescendentes às doenças renais é realizada através de uma amostra de sangue, que requer cuidados especiais para o transporte e armazenamento. Buscando uma alternativa ao uso de amostras de sangue, um estudo foi realizado para avaliar a utilidade de amostras de mucosa bucal coletadas pelo uso de “swab flocado” na definição de variantes genéticas relacionadas a predisposição a estas enfermidades. Essas amostras são mais fáceis de serem coletadas, transportadas e armazenadas.

O estudo, coordenado pelo pesquisador Geraldo Gileno de Sá Oliveira foi publicado no BMC Nephrology. No trabalho, foram comparadas amostras pareadas de mucosa bucal e de sangue de 23 pacientes. Os participantes tinham entre 15 e 62 anos, destes 19 (83%) eram do sexo feminino, e a maioria tinha diagnóstico de lupus eritematoso sistêmico ou glomeruloesclerose segmentar focal, doenças renais que podem resultar em síndrome nefrótica, com frequente progressão para insuficiência renal terminal. Cerca de 12 (52%) se autodeclaram negros; 10 (44%) pardos e 1 (4%) branco. Os alelos genotipados neste estudo foram G0 (selvagem), G1 e G2 do apolipoproteína A1 (codificados pelo gene APOL A1).

Os resultados mostraram sucesso na identificação dos alelos da APOL A1 em todas as amostras de células de mucosa bucal e de sangue, e concordância entre as amostras pareadas de células de mucosa bucal e de sangue, indicando que a obtenção de DNA de amostras de células de mucosa bucal através de “swab” pode ser usada para a genotipagem destes alelos.

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Dissertação avalia função prognóstica nas Leucemias Mielóides Agudas

Autoria: Marianna Batista Vieira Lima
Orientação: Eugênia Terra Granado Pina
Título da tese: “AVALIAÇÃO PROGNÓSTICA DO PERFIL DE MARCAÇÃO IMUNOFENOTÍPICA DE PACIENTES COM LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA, AO DIAGNÓSTICO, TRATADOS EM UMA UNIDADE DE ASSISTÊNCIA ONCOHEMATOLÓGICA NO ESTADO DA BAHIA”.
Programa: Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional
Data de defesa: 30/11/2022
Horário: 14h00
Local: Sala Virtual do Zoom
ID da reunião: 885 1284 0699
Senha de acesso: marianna

Resumo

INTRODUÇÃO: A imunofenotipagem por citometria de fluxo desempenha um papel importante no diagnóstico, classificação e acompanhamento das Leucemias Mielóides Agudas (LMA). A sua utilização com finalidade prognóstica ainda é algo controverso, apesar de já ter sido identificado perfis imunofenotípicos específicos associados a alterações citogenéticas e moleculares subjacentes. OBJETIVO: Este trabalho teve como objetivo principal avaliar a função prognóstica da citometria de fluxo, através da análise de associação das marcações imunofenotípicas com características clínico-demográficas; laboratoriais; taxas de resposta; sobrevida livre de doença e sobrevida global, de pacientes adultos com LMA. MATERIAIS E MÉTODOS: Foram analisados retrospectivamente 102 casos de LMA diagnosticados, em um dos centros de referência para o tratamento das Leucemias Agudas, no Estado da Bahia, no período de 2015-2021. RESULTADO: Os pacientes submetidos a terapia quimioterápica intensiva, apresentaram taxas de resposta completa (70,6%) e taxa de sobrevida global (SG) em 5 anos (36,5%) semelhantes aos desfechos clínicos reportado na literatura. Foi observado uma frequência elevada de fenótipos aberrantes em torno de 71,6%. Dentre os antígenos anômalos expressos, o mais frequente foi o CD7 (52,6%), seguido pelo o CD19 (12,2%). Avaliando pacientes submetidos à quimioterapia intensiva, a expressão positiva do CD7 foi associada a uma probabilidade aumentada de recidiva e refratariedade, assim como redução significativa da sobrevida livre de doença. Por outro lado, a expressão positiva do MPO foi associada de forma significativa a uma maior taxa de resposta completa e maior sobrevida global. A co-expressão dos marcadores CD34pos/CD7pos foi associada com refratariedade/recidiva, enquanto CD7pos/CD56pos foi associada com baixa taxa de resposta completa. Enquanto, a co-expressão positiva dos 4 marcadores pan-mieloides CD13/CD33/CD117/MPO foi associada a uma maior frequência de resposta completa. CONCLUSÕES: Este estudo confirma a associação de alguns importantes marcadores imunofenotípicos com a resposta terapêutica e desfecho de pacientes com LMA, indicando a relevância da utilização da imunofenotipagem na definição de prognóstico. Além disso, foi observado taxas de resposta e sobrevida consistentes com as já reportadas na literatura. Para confirmar alguns achados e avaliar as correlações entre alterações citogenéticas ou moleculares com perfis imunofenotípicos e sua associação prognóstica, será necessário avaliar um número maior de pacientes Palavras-chaves: Leucemia mieloide aguda. Fatores prognósticos. Citometria de fluxoImunofenotipagem. Marcadores antigênicos.

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Pesquisadores analisam efeitos da Covid-19 longa em pretos e pardos 

Um estudo analisou a sintomatologia e o impacto da Covid-19 longa na qualidade de vida em indivíduos pretos e pardos atendidos em um centro de referência para sintomas Pós-Covid-19 do estado da Bahia, localizado no Hospital Especializado Octávio Mangabeira (HEOM), em Salvador. A Covid-19 longa ainda é pouco investigada e a maioria dos trabalhos existentes analisa a síndrome em populações da Europa e América do Norte.

Publicado no periódico PLOS ONE, o estudo é resultado de uma colaboração entre a Fiocruz e a equipe do Centro Pós-Covid, do HEOM. Tem entre os integrantes do trabalho os pesquisadores da Fiocruz Bahia, Viviane Boaventura, Natália Machado e Manoel Barral, e o aluno de Iniciação Científica da instituição Marcio Barreto, que está entre os primeiros autores.

Os cientistas avaliaram, entre agosto de 2020 e setembro de 2021, 1.164 pacientes diagnosticados com Covid-19 longa (entre os quais 57% eram mulheres, 88% pardos e pretos e 72,6% apresentavam no mínimo uma comorbidade, em sua maioria hipertensão ou obesidade). Para a coleta de dados foi desenvolvida uma estrutura de pesquisa criada por meio do software Research Electronic Data Capture (REDCap), com provedor centrado na Fiocruz Bahia. A pesquisa avaliou tanto casos de Covid-19 leve (sem internamento), como moderada (hospitalizados sem UTI) e grave (hospitalizados em UTI).

Os resultados apontaram que alguns pacientes com Covid-19 longa necessitaram hospitalização após a fase aguda. O estudo também destacou a alta frequência de casos de diabetes mellitus nesse grupo, incluindo indivíduos sem diagnóstico prévio da doença, uma observação importante já que a Covid-19 tem sido relacionada como um fator de risco para o desenvolvimento da diabetes.

Com relação aos índices de qualidade de vida, o bem-estar de 88,9% dos pacientes foi afetado, principalmente no que tange à ansiedade, depressão, dor e desconforto. Os sintomas residuais mais frequentes foram falta de ar (67,8%), fadiga (63,4%), perda de memória (54,5%), insônia (52,7%) e dor no peito (42,8%). Os cientistas perceberam que os sintomas manifestados se apresentaram independente da gravidade do quadro de Covid-19 desenvolvido pelo paciente. 

Mulheres apresentaram maior queixa de sintomas de fadiga e dor de cabeça. As pacientes que desenvolveram casos moderados e severos na fase aguda da infecção apresentaram maior proporção de sintomas envolvendo dor (muscular, de cabeça e no peito), do que homens. No entanto, não foram observadas maiores diferenças nos sintomas da Covid-19 longa entre grupos étnicos/raciais daqueles já constatados em estudos realizados na Ásia ou em populações brancas.  

Também foram analisados parâmetros laboratoriais, como taxas de glicemia, de hemoglobina (HbA1c), ureia, creatinina, entre outros. Apesar da medição de HbA1c ter sido realizada em apenas parte dos pacientes selecionados (664), o total de 64,1% destes exibiram níveis alterados de HbA1c, o que indica o diagnóstico da diabetes mellitus. Como 40% dos pacientes afirmam não ter recebido diagnóstico prévio da doença, os pesquisadores especularam que a alteração na HbA1c pode apontar para uma possível relação entre a infecção da Covid-19 e disfunções metabólicas. No entanto, salientam que pode ser consequência de não detecção prévia da diabetes.

Outro dado importante foi o entendimento de que a apresentação do quadro clínico da Covid-19 longa variou de acordo com o período pandêmico. Disfunções no paladar e olfato foram detectados mais frequentemente durante a circulação da variante ancestral do coronavírus do que durante o período de circulação das variantes Gamma e da Delta.

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Pesquisa aponta nova droga com potencial efeito antimalárico

Um estudo testou a eficácia de uma classe de medicamentos com potencial antimalárico. As pesquisas, lideradas pelo pesquisador Diogo Moreira, da Fiocruz Bahia, foram realizadas em colaboração com cientistas da Universidade da Cidade do Cabo (África do Sul) e da Universidade de São Paulo. O artigo foi publicado na ACS Infectious Diseases, revista que destaca a química e seu papel no campo multidisciplinar e colaborativo da pesquisa de doenças infecciosas.

Durante a infecção, o Plasmodium, causador da malária, ataca os glóbulos vermelhos e consegue ingerir em pouco tempo boa parte da hemoglobina, composta pelas proteínas heme e globina, cuja função mais importante é fixar o oxigênio para ser transportado pelo sangue. Ao ser infectada, a heme se torna tóxica, mas o Plasmodium consegue convertê-la numa substância cristalina inofensiva, a hemozoína, e bloquear sua ação no combate ao parasita.

A doutoranda do programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PGBSMI) da Fiocruz Bahia, Caroline Sousa, primeira autora do trabalho, destaca que neste estudo foram testados os pirido benzimidazóis (PBIs), que interferem no processo de infecção pelo protozoário Plasmodium e são estruturalmente diferentes dos antimaláricos de referência usados atualmente no tratamento da doença, como a cloroquina e amodiaquina. “Esse medicamento conseguiu mostrar, em teste in vitro, que é capaz de subverter esse catabolismo tóxico que ocorre na proteína heme e é mais eficaz em cepas resistentes aos medicamentos já utilizados”, explica.

Os testes in vivo foram feitos em camundongos infectados e foi observado que a atividade antiplasmodium dos PBIs é devido à sua capacidade de matar o parasita da malária em culturas de células e destes camundongos infectados. Esta propriedade é resultado da capacidade dos compostos de se acumular dentro das células do parasita e ainda promover a toxicidade da heme. Outro ponto importante notado no estudo foi o prolongamento da vida do camundongo com o tratamento feito com PBIs em comparação com os tratados com cloroquina, por exemplo.

Os experimentos com PBIs se mostraram mais potentes nas fases iniciais do ciclo de infecção, similar ao ocorrido nos medicamentos tradicionais. A eficiência é acompanhada de uma forte supressão da desintoxicação da heme in vivo e são propriedades altamente esperadas em medicamentos antimaláricos.

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Reunião marca início de projeto ÆSOP para a detecção de surtos com potencial pandêmico

Uma reunião técnica entre pesquisadores da Fiocruz Bahia, representantes da Fundação Rockefeller e professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), marcou o início do Projeto AESOP – Sistema de Alerta Precoce para Surtos com Potencial Epi-Pandêmico. O encontro ocorreu no Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (CIDACS/Fiocruz Bahia), na quarta-feira (26/10), localizado no Parque Tecnológico da Bahia. O projeto visa desenvolver um sistema de detecção de risco de epidemias de doenças virais respiratórias em municípios brasileiros, com base em informações continuamente registradas em base de dados governamentais.

A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, mencionou a importância do projeto para o país. “Tenho certeza que essa vigilância dos sistemas de saúde proporcionará um aprendizado muito grande, principalmente depois do que vivemos, em todo mundo, com a pandemia da Covid-19″, afirma. O coordenador do projeto, o pesquisador Manoel Barral-Netto, explicou que o conceito do projeto se baseia no monitoramento constante de dados da atenção primária de saúde, nacionalmente.

“A detecção inicial de sinal de aumento de casos numa localidade direciona a realização de uma caracterização molecular do patógeno e da associação com dados de fatores que pode favorecer uma disseminação rápida do surto, como informações sociodemográficas, climatológicas, da rede de transporte etc. na região afetada. Com todas estas informações serão desenvolvidos modelos capazes de predizer o risco de espalhamento rápido e avaliar quais as estratégias de enfrentamento que poderão ser mais efetivas”, explica.

Inicialmente, o sistema será focado em análise de contágio por vírus respiratórios, porém, uma vez desenvolvido o conceito, também poderá ser aplicado na prevenção de diversas outras enfermidades, como a dengue, que é transmitida por vetores. O projeto será realizado em conjunto com a Fundação Rockefeller num prazo previsto de três anos para o desenvolvimento e pleno funcionamento do sistema.

“Uma das razões pelas quais nós fizemos essa visita é por que acreditamos nesse projeto. Estamos muito envolvidos na cocriação de modelos de uso de dados”, partilhou Ana Bento, diretora científica da Iniciativa de Prevenção à Pandemias (PPI, sigla em inglês) da Fundação Rockefeller, reafirmando a importância da parceria entre as instituições. “Temos uma vertente de colaboração e cocriação de projetos e modelos que, esperamos, vão eventualmente servir para informar políticas de saúde e de controle de doenças infecciosas”.

Kay Van Der Horst, diretor administrativo da PPI, disse que o projeto está sendo cuidadosamente desenhado a partir de uma abordagem interdisciplinar. “Nós temos trabalhado juntos por cerca de nove meses, discutindo sobre a coleta de dados e qual a melhor forma de agir se detectarmos uma emergência precocemente”, comenta. 

O desenvolvimento do sistema de análise de dados conta com a participação de professores titulares do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (Coppe) da UFRJ. Coordenador do Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia do Programa de Engenharia Civil (LAMCE), o professor Luiz Landau contou que esta é sua primeira atuação em um projeto voltado para a saúde. “É interessante colocar todo o conhecimento que tivemos nesses 40 anos de pesquisa na área da engenharia de simulação em um setor tão importante para o país quanto este”, avalia. Landau também comentou acerca dos grupos que estão trabalhando em diferentes camadas computacionais que deverão ser incluídas no sistema, como informações socioeconômicas e climatológicas das regiões acompanhadas.

Alvaro Coutinho, pesquisador do Núcleo Avançado de Computação de Alto Desempenho (NACAD), comentou acerca dos frutos que surgem da colaboração com a Fiocruz Bahia. “Com a emergência da pandemia, a Coppe fez um esforço muito grande para contribuir. Nós descobrimos que a nossa expertise em simulação vocacional, ciência de dados, computação de alto desempenho, Inteligência Artificial, tudo isso poderia ser utilizado na área da saúde com grande sucesso”, afirma.

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Tese investiga tráfego intracelular de vesículas em hiPSCs de paciente com espectro autista

Autoria: Ingrid Santana de Souza
Orientação: Bruno Solano de Freitas Souza
Título da tese: “Caracterização do tráfego intracelular de vesículas em células-tronco pluripotentes induzidas de pacientes com transtorno do espectro autista e mutação no gene VPS13B”.
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana
Data de defesa: 31/10/2022
Horário: 13h00
Local: Auditório Aluízio Prata

Resumo

INTRODUÇÃO: O transtorno do espectro autista (TEA) se relaciona com padrões de comportamento, estereotipias, déficits cognitivos e sociais. O tráfego endossomal e autofágico garantem o fluxo dinâmico de cargas citoplasmáticas e ambas as vias atuam de forma complementar, mas por mecanismos diferentes, evitando acúmulos de proteínas e organelas danificadas. O complexo de Golgi é uma interseção entre diversas vias intracelulares convergentes onde as proteínas Rab identificam e direcionam os compartimentos ao longo do tráfego intracelular. A proteína VPS13B está associada à membrana do Complexo de Golgi de forma interdependente às funções e estrutura. A proteína VPS13B transporta fosfolipídios diretamente entre endossomos, favorecendo a interação entre compartimentos endossomais e o complexo de Golgi no fluxo retrógrado. A mutação em VPS13B traz conexões entre distúrbios do neurodesenvolvimento, tais como Síndrome de Cohen e TEA com comorbidades como a microcefalia e a deficiência intelectual. Por isso, células tronco pluripotentes induzidas (hiPSC) de paciente doador, podem fornecer interpretações funcionais do gene VPS13B e sua relação com o TEA, favorecendo o desenvolvimento de alternativas que propiciam qualidade de vida para indivíduos acometidos ainda sem perspectivas terapêuticas específicas. OBJETIVO: Investigar o tráfego intracelular de vesículas em hiPSCs derivadas de paciente autista com mutação missense no gene VPS13B. MATERIAL E MÉTODOS: As hiPSC
foram obtidas de doador neurotiípico saudável (EA1) e de paciente com TEA (IM5). Duas variantes missense do gene VPS13B foram identificadas no exoma completo da paciente doadora com TEA, sendo N2968S confirmada por sequenciamento de Sanger. Para analisar os compartimentos, foram utilizadas técnicas de imunofluorescência, transfecção lentiviral, nuclaofecção plasmidial e microscopia eletrônica de transmissão (MET). RESULTADOS: As hiPSCs IM5 demonstraram alterações endocíticas, tais como aumento da atividade endossomal (RAB5 e RAB7), degradativa lisossomal (LAMP1) e autofágica (LC3) com redução no sistema de reciclagem (RAB11B). A linhagem IM5 também apresentou alterações ultraestruturais, revelando perda da morfologia normal do Complexo de Golgi e aumento da presença de
vacúolos autofágicos. CONCLUSÕES: Nossos resultados sugerem que o gene VPS13B é relevante para o transporte intracelular em hiPSCs de modo que a perda parcial danificou a estrutura do complexo de Golgi, reduziu o sistema de reciclagem mediado por Rab11b, estimulando a degradação lisossomal e atividade autofágica.

Palavras-chave: Neurodesenvolvimento, hiPSC, TEA, Tráfego intracelular, Vesículas, Endossomos, Autofagia, Reciclagem, Rab, complexo de Golgi, VPS13B.

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Evento comemora Dia do Servidor Público 

Comemorado no dia 28 de outubro, o Dia do Servidor Público é um marco para valorizar o trabalho dos funcionários públicos que atuam no setor público brasileiro. Nos dias 24 e 25 de outubro, a Fiocruz Bahia promoveu uma série de atividades em comemoração aos servidores públicos da instituição. Entre os dias 24 e 25 de outubro, foram realizadas homenagens, sessão de cinema e ofertas de serviços de saúde e bem-estar para toda a comunidade Fiocruz Bahia.  

O evento foi organizado pela servidora Daniela Cerqueira, analista de gestão no Serviço de Gestão do Trabalho (SGT). Ela explicou que o objetivo do evento “é reconhecer a importância dos servidores, através do seu trabalho, para manutenção e melhoria a saúde pública da população”, afirmou.  

O primeiro dia do evento iniciou com um quiz com curiosidades sobre a história da Fiocruz e do Instituto Gonçalo Moniz (IGM), unidade da Fundação na Bahia, e um vídeo que exibiu em fotos o histórico dos servidores do instituto. Os ganhadores do quiz foram Eduardo Albuquerque, servidor do setor de Tecnologia da Informação (TI), e a diretora da Fiocruz Bahia Marilda Gonçalves.  

“Eu sempre me emociono quando falo da Fiocruz e do IGM. Todos nós estamos juntos com um único objetivo: ver a nossa instituição sendo reconhecida e desenvolver bem o nosso trabalho”, iniciou Marilda Gonçalves.  A diretora frisou que considera todos os membros que integram o instituto como parceiros. “A coisa que mais me orgulha é quando meu pai, que tem 97 anos, ouve falar da Fiocruz e, em qualquer lugar, ele me diz: ‘Olha a Fiocruz, minha filha’. Meu maior orgulho é ser reconhecida pelo meu pai”, completou.  

Eduardo Albuquerque recordou como durante a pandemia os esforços do instituto tornaram-se mais amplamente conhecidos pelo público. “A vez em que me senti mais reconhecido foi no final de 2020, quando estivemos em maior evidência. Vizinhos me viam com a camisa da Fiocruz e me agradeciam. Ali eu vi a Fiocruz sendo importante”.  

Houve a oferta de serviços de Enfermagem, Nutrição, Oftalmologia, Odontologia e de uma roda de Terapia Comunitária. O acolhimento de saúde foi realizado por meio de parceria entre o Núcleo de Saúde do Trabalhador (NUST), o Centro de Promoção à Saúde Universitária Rubens Brasil (Smurb) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e com a Clínica Olhar Bem.  

Para promover o bem-estar, também foram ofertadas terapias integrativas de Massagem Relaxante, Limpeza de Pele e Auriculoterapia, este último ofertado por Paula Barbosa, secretária do Setor de Compras e Licitações. Para ela, a programação do Dia do Servidor Público só reforça o quanto a Fiocruz Bahia se preocupa com seus colaboradores. “Eu apoio muito atividades que visem melhorias para preservar a saúde e bem-estar dos profissionais, pois isso traz benefícios não só a nível profissional, mas principalmente pessoal. Ao se sentirem valorizados, os colaboradores tendem a ficar mais felizes e motivados”, opinou. 

Fernanda de Souza, servidora no Biotério do IGM, pôde participar de três dos serviços de saúde ofertados. “Eu fiquei muito satisfeita com tudo. Cuidar de si é algo muito importante. Esse é um evento muito interessante”, avaliou. As atividades de bem-estar também foram facilitadas por Esmeralda Lisboa, gestora de plano de saúde da Fiocruz Bahia, e pela consultora de beleza independente Izabel de Souza. 

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Tese analisa relação entre anemia e desfechos clínicos desfavoráveis em pessoas com HIV

Autoria: Mariana Araújo Pereira
Orientação: Bruno de Bezerril Andrade
Título da tese: “Determinantes da relação entre anemia e desfechos clínicos desfavoráveis em pessoas com HIV”.
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana
Data de defesa: 18/11/2022
Horário: 15h00
Local: Sala Virtual do Zoom

ID da reunião: 852 2359 4218
Senha de acesso: defesa

Resumo

INTRODUÇÃO: Pessoas vivendo com HIV (PVHIV) frequentemente apresentam anemia como complicação. A anemia em pacientes com HIV pode ser associada a uma exacerbação do perfil inflamatório, com aumento de citocinas no sangue e progressão da doença mais acelerada. Entretanto pouco se tem relatado sobre o impacto da gravidade da anemia nos desfechos clínicos desfavoráveis durante tratamento desses pacientes com antirretrovirais, como tuberculose (TB) incidente, síndrome de imunorreconstituição inflamatória (SIRI) e morte. OBJETIVO: Caracterizar o perfil inflamatório de pacientes anêmicos com HIV, bem como identificar as associações entre a presença de anemia e sua gravidade com os desfechos desfavoráveis de tratamento desses pacientes. METODOLOGIA: Esta tese reúne um conjunto de seis manuscritos que visam caracterizar e associar a anemia aos desfechos clínicos de PVHIV. Ao todo, foram avaliados dados de 1617 PVHIV. Anemia e sua gravidade foram definidos de acordo com os critérios da Organização Mundial da Saúde. Para cada manuscrito foi utilizada uma diferente coorte de PVHIV, e em cada uma delas foram analisados os níveis plasmáticos de marcadores inflamatórios, tal como dados clínicos, socioeconômicos e laboratoriais. Foram aplicados métodos de estatística descritiva e um conjunto de técnicas multidimensionais, incluindo análises de rede, análises integrativas, regressões logísticas e cálculo de grau de perturbação inflamatória (GPI). RESULTADOS: No primeiro estudo, concluímos que PVHIV anêmicos têm maior risco de desenvolver TB incidente após o início do tratamento antirretroviral(TARV)se comparado os não-anêmicos. No segundo, foi constatado que a anemia grave aumenta o risco de SIRI, principalmente por TB, em PVHIV durante o TARV. No terceiro estudo, foi observado que a anemia está associada a uma maior disseminação da TB em PVHIV. Nos três estudos supracitados, anemia moderada/grave são fatores de risco para óbito. O quarto estudo demonstrou que baixos níveis de hemoglobina estavam associados a um maior GPI em pacientes com HIV-TB. Em seguida, observamos que pacientes HIV-TB com anemia persistente possuem maior risco de vir a óbito que aqueles não-anêmicos durante o tratamento anti-TB (TAT).Esse último resultado foi reforçado pelo sexto estudo, onde a anemia moderada/grave pré-TAT foi um fator de risco para óbito. CONCLUSÕES: Em conjunto, os manuscritos desta tese adicionam importantes informações quanto à importância da anemia no contexto da coinfecção por HIV-TB. Ao identificar a anemia moderada e grave como fator de risco para TB incidente, SIRI, TB disseminada, perturbação inflamatória e óbito, demonstramos que PVHIV devem ser cuidadosamente monitorados e, se possível, a anemia deve ser cuidadosamente avaliada como um marcador de possível infecção oportunista e pior prognóstico. Nesse contexto, essas informações são úteis no direcionamento de novas abordagens para otimizar o manejo clínicos e melhorar a qualidade e expectativa de vida de PVHIV. Palavras-chave: HIV; anemia; inflamação sistêmica; desfecho; tuberculose.

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Confira a cobertura da 19ª SNCT na Fiocruz Bahia

A 19ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia foi voltada ao “Bicentenário da Independência: 200 anos de ciência, tecnologia e inovação no Brasil”, tema escolhido para integrar o evento às comemorações do bicentenário da independência brasileira. De 18 a 21 de outubro, a Fiocruz Bahia realizou uma programação com palestras que abordaram a história da ciência e da Fiocruz, exposição de insetos e de pôsteres, visitas às dependências da instituição, participação em experimentos e exibição de filme. Além do público geral e da comunidade da Fiocruz Bahia, a instituição recebeu, durante o evento, 127 estudantes do Ensino Médio e Fundamental.

Confira a cobertura de cada dia:

Palestras com foco em história da ciência são destaques do primeiro dia da 19ª SNCT

O primeiro dia de atividades da Fiocruz Bahia na 19ª SNCT ocorreu em 18 de outubro e contou com a presença de alunos do Ensino Médio, do Colégio Bom Pastor e do Centro Estadual de Educação Profissional em Saúde Professor Anísio Teixeira. Aos estudantes foram ofertadas demonstrações de experimentos, exposições, visitação ao Serviço de Histotecnologia e uma série de palestras com Simone Kropf (pesquisadora da COC/ Fiocruz), Bernardo Galvão (pesquisador emérito da Fiocruz Bahia), Marilda Gonçalves (diretora da Fiocruz Bahia) e Luis Fernando Adan (diretor da FAMED/UFBA), mediadas pela vice-diretora de Ensino da Fiocruz Bahia, Claudia Brodskyn. 

Projeto Meninas Baianas na Ciência marca segundo dia da 19ª SNCT 

A Fiocruz Bahia dedicou as atividades do segundo dia da programação, quarta-feira (19/10), ao projeto Meninas Baianas na Ciência. Com a participação de alunas de oito colégios da rede pública estadual, foi realizada uma palestra de Mariane Orsolan, representante da organização British Council e analista de engajamento cultural, um bate-papo com a coordenadora de Ensino e Informação da Fiocruz Bahia Clara Mutti e exposições de pôsteres e experimentos científicos. As palestras foram mediadas pela pesquisadora Karine Damasceno que, junto às cientistas Isadora Siqueira e Natália Machado, coordena o projeto Meninas Baianas na Ciência.  

Documentário sobre casal de cientistas Sonia e Zilton Andrade é exibido na 19ª SNCT

Em homenagem ao casal de cientistas Sônia e Zilton Andrade, a Fiocruz Bahia realizou na quinta-feira (20), a exibição pública do documentário “Sônia e Zilton: ciência, saúde e amor”, no auditório do Pavilhão Aluízio Prata, na sede da instituição. A exibição foi sucedida por um debate entre os pesquisadores e ex-alunos do casal e atuais pesquisadores da Fiocruz Bahia, Luiz Antonio Rodrigues de Freitas e Mitermayer Galvão dos Reis. O debate contou com mediação da diretora do filme, Ulla Macedo. 

Fiocruz Bahia recebe estudantes no encerramento da 19ª SNCT

Na sexta-feira (21/10), ocorreu o encerramento da programação. A primeira atividade foi a apresentação da sessão científica intitulada “Inovações no uso de grande volume de dados integrados na pesquisa em saúde”, ministrada por Maria Yury Ichihara, vice-coordenadora do Cidacs da Fiocruz Bahia. A instituição também recebeu estudantes do Colégio Estadual Luiz Viana e do Colégio Bom Pastor para uma palestra sobre a história da Fiocruz e do Instituto Gonçalo Moniz e a exibição de um vídeo em homenagem a cientista Sonia Gumes de Andrade, mediada pelo coordenador da Gestão da Comunicação e Divulgação Científica, Antonio Brotas. Além disso, os estudantes assistiram a apresentações de pôsteres e de experimentos realizadas pelos discentes de iniciação científica e de pós-graduação da instituição, e visitaram o Serviço de Histotecnologia e as Plataformas Tecnológicas. O evento também disponibilizou um espaço para fotografia instantânea impressa com o tema da SNCT.  

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Fiocruz Bahia recebe estudantes no encerramento da 19ª SNCT

Na sexta-feira (21/10) ocorreu o encerramento da programação da 19ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) no Instituto Gonçalo Moniz (IGM), sede da Fiocruz Bahia. A primeira atividade foi a apresentação da sessão científica intitulada “Inovações no uso de grande volume de dados integrados na pesquisa em saúde”, ministrada por Maria Yury Ichihara, vice-coordenadora do Cidacs da Fiocruz Bahia.

A instituição também recebeu estudantes do Colégio Estadual Luiz Viana e do Colégio Bom Pastor para uma palestra sobre a história da Fiocruz e do Instituto Gonçalo Moniz e a exibição de um vídeo em homenagem a cientista Sonia Gumes de Andrade, mediada pelo coordenador da Gestão da Comunicação e Divulgação Científica, Antonio Brotas. Além disso, os estudantes também assistiram a apresentações de pôsteres e de experimentos realizadas pelos discentes de iniciação científica e de pós-graduação da instituição, e visitaram o Serviço de Histotecnologia e as Plataformas Tecnológicas. O evento também disponibilizou um espaço para fotografia instantânea impressa com o tema da SNCT.  

Na abertura do encontro, Antonio Brotas recordou que a SNCT deste ano se soma às comemorações do bicentenário da independência brasileira. Ele afirmou que as atividades ofertadas na Fiocruz Bahia buscaram ressaltar desse caráter histórico, partilhando as memórias do instituto e as formas como a ciência contribui com o estado e com o país.  

“Vocês podem passar aqui e se questionar sobre como nós funcionamos, e essa semana serve para matar essa curiosidade, para conhecer os profissionais e a nossa estrutura”, explica o coordenador. “Essa é uma casa de jovens também. Podemos pensar que a ciência é um lugar só para pesquisadores consolidados, mas não. Essa lógica de abertura não está circunscrita apenas à SNCT. As escolas podem organizar visitas e sempre temos atividades aqui para vocês”, completou. 

Seguindo a apresentação, foi exibido um trecho do documentário “Sonia e Zilton: ciência, saúde e amor”, editado em homenagem a pesquisadora Sonia Andrade. Falecida no dia 11 de outubro, a pesquisadora teve grande influência nos estudos sobre a doença de Chagas e no desenvolvimento do curso de Pós-Graduação em Patologia Humana e Patologia Experimental (PgPAT), realizado em ampla associação entre a Fiocruz Bahia e a Universidade Federal da Bahia (UFBA).  

“Eu gostei muito de conhecer a história de Sonia e Zilton”, revelou Gabriela de Jesus, 18, do Colégio Bom Pastor. A aluna contou que se interessou pelo pioneirismo da cientista e pela importância que ela teve dentro do IGM. “Outra coisa é que foi muito bom ver a história da instituição, desde que ela surgiu lá no Rio de Janeiro. E ver também como ela se espalhou pelo Brasil”. Estudante no mesmo colégio, Alice Marota, 17, passou a vislumbrar novas possibilidades com a visita. “Eu conheci muitas coisas que e me ajudaram a pensar em ter uma carreira na área de saúde”.  

Acompanhando os estudantes do Colégio Bom Pastor, a coordenadora pedagógica do Ensino Médio e Fundamental Aline Lopes relatou que esta não é a primeira atividade que o Colégio é convidado a participar. E reitera: os encontros são sempre interessantes. “Acho extremamente interessante e importante, porque nós desenvolvemos nos alunos não só a questão do senso crítico, mas incentiva também o interesse pela ciência e pela pesquisa. A Fiocruz Bahia precisa continuar esse tipo de trabalho”. 

“O Colégio Luiz Viana está sempre aqui presente com a Fiocruz”, assinalou a professora de Educação Física Elza Rosana Malhado. Ela declarou que espera ter mais alunos envolvidos nas atividades do IGM e se orgulha dos estudantes que chegaram à Iniciação Científica e ao Mestrado na instituição. Em conjunto com o professor de Português e Artes, Antônio Fernando dos Santos, os docentes observaram o entusiasmo dos estudantes. “O que é ensinado aqui é uma complementação do que damos em sala de aula. Acho de fundamental importância que eles tenham essa referência de um instituto de ciência e tecnologia próximo deles, ainda mais nesse período de formação. E muitos ficam logo apaixonados”, confessou o professor.  

O estudante do Colégio Luiz Viana Isaac Gonçalves, 17, sabe qual foi a parte que mais o deixou apaixonado. “A parte dos experimentos químicos”, afirmou, prontamente. Aficcionado por biologia na escola, ele coloca que o encontro o fez respeitar mais o trabalho desempenhado no IGM. “Podemos aprender mais como funcionam as coisas. Muitas pessoas acham que a pesquisa é fácil de fazer. Mas é muito mais difícil e requer tempo”.  

Já sua colega Graziele Araújo, 16, não consegue decidir qual momento do dia ela mais apreciou. “Eu gostei de todos os momentos. Foi uma chance para a descoberta, para me aprofundar mais nas coisas. Na escola a gente não tem uma experiência como tem aqui dentro”.  

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Documentário sobre casal de cientistas Sonia e Zilton Andrade é exibido na 19ª SNCT

Em homenagem ao casal de cientistas Sônia e Zilton Andrade, a Fiocruz Bahia realizou na quinta-feira (20), a exibição pública do documentário “Sônia e Zilton: ciência, saúde e amor”, no auditório do Pavilhão Aluízio Prata, na sede da instituição. A exibição foi sucedida por um debate entre os pesquisadores e ex-alunos do casal e atuais pesquisadores da Fiocruz Bahia, Luiz Antonio Rodrigues de Freitas e Mitermayer Galvão dos Reis. O debate contou com mediação da diretora do filme, Ulla Macedo. 

“É um filme que rende essa homenagem a dois grandes pesquisadores do Instituto Gonçalo Moniz. Dois pesquisadores de contribuição muito relevante para a Bahia, para o Brasil e para o mundo”, comentou Ulla na abertura do evento. Cientistas renomados nacional e internacionalmente por sua pesquisa na área de patologia das doenças tropicais, Sônia Gumes Andrade e Zilton Araújo de Andrade realizaram importantes descobertas sobre a doença de Chagas.  

Os cientistas também foram pesquisadores com grande importância acadêmica na implantação do curso de Pós-Graduação em Patologia Humana e Patologia Experimental (PgPAT), da Universidade Federal da Bahia (UFBA) em Ampla Associação com a Fiocruz Bahia. Sonia Andrade coordenou o PGPAT, que hoje possui conceito 6, a maior nota da Capes, por 20 anos. 

A homenagem tornou-se mais comovente devido ao recente falecimento de Sonia Andrade, no dia 11 de outubro, aos 94 anos. O pesquisador Mitermayer Reis frisou este fato ao falar sobre as emoções que sente ao assistir ao documentário. “Eu vi o filme pela primeira vez e achei maravilhoso. Sempre me emociona e agora me machuca. Estou um pouco mais triste com a perda de Dra. Sonia”, afirmou. 

Mitermayer conheceu Zilton Andrade na UFBA. Quando ainda era graduando, seu desejo em realizar pesquisa o levou a buscar os melhores professores disponíveis para orientá-lo. “Quanto mais eu procurava, mais as pessoas o enalteciam. Elas diziam: ‘realmente, o Dr. Zilton é o grande cientista, o nosso cientista’”, recorda. “Eu vi a diferença que pode fazer um professor. Na época pensei que esse era um professor capaz de dar uma aula sobre o mesmo assunto para médicos e também explicar para pessoas na rua”, declara o pesquisador. “Nunca vi ninguém mais didático que o professor Zilton”.  

O pesquisador Luiz Freitas refletiu sobre a importância do filme para a instituição. “Acho esse trabalho um marco no sentido de preservação da memória. É um documentário muito vivo e que me toca profundamente. Para a memória da fundação, para a memória da Bahia e do Brasil. Isso é extremamente importante”, avalia Freitas. “Vivemos em um país que preserva pouco a memória. Cultuar a memória é cultuar o lado positivo de um país”. 

Antigo aluno do casal de cientistas, Luiz Freitas classifica Sônia e Zilton como dois importantes exemplos de cidadãos. Ele ressaltou ainda a importância do retrato do amor deles como um “amor sem submissão” e reforça o quão progressista eles foram para sua época. “Isso é muito importante. Dra. Sônia teve uma vida científica independente da de Zilton. Ela trilhou a carreira delas, em uma sociedade muito misógina e onde mulheres têm graves dificuldades ainda hoje”.  

O documentário teve o apoio do edital interno de Memória Institucional da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz). O filme está disponível online, no canal de Youtube da Fiocruz Bahia.  

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Projeto Meninas Baianas na Ciência marca segundo dia da 19ª SNCT 

A Fiocruz Bahia dedicou as atividades do segundo dia da programação da 19ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), quarta-feira (19/10), ao projeto Meninas Baianas na Ciência. Com a participação de alunas de oito colégios da rede pública estadual, foi realizada uma palestra de Mariane Orsolan, representante da organização British Council e analista de engajamento cultural, um bate-papo com a coordenadora de Ensino e Informação da Fiocruz Bahia Clara Mutti e exposições de pôsteres e experimentos científicos. As palestras foram mediadas pela pesquisadora Karine Damasceno que, junto às cientistas Isadora Siqueira e Natália Machado, coordena o projeto Meninas Baianas na Ciência.  

Realizado por meio do apoio da 2ª chamada Garotas STEM, do British Council e Fundação Carlos Chagas, o projeto ocorre desde agosto, ofertando a estudantes visitações nas instalações do Instituto Gonçalo Moniz, sede da Fiocruz Bahia, e encontros com diversas pesquisadoras, apresentando oportunidades no campo da ciência.  A vice-coordenadora de Ensino e Informação da instituição, Claudia Brodskyn, saudou as alunas presentes na abertura do evento. “A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia é um evento bastante importante para todos nós e é principalmente realizado para vocês, estudantes do ensino médio e fundamental. Serve também para despertar a curiosidade, amor e carinho que a nós temos pela ciência em vocês”, declara. 

Clara Mutti apresentou os programas de iniciação científica e de pós-graduação da Fiocruz Bahia. Além do Meninas Baianas na Ciência, o instituto conta com o Programa de Vocação Científica (Provoc). A coordenadora destaca que o diferencial desses projetos é oportunizar aos estudantes, já no ensino médio, a possibilidade de adentrar a carreira acadêmica. “Esses programas permitem a vocês enxergarem possibilidades que antes não viam na carreira científica”, comenta. Na ocasião, ex-alunos da iniciação científica (IC) que seguiram na carreira acadêmica também deram depoimentos. Atualmente, a Fiocruz Bahia possui 95 estudantes de IC, destes 36 recebem bolsa da FAPESB e 42 do CNPq. Cinco alunos são do Provoc e o Meninas Baianas na Ciência convidou mais cinco alunas para a IC. 

Já Mariane Orsolan apresentou a instituição parceira no projeto, o British Council, que, como explicou, é uma organização internacional, do Reino Unido com atuação em mais de 100 países fortalecendo relações culturais e disponibilizando oportunidades educacionais. O Meninas Baianas na Ciência faz parte de uma das iniciativas focadas em educação da organização, o programa Mulheres na Ciência. 

“Esse programa surgiu da identificação de um gap de participação das mulheres e meninas nessas áreas da Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, que são as ciências mais exatas”, explicou. Utilizando a sigla em inglês para essas áreas, STEM, a organização idealizou o edital de apoio a projetos que possibilita iniciativas voltadas para inspirar meninas para seguirem carreira científica, o Garotas STEM. 

Mariane citou, na palestra, uma série de estudos que buscaram entender quais são os obstáculos colocados na carreira científica para mulheres. “Foram identificados uma série de casos, que mostram que desde a infância a gente tem a falta de um modelo inspirador, a má qualidade de ensino. Foi afirmado em uma pesquisa que as meninas, já a partir de seis anos de idade, começam a acreditar que são menos inteligentes que os meninos”, relata. “Não é que a gente não tenha mulheres na ciência, nós temos. Mas nós temos que exaltar essas histórias, trocar essas experiências e colocar em evidência esses modelos para as meninas”, completa.  

Meninas Baianas na Ciência 

Há três meses participando das rodas de conversa e experimentações, as alunas começam a demonstrar outra visão do papel da ciência na sociedade.  “Se não fosse a ciência várias coisas que nos ajudam muito não teriam existido. A vacina da Covid-19, por exemplo. É importante a gente lembrar disso e até mesmo prestar essas homenagens para as cientistas que dão duro”, afirma Estefane Santos da Silva, 16, do Colégio Estadual Deputado Rogerio Rego.  

Estudante do Colégio Estadual Eduardo Bahiana, Xaiana da Paixão, 19, também recordou das aulas ofertadas no instituto, que ensinaram a importância das vacinas às alunas. Para ela, o maior ganho que vem tendo com o projeto é o convívio aproximado com a pesquisa. “Eu acho um processo muito interessante, porque não temos tanto convívio com a ciência nas escolas. O que eu achei mais interessante foram os experimentos nas oficinas, gosto muito de tocar, de aprender e observar as células”.  

Ludmila Souza, 16, aluna do Colégio da Polícia Militar – Unidade I/Dendezeiros, elogiou as pesquisadoras pela iniciativa de levar a ciência aplicada até as escolas. A estudante destaca a importância da SNCT. “Acho que nem sempre a gente dá valor ao cientista, que trabalha gerando medicamentos, vacinas. Eu acho que a gente tem que dar mais importância para elas e reconhecer que, quando nós avançamos, também é graças aos cientistas”, declara.  

Também participam do projeto estudantes do Colégio Estadual Heitor Villa Lobos; Colégio Estadual Mãe Stella; Colégio Estadual Cosme de Farias; Colégio Estadual da Bahia Central; e Escola Estadual Deputado Naomar Alcântara. 

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Palestras com foco em história da ciência são destaques do primeiro dia da 19ª SNCT

O primeiro dia de atividades da Fiocruz Bahia na 19ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) ocorreu em 18 de outubro e contou com a presença de alunos do Ensino Médio, do Colégio Bom Pastor e do Centro Estadual de Educação Profissional em Saúde Professor Anísio Teixeira. Aos estudantes foram ofertadas demonstrações de experimentos, exposições, visitação ao Serviço de Histotecnologia e uma série de palestras com Simone Kropf (pesquisadora da COC/ Fiocruz), Bernardo Galvão (pesquisador emérito da Fiocruz Bahia), Marilda Gonçalves (diretora da Fiocruz Bahia) e Luis Fernando Adan (diretor da FAMED/UFBA), mediadas pela vice-diretora de Ensino da Fiocruz Bahia, Claudia Brodskyn. 

Marilda Gonçalves abordou a história do Instituto Gonçalo Moniz, mais conhecido como Fiocruz Bahia. Na abertura do evento, a pesquisadora ressaltou o prazer que sente em receber jovens. “Desejo que vocês entendam a necessidade que há em fazer ciência e em educar. Esses são os pilares de uma nação e é o que nós fazemos no nosso instituto”. Ela afirmou desejar que a “viagem histórica” feita através das palestras ajudassem a demonstrar a importância do trabalho da instituição. “Nossa Fiocruz tem tido um desempenho muito importante, principalmente nos tempos atuais, quando estamos passando pela pandemia da Covid-19, em que se minimiza a necessidade de se vacinar”. 

O médico patologista e pesquisador emérito da Fiocruz que liderou a primeira equipe a isolar o HIV no Brasil, Bernardo Galvão, apresentou aos alunos a história da Fiocruz Bahia através dos estudos sobre a AIDS e da busca por um tratamento adequado para os pacientes. “Embora permaneça como uma ameaça, a AIDS está esquecida. Acredita-se que tem cura, mas na verdade o que se tem é tratamento”, alerta. Ele expôs o papel do fomento à pesquisa para o fortalecimento do estudo das endemias e pandemias.  

Galvão deu dicas aos estudantes para ter sucesso na carreira acadêmica. “Há critérios que são subjetivos, então você precisa ter confiança e empatia com quem vai colaborar. Tem também os critérios objetivos, como ter projetos muito bem definidos, com relevância para o país, transparência no estudo e desenvolvimento rápido”, partilha. 

Simone Kropf compartilhou os conhecimentos adquiridos em sua pesquisa sobre a memória institucional da Fiocruz, realizada desde 2020. Para a pesquisadora, a história do desenvolvimento científico é a história das respostas dadas no âmbito institucional às crises de saúde. “Existe essa tradição que vem desde os primeiros anos da Fiocruz, de se preocupar em atender os problemas de saúde pública da população”, afirma.  

A pesquisadora apresentou uma segunda palestra sobre a História das Ciências no Brasil, no período da tarde. Nesse momento, Kropf explicou mais sobre a mudança da visão que se tinha sobre as ciências antes do século XX, passando-se da ideia de que a pesquisa só serviria para sanar problemas urgentes ao fomento à inovação e às ciências puras.  “A criação de Manguinhos [sede da Fiocruz no Rio de Janeiro] surge como uma resposta à epidemia de peste bubônica. Mas Oswaldo Cruz, desde o início, se preocupou em criar uma instituição que tivesse continuidade no tempo, tanto na área de pesquisa, quanto na de ensino”, conta. 

A tarde foi encerrada com uma palestra sobre os 214 anos da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, apresentada pelo médico Luis Fernando Adan, diretor da instituição. O professor falou sobre o memorial da faculdade, que conta atualmente com 250 metros de arquivo e obras raras e que mantém a história da instituição preservada. O médico reconhece a grandeza dessa história, mas afirma que também houve erros, como a exclusão de mulheres e negros em parte de sua trajetória. “Se me perguntarem qual a energia da Faculdade, eu digo que é uma energia de construção, senão ela não teria sobrevivido. Não podemos reescrever a história, mas podemos escrever novos capítulos”, declara.  

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Coordenador do Cidacs ministrará palestra de abertura da TropMed22

O coordenador do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs) da Fiocruz Bahia, Maurício Lima Barreto, vai ministrar a palestra de abertura da reunião anual da Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene (ASTMH, sigla em inglês), no dia 30 de outubro. A #TropMed22, que acontece em Seattle (EUA), é o primeiro encontro presencial da ASTMH em dois anos, devido à pandemia de Covid-19. 

Com duração de cinco dias, o fórum é considerado um dos principais eventos internacionais para o intercâmbio de conhecimentos em avanços científicos em medicina tropical, higiene e saúde global, reunindo profissionais de medicina que representam a academia, fundações, governo, organizações sem fins lucrativos, organizações não governamentais e setor privado. 

Sobre o palestrante

Maurício Barreto é Pesquisador Sênior da Fiocruz Bahia e Professor Emérito da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Atua nas áreas de epidemiologia e saúde coletiva, abrangendo diferentes temas com foco nos determinantes sociais e ambientais da saúde, desigualdades em saúde e impacto das intervenções sociais na saúde. Atualmente, coordena o Cidacs e sua principal linha de pesquisa envolve a Coorte dos 100 milhões de brasileiros, investigando determinantes sociais e ambientais da saúde, particularmente o impacto das políticas de redução da pobreza na saúde, usando informações de grandes bancos de dados administrativos brasileiros.

Barreto publicou mais de 600 artigos revisados ​​por pares em revistas científicas; ensinou, supervisionou e orientou cursos de graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado ao longo de sua vida; foi vice-diretor da Unidade de Pesquisa em Saúde Global sobre Determinantes Sociais e Ambientais das Desigualdades em Saúde (NIHR) da National Health and Care Research (NIHR). É membro eleito da Academia Brasileira de Ciências e da Academia Mundial de Ciências e Professor Honorário da London School of Hygiene and Tropical Medicine. Coordena a Rede CoVida, é membro do Comitê Científico que assessora os Governadores da Região Nordeste do Brasil na pandemia de Covid-19 e é membro do Grupo de Especialistas em COVID-19 do Painel Interacadêmico: The Global Network of Science Academies.

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Vacinação com BCG e modulação do gene RAB11A na tuberculose é tema de dissertação

Autoria: Scarlet Torres Moares Mota
Orientação: Theolis Costa Barbosa Bessa
Título da tese: “Assinaturas transcricionais associadas a vacinação com a BCG e modulação do gene RAB11A na tuberculose”.
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana
Data de defesa: 28/10/2022
Horário: 14h00
Local: Sala Virtual do Zoom

ID da reunião: 895 0865 0888
Senha de acesso: defesa

Resumo

A tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa de difícil controle e os mecanismos envolvidos na progressão da doença não são totalmente estabelecidos. O perfil de expressão gênica vem sendo estudado com o objetivo de validar potenciais biomarcadores que auxiliem no entendimento dos processos envolvidos na TB e no desenvolvimento de estratégias para o combate da doença. A vacinação com a BCG vem sendo apontada com a capacidade de modular a resposta do hospedeiro e sua eficácia contra a TB têm sido amplamente discutida, porém ainda não se sabe totalmente sobre quais seriam esses efeitos e a sua duração no organismo. Por meio de uma metanálise de dados de transcriptoma utilizando o repositório GEO, conseguimos demonstrar que a vacinação com a BCG é capaz de gerar efeitos duradouros no hospedeiro, afetando a modulação de genes específicos. Ao comparar os grupos de não infectados, infectados e doentes que não foram vacinados, observamos 100 genes (92 modulados negativamente e 8 modulados positivamente), associados principalmente com vias e funções ligadas ao metabolismo. Já entre os indivíduos vacinados, comparando-se os mesmos grupos, foram observados 53 genes, sendo 18 superexpressos e 35 subexpressos, associados principalmente aos processos de imunidade. Em uma metanálise secundária, verificamos também assinaturas distintas ligadas à vacina, com 5 genes subexpressos identificados para os vacinados e 2 genes (1 super e 1 subexpresso) para os não vacinados. Nossos resultados ainda apontaram que um gene da subfamília Rab11 (composta por outros dois membros de elevada homologia, o RAB11A e RAB11B), o RAB25, apresentou-se superexpresso em indivíduos doentes e não vacinados com a BCG, quando comparados também com os doentes, porém vacinados. Identificamos durante as nossas avaliações o RAB11A como o gene-alvo do nosso estudo. Em amostras de sangue total de uma coorte de pacientes com tuberculose ativa da nossa população, observamos valores médios de expressão maiores para o gene RAB11A em indivíduos doentes e não vacinados, quando comparados aos indivíduos vacinados, corroborando com os dados da metanálise. Vimos também que os valores de expressão deste gene são menores em células THP-1 infectadas com a cepa vacinal BCG em comparação com as não infectadas. Para investigação futura do papel deste gene, realizamos com sucesso o silenciamento gênico em células THP-1 através da metodologia de RNA de interferência. Com este trabalho, conseguimos então identificar as assinaturas transcricionais associadas à vacinação com a BCG e apontar um alvo que merece ser melhor estudado na tuberculose.

Palavras-chave: tuberculose; BCG, expressão gênica, RAB11.

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I Simpósio de História da Medicina na Bahia está com inscrições abertas

O I Simpósio de História da Medicina na Bahia acontecerá na sede Mater da Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia (UFBA), localizada no Terreiro de Jesus, Pelourinho, de 02 a 05 de novembro de 2022. O evento tem como tema “A Medicina na História: as lutas e conquistas pela saúde”, abarcando assuntos como escravidão e saúde no Brasil, história da loucura, história da medicina e saúde: perspectivas disciplinares, e história da medicina materno-infantil. A inscrição é gratuita e pode ser realizada no site http://www.simposiohistoriamed.ufba.br/.

A programação contará com uma conferência de abertura, mesas redondas, painéis de apresentação oral e terá como produto a publicação de um caderno de resumos, anais e um livro de coletâneas com artigos de professores conferencistas. O evento proporcionará discussões teórico-metodológicas de forma interdisciplinar acerca da História da Saúde, da Medicina e da Ciência a fim de dialogar com pesquisadores de diferentes áreas, tendo em vista a urgência de explorar a temática dos estudos já realizados ou em processo de construção. O Simpósio é uma extensão universitária de caráter social, cultural e educacional da UFBA com vistas à abertura ao grande público e à democratização do conhecimento científico.

A atividade acadêmica é promovida pela Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia em parceria com o Programa de Pós-Graduação em História da UFBA, Programa de Pós-Graduação em História Universidade do Estado da Bahia, Instituto Bahiano de História da Medicina e Ciências Afins, Memorial da Medicina Brasileira, Academia de Medicina da Bahia e com a Sociedade Brasileira de História da Ciência. 

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Fiocruz Bahia realiza primeira edição de curso sobre autópsias minimamente invasivas

A Fiocruz Bahia, em parceria com o Serviço de Verificação de Óbitos e o Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR), realizou o primeiro módulo do curso “Autópsias Minimamente Invasivas Guiadas por Ultrassonografia – AMIGUS”, nos dias 7 e 8 de outubro. Ofertado na sede do IMLNR, o curso teve como objetivo capacitar profissionais para a realização de autópsias minimamente invasivas guiadas por ultrassom para fins de diagnóstico e pesquisa.

Voltado para médicos patologistas, incluindo residentes, e peritos médicos legais, o próximo módulo do curso irá ocorrer em novembro. Esta primeira edição teve a participação de seis profissionais das cidades de Salvador e Barreiras, na Bahia, e Juiz de Fora, em Minas Gerais. Com caráter teórico-prático, a atividade ofereceu aos participantes conferências, oficinas de procedimentos e discussões em grupo.

O coordenador do projeto, o pesquisador do Laboratório de Patologia Estrutural e Molecular (LAPEM), Washington dos-Santos, afirma que o curso atendeu às expectativas dos alunos e professores. “O nosso objetivo é, com cursos como este, criar uma rede de vigilância em saúde baseada em autópsias minimamente invasivas. Este foi um grande movimento nessa direção. O fato de termos alunos de quatro locais diferentes do país mostrou o alcance e potencial de multiplicação”, declara o cientista.

Um dos profissionais responsáveis por ministrar a aula e coordenar o curso, o pesquisador da Fiocruz Bahia, Geraldo Gileno Oliveira, acredita ser este o primeiro curso aberto sobre autópsia minimamente invasiva realizado no Brasil. “A experiência foi boa. No final, os médicos participantes deram algumas sugestões para aprimorar as próximas edições”, comenta.

A autópsia minimamente invasiva é uma coleta de fragmentos dos principais órgãos (cérebro, coração, pulmão, fígado, baço, rim e medula óssea) através de agulha, causando lesões praticamente impercetíveis, ou de pequenas incisões cirúrgicas na pele, que serão analisados para determinar a causa do óbito. A autópsia AMIGUS usa o ultrassom como ferramenta para exames.

Para Gileno, por conta do baixo custo e da simplicidade das ferramentas, a tendência é que a utilização da ultrassonografia nas autópsias se amplie. Essas técnicas ainda não são empregadas em larga escala, mas, com a pandemia da Covid-19, elas ganharam outra dimensão. Através da AMIGUS é possível não apenas preservar o corpo, mas também diminuir o contato com o cadáver, evitando assim a possibilidade de infecção do profissional por doenças transmissíveis.

João Roberto Oba, médico do Instituto de Medicina Legal de Diadema e do Serviço de Verificação de Óbito de Diadema, em São Paulo, atua há 35 anos na área de perícia médica. Mesmo com anos de experiência, ele reconhece que o material partilhado agregou muito ao seu conhecimento. “Sempre tive vontade de fazer esse curso, não tinha muita ciência do que seria encontrado. Para minha surpresa as aulas foram maravilhosas. Tivemos uma tarde toda de prática aprender a colher o material. Eu só tenho a agradecer a Fiocruz Bahia, ao IML, e ao professor Geraldo Gileno”, reconhece.

Também fez parte da coordenação do evento o perito médico legal do IMLNR, Fabio Leandro dos Santos Correia. Participaram como docentes as médicas Juliana Ribeiro de Freitas, professora de Anatomia Patológica e Medicina Legal da Faculdade de Medicina da Bahia (UFBA); Cristiane Vieira Lima Mendes, membro do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem; e o médico Luiz Antonio Rodrigues de Freitas, professor e pesquisador colaborador da Fiocruz Bahia.

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Dissertação avalia alterações no perfil lipídico na esquistossomose

Autoria: Thainá Rodrigues de Souza Fialho
Orientação: Adriano Queiroz Silva
Co-orientador: Ricardo Riccio Oliveira
Título da dissertação: “PERFIL LIPIDÔMICO DE INDIVÍDUOS INFECTADOS PELO SCHISTOSOMA MANSONI”
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 17/11/2022
Horário: 13h00
Local: Sala Virtual do Zoom

ID da reunião: 823 1344 1988
Senha de acesso: 349063

Resumo

INTRODUÇÃO: A esquistossomose mansônica é uma doença causada pelo parasito trematódeo digenético do gênero Schistosoma, que tem o homem como seu principal hospedeiro, no Brasil é causada pela espécie Schistosoma mansoni. A infecção por este parasito consiste em um problema de saúde pública, especialmente no Nordeste, estando associada à pobreza, às precárias condições sanitárias, falta de tratamento de água e esgoto, definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma das principais doenças tropicais negligenciadas. A parasitose apresenta duas fases, a fase aguda, no qual ocorre logo após a penetração da cercaria e a fase crônica, que evolui quando não tratada. O fígado é o principal órgão acometido, onde os ovos ficam retidos nas vênulas hepáticas, pode acarretar em uma inflamação granulamentosa local. Em decorrência as lesões hepáticas, estudos realizados em camundongos trazem alterações no metabolismo dos lipídios, porém ainda é limitado estudos em humanos, sendo necessário uma abordagem em larga escala para determinar as
possíveis alterações lipídicas durante a esquistossomose. O estudo lipidômico do hospedeiro na esquistossomose ainda é escasso e, no caso específico do S. mansoni, totalmente ausente. OBJETIVO: O objetivo desse estudo é avaliar as alterações no perfil lipídico de indivíduos infectados pelo Schistosoma mansoni em uma área hiperendêmica em esquistossomose no estado da Bahia. MATERIAS E MÉTODOS:
Foi realizado um estudo longitudinal e observacional, em vilarejos do Conde-Ba. Em cada participante foram coletados uma amostra de fezes, para a execução do KatoKatz e uma coleta de sangue para a avaliação lipidômica. Nas análises lipidômica do soro, foram avaliadas alterações no perfil lipídico do soro de indivíduos infectados com alta e baixa carga em comparação ao grupo controle. RESULTADOS: Cerca de 340 indivíduos foram avaliados no qual 55,59% apresentavam ovos de S. mansoni em pelo menos uma das lâminas. Quando realizado as análises séricas desses indivíduos, foi possível observar que a carga parasitária do S. mansoni com a enzima GGT, demonstrou uma correlação positiva. Para a análise lipidômica selecionamos 45 participantes realizando sorteio randômico, no qual foram divididos a partir de sua carga parasitária em alta carga, baixa carga e negativo. As analises lipidômicas inicialmente mostraram PC, HexCer e FFA como predominantes, mesmo não apresentando diferenças importantes entre os grupos de carga parasitária, entretanto quando aprofundamos as analises, as espécies das subclasses PI e TAG se descaram em quantidade de espécies que se mostraram alterados no grupo de alta carga parasitaria comparado a baixa carga e negativo. CONCLUSÕES: A partir dos achados nesse estudo concluímos que a elevada a carga parasitária na esquistossomose está associada a alterações lipídicas importantes, possivelmente por conta de alteração no metabolismo lipídico decorrente da ação do verme. Estes dados podem contribuir para melhor entendimento da patologia observada durante a esquistossomose ou mesmo para identificação de um biomarcador de infecções graves.

Palavras-Chave: Schistosoma mansoni; Lipidômica; Esquistossomose; Perfil Lipídico.

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Fiocruz Bahia lamenta falecimento da Pesquisadora Emérita Sonia Andrade

A Fiocruz Bahia lamenta profundamente o falecimento da Pesquisadora Emérita da Fiocruz, Sonia Gumes Andrade, na manhã desta terça-feira (11/10). A cientista foi uma das mais conceituadas do Brasil, por suas contribuições para a pesquisa experimental sobre a doença de Chagas.

Cientista, professora e médica, ela construiu uma família com seis filhos, frutos de seu casamento com o Pesquisador Emérito da Fiocruz, Zilton de Araújo Andrade, falecido em 2020. A pesquisadora estudou a Patologia e a Imunopatologia da doença de Chagas, tendo realizado uma proposição original de classificação das cepas do protozoário da enfermidade. Ela também investigou a interação da doença com diferentes tratamentos quimioterápicos. 

Na Fiocruz Bahia, a cientista foi chefe do Laboratório de Chagas Experimental, Autoimunidade e Imunologia Celular (Lacei), e esteve à frente da coordenação do curso de Pós-graduação em Patologia Humana e Experimental (PgPAT), da UFBA em Ampla Associação com a Fiocruz Bahia, durante 20 anos, tornando-o um dos mais importantes do país.

“Dra. Sonia foi uma pioneira. Ela tinha uma receptividade muito grande com outras mulheres, um olhar especial de estímulo para a carreira das pesquisadoras”, declara a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves. “Dra. Sonia foi uma figura feminina forte dentro do nosso instituto. Eu acho que isso contribuiu muito para o sucesso dela na carreira, porque era um momento difícil para a mulher”, conta Marilda.

O pesquisador Manoel Barral Netto, da Fiocruz Bahia, considera a professora como uma cientista que teve forte contribuição para a comunidade científica na Bahia e no Brasil, na compreensão da doença de Chagas, tanto do ponto de vista dos parasitas, quanto dos mecanismos de lesão. “Meu reconhecimento ao trabalho da professora Sonia se associa também a um sentimento pessoal de gratidão, porque foi com ela que eu comecei a trabalhar em iniciação científica, quando era estudante de medicina, no tema da doença de Chagas. Eu comecei a fazer ciência com ela. Para mim, é uma mistura de emoções que torna mais dolorosa ainda essa notícia”, relata Barral.

Aluno, colega e colaborador em trabalhos de pesquisa de Sonia, o pesquisador da Fiocruz Bahia Mitermayer Galvão dos Reis afirma que a convivência com ela foi um “privilégio”. “Sonia Andrade é um grande exemplo de médica, profissional, patologista, pesquisadora e cidadã”, declara  Mitermayer. O professor destaca que um dos pontos mais marcantes da atuação dela foi a pesquisa realizada “com muito compromisso social e preocupação em gerar uma ciência que contribuísse, principalmente, com as classes menos favorecidas”. Mitermayer Galvão foi um dos primeiros alunos de doutorado formados pelo PgPAT. Ele recorda a seriedade, a firmeza e a generosidade que destacavam a didática da docente em sala de aula. “Se o curso está nesse estágio de excelência é porque teve a mão firme da professora Sonia”, considera.

O professor e pesquisador colaborador da Fiocruz Bahia Luiz Antonio Freitas também foi aluno de Sonia. Ele destaca o pioneirismo dela na pesquisa de Chagas, assim como o papel que teve na garantia de qualidade do curso de pós-graduação. “A Dra. Sonia era uma figura humana bastante admirável. Ela sempre se pautou por uma conduta muito ética, correta, com uma atitude justa e receptiva. Tinha atitudes muito firmes, mas era também uma pessoa generosa. Essas são características fundamentais e todas devem ser enaltecidas, essa completude de uma pessoa que é considerada na ciência brasileira uma das figuras mais eminentes”, reitera o professor Freitas. “Essa é uma perda muito grande e Sonia vai permanecer na lembrança daqueles que conviveram com ela”, completa.

Nascida em Caetité (BA), em 1928, Sonia Andrade obteve em 1953 a graduação na Faculdade de Medicina da UFBA. Iniciou suas explorações científicas na área de Medicina Tropical, consagrando-se na pesquisa sobre Chagas, mas tendo também estudado a leishmaniose e outras doenças parasitárias. Foi integrante da Academia de Medicina da Bahia, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e do Comitê Científico da Organização Mundial de Saúde (OMS).

A pesquisadora deixa o legado de 124 artigos publicados e as homenagens rendidas através da concessão do Prêmio e Medalha Samuel Pessoa da Sociedade Brasileira de Patologia, em 1987; da Medalha do Centenário do Instituto Oswaldo Cruz, no ano 2000; diploma de Honra ao Mérito pelos serviços prestados a saúde pública e a ciência da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia, em 2008; e a medalha do Centenário da descoberta da Doença de Chagas, em 2009. Em reconhecimento ao papel que teve na UFBA como docente, Sonia tornou-se professora emérita da universidade, em 2011.

A união de Sonia e Zilton Andrade, que resultou na construção de uma família e uma parceria prolífica na área da ciência, foi registrada pela Fiocruz Bahia, no documentário “Sonia e Zilton: ciência, saúde e amor”. Com depoimentos de colegas, familiares e amigos, o filme, lançado em agosto, resgata também gravações de entrevistas com o casal Andrade, que compunham o acervo deixado por eles. Esse projeto foi realizado através do edital interno de Memória Institucional da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) e está disponível no Youtube da Fiocruz Bahia.

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Fiocruz Bahia participa da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia 2022 

A Fiocruz Bahia vai realizar uma série de atividades para a 19ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), entre os dias 18 e 21 de outubro. Na programação estão previstas exposições, palestras, mesas-redondas e apresentação do documentário “Sonia e Zilton: ciência, saúde e amor”. O evento, que integra a programação nacional da Fiocruz na SNCT, será voltado a estudantes da rede pública de ensino, de forma presencial, com uma atividade remota. 

O primeiro dia servirá para rememorar, junto aos estudantes, a história das instituições científicas do Brasil e da Bahia. As palestras “História das Ciências no Brasil” e “História da Fundação Oswaldo Cruz: ciência, saúde e projetos para o Brasil” serão ministradas pela historiadora Simone Kropf, pesquisadora da Casa de Oswaldo Cruz/ Fiocruz. Haverá também a palestra “História da Fiocruz Bahia” com a presença de Marilda Gonçalves, diretora da Fiocruz Bahia, e Bernardo Galvão, pesquisador emérito da Fiocruz. Luis Fernando Adan, diretor da Faculdade de Medicina da UFBA, irá ministrar a palestra “Faculdade de Medicina da Bahia: fazendo história desde 1808”. 

No dia 19 de outubro, haverá a palestra “Ciência e Tecnologia também é para meninas?”, promovida pelo British Council, um dos apoiadores do projeto Meninas Baianas na Ciência, realizado pela Fiocruz Bahia. Em seguida ocorrerá um bate-papo com o tema “Carreira Científica e os programas de formação do IGM”, com depoimentos de estudantes de Iniciação Científica e da Pós-Graduação da Fiocruz Bahia. 

A exibição do documentário sobre o notável casal de cientistas Sonia e Zilton Andrade será seguida por um debate com participação dos pesquisadores Mitermayer Reis e Luiz Freitas, e mediação de Ulla Macedo, realizadora do filme. O último dia do evento contará com a sessão científica “Inovações no uso de grande volume de dados integrados na pesquisa em saúde”, transmitida de forma virtual pelo canal de Youtube da Fiocruz Bahia. A sessão será ministrada pela professora e vice-coordenadora do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/ Fiocruz Bahia) Maria Yuri  Ichihara. Durante o evento, os estudantes poderão contemplar exposições com fotografias históricas do Instituto Gonçalo Moniz, da microscopia e de parte da Coleção Entomológica Mangabeira Sherlock. 

Este ano a SNCT é voltada ao tema “Bicentenário da Independência: 200 anos de ciência, tecnologia e inovação no Brasil”, escolhido para integrar a Semana às comemorações do bicentenário da independência brasileira. São 71 instituições cadastradas para promover atividades de divulgação científica em todo o país. 

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Dissertação analisa potencial imunomodulador de células-tronco da Geleia De Wharton

Autoria: Sthefany da Conceição Pires
Orientação: Bruno Solano de Freitas Souza
Título da dissertação:  “Caracterização In Vitro do potencial imunomodulador de vesículas extracelulares derivadas de células-tronco mesenquimais da Geleia De Wharton”.
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana e Experimental
Data de defesa: 31/10/2022
Horário: 09h00
Local: Auditório Aluízio Prata

Resumo

INTRODUÇÃO: As MSCs se tornaram alvos de estudos clínicos e pré-clínicos, pelo seu potencial anti-inflamatório e imunoregulador. Sabe-se que parte dos efeitos das MSCs estão relacionados ao seu secretoma, que inclui fatores solúveis, tais como citocinas, proteínas e a liberação de vesículas extracelulares (EVs). As EVs são pequenos componentes celulares, que tem como composição moléculas bioativas (pequenos RNAs, proteínas, entre outras) que foram herdadas das células de origem e desenvolvem ações imunomoduladoras e tróficas. A análise de parâmetros que envolvem o perfil imunomodulador das EVs derivadas de MSCs (MSC-EV) é imprescindível, para ensaios importantes para o desenvolvimento clínico. OBJETIVO: Caracterizar a atividade imunomoduladora in- vitro das hucMSC-EVs em um ensaio de linfoproliferação. MATERIAL E MÉTODOS: As MSC derivadas da geleia de Wharton humana (hucMSC) foram utilizadas para o isolamento e purificação de hucMSC-EVs. As hucMSC foram caracterizadas de acordo com a ISCT analisando morfologia, imunofenotipagem e ensaios de diferenciação. Por RT-PCR avaliamos a expressão de genes relacionados com a biogênese das EVs (CD81, CD63) e ao potencial imunomodulador (IDO1 e TNFAIP6). As hucMSC-EVs foram isoladas em passagem 5 e caracterizadas seguindo as recomendações da ISEV, por microscopia eletrônica de transmissão (TEM), análise de nanofluxo e análise de rastreamento de nanopartículas (NTA). As células mononucleares do sangue (PBMC) de doadores saudáveis foram estimulados com beads anti-CD3/ anti-CD28 e incubadas com diferentes concentrações de hucMSC-EVs (10,25 e 50 µg/ml) por 72 horas a 37 °C com 5% de CO2, a análise de linfoproliferação foi feita por ensaio de ATP por luminescência. As células T reguladoras (Treg-CD4+CD25+FoxP3+) foram avaliadas por meio de citometria de fluxo. As citocinas do sobrenadante foram quantificadas por ELISA. RESULTADOS: As hucMSC cultivadas apresentaram morfologia fibroblastóide, expressão > 95% para CD90, CD105, CD44, e CD73, com <0,05% de marcadores hematopoiéticos e capacidade de diferenciação em adipócitos, osteócitos e condroblastos. A privação de lisado de plaquetas humano foi associada ao pico na expressão gênica de CD81, CD63 e TNFAIP6 após 24h, 48h e 72h. A expressão IDO1 não foi detectada. Observamos que a estabilidade do CM permanece quando armazenado a -20°C por 7 dias. As hucMSC-EVs apresentaram diâmetro médio <200 nm, mostraram morfologia típica em TEM e a análise fenotípica demonstrou marcadores positivos para EVs (Annexin, CD81, CD63) e para origem hucMSC (CD90). O tratamento com hucMSC-EVs inibiu a linfoproliferação in vitro em todas as concentrações testadas. A estimulação de Tregs foi ligeiramente aumentada após o tratamento com 50 µg/ml de MSC-EVs. A produção de TNF-a, IFN-y, e IL-10 foi inibida pela incubação com MSC-EVs, enquanto que a IL-6 não apresentou alterações significativas. CONCLUSÃO: As hucMSCEVs apresentaram efeitos imunoregulatórios, por meio da inibição de linfócitos in-vitro, indução moderada de células Treg, porém testes adicionais precisam ser realizados, para elucidar maiores efeitos na aplicação das hucMSC-EVs em larga escala.

Palavras-chaves: Terapia. Células-tronco. Células-tronco mesenquimais. Vesículas extracelulares.

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Seminário homenageia secretárias da Fiocruz Bahia

Presentes em todos os setores da Fiocruz Bahia e responsáveis pela organização e gestão que garante o fluxo de trabalho, as secretárias foram as protagonistas em evento da instituição. O “Seminário Profissional de Secretariado – Desafios e Carreira”, ocorrido entre os dias 29 e 30 de setembro, ofertou às profissionais uma programação com oficinas de capacitação, palestras, um tour pelo Instituto e atividades de meditação e relaxamento.

O Seminário foi realizado pelo setor de Desenvolvimento de Pessoas, subunidade do Serviço de Gestão do Trabalho (SGT). De acordo com a chefe do SGT, Maria Julia Alves, a programação foi pensada como uma forma de valorizar as profissionais que, de acordo com a servidora, prestam um trabalho integrador de valor “inestimável”. “O entendimento de que a organização é constituída não por setores isolados, mas por processos integrados, imprime uma importância especial às profissionais que, realizando com eficiência seu escopo de trabalho, contribuem também para que a instituição alcance plenamente sua Missão”, defende.

A secretária do SGT e organizadora do evento, Priscila Dias, relata que o evento buscou fomentar sentimento de união entre as trabalhadoras. “O principal objetivo foi fazer com que elas se sentissem lembradas. Que esse evento seja um pontapé para mais atividades de integração e que se fortaleça cada vez mais a união entre as secretárias, que são pontos focais aqui no instituto”, diz.

Além das oficinas de capacitação profissional, o evento também ofereceu palestras que abordaram as mudanças da profissão em um mundo cada vez mais digitalizado, o bem-estar na carreira e pautaram os marcadores sociais de raça, classe e gênero que acompanham as secretárias.

O debate social foi tratado, principalmente, durante a palestra de Ana Décia, Secretária Executiva e especialista em Gestão de Políticas Públicas de Gênero e Raça. Assistir a uma palestra promovida por uma de suas antigas professoras foi, para Paula Barbosa, secretária do Setor de Compras e Licitações, um momento enriquecedor, junto com as discussões promovidas pelos outros professores. “Eles nos permitiram fortalecer e relembrar o valor e a importância que temos enquanto profissionais nos locais em que estamos”, declara.

“A minha experiência com o evento iniciou desde o momento que recebi o convite para realizar um momento de meditação e de massagem relaxante. Isso já me despertou imensa alegria e felicidade, porque pude somar com algo que sei que beneficia tanto a todos”, afirma a secretária, que também é terapeuta holística. Junto com Nathalie Barcelar, massoterapeuta e secretária executiva, Paula guiou o momento de relaxamento no final do evento.

Deise Assis, secretária do Laboratório de Investigação em Genética e Hematologia Translacional –LIGHT, da Fiocruz Bahia, disse o quanto se sentiu valorizada e emocionada com o evento. “Vou fazer sete anos de Fiocruz em fevereiro e nunca tinha visto um evento em homenagem às secretárias como agora. Eu tenho percebido que as coisas estão melhorando em relação a essa questão de ter um olhar diferente para o profissional, de valorizar o profissional. Isso agrega muito o nosso comprometimento”, declara.

A programação contou com outras palestras promovidas pelo professor Ernani Marques, pós-doutor em Administração pela USP; e Danielle Barbosa, professora, secretária executiva, analista comportamental e coach. A meditação foi guiada por Paula Barbosa e Jessica Jeane, assistente administrativa do setor de protocolo da Fiocruz Bahia. A visitação na sede da instituição contou com a participação de Vadeyer Reis, vice-diretor de Gestão e Desenvolvimento Institucional da Fiocruz Bahia.

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Conhecimento dos fisioterapeutas que atuam em oncologia sobre as PICS é tema de dissertação

Autoria: Marília Ferreira Dos Santos Fieni
Orientação: George Mariane Soares Santana
Título da dissertação:  “NÍVEL DE CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS FISIOTERAPEUTAS QUE ATUAM NA ÁREA DE ONCOLOGIA SOBRE AS PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES EM SAÚDE – PICS”.
Programa: Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional
Data de defesa: 13/10/2022
Horário: 14h00
Local: Sala virtual do Zoom
ID da reunião: 897 0036 3866
Senha de acesso: marilia

Resumo

Introdução: A oncologia integrativa é conceituada como um campo de tratamento do câncer, centrado no paciente e com base em evidências, que utiliza práticas da mente e do corpo, produtos naturais e/ou modificações no estilo de vida de diferentes tradições, juntamente com os tratamentos convencionais de câncer, com o objetivo de otimizar a saúde, a qualidade de vida e os resultados clínicos em todo o tratamento do câncer. As PICS oferecem um potente recurso para apoiar a oncologia, uma vez que abrangem dimensões delicadas que envolvem condições como dor, desautonomia, sofrimento e morte. A utilização adequada e segura dessas práticas é extremamente importante, levando em consideração o conhecimento profissional como estratégia para uma melhor assistência ao paciente com câncer. Objetivos: Geral: realizar um panorama do nível de conhecimento dos profissionais fisioterapeutas que atuam na área de oncologia, sobre as PICS. Específicos: Descrever o conhecimento, o acesso e a aceitação das PICS, por profissionais fisioterapeutas, no atendimento ao paciente com câncer; catalogar as PICS utilizadas pela fisioterapia na atuação a pessoa que vive com o câncer; estabelecer um momento sociodemográfico dos fisioterapeutas que atuam na oncologia integrativa; Identificar os locais\instituições ondem oferecem as PICS para pacientes com câncer. Método: Trata-se de um estudo descritivo e transversal com abordagem quantitativa e qualitativa de pesquisa. A população foi composta pelos profissionais fisioterapeutas que atuam na área de oncologia no Brasil, registrados pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – COFFITO, vinculados a serviços públicos e privados. Os dados foram coletados no período de julho a novembro de 2021, de forma online através do programa Google Drive, e constou de um formulário pré-estabelecido no Google Forms, contendo o instrumento de coleta de dados, composto por 56 questões, divididos em 3 seções: na primeira seção dados pessoais e profissionais, na segunda enfoque nas práticas integrativas e o conhecimento dos participantes e na terceira seção uso das práticas integrativas na oncologia. A solicitação foi por meio de mensagens eletrônicas de e-mail, de forma individual. Foi realizado Análise de Classes Latentes (ACL), onde o Critério de Informação de Akaike (AIC) e o Critério de Informação Bayesiano (BIC) recomendaram a utilização de duas classes nomeadas por: baixo conhecimento e alto conhecimento das PICS. Em todas as análises, adotou-se o nível de significância de 5% (p ≤ 0,05). Para as variáveis qualitativas foi realizado análise de conteúdo de Bardin, de onde emergiram duas categoriais: percepção das PICS na prática clínica e experiência do uso de PICS na oncologia. Resultados: Através de um manuscrito, os resultados apontaram que de uma forma geral, os profissionais apresentam conhecimento entre moderado e pouco satisfatório sobre as PICS, evidenciando a importância da qualificação profissional para assegurar o uso das práticas em pacientes com câncer. Conclusão: estudo mostra-se relevante no sentido de refletir sobre as práticas de cuidado ao paciente com câncer, de forma individualizada, levando em consideração a singularidade de cada pessoa. Palavras-chave: Oncologia integrativa, Fisioterapia, Câncer, Terapias complementares.

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Dissertação analisa impacto da participação em grupo de apoio de mulheres com câncer de mama

Autoria: Ivana Spínola Cedraz
Orientação: Deborah Bittencourt Mothé Fraga
Título da dissertação:  “O IMPACTO DA PARTICIPAÇÃO DO PROJETO SAKURA EM MULHERES SOB TRATAMENTO DE CÂNCER DE MAMA”.
Programa: Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional
Data de defesa: 19/10/2022
Horário: 16h00
Local: Sala virtual do Zoom
ID da reunião: 812 5370 2789
Senha de acesso: ivana

Resumo

Introdução: O tratamento do câncer de mama vem obtendo cada vez mais sucesso com relação à cura e, assim, o enfoque na qualidade de vida durante todas as suas fases e após seu término é cada vez mais urgente. A existência de um grupo de apoio para mulheres em tratamento oncológico pode ajudar no enfrentamento da doença, minimizando seus efeitos colaterais físicos e psicológicos. Visando oferecer suporte e melhorar a autoestima e a qualidade de vida das mulheres em tratamento de câncer de mama no Centro Estadual de Oncologia – CICAN, Salvador- Bahia, foi criado o grupo de apoio Projeto Sakura. Objetivo: Identificar e quantificar o impacto da participação no Sakura na qualidade de vida das pacientes com câncer de mama em tratamento no CICAN. Metodologia: Estudo de corte transversal, com uma amostra de mulheres que fizeram tratamento para câncer de mama entre janeiro de 2017 e fevereiro de 2020. Foram formados dois grupos, um com participantes e outro com não participantes do Projeto Sakura, com 37 mulheres cada. A obtenção dos dados deu-se por videochamada entre dezembro de 2021 e maio de 2022 por entrevistadoras treinadas através de questionários padronizados para a avaliação dos aspectos socioeconômicos e da qualidade de vida (EORTC QLQ-C30 e QLQ-BR23), utilizando o programa REDCap 9.3.1. As variáveis dos questionários foram avaliadas quanto à frequência e os resultados foram expressos em média ou mediana. Foi realizada análise descritiva para caracterização das participantes de cada grupo quanto à frequência das variáveis socioeconômicas, de qualidade de vida e mediana da idade e outras. Foram calculados os escores médios e escalas para os questionários EORTC QLC30 e BR23 e estes foram avaliados quanto à correlação com variáveis descritivas das participantes e em relação à participação no projeto Sakura pelos testes de Sperman e Mann Whitney. A razão de prevalência das variáveis foi calculada para avaliar se a participação no Projeto Sakura está associada com a melhor qualidade de vida das pacientes. Resultados: A mediana do escore da qualidade de vida total no grupo não Sakura foi de 70,5 pontos e no grupo Sakura foi 54,9. Observou-se correlação positiva entre idade e bem-estar emocional e qualidade de vida total, entre não casadas e funcionamento e aproveitamento sexuais e aborrecimento por alopecia, etre grau de escolaridade e efeitos colaterais sistêmicos, esvaziamento axilar e mais sintomas no braço; e correlação negativa entre renda e sintomas no braço e funcionamento sexual. Não houve associação positiva entre a participação no Projeto Sakura e melhor qualidade de vida das mulheres em tratamento para câncer de mama quando comparadas com o outro grupo. Palavras-chave: câncer de mama, qualidade de vida, grupo de apoio, Questionário EORTC.

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Metástase intramedular de câncer de mama é tema de dissertação

Autoria: Elisa Yumi Saito
Orientação: Martha Silvia Martínez Silveira
Título da dissertação: METÁSTASE INTRAMEDULAR DE CÂNCER DE MAMA: REVISÃO SISTEMÁTICA”.
Programa: Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional
Data de defesa: 07/10/2022
Horário: 14h00
Local: Sala virtual do Zoom
ID da reunião: 820 2185 8647
Senha de acesso: elisa

Resumo

INTRODUÇÃO: A metástase intramedular do câncer de mama (MICM) é uma apresentação clínica rara, e é o segundo sítio primário mais frequente. Sua verdadeira incidência é desconhecida. Existem poucos dados na literatura, e não existe uma revisão sistemática publicada sobre este assunto. OBJETIVO: Avaliar a faixa etária, idade, status do receptor, intervalo entre o diagnóstico do câncer de mama e MICM, localização da MICM, presença de metástase cerebral concomitante, sintomas clínicos, estratégias de tratamento e sobrevida. METODOLOGIA: Foi realizada uma revisão sistemática utilizando as bases de dados Medline/PubMed, Embase, Central e busca complementar no Google Acadêmico e referências de artigos selecionados. RESULTADOS: Foram identificadas 44 publicações descrevendo 75 pacientes com MICM. A localização mais frequente foi a região torácica. A paresia foi o sintoma mais frequente. A realização de cirurgia e localização lombar foram associadas a um prognóstico mais favorável. A maioria dos pacientes realizou radioterapia, porém sem impacto na sobrevida. Os dados sobre subtipo molecular foram escassos e inconclusivos. CONCLUSÕES: A MICM é muito incomum, com prognóstico reservado, independente do tratamento, com sobrevida média de 8,2 meses. Mas o diagnóstico e tratamento precoces podem minimizar as sequelas neurológicas. Palavras-Chave: Neoplasias da Mama, Neoplasias da Medula Espinal/secundário.

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Estudo aponta necessidade de teste para doença de Chagas em animais domésticos

Tendo em vista que cães e gatos fazem parte do ciclo de transmissão do Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas, pesquisadores da Fiocruz Bahia, sob a coordenação do pesquisador Fred Luciano Neves Santos, realizaram uma revisão sistemática da literatura sobre a epidemiologia, os fatores clínicos, diagnóstico e tratamento da enfermidade em animais domésticos. A conclusão, baseada nos métodos de diagnósticos dos estudos revisados, aponta para a necessidade de uma ferramenta diagnóstica para detecção da doença de Chagas nesses animais. O trabalho foi publicado na revista Parasite & Vectors.

O estudo baseou-se na literatura produzida nos últimos 54 anos (1968 – 2022). Foram recuperadas 436 publicações acerca da doença, entre as quais foram considerados 84 estudos, obtidas por meio das plataformas PubMed, LILACS e do Scielo Brazil. Os resultados apontaram que os diferentes métodos de testes adotados fazem com que as prevalências de dados sorológicos variem em cada país, o que pode ser motivado às distintas taxas de risco de transmissão em cada período, ao tamanho da amostra usada nos testes ou até a variabilidade genética das cepas em circulação. Um dos estudos conduzidos no Brasil, por exemplo, teve variação da soroprevalecência  de 0 a 53%, a depender da região analisada.

Os sinais clínicos da doença nos cães mudam de acordo com a idade do animal. Em filhotes é mais comum a manifestação de letargia, linfadenopatia, de maior demora na troca do pelo, palidez nas mucosas, e, em alguns casos, apresentam-se esplenomegalia e hepatomegalia. A partir dos seis meses de idade, no entanto, um dos sintomas mais comuns é a depressão leve. Já a infecção da doença em gatos não é tão amplamente estudada como em cachorros, permanecendo indistintos os fatores de risco de desenvolvimento da doença de Chagas nestes animais. No entanto, entre os achados da pesquisa, encontra-se uma maior suscetibilidade à infecção em felinos não domiciliados.

Nos estudos revisados, os testes usados foram produzidos com o fim de serem aplicados em humanos, e, posteriormente, adotados nos animais. Por vezes, esses exames não diagnosticam apropriadamente a doença por não atender às especificidades desses animais. De acordo com a pesquisa, estudos que empregaram proteínas quiméricas recombinantes demonstraram 100% de sensibilidade e 90.5% de especificidade no diagnóstico da Chagas crônica, independente da cepa ou expressão genética do parasita. Destaca-se o uso dos antígenos IBMP, desenvolvidos pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná, da Fiocruz, que demonstraram alta performance de aplicação em cães e baixa reatividade cruzada a outros anticorpos que podem estar presentes nos animais.

Para os pesquisadores, essa tecnologia pode ser a base de desenvolvimento de um teste comercial de detecção da exposição ao T. cruzi em cães e gatos, independentemente de sua localização geográfica. O desenvolvimento dessa ferramenta seria de grande importância para a saúde pública e a atuação veterinária.  

Na América Latina e em algumas regiões dos Estados Unidos, animais domésticos são considerados os principais reservatórios do parasita T. cruzi. A infecção em animais ocorre por meio de contato com as fezes do inseto conhecido como barbeiro, de forma congênita ou através da ingestão de insetos infectados. Um levantamento, feito em 1996, estimou que cães contribuem 13.9 vezes mais do que humanos para a infestação do inseto em ambientes domésticos. Em outro estudo, os cães foram determinados como a fonte mais comum de sangue para o inseto transmissor (49% dos casos), seguido por gatos (39%), humanos (38%) e galinhas (29%).

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Pesquisador Manoel Barral é novo presidente da Academia de Ciências da Bahia 

O médico e pesquisador da Fiocruz Bahia, Manoel Barral Netto, foi eleito o novo presidente da Academia de Ciências da Bahia (ACB). O cientista ocupará, pelos próximos três anos, a presidência da entidade baiana voltada ao fomento da ciência e da tecnologia para o bem-estar social. Na ocasião, também foi escolhida como vice-presidente, a escritora e professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Evelina Hoisel, além dos membros do Conselho Fiscal e do Conselho Diretor.

Durante a posse, em 19 de setembro, Manoel Barral citou a importância da ACB e reconheceu as personalidades que o antecederam na presidência, assim como os esforços já mobilizados pela instituição no estado, citando o documento “Ciência, Tecnologia e Inovação para o desenvolvimento da Bahia” lançado aos candidatos ao governo do estado, em agosto. “As decisões que são baseadas em evidências científicas são fundamentais para a vida social e política, para a construção de democracia. Ademais, é necessário que se faça boa ciência localmente. Não é exagero dizer que o futuro do Brasil, o futuro da Bahia, depende dos investimentos em ciência”, defendeu. 

Barral também reforçou o contexto de descrença nas ciências que se vive atualmente no país. Para ele, nesse momento, é importante que se dissemine entre a população a confiança na ciência através da divulgação científica. “A natureza progressiva da ciência não é de fácil compreensão pela população e tem sido explorada para desacreditar as evidências científicas. À medida que explora mecanismos em grande detalhe, a ciência se torna menos clara, mesmo para cientistas de outros campos. Cumpre, pois, reconhecer a extrema importância de uma interação constante dos cientistas com a sociedade, que nas suas múltiplas facetas pode saber menos dos mecanismos naturais, mas tem uma enorme sensibilidade para os problemas reais e o direito ao esclarecimento das suas dúvidas”.

O cientista também declarou que a idealização e criação da ACB representa “uma afirmação contra-hegemônica da nossa capacidade de produzir conhecimento, articulando todos os grupos de pesquisa em torno do ideal da consolidação e ampliação da nossa capacidade de pesquisa e de formação, tudo isso incidindo sobre a formação da visão crítica do cidadão comum em nossa sociedade”, assegurou. 

Sobre o pesquisador

Manoel Barral é Pesquisador Titular e chefe do Laboratório de Inflamação e Biomarcadores (LIB) do Instituto Gonçalo Moniz, e tem como principal área de investigação a Imunoparasitologia, com foco nas leishmanioses e na malária, e pesquisas envolvendo vacinas. Médico e doutor em Patologia, Barral tem forte atuação nas instituições de saúde e pesquisa. Já foi diretor da Faculdade de Medicina da UFBA, pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação na mesma universidade, e vice-presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).  

Em reconhecimento ao seu trabalho, o cientista recebeu, em 2002, o título de Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico, e, em 2018, foi nomeado com o grau de Grã-Cruz da Ordem. Em 1993 recebeu o Prêmio Sendas de Saúde; em 2002 o Prêmio OPAS-ALAI em Imunologia Experimental; foi premiado em 2010 o Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS, do Ministério da Saúde; e, em 2015, o professor foi reconhecido com o Prêmio Internacional da UNESCO – Guiné-Equatorial de Pesquisas em Ciências da Vida, que recompensa pesquisas que contribuem para a melhora da vida humana.  

Além da ACB, Barral é membro da Academia Brasileira de Ciências, da American Society of Tropical Medicine and Hygiene e membro honorário da Sociedade Brasileira de Imunologia. 

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