Estudo da Fiocruz Bahia vai testar medicação infantil para esquistossomose

Um estudo clínico envolvendo a versão pediátrica do medicamento Praziquantel, chamada de L-Praziquantel, será realizado por cientistas do Programa de Pesquisa Translacional em Esquistossomose (Fio-Schisto). O trabalho conta com a coordenação do pesquisador Ricardo Riccio e vice-coordenação da pesquisadora Isadora Siqueira, além da participação dos pesquisadores Mitermayer Galvão Reis e Luciano Kalabric, da Fiocruz Bahia. O trabalho faz parte da proposta contemplada no edital de Pesquisa Clínica em Esquistossomose do Programa Inova Fiocruz.

A pesquisa será desenvolvida em comunidades da Bahia e de Sergipe, ao longo de três anos, com a participação de crianças de três meses a seis anos de idade. “O L-Praziquantel é um comprimido menor, que não possui o mesmo sabor desagradável que o utilizado em adulto, e é orodispersível, podendo ser diluído na boca e administrado com água”, relata Riccio.

O pesquisador esclarece que, como os testes do consórcio responsável pelo desenvolvimento do medicamento foram realizados no Quênia e na Costa do Marfim, o objetivo da pesquisa será analisar os efeitos em crianças brasileiras. “Sabemos que existem diferenças genéticas da população africana para a população brasileira, assim como podem existir diferenças genéticas entre o parasito que está na África e o que está no Brasil. A ideia é que possamos fornecer parâmetros para a população brasileira de que esse medicamento é seguro e eficaz”, completa.

Tida pela OMS como uma das 20 doenças mais negligenciadas, a esquistossomose é uma das doenças parasitárias mais prevalentes em todo o mundo, afetando principalmente populações empobrecidas. A doença é transmitida pelo parasito Schistosoma e afeta o trato intestinal e outros órgãos, como fígado e baço. Em crianças, a doença pode causar anemia e sequelas mais graves, levando, consequentemente, à morte.

Isadora Siqueira reitera o objetivo geral do projeto, recordando da relevância da iniciativa. “Os resultados deste projeto trarão benefícios diretos a populações afetadas pela esquistossomose, doença tão negligenciada que até o momento não tem tratamento disponível para crianças acometidas”. Além dos membros da Fiocruz Bahia, integram o projeto o pesquisador Carlos Graeff, da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), e Fernando Schmelzer Bezerra, da Universidade Federal do Ceará (UFC). A pesquisa conta ainda com a parceria importante do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), unidade da Fiocruz responsável pela produção e distribuição do praziquantel pediátrico que será utilizado neste estudo.

O L-Praziquantel

A versão pediátrica do medicamento foi desenvolvida pelo Consórcio Praziquantel Pediátrico, criado em julho de 2012. A dose do Praziquantel para uma criança de até 6 anos é medida em relação ao seu peso, mas, além da dosagem não regulada, há a questão do tamanho do comprimido e do forte sabor que possui, o que dificulta a administração do medicamento.

O L-Praziquantel foi desenvolvido para suprir a lacuna de tratamento mais amigável a essa população, estimada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em até 50 milhões de indivíduos em idade pré-escolar atingidos pela doença. Atualmente, o medicamento é analisado pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

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Pesquisadores são nomeados novos membros da Academia de Ciências da Bahia

A Academia de Ciências da Bahia (ACB) publicou os nomes dos novos acadêmicos que passaram a integrar a organização, no dia 16 de agosto. Entre os agraciados estão os pesquisadores da Fiocruz Bahia, Bruno de Bezerril Andrade e Marilda de Souza Gonçalves, que também é diretora da instituição. Ambos foram nomeados como Membros Titulares na área de Ciências da Vida.

Ao todo foram sete Membros Titulares nas áreas das Artes, Ciências da Vida, Ciências Exatas, Agrárias e da Terra e Ciências Sociais e Sociais Aplicadas. Também foi nomeado um Membro Correspondente em Ciências da Vida e um Membro Junior em Ciências Exatas, Agrárias e da Terra.

Marilda Gonçalves

Marilda Gonçalves possui graduação em Farmácia Bioquímica e graduação em Farmácia opção Alimentos pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), mestrado e doutorado em Genética e Biologia Molecular pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Doutorado Sanduíche no Medical College of Georgia, e realizou pós-doutorado na Universidade da Pensilvânia (EUA). 

Atualmente, Gonçalves é pesquisadora titular da Fiocruz Bahia, professora titular da Faculdade de Farmácia da UFBA e pesquisadora de produtividade em pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Também é docente dos programas de pós-graduação em Patologia da Faculdade de Medicina da UFBA em Ampla Associação com a Fiocruz Bahia; em Farmácia da Faculdade de Farmácia da UFBA; e em Biotecnologia e Medicina Investigativa da Fiocruz Bahia. 

É Diretora do Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia) e possui experiência na área de Hematologia e Genética, com ênfase em Biologia Molecular, atuando na área de interação da genética com marcadores hematológicos, bioquímicos e imunológicos, principalmente nos seguintes temas: doença falciforme, hemoglobina fetal, anemias, leucemias e saúde materno-fetal.

Marilda Gonçalves também é editora associada do periódico Brazilian Journal of Hematology and Hemotherapy, membro da Associação Brasileira de Hamatologia, Hematologia e Terapia Celular e é revisor regular de revistas como a Plos One, Scientific Reports, British Journal of Haematology, American Journal of Hematology and Haematologica.

Bruno Bezerril

Bruno Bezerril é graduado em Medicina pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), doutor em Patologia Humana (UFBA/ Fiocruz Bahia) e realizou pós-doutorado no National Institute of Allergy and Infectious Diseases, do National Institutes of Health (EUA). Atualmente, é pesquisador da Fiocruz Bahia e professor de cursos de Medicina na UniFTC, UNIFACS e da pós-graduação da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP). Desde 2019 é co-investigador principal do consórcio Regional Prospective Observational Research for Tuberculosis (RePORT International) e o investigador principal deste consórcio no Brasil (RePORT Brasil). 

Bezerril estuda biomarcadores diagnósticos e prognósticos associados à patogênese de doenças infecciosas de grande relevância para saúde pública. Coordena um grupo multinacional de medicina translacional que mescla dados experimentais e clínicos para descrever vias inflamatórias envolvidas na imunopatogênese de doenças como tuberculose, HIV, hepatites virais, arboviroses, malária, leishmaniose e pneumonia bacteriana e lidera uma rede colaborativa de laboratórios na África do Sul, Índia, China e Estados Unidos, onde desenvolve estudos para validação dos resultados em locais com perfis epidemiológicos distintos. 

É membro da Academia Nacional de Medicina (categoria Jovem Liderança), da Interacademy Medical Panel (Alemanha), da Royal Society of Medicine (Inglaterra), além de ser membro permanente da Collaboration for TB Vaccine Discovery (CTVD, Gates Foundation). É Section Chief Editor do periódico Frontiers in Tropical Diseases, foi Editor Associado do periódico BMC Infectious Diseases e é revisor regular de revistas como New England Journal of Medicine, Science Translational Medicine, JAMA, Nature Medicine e Lancet.

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Relação entre versicanases adamts e microambiente inflamatório na metástase é tema de dissertação

Estudante: Júlia Souza Soledade Santos
Orientação: Karine de Araújo Damasceno
Co-orientação: Diego dos Reis e Thiago Marconi de Souza Cardoso
Título da Dissertação: “RELAÇÃO ENTRE AS VERSICANASES ADAMTS E MICROAMBIENTE INFLAMATÓRIO NO DESENVOLVIMENTO DE METÁSTASES: ESTUDO EM MODELO DE CARCINOMA MAMÁRIO TRIPLO NEGATIVO 4T1”
Programa: Pós-Graduação em em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 01/09/2023
Horário: 13h00
Local: Sala de Aula do Zoom
ID da reunião: 845 6569 0506
Senha: julia

Resumo

O câncer de mama triplo negativo é conhecido como o subtipo molecular de pior prognóstico quando comparado aos demais. Estudos atuais demonstram que a matriz extracelular (MEC) é um fator importante para o caráter agressivo de alguns tipos de câncer. Dentre os elementos da MEC, os proteoglicanos são essenciais para a manutenção da estrutura do tecido, como por exemplo o versican (VCAN). Esse proteoglicano, quando fragmentando, gera proteólitos que têm sido relacionados à atividade de matrikinas, uma vez que apresentam função imunomoduladora associada à progressão tumoral e a angiogênese. Todavia, a relação de matrikinas com o remodelamento da matriz ainda não foi elucidada. Objetiva-se avaliar a relação entre as versicanases, microambiente tumoral inflamatório e desenvolvimento de metástases em modelo murino 4T1. Foram realizadas análises histomorfológicas em amostras de tumor primário, linfonodo sentinela e pulmão nos grupos de 7, 14, 21 e 28 dias de crescimento tumoral e análises da expressão imuno-histoquímica de VCAN, VKINA, as desintegrinas e metaloproteinases com domínios trombospondinas (ADAMTS) -1, -5 e -15, bem como análise do perfil imunofenotípico de células da resposta imune em sangue periférico e infiltrado tumoral. Ao longo dos 28 dias, houve um aumento crescente da expressão de VCAN. Contudo, a expressão de VKINA atingiu maior mediana aos 21 dias de crescimento tumoral, assim como a ADAMTS15. ADAMTS1 e 5 foram mais expressas em estroma aos 21 e 28 dias de inoculação tumoral. Aos 21 dias, a análise do perfil de células imunes revelou acentuado infiltrado de linfócitos T CD8+ PERF+ e TNF-a+, contudo também foi observado maior infiltrado de linfócitos T CD8+ FOXP3+ aos 21 e 28 dias. LTCD4+, apesar de ser em menor proporção, revelou crescente expressão de IL-10 aos 21 e 28 dias. Células mielóides (CD11b) revelaram maior expressão de arginase e baixa expressão de IL-12 aos 28 dias. Nota-se atuação sinérgica dos dois mecanismos pró- e anti-inflamatório, com predomínio pró-inflamatório na terceira semana de crescimento tumoral, quando ocorre maior expressão da ADAMTS15 e versikina, sugerindo uma relação entre degradação da MEC e perfil inflamatório.

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Fiocruz Bahia participará do XV Festival de Cultura Japonesa de Salvador

A Fiocruz Bahia vai participar do XV Festival da Cultura Japonesa e 30º Bon Odori, que acontece no Parque de Exposições de Salvador, de 25 a 27 de agosto. Organizado pela Associação Cultural Nippo Brasileira de Salvador (Anisa), o festival reúne cerca de 75 mil pessoas e celebra as tradições japonesas, com música, oficinas culturais, exposições, cultura pop e artes marciais com atrações para todas as idades. O primeiro dia do evento tem a participação de estudantes das escolas públicas.

O estande da Fiocruz Bahia vai contar com a presença de pesquisadores e estudantes de pós-graduação que apresentarão atividades de divulgação científica, jogos, simulações de experimentos e exposições que abordarão técnicas histológicas, o ciclo da esquistossomose e outros helmintos, insetos vetores, extração de DNA, câncer de mama, dentre outros temas. Também haverá totens com informações sobre vacinação e saúde da população negra.

Esta é a 4ª edição do evento em que a Fiocruz Bahia participa, apresentando um pouco do universo da ciência e tecnologia a milhares de pessoas. O festival é realizado pela Anisa e Ministério da Cultura.

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Estudante da Fiocruz Bahia recebe menção honrosa no Prêmio Capes de Tese 2023

Maria Gutiérrez recebeu Menção Honrosa na área de Medicina II

A estudante egressa do Programa de Pós-graduação em Patologia Humana (PGPAT – UFBA/Fiocruz Bahia) María Belen Arriaga Gutiérrez recebeu menção honrosa no Prêmio CAPES de Tese 2023, na área de Medicina II, com a tese “Determinantes clínicos e epidemiológicos da susceptibilidade à infecção pelo Mycobacterium tuberculosis e da resposta terapêutica em pacientes com tuberculose”. Com 1.469 trabalhos, essa edição do prêmio teve o maior número de inscritos nos 19 anos de concurso que reconhece as melhores teses de doutorado defendidas em programas de pós-graduação brasileiros.

O objetivo do projeto, que contou com colaboração com investigadores de diversas instituições nacionais e internacionais, além do Ministério da Saúde, foi identificar determinantes clínicos e epidemiológicos da susceptibilidade à infecção por Mycobacterium tuberculosis e resposta terapêutica em pacientes com tuberculose no Brasil. O trabalho demonstrou uma nova abordagem estatística para testar representatividade de grandes coortes prospectivas em populações em situações em que bancos clínicos e epidemiológicos são interconectados. Para isso, a estudante egressa utilizou dados do consórcio Regional Prospective Observational Research in Tuberculosis (RePORT) Brasil, do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e de Socios em Salud Sucursal Peru.

“Devo mencionar que o resultado da minha tese também foi a soma de esforços de muitas pessoas e instituições. Meu orientador, Dr. Bruno Bezerril, me deu a oportunidade de trabalhar com dados e pessoas de diferentes países. Além disso, ele me permitiu e ajudou a fazer pesquisa com dados do Peru, meu país. Tenho que agradecer ao PGPAT, UFBA, MONSTER, FAPESB, RePORT Brasil, Socios en Salud Peru, minha família e meus amigos. Para mim, este reconhecimento é um grande estímulo para seguir na área da pesquisa científica”, comenta Maria.

Bruno Bezerril ressalta a abordagem analítica e as habilidades de resolução de problemas durante a vida acadêmica de Maria Gutiérrez. “Sua capacidade de mergulhar nos detalhes, ao mesmo tempo em que mantinha uma visão abrangente, demonstrou maturidade acadêmica e uma compreensão profunda do assunto. Não tenho dúvidas de que Maria está bem preparada para enfrentar os desafios que o futuro lhe reserva. Sua ética de trabalho, paixão pela aprendizagem e comprometimento com a excelência o tornam um ativo inestimável para qualquer equipe ou projeto”, afirma o orientador.

Clarissa Gurgel, coordenadora do PGPAT disse que o reconhecimento não é apenas uma validação do esforço e dedicação de Maria, mas também do impacto e relevância da sua pesquisa, cujos resultados alinham-se com as estratégias de erradicação da tuberculose, uma das metas da Organização Mundial da Saúde (OMS) para 2035. Além disso, poderão influenciar decisivamente em ações de erradicação e controle desta doença no SUS e no SIS, sistema de saúde do Peru, país natal de Maria.

“Agradecemos à Comissão Examinadora do PGPAT, presidida pela Dra. Valéria Borges, pelo exímio trabalho de avaliação e indicação desta tese para representar o PGPAT no prêmio; aos nossos dirigentes da UFBA e da Fiocruz, docentes, pesquisadores e toda a secretaria acadêmica que oportunizam que PGPAT siga formando com excelência os nossos discentes. Um agradecimento especial ao Dr. Bruno Bezerril, por conduzir e inspirar Maria em sua jornada acadêmica. Esse prêmio, além de inspirar os nossos pesquisadores, renova o nosso compromisso com a pesquisa de impacto social e na Saúde Pública”, declara a coordenadora.

Durante o doutorado, Maria produziu 60 artigos publicados em revistas científicas importantes, como Lancet America, Clinical Infectious Disease, International Infectious Disease, Oxford, Frontiers, PlosOne e Scientific Report. A tese, desenvolvida com 14 artigos por Maria Arriaga, foi apresentada em várias ocasiões, incluindo uma reunião científica do National Institutes of Health (NIH/ EUA). Em 15 de agosto 2023, ela recebeu, da Universidade Federico Villarreal (Lima, Peru), onde cursou a graduação em Enfermagem, um reconhecimento por sua trajetória profissional. Atualmente, Maria realiza estágio pós-doutoral na Vanderbilt University (EUA), mas segue como colaboradora do grupo coordenado por Bezerril.

María Arriaga nasceu em Huancayo, Peru. Iniciou sua trajetória profissional em ensaios clínicos logo após o final da graduação, atuando em instituições como Otsuka e Partners in Health, no Peru. Foi bolsista da Organização de Estados Americanos (OEA) durante o seu mestrado em Medicina e Saúde na Universidade Federal da Bahia (UFBA), que foi iniciado em 2015. Em 2017, iniciou o doutorado no PGPAT, da UFBA em Ampla Associação com a Fiocruz Bahia, sob orientação do pesquisador e docente permanente do PGPAT, Bruno de Bezerril Andrade.

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Marco Referencial para a igualdade de gênero em instituições de Ensino Superior é tema de workshop

O 8º Workshop de disseminação do Marco Referencial para a Igualdade de Gênero em Instituições de Ensino Superior no Brasil, realizado pela British Council, tem o objetivo de socializar a ferramenta desenvolvida e discutir igualdade de gênero no setor. O evento, acessível em libras, será realizado no dia 29 de agosto de 2023, das 09h às 12h, na Fiocruz Bahia. As inscrições podem ser realizadas neste link. São oferecidas 50 vagas. A mesa de abertura contará com a participação da diretora unidade, Marilda de Souza Gonçalves.

O público-alvo é composto de membras e membros da Reitoria, Vice-Reitoria e Pró-Reitoria, além de docentes de departamentos e grupos de pesquisa voltados à Igualdade, Diversidade e Inclusão, especialmente nas áreas de STEM. Também é fortemente incentivada a participação de pessoas interessadas advindas de outras IES.

Este evento faz parte de uma série de dez workshops a serem realizados entre os meses de maio e agosto deste ano, nos estados de São Paulo, Maranhão, Rio de Janeiro, Pernambuco, Amazonas, Minas Gerais, Pará, Bahia e Rio Grande do Sul e no Distrito Federal.

*Informações da British Council.

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Capacitação na Fiocruz Bahia abordou o enfrentamento ao racismo institucional na saúde

O Núcleo de Pró-equidade de Gênero e Raça da Fiocruz Bahia promoveu, nos dias 10 e 11 de agosto, uma capacitação organizada pela Coordenação de Equidade, Diversidade, Inclusão e Políticas Afirmativas (Cedipa) da Fiocruz. Participaram membros da Diretoria, integrantes do núcleo da Fiocruz Bahia e membros da instituição interessados na temática. 

A formação foi ministrada por Roseli Rocha, integrante da Cedipa, que apresentou a nova Política de Equidade Étnico-Racial e de Gênero da Fundação, além de mostrar a diferença entre os papéis exercidos pelo Comitê e da nova coordenação. “Esse momento na Fiocruz Bahia foi importante para alinhar conceitos, compreender como o racismo institucional se manifesta e se expressa no cotidiano nosso de trabalho”, afirmou Roseli. 

Também foi abordado o histórico do Comitê Pró-Equidade e a importância das unidades regionais na implementação da Política de Equidade Étnico-Racial da Fiocruz. Roseli também apresentou a construção do entendimento sobre raça no Brasil, onde os presentes puderam entender melhor a discussão que envolve racismo, distinção entre raça, etnia e cor. 

Essas capacitações fazem parte do compromisso da Cedipa de contribuir com a formação permanente dos trabalhadores no enfrentamento ao racismo institucional, colaborando para a formação dos membros do núcleo por ser um processo de aprendizado contínuo. Anteriormente, o núcleo havia realizado duas atividades em parceria com o Comitê de Equidade da Fiocruz, envolvendo a capacitação para realização de banca de heteroidentificação em processo seletivo.

A presidente do Núcleo de Equidade da Fiocruz Bahia, Lorena Magalhães, destacou a importância da capacitação para valorizar as ações na instituição, além de esclarecer seu papel dentro do Comitê de Equidade. “Com a compreensão de como as atividades que nós realizamos no núcleo são capilarizadas do comitê, no futuro poderemos realizar mais ações ligadas à Política de Equidade da instituição”, relatou. 

Um dos participantes da capacitação foi Romilson da Silva, presidente da Associação de Pesquisadores Negros da Bahia (APNB) e colaborador da Fiocruz Bahia. Ele destacou a possibilidade de trocar experiências entre os participantes como um dos pontos importantes do encontro, ampliando o conhecimento acerca da temática. 

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Estudante é premiado na primeira etapa do Prêmio Capes de Tese 2023

Thiago Silva teve a tese premiada na primeira etapa.

A CAPES divulgou o resultado preliminar do Prêmio CAPES de Tese 2023, no dia 14 de agosto. Foram 49 teses premiadas na primeira etapa, categorizadas por área do conhecimento. Thiago Silva, estudante de doutorado, que teve orientação de Viviane Boaventura e coorientação de Manoel Barral, ambos pesquisadores da Fiocruz Bahia, foi premiado na área de Medicina I. O trabalho, intitulado “Saúde digital para monitoramento da eficácia das vacinas contra a COVID-19 no Brasil”, foi defendido em 2022, pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Com 1.469 trabalhos, essa edição do prêmio teve o maior número de inscritos nos 19 anos de concurso que reconhece as melhores teses de doutorado defendidas em programas de pós-graduação brasileiros. Dentre as premiadas na primeira etapa, três irão receber o Grande Prêmio CAPES de Tese – um por cada Colégio: Ciências da Vida, Ciências Exatas, Tecnológicas e Multidisciplinar – que será divulgado em novembro. A solenidade de entrega do Prêmio CAPES de Tese ocorrerá em dezembro.

A tese de Thiago Silva avaliou a efetividade das vacinas contra Covid-19 utilizadas no Brasil, analisando os desfechos de infecção sintomática, hospitalização e óbito. Bancos de dados nacionais referentes à vigilância de síndrome gripal, síndrome respiratória aguda grave e administração de vacinas contra Covid-19 foram utilizados para avaliar a efetividade vacinal entre janeiro de 2021 e abril de 2022. Os resultados mostraram um alto nível de proteção das vacinas contra desfechos graves causados pela Covid-19, a queda na proteção decorrente das variantes do SARS-CoV-2 e do tempo pós-vacinação e identificaram grupos prioritários para doses de reforço.

Durante seu doutorado, foram publicados sete artigos com primeira autoria, em revistas científicas de alto impacto, como a Lancet, Lancet Infectious Disease, Nature Medicine, Nature Communications e PLoS Medicine. Ele também colaborou em vários projetos de enfrentamento da pandemia, incluindo o serviço Telecoronavírus, da Fiocruz Bahia e UFBA em parceria com o Governo da Bahia. “Thiago cursou medicina enquanto fez o PhD, o que já é um grande desafio considerando as demandas da graduação. Esse prêmio é um reconhecimento pela sua dedicação à ciência, que trouxe resultados tão expressivos”, comemora Viviane Boaventura.

Thiago conta que a jornada que culminou na conquista do prêmio foi repleta de dedicação, desafios, renúncias e aprendizados. “O prêmio celebra a trajetória que trilhei, com seus altos e baixos, até alcançar este patamar; ao lado de mentores que me guiaram com sabedoria e humanidade pela trajetória acadêmica e com o inestimável suporte da minha família, que esteve ao meu lado em todos os momentos”.

Para ele, essa distinção não é apenas um marco pessoal, mas um reconhecimento do esforço conjunto do Projeto VigiVac, da Fiocruz Bahia. “Sinto-me profundamente honrado por esta premiação e permanecerei comprometido em contribuir de forma significativa para a ciência e a sociedade como um todo. O futuro reserva desafios ainda maiores, mas estou inspirado e impulsionado por esta honra a prosseguir com determinação”, conclui.

*Com informações do CGCOM/CAPES

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Curso de bioinformática para iniciantes está com inscrições abertas

As inscrições para o curso “Bioinformática Decodificada: A Jornada do Iniciante à Genômica de Patógenos” estão abertas até o dia 23 de agosto e podem ser feitas neste link. A capacitação é destinada a estudantes, pesquisadores e profissionais dedicados a pesquisas em genômica de patógenos, mas que ainda são iniciantes em análises utilizando bioinformática.

As aulas vão acontecer na Fiocruz Bahia, de 30 de outubro a 1º de novembro, totalizando a carga horária de 20 horas. O objetivo é equipar os participantes com uma compreensão sólida dos princípios fundamentais da bioinformática e sua aplicação na genômica de patógenos. O curso também busca desenvolver habilidades críticas de pensamento, capacidade de resolver problemas e compreensão das ferramentas de análise para que possam realizar análises de dados genômicos com eficiência e eficácia.

A programação e outras informações podem ser encontradas no site do curso.

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Palestras e homenagens marcam 4ª edição do Prêmio Gonçalo Moniz

A Fiocruz Bahia realizou a 4ª edição do Prêmio Gonçalo Moniz, entre os dias 02 e 04 de agosto, e premiou sete trabalhos nas categorias Mestrado em Andamento, Mestrado Egressos, Doutorado em Andamento, Doutorado Egressos, Divulgação Científica e Sessão de Pôster (mestrado e doutorado), sendo esta última novidade da edição. Clique aqui e confira a lista dos ganhadores.

Natália Machado, pesquisadora da Fiocruz Bahia e integrante da comissão organizadora, conduziu o evento que contou com apresentações dos trabalhos que concorreram ao prêmio; as sessões científicas intituladas “Desenvolvimento tecnológico e inovação na Fiocruz e suas perspectivas”, do vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, e “Preditores das patologias informacionais: infodemia e desinformação em tela”, ministrada pelo professor da UFBA, João Carlos Salles; além da homenagem à pesquisadora titular da Fiocruz Bahia, Aldina Barral.

A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, parabenizou a organização do evento e ressaltou a relevância do prêmio. “Nós já temos a jornada de premiação da Iniciação Científica, o Pibic, e Natália Machado nos trouxe a ideia de criar esse prêmio para que a gente pudesse reconhecer também as dissertações e teses em andamento e dos estudantes egressos”, contou. “É muito gratificante assistir aos alunos apresentarem seus projetos e as principais linhas de pesquisa do Instituto. Eles são nossa força motora na instituição”, declarou a Vice-diretora de Ensino, Claudia Brodskyn.

O objetivo da premiação é encorajar e premiar estudantes dos programas de pós-graduação em Patologia Humana e Patologia Experimental (PgPAT – UFBA/Fiocruz Bahia), em Biotecnologia e Medicina Investigativa (PgBSMI) e em Pesquisa Clínica e Translacional (PPgPCT).

Desenvolvimento tecnológico e Inovação na Fiocruz

Um dos destaques da programação foi a palestra ministrada por Marco Krieger, que abordou o tema do desenvolvimento tecnológico e inovação na Fiocruz. Na apresentação, mediada por Marilda Gonçalves, o vice-presidente da Fundação abordou os esforços que a instituição tem feito na área nos últimos anos e as ações que estão sendo conduzidas.

“Inovação é uma parte importantíssima da tradição da Fiocruz nesses 123 anos de história. A Fundação foi criada para enfrentar emergências sanitárias e o maior objetivo foi inicialmente promover a produção local do soro antipestoso, mas também de levar à sociedade a melhor ciência para que ela pudesse se proteger da grave crise sanitária que acontecia naquele momento”, afirmou.

Krieger destacou o ecossistema de inovação da Fiocruz, que vai desde a pesquisa básica, passando pelo desenvolvimento tecnológico, ensaios pré-clínicos e clínicos, scale-up e a produção. “A gente tem essas atividades e temos sempre que tentar articular e melhorar a efetividade desse ecossistema complexo”, pontuou. Na apresentação, foram mencionadas diversas iniciativas como publicação de editais, através do INOVA Fiocruz, lançamentos de programas, além de novas parcerias com instituições de pesquisa nacionais e estrangeiras.

Homenagem

As pesquisadoras Viviane Boaventura e Valéria Borges conduziram a homenagem dedicada à pesquisadora Aldina Barral, que contou com a presença de colegas, ex-alunos, amigos e familiares da cientista. “Foi uma homenagem muito especial, porque relembramos coisas que a gente viveu aqui durante muito tempo. Acho que o maior exemplo que posso dar de tudo isso é de coragem, temos que ter muita coragem para enfrentar tudo, não só na ciência. E é importante valorizar as mulheres, pois nós somos o futuro”, comentou a pesquisadora. 

Aldina Maria Prado Barral nasceu no Piauí, é médica formada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), com Doutorado em Patologia Humana pela mesma instituição, e tem uma marcante trajetória científica na área de parasitologia, com ênfase em protozoologia parasitária humana. Em sua trajetória, contribuiu de forma significativa para o estudo da leishmaniose humana e para formação de mestres e doutores que hoje atuam em instituições nacionais e internacionais de ensino e pesquisa.

Recebeu prêmios como o World Scientists Forum International Awards-Science & Medicine, em 2003; o Prêmio Cláudia, na categoria de Ciências, em 2008; foi nomeada comendadora da Ordem Nacional do Mérito Científico pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, em 2010; e recebeu o Prêmio Scopus Brasil, promovido pela Editora Elsevier e pela Capes, em 2010. Em 2022, foi agraciada com o Prêmio SBI Women in Science, da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI).

É membro titular da Academia Brasileira de Ciências, eleita em 2005, e em 2011 tornou-se também membro titular da Academia de Ciências da Bahia. Em 2020, a professora foi incluída em um ranking mundial de cientistas elaborado pelo Journal Plos Biology, que destacou os 100 mil cientistas mais influentes do mundo. Eleita pelos critérios de impacto da carreira e impacto do pesquisador em um único ano, Aldina Barral esteve entre os 600 cientistas brasileiros que integraram a lista. Em 2023, foi novamente classificada no ranking mundial dos os 100 mil cientistas mais influentes do mundo, pelo portal Research.com, conquistando o 8º lugar na área de Imunologia.

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Pesquisadores da Fiocruz Bahia estão em ranking dos 100 mil mais influentes do mundo

Novo levantamento internacional realizado pelo portal Research.com selecionou 39 pesquisadores da Fiocruz, sendo oito da Fiocruz Bahia, por sua produção científica em seis áreas do conhecimento. O ranking, divulgado anualmente, destaca os 100 mil cientistas mais influentes do mundo.

A seleção é baseada em uma variedade de fatores que incluem como indicadores o número de artigos publicados, as citações e o impacto para a ciência e, no caso da Fundação, para a saúde global. Os pesquisadores destacados pelo ranking são líderes em suas áreas de pesquisa e trazem contribuições significativas em 20 áreas do conhecimento. Os dados sobre publicações e citações de 166.880 cientistas foram analisados para a produção dos rankings. As informações foram obtidas principalmente nas bases de dados OpenAlex e CrossRef.

Na classificação entre cientistas brasileiros, quatro pesquisadores da Fiocruz Bahia ficaram entre os dez primeiros do ranking, em duas categorias: na área de Ciências Humanas e Sociais, o coordenador do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs) Maurício Lima Barreto conquistou o 3º lugar, e, na área de Imunologia, Edgar Carvalho, Aldina Barral e Manoel Barral-Netto ficaram em 4º, 8º e 9º lugar, respectivamente. 

Barreto e Carvalho também foram citados na categoria Medicina. As pesquisadoras Milena Botelho Pereira Soares e Claudia Brodskyn também estão na lista de Imunologia. Os pesquisadores Mitermayer Galvão dos Reis e Bruno de Bezerril Andrade foram mencionados na área de Microbiologia.    

O portal traz ainda rankings das melhores universidades (do mundo e de cada país), das melhores revistas científicas (por área do conhecimento) e das melhores conferências científicas (por área do conhecimento). Todas as listas podem ser consultadas no site do Research.com.  

Com informações da Agência Fiocruz de Notícias.

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4ª edição do Prêmio Gonçalo Moniz será realizada de 02 a 04 de agosto e terá a pesquisadora Aldina Barral como homenageada

Com o objetivo de encorajar e premiar estudantes dos Programas de Pós-Graduação do IGM em diversas áreas da pesquisa, o Prêmio Gonçalo Moniz chega a sua 4ª edição, reunindo e integrando a comunidade científica da Fiocruz Bahia. Neste ano, a programação será realizada entre os dias 02 e 04 de agosto, presencialmente. Durante dois dias, os participantes selecionados poderão apresentar os seus trabalhos nas seguintes categorias: Mestrado Andamento, Mestrado Egressos, Doutorado Andamento e Doutorado Egressos. A programação também conta com a participação do vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, ministrando a palestra ‘Desenvolvimento Tecnológico e Inovação na Fiocruz e suas perspectivas’, no dia 03 de agosto, quinta-feira, às 14h. 

Homenagear membros da comunidade científica do IGM que contribuíram de forma relevante e deixaram sua marca na história e construção do instituto também está entre os principais objetivos do Prêmio. Por isso, esta edição é dedicada à pesquisadora titular da Fiocruz Bahia, Aldina Barral. A homenageada é médica formada pela Universidade Federal da Bahia, com Doutorado em Patologia Humana pela Universidade Federal da Bahia e tem uma marcante trajetória científica. 

Durante a sua carreira, Drª Aldina recebeu prêmios como o World Scientists Forum International Awards-Science & Medicine, em 2003; o Prêmio Cláudia, na categoria de Ciências, em 2008; foi nomeada comendadora da Ordem Nacional do Mérito Científico pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, em 2010; e recebeu o Prêmio Scopus Brasil, promovido pela Editora Elsevier e pela Capes, em 2010. É membro titular da Academia Brasileira de Ciências, eleita em 2005, e em 2011 tornou-se também membro titular da Academia de Ciências da Bahia. Em 2022, foi agraciada com o Prêmio SBI Women in Science, da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI). 

Em 2020, a professora foi incluída em um ranking mundial de cientistas elaborado pelo Journal Plos Biology, que destacou os 100 mil cientistas mais influentes do mundo. Eleita pelos critérios de impacto da carreira e impacto do pesquisador em um único ano, Aldina Barral esteve entre os 600 cientistas brasileiros que integraram a lista.

Confira a programação completa:

Saiba mais sobre a 4ª edição do Prêmio Gonçalo Moniz, clicando aqui. 

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Núcleo de Estudos em Saúde Indígena realiza ações em Santa Cruz Cabrália, no sul da Bahia

Durante os dias 17 e 22 de julho, foi realizada uma série de atividades provenientes da etapa inicial do “Estudo multicêntrico de doenças infecciosas na população indígena”, em diversas comunidades pertencentes ao território indígena Pataxó, localizadas no município de Santa Cruz Cabrália, na região Sul da Bahia. O estudo é desenvolvido pelo Núcleo de Estudos em Saúde Indígena (NESI), coordenado pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Isadora Siqueira, contando com um corpo de pesquisadores da Fiocruz Bahia, Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade de Brasília (UnB), Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e Universidade Federal Grande Dourados (UFGD). Para o desenvolvimento do NESI, a unidade tem o apoio do Distrito Sanitário Indígena da Bahia (DSEI-BA) e do Mato Grosso do Sul (DSEI-MS).

Durante as atividades, foi realizada uma entrevista inicial com os participantes indígenas e a coleta das amostras biológicas para análise, com o objetivo de identificar a soroprevalência de doenças como a dengue, zika e chikungunya, além da sífilis e a doença de Chagas. No total, foram coletadas as amostras de 560 pessoas, moradoras das comunidades de Coroa Vermelha, Nova Coroa, Itapororoca, Aroeira, Novos Guerreiros, Aratikum, Mata Medonha e Txhi Kamaiwrá.

Para Isadora Siqueira, o projeto é um importante passo para a obtenção e mapeamento de dados que permitam o desenvolvimento de políticas de prevenção e controle destas doenças entre os povos originários. “É de extrema relevância a Fiocruz Bahia liderar um projeto que irá contribuir com a construção de um conhecimento tão importante para a saúde pública, permitindo a possibilidade de uma devolutiva e melhoramento da saúde da população local, que costuma ser negligenciada pela falta de conhecimento sobre a incidência de doenças”, destacou.

O coordenador do Programa de Pesquisa Translacional em Doenças de Chagas – Fio-Chagas, Fred Luciano Santos Neves, que é um dos pesquisadores da Fiocruz Bahia envolvidos no projeto e esteve presente nas ações realizadas no município de Santa Cruz Cabrália, reforça o pioneirismo da avaliação da presença da Doença de Chagas nos povos originários presentes no estado da Bahia, especialmente em um cenário nacional onde há uma escassez do mapeamento de um alto contingente de pacientes indígenas da doença. “Além de identificarmos os indivíduos com a doença durante o estudo, nós iremos inserir essas pessoas nas linhas de cuidado disponíveis no SUS, através da atenção primária do município, fazendo um acompanhamento do processo de tratamento destes pacientes”, completou.

Para a realização da coleta de sangue, a equipe do NESI pode contar com o apoio de profissionais de saúde locais, como a Exna Pataxó, índigena da etnia Pataxó Hã-Hã-Hãe e enfermeira da Unidade Básica de Saúde Indígena de Coroa Vermelha. Para a profissional, a ação é importante e positiva para a comunidade, especialmente pela devolutiva aos participantes sobre o seu estado de saúde. “O estudo tem uma alta adesão e aceitação aqui na comunidade, sendo um divisor de águas na observação do nosso processo de saúde-doença”, afirmou.

A ação contou com o apoio de estudantes e conveniados para o desenvolvimento das atividades, sendo um deles a Larissa Vasconcelos, estudante de doutorado do programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI), que participou pela primeira vez de uma atividade em campo. “Foi uma experiência bastante positiva para mim, especialmente pela importância da ação. Notei que muitas pessoas têm dificuldade de realizar os exames necessários, seja pela situação financeira ou pela falta de conhecimento sobre as doenças”, afirmou. Marcos Vinicius Francisco, conveniado para atividades no Laboratório de Patologia Experimental (LAPEX), descreve as atividades como uma experiência única. “Durante o trabalho, buscamos estabelecer uma relação de confiança e respeito com as comunidades indígenas, compreendendo suas necessidades e ouvindo suas vozes para que o estudo pudesse ser verdadeiramente inclusivo e relevante. Espero que os resultados obtidos possam contribuir para a melhoria da saúde e do bem-estar dessas comunidades, sempre com o devido respeito à sua cultura e tradições milenares”, comentou.

As próximas atividades do estudo incluirão ações realizadas em comunidades do território indígena Tupinambá, na cidade de Ilhéus, no sul da Bahia, nos dias 21 a 26 de agosto de 2023.

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Fiocruz Bahia participa de simpósio sobre tuberculose

O Instituto Gonçalo Moniz (IMG/Fiocruz Bahia) foi uma das instituições participantes do Simpósio REDE-TB Bahia, realizado no dia 17 de julho, no Auditório do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (UFBA). O evento contou com palestras de atualização sobre o tema ministradas por pesquisadores locais que atuam em diferentes áreas, com impacto no manejo, tratamento e vigilância da tuberculose.

Entre os palestrantes estava a pesquisadora da Fiocruz Bahia, Theolis Bessa, que abordou os principais candidatos a novas vacinas para o controle da tuberculose, levando uma atualização na temática já que algumas vacinas conseguiram chegar à fase 3 e estão mais próximas de serem distribuídas para a população, caso demonstrem a eficácia esperada. 

“É de suma importância que seja divulgado para a população o status atual dessas pesquisas e a necessidade de uma nova vacina, para a contribuir com a sua aceitação em ensaios clínicos no nosso país e futura incorporação” explicou a pesquisadora. 

A REDE-TB é uma rede de pesquisadores com foco na tuberculose, e com uma grande tradição de estimular o diálogo horizontal entre a academia, os serviços de assistência à saúde, as instâncias governamentais e a sociedade civil. Pesquisadores desses diferentes setores produzem conhecimento, trocam experiências e realizam treinamentos para fortalecimento da rede.

Anualmente, esses pesquisadores se encontram para discutir suas coordenações nessas diferentes áreas de atuação, em Workshops da REDE-TB, que neste ano ocorreu em Salvador. Pela primeira vez, decidimos realizar um encontro prévio ao Workshop, com atores locais envolvidos na pesquisa, gestão, assistência e ativismo em prol da luta contra a tuberculose, de forma a agregar novos interessados para aproximá-los da REDE-TB.  Este é um dos principais objetivos do Simpósio REDE-TB Bahia. Para estimular essa troca de vivências foram convidados palestrantes que atuam em tuberculose localmente, trazendo atualizações e discussões em temas de grande debate em nível nacional e global.

Sobre a doença

A tuberculose é uma das enfermidades infecciosas que mais matam no mundo, com aproximadamente 30 mil casos e 4,5 mil mortes registradas todos os dias. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que um quarto (1/4) da população mundial está infectada com o Bacilo da Tuberculose.

A pandemia pela Covid-19 e a queda da cobertura vacinal são alguns dos fatores que influenciaram para o aumento de casos e óbitos nos últimos anos no Brasil. Na Bahia, o cenário é preocupante e cerca de 400 pessoas morrem de tuberculose todos os anos no estado. A eliminação da doença é uma das metas estipuladas pela OMS aprovada na Assembleia Mundial da Saúde, em 2014, buscando alcançar a meta de menos de 10 casos por 100 mil habitantes até 2035.

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PGPCT divulga resultado final de seleção de bolsista de Pós-Doutorado Capes

A coordenação do Programa de Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional (PPgPCT), torna pública a lista com o resultado final dos candidatos aprovados na seleção de bolsista de Pós-Doutorado Capes, referente ao Processo Seletivo da Chamada Pública 03/2023. 

Confira o resultado final aqui.

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Projeto Meninas Baianas na Ciência realiza ação na comunidade indígena de Coroa Vermelha, no Sul da Bahia

Despertar o interesse pela ciência e promover ações que inspirem jovens estudantes do ensino médio a seguirem carreira acadêmica, esses são apenas dois dos objetivos do projeto Meninas Baianas na Ciência, uma iniciativa da Fiocruz Bahia que tem levado atividades de Divulgação Científica para mais perto da população. Na última quarta-feira, (19/07), o projeto desembarcou na comunidade de Coroa Vermelha, território indígena Pataxó, localizado no município de Santa Cruz Cabrália, na região Sul da Bahia. 

O evento, realizado em parceria com o Colégio Estadual Indígena de Coroa Vermelha, reuniu cerca de 60 meninas, além de professores, diretores e demais membros da comunidade escolar. A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, acompanhou toda a programação e falou sobre a importância de promover ações que ampliem a visão das jovens, mostrando que é possível ocupar espaços e contribuir para o avanço da ciência. “Quando eu olho para cada uma de vocês, para as professoras que estão aqui regando cada uma vocês que são sementes, eu vejo a esperança, eu vejo um mundo muito melhor”, afirmou a diretora emocionada. 

Durante o evento, as coordenadoras do projeto, Isadora Siqueira, Natália Machado e Karine Damasceno apresentaram suas trajetórias acadêmicas, compartilhando com as estudantes o caminho que trilharam antes mesmo de entrar numa universidade e o processo desde a escolha da profissão até tornarem-se pesquisadoras da Fiocruz Bahia. A apresentação também contou com a participação da pesquisadora convidada, Soraia Cordeiro, que apresentou o seu histórico profissional e falou sobre a importância de ver a carreira acadêmica e científica como uma oportunidade concreta, que pode e deve ser acessada por  todas. 

Durante o evento, a vice-diretora do Colégio, Verônica  Santos, falou sobre a aproximação entre a Fiocruz Bahia e as escolas, destacando o impacto do projeto para a educação das meninas participantes. “Esse momento cria grande expectativa para nós enquanto escola indígena de oportunizar nossas jovens alunas a conhecerem esse campo de pesquisa tão importante…A gente espera que as nossas alunas possam ampliar o olhar para as conquistas e oportunidades que vem surgindo neste momento”, afirmou. 

A coordenadora estudantil, Siuane Lima, que já visitou os laboratórios e instalações da Fiocruz Bahia junto às meninas participantes do projeto, destacou a importância de promover atividades que facilitem o contato com a pesquisa e a produção de conhecimento científico. “É algo que a gente precisa conhecer e se aprofundar para estar mais perto da ciência”, destacou. 

Empolgada com as possibilidades de construir uma carreira científica, a estudante Txaha Pataxó participou das atividades ofertadas. “Esse é um projeto muito importante para nós mulheres indígenas e representa um avanço”, destacou a jovem. 

A atividade contou ainda com oficinas de pipetagem e visualização de fungos e bactérias no microscópio. Além disso, as meninas puderam participar de uma oficina  sobre o uso de estratégias e ferramentas de comunicação para a Divulgação Científica, ministrada pelos jornalistas da Fiocruz Bahia, Caio Costa e Dalila Brito. 

Visita às lideranças indígenas 

Além da programação proposta pelo projeto Meninas Baianas na Ciência, a diretora Marilda Gonçalves visitou outros pontos da comunidade e conversou com as lideranças indígenas. Marilda esteve no posto de saúde da comunidade, onde conversou com enfermeiras e demais profissionais sobre os avanços e desafios para a saúde e melhoria da qualidade de vida desta população. A diretora também esteve com o cacique Louro Pataxó, importante líder do território. 

“A gente só tem a agradecer à Fiocruz por esse trabalho na nossa comunidade. Eu sei que isso, com certeza, terá um resultado”, afirmou o cacique que falou sobre as dificuldades enfrentadas pelas aldeias da região, especialmente em questões referentes ao atendimento de saúde. O líder falou ainda da importância de fortalecer a educação no território, utilizando a escola como importante ferramenta na preservação das tradições e garantia de avanços para toda a comunidade. “Nós cuidamos das nossas crianças, cuidamos dos nossos mais velhos. A criança é o futuro, o amanhã. E os mais velhos são como um livro  da nossa comunidade”, afirmou. 

Com 523 anos de resistência, a aldeia Coroa Vermelha está entre as mais antigas do país. O local abriga 1.200 famílias e mais de 5 mil indígenas que trabalham para a preservação da natureza, da língua patxohã e dos ensinamentos ancestrais, sem perder de vista a importância dos avanços e da garantia de direitos para toda a comunidade. 

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PGPCT divulga lista de aprovados para bolsista de Pós-Doutorado Capes

A coordenação do Programa de Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional (PPgPCT), torna pública a lista de candidatos aprovados na seleção de bolsista de Pós-Doutorado Capes, referente ao Processo Seletivo da Chamada Pública 03/2023. 

Confira a lista de convocados aqui.

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Abertas as inscrições para estágio na Fiocruz Bahia

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em conjunto com o Centro de Integração Empresa Escola – CIEE, publicou o novo edital para recrutamento e seleção de estagiários(as) e formação de cadastro reserva para fins de estágio não obrigatório. As inscrições e uploads dos arquivos serão recebidas somente via internet, pelo site: www.ciee.org.br, no período de 17/07/2023 até às 12h00m (horário de Brasília) do dia 17/08/2023, incluindo sábados, domingos e feriados. Não serão aceitas outras formas de inscrições. 

Clique aqui para consultar o edital.

Para a Fiocruz Bahia, em Salvador, estão sendo oferecidas vagas para nível superior, nas seguintes perfis:

  1. Administração, Secretariado ou Sociologia;
  2. Administração, Gestão de Projetos, Gestão da Inovação, Gestão Pública ou Gestão de Processos Gerenciais (Bacharel ou Tecnólogo);
  3. Análise de Sistemas, Ciências da Computação, Engenharia de Software ou Tecnólogo em Redes de Computadores:
  4. Jornalismo;
  5. Comunicação Social ou Relações Públicas;
  6. Engenharia Civil ou Elétrica.

O resultado da seleção será publicado dia 25/09/2023 nos sites da Coordenação-Geral de Gestão de Pessoas www.cogepe.fiocruz.br e do agente integrador https://pp.ciee.org.br/vitrine/processos-seletivos/publico

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PGPCT divulga homologação das inscrições para bolsista de Pós-Doutorado

A coordenação do Programa de Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional (PPgPCT)  divulga as inscrições homologadas do processo para seleção de bolsista de Pós-Doutorado CAPES 2023.

Os recursos referentes à homologação das inscrições deverão ser encaminhados para o e-mail (pgpct@fiocruz.br), no prazo de um dia útil a partir da data de divulgação do resultado do processo seletivo. O recurso será julgado e a resposta será disponibilizada ao candidato no prazo estabelecido no cronograma. 

Confira a lista aqui.

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