A Coordenação da Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional (PGPCT) torna pública a lista de inscrições homologadas para participação no processo seletivo, referente à Chamada Pública para seleção de discentes do Mestrado Profissional, disponível aqui.
Recursos referentes à homologação das inscrições deverão ser solicitados na plataforma SIEF, nos dias 12 e 13/11/2024 até às 23:59, conforme cronograma divulgado em edital.
Nesta quarta-feira, 06/11, a Fiocruz Bahia recebeu a visita do cacique Louro Pataxó, da Aldeia Coroa Vermelha, localizada no município de Santa Cruz Cabrália, na região Sul da Bahia. O representante indígena foi recepcionado pelo Vice-Diretor de Gestão e Desenvolvimento Institucional, Valdeyer Galvão dos Reis e, em seguida, participou de uma reunião com a diretora da instituição, Marilda Gonçalves.
Durante o encontro foram discutidos, dentre outros temas, as atividades realizadas no âmbito do Estudo Multicêntrico de Doenças Infecciosas na População Indígena, promovido pelo Núcleo de Estudos em Saúde Indígena (NESI), coordenado pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Isadora Siqueira, com o objetivo de identificar a soroprevalência de doenças como a dengue, zika e chikungunya, além da sífilis e a doença de Chagas.
Durante a conversa, Marilda Gonçalves expressou a satisfação em receber o representante indígena e reforçou a importância do projeto. “Receber o cacique Louro é um privilégio. Tenho certeza que os resultados alcançados foram importantes para a manutenção da saúde indígena. O projeto tem que ter continuidade, com acompanhamento e tratamento de todas as pessoas envolvidas”, disse.
Durante a sua fala, o cacique Louro ressaltou a importância das atividades desenvolvidas pela Fiocruz Bahia na Aldeia Coroa Vermelha, em Santa Cruz Cabrália. “A nossa comunidade indígena só tem a ganhar com o trabalho que vocês vêm fazendo”, pontuou o representante, otimista pela continuidade do projeto.
Isadora Siqueira também falou sobre o compromisso da instituição que tem desenvolvido uma série de atividades voltadas à saúde da população indígena na Bahia. “É muito importante recebermos lideranças indígenas na nossa instituição. Temos uma parceria de longa data com o cacique e isso reforça o compromisso da Fiocruz em trabalhar com os povos indígenas”, afirmou a pesquisadora que também esteve com o cacique no VI Acampamento Terra Livre, evento realizado entre os dias 04 e 07 de novembro no Centro Administrativo da Bahia (CAB), discutindo temas como educação, saúde, meio ambiente e a demarcação dos territórios indígenas.
A “Oficina Sobre Racismo Algorítmico e as Controvérsias da Regulação da IA” será realizada no dia 22 de novembro, das 14h às 17h, na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (UFBA). O evento é o segundo da parceria da Fiocruz Bahia com o Instituto de Ciência da Informação (ICI/UFBA) e o primeiro no contexto da campanha do Novembro Negro.
O encontro conta com a participação de Johanna Monadrega, doutora em Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e Tarcizio Silva, pesquisador da Fundação Mozilla. As inscrições podem ser feitas pelo link https://bit.ly/IAracis .
Para Tarcizio Silva, o Novembro Negro é uma oportunidade essencial para circulação e aprimoramento do debate sobre racismo algorítmico no Brasil. “Enquanto a regulação de IA é debatida no Senado, mais exemplos de danos discriminatórios surgem em diversas áreas, da comunicação à saúde, e instituições de pesquisa exercem papel ímpar em agregar dados, evidências e propostas de políticas públicas”, declara.
O evento é realizado com apoio do Laboratório de Tecnologias Informacionais e Inclusão Sociodigital – LTI Digital da UFBA e da APUB – Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior da Bahia.
No dia 1º de novembro, sexta-feira, o projeto Meninas Baianas na Ciência, uma iniciativa da Fiocruz Bahia, realizou um evento no Centro de Convivência Cultural da comunidade quilombola de Tijuaçu, distrito de Senhor do Bonfim, na região centro-norte da Bahia. A ação contou com palestras e uma mostra científica, com o objetivo de incentivar o interesse pelo fazer científico entre o público, além de apresentar exemplos de mulheres atuantes nas áreas de ciência, tecnologia e inovação. Cerca de 100 alunas do Colégio Estadual Teixeira de Freitas – Anexo Tijuaçu e da Escola Municipal de 1º Grau de Tijuaçu participaram do encontro, que também contou com a apresentação de Samba de Lata, manifestação cultural local, e a presença de líderes comunitários.
Karine Damasceno e Natalia Tavares, pesquisadoras da Fiocruz Bahia e integrantes da coordenação do projeto, durante a abertura das atividades, apresentaram a atuação da Fiocruz Bahia e as suas respectivas carreiras, assim como reforçaram a importância de iniciativas como essa para incentivar a inserção de mulheres no ensino superior. “É muito gratificante realizar uma ação que traz um pouco do conhecimento produzido na Fiocruz Bahia para fora dos muros, especialmente em uma das regiões com a maior concentração de população quilombola no estado, e perceber o entusiasmo de todos presentes”, comentou Karine Damasceno.
Durante o evento, foi realizada uma mesa-redonda com a presença de Josias Paulo Damasceno, presidente da Associação Quilombo Forte; Eliete Fagundes, diretora da Escola Municipal de 1º Grau de Tijuaçu; Suzana Fagundes, presidente da Associação Quilombola de Produtores Rurais de Quebra Facão e Adjacências; Claudine de Oliveira, professora da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) de Senhor do Bonfim; e Edvânia Paixão, representante da diretoria do Colégio Estadual Teixeira de Freitas – Anexo Tijuaçu.
Josias Paulo Damasceno destacou a importância da realização de ações de divulgação científica em Tijuaçu e elogiou o projeto por incluir um estande sobre doenças predominantes da população negra, como a anemia falciforme e a hipertensão arterial. “Para alguns cuidados com a saúde, nossa comunidade carrega um conhecimento ancestral que nos foi ensinado pelos nossos antepassados por gerações. É enriquecedor ouvir agora sobre o conhecimento produzido na Fiocruz, uma das instituições de pesquisa mais importantes do país”, afirmou.
Eliete Fagundes ressaltou o impacto positivo de iniciativas como o Meninas Baianas na Ciência para o futuro das estudantes, incentivando-as a prosseguir os estudos após o ensino básico. “As mulheres de nossa comunidade precisam ser encorajadas a buscar os caminhos que elas desejam seguir e saber que são capazes de ingressar na universidade e conseguir um bom emprego”, completou.
Suzana Fagundes reforçou a importância da atividade para as escolas do distrito. “Agradeço a presença da Fiocruz na comunidade. Nossos jovens precisam de exemplos de trajetórias profissionais diversas para compreenderem que podem alcançar aquilo que almejam”, comentou.
Claudine de Oliveira abordou para o público presente algumas possibilidades de estudo no ensino superior nas áreas de ciência e saúde. “Que esse momento seja um convite para que vocês se interessem pelo ensino superior. No futuro, quero ver vocês como minhas alunas na universidade”, concluiu. Edvânia Paixão, ex-aluna do Colégio Estadual Teixeira de Freitas – Anexo Tijuaçu e atualmente auxiliar administrativa na instituição, expressou seu orgulho ao ver as alunas envolvidas nas atividades. “Sou extremamente grata pela ação de hoje”, comentou.
Durante a atividade, as estudantes visitaram uma mostra científica que reuniu estandes dedicados à apresentação de um conjunto de doenças que afetam predominantemente a população negra, assim como a discussão de cuidados específicos que contemplam a saúde da mulher, como a prevenção ao câncer de mama, além da exposição de algumas atividades realizadas nos laboratórios da Fiocruz Bahia.
Para Geise Amaral, bolsista do Laboratório de Investigação em Saúde Global e Doenças Negligenciadas (LISD), ser expositora na mostra científica em Tijuaçu foi uma experiência gratificante. “Foi uma oportunidade de mostrar que o conhecimento pode mudar a vida tanto das pessoas que produzem quanto da própria comunidade”, destacou.
Tailane do Nascimento, estudante da Escola Municipal de 1º Grau de Tijuaçu, classificou o evento como um momento de aprendizado. “Eu não sabia o que era câncer de mama, aprendi hoje ao ouvir as apresentações na mostra científica. Sou bastante grata pelo conhecimento que ganhei hoje com a ação”, afirmou.
O Meninas Baianas na Ciência está em atividade desde 2021, sob a coordenação de Isadora Siqueira, Karine Damasceno e Natalia Tavares, aproximando alunas da rede pública de ensino de diferentes regiões da Bahia da ciência e da saúde por meio de feiras científicas, palestras e workshops.
A Fiocruz Bahia realizou treinamentos voltados para pesquisa que analisa a relação entre intervenções sanitárias e doenças entéricas em comunidades de Salvador. A iniciativa faz parte do projeto “Examinando as relações entre higiene doméstica: uma intervenção simplificada de esgoto e exposição a patógenos entéricos em Salvador, Brasil”, financiado pelo Reckitt Global Hygiene Institute (RGHI), que terá duração de três anos. Os treinamentos foram realizados entre 30 de setembro e 25 de outubro, pelas pesquisadoras Jacqueline Knee (coordenadora principal do projeto) e Julia Sobolik (coordenadora do projeto), do Grupo de Saúde Ambiental (EHG), da London School of Hygiene & Tropical Medicine (LSHTM).
Patógenos entéricos são microorganismos que causam doenças em humanos e animais, podem ser de origem bacteriana ou parasitária, e são eliminados nas fezes. O projeto também é coordenado pelo pesquisador Mitermayer Reis, pela pós-doutoranda Daiana Santos de Oliveira e pelo pesquisador externo Federico Costa, da Fiocruz Bahia. O estudo é continuação do projeto em andamento, de “Intervenção Sanitária para prevenção da transmissão da leptospirose urbana”, financiado pelo Wellcome Trust.
“Estamos fazendo este treinamento no bairro Nova Sussuarana, uma área onde já aconteceu uma intervenção de esgotamento sanitário e vamos avaliar o pós-intervenção, se teve algum impacto na contaminação para diferentes patógenos. Além de avaliar os comportamentos de higiene dessas pessoas, para ver se tem alguma relação com a aquisição desses patógenos”, explicou Daiana.
Equipe do projeto durante trabalho em campo.
Na primeira fase, os pesquisadores coletaram amostras ambientais domiciliares, como comida sólida e líquida, água potável da torneira e água para beber, moscas e água do enxágue das mãos. “O objetivo é saber quais são as possíveis vias de transmissão para esses patógenos entéricos. A investigação será para avaliar a presença de patógenos, como bactérias, vírus e protozoários nas amostras. Depois vamos coletar amostras de fezes e ver se é possível identificar os mesmos patógenos presentes nos dois tipos de amostra”, relatou Oliveira.
O projeto também será conduzido nos bairros de Arenoso, Calabetão e Jardim Santo Inácio, que enfrentam problemas semelhantes de infraestrutura e saneamento. Nessas áreas também haverá a intervenção de esgotamento sanitário realizado pela Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa). Oliveira explicou que as comunidades escolhidas apresentam condições sanitárias que aumentam a vulnerabilidade da população a doenças infecciosas. “O foco é investigar a presença de patógenos entéricos, com base em dados que mostram a elevada exposição a esses microrganismos nessas áreas. A pesquisa também se alinha ao projeto do Wellcome Trust, que visa entender e mitigar esses riscos”, pontuou.
A equipe de campo foi composta por sete pessoas: três pesquisadoras, dois biólogos, uma biomédica e uma médica veterinária, além de dois participantes da equipe de banco de dados. A próxima etapa envolve o início das coletas de amostras, previstas para a segunda semana de novembro. Em fevereiro de 2025, a pesquisadora Julia Sobolik retornará para realizar um treinamento de qPCR, focado nas análises de amostras ambientais e domiciliares coletadas. Já no mês de março, Daiana Oliveira, conduzirá um treinamento de PCR multiplex para análises de amostras de fezes na LSHTM.
Jacqueline Knee compartilhou que a Fiocruz e o Grupo de Saúde Ambiental da London School of Hygiene & Tropical Medicine têm uma longa história de trabalho conjunto e que se sente privilegiada por ter a oportunidade de continuar essa tradição de colaboração. “Começamos os preparativos para o início da coleta de dados no final deste ano, mas o tempo gasto juntos fortaleceu o relacionamento entre os membros da equipe e as instituições. Em 2025, trabalharemos na análise laboratorial de amostras coletadas para nosso projeto”, afirmou.
Na oportunidade da visita ao IGM, Julia Sobolik, contou que as atividades se concentraram no início do estudo com treinamento em dados de campo e componentes de coleta de amostras. “Realizamos o treinamento em laboratório para configurar novos fluxos de trabalho de processamento e análise de amostras: filtragem de membrana para Escherichia coli; filtração e eluição para patógenos entéricos”, relatou.
O pesquisador da Fiocruz Bahia Luiz Antonio Rodrigues de Freitas recebeu o título de Mérito Médico 2024 pela Associação Bahiana de Medicina (ABM), na quinta-feira, 31 de outubro, na categoria Acadêmico, por sua dedicação ao ensino. A cerimônia, comemorativa dos 82 anos da ABM e do Dia do Médico, aconteceu na sede da associação, e premiou cinco médicos que se destacaram na medicina baiana: Ilsa Prudente, José Carlos Raimundo Brito, João Batista de Cerqueira, Luiz Antônio Rodrigues de Freitas e Augusto Márcio Coimbra Teixeira (in memoriam).
A mesa solene foi composta pelo subsecretário da saúde do estado da Bahia, Paulo Barbosa; Rita Virgínia Marques Ribeiro, presidente do Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (SINDIMED); o presidente da Associação Bahiana de Medicina (ABM), Robson Moura; Otávio Marambaia, presidente do CREMEB; José Antônio Rodrigues Alves,o superintendente da Santa Casa de Misericórdia; Antônio Carlos Vieira Lopes, representando a Academia de Medicina da Bahia.
Como nas edições anteriores, os médicos foram homenageados em cinco categorias: mérito médico associativo (pela dedicação às entidades médicas); mérito médico acadêmico (por sua dedicação ao ensino); mérito médico por sua dedicação ao atendimento no interior da Bahia; mérito médico pela atuação no Sistema Único de Saúde (SUS) e a homenagem in memoriam, que é dedicada a um médico de conduta exemplar que já faleceu.
O pesquisador
Luiz Antonio Rodrigues de Freitas é médico, professor titular da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e pesquisador titular da Fiocruz Bahia. Possui graduação em Medicina pela (UFBA), mestrado e doutorado em Patologia Humana pela UFBA em ampla associação com a Fiocruz Bahia, e realizou pós-doutorado na Escola de Saúde Pública de Harvard (EUA). Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Anatomia Patológica e Patologia Clínica.
A Fiocruz Bahia realizou o Seminário do Programa de Excelência em Pesquisa (PROEP/IGM-edital nº 01/2020) no dia 25 de outubro. A programação contou com prestação de contas do edital, cinco apresentações orais e 18 apresentações de pôsteres com resultados dos projetos. O evento foi aberto com a sessão científica intitulada “Protective Role of OC43-Elicited CD4+ T Cells Against SARS-CoV-2 in HLA Transgenic Mice”, com o palestrante Rúbens Alves, do Institut Pasteur de São Paulo, e teve o lançamento do novo Edital PROEP/IGM/CNPq/2024.
A atividade teve como um de seus principais objetivos assegurar a transparência na divulgação de resultados e metodologias, permitindo ao público acesso a informações detalhadas sobre o uso dos recursos e os resultados obtidos. Além disso, representou uma oportunidade de compartilhamento de conhecimentos, promovendo o intercâmbio de informações, ideias e debates entre os participantes, o que contribuiu para o aprofundamento dos saberes sobre os temas estudados e a criação de um ambiente colaborativo.
Para Andrezza Souza, coordenadora do Núcleo de Excelência em Gestão de Projetos (NEGP) da Fiocruz Bahia, a apresentação dos resultados e prestação de contas promove a confiança no trabalho realizado, contribuindo para validar as conclusões e aumentar a credibilidade junto à comunidade científica. “Avalio que os resultados constituem um incremento da produção científica baiana, na sua quantidade, diversidade e, principalmente, qualidade. Contribui, de maneira significativa, para o desenvolvimento das atividades da Fiocruz Bahia, através do fortalecimento do corpo de servidores em atividade de pesquisa”, pontuou.
O seminário foi também uma ocasião para que os pesquisadores apresentassem suas descobertas e inovações, dando visibilidade ao projeto desenvolvido e promovendo um espaço enriquecedor de aprendizado e troca de experiências, além de reforçar o papel da ciência pública, a integridade, a relevância e o impacto social do trabalho científico.
Souza compartilhou ainda que acredita que o saldo positivo demonstra um bom retorno dos investimentos. “Bons produtos tendem a atrair novos financiamentos, e podem levar a um maior engajamento da sociedade em questões científicas e responder mais rapidamente às demandas de saúde pública”, concluiu.
A 5ª edição do Prêmio Gonçalo Moniz de Pós-Graduação – Jornada Científica prorrogou as inscrições até o dia 08 de novembro. As apresentações dos trabalhos serão realizadas de 11 a 13 de dezembro, na Fiocruz Bahia. Este ano, o evento conta com a homenagem ao médico Aluízio Prata, diretor da Fiocruz Bahia de 1963 a 1969 e pesquisador em esquistossomose, doença de Chagas e leishmaniose.
Podem concorrer ao prêmio estudantes matriculados ou egressos dos programas de pós-graduação da Fiocruz Bahia. Alunos selecionados para apresentação oral em outras edições não poderão concorrer novamente na mesma categoria. Estudantes de pós-graduação não-elegíveis, de Iniciação Científica, Provoc ou Profortec da Fiocruz Bahia podem se inscrever como ouvintes para participar do evento (será emitido certificado de participação com carga horária de 20 horas).
Um artigo publicado no periódico The Lancet Infectious Diseases ressalta a importância de antever respostas rápidas aos riscos de transmissão vertical (da mãe para o feto) do vírus Oropouche, levando em conta a experiência de quase uma década de pesquisa sobre a Síndrome Congênita associada à infecção pelo vírus Zika.
O texto, de autoria de especialistas que integram o Zika Brazilian Cohorts (ZBC) Consortium, do qual fazem parte os pesquisadores da Fiocruz Bahia, Isadora Siqueira, Maurício Barreto e Bethânia Almeida, e pesquisadores de outras unidades da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), apresenta as principais lições aprendidas com o vírus Zika e faz recomendações para a investigação da febre oropouche.
O Zika Brazilian Cohorts é um consórcio que, através da iniciativa de compartilhamento de dados, avaliou o risco de resultados adversos da infecção congênita pelo vírus Zika no Brasil. No trabalho, os pesquisadores discutem a disseminação de uma nova cepa do vírus Oropouche, transmitido por mosquitos da espécie Culicoides paraenses, conhecidos como maruins, em diversos países da América Latina e Caribe.
Casos de transmissão vertical do vírus, incluindo natimortos e neonatos microcefálicos com resultados positivos para Oropouche, levantam preocupações sobre possíveis riscos à saúde materno-fetal. No entanto, ainda há poucas evidências científicas para confirmar esses riscos, destacando a necessidade urgente de mais pesquisas.
Os cientistas enfatizam a importância de uma resposta rápida e colaborativa para investigar a transmissão vertical dessa arbovirose e seus impactos. As principais recomendações incluem: centralizar a expertise de pesquisadores locais e profissionais de saúde pública para melhor compreensão das características do surto; promover uma cultura de colaboração para facilitar o compartilhamento de dados; fortalecer a vigilância e estabelecer definições diagnósticas claras; e conduzir estudos epidemiológicos para investigar a causalidade e as consequências da infecção congênita pelo vírus Oropouche.
Essas ações devem se basear em lições aprendidas com a pesquisa sobre o Zika, visando respostas científicas e éticas para proteger as comunidades afetadas. Os especialistas concluem que a pesquisa sobre o vírus Oropouche deve ser rápida, multidisciplinar e transparente, com foco em intervenções que diminuam os riscos de possíveis infecções congênitas e seus impactos na saúde pública.
O presidente Mario Moreira foi reeleito pelos servidores públicos da Fiocruz para cumprir o mandato 2025-2028 à frente da instituição. O resultado da Eleição Fiocruz 2024 para a Presidência foi divulgado hoje (24/10), depois de concluída a apuração, encerrada às 17h (horário de Brasília). O candidato recebeu 2.901 votos, o que corresponde a 81,8% dos votos válidos. Foram 3.546 votos depositados.
“Nós temos uma responsabilidade muito grande pela frente. Temos uma herança nas mãos, um patrimônio do qual não podemos descuidar”, afirmou Mario Moreira (foto: Peter Ilicciev)
O Regulamento Eleitoral determina que, no caso de haver um único concorrente ao cargo de presidente da Fiocruz, o candidato precisa obter 30% ou mais dos votos válidos. O resultado da eleição interna segue para homologação pelo Conselho Deliberativo, em 29/10, e é encaminhado em seguida para a ministra da Saúde e para o presidente da República, que decidem sobre a nomeação.
Após o anúncio do resultado, Mario fez um discurso destacando o compromisso com a construção da Fiocruz do futuro. “Meu empenho vai ser em torno da manutenção da importância da Fiocruz. Nossa instituição se encontra num momento de inflexão institucional e temos que nos unir e debater para que possamos pactuar o projeto da Fiocruz do futuro. Nós temos uma responsabilidade muito grande pela frente. Temos uma herança nas mãos, um patrimônio do qual não podemos descuidar”, afirmou.
Mario agradeceu pela participação da comunidade Fiocruz no processo eleitoral, ressaltando o índice de comparecimento às urnas, que foi de 79,8% dos eleitores. “Nossa votação não é obrigatória, e o índice de comparecimento que tivemos é algo notável. Temos feito muita coisa bonita coletivamente”.
“Nesse processo de campanha, participei de mais de 30 debates e conversas com todo mundo que eu tive oportunidade, num ambiente de muita honestidade e muita escuta para poder entender o que a Fiocruz pensa”, enfatizou. O presidente eleito também agradeceu às equipes da Comissão Eleitoral, auditoria, TI e coordenação da campanha, e celebrou os apoios recebidos de dentro e fora da instituição.
A presidente da Comissão Eleitoral, Maria do Carmo Leal, abriu a cerimônia de apuração, ressaltando a importância do processo democrático para a Fiocruz. “Com essa eleição, completamos 35 anos de eleições para a presidência da Fiocruz. O ato de votar para presidente afirma a importância da construção do nosso futuro, da nossa responsabilidade com a Fiocruz e com a sociedade brasileira a quem servimos, sempre em defesa do SUS, da ciência e tecnologia, inovação, produção, conhecimento, comunicação e informação, que são nossos compromissos maiores”, afirmou.
O candidato
Na Fiocruz desde 1994, Mario Moreira é doutor em Políticas Públicas pela Universidade Federal do Paraná, com estágio doutoral na Universidade de Coimbra, em Portugal; e mestre em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) e em Gestão de Tecnologias e Inovação pela Universidade de Sussex, no Reino Unido.
Mario Moreira foi eleito a primeira vez em março de 2023, em processo eleitoral aberto para conclusão do mandato de Nísia Trindade Lima, convidada para atuar como ministra da saúde (foto: Peter Ilicciev)
O candidato eleito é especialista em Gestão Pública pela Fundação Getúlio Vargas e, em 2017, tornou-se vice-presidente de Gestão e Desenvolvimento Institucional da Fiocruz, cargo que mudou a designação para diretor-executivo em 2022. Mario Moreira foi eleito em março de 2023, em processo eleitoral aberto para conclusão do mandato de Nísia Trindade Lima, convidada para atuar como ministra da saúde. Na ocasião, ele obteve 3.405 votos – 91,68% do total de 3.714 votos válidos.
Processo eleitoral
A Eleição Fiocruz 2024 para a Presidência, mandato 2025-2028, começou em 25/7, quando o Conselho Deliberativo aprovou o calendário e a formação da Comissão Eleitoral (CD). O Regulamento Eleitoral foi aprovado em nova reunião do CD, realizada em 7/8. As inscrições de candidatos, que podem ser vinculados à Fiocruz ou não, ficou aberta entre 19 e 23/8. O presidente Mario Moreira foi o único a apresentar candidatura, homologada pelo Conselho Deliberativo em 30/8.
A campanha eleitoral mobilizou os trabalhadores em reuniões com o candidato nas unidades e setores da Fiocruz. Na véspera da votação (21/10), a Comissão Eleitoral promoveu um debate para que o candidato falasse de temas atuais trazidos por convidados externos. Participaram a secretária-executiva do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS/SRI/PR), Raimunda Monteiro; a jornalista e liderança da Frente de Mobilização da Maré, Gizele Martins; e o presidente da Faperj, Jerson Lima Silva.
Votação on-line
A apuração dos votos começou logo após o fechamento das urnas eletrônicas, às 17h01 (horário de Brasília) de 24/10, no auditório do Museu da Vida, no campus Manguinhos, no Rio de Janeiro. Desde 2020, a eleição para a Presidência da Fundação é realizada na modalidade on-line, por meio de sistema eletrônico amplamente utilizado por outras instituições e pela própria Fiocruz.
O Regulamento Eleitoral determina a formação de um Grupo Técnico para Assessoria em Tecnologia da Informação (GTATI), que tem como objetivo prestar suporte ao processo eleitoral na área de segurança da informação e infraestrutura em redes de dados. No ato da zerésima, quando as urnas são abertas, e no início da apuração, auditores externos verificam a integridade das urnas. Pela segunda vez, profissionais da Superintendência de Tecnologia da Informação da Universidade Federal Fluminense (UFF) foram responsáveis pela auditoria.
A gestão participativa e democrática na Fundação Oswaldo Cruz tem sua maior expressão na escolha do presidente por voto direto dos servidores públicos ativos da instituição. Desde 1992, a Presidência da República avaliza o resultado final com a nomeação do candidato eleito ou do mais votado pela comunidade Fiocruz, no caso de formação de lista tríplice.
A Fiocruz Bahia sediou durante os dias 24 e 25 de outubro o Fórum de Coordenadores da Área CBIII da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Organizado pela coordenadora da Área de Ciências Biológicas III da CAPES e pesquisadora da Fiocruz Bahia, Camila Indiani, o encontro reuniu profissionais de diferentes regiões do país com o objetivo de discutir a avaliação do quadriênio 2021-2024 e as mudanças no processo de avaliação dos programas de pós-graduação, além das mudanças para o quadriênio 2025-2029.
Durante o Fórum, Camila Indiani falou sobre a importância do evento que contou com a participação de coordenadores de programas de pós-graduação de diferentes regiões do país, alguns já consolidados e outros em fase de expansão. A organizadora ressaltou que esse foi um momento de troca no qual os presentes puderam tirar dúvidas, esclarecer questões e planejar ações futuras. “Está sendo um evento muito produtivo, de muitas trocas de experiências e ideias boas. Eu estou muito feliz que a Fiocruz Bahia sediou e nos permitiu fazer esse encontro aqui”, disse.
Para o coordenador do Programa de Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo, Anderson de Sá Nunes, essa foi uma oportunidade de compartilhar informações importantes entre os coordenadores para que possam contribuir da melhor forma com as avaliações e relatórios da CAPES. “Os coordenadores não têm um treinamento formal para fazer esses relatórios, então essas reuniões são importantes justamente para poder pontuar pra gente o que é importante e realmente relevante, discutindo inclusive a nova ficha de avaliação para o quadriênio 2025-2029”, ressaltou.
Para Adenilda França, coordenadora do programa de Pós-graduação em Imunologia e Parasitologia Básicas e Aplicadas da Universidade Federal de Mato Grosso, o evento é uma oportunidade de esclarecer dúvidas e ajudar no processo de construção dos relatórios da CAPES. “A coordenação está de parabéns pela realização desse evento que vai ajudar muito nesse processo. Nós vamos ter um olhar diferente na hora da construção do relatório”, pontuou.
Ao todo, o evento reuniu cerca de quarenta profissionais que fazem parte da coordenação dos Programas de Pós-Graduação da Área CBIII da CAPES, que compreende as áreas do conhecimento Microbiologia, Imunologia e Parasitologia é uma das mais tradicionais do Sistema Nacional de Pós-Graduação.
O Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC) e o Núcleo Pró-Equidade de Gênero e Raça do Instituto Gonçalo Moniz (IGM), divulgam o resultado final após recursos da seleção de bolsistas de iniciação científica – Ações Afirmativas IGM/FIOCRUZ/2024/2025.
A documentação original enviada no momento da inscrição deverá ser apresentada na Coordenação de Ensino da instituição entre os dias 25 e 30 de outubro de 2024, para implementação da bolsa pelos candidatos aprovados no processo seletivo e convocados para preenchimento das vagas disponíveis.
Um estudo avaliou o ônus econômico da tuberculose pulmonar, a relação custo-benefício da estratégia de tratamento e o esforço econômico necessário para atingir uma probabilidade de cura de 90% da doença no Brasil, ao longo de sete anos (2015–2022). Os resultados da pesquisa, coordenada pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Bruno Bezerril, foram publicados no periódico The Lancet Regional Health – Americas.
A tuberculose é uma enfermidade que afeta principalmente populações mais vulneráveis, de países de baixa e média renda, como o Brasil, que enfrenta grandes desigualdades socioeconômicas. O impacto da doença não se resume à saúde das pessoas, mas também às finanças dos pacientes e do governo, exigindo altos investimentos para o tratamento.
O Brasil busca seguir as metas da Organização Mundial da Saúde (OMS) para reduzir custos e melhorar o combate à tuberculose, principalmente com o uso do tratamento diretamente observado, no qual um profissional de saúde ou assistente social acompanha o uso dos medicamentos pelo paciente.
O trabalho analisou dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN), comparando dois cenários: com e sem o Tratamento Diretamente Observado (DOT). A população foi dividida por histórico de tratamento e vulnerabilidades, como sem-teto, grávidas, usuários de drogas, pessoas com HIV, entre outros, para calcular o custo por paciente e a taxa de cura. O objetivo foi calcular quanto custa por paciente para atingir a taxa de cura recomendada pela OMS, usando modelos estatísticos para determinar esse custo em cada subgrupo.
Resultados
Os achados do estudo mostraram que o custo direto total da tuberculose pulmonar no Brasil durante os sete anos ultrapassou US$ 1,3 bilhão, com casos de retratamento respondendo por US$ 23,5 milhões. O menor Número Necessário para Tratar (TNN), medida estatística que indica o número de pacientes que precisam ser tratados para que um resultado desejado ocorra, foram as subpopulações de moradores de rua, pessoas que usam drogas e retratamento. Esses grupos também apresentaram o maior custo para atingir uma probabilidade de cura de 90%.
A partir da discussão, os pesquisadores ressaltam a eficácia do Tratamento Diretamente Observado em vários grupos de pacientes, independentemente de suas vulnerabilidades ou histórico de tratamento anti-tuberculose anterior. Ao mesmo tempo, as análises do número necessário para tratar destacaram as subpopulações de retratamento, sem-teto e pessoas que usam drogas como as mais eficazes para a implementação do tratamento diretamente observado, e como possíveis alvos para estratégias de alocação de recursos em programas de controle da tuberculose.
Entre os dias 17 e 19 de outubro, a Fiocruz Bahia participou da 12° edição da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica), no Recôncavo Baiano, com o objetivo de promover atividades de popularização da ciência e saúde que ampliem a cultura científica em eventos literários e aproximem o público presente do conhecimento produzido na instituição. Realizada em parceria com a Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (OBSMA) e a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado da Bahia (SECTI), a ação, que ocorreu em um estande na Casa do Governo, integrou as atividades promovidas pela Fiocruz Bahia como parte de sua programação para a 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT 2024).
Andréa Queiroz, secretária administrativa da SECTI, esteve presente no evento e destacou a importância da parceria. “Mais um ano tivemos o prazer de estarmos juntos com a Fiocruz para a realização do evento em Cachoeira, reforçando a importância da popularização da ciência na Flica. Foram dias de grande aprendizado para todos os estudantes que visitaram e puderam acompanhar com alegria e entusiasmo as atividades do estande”, afirmou.
O público presente pôde acompanhar uma apresentação feita por alunos da Fiocruz Bahia de uma coleção de insetos da fauna baiana, assim como uma introdução aos aspectos clínicos e laboratoriais da Leishmaniose. Também foram exibidos e distribuídos materiais educativos sobre algumas das doenças mais comuns entre a população negra, como a Anemia Falciforme.
Para Polyana Bernardes, estudante do Programa de Pós-Graduação Patologia Humana (PgPAT), participar de atividades de divulgação científica fora dos muros da instituição e para o público do interior do estado foi uma experiência enriquecedora. “A importância da divulgação científica nessas comunidades é imensa, pois muitas vezes é o primeiro contato que esses grupos têm com a ciência de forma prática. Ver o brilho nos olhos das crianças ao usar um microscópio pela primeira vez, além de oferecer experimentos que despertam sua curiosidade, é emocionante”, comentou.
Para Renan Pereira, bolsista integrante da equipe da OBSMA, a ação foi um importante momento para apresentar a olimpíada para a comunidade presente e reforçar a importância de estimular o fazer científico entre os jovens estudantes de ensino fundamental e médio. “A nossa participação na Flica ganha ainda mais relevância pelo fato de um dos destaques nacionais da atual edição da OBSMA ser de uma escola municipal de Cachoeira, o que demonstra o potencial do ensino público da região”, completou.
O projeto “Bora Checar”, uma iniciativa da Fiocruz Bahia, integrou a ação ao oferecer um quiz sobre a vacinação, onde os visitantes puderam avaliar seus conhecimentos e acessar informações verificadas sobre o assunto. Para Matheus Tranzillo, parte da equipe do projeto, atividades como o quiz são importantes ferramentas de enfrentamento da desinformação sobre saúde e ciência. “Acho que é um espaço no qual a gente pode refletir sobre tudo o que estava sendo dito de forma equivocada, entender qual a visão do outro em relação àquilo e a partir disso poder discutir e levar conhecimento de uma forma descontraída e efetiva pras pessoas”, afirmou.
Como parte das atividades realizadas durante a ação, Dante Pires utilizou os Óculos Quest para apresentar conceitos de tecnologia e saúde de maneira interativa ao público presente por meio da realidade virtual. “Percebi que essa imersão lúdica despertou, especialmente nas crianças, uma curiosidade sobre o universo da ciência e da saúde, mostrando como a tecnologia pode ser uma ponte poderosa para o conhecimento”, observou o professor.
Raina Mota, estudante do Colégio Estadual Nossa Senhora da Conceição, no município de Varzedo, classificou a sua visita ao estande como uma experiência única. “Foi um grande privilégio participar desse momento na Flica, recomendo para todos aqueles que nunca tiveram esta chance, foi uma oportunidade de muito aprendizado”, comentou.
Realizada há mais de uma década, a Flica é a maior festa literária do Norte e Nordeste e conta com uma extensa programação para celebrar a cultura, arte e educação.
A Coordenação da Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PGBSMI) divulga a chamada para inscrição de candidatos que desejem participar do processo seletivo 2025.1, nos níveis de Mestrado e Doutorado, nas datas e demais condições especificadas no edital. As inscrições vão até 05/11/2024. Para acessar o edital e realizar as inscrições, visite o site da PGBSMI.
A PGBSMI destina-se à formação de profissionais com elevada qualificação para o exercício da atividades acadêmicas, científicas e tecnológicas nas suas áreas de concentração. O Mestrado tem por objetivo o aprofundamento do conhecimento técnico, científico e ético do aluno, visando a qualificação supracitada.
O Doutorado tem adicionalmente por objetivo o desenvolvimento da capacidade de pesquisar com autonomia e originalidade e de produzir novos conhecimentos. A PGBSMI capacitará seus alunos a atualizarem-se em suas áreas de formação, com base na resolução de problemas e na análise crítica da produção científica mundial em suas áreas específicas.
Projeto que propõe validar o uso de um teste rápido para detectar a doença de Chagas foi lançado, na última terça-feira (22), em Tremedal, na Bahia, município há 588 km de Salvador. Coordenado por Fred Santos, pesquisador da Fiocruz Bahia, a iniciativa realizará testes rápidos em milhares de pessoas em municípios baianos com alta incidência da doença, como Tremedal e Novo Horizonte, que tiveram entre 2011 e 2015 a permanência identificada do inseto Triatoma infestans, umas das espécies do inseto conhecido como barbeiro.
A cerimônia foi realizada na Câmara Municipal e contou com a participação de lideranças políticas, da população local, de agentes comunitários de saúde e endemias, técnicos em enfermagem, enfermeiros e médicos. Na programação houve ainda um treinamento para os profissionais de saúde da cidade. A equipe do projeto realizará a testagem da população na comunidade de São Felipe durante 20 dias.
O Projeto Oxente Chagas propõe uma ferramenta inovadora que permitirá identificar casos de Chagas de forma precoce e eficiente na Atenção Primária, buscando reduzir significativamente o impacto da doença na vida das pessoas e de suas famílias. Além disso, busca facilitar o acesso ao tratamento e evitar complicações decorrentes da enfermidade. A validação do teste rápido TR Chagas Bio-Manguinhos em campo pode auxiliar na sua incorporação no Sistema Único de Saúde (SUS), uma vez que já tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), mas ainda requer uma série de estudos prévios para que seja possível dar entrada na Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS – Conitec, órgão que regulamenta a entrada de toda e qualquer tecnologia no sistema.
Durante o lançamento, Fred Santos falou que espera que o projeto ajude a identificar indivíduos que têm a doença de Chagas, mas ainda não conhecem a sua condição clínica. “Isso é importante para que possamos confirmar o diagnóstico, tratar esses indivíduos e acompanhá-los ao longo de três anos, para observar e fazer estudos de evolução clínica da doença, bem como a busca de marcadores de cura. Esse projeto vai beneficiar cerca de trinta mil pessoas que vão ser identificadas ao longo da sua execução”, destacou.
Na ocasião, Isadora Siqueira, pesquisadora da Fiocruz Bahia e coordenadora adjunta do projeto, avaliou que a iniciativa é de grande importância para a saúde pública. “Sabemos que se trata de uma doença muito negligenciada. Acredito que os resultados vão ser muito importantes para a melhoria do cuidado do paciente, e na medida que o teste possa ser utilizado em áreas remotas e em comunidades que não tem acesso ao diagnóstico, e é onde estão realmente os pacientes com a doença”, pontuou. Siqueira disse ainda que sua expectativa é que a implementação do projeto seja bem-sucedida e que sejam gerados conhecimento e contribuições para a saúde pública e controle da doença.
A coordenadora da atenção básica de Tremedal, Natália Alves Mendes, compartilhou que o município espera ter bons resultados com o Oxente Chagas. “Como estamos numa área endêmica, com muitos casos de Chagas, esperamos que o projeto possa colaborar para aqueles casos que talvez ainda estejam debaixo dos tapetes escondidos, venham ser diagnosticados o quanto antes e que os pacientes possam ter qualidade de vida. Estamos aqui para trabalhar em parceria com o projeto pra poder ajudar no que for preciso”, ressaltou.
Na oportunidade, Cristiane Medeiros, técnica de referência em doença de Chagas da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVEP), expressou alegria em estar no lançamento do Oxente Chagas. “Estamos contentes em poder estar com a parceria e apoiando o projeto. Temos técnicos da regional de saúde que já estão aqui também e se colocam à disposição para apoiar nas atividades que forem realizadas”. Medeiros apontou ainda que o projeto vai possibilitar a ampliação do olhar para o território. “A DIVEP vai contribuir para o projeto nos diversos setores e na questão dos medicamentos, do acompanhamento do diagnóstico e da notificação”, observou.
Lançamento em Novo Horizonte
Já em Novo Horizonte, município a 561 km de Salvador, na região da Chapada Diamantina, o projeto será lançado no dia 18 de novembro, a partir das 8h, na quadra poliesportiva do Centro Educacional José Lopes dos Anjos. No turno da tarde a equipe do projeto realizará uma capacitação para os profissionais de saúde do município. As ações de testagem ocorrerão na comunidade de Vila dos Remédios, a partir do dia 19 de novembro.
Um artigo publicado no periódico Memórias do Instituto Oswaldo Cruz apresentou o Oxente Chagas Bahia, um projeto que avalia a eficácia do teste rápido TR Chagas Bio-Manguinhos. Coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia Fred Luciano Santos, o projeto conta com a colaboração de órgãos de saúde pública da Bahia e dos municípios de Novo Horizonte e Tremedal, áreas escolhidas para participar da iniciativa devido à presença residual de vetores da Trypanosoma cruzi e pela falta de notificações recentes de casos agudos da enfermidade, se tornando locais ideais para a validação do teste rápido em condições reais.
Dividido em três etapas, o Oxente Chagas realiza inicialmente uma pesquisa soroepidemiológica com os moradores das áreas de estudo, seguida da avaliação do desempenho diagnóstico e da custo-efetividade do teste rápido. Posteriormente, uma coorte prospectiva investigará a segurança e eficácia dos tratamentos para a doença de Chagas.
A importância do estudo reside na capacidade de expandir o diagnóstico precoce, reduzir os custos e otimizar a gestão da doença de Chagas no SUS. Embora o teste tenha demonstrado alta sensibilidade e especificidade, ainda depende de testes confirmatórios, principalmente devido à possibilidade de falsos positivos.
Essa avaliação fornecerá subsídios para decisões de políticas públicas sobre a incorporação do teste no Sistema Único de Saúde (SUS). Espera-se que aproximadamente 30 mil indivíduos sejam rastreados, e aqueles diagnosticados com a doença serão tratados, beneficiando-se diretamente da abordagem “testar-tratar-cuidar”. Além disso, as amostras biológicas coletadas serão armazenadas em um biobanco, permitindo futuras pesquisas sobre biomarcadores de progressão da doença e prevenir lesões orgânicas ou sua evolução, diminuindo a possibilidade de transmissão.
A doença de Chagas é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, que pode ser transmitido por insetos hematófagos, conhecidos como barbeiros, mas também através de alimentos ou bebidas contaminadas, bem como por transmissão vertical, transplante de órgãos e transfusão de sangue contaminado e acidentes de laboratório. Globalmente, estima-se que 5,7 milhões de pessoas estejam infectadas pelo parasita, resultando em aproximadamente 7.500 mortes anuais, predominantemente em 21 países latino-americanos.
Um estudo avaliou a eficácia do fármaco 17-DMAG no tratamento de camundongos com leishmaniose cutânea, por meio de abordagens in vitro e in vivo. O 17-DMAG é um composto químico semissintético que deriva do antibiótico geldanamycin. É um inibidor da proteína Hsp90 e foi estudado como potencial terapêutico para o controle da infecção por Leishmania braziliensis.
A leishmaniose, causada por parasitas do gênero Leishmania, é uma doença negligenciada que representa um problema de saúde pública global. Com opções limitadas de tratamento e uma crescente resistência aos medicamentos, pesquisadores alertam para a necessidade de desenvolver novas abordagens terapêuticas.
No trabalho, coordenado pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Patrícia Veras, e publicado no periódico Pathogens, foi avaliado o efeito citotóxico do 17-DMAG em células de defesa do organismo derivadas da medula óssea e seus efeitos contra duas formas morfológicas da Leishmania, as promastigotas e as amastigotas intracelulares. Além disso, foi testada a eficácia do composto em camundongos infectados com Leishmania braziliensis, para avaliar a redução no tamanho da lesão e a diminuição da carga parasitária nas orelhas e nos linfonodos de animais infectados.
Os resultados mostraram que o fármaco 17-DMAG apresentou toxicidade seletiva em relação a amastigotas de Leishmania, causando danos mínimos às células hospedeiras. O tratamento reduziu significativamente o tamanho das lesões em camundongos e resultou na eliminação do parasita das orelhas e dos linfonodos. Também diminuiu as respostas inflamatórias, reduzindo a liberação de três citocinas pró-inflamatórias e da citocina reguladora, ressaltando suas propriedades leishmanicidas e anti-inflamatórias.
Para os pesquisadores as descobertas ressaltam uma promessa substancial do 17-DMAG-HCl como uma opção terapêutica para o tratamento da leishmaniose cutânea, dado seu potencial para eliminar a carga parasitária e modular a resposta inflamatória do hospedeiro. No entanto, afirmam que pesquisas adicionais são necessárias para explorar os mecanismos que envolvem a modulação dos perfis de citocinas induzidos pelo tratamento com 17-DMAG-HCl in vivo.
De acordo com o trabalho, esses estudos aumentarão a compreensão da eficácia terapêutica e abrirão caminhos para o desenvolvimento de novas estratégias de tratamento que incorporem esse composto para a leishmaniose cutânea e em outras formas da doença.
A 3ª edição do curso de Boas Práticas para o Processamento de Amostras Histológicas está estruturada em cinco módulos, com carga horária de 40h, na modalidade EAD. As aulas são gravadas e ficarão disponíveis no período de 18/11/2024 a 28/02/2025. As inscrições podem ser realizadas gratuitamente, de 21 de outubro a 11 de novembro, no site do curso.
A capacitação caracteriza-se por uma abordagem teórica sobre as técnicas utilizadas durante o processamento de fragmentos de tecido, incluindo desde a etapa da fixação desses fragmentos até a produção de lâminas histológicas para a análise por Microscopia Óptica e Imunofluorescência.
O objetivo é promover a disseminação de embasamento teórico referente às etapas que compõem o processamento histológico de tecidos, possibilitando aos participantes a produção de blocos e lâminas histológicas que atendam aos requisitos mínimos de qualidade para o diagnóstico e a pesquisa.
O curso destina-se, prioritariamente, aos profissionais histotecnólogos, como subsídio para a sua atuação focada em boas práticas, auxiliando-os a identificar e resolver problemas que interfiram na qualidade dos blocos e lâminas histológicas. Adicionalmente, também pode agregar valor à formação de estudantes de pós-graduação em cursos da área de saúde, que necessitem utilizar as técnicas de processamento histológico em seus projetos de pesquisa.
Os estudantes de graduação também serão contemplados com o objetivo de conhecimento das técnicas como subsídio ao entendimento da histologia, aplicação das técnicas em projetos de pesquisa e para possíveis usos futuros.
O Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC) e o Núcleo Pró-Equidade de Gênero e Raça do Instituto Gonçalo Moniz (IGM), após a realização das entrevistas de seleção e de heteroidentificação, divulgam o resultado da seleção de bolsistas de iniciação científica – Ações Afirmativas IGM/FIOCRUZ/2024/2025.
A documentação original enviada no momento da inscrição deverá ser apresentada na Coordenação de Ensino da instituição entre os dias 25 e 30 de outubro de 2024, para implementação da bolsa pelos candidatos aprovados no processo seletivo e convocados para preenchimento das vagas disponíveis.
Cerca de 250 de estudantes do ensino médio de Salvador e região metropolitana visitaram a Fiocruz Bahia entre os dias 16 e 18 de outubro para participar da programação da 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT 2024). Foram realizadas rodas de conversa, palestras, oficinas, visitas técnicas e exposições de divulgação científica, com participação Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa). Além das ações no Instituto Gonçalo Moniz, foram realizadas atividades em escolas da rede pública estadual em Salvador, e em Cachoeira, no recôncavo baiano, com um estande na Casa do Governo, em parceria com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, durante a Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica).
Na abertura da semana, que é organizada pela Vice-Diretoria de Ensino em parceria com a Gestão de Comunicação e Divulgação Científica, os estudantes e professores foram recebidos pela Vice-Diretora Claudia Brodskyn, que explicou que apesar de todo ano ter uma programação especial em outubro dedicada à ciência e tecnologia, as portas do IGM estão sempre abertas ao público externo. “O objetivo da SNCT é abrir as portas para que vocês conheçam a instituição, as pesquisas realizadas e possam ter uma aproximação da pesquisa e da produção científica. Então, caso tenham interesse, é só agendar e as portas estarão abertas para todos”.
Na oportunidade, Brodskyn também falou sobre os programas voltados para a iniciação científica júnior, que contempla estudantes do ensino médio, como o Programa de Vocação Científica (Provoc), que tem como objetivo despertar interesse nos jovens pela ciência e tecnologia e na carreira científica. Também estiveram presentes no evento o Vice-Diretor de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Serviço de Referência, Ricardo Riccio, Coordenadora de Ensino da Fiocruz Bahia, Clara Mutti e o coordenador da Gestão da Comunicação e Divulgação Científica, Antonio Brotas.
Logo após, a pesquisadora da Fiocruz Bahia, Nelzair Vianna, realizou uma apresentação sobre “Biomas Brasileiros e as Mudanças Climáticas”. Ainda no primeiro dia, foi abordado o tema “A importância dos biomas para a segurança do abastecimento”, por Júlio Mota, assessor da Diretoria de Operação da RMS, da Embasa.
No segundo dia, foi realizada a roda de conversa “A experiência do projeto Jovens Inovadores”, mediada pelo professor da Universidade Católica do Salvador, Murilo Guerreiro Arouca, e a “Oficina de Gameficação: Ciência, Saúde e Meio Ambiente”, com Isa Neves, do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos, da Universidade Federal da Bahia (IHAC/UFBA). No último e terceiro dia, a programação foi encerrada com a palestra da Sessão Científica: “Emergência climática, insegurança hídrica e as medidas adaptativas de saneamento ecológico”, ministrada pelo professor Alexandre Pessoa, da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz).
Além dos diálogos e oficinas, os estudantes e professores dos Colégio Dinah Gonçalves, Colégio Dois de Julho, Colégio Estadual Cosme de Farias, Colégio Alfredo Agostinho de Deus, Colégio Estadual da Bahia (Central), Associação Emília Machado, Colégio Bom Pastor e Centro Estadual de Educação Profissional Anísio Teixeira puderam visitar os laboratórios da Fiocruz e passar pelos estandes com divulgação das pesquisas realizadas na instituição, e, pela primeira vez, o evento contou com um estande da Embasa.
Fernanda Pereira de Brito, professora orientadora do Clube de Ciências Orbitz, no Colégio Central, avaliou que a experiência de participar de um evento na Fiocruz é muito enriquecedora. “Os estudantes conseguem conhecer outros aspectos da ciência, um novo espaço e visitar laboratórios. A palestra também foi muito importante, porque faz refletir sobre o uso das redes sociais, acho que eventos como esse são muito importantes para o crescimento do aluno”, pontuou.
Guilherme Dias Fraga, estudante do Colégio Central, compartilhou que foi ótimo desfrutar de novas experiências, conhecer laboratórios, e disse que descobrir sobre as fases da pesquisa e o exame PCR (Proteína C Reativa) foi sua parte favorita: “Gostei porque é onde descobrem se o teste da Covid é positivo ou não. Foi maravilhoso porque a sociedade e os adolescentes não têm muito acesso a isso, até pela falta de recursos de escolas. A visita à Fiocruz foi incrível, voltaria aqui mil vezes”.
O professor de Química e Física do Colégio Alfredo Agostinho de Deus, em Lauro de Freitas, Felipe Rodrigues, destacou que atividades como as da Semana são importantes por oportunizar a aproximação com a ciência na prática. “A ciência é muito teórica, no quadro, no colégio, ela é distante deles. Eles enxergarem que isso realmente é feito por pessoas em laboratórios, e não apenas escrito em um livro, faz toda a diferença, e pode até inspirar e para que sigam carreira na ciência ou não. Então esse tipo de atividade é extremamente fundamental para educação”.
Já Ágata Araújo, estudante do Colégio Estadual Cosme de Farias, observou os aprendizados através de uma mini estação de tratamento de água, mostrando as fases para que a água chegue até as torneiras da população. “Achei bem explicativo para pessoas que não sabem todo o processo da água para chegar em nossas casas. Assuntos como esses podem cair no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), e são ensinamentos que a pessoa pode levar pra vida, inclusive a ponto de um dia ser o seu emprego. Eu gostei muito do evento e voltaria aqui, porque eu acho fundamental esse tipo de atividade”.
Rubens dos Santos Melo, da Associação Emília Machado, comentou que foi a primeira vez que visitou uma instituição de saúde federal. “Pude conhecer um pouco mais sobre a Fiocruz, que eu só ouvia falar e não conhecia de fato, comecei a ouvir falar durante o período da pandemia. Fiquei realizado em visitar conhecer os espaços aqui, então foi uma experiência muito boa pra mim”, concluiu.
Atividades nas escolas de Salvador
A SNCT 2024 da Fiocruz Bahia também contou com uma programação especial que aconteceu nas escolas da rede pública estadual. Os estudantes participaram de oficinas, seminários, exposições científicas e rodas de conversa com temas como saúde mental, biomas da Bahia, PANCs e segurança alimentar, além de temas relacionados aos benefícios do plantio e os impactos do desmatamento.
A ação integra a Rede de Divulgação Científica, uma iniciativa da Fiocruz Bahia responsável pela promoção de atividades de divulgação científica voltadas para a rede estadual de ensino da Bahia. Com a adesão atual de quinze colégios, a rede atua na popularização da ciência e de tecnologias relevantes à saúde, assim como na aproximação de jovens estudantes e professores ao conhecimento científico produzido na instituição.
Atividades no recôncavo da Bahia
Parte da programação da SNCT 2024 está sendo realizada no município de Cachoeira, durante a Flica, entre os dias 17 e 19 de outubro. O estande, localizado na Casa do Governo, conta com óculos de realidade virtual, abordando os temas biologia, medicina e corpo humano, jogos e atividades de divulgação científica. A atividade é realizada em parceria com a Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (OBSMA) e a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado da Bahia (SECTI).
A 5ª edição do Prêmio Gonçalo Moniz de Pós-Graduação – Jornada Científica está com as inscrições abertas até dia 30 de outubro. Clique aqui para consultar o edital. As apresentações dos trabalhos serão realizadas de 11 a 13 de dezembro, na Fiocruz Bahia. Este ano, o evento conta com a homenagem ao médico Aluízio Prata, diretor da Fiocruz Bahia de 1963 a 1969 e pesquisador em esquistossomose, doença de Chagas e leishmaniose.
Podem concorrer ao prêmio estudantes matriculados ou egressos dos programas de pós-graduação da Fiocruz Bahia. Alunos selecionados para apresentação oral em outras edições não poderão concorrer novamente na mesma categoria. Estudantes de pós-graduação não-elegíveis, de Iniciação Científica, Provoc ou Profortec da Fiocruz Bahia podem se inscrever como ouvintes para participar do evento (será emitido certificado de participação com carga horária de 20 horas).
O objetivo é promover e encorajar os estudantes dos programas de pós-graduação em Patologia Humana e Experimental (PGPAT) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) em ampla associação com a Fiocruz Bahia; em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PGBSMI); e do Mestrado Profissional em Pesquisa Clínica e Translacional (PGPCT), da Fiocruz Bahia, a apresentarem seus trabalhos e premiar seus talentos, além de incentivar ações em divulgação científica.
A premiação também visa reunir e integrar a comunidade científica da instituição, envolvendo apresentações dos estudantes para divulgar e discutir, de forma abrangente, os estudos desenvolvidos no instituto, possibilitando interação e colaboração entre os diferentes grupos de pesquisa.
O Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC) e o Núcleo Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz Bahia divulgam o resultado da Etapa 1 (eliminatória): análise do histórico escolar, currículo lattes e carta de intenção, do Edital para Seleção de Bolsistas de Iniciação Científica – Ações Afirmativas 2024/2025.
De acordo com edital, os critérios utilizados para esta seleção foram: desempenho acadêmico, participação em atividades que indicam interesses científicos ou acadêmicos, comunicação escrita (avaliadas em barema específico) e compatibilidade entre as expectativas identificadas e o perfil das vagas disponíveis.
A Secretaria Acadêmica do Programa de Pós-Graduação em Patologia Humana e Experimental (PGPAT) divulga que houve necessidade de ajustes no editais de seleção 2025, conforme abaixo:
Edital de doutorado: Alteração na Tabela de Vagas Doutorado. Editais de mestrado e doutorado: Alteração na data da Prova da Etapa 2 (Eliminatória e Classificatória) – Avaliação de interpretação de artigos científicos em língua inglesa.
A Fiocruz, por meio da coordenação nacional da Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (Obsma), disponibilizou (4/10) a lista geral dos 37 trabalhos selecionados como destaques regionais na 12ª edição do certame. Ao todo, a Olimpíada da Fiocruz teve 1012 trabalhos validados, sendo 57 da Regional Centro-Oeste; 106 da Regional Minas-Sul; 254 da Regional Nordeste I; 206 da Regional Nordeste II; 59 da Regional Norte; e 330 da Regional Sudeste.
Da Regional Nordeste II foram destaque cinco escolas da Bahia e uma de Sergipe. Na categoria Produção Audiovisual se destacaram a Escola Edimonica, de Utinga (BA), e o Colégio Estadual Antônio Gonçalves, de Ribeirão do Largo (BA). Em Produção de Texto, o destaque foi para a Escola Municipal Edwaldo Brandão Correia, de Cachoeira (BA) e o Colégio Estadual João Francisco da Silva, do Sítio do Quinto (BA). Em Projeto de Ciências, de destacaram a Escola Estadual Professora Maria Berenice Barreto Alves, de Capela (SE) e o Centro Estadual de Educação Profissional da Floresta do Cacau e do Chocolate, de Milton Santos Arataca (BA).
Os vencedores da etapa regional concorrem na premiação nacional, em novembro próximo, quando um professor e um aluno representantes de cada trabalho premiado participarão da cerimônia de premiação no Rio de Janeiro. A premiação no Rio de Janeiro contará com uma programação de visitas técnicas culturais e pedagógicas, organizadas pela Fiocruz e parceiros. A lista com os nomes dos trabalhos, autores e escolas selecionados está disponível no site da Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente.
Cada Regional avaliou trabalhos nas modalidades Produção Textual, Produção Audiovisual e Projeto de Ciências, nas categorias ensino fundamental e ensino médio. A avaliação regional contou com mais de 50 jurados de Norte a Sul, de Leste a Oeste, com trabalhos selecionados das mais diferentes localidades do país. A diversidade de projetos este ano chamou atenção da Coordenação Nacional da Obsma. Foram 37 trabalhos sobre os mais variados temas relacionados à Saúde e Meio Ambiente, de escolas tanto das capitais quanto de municípios do interior dos estados. Em uma das categorias da Regional Norte, houve empate na seleção do trabalho ganhador.
Entre os assuntos abordados, estão reciclagem, biopirataria, biomas, recursos hídricos, violência sexual, energia eólica, racismo ambiental, horta medicinal, prevenção à dengue, pandemia de Covid-19, entre muitos outros. Estão no páreo cidades como Palmas (TO), Cacoal (RO), Rondonópolis (MT), Caucaia (CE), Cuité (PB). Sobral (CE), Abreu e Lima (PE), Capela (SE), Marituba (PA), Manacapuru (AM), Cachoeira (BA), Baldim (MG), São Leopoldo (RS), Paraíba do Sul (RJ) e Botocatu (SP), além das capitais Manaus, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Goiânia e Brasília.
Diversidade
“Este ano, a diversidade de projetos da 12ª edição da Obsma foi um demonstrativo da capilaridade que a iniciativa vem obtendo junto às escolas da Educação Básica de todo o país, a partir das atividades de divulgação e popularização da Ciência, desenvolvidas pelas coordenações regionais, com o apoio da Coordenação Nacional, por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)”, afirma a coordenadora de Divulgação Científica da Fiocruz, Cristina Araripe. São trabalhos desenvolvidos por professores e alunos de escolas de pelo menos 35 cidades diferentes. “Tivemos uma participação significativa de escolas das capitais e também do interior dos estados, mostrando que a Obsma é acima de tudo um projeto que prioriza a inclusão e a diversidade”, salientou.
O alcance regional da Obsma é resultado do trabalho pela Fiocruz em todo o território nacional e da mobilização realizada pelas coordenações regionais, seja por meio de oficinas pedagógicas de saúde e meio ambiente nas escolas, mostras itinerantes de promoção da saúde e educação ambiental, atividades Alunos em Ação, visitas técnicas a escolas e participação em eventos nacionais, como a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia e a Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
A Coordenação da Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional (PGPCT) torna pública a errata com as alterações da COMISSÃO AVALIADORA e do item 10. CRONOGRAMA DO PROCESSO SELETIVO, referente à Chamada Pública para seleção de discentes do Mestrado Profissional 2025. As inscrições podem ser feitas até o dia 04 de novembro.