Uma audiência pública da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) contou com a participação de diversas instituições da área da saúde para debater o tema “Acesso aos Medicamentos em Defesa da Vida”. A sessão faz parte das ações preparatórias para a 17ª Conferência Nacional de Saúde, que ocorrerá entre os dias 3 a 5 de julho, em Brasília (DF). O vice-diretor de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Serviço de Referência da Fiocruz Bahia, Ricardo Riccio, representou a unidade baiana da Fiocruz na audiência realizada no dia 08 de maio.
A Audiência ocorreu também por iniciativa do “Projeto Integra – articular políticas públicas para fortalecer o direito à Saúde”, uma mobilização social entre a Fiocruz, o Conselho Nacional de Saúde (CNS), a Escola Nacional dos Farmacêuticos (ENF), com o apoio da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). Esta é a terceira das cinco audiências que ocorrem no país antes da 17ª Conferência.
As discussões encaminharam uma série de pontos tratando do tema, com o objetivo principal de levantar as necessidades locais e mobilizar as instituições nesse debate. Foram abordados tópicos como o acesso da população tratamentos de doenças crônicas, o papel da Sesab no planejamento da distribuição de medicamentos nos municípios, as problemáticas envolvendo a necessidade de alguns pacientes de recorrer à Justiça para acessar medicamentos. Com base na própria experiência de pesquisa e no trabalho da Fiocruz Bahia, Riccio contribuiu com as discussões trazendo o olhar do papel da ciência nesta questão do direito à saúde.
“Quando falamos no acesso a medicamentos, podemos ter uma ideia muito fechada na questão da assistência farmacêutica. Mas precisamos pensar que existem populações negligenciadas na capital e no interior do estado. Muitas vezes não há acesso aos medicamentos por conta da ausência de investimentos e de médicos na região. Então, como podemos trazer a ciência para perto, para contribuir nessa questão”, declara.
O pesquisador exemplifica essa questão com o tratamento da esquistossomose, uma das doenças negligenciadas que mais atinge populações empobrecidas em todo o mundo. “O tratamento para a esquistossomose é um medicamento chamado Praziquantel, que só é indicado em bula para crianças a partir de 4 anos de idade. Abaixo dessa faixa etária não existe medicamento. Mas não pela falta de assistência farmacêutica, mas pela falta de investimentos em ciência e saúde pública”, explica Riccio.
Além das parlamentares comunistas Alice Portugal (PCdoB) e Olivia Santana (PCdoB), que conduziu a audiência, também estiveram presentes o presidente da Federação Nacional dos Farmacêuticos Fábio Basílio; o representante da Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) Luiz Henrique Dutra, superintendente de Assistência Farmacêutica, Ciência e Tecnologia (Saftec); a diretor-presidente da Fundação Baiana de Pesquisa Científica e Desenvolvimento Tecnológico, Fornecimento e Distribuição de Medicamentos (Bahiafarma) Ceuci Nunes; o presidente do Conselho Estadual de Saúde da Bahia (CES/Sesab) Marcos Sampaio; a diretora do Sindicato dos Farmacêuticos da Bahia (Sindifarma) Soraya Amorim, entre outros.
Pesquisadores realizaram sequenciamento genético do vírus da dengue de pacientes residentes da cidade de Feira de Santana, na Bahia, e identificaram um novo agrupamento do vírus dengue tipo 1, do genótipo V, na região. No estudo, foram obtidos 19 genomas de dois tipos do vírus da dengue: tipo 1 (17) e tipo 2 (2). As análises filodinâmicas e epidemiológicas também revelaram a persistência do genótipo III do tipo 2.
Esses achados reforçam o papel crucial da vigilância genômica para acompanhar a evolução das cepas circulantes de dengue e entender sua disseminação pela região por meio de eventos de importação inter-regional, provavelmente causados pela mobilidade humana, e os possíveis impactos sobre saúde pública e gestão de surtos. Os resultados do trabalho, coordenado pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Isadora Siqueira, foram publicados na “Viruses“, importante revista de virologia.
Entre 2017 e 2022, o Brasil registrou mais de 3 milhões de casos de dengue, com concentração maior na região do Nordeste. A dengue é uma doença complexa, que apresenta desde quadros assintomáticos até hemorrágicos, com risco de morte. Trata-se de uma doença endêmica em países tropicais, colocando quase metade da população global em risco de contrair a enfermidade. Devido ao cenário epidemiológico alarmante, promover a vigilância genômica de cepas virais circulantes é fundamental para antecipar possíveis impactos na saúde da população e orientar a resposta a surtos.
Como o uso em larga escala de uma vacina contra o vírus da dengue se torna cada vez mais iminente, é vital fornecer dados genômicos sobre a diversidade viral em uma determinada localidade, bem como descrever sua distribuição espacial e identificar áreas de risco. Essas informações são essenciais para a tomada de decisões em saúde pública e para a identificação de áreas de risco, bem como de grupos vulneráveis, além de ser fundamental para o desenvolvimento de medidas preventivas e campanhas de conscientização.
Edson Duarte Moreira Jr, pesquisador da Fiocruz Bahia, recebeu o Prêmio Global Fellow in Medicines Development, em cerimônia realizada no King’s College, em Londres (Reino Unido), ontem, dia 22 de maio, por suas contribuições significativas para o avanço da Medicina Farmacêutica. O prêmio foi instituído pela International Federation of Associations of Pharmaceutical Physicians and Pharmaceutical Medicine (IFAPP), atualmente chamada Global Medicines Development Professional.
“Não se faz pesquisa individualmente, mas com o esforço coletivo de muitos talentos. Portanto, divido esse prêmio com minha equipe, sem o trabalho árduo e a dedicação de cada membro, isso não teria sido possível”, declarou o cientista. E mencionou a importância das instituições das quais faz parte. “Só tenho a agradecer à Fiocruz e às Obras Sociais Irmã Dulce que me deram régua e compasso para traçar essa trajetória”, acrescentou.
A seleção para a premiação é feita por um comitê formado por representantes da IFAPP; da Faculdade de Medicina Farmacêutica, pertencente aos Royal Colleges of Physicians de Londres, Edimburgo e Glasgow (UK), e de uma rede de parceiros públicos e privados da Europa, voltada à inovação em medicamentos. Os premiados recebem o título de Global Fellow in Medicines Development e tornam-se membros do comitê global de especialistas para ajudar no avanço das disciplinas envolvidas no Desenvolvimento de Medicamentos/Medicina Farmacêutica.
O pesquisador
Formado em Medicina pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Edson Moreira tem mestrado em Saúde Pública e doutorado em Epidemiologia pela Universidade de Columbia, em Nova York, e pós-doutorado pela Universidade McGill, em Montreal. Atualmente, é pesquisador titular da Fiocruz Bahia, vice-coordenador do Programa de Mestrado Profissional em Pesquisa Clínica e Translacional (PGPCT) e docente do Curso de Pós-graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PGBSMI), ambos da Fiocruz Bahia. É Líder do CPEC – Centro de Pesquisa Clínica da Obras Sociais Irmã Dulce.
Dr. Edson foi coordenador dos estudos da vacina para COVID-19 da Pfizer no Brasil. É bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq (1D) e membro titular da Academia de Ciências da Bahia.
O Comitê Técnico Assessor do PROGRAMA DE FORMAÇÃO TÉCNICA EM CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO EM SAÚDE – PROFORTEC-SAÚDE promovido pelo IGM torna público o resultado da Entrevista com a Comissão de Heteroidentificação Racial, da seleção do programa de formação, nos perfis Laboratórios e Plataformas e Ciência de Dados.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, esteve em Salvador, na sexta-feira (19/5), para cumprir agenda de reuniões e visitas com a participação da diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, além de parlamentares, gestores estaduais e autoridades. Em evento realizado no auditório da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), a ministra anunciou o aumento no repasse de recursos federais, que será incorporado ao Fundo Estadual de Saúde. Estiveram presentes o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, e a secretária de Saúde da Bahia, Roberta Santana.
Os recursos são destinados para complementar o custeio de procedimentos em unidades como hospitais e policlínicas, aumentando o teto financeiro para a média e alta complexidade no estado. Na ocasião, também foi assinado o Protocolo de Intenções para Constituição do Consórcio Público de Saúde da Região de Ilhéus. Nísia Trindade falou sobre avanços do Sistema Único de Saúde (SUS) na Bahia, citando, dentre diversas instituições, o Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs) da Fiocruz Bahia e ressaltou o momento de grandes desafios após a pandemia da Covid-19.
“Aceitei o convite para o ministério, como reconhecimento de um trabalho de dirigente de uma das instituições, que ao lado de outras, lutou no enfrentamento à pandemia. Como dirigente da Fiocruz, tive a total compreensão de que naquele momento nos tínhamos que mobilizar todas as forças e instituições científicas. Nós ainda vivemos o efeito dessa pandemia no mundo e de todas as políticas equivocadas dos últimos 4 anos, por isso o lema da união e reconstrução é absolutamente importante”.
O governador Jerônimo Rodrigues destacou a importância dos recursos federais e da criação de consórcios para o fortalecimento da parceria entre o Estado e municípios no cuidado à saúde dos baianos. Durante o evento, Roberta Santana anunciou as diversas ações e registrou o reconhecimento ao governo federal. “Oferece cada vez mais melhoria para o nosso estado”, concluiu.
Em sua passagem por Salvador, Nísia Trindade participou de uma audiência com membros da diretoria do Hospital Aristides Maltez e da inauguração do Centro Estadual de Educação Profissional em Tecnologia, Informação e Comunicação. A última atividade da ministra em Salvador, que também contou com a presença da diretora Marilda Gonçalves, foi a inauguração Serviço de Ressonância Magnética do Obras Sociais de Irmã Dulce (OSID). A iniciativa vai possibilitar a ampliação do atendimento oferecido pela OSID. A expectativa da instituição é realizar em torno de 400 exames gratuitos de ressonância magnética por mês, para pacientes internados e o público externo.
A coordenação do Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC) do Instituto Gonçalo Moniz (IGM) divulga o resultado da 1ª Etapa do Edital PIBIC FAPESB – 2023 do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Científica (PIBIC), apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) através do sistema de cotas institucionais.
Lembramos a todos que os orientadores aprovados deverão proceder com a indicação do estudante bolsista conforme descrito no Edital, entre os dias 22 a 26 de maio de 2023. Para a implementação da bolsa na FAPESB é necessário encaminhar os documentos solicitados para o e-mail proiic@fiocruz.br. Os documentos devem ser em formato PDF, sendo cada documento um arquivo, nomeados conforme descrito no Edital.
A Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB), por meio da Coordenação de Fomento à Pesquisa, informa que as inscrições para os editais para solicitação de bolsa nova de Iniciação Científica (Pibic) e de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico (Pibiti) foram prorrogadas até o dia 22 de maio.
As inscrições podem ser feitas nas páginas do Pibic e do Pibiti. O suporte ficará disponível até as 17h do dia 22/5. As bolsas são destinadas a doutores que estejam exercendo atividade de pesquisa, com vínculo comprovado com a Fiocruz, em regime integral.
Estudante: Rana Pereira dos Santos Bastos Orientação: Natália Machado Tavares Título da Dissertação: “Caracterização do perfil inflamatório de pacientes diabéticos com a complicação do pé diabético” Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana Data de defesa: 25/05/2023 Horário: 14h00 Local: Auditório Aluízio Prata – Fiocruz Bahia
Resumo
INTRODUÇÃO: O diabetes é uma síndrome crônica caracterizada pelo aumento nos níveis de glicose circulante. Alterações metabólicas e doenças cutâneas estão entre suas complicações. A úlcera de pé diabético é causada pelo comprometimento de nervos e vasos periféricos, e apresenta dificuldade de cicatrização pela inflamação crônica de baixo grau sistêmica. OBJETIVO: Investigar mediadores inflamatórios na úlcera de pé diabético. MÉTODOS: O estudo inclui pacientes sem diabetes, diabéticos e diabéticos com lesão, além de pacientes com lesão ativa e em processo de cicatrização. A coleta do sangue foi realizada para obtenção de plasma e células mononucleares. Amostras da lesão foram coletadas na rotina de atendimento. A dosagem sérica de mediadores inflamatórios foi realizada por ELISA e Luminex. A expressão de genes-alvo de interesse foi avaliada nas biópsias da lesão. RESULTADOS: Diabéticos com úlcera de pé apresentam níveis séricos de IFN-ɣ significativamente maiores em comparação aos demais grupos. Subgrupos de diabéticos alto produtores de IL-1ꞵ, IL-6, IL-8 e LTB4 foram identificados, além de TNFα e IFN-ɣ para diabéticos com lesão. A avaliação de mediadores por Luminex mostrou que os níveis de IL-21, IL-31 e IL-33 são maiores em diabéticos cuja lesão está em cicatrização. Além disso, a expressão do gene PGE2 sintase é maior nas lesões, enquanto o gene do receptor para LTB4 encontra-se reduzido. CONCLUSÃO: Os pacientes com úlcera de pé diabético possuem níveis circulantes de IFN-ɣ elevados, o que pode estar relacionado com o direcionamento inflamatório de macrófagos no diabetes para a lesão. A modulação positiva de PTGS2 na lesão evidencia a participação de PGE2 na inflamação. Além disso, os níveis elevados de IL-21, IL-31 e IL-33 em pacientes com lesão em cicatrização podem estar relacionados com a mudança de fase do reparo tecidual. Palavras-chave: Diabetes; Inflamação; Úlcera de pé diabético; Cicatrização.
O Comitê Técnico Assessor do PROGRAMA DE FORMAÇÃO TÉCNICA EM CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO EM SAÚDE – PROFORTEC-SAÚDE, promovido pelo IGM, torna público o resultado preliminar e convocação para entrevista de heteroidentificação do processo seletivo da segunda turma, nos perfis Laboratórios e Plataformas e Ciência de Dados.
A Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PGBSMI) divulgou a convocação dos candidatos com as inscrições homologadas, para a realização da Prova escrita de conhecimentos gerais e interpretação de artigos científicos em língua inglesa.
O novo presidente da Fiocruz, Mario Moreira, tomou posse nesta sexta-feira (12/5), em uma cerimônia marcada pela emoção e pela ênfase no processo democrático da Fundação, que coroou a eleição, pelos servidores da instituição, de mais um dirigente eleito diretamente. A solenidade contou com a presença da ministra da Saúde, Nísia Trindade Lima, de três ex-ministros (José Gomes Temporão, Arthur Chioro e Agenor Álvares) e do reitor eleito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Medronho. Também estiveram presentes representantes de instituições das áreas de Saúde, Ciência e Tecnologia, de sindicatos, consulados e universidades, e parlamentares, além de secretários do Ministério da Saúde (MS). Moreira disse que o Brasil, depois de passar por difíceis anos recentes, precisa ser reconstruído e que esse processo levará ao fortalecimento da Fiocruz. O presidente aproveitou o momento para anunciar os integrantes da nova equipe da Presidência da Fundação.
Eleito pelos servidores púbicos ativos da instituição com 91,68% do total de votos válidos, Mario Moreira reforça o papel da democracia na instituição (foto: Peter Ilicciev)
“Enfrentamos o desafio que foi manter a Fiocruz em condições adversas, fruto do negacionismo científico e do descaso com a saúde. Mas superamos, com união e responsabilidade em uma Fiocruz unida e altiva. Por isso, hoje vivemos mais que uma posse de dirigente. Vivemos a celebração do projeto democrático desta instituição, que está sempre se renovando e que lhe deu condições de resistir em tempos de crise. A Fundação é uma instituição estratégica do Estado brasileiro e foi desafiada ao extremo na pandemia. Posso dizer que esta instituição politicamente amadureceu ainda mais, ocupou espaços que o governo anterior deixou vagos e assumiu responsabilidades. A Fiocruz foi exuberante”, avaliou Moreira.
A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, esteve presente na cerimônia. Ela ressalta a carreira de Moreira como servidor da Fundação, a atuação como Vice-presidente de Gestão durante a pandemia e a importância do processo eleitoral democrático institucional. “Elegemos Dr. Mário Moreira, o vigésimo nono presidente da Fiocruz, legitimamente, com ampla maioria dos votos, e que tem uma trajetória institucional de dedicação, de atenção aos servidores, colaboradores e à sociedade, e em prol do SUS. Desejamos sucesso e assumimos o compromisso de apoiá-lo e de cuidar para que a sua gestão à frente da nossa Fiocruz seja sempre vitoriosa, sensível, equânime e justa, e que reflita os ideais que ele tem nos reafirmado ao longo da sua vida na instituição”.
A cerimônia começou com a exibição de um vídeo institucional da Fiocruz e em seguida a plateia ouviu o Hino Nacional, tocado por uma flautista. Após o hino, a atriz Sara Hanna leu Os Estatutos do Homem(Ato Institucional Permanente), escrito pelo poeta Thiago de Mello e dedicado ao jornalista e escritor Carlos Heitor Cony. Em seguida, o ex-coordenador de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fiocruz, Rivaldo Venâncio, narrou a trajetória profissional e acadêmica do novo presidente. O representante do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Paulo Garrido, fez uma breve intervenção e leu uma mensagem do presidente do órgão saudando a Fiocruz.
A solenidade contou com a presença da ministra da Saúde, Nísia Trindade Lima, e representantes de instituições das áreas de Saúde, Ciência e Tecnologia (foto: Peter Ilicciev)
A pesquisadora Valdiléa Veloso, representando o Conselho Deliberativo da Fiocruz, disse que a votação expressiva que o novo presidente recebeu na eleição – mais de 90% dos votos – revela uma Fundação unida em torno de seu dirigente máximo. Ela afirmou que no período entre 2016 e 2022 ocorreu um desmonte das instituições de ciência e tecnologia no Brasil, mas que a Fiocruz resistiu.
“A resposta da Fiocruz à emergência sanitária foi espetacular e fruto de muito trabalho e esforço. Tudo isso permitiu que o [Sistem Único de Saúde] SUS passasse a ser mais conhecido e admirado, embora lamentemos profundamente as muitas mortes que poderiam ter sido evitadas não fosse a omissão do governo anterior. No entanto, apesar da boa resposta que demos, é fundamental que haja mais investimentos em pesquisa, já que a intensidade e a diversidade dos desafios de saúde pública são imensos. Os sistemas de saúde precisam estar mais bem preparados para as emergências, pois a Covid-19 não será a última. Temos que investir em vigilância sanitária e no conhecimento e enfrentamento das doenças emergentes e infecciosas”. Valdiléa encerrou sua participação citando o início do poema O outro Brasil que vem aí, do sociólogo e escritor Gilberto Freyre: “Eu ouço as vozes/ eu vejo as cores/ eu sinto os passos/ de outro Brasil que vem aí/ mais tropical/ mais fraternal/ mais brasileiro”.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc), Mychelle Alves, lembrou que Mario Moreira teve atuação ativa no sindicato e participou de diversas campanhas dos trabalhadores. O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, membro do Conselho Consultivo da Fiocruz, disse que a Fundação mostra diariamente que o trabalho árduo dos pesquisadores muda para melhor a vida dos brasileiros. O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Fábio Baccheretti, observou que a Fiocruz trouxe esperança aos brasileiros durante a pandemia e que a instituição é muito mais que as vacinas que produz e salvam tantas vidas.
O secretário-executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luis Manuel Rebelo Fernandes, destacou que a Fiocruz é “uma das joias da coroa do sistema nacional de ciência e tecnologia e uma das principais trincheiras de defesa da ciência no país. A pandemia foi vencida, a democracia voltou, a ciência voltou, o Brasil voltou. Mas a batalha contra os negacionismos continua. Fiocruz e MCTI são parceiros na construção de um mesmo ideal”. O secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, comentou que a eleição de Mario Moreira significa esperança. “A esperança de retomarmos a reforma sanitária e a luta por um SUS mais equânime”.
Após as intervenções houve a leitura do termo de posse e em seguida o discurso do novo presidente. Moreira saudou os presentes, os representantes do CD Fiocruz, os trabalhadores e os estudantes e disse sentir “grande orgulho e alegria, além de um imenso senso de responsabilidade”. Ele se emocionou ao recordar o pai, falecido recentemente, e citou filhos, genro, nora, neta, esposa e ex-esposa presentes à cerimônia. Homenageou ainda os ex-presidentes da Fiocruz que compareceram ao evento, Akira Homma, Carlos Morel, Paulo Buss e Paulo Gadelha. E agradeceu à ministra da Saúde, Nísia Trindade Lima, a quem sucedeu na Presidência da Fiocruz, pelo aprendizado nos seis anos do mandato dela em que ele atuou como vice-presidente de Gestão e Desenvolvimento Institucional.
Mario agradeceu à ministra da Saúde, Nísia Trindade Lima, a quem sucedeu na Presidência da Fiocruz, pelo aprendizado nos seis anos do mandato dela em que ele atuou como vice-presidente de Gestão e Desenvolvimento Institucional (foto: Peter Ilicciev)
Moreira disse que o projeto de gestão democrática da Fiocruz gera divergências, mas também muitos consensos, como aqueles explicitados nas diretrizes e teses do Congresso Interno (CI) da Fundação. “As duas últimas edições do Congresso Interno, de 2017 a 2021, são como uma bússola que ajudam bastante na gestão e projetam a Fiocruz para a frente”. Ele afirmou que, diferentemente do que ocorreu em outras posses de presidentes da Fiocruz, agora não será necessária a convocação de um novo CI.
O novo mandatário lembrou que as desigualdades nacionais ficaram ainda mais expostas com a Covid-19. “O Brasil tem menos de 3% da população mundial e teve mais de 11% das mortes na pandemia. Precisamos apurar essas responsabilidades, para que nunca mais se repitam. Não há dúvidas de que sem o SUS o cenário seria ainda muito pior”. O presidente comentou que a pandemia trouxe muitos ensinamentos. “A Fiocruz construiu uma nova base tecnológica e científica a partir da Covid-19. Atingimos um novo padrão de assimilação tecnológica em seis meses, como no caso da vacina contra o coronavírus”.
Dentre as prioridades, Mario listou a necessidade de recomposição do orçamento da Fiocruz, a partir de entendimentos com o governo federal, a realização de concursos públicos e a adequação das instalações prediais da Fundação (foto: Peter Ilicciev)
Ele também citou a importância nacional da Fundação, presente hoje em 11 unidades da Federação e em todas as cinco regiões. E acrescentou que a Fiocruz, mesmo nos estados em que não conta com unidades, se faz presente por meio de colaborações com sistemas estaduais e municipais de Saúde. “Além disso, é importante ampliarmos nossas parcerias com o Butantan, com o Instituto Vital Brazil, com o Tecpar e outros”.
Moreira citou algumas das parcerias internacionais da Fiocruz e afirmou que a instituição também tem que se inserir em ambientes mais maduros, como a participação, por decisão da Organização Mundial da Saúde (OMS), no desenvolvimento e produção de vacinas com tecnologia de RNA mensageiro. Segundo o presidente, questões como as mudanças climáticas – “um desafio que a Fiocruz tem que encarar em todos os níveis” – e a transição demográfica brasileira precisam estar entre as prioridades dos próximos anos. “A miséria, com a volta do Brasil ao Mapa da Fome, é outro problema que urge respostas nossas”.
Ele listou ainda outras prioridades. Entre elas, a necessidade de recomposição do orçamento da Fiocruz, a partir de entendimentos com o governo federal, o que permitirá recuperar a capacidade de investimento, a realização de concursos públicos e a adequação das instalações prediais da Fundação, em alguns casos bastante defasadas por serem construções de décadas atrás.
“Vivemos a celebração do projeto democrático desta instituição, que está sempre se renovando e que lhe deu condições de resistir em tempos de crise”, afirmou Mario Moreira (foto: Peter Ilicciev)
Moreira apresentou a equipe da Presidência, formada por Cristiani Vieira Machado (vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação), Marco Krieger (vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde), Maria de Lourdes Aguiar Oliveira (vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas), Hermano Casto (vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde), Juliano Lima (diretor-executivo), Priscila Ferraz (diretora-executiva adjunta), Zélia Profeta (chefe de Gabinete), Liene Wegner (coordenadora da Secretaria da Presidência), Fabiana Damásio (diretora da Fiocruz Brasília), Hilda da Silva Gomes (coordenadora de Equidade, Diversidade, Inclusão e Políticas Afirmativas), Marília Santini (coordenadora de Vigilância e Laboratórios de Referência), Pamela Lang (coordenadora de Comunicação Social), Paulo Buss (Centro de Relações Internacionais em Saúde), Paulo Gadelha (Agenda Fiocruz 2030) e Valber Frutuoso (coordenador de Relações Interinstitucionais). Ele também apresentou os assessores especiais da Presidência: Wilson Savino, Carlos Maciel, Rivaldo Venâncio e Rodrigo de Oliveira. A Vice-Presidência de Gestão e Desenvolvimento Institucional passou a se chamar Diretoria-Executiva.
Ao encerrar a solenidade, a ministra Nísia Trindade Lima disse querer celebrar a democracia, no Brasil e na Fiocruz. Ela disse que a posse é um dia de festa e lembrou o poema Rápido e rasteiro, de Chacal: “Vai ter uma festa/ que eu vou dançar/ até o sapato pedir pra parar/ aí eu paro/ tiro o sapato/ e danço o resto da vida”.
“Teremos tempos duros daqui para a frente, teremos percalços. Mas não serão tempos sombrios, já que é tempo de esperança e de saudar a democracia. A ciência está de volta ao Ministério da Saúde e a Fiocruz é fundamental, e será ainda mais, para os desafios sanitários, ambientais, científicos e sociais que enfrentaremos”, sublinhou Nísia.
Ela fez um breve resumo de sua trajetória na Fundação, citou a Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) e a Editora Fiocruz. Nísia afirmou que sempre verá a instituição como uma grande escola. A ministra acrescentou ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma mensagem de apoio e agradecimento à Fiocruz pelo papel desempenhado na pandemia.
O novo presidente
Na Fiocruz desde 1994, Mario Moreira é doutor em Políticas Públicas pela Universidade Federal do Paraná, com estágio doutoral na Universidade de Coimbra, em Portugal, mestre em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) e em Gestão de Tecnologias e Inovação pela Universidade de Sussex, no Reino Unido. Ele também é especialista em Gestão Pública pela Fundação Getúlio Vargas. Em 2017, tornou-se vice-presidente de Gestão e Desenvolvimento Institucional da Fiocruz, cargo que passou a ser de diretor-executivo no ano passado. Ele foi eleito em 24 de março pelos servidores públicos ativos da Fundação com 3.405 votos – 91,68% do total de 3.714 votos válidos.
Fonte: Ricardo Valverde (Agência Fiocruz de Notícias)
Estudante: Beatriz Vasconcelos Souza Orientação: Antonio Ricardo Khouri Cunha Título da Dissertação: “Caracterização da resposta imune sistêmica e in situ na leishmaniose cutânea localizada humana” Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana Data de defesa: 23/05/2023 Horário: 09h00 Local: Sala Virtual do Zoom ID da reunião: 837 5637 5532 Senha de acesso: defesa
Resumo
INTRODUÇÃO: As leishmanioses são doenças de importância para a saúde pública, endêmicas em cerca de 98 países, afeta 12 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, a forma clínica prevalente é LCL, e o principal agente etiológico é a Leishmania braziliensis. O controle e a patologia na LCL são determinados por uma complexa interação entre uma variedade de tipos celulares e fatores solúveis, associados as respostas celulares Th1/Th2/Th17, que é pouco compreendida. Nesse sentido, análise e comparação dos perfis imunológicos de diferentes compartimentos biológicos, pode ser útil para entender a interação e a ativação do sistema imune, e os mecanismos associados à resposta sistêmica e in situ. OBJETIVO: Caracterizar e identificar a resposta imune predominante na Leishmaniose Cutânea Localizada Humana causada por L. braziliensis. MÉTODO: Avaliamos a resposta imune sistêmica e in situ de pacientes com LCL recrutados em uma clínica de referência de Jiquiriçá, área endêmica da Bahia. Amostras de plasma e biópsia de lesões, foram utilizadas para realização de imunoensaios por Luminex™ para identificação dos níveis de citocinas, quimiocinas, fatores de crescimento e receptores solúveis. RESULTADOS: Os resultados mostraram uma predominância do perfil Th1 em pacientes com LCL, com altos níveis de moléculas pró-inflamatórias e regulatórias. O plasma de pacientes com LCL apresentaram um aumento significativo de IL-8, IL-1β, TNF-α, IL-6, MIP-1α, MIP-1β, GMCSF, VEGF e TGFβ-1. Na lesão encontramos um aumento significativo de IL-8, IL-6, TNF-α, IL-1β, IFN-γ, IL-12(P40), IL-17A, IL-2, IL-7, MCP-1, MIP-1α, MIP-1β, IP-10, Eotaxina, G-CSF, GM-CSF e VEGF e IL-10. Apenas os receptores sIL-2Rα e sTNFRII apresentaram níveis significativamente aumentados na biópsia da lesão. CONCLUSÃO: Foi possível evidenciar que os perfis de resposta imune sistêmica e local da LCL são convergentes, entretanto a resposta imune local é mais expressiva. A resposta imune predominante, na fase tardia, é do tipo Th1, mediada por moléculas inflamatórias, porém elementos regulatórios e receptores solúveis podem modular o possível dano causado pela inflamação.
Palavras-Chaves: Leishmaniose Cutânea Localizada; L. braziliensis, Resposta Imune; Sistêmica; In situ.
Bernardo Galvão e a Ministra da Saúde e Acadêmica, Nísia Trindade. Foto: Cristina Lacerda
Em cerimônia realizada nesta quarta-feira (10/05), o pesquisador emérito da Fiocruz Bahia, Bernardo Galvão Castro Filho, junto com outros 16 nomes, foi apresentado como membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC). A solenidade marca a participação formal dos pesquisadores junto à entidade. O pesquisador foi eleito para integrar a ABC, como membro na área de Ciências da Saúde, em Assembleia ocorrida no dia 1° de dezembro de 2022, em função de sua importante contribuição na área de Imunologia.
Dentre os que participaram da cerimônia, estavam a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos; a ministra de Estado da Saúde, Acadêmica Nísia Trindade; a presidente da ABC, Helena B. Nader – ineditamente, três mulheres nos postos de mais alto grau; e o presidente do CNPq, Acadêmico Ricardo Galvão.
Bernardo Galvão é reconhecido como o primeiro cientista a isolar o vírus HIV na América Latina. A partir de seus estudos, foi possível elencar uma série de políticas públicas de contenção da disseminação do vírus, como a triagem na doação sanguínea e a fundamentação do Programa Nacional de Controle do HIV do Ministério da Saúde.
Galvão ingressou na Fiocruz em 1977, onde auxiliou a implantação de um Centro de Imunologia Parasitária, no Rio de Janeiro. Na Fiocruz Bahia, o pesquisador foi um dos responsáveis pelo desenvolvimento do Laboratório Avançado de Saúde Pública (Lasp). Atualmente, ele se dedica ao estudo do retrovírus HTLV-1, que possui na Bahia um dos seus grandes focos de contágio.
O Comitê Técnico Assessor do PROGRAMA DE FORMAÇÃO TÉCNICA EM CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO EM SAÚDE – PROFORTEC-SAÚDE promovido pelo IGM, torna público os gabaritos das provas do processo seletivo do programa de formação, nos perfis “Laboratórios e Plataformas” e “Ciência de Dados”. Consulte abaixo:
A Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI) divulga as inscrições homologadas e NÃO homologadas do processo seletivo 2023.2. As listas, organizadas em ordem alfabética, estão disponíveis do site do PgBSMI e na plataforma SIGASS.
Os recursos referentes a homologação das inscrições deverão ser encaminhados para o e-mail (pgbsmi@fiocruz.br), no dia 11 de maio até às 23:59, conforme cronograma em edital. Também foi publicada uma errata sobre o barema para o nível de Doutorado, que está disponível nos mesmos sites.
Um estudo foi realizado buscando estimar os níveis de vitamina D e sua associação com estilo de vida, fatores sociodemográficos e medidas corporais em residentes de Salvador, Curitiba e São Paulo, cidades de diferentes regiões do Brasil. Os resultados mostraram que a alta prevalência de deficiência de vitamina D observada durante o verão em indivíduos saudáveis indica que o Brasil é um país de risco de deficiência de vitamina D, com prevalência próxima a países europeus.
Essa deficiência pode ser pior em cidades como São Paulo e Curitiba durante o inverno, do que em Salvador, uma vez que o nível de vitamina D nessa época do ano tende a cair 30%. O estudo, coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Edson Moreira, é o primeiro representativo que investigou os níveis de vitamina D em uma população saudável no Brasil. O trabalho foi publicado no Journal of the Endocrine Society.
A vitamina D é responsável por manter as propriedades do cálcio e o funcionamento saudável do organismo por conta de suas ações no intestino, rim, ossos e glândulas. Sua deficiência pode acarretar problemas sérios de saúde, como osteoporose, além de causar fraqueza muscular, aumento do risco de quedas ou fraturas.
Os dados da pesquisa foram adquiridos a partir de amostras de sangue de 1.004 doadores de ambos os sexos, durante o verão, no período de dezembro de 2020 a março de 2021. Informações sobre estilo de vida, sociodemográficos e medidas do corpo foram coletadas por meio de uma entrevista com um questionário padronizado. Foi considerado com insuficiência de vitamina D indivíduos com níveis abaixo de 30 ng/mL e com deficiência as pessoas com níveis abaixo de 20 ng/mL.
A prevalência de deficiência foi de 15,3% e insuficiência de 50,9% no geral. Discriminando por cidade, a prevalência foi 12,1% de deficiência e 47,6% de insuficiência em Salvador; 20,5% e 52,4% em São Paulo e 12,7% e 52,1% em Curitiba. Maior índice de massa corporal (IMC) e maior latitude do local onde o indivíduo vive foram preditores significativos de deficiência de vitamina D, enquanto a cor da pele (branca), tempos de exposição aos raios solares e uso atual de suplemento dietético foram protetores.
Esses dados podem motivar os gestores a promover ações que incentivem a população a aumentar a atividade física ao ar livre, principalmente em regiões com alta disponibilidade de sol. No Brasil não existe uma política de fortificação de alimentos com vitamina D, como ocorre em outros países como o Canadá e Finlândia. No entanto, os dados indicam que mesmo saudáveis pessoas que vivem nos trópicos se beneficiam da adição de vitamina D nos alimentos para evitar a deficiência.
Estudante: Rodrigo Carvalho de Menezes Orientação: Bruno de Bezerril Andrade Título da Tese: “Impactos clínicos e epidemiológicos da Covid-19: estudo dos determinantes diagnósticos e prognósticos dos efeitos da pandemia na síndrome de Burnout em profissionais de saúde e nas características clínicas e epidemiológicas de vírus respiratórios em crianças”. Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana Data de defesa: 31/05/2023 Horário: 14h00 Local: Sala Virtual do Zoom ID da reunião: 845 1278 9667 Senha de acesso: defesa
Resumo
Introdução: O impacto da pandemia da COVID-19 possui dimensões ainda não totalmente mensuráveis. Foram, até o momento, 624 milhões de pessoas acometidas, 6,5 milhões de mortes diretas e 18,2 milhões de indiretas. No Brasil, a rápida ascensão no número de casos, potencializada pela inequidade socioeconômica e pela magnitude continental do país, o tornou um dos epicentros da pandemia. Por conta do grande número diário de novos casos, configurara-se um cenário de escassez de insumos, leitos e recursos humanos, tensionando os serviços de saúde públicos e privados. Com isso, no intuito de possibilitar maior eficácia na alocação de recursos, buscamos identificar os determinantes associados ao diagnóstico e prognóstico de pacientes acometidos pela COVID-19. Metodologia: Trata-se de uma tese que reúne cinco manuscritos que abordam diferentes aspectos da COVID-19. Esses trabalhos resultaram de quatro coortes, sendo três delas frutos de colaborações locais entre hospitais e uma composta por dados públicos disponibilizados pela Secretaria de Vigilância em Saúde, nas quais se analisaram dados clínicos e sociodemográficos por meio de estatística descritiva, de concordância, e regressão logística com desenvolvimento de escores prognósticos. Resultados: No primeiro manuscrito, reportamos uma ferramenta acurada o diagnóstico dos pacientes que se apresentam à emergência de hospitais terciários. No segundo, acessamos as diferenças sintomatológicas dos agentes causadores de síndrome gripal em crianças e observamos um padrão distinto de manifestação no SARS-CoV-2, com maior associação à sintomas gastrointestinais, ageusia, anosmia e acometimento nosocomial. No terceiro, desenvolvemos um escore prognóstico de fácil aplicação, que não necessita de exames de imagem, capaz de discriminar o risco de morte intra-hospitalar do paciente acometido pela COVID-19. Em seguida, no quarto manuscrito, recalibramos uma ferramenta prognóstica, previamente desenvolvida por nosso grupo para pneumonia comunitária no UTI, para o cenário da COVID19. Por fim, no quinto manuscrito, investigamos a associação entre características de profissionais de saúde que atuaram na linha de frente contra a COVID-19 e a síndrome de burnout, e identificamos que o consumo de álcool apresentou forte associação com o desenvolvimento da síndrome, enquanto o hábito de rezar diariamente e atuar nas unidades de terapia intensiva associaram-se inversamente. Conclusão: os trabalhos que compõem essa tese evidenciam os diferentes determinantes associados à COVID-19, do seu diagnóstico, diagnóstico diferencial até prognóstico. Essas informações permitiram o desenvolvimento de ferramentas capazes de auxiliar no manejo clínico e na alocação de recursos, bem como servir de substrato para a adaptação de novos modelos frente a futuros desafios, a fim de reduzir os impactos negativos de eventos de saúde de grande magnitude. Palavras-chave: COVID-19, prognóstico, mortalidade, diagnóstico, burnout.
Discutir ciência na mesa do bar com pesquisadores? É essa a proposta do Festival Pint of Science, uma iniciativa que busca aproximar a ciência da sociedade de forma descontraída e acessível. A Fiocruz Bahia, junto com a Universidade Federal da Bahia (UFBA), é uma das instituições organizadoras e participantes da edição de 2023 em Salvador, que acontecerá nos dias 22, 23 e 24 de maio.
No primeiro dia, o tema das discussões será “Sustentabilidade”, com a presença da pesquisadora Nelzair Viana e dos pesquisadores da UFBA, Ronaldo Oliveira e Carolina Souza. Já no dia 23, o tema será “Sendo inspiração: Meninas e Meninos nas Ciências” e contará com a apresentação do projeto Meninas Baianas na Ciência, pela pesquisadora Natália Tavares; a discussão sobre “Síndrome de Impostor” pelo doutorando Matheus Jesus, além da conversa sobre ciência e responsabilidade social, ministrada pela aluna egressa da instituição, Jaqueline Goes.
O último dia de evento contará com roda de conversa sobre o médico cientista, pelo pesquisador Bruno Bezerril; debate sobre doença de Chagas com o pesquisador Fred Luciano e discussão sobre as inovações no campo de pesquisa em câncer, com a pesquisadora Clarissa Gurgel e sobre inteligência artificial com Daniel Almeida Filho, do CIMATEC.
Com o lema “Um Brinde à Ciência”, o festival foi criado em 2012, na Inglaterra, e chegou ao Brasil em 2015, reunindo pesquisadores e especialistas em bares e restaurantes para discutir temas relevantes em diversas áreas do conhecimento. Além disso o evento visa inspirar jovens estudantes e promover o interesse pela ciência e tecnologia, contribuindo para o desenvolvimento da educação científica no país. O festival acontece junto com outros 25 países, totalizando quase 400 cidades em todo o mundo.
A organização do evento em Salvador conta com a coordenação geral de Denis Soares, diretor da Faculdade de Farmácia da UFBA, e coordenação adjunta de Valéria Borges, da equipe da Vice-Diretoria de Ensino da Fiocruz Bahia. A comissão local é composta por Jailson Alves (UFBA), Samuel Pita (UFBA), Daniel Almeida Filho (CIMATEC), Rafael Short (UFBA) e Marcio Santos (Fiocruz Bahia), como programador visual. A equipe de apoio é composta por discentes do Programa de Pós-Graduação em Farmácia (PPGFAR-UFBA) e da Fiocruz, incluindo discentes do Programa de Pós-Graduação em Patologia Humana (PGPAT – UFB/ Fiocruz Bahia), Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PGBSMI), Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC) e Programa de Formação Técnica em Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (Profortec) da Fiocruz Bahia.
Estudante: Ítalo Andrade Barbosa Lima Orientação: Isadora Cristina de Siqueira Co-orientação: Tiago Gräff Título da Dissertação: “EPIDEMIA DE DENGUE EM FEIRA DE SANTANA EM 2019: ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E MOLECULARES” Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa Data de defesa: 18/05/2023 Horário: 14h00 Local: Sala Virtual do Zoom ID da reunião: 836 5083 2351 Senha de acesso: italo
Resumo
A dengue é uma doença de grande importância nas Américas, sendo endêmico por décadas e tendo já apresentado quatro sorotipos no país. Sua disseminação por mosquitos vetores torna difícil seu controle. O principal dentre os vetores é o Aedes aegypti, tendo um potencial de proliferar mais de uma arbovirose por vez. O município de Feira de Santana, localizado no estado da Bahia, apresenta um número significativo de casos todos os anos, não somente para dengue como também para outras arboviroses, demostrando ser uma região endêmica. Dessa forma, se faz importante realizar uma vigilância periódica da doença, utilizando os diagnósticos sorológico e molecular. Com isso, esse estudo objetivou descrever a epidemia de dengue ocorrida no ano de 2019 no município de Feira de Santana. Foram coletadas amostras biológicas de pacientes de Feira de Santana e enviadas à Fiocruz-BA para diagnóstico. Nos testes sorológicos foram realizados a detecção do anticorpo IgM e do antígeno NS1. Nos testes moleculares a procura foi pela presença do RNA do vírus da dengue. Foram incluídos 977 participantes nesse estudo, todas as amostras foram testadas por métodos sorológicos, tanto utilizando o anticorpo IgM, sendo 253 (25,90%) positivas para dengue, ou o antígeno NS1 sendo 392 (40,12%) positivas. Para o diagnóstico molecular 873 amostras foram testadas, sendo detectado a presenças de DENV em 102 (11,68%). Para o sequenciamento foram escolhidas 17 amostras, nelas foi encontrado a presença do DENV1 genótipo V e DENV-2 genótipo III mostrando persistência do vírus na região, assim como, a introdução de um novo clado. Também foram descobertas mutações em alguns genes de proteínas estruturais e não estruturais. Assim, mostrando a importância da vigilância epidemiológica e genômica para investigação de epidemias ou surtos, auxiliando os órgãos de saúde a tomarem medidas para resolução dos atuais e futuros problemas de saúde pública. Palavras chave: DENV, sorologia, biologia molecular, sequenciamento
O coordenador do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), Maurício Barreto, recebeu o prêmio “The Information and Data Distribution Award 2023“, da Federação Mundial de Associações de Saúde Pública (WFPHA), pelo trabalho no uso de dados e pela produção de conhecimento em contextos adversos como a pandemia de Covid-19. A honraria foi entregue durante o 17º Congresso Mundial de Saúde Pública, em Roma, Itália, em 04 de maio (hoje).
Este reconhecimento ao Cidacs vem de uma instituição que congrega as associações de profissionais de saúde pública de todo o mundo e consolida o destaque e prestígio internacional que o Cidacs tem ganhado durante os seus seis anos de existência. A categoria Distribuição de Informação e Dados foi criada em 2020 e faz parte dos sete grupos premiáveis.
O prêmio reconhece uma organização que fez a devida diligência coletando, organizando e distribuindo dados e informações sobre pandemias, desastres nacionais e emergências de saúde em grande escala. O Congresso Mundial de Saúde Pública reúne pesquisadores, gestores, profissionais de saúde, de todo o mundo.
“O notável desempenho do Cidacs, no quesito da produção e disseminação de dados e informações, durante a pandemia de Covid-19, liderando a Rede CoVida desde o início de 2020, chamou a atenção do Comitê de Premiações e do Conselho Diretor da WFPHA”, comentou o presidente da instituição, o pesquisador e professor brasileiro, Luís Eugênio Portela, atual diretor do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/Ufba).
A Rede CoVida, citada pelo professor Luís Eugênio, foi criada pelo Cidacs/Fiocruz e a Ufba, em março de 2020, como resposta ao grave problema de saúde pública da humanidade: a pandemia da Covid-19. Criado de forma totalmente voluntária, atuou na triagem de conhecimento, dando respostas diretas a gestores e tomadores de decisão a partir de evidências científicas. Chegou a reunir mais de 200 voluntários, entre epidemiologistas, comunicólogos, médicos, físicos, matemáticos, biólogos e profissionais de outras diversas formações.
O Instituto Gonçalo Moniz (IGM), sede da Fiocruz Bahia, recebeu uma delegação do Ministério da Saúde de Angola, com o objetivo de apoiar a implementação de uma política de atenção integral para pessoas com doença falciforme no país africano. O encontro foi voltado para a troca de conhecimentos científicos no tratamento dos agravos causados pela enfermidade e no atendimento humanizado aos pacientes. O grupo foi recebido pela diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, no dia 17 de abril.
A delegação foi integrada por Francisco Antônio José Domingos, Diretor Geral do Instituto Hematológico Pediátrico Dra. Victória do Espírito Santo; Eunice Cassinda Pereira Manico, Diretora Técnica do Instituto Nacional do Sangue; Suzana da Conceição Simões Trindade, diretora Nacional de Saúde Pública, do Ministério da Saúde de Angola; e por Miguel Viriato, representante do Gabinete de Intercâmbio do Ministério da Saúde de Angola. Tiago Novais, assessor da Coordenação de Sangue do Ministério da Saúde do Brasil, acompanhou a delegação.
Em novembro de 2019, foi assinado um acordo entre o Ministério da Saúde do Brasil e o governo angolano visando fortalecer o intercâmbio de conhecimento entre os países no que se refere à atenção às pessoas com doença falciforme. Por conta da paralisação das atividades motivada pela pandemia da Covid-19, a visita oficial só pôde ser realizada nesse momento. Além da Bahia, os representantes visitaram Minas Gerais e Brasília.
Com uma trajetória no estudo da doença falciforme, Marilda Gonçalves apresentou a atuação do Laboratório de Investigação em Genética e Hematologia Translacional (LIGHT), o qual coordena, e ressaltou a atuação no estudo de biomarcadores, no uso de fármacos para o tratamento e outras terapias, no estudo de subfenótipos da doença e o desenvolvimento de recursos para a formação de profissionais da saúde.“Nós ficamos honrados com a visita da delegação de Angola e com a oportunidade que tivemos para a troca de conhecimento sobre a doença falciforme. Já trabalhamos com outros paises africanos e será muito importante estreitarmos os laços com Angola, pois o aprendizado é sempre muito inspirador”, declarou Marilda Gonçalves.
Para Francisco Domingos, Diretor Geral do Instituto Hematológico Pediátrico Dra. Victória do Espírito Santo, o encontro apontou novas possibilidades não apenas no âmbito das pesquisas em saúde, mas também em caminhos para usar a comunicação e a educação a favor da população atingida. “Esta é uma entidade de ensino e pesquisa, com uma equipe multidisciplinar que funciona muito bem”, avalia. O pesquisador afirma que espera que a Fiocruz Bahia possa auxiliar a formar os profissionais de Angola. “Por o IGM ser uma entidade que possui cursos de formação a todos os níveis, principalmente na pós-graduação, nosso desejo é que tenhamos profissionais que venham para cá, tal como ocorreu com pessoas do Benin e da Nigéria”.
O pesquisador da Fiocruz Bahia, Washington Santos, apresentou o projeto “RIMFAL: traço falciforme e doença renal na Bahia”. Para o cientista, a ocasião foi uma oportunidade de troca de informações sobre a prevalência do traço falciforme na Bahia e em Angola (onde é particularmente alta), sobre o desafio que a progressão de doenças renais representa para o Brasil e para Angola e como a colaboração estabelecida entre o Brasil e os países da África pode contribuir para o entendimento e busca de soluções para problemas em comum. “Temos muito a aprender com Angola e temos muito também a oferecer, na formação de patologistas e na realização de projetos transcontinentais”, comentou.
Programação
O dia contou com a apresentação das pesquisas desenvolvidas sobre a doença falciforme no âmbito de instituições baianas. O professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Vitor Antônio Fortuna apresentou à delegação o projeto de pesquisa que desenvolve voltado para a aplicação de terapia fotodinâmica aplicada no tratamento de úlceras falciformes. A pesquisa coordenada pelo professor utiliza a técnica que consiste na aplicação de um elemento fotossensível junto com luz para tratar as úlceras que podem acometer indivíduos com a doença. A possibilidade de avanço da pesquisa e de implementação do tratamento animou os presentes.
“Nós pensamos em um contexto de colaboração internacional futura, com a possibilidade de um quinto encontro. Nós poderemos partilhar conhecimentos, recursos e tecnologias entre os países envolvidos”, avalia o professor. “A doença falciforme é uma doença genética que afeta principalmente pessoas de origem africana. Uma colaboração entre os países africanos é extremamente benéfica para que possamos desenvolver estratégias de tratamento”.
O coordenador geral da Associação Baiana de Pessoas com Doença Falciforme (ABDFAL), André Gomes, espera que os resultados alcançados nas pesquisas desenvolvidas possam promover mudanças significativas na atenção da saúde. “As apresentações que foram realizadas evidenciaram resultados importantes frente a realidade desses indivíduos. Essa colaboração entre a delegação de Angola e Brasil, mais especificamente a Bahia que é o estado brasileiro com mais casos de doença falciforme, nos mostrou que a Bahia continua produzindo ciência ao ponto de contribuir efetivamente nos cuidados integrais das pessoas”, avalia.
Houve ainda o compartilhamento de outras experiências envolvendo projetos de educação, divulgação e pesquisa voltados para pessoas com doença falciforme. Para tanto, a reunião contou com a presença de Antônio Brotas, coordenador da Gestão de Comunicação e Divulgação Científica da Fiocruz Bahia; Isa Menezes Lyra, pesquisadora colaboradora da Fiocruz Bahia e professora titular da UNIFACS; Elisângela Adorno, pesquisadora da Faculdade de Farmácia da UFBA; Thassila Pitanga, professora e pesquisadora da Universidade Católica de Salvador (UCSAL); Sânzio Santana, também professor da UCSAL; Cynara Barbosa, professora da Faculdade de Farmácia da UFBA; e Silvia Ribeiro, professora da Faculdade de Enfermagem da UFBA. O encontro contou com a participação de Setondji Modeste, pós-doutorando do LIGHT, que desenvolveu o mestrado e doutorado no IGM em decorrência de um intercâmbio com o país africano de Benin.
Estudante: Ana Carolina Borges da Cruz Rodrigues Orientação: Daniel Pereira Bezerra Título da Tese: “PRODUTOS NATURAIS COM EFEITO ANTILEUCÊMICO ATRAVÉS DA INDUÇÃO DO ESTRESSE OXIDATIVO” Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa Data de defesa: 07/06/2023 Horário: 13h00 Local: Sala Virtual do Zoom ID da reunião: 884 0790 5616 Senha de acesso: ana
Resumo
INTRODUÇÃO: A leucemia mieloide aguda (LMA) é um tipo heterogêneo comum de câncer hematológico e a forma mais letal de leucemia. É uma doença caracterizada pela expansão clonal de precursores mieloides com capacidade diminuída de diferenciação e é diagnosticada com mais frequência em pessoas com mais de 60 anos. Houve um limitado avanço no tratamento anti-LMA padrão nas últimas quatro décadas e o prognóstico da doença permanece ruim, com menos de 30% de sobrevida em 5 anos para pacientes diagnosticados com a doença. Nesse contexto, o desenvolvimento de novos medicamentos são urgentemente necessários, a fim de melhorar a recidiva e diminuir a toxicidade, principalmente para pacientes idosos, que representam uma população vulnerável ao padrão terapêutico intensivo. OBJETIVO: Diante disto, o objetivo do presente trabalho é investigar o potencial antilêucemico dos tritpernos quinonametídeos, tingenona (TG) e 22-hidroxitingenona (22-HTG) e o alcalóide/amida, piplartina (PL) em diferentes modelos de LMA. MATERIAS E MÉTODOS: O potencial citotóxico dos três compostos foi avaliado num painel de diferentes linhagens de células cancerosas, incluido leucêmicas, a fim de determinar a CI50. A avaliação do padrão de morte e mecanismo de ação dos compostos foi determinado através da análise do ciclo celular, detecção de morte celular por apoptose, potencial transmembrânico mitocondrial e produção de espécies reativas de oxigênio (ERO) por citometria de fluxo. Além disso, a modulação da expressão gênica e de vias de sinalização importantes para o desenvolvimento e progressão da leucemia foi investigado através de qPCR após tratamento com TG, 22-HTG e PL. A capacidade de inibir células-tronco e progenitores leucêmicas (CTPLs), o potencial clonogênico e a interação de PL com fármacos usados na terapia convencional de LMA também foi avaliada. Por último, o efeito antileucêmico de PL in vivo foi estudado através de um modelo xenográfico de leucemia humana. RESULTADOS: Os compostos se apresentaram citotóxicos contra as linhagens cancerosas testadas, e as linhagens leucêmicas se mostraram particularmente mais sensíveis aos tratamentos. A apoptose induzida por TG e 22-HTG se deu pela supressão do sistema tiorredoxina, consequentemente induzindo estresse oxidativo que levou ao dano do DNA e ativação da via de sinalização MAPK. Estudos mecanísticos mostraram que PL tem como alvo a via de sinalização canônica do NF-κB e induz a apoptose através do acúmulo de espécies reativas de oxigênio mitocondrial. Interessantemente, PL não demonstrou toxicidade a atividade progenitora hematopoiética saudável quando testada em células de medula óssea de camundongos. Além disso, ao combinar PL com citarabina ou daunorribicina, demonstramos que PL possui um efeito sinérgico com esses medicamentos nos modelos de LMA testados. CONCLUSÃO: Nossos achados demonstram o efeito antileucêmico de TG, 22-HTG e PL, através da indução do estresse oxidativo culminando na inibição de vias de sinalizações importantes na leucemia, evidenciado assim que estes compostos são candidatos promissores para o desenvolvimento de novos fármacos para o tratamento de LMA. Palavras-chave: Leucemia mieloide aguda, triterpenos quinonametídeos, piplartina, citotoxicidade.
O trabalho “Vigilância digital como ferramenta inovadora para o enfrentamento da atual e futuras pandemias: da avaliação de eficácia vacinal à previsão de novas emergências” foi contemplado, em 26 de abril, com o prêmio de segundo lugar em Saúde do ano de 2023 da Fundação Péter Murányi, em São Paulo. Estiveram presentes no evento para receber a premiação, os pesquisadores Manoel Barral-Netto (Cidacs/Fiocruz Bahia), Luiz Landau (COPPE/UFRJ), Vinícius de Araújo Oliveira (Cidacs/Fiocruz Bahia) e a pesquisadora Viviane Boaventura (Fiocruz Bahia).
Viviane Boaventura, Vinícius Oliveira, Manoel Barral-Neto (Fiocruz Bahia) e Luiz Landau (COPPE/Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ) momentos antes de receberem o prêmio.
O trabalho científico premiado utilizou-se de estratégias de saúde digital, tendo em base a transdisciplinaridade, ou seja, o cruzamento das fronteiras disciplinares para o desenvolvimento de duas iniciativas de pesquisa interligadas, o VigiVac e o Aesop. No VigiVac, foi avaliado a eficácia vacinal contra a Covid-19 em prevenir infecção, hospitalização e morte no Brasil. No Aesop o desenvolvimento está centrado em criar um sistema alimentado por dados digitais de saúde coletados frequentemente e geograficamente localizados para fornecer alertas antecipados de surtos de doenças infecciosas com potencial pandêmico.
Outros dois projetos também foram premiados, sendo em primeiro lugar o “Desenvolvimento de uma vacina tetravalente para dengue”, indicado pela Fundação Butantan e, em terceiro lugar, a pesquisa em “Soberania tecnológica no desenvolvimento de vacinas humanas no Brasil”, indicada pela Fiocruz Minas e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). É importante destacar que as iniciativas premiadas são de instituições públicas de educação, desenvolvimento científico, tecnológico e inovação, temas de grande impacto para a sociedade.
Sobre o prêmio
A premiação, concedida a pessoas físicas e grupos cujo trabalho tenha se destacado na descoberta ou progresso científico, seja relacionado à Saúde, Desenvolvimento Científico & Tecnológico, Alimentação e Educação, sob condição de auxiliar o avanço e bem-estar social de territórios de baixa e média renda. Nesse caso, a atenção é para os continentes e países situados abaixo do paralelo 20 de latitude Norte. Ou seja, na América Central, América do Sul, Oceania e uma parte da África, América do Norte e Ásia. Em razão da significante trajetória do seu idealizador aqui no Brasil, o empresário húngaro Péter Murányi, existe apoio especialmente ao Brasil.
Aos 24 anos o também estudioso de história e ator comunitário veio para o país, onde assumiu ao longo da trajetória papéis de destaque como o de Cônsul Geral Honorário da República Dominicana, em São Paulo, e Conselheiro da Academia Brasileira de História. A Fundação Péter Murányi foi criada em 1999, um ano após a morte do empresário, que em testamento deixou como missão registrada para a família criar o projeto de cunho comunitário, não limitado à premiação, podendo ainda promover atividades culturais e assistenciais.
“Fake news” foi eleita a expressão do ano, em 2017, pelo dicionário britânico Collins, por conta do uso amplamente disseminado do termo – inclusive por autoridades, como o ex-presidente norte americano Donald Trump. Um levantamento produzido pela Avaaz e pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) em 2018, mostrou que sete em cada dez brasileiros acreditam em uma informação imprecisa sobre as vacinas. Pior, informações errôneas foram as razões dadas por 57% dos entrevistados para não se vacinar. (Estudo disponível aqui) Anos após, as fake news, ou notícias falsas em português, não se tornaram menos recorrentes.
A desinformação impõe desafios e não é um fenômeno tão fácil de ser entendido. Por isso, a Fiocruz Bahia conversou com Thaiane Moreira, doutora em Comunicação pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e coordenadora do Laboratório de Investigação em Ciência, Inovação, Tecnologia e Educação (Cite-Lab). Atualmente a pesquisadora realiza diversos estudos referentes à desinformação relacionada à ciência, disputas sobre a informação e comunicação científica, sobre a educação científica, entre outros.
Thaiane Moreira foi a convidada da Fiocruz Bahia para ministrar uma Sessão Científica, com o tema “Saúde, Ciência e Desinformação”. Moreira apresentou alguns resultados dos seus estudos sobre a desinformação, que possuem dois eixos principais: saúde e meio ambiente. Ela ainda recorda como a disseminação de informações falsas foi um desafio enfrentado pela comunidade científica durante a pandemia da Covid-19, mas que não minou totalmente a crença da população em cientistas e pesquisadores (a Sessão Científica pode ser assistida no canal de Youtube da Fiocruz Bahia)
Nesta entrevista, abordamos mais alguns aspectos elencados pela pesquisadora como cruciais para entender o que é a desinformação científica e como podemos combatê-la. Moreira considera que há condicionantes nos próprios indivíduos para acreditar em uma notícia. “As pessoas acreditam na desinformação porque elas querem acreditar, não porque estão sendo enganadas”, afirma. Ela ainda alerta que há limites para a atuação da divulgação científica nesse cenário, e que é preciso olhar para problemas estruturais como a falta de acesso a educação científica desde a base escolar.
Existe mais de uma forma de compreender o que é a desinformação?
Na verdade, não existe um consenso para a definição sobre o que é desinformação. Parte dos pesquisadores tendem a pensar que a desinformação é uma informação intencionalmente feita para o engano. No entanto, há ainda um conjunto de discussões a partir da literatura acadêmica que tem mostrado as limitações desse tipo de definição principalmente a partir de duas chaves: a intencionalidade e o engano. Há limites para a definição e mensuração da intencionalidade de alguém que propaga desinformação. O que colocamos nessas discussões é que existe um risco muito grande de que sejam feitas acusações, ou qualquer tipo de perseguição, sobretudo política, usando essa definição de intencionalidade. Por outro lado, as pesquisas também apontam que os sujeitos não são enganados quando consomem ou compartilham uma desinformação. Na verdade, esse sujeito tem uma crença pré-estabelecida sobre aquilo que ele consumiu, e, se isso vai de encontro às suas crenças, ele usa a informação como uma forma de reafirmação do seu argumento.
É a partir dessa noção que alguns pesquisadores têm tentado definir esse conceito de desinformação a partir da noção de prática cultural. Assim, se pretende entender o que envolve o processo de desinformação a partir dos seus circuitos e da sua circulação, da disputa de sentido do sujeito junto ao seu ambiente social e dentro do ambiente digital principalmente
Mas, então, porque as pessoas acreditam em uma notícia falsa?
As pessoas acreditam porque elas querem acreditar na desinformação, não porque estão sendo enganadas ou porque falta competência científica, midiática ou competência informacional. As pessoas precisam de algumas informações para se agarrar e fazer valer uma crença. Ou seja, alguém recebe uma desinformação sobre vacina e, caso ele tenha argumentado anteriormente sobre a vacina e se aquela desinformação vai ao encontro daquilo em que ele acredita, o sujeito tende a reforçar a sua crença e compartilhar aquela peça desinformativa. Além disso, os estudos também têm mostrado outras questões mais comportamentais nesse processo do consumo desinformativo. Por exemplo, o medo de se sentir fora do debate público, validação de argumentos; são raciocínios mais motivados pelas emoções. Essa série de comportamentos mostram que, na verdade, o sujeito não é passivo e passível de ser enganado, mas sim um ator ativo nesse processo, sobretudo no que diz respeito a forma de confirmação das suas crenças
Acredito que entender o porquê dos sujeitos de fato acreditam e compartilham é fundamental para tecermos políticas e estratégias mais adequadas para o enfrentamento da desinformação. Lidar com esse fenômeno, que é vigente, e que precisamos contornar.
O que separa o fenômeno de fake news atual do compartilhamento de notícias falsas que já acontecia? O que acontece hoje que gera um alerta para esse problema?
O que difere é a questão do ambiente de disseminação, a forma como as notícias falsas e a desinformação circulavam anteriormente para como circulam agora. Se a desinformação tinha um alcance muito local, em torno de relações sociais focadas em um determinado agrupamento, hoje temos um espalhamento muito maior dessa desinformação por sua disseminação no ambiente digital. Temos ainda alguns fenômenos que dizem respeito a configuração desse ambiente. O digital é um espaço mediado tecnologicamente e projetado em torno de mediações algorítmicas que ajudam a direcionar o conteúdo para o público desejado. Então, quando a desinformação se vale dessas estruturas, ela passa a ter um alcance muito maior e direcionado para aqueles que são potenciais consumidores dessa desinformação. Daí, abre uma série de problemas e questões voltadas para a forma como a desinformação circula no ambiente digital e que se torna um desafio para quem luta para passar uma informação mais qualificada.
A ciência é um dos campos que mais sofre com fake news. Existe algum fator dentro do próprio campo que possa ter incentivado isso?
O primeiro ponto é que a ciência é a cultura da dúvida. Sem a dúvida, sem o questionamento, sem as perguntas e curiosidades não há ciência; é só afirmação. É justamente nesses pontos, que com as lacunas que a ciência ainda não foi capaz de preencher que reside boa parte da constituição de teorias da conspiração e também desinformação. Esse é um aspecto mais de ordem epistemológica: até onde a ciência é capaz de responder problemas sociais complexos. Há outra questão que é um problema estrutural. Sabemos que o acesso às universidades, por mais que tenha expandido nestas últimas décadas, ainda é algo muito limitado no país. Não é grande a parcela da população que tem a possibilidade de estar na universidade, de fazer parte do processo do conhecimento científico. Temos esse problema de acesso às universidades e outro problema de estrutura educacional, voltado à forma de construção de currículos pedagógicos sobre o ensino da ciência, à educação científica desde a base. Nossa construção curricular é muito baseada na questão dos resultados dos diferentes campos científicos e os avanços predominantes nessa área. Mas não temos um espaço dedicado para o processo de fazer ciência, de como motivar as indagações e as buscas por soluções e respostas para perguntas de pesquisa. Isso não é algo que está presente na nossa base e também dificulta o entendimento do que é e como fazer ciência. Ainda temos que avançar muito nessas questões para poder provermos políticas mais adequadas para uma educação científica que permita ao estudante pensar a ciência desde as suas primeiras curiosidades sobre o mundo
Como a divulgação científica deve lidar com um cenário de maior ceticismo das pessoas?
Precisamos levar em consideração que, assim como qualquer coisa na nossa sociedade, a comunicação não resolve problemas que são de ordem estrutural. Se não houver políticas efetivas pra solucionar problemas de base, a divulgação científica não vai conseguir enfrentar sozinha.
De toda forma, o papel da divulgação é crucial por conta da sua capacidade de falar sobre os resultados e avanços de pesquisa e também por poder instruir a população sobre como funciona a ciência. Como determinadas pesquisas chegaram a seus resultados, como é o processo científico? Nós, enquanto divulgadores científicos e estudiosos de divulgação científica, temos a competência de prover materiais que possam auxiliar na educação científica.
Então como lidar com isso? Todo mundo faz essa pergunta e não existe uma solução manual. Mas existem algumas evidências científicas que tem apontado para alguns avanços importantes. A primeira delas é entender que as pessoas acreditam em determinada desinformação ou acabam contestando as evidências científicas por conta de um conjunto de crenças anteriores. Entender a base dessas crenças pode servir como um mecanismo mais adequado e promissor para tecer estratégias de comunicação e de divulgação mais adequadas para que o sujeito revisite suas crenças. Além disso, outro ponto que é amplamente debatido é que não basta afirmar que algo é errado. O sujeito tende a rejeitar essas determinações classificatórias sobre a verdade e essa noção de uma autoridade incontestável. É importante trazer um entendimento sobre o processo, e não simplesmente apresentar o resultado final.
Anteriormente se acreditava que a crença em teorias da conspiração, como a ineficácia das vacinas, seria algo compartilhado por poucos grupos localizados. Você acredita que ainda hoje seja assim? O número de pessoas que compartilham dessas crenças chega a ser uma ameaça para a ciência?
Não é possível afirmar que esses grupos de adeptos de teorias da conspiração são de fato uma ameaça à ciência ou que eles têm um espalhamento muito mais amplo. O que acontece é que, se até 2015 ou 2016 esses grupos eram muito isolados, atualmente eles encontraram um eco e voz a partir de representações de lideranças políticas e influenciadores digitais. Com isso, há um aumento do alcance dessas opiniões. Isso sim é de fato algo preocupante, mas eu não sei até que ponto é uma ameaça. Penso isso por conta do seguinte: foi realizado um estudo pelo Instituto de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia (INCT-CPCT) [Estudo disponível aqui], que mostrou que entre os atores de maior confiança para a população brasileira estão os cientistas, professores e profissionais de saúde. Isso é algo muito relevante para nós, nesse ambiente em que sofremos uma série de ataques, de contestação às evidências científicas que estavam colocadas e que nos colocou em alerta a como essas teorias da conspiração poderiam minar a credibilidade e a confiança sobre a ciência junto a população. Mas o que os dados mostram é que, apesar da existência de representantes políticos e lideranças digitais que compartilham e disseminam teorias da conspiração e desinformação, ainda há uma confiança da população nos cientistas. Isso é muito importante, mas não nos alivia completamente a ponto de não considerarmos a existência desses grupos como uma agenda necessária de ser debatida.
Você acredita que veículos de mídia tradicional vêm lidando bem com o atual cenário de infodemia e espalhamento de desinformação?
Importante considerar que os veículos de comunicação da mídia tradicional e também de nativos digitais foram propagadores da desinformação tanto quanto atuantes no enfrentamento a desinformação científica. Por exemplo, uma pesquisa que foi realizada por mim, junto com colegas da Universidade Federal do Alagoas (UFAL) e da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) [Disponível aqui] mostrou que grande parte dos veículos que compartilham pesquisas científicas depositadas em preprint [Projeto de artigo científico ainda não revisado pelos pares] tendiam muito mais a trazer desinformação do que informação qualificada. Esse é um ponto crucial para pensarmos a responsabilidade da informação que o jornalista e o veículo de mídia deve ter. E, principalmente, o papel do jornalista científico que deve ter toda uma competência e uma formação técnica para o tratamento adequado da informação científica.
Discente: Luan Henrique Paim Santos Orientador: Luciano Kalabric Silva Título da dissertação: “PREVALÊNCIA DA INFECÇÃO PELO VÍRUS DA HEPATITE E (HEV) EM PORTADORES DE HIV, PACIENTES COM DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL (DII) E CIRRÓTICOS” Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa Data de defesa: 17/05/2023 Horário: 09h00 Local: Sala Virtual do Zoom ID da reunião: 869 0610 8744 Senha de acesso: luan
Resumo
INTRODUÇÃO: A hepatite E tem sido considerada uma doença importante nos países desenvolvidos e ainda é negligenciada no Brasil. A hepatite E vem merecendo destaque, recentemente, devido a possibilidade de se tornar uma doença crônica em pacientes imunocomprometidos. OBJETIVO: O objetivo deste estudo é determinar a prevalência da infecção pelo HEV em pacientes portadores de HIV, pacientes com DII e pacientes com DCPF na cidade de Salvador-BA. MÉTODOS: Participaram do estudo 290 pacientes atendido no HUPES sendo: 153 de portadores de HIV, 87 de pacientes com DII e 50 de pacientes com DCPF. Os dados da pesquisa foram obtidos por entrevista e pela revisão de prontuários médicos. Uma amostra de soro foi coletara para determinação da soroprevalência do HEV a partir da pesquisa de anticorpos anti-HEV IgG e anti-HEV IgM pelo método de ELISA (Wantai) e para determinação da prevalência de infecção pelo método RT-PCR (Realstar HEV RT-PCR kit 2.0, Altona Diagnostics). RESULTADOS: A maioria dos participantes foi do sexo masculino (64%) com idade média de 43 anos, residentes da RMS (72%), e afrodescentes (85%). A maioria dos pacientes não apresentaram riscos percutâneos, exceto cirurgias e tratamentos dentários invasivos. Foi frequente o sexo oral (66%) e anal (53%) e a maioria dos participantes relatou uso de irregular de preservativos (55%). A prevalência de anti-HEV IgG foi de 9,3% (IC95% 6,2% – 13,2%), não foram detectados casos com anti-HEV IgM reagente ou HEV-RNA detectável. A exposição ao HEV foi associado como morar em áreas com criação de porco na vizinhança (RP 2,63; p= 0,05). Consumo de porco também apresentou uma alta associação, porém não-significante (RP 3,38; p = ns). CONCLUSÃO: Os dados indicam que o HEV está em circulação nas populações estudadas. Apesar de não termos encontrarmos casos agudos e crônicos de infecção, a exposição devida às condições sanitárias e a falta de uma política de sangue para rastreio ao HEV pode comprometer a vida das pessoas que já sofrem com uma doença de base, sobretudo em pacientes imunocomprometidos. Palavras-chave: prevalência, vírus da hepatite E, hepatite crônica, HEV, imunocomprometidos.