Fiocruz Bahia lamenta o falecimento do servidor Adilson da Hora Sampaio

A Fiocruz Bahia lamenta profundamente o falecimento do servidor Adilson da Hora Sampaio, ocorrido na segunda-feira, (21/07). O sepultamento será realizado nesta quarta-feira (23/07), no Cemitério Jardim da Saudade, às 15h. O velório terá início às 12h, na capela C. 

Adilson Sampaio era Analista de Gestão em Saúde da Fiocruz Bahia e atuava à frente da Gestão de Compras. O servidor também integrava o Núcleo Pró-Equidade de Gênero e Raça e a banca de heteroidentificação da unidade. Durante a sua trajetória, foi coordenador financeiro regional da Associação dos Servidores da Fundação Oswaldo Cruz (Asfoc), de 2009 a 2011, e de atividades associativas de 2012 a 2014, além de coordenador geral da no triênio 2015-2017. 

O diretor da Fiocruz Bahia, Valdeyer Reis, lamentou, em nome de toda a comunidade da unidade, a perda precoce do servidor. “Adilson Sampaio sempre foi uma pessoa muito querida por todos, um profissional exemplar e uma liderança natural nas várias dimensões da sua vida.  Atencioso, íntegro, competente e sempre disposto a ajudar, deixou sua forte marca pelo comprometimento com o trabalho e pelo respeito com todos ao redor. Essa perda tão precoce nos toca profundamente. A nossa solidariedade à família, amigos e colegas, desejando força e serenidade para enfrentar esse momento difícil”, afirmou. 

O presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Mário Moreira, diretores de outras unidades, coordenadores de diversas áreas da Fiocruz e colegas que o conheciam também manifestaram solidariedade aos familiares e colegas da Fiocruz.

Nas redes sociais, instituições como a Asfoc e a Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia — de onde Sampaio era egresso do Mestrado e Doutorado Profissional em Administração do NPGA/EAUFBA, publicaram nota de pesar. 

Doutor em Administração pelo NPGA da Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia (UFBA), realizou estágio de Pesquisa Doutoral no Instituto Mundial para Pesquisa sobre Desenvolvimento Econômico da Universidade das Nações Unidas (UNU-WIDER), no programa de PhD online “Visiting Fellowship”. Era também mestre em Administração pelo mesmo programa da UFBA.

Em 2022, foi agraciado com o “Prêmio 19 de Março”, no 18º Congresso Brasileiro de Pregoeiros, na categoria “Melhor Artigo sobre Pregão Publicado no Ano de 2022”. Em 2023, foi homenageado na edição do Trajetórias Negras na Fiocruz, que reúne trabalhadoras e trabalhadores negros da instituição para compartilharem suas vivências profissionais e pessoais, e refletirem sobre o racismo estrutural e as desigualdades raciais enfrentadas no cotidiano.

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Pesquisa aponta caminhos para enfrentamento à doença de Chagas no Brasil

Estudo analisa os avanços, desafios e estratégias adotadas para o enfrentamento da doença de Chagas crônica no Brasil e ressalta a importância da notificação compulsória para aprimorar as respostas de saúde pública. A pesquisa apresenta uma análise abrangente da situação atual da enfermidade no país, uma infecção negligenciada que ainda afeta milhões de brasileiros. Coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Fred Luciano Santos, o trabalho foi publicado no periódico Memórias do Instituto Oswaldo Cruz.

O artigo revisita a trajetória da doença de Chagas, sua forma de transmissão, os estágios da infecção, os impactos na saúde dos indivíduos infectados, além das medidas institucionais implementadas ao longo do tempo para seu controle e eliminação. Contextualiza a relevância da notificação compulsória da forma crônica da doença, instituída nacionalmente em 2020, e do sistema eletrônico “e-SUS Notifica”, lançado em 2023, como ferramentas fundamentais para mapear a carga da doença, orientar o planejamento de políticas públicas e direcionar recursos de forma mais eficaz.

A pesquisa faz uma ampla revisão de dados epidemiológicos, regulatórios e institucionais, com destaque para o histórico das políticas públicas de controle da doença no Brasil, a análise do impacto da notificação obrigatória, e o acompanhamento da implementação de estratégias como o uso de testes rápidos, programas regionais de rastreio e experiências de outros países latino-americanos com elevada carga da doença.

Os autores enfatizam a importância do novo modelo de vigilância para a identificação precoce dos casos, a orientação da alocação de recursos e a promoção de cuidados contínuos. Além disso, mostram que apesar dos avanços com a notificação eletrônica e a incorporação de testes rápidos mais sensíveis, como o TR-Chagas Bio-Manguinhos, persistem desafios como a baixa disponibilidade de benznidazol, principal medicamento antiparasitário, e as dificuldades para identificar portadores assintomáticos.

Também são relatadas ações positivas como a pactuação nacional pela eliminação da transmissão vertical e o envolvimento da sociedade civil são passos importantes na ampliação da resposta à doença de Chagas. Os pesquisadores reforçam que eliminar a doença de Chagas como problema de saúde pública até 2030 exige uma resposta articulada, com fortalecimento da atenção primária, envolvimento comunitário, garantia de acesso aos medicamentos e uso eficiente de ferramentas de vigilância e diagnóstico.

Por fim, o estudo recomenda a formulação de estratégias específicas baseada em dados regionais e populacionais, a integração dos infectados ao sistema de saúde, e promoção da cooperação internacional para otimizar os resultados e superar os obstáculos existentes.

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Estudo desenvolveu e testou estratégia para promover vacinação contra HPV em pessoas vivendo com HIV/AIDS

Um estudo desenvolveu e testou uma intervenção inovadora baseada na web e direcionada a pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHA), o e-HPV. Essa estratégia tem como objetivo promover a vacinação contra HPV em PVHA. A pesquisa foi publicada no periódico Plos One como parte da tese de doutoramento de Kaliane Brito, orientada pelo pesquisador da Fiocruz Bahia Edson Duarte Moreira Jr.

O papilomavírus humano (HPV) é um vírus que causa uma infecção sexualmente transmissível associada a praticamente todos os casos de verrugas anogenitais e de câncer de colo do útero. Além disso, o HPV é a causa de mais de 90% dos casos de câncer de ânus, e metade dos casos de câncer de vulva, vagina e orofaringe. O HPV afeta desproporcionalmente PVHA, aumentando a suscetibilidade à infecção bem como diminuindo o tempo de progressão dos cânceres a ele associados.

Apesar de segura, eficaz, e recomendada para esse grupo, a cobertura da vacina contra o HPV é baixa nessa população. Há uma escassez de estudos sobre intervenções para promover o uso da vacina contra o HPV nesse grupo.

Participaram do estudo mais de 650 pessoas com HIV, entre 18 e 45 anos, que nunca tinham tomado a vacina. Elas foram divididas em dois grupos: um grupo acessou a página e-HPV; e outro que acessou um site tradicional com informações do Ministério da Saúde. Depois de navegar pelos sites, os participantes responderam perguntas sobre sua vontade de se vacinar e, dois meses depois, informaram se haviam tomado a vacina.

Os resultados do ensaio randomizado e controlado indicam que o e-HPV é uma estratégia eficaz para promover a disposição de se vacinar contra o HPV e aumentar a adesão à vacinação contra o HPV. A intenção de se vacinar foi aproximadamente duas vezes maior entre os participantes que utilizam e-HPV. Além disso, o início da vacinação contra o HPV também foi significativamente mais comum entre os participantes do grupo e-HPV: o dobro em relação aos participantes do grupo controle, que não utilizaram o e-HPV. O estudo também capturou que a percepção de risco (vulnerabilidade percebida) é um importante preditor na intenção de se vacinar.

Os pesquisadores destacam a inovação trazida pelo e-HPV em dois pontos: o conteúdo e a forma de apresentação. A mensagem foi direcionada a uma população específica, com informações relevantes para esse grupo. Além disso, o layout foi adaptado para dispositivos móveis, com apresentação gráfica e texto sucinto, tornando a mensagem mais atrativa e interessante para a população em geral. A estratégia de divulgação utilizando massivamente mídias sociais também foi um diferencial da pesquisa, que contou com alta taxa de participação.

O e-HPV mostrou-se uma ferramenta promissora, com baixo custo e alto poder de disseminação, podendo ser utilizada como uma alternativa na estratégia de promover informações sobre a vacinação.

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Encerra em julho o Eixo 2 do Programa de Desenvolvimento de Lideranças Acadêmicas

Encerra em julho o Eixo 2 do Programa de Desenvolvimento de Lideranças Acadêmicas, que abordou a formação de novos pesquisadores. O Eixo 1, coordenado pela professora Hilda Gomes, da Coordenação de Equidade, Diversidade, Inclusão e Políticas Afirmativas (CEDIPA/Fiocruz) abordou a promoção da equidade, inclusão e diversidade como estratégias para a transformação social. O Eixo 2, coordenado pela professora do Instituto de Psicologia da UFBA, Sônia Gondim, voltado à formação de novos pesquisadores, foi composto de 3 módulos que abordaram aspectos relevantes na pós-graduação, como a relação de orientação de estudantes, a saúde mental dos estudantes e os riscos psicossociais envolvidos no trabalho do docente/pesquisador. Durante os módulos, foram elaborados produtos como sugestões de intervenções, a elaboração de um questionário para mapeamento do perfil psicossocial dos estudantes ingressantes na pós-graduação e, nesse último módulo foi elaborada uma síntese dos principais aspectos que impactam o bem estar dos pesquisadores e docentes, com sugestões de ação a serem apresentadas à diretoria do IGM.

O Eixo 3 da formação abordará a liderança grupos de pesquisa, focando em estratégias para a comunicação e coordenação dos grupos. Esse eixo está sendo planejado para atender interesses dos pesquisadores e docentes, como líderes de equipes de pesquisa; interesses dos estudantes, enquanto pesquisadores em formação; e também para promover um diálogo entre os estudantes da pós-graduação e os docentes/pesquisadores. As inscrições estão abertas até o dia 18/07 através do link.

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Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia vinculados à Fiocruz Bahia são aprovados em chamada do CNPq

Propostas do Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) vinculados à Fiocruz Bahia foram aprovadas em chamada do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O resultado foi divulgado no site do CNPq no dia 30 de junho. Dos aprovados, três são sediados na Fiocruz Bahia, e três têm pesquisadoras da unidade na vice-coordenação. O programa foi criado em 2008, chega à sua quinta chamada pública, com um investimento de aproximadamente R$ 1,45 bilhão.

O objetivo da ação é fortalecer o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação por meio da consolidação e expansão dos INCTs, reunindo grupos de pesquisa de excelência para atuar de forma cooperativa, interdisciplinar e inovadora em áreas estratégicas e de impacto social e econômico.

Os institutos são formados a partir de uma instituição sede, caracterizada pela excelência de sua produção científica e/ou tecnológica, alta qualificação na formação de recursos humanos e com capacidade de alavancar recursos de outras fontes. Além de um conjunto de laboratórios ou grupos associados de outras instituições, articulados na forma de redes científico-tecnológicas que devem incluir pesquisadores de grupos em novos campi universitários, e/ou em instituições em regiões mais vulnerabilizadas.

Confira os INCTs sediados na Fiocruz Bahia:

Doenças Tropicais (INCT-DT)

O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Doenças Tropicais (INCT-DT) é coordenado por Edgar Marcelino de Carvalho Filho, e foi criado em 2007, por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Fiocruz-CPqRR-Minas Gerais. 

Tem como linhas de pesquisa as imunopatogêneses da leishmaniose tegumentar, leishmaniose visceral, doença de Chagas e da infecção pelo HTLV-1, leishmaniose tegumentar e visceral canina, novas formas de tratamento das leishmanioses e controle da transmissão das leishmanioses.

O INCT-DT conta com um grupo de 21 investigadores sêniores, todos reconhecidos pelo CNPq, pertencentes a sete universidades: UFBA, UFRN, UFRB, UFMG, UFOP, UFRJ, USP; três institutos de pesquisas: Fiocruz-Bahia, IIEPAE-SP, Fiocruz Paraná; e situados em cinco estados: Bahia, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo; com a participação de jovens pesquisadores, alunos de pós-graduação, graduação e iniciação científica.

Outros sete pesquisadores da Fiocruz Bahia fazem parte do INCT: Lucas Carvalho, Thiago Marconi, Camila Indiani, Patrícia Veras, Deborah Bittencourt, Juliana Fullam e Diogo Moreira.

Edgar Carvalho explicou quea aprovação do instituto permitirá a ampliação e modernização de equipamentos que contribuirão para o avanço da ciência. “O INCT-DT, como os outros, são virtuais e os trabalhos são desenvolvidos com uma forte colaboração entre investigadores de diferentes estados brasileiros e a aprovação da proposta permitirá que as colaborações fiquem mais amplas e mais produtivas”, pontuou.

Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Saúde Digital (INCT- DigiSaúde)

O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Saúde Digital (INCT DigiSaúde) será liderado por Manoel Barral Netto (coordenador) e Mauricio Lima Barreto (vice-coordenador), ambos pesquisadores sêniores da Fiocruz Bahia, e tem como principais desafios fortalecer a saúde pública no Brasil, com o desenvolvimento e aplicação de abordagens multidisciplinares e tecnologias inovadoras em saúde digital.

O projeto inclui estratégias para enfrentar diarreia infantil e arboviroses a partir de ferramentas de detecção antecipadas de surtos, sistemas inteligentes para prever a distribuição de enfermidades e educomunicação com recursos digitais. Também inclui análises sobre fatores climáticos, migração, impacto de políticas sociais e de imunização, além de investigações sobre anemia falciforme.

A pesquisa será conduzida em quatro eixos: Mudanças Climáticas, Investigações Genômicas e Imunológicas em áreas críticas identificadas, Modelagem Matemática e Computacional e Divulgação Científica. Esses eixos serão trabalhados de forma transversal, com objetivo de realizar análises complexas para tomadas de decisão e de tradução e disseminação de conhecimentos científicos. A proposta pretende realizar um diálogo permanente com movimentos sociais, formadores de opinião e tomadores de decisão, para produzir evidências científicas que possam subsidiar políticas públicas para a equidade e melhoria da qualidade de vida das populações mais vulnerabilizadas.

Além disso, o projeto visa se posicionar como catalisador de inovações no Sistema Único de Saúde (SUS) para responder aos desafios de saúde do país nos próximos anos, com alinhamento ao panorama científico global e fortalecendo a capacidade nacional de resposta em saúde pública.

A iniciativa é composta por 44 pesquisadores de instituições nacionais e internacionais. Além dos coordenadores, oito pesquisadores da Fiocruz Bahia fazem parte da iniciativa:  Viviane Boaventura, Pablo Ramos, Aldina Barral, Marilda Gonçalves, Ricardo Khouri, Bethania Almeida e Leonardo Farias.

De acordo com Manoel Barral, a partir da conexão de informações de diversas fontes e origens, será criada uma base sólida de conhecimento em temas que impactam a saúde no presente e com potencial agravamento nos próximos anos, como doenças diarreicas, arboviroses, doença falcêmica, efetividade vacinal, migrações e mudanças climáticas, fatores socioeconômicos e ambientais, emergências epidemiológicas.

“Esses temas constituem um cenário complexo da saúde pública, formando relações de causa e efeito que afetam populações de formas diversas e desiguais e não podem ser entendidos isoladamente. Utilizaremos abordagens integradas, multidisciplinares e uso de dados multimodais para compreender, prever, comunicar e mitigar esses desafios”, afirmou Barral.

A criação do DigiSaúde representa um passo estratégico para incorporar inovações no SUS, utilizando as valiosas fontes de dados do Brasil e fortalecendo a capacidade nacional de responder aos desafios de saúde.

Instituto Nacional de Patologia Molecular e Computacional

Coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Mitermayer Reis, o Instituto Nacional de Patologia Molecular e Computacional tem como objetivo desenvolver ferramentas tecnológicas baseadas em Inteligência Artificial e Aprendizagem de Máquina para apoiar patologistas e pesquisadores no avanço do diagnóstico, monitoramento e tratamento do câncer e de outras doenças, com foco em medicina personalizada e inovação terapêutica.

De acordo com Mitermayer, o projeto propõe a integração de métodos clássicos com tecnologias avançadas, como genômica e transcriptômica, inteligência artificial e aprendizagem de máquina, visando acelerar a resolução de desafios relacionados à patologia.

O projeto será sustentado pela formação de redes interinstitucionais nacionais e internacionais, envolvendo grupos de pesquisa especializados em patologia e empregando abordagens inter e transdisciplinares. Essas redes serão fundamentais para a identificação de marcadores genéticos e epigenéticos, os quais auxiliarão na tomada de decisões clínicas relacionadas ao diagnóstico, tratamento e monitoramento da resposta terapêutica das doenças estudadas.

“Esperamos identificar novos marcadores moleculares e alvos terapêuticos com potencial de patenteamento, relevantes para a indústria farmacêutica no desenvolvimento de medicamentos. Planejamos a criação de biorrepositórios contendo amostras clínicas rigorosamente caracterizadas, processadas, armazenadas e rastreáveis”, relatou Mitermayer.

A INCT é composta por três pesquisadores brasileiros e seis estrangeiros; três estudantes de graduação e 10 de pós-graduação; cinco membros do Comitê Gestor; oito pesquisadores colaboradores; um coordenador e um vice-coordenador; e, um líder de Laboratório Associado. Oito instituições fazem parte do projeto: Fiocruz, UFBA, University of Sheffield (Reino Unido), University of Southampton (Reino Unido), Leiden University (Holanda), Kanazawa University (Japão) e Université D’Abomey-Calavi (Benin), e Pontifícia Universidade Católica (PUC-Chile).

INCTs com pesquisadoras da Fiocruz Bahia na vice-coordenação:

Instituto de Investigação em Imunologia (iii-INCT)

O Instituto de Investigação em Imunologia (iii-INCT) atua desde 2001. Atualmente é coordenado pelo pesquisador Jorge Kalil, e está sediado no Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). Conta com 30 pesquisadores de 20 centros de pesquisa localizados em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Goiás e Distrito Federal. Além da vice-coordenadora Aldina Barral, três pesquisadores da Fiocruz Bahia fazem parte do iii-INCT: Manoel Barral-Neto, Natália Machado Tavares e Viviane Boaventura.

Os projetos desenvolvidos atualmente estão divididos em seis áreas temáticas: alergia, autoimunidade, doenças infecciosas, imunodeficiências, transplantes e câncer. Cada uma reúne especialistas que trabalham de forma integrada, dinâmica e eficiente, compartilhando conhecimentos e ações.

Instituto de Multiômica Aplicada à Saúde de Precisão (IMASP)

O INCT – Instituto de Multiômica Aplicada à Saúde de Precisão (IMASP) é coordenado pelo pesquisador Roberto Giugliani, da UFRGS, e tem a pesquisadora Milena Soares como vice-coordenadora. Tem quatro linhas principais de investigação: farmacogenômica, doenças neurodegenerativas, terapias avançadas e genética médica populacional. Participam do IMASP 10 laboratórios de oito estados das regiões Norte, Nordeste, Sul e Sudeste do Brasil.

Instituto de Investigação em Doenças infecciosas e crônicas nas mucosas e pele (INCT Mucosas e Pele)

O “Instituto de Investigação em Doenças infecciosas e crônicas nas mucosas e pele” estuda diferentes aspectos da imunologia das mucosas e da pele, com ênfase nos mecanismos imunológicos nessas superfícies corporais, na fisiologia desses locais de interação, bem como em doenças inflamatórias, infecciosas e tumorais que se originam nessas áreas. Além disso, o instituto investigará o impacto desses processos em outros órgãos e explorará alternativas diagnósticas e terapêuticas para essas doenças.

Coordenado pela pesquisadora da UFMG, Ana Maria Caetano Faria, tem a pesquisadora da Fiocruz Bahia, Claudia Ida Brodskyn como vice coordenadora. O INCT envolve 16 instituições do Brasil e 36 pesquisadores da área.

Os objetivos principais do instituto estão integrados em diversas linhas de pesquisa, interligados por iniciativas transversais como o estudo das interações com a microbiota local (mucosas e pele); plataformas diagnósticas e terapêuticas, incluindo: nanotecnologia, probióticos, moléculas bioativas isoladas de venenos, agentes imunobiológicos, leite materno, e o desenvolvimento de outras ferramentas de intervenção voltadas a essas vias.

Claudia Brodskyn relatou que os projetos visam investigar os mecanismos imunológicos ativados em mucosas e pele para manter a regulação imunológica local e sistêmica; auxiliar na defesa contra patógenos e tumores; compreender os processos envolvidos na interação entre mucosas, pele, fígado e cérebro. “Os desafios são muitos, mas entre eles estão: implantar novas tecnologias, cumprimento das metas e objetivos em diferentes partes do Brasil”, ressaltou.

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Pesquisa comparou desempenho diagnóstico de 17 testes sorológicos para doença de Chagas

Um estudo multicêntrico avaliou o desempenho diagnóstico de 17 ensaios sorológicos para a detecção de anticorpos do Trypanosoma cruzi, protozoário causador da doença de Chagas. O trabalho foi coordenado pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Fred Luciano dos Santos, e publicado no periódico Memórias do Instituto Oswaldo Cruz.

A doença de Chagas permanece um desafio significativo para a saúde pública, frequentemente subdiagnosticada em regiões endêmicas e afetando milhões de pessoas globalmente. O diagnóstico preciso é fundamental; contudo o desempenho dos métodos diagnósticos existentes varia amplamente em sensibilidade e especificidade. A sensibilidade refere-se à capacidade de um teste identificar corretamente os casos positivos, enquanto a especificidade indica a capacidade de identificar corretamente os casos negativos.

Utilizando o mesmo painel de amostras de um estudo anterior do grupo, que empreg testes rápidos (RDTs), foram analisados 17 testes sorológicos quanto à sensibilidade, especificidade e acurácia. A pesquisa incluiu ensaios imunoenzimáticos comerciais (EIA), ensaios de hemaglutinação indireta (IHA), ensaios de imunofluorescência indireta (IIF), testes de diagnóstico rápido (RDT) e um imunoensaio quimiluminescente de micropartículas (CMIA).

Os resultados revelaram uma ampla variabilidade no desempenho diagnostico entre os testes avaliados. Alguns EIAs e o CMIA demonstraram 100% de sensibilidade, enquanto IHAs e IIFs apresentaram menor especificidade, particularmente em ensaios que empregavam antígenos brutos. A combinação de plataformas distintas aprimorou a sensibilidade, atingindo mais de 99% em alguns casos, embora com impacto variável na especificidade. O estudo também avaliou diferentes pares de testes, evidenciando que a seleção criteriosa de combinações pode otimizar o diagnóstico. A reatividade cruzada com outras doenças parasitárias representou um desafio à especificidade, especialmente em ensaios que utilizavam antígenos brutos.

Os pesquisadores enfatizam a importância de selecionar cuidadosamente os testes sorológicos, considerando as características específicas de cada plataforma e o contexto epidemiológico. Além disso, alertam que, embora a realização de dois testes em paralelo possa aumentar a sensibilidade, essa abordagem pode comprometer a especificidade caso os testes não sejam criteriosamente selecionados. As evidências geradas pelo estudo, portanto, podem ser usadas como base para a formulação de políticas públicas mais eficazes e para o aprimoramento das estratégias diagnósticas da doença de Chagas.

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Fiocruz Bahia e HUPES lançam programa de treinamento em autópsias minimamente invasivas

Uma parceria entre a Fiocruz Bahia e o Hospital Universitário Professor Edgard Santos (HUPES), conhecido como Hospital das Clínicas, está promovendo a implantação de um Programa de Treinamento em Autópsias Minimamente Invasivas Guiadas por Ultrassonografia (AMIGUS). A iniciativa é voltada para professores, residentes e técnicos do serviço de Patologia do hospital.

No dia 16 de junho, foi realizada a primeira autópsia minimamente invasiva no HUPES, como parte do treinamento, conduzido pelo pesquisador do Laboratório de Patologia Estrutural e Molecular (LAPEM), da Fiocruz Bahia, Geraldo Gileno —  o primeiro a realizar o procedimento no estado. 

O programa implementado está conectado a um projeto, elaborado pelo pesquisador, tem como um dos seus objetivos capacitar profissionais, além de modernizar o processo de investigação post mortem, utilizando técnicas menos invasivas, mais rápidas e com maior aceitação por parte dos familiares. A ação integra equipes multiprofissionais — como patologistas, radiologistas, técnicos e clínicos — e visa contribuir para o ensino, assistência e, futuramente, a vigilância em saúde.

Segundo o diretor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (FMB/UFBA), Antonio Alberto Lopes, graças ao Programa, as atividades de sessões e treinamento de estudantes e médicos residentes ganharam um novo fôlego, permitindo expandir a base de casos disponíveis para discussão, tanto para revisão sistemática nas sessões de óbitos, quanto para a seleção de casos relevantes nas sessões anátomo-clínicas. “É uma retomada que alia tradição e inovação, reafirmando o papel da Faculdade de Medicina da Bahia e do HUPES como centros de excelência no ensino médico. O retorno pleno dessas atividades formativas não apenas honra a história da instituição, mas projeta sua missão de formar profissionais mais críticos, humanos e tecnicamente qualificados”, afirmou. 

Para o coordenador do projeto, Geraldo Gileno, a AMIGUS surge como uma alternativa promissora uma vez que que as amostras obtidas podem ser submetidas a diversas análises, incluindo histológicas, microbiológicas, moleculares e ultraestruturais. “Por demandar uma infraestrutura mais simples, ser culturalmente mais aceitável, representar menor risco para as equipes médicas e manter alto valor diagnóstico, a AMIGUS apresenta-se como uma ferramenta útil em investigações de surtos epidêmicos, pesquisa científica, controle de qualidade médico-hospitalar e geração de dados sobre morbimortalidade em serviços de verificação de óbito, podendo apoiar a formulação de políticas públicas e a educação médica”, ressaltou. 

Para a médica infectologista e professora da UFBA, Áurea Paste, a AMIGUS é extremamente importante e necessária em todo hospital de grande ou até mesmo de pequeno porte porque ajuda a esclarecer as causas de óbito. “Contar com esse serviço em um hospital universitário como o Hospital das Clínicas é de suma importância porque vai agregar conhecimento na formação dos estudantes, internos, residentes, além dos profissionais e professores. Vai trazer muitos benefícios para ampliar, otimizar e melhorar o conhecimento de todos”, relatou a Dra Áurea, responsável por indicar a primeira AMIGUS no HUPES.

O médico patologista e chefe do Serviço de Patologia do HUPES, Eduardo Studart, destacou as contribuições do projeto para o aprimoramento do ensino, já que a correlação entre os achados clínicos e anatomopatológicos é essencial para a formação de estudantes e residentes, representando uma valiosa contribuição para a qualificação dos médicos em formação na área de Patologia. “A implementação da autópsia minimamente invasiva (AMIGUS) no HUPES-UFBA permitirá expandir a base de casos disponíveis para discussão e revisão sistemática nas sessões de óbitos e anátomo-clínicas do hospital”, destacou.

Para Carolina Calixto, gerente de Atenção à Saúde do HUPES e responsável pela elaboração do fluxograma para a realização de AMIGUS no hospital, o esforço de toda a gestão foi fundamental para que o procedimento voltasse a ser realizado. “O objetivo das autópsias é obter mais informações sobre os processos patológicos e determinar os fatores contributivos para a morte. Foram várias mãos, equipe da Patologia em nome de Dr. Eduardo Studart, Drª Áurea, Dr. Geraldo, equipes da Radiologia e multi do Hupes e a parceria da Fiocruz”, disse.

Após experiências em São Paulo, o professor do Departamento de Patologia e Medicina Legal da UFBA, Dário Nunes Moreira Júnior, participou do primeiro treinamento e descreveu a atividade como uma importante oportunidade de difusão do conhecimento. “O professor Geraldo é muito paciente e didático. Nos conduziu muito bem a coleta das amostras dos diversos órgãos e nos deu oportunidade de participar de várias etapas, realizando com nossas mãos as biópsias. Creio que cada profissional que participar de necrópsias micro invasivas com ele sairá pronto e seguro para realizar as necrópsias futuras e ajudar a difundir esse conhecimento prático”, ponderou. 

Para a residente de Anatomia Patológica, do segundo ano do Serviço de Patologia do HUPES, Niara Almeida, o treinamento representa uma grande contribuição para as atividades do hospital. “Considerei muito importante participar desse treinamento, como um marco para o retorno das autópsias no Hospital das Clínicas com uma técnica inovadora, menos invasiva e de melhor aceitação pelos familiares de pacientes em diagnósticos post mortem. Acredito que o treinamento no setor da Patologia irá somar não somente no aprendizado dos residentes de Patologia, mas terá grande contribuição para o serviço”, disse.

Diferente da autópsia tradicional, que exige a abertura completa das cavidades do corpo, a AMIGUS emprega a ultrassonografia para guiar a realização da coleta de amostras por agulha em órgãos como coração, pulmões, fígado, rins, cérebro, entre outros. As amostras obtidas são analisadas histologicamente, permitindo esclarecer a causa da morte, confirmar ou revisar diagnósticos clínicos e contribuir para a formação médica e a pesquisa científica. Essa abordagem, já validada internacionalmente, apresenta alta taxa de concordância com a autópsia convencional (cerca de 83%) e representa um avanço técnico, ético e pedagógico para os hospitais universitários. 

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Pesquisadores e estudantes da Fiocruz Bahia participam do Congresso Internacional Brain, Behavior and Emotions 2025

Pesquisadores e estudantes do Grupo de Pesquisas em Biotecnologia e Terapia Celular, atuante no Laboratório de Patologia e Biologia Molecular da Fiocruz Bahia e no Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino, participaram do Congresso Internacional Brain, Behavior and Emotions 2025, realizado entre os dias 18 e 21 de junho, em Fortaleza (CE). 

O evento, uma referência no campo científico, reuniu mais de 6.400 participantes e é voltado para profissionais que buscam integrar os avanços mais recentes da pesquisa científica à prática clínica, promovendo atualização e excelência em suas áreas de atuação. Nesta edição, foram submetidos 1.334 trabalhos, dos quais 994 foram aprovados, incluindo 18 selecionados para apresentações orais e 136 pôsteres impressos.

O pesquisador da Fiocruz Bahia, Bruno Solano participou das mesas “Hot Topics em Neurociência Aplicada” e “Implementation Science: Uma Jornada pelos Transtornos de Humor”. Além disso, foram apresentados três resumos de pesquisas realizadas pelo grupo. 

O doutorando Erik Aranha Rossi, do Programa de Pós-Graduação em Patologia Humana (PGPAT), realizou a apresentação oral do trabalho “Restauração da funcionalidade de neurônios derivados de iPSCs de pacientes com transtorno do espectro autista via modulação do gene SCN2A por CRISPR”, na mesa “Biologia do Transtorno do Espectro Autista”. Pelo seu desempenho, Erik recebeu o Prêmio CCM de Incentivo à Pesquisa, que inclui passagem aérea, hospedagem e inscrição para o Brain 2026.

A doutoranda Barbara Porto Cipriano, do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI), apresentou o trabalho oral intitulado “Vesículas extracelulares derivadas de células-tronco mesenquimais do cordão umbilical humano no tratamento de lesões medulares em ratos”, na mesa redonda “Por onde anda a reabilitação neurológica”. Barbara recebeu o Prêmio Jovem Pesquisador, que inclui a inscrição para o congresso Brain 2026. 

O pós-doutor Erick Correia Loiola apresentou o pôster intitulado “Phenotypic alterations and reactive astrogliosis in iPSC-derived astrocytes from autism spectrum disorder patients”, trabalho do mestrando Júlio Cesar Queiroz Figueiredo (PGPAT). A apresentação de Erick foi reconhecida com Menção Honrosa e com o Prêmio Jovem Pesquisador, garantindo também a inscrição para o Brain 2026.

Bruno Solano, orientador dos estudantes premiados, falou sobre a importância de celebrar as conquistas dos alunos que estão em processo de desenvolvimento das suas trajetórias na pesquisa. “Celebrar conquistas como essas é reforçar a importância da pesquisa colaborativa, da dedicação dos nossos alunos e do apoio institucional. Esses prêmios mostram a força da ciência produzida na Bahia e o impacto direto que nosso esforço coletivo tem para o avanço do conhecimento em neurociências e saúde”, afirmou.

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Diretor eleito da Fiocruz Bahia, Valdeyer dos Reis toma posse em cerimônia

Foi realizada nesta terça-feira, 17/06, a Cerimônia de Transmissão de Cargo de Diretor da Fiocruz Bahia. O evento, realizado no auditório Sônia Andrade, marcou o encerramento do mandato de Marilda Gonçalves, primeira mulher diretora da unidade, e o início do mandato do novo diretor eleito, Valdeyer Galvão dos Reis, que irá dirigir a instituição no período de 2025 a 2029. 

A mesa institucional foi composta pelo diretor executivo da Fundação Oswaldo Cruz, Juliano Carvalho Lima, que representou o presidente Mário Moreira; pelo secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia, André Joazeiro; pela diretora-presidente da Bahiafarma, Ceuci Nunes, que representou o governador do Estado da Bahia, Jerônimo Rodrigues, pela secretária de saúde, Roberta Santana; e pela diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, que realizou a transmissão do cargo ao novo diretor. 

A cerimônia contou com a presença de autoridades, representantes de instituições parceiras, servidores, pesquisadores e demais membros da comunidade da Fiocruz Bahia. 

A cerimônia teve início com a fala do Secretário Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, André Joazeiro, que reforçou o desejo de continuar a parceria entre a secretaria e a Fiocruz Bahia. “Nós temos chance de fazer uma grande parceria entre o governo do estado, a Fiocruz e os pesquisadores que estão aqui. A Fiocruz é uma peça fundamental dessa engrenagem”, afirmou. 

Em seguida, o diretor executivo da Fiocruz, Juliano Carvalho Lima, representando o presidente Mário Moreira, falou sobre o prestígio da Fundação Oswaldo Cruz e da Fiocruz Bahia no âmbito da ciência no Brasil e no mundo e destacou a importância da escolha de um novo diretor através de um processo democrático. “Esse é um processo que precisa ser celebrado porque é um privilégio nós termos a prerrogativa de escolhermos os nossos diretores. Essa é uma etapa central do que somos hoje. A Fiocruz já passou por muitas turbulências, mas boa parte da nossa estabilidade institucional e da nossa coesão interna decorre dos nossos mecanismos democráticos de condução dessa instituição”, ressaltou. 

A diretora-presidente da Bahiafarma, Ceuci Nunes, falou sobre os desafios de fazer ciência em meio a tantos obstáculos. “A ciência precisa ser a força de resistência a esse mundo que estão tentando construir à nossa revelia. Fazer ciência hoje é resistência. Fazer ciência hoje é defender a democracia”, ponderou. 

Na sequência, a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves proferiu o seu discurso encerrando o seu mandato e desejando as boas vindas ao novo diretor. “Que você tenha sabedoria, serenidade, saúde, simplicidade e suavidade. Que siga com vigor, força e equilíbrio porque eu tenho certeza que você vai ser um sucesso”, disse Marilda, emocionada. 

Durante o seu discurso de posse, o novo diretor falou sobre o compromisso de dirigir a instituição durante os próximos anos. Ele agradeceu aos colegas servidores e a toda comunidade da Fiocruz Bahia, aos parceiros institucionais, à sua família e aos amigos que fez durante a sua trajetória. Em sua fala, Valdeyer reforçou o compromisso com a  geração de conhecimento científico para a melhoria da qualidade de vida de toda a população. “Ao iniciar esse novo ciclo de gestão, reafirmamos os princípios que nos movem: a valorização das pessoas, o respeito à diversidade e à vida, o compromisso com o conhecimento e com a justiça social. Nossa prioridade será fortalecer o papel da Fiocruz Bahia como instituição comprometida com a Saúde Pública, com a formação crítica, com a pesquisa conectada aos territórios e com a construção de caminhos inovadores sem abrir mão da ética, da participação e da responsabilidade social”, afirmou. 

O diretor finalizou falando dos desafios que encontrará no caminho. “Vivemos em tempos de crise sanitária, social, ambiental e política e temos diante de nós um cenário que exige coragem, lucidez e, sobretudo, união”, afirmou. 

Apresentação dos novos vice-diretores 

Durante a cerimônia foram apresentados os novos nomes que passam a compor as vice-diretorias da instituição. O pesquisador da Fiocruz Bahia, Washington Luis Conrado dos Santos, estará à frente da Vice-Diretoria de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Serviço de Referência. Washington Luis é professor adjunto de Patologia da Faculdade de Medicina da Bahia (UFBA). Coordena o Programa de apoio ao desenvolvimento diagnóstico em Patologia Hepática e Renal da Fiocruz Bahia, no qual é também responsável pelo diagnóstico, formação de especialistas e por um programa de educação continuada em Nefropatologia. Atualmente ocupa a chefia do Laboratório de Patologia Estrutural e Molecular do IGM / Fiocruz Bahia.

A Vice-Diretoria de Ensino e Informação será liderada pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Clarissa Gurgel, que foi representada na cerimônia pela também pesquisadora da unidade, Valéria Borges. Clarissa é Professora Associada da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Na Fiocruz Bahia, a sua trajetória é marcada por sua atuação em programas de ensino e formação, em destaque a coordenação do programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC) e do Programa de Pós-Graduação em Patologia Humana (PGPAT), da Universidade Federal da Bahia (UFBA) em ampla associação com a Fiocruz Bahia, além de contribuir efetivamente em ações, projetos e programas vinculados à Vice-Diretoria de Ensino da Fiocruz Bahia. 

Já a Vice-Diretoria de Gestão e Desenvolvimento Institucional fica sob a responsabilidade de Flávia Maciel, ex-coordenadora do Núcleo de Inovação Tecnológica – NIT da Fiocruz Bahia. A nova vice-diretora possui larga experiência em gestão de projetos de pesquisa na área de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde, financiados por agências de fomento nacionais (FAPESB, CNPq, CAPES, FINEP, entre outras) e internacionais, atuando principalmente na elaboração de orçamento/cronograma, execução financeira e prestação de contas. Possui experiência também em gestão de projetos multicêntricos, de infraestrutura e em estudos clínicos. 

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Leishmaniose cutânea: diabetes favorece infecção e pode dificultar resposta imunológica

Um estudo investigou como os níveis de glicose impactam na vulnerabilidade à infecção por Leishmania braziliensis em células do sistema imunológico de pacientes com leishmaniose cutânea. Os resultados reforçam a importância de considerar o controle glicêmico em pacientes com a doença, uma vez que o ambiente hiperglicêmico favorece a infecção e pode dificultar a resposta imunológica eficaz contra o parasita. A autoria do artigo, publicado no periódico Emerging Microbes & Infections, é do Dr. Ícaro Bonyek-Silva e da doutoranda Rana Bastos, sob orientação de Natalia Machado Tavares, pesquisadora da Fiocruz Bahia.

No contexto da leishmaniose cutânea, estudos prévios indicam que pacientes diabéticos demoram mais tempo para apresentar cura das lesões. Este novo trabalho aprofundou a investigação, focando nos macrófagos, células essenciais da resposta imune. O estudo contribui também para a compreensão dos mecanismos que agravam a leishmaniose cutânea em pacientes diabéticos e destaca a necessidade de estratégias terapêuticas integradas que levem em conta as condições metabólicas do paciente.

Os pesquisadores cultivaram macrófagos em ambientes com diferentes concentrações de glicose e observaram que, em condições de alta glicose, essas células apresentaram maior carga parasitária em comparação aos macrófagos expostos a níveis normais de glicose. A pesquisa também analisou biópsias de 11 pacientes com leishmaniose cutânea e 10 pacientes com a doença e diabetes, todos atendidos na Clínica Municipal de Saúde de Corte de Pedra e Jiquiriçá, na Bahia.

A leishmaniose é uma doença infecciosa grave, causada pelo protozoário do gênero Leishmania, presente em mais de 80 países, com alta incidência na América Latina — especialmente no Brasil, onde a maior parte dos casos ocorre. Entre os diversos fatores que influenciam a progressão da doença, o diabetes mellitus tem ganhado destaque. O diabetes aumenta a suscetibilidade a infecções, devido a alterações no sistema imunológico e na integridade da pele, que é a primeira linha de defesa do corpo. Estima-se que cerca de 30% dos indivíduos com diabetes mellitus desenvolvam problemas de pele, frequentemente associados a infecções.

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Coordenadores de pesquisas desenvolvidas pela Fiocruz Bahia participaram da Semana de Ciência, Tecnologia e Inovação para o SUS, em Brasília

Coordenadores de pesquisas desenvolvidas pela Fiocruz Bahia e seus representantes participaram da Semana de Ciência, Tecnologia e Inovação para o SUS, realizada no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília, entre os dias 02 e 05 de junho. O evento, promovido pelo Ministério da Saúde através do Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit), tem como objetivo reunir coordenadores de pesquisas para apresentação das propostas a uma banca composta por profissionais das áreas técnicas do Ministério da Saúde e especialistas dispostos a contribuir com os trabalhos e seus resultados.

A Fiocruz Bahia foi representada pela pesquisadora Fernanda Grassi, por Mariana Araújo Pereira, Fred Luciano Santos, Eugenia Terra Granado Pina, Ricardo Riccio Oliveira, Moreno Magalhães de Souza Rodrigues, Beatriz Barreto Duarte e Antonio Brotas. 

Confira as pesquisas participantes: 

Maria Fernanda Rios Grassi

PREVINIR HTLV-TV Brasil. Avaliação do uso de inibidor deintegrase para prevenção da transmissão vertical do HTLV-1: um estudo clínico randomizado, duplo cego, controlado por placebo no Brasil.

Mariana Araújo Pereira / Instituto Gonçalo Moniz – Fiocruz/BA

Investigação das bases genômicas e inflamatórias da falha terapêutica em pacientes com tuberculose em uma coorte multicêntrica brasileira: um estudo do RePORT-Brasil. 

Fred Luciano Neves Santos

Avaliação de efetividade de um teste rápido para Doença de Chagas: Coorte Oxente Chagas Bahia. 

 Eugenia Terra Granado Pina

Aplicação de vias imunorregulatórias no diagnóstico, estratificação de risco e desenvolvimento de novas terapias para leucemias no SUS.

Ricardo Riccio Oliveira

Inovações no Tratamento da Esquistossomose e Tricuríase Frente aos Desafios da Resistência Medicamentosa. 

Moreno Magalhaes de Souza Rodrigues

Estimação da subnotificação dos casos de Tuberculose pulmonar no Brasil: Um modelo Espaço Temporal Bayesiano para dados secundários. 

Beatriz Barreto Duarte

Mapeamento epidemiológico e análise de prevalência de infecções por MTB, HIV, hepatites virais e sífilis em unidades prisionais.

Antonio Marcos Pereira Brotas

A desinformação, a hesitação vacinal e a saúde mental nas redes de vozes juvenis de territórios de saúde na Bahia.

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Fiocruz Bahia realiza Cerimônia de Transmissão de Cargo para o novo diretor eleito

Será realizada na terça-feira, 17/06, a cerimônia de Transmissão de Cargo de diretor da Fiocruz Bahia. O evento acontecerá às 9h30, no auditório Sonia Andrade, na Fiocruz Bahia. A cerimônia marca o encerramento do mandado de Marilda Gonçalves, primeira mulher diretora da unidade, que exerceu dois mandatos e esteve à frente da instituição entre os anos de 2017 e 2025, e o início do mandato do novo diretor eleito, Valdeyer Galvão dos Reis, que irá dirigir a instituição no período de 2025 a 2029. 


Eleito com 64,1% dos votos válidos, Valdeyer Galvão dos Reis atua na instituição há quase trinta anos e já participou ativamente de sete gestões da diretoria. Graduado em ciências econômicas, sua formação acadêmica inclui especialização em gestão organizacional e desenvolvimento humano, mestrado em saúde pública com área de concentração em gestão de instituições de ciência e tecnologia em saúde e doutorado em gestão e tecnologia industrial. Paralelamente à formação acadêmica, fez diversos cursos de capacitação, dentre os quais o Programa de Desenvolvimento Gerencial (para altos gestores da FIOCRUZ) e o de desenvolvimento gerencial da Escola Nacional de Administração Pública.

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Estudo aponta que lipídios não polares micobacterianos imunorregulam prostaglandinas em macrofágos

Pesquisa revelou como os lipídios da bactéria Mycobacterium tuberculosis (Mtb) modulam a resposta imune. O estudo, de autoria de Jéssica Dias Petrilli, bolsista de pós-doutorado, com a participação de estudantes de doutorado e mestrado do IGM-LASP, com a coordenação do pesquisador da Fiocruz Bahia, Sérgio Arruda e Adriano Queiroz, da University of Texas Southwestern Medical Center, foi publicado no periódico The Journal of Immunology.

O objetivo da investigação foi caracterizar como os lipídios apolares do Mtb modulam o comportamento dos macrófagos (células de defesa), levando a um estado imunológico que poderia favorecer a persistência da bactéria no organismo.

O Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch, agente causador da tuberculose, infectou aproximadamente um quarto da população mundial e causou mais de 1,3 milhão de mortes em 2020. Na maioria dos indivíduos infectados, a bactéria não causa tuberculose sintomática, e os bacilos podem permanecer no hospedeiro por toda a vida (infecção latente). O sucesso do patógeno em estabelecer sobrevivência a longo prazo no hospedeiro se deve à sua capacidade de escapar dos mecanismos de defesa. Em particular, o Mtb tem uma capacidade notável de sobreviver em macrófagos.

Os pesquisadores estimularam macrófagos murinos (de camundongos) com extratos lipídicos apolares (não polares) extraídos de duas cepas do Mycobacterium tuberculosis: uma cepa comum (tipo selvagem – WT) e uma cepa modificada com o operon mce1 desativado. Eles usaram análises multiômicas para entender, de forma abrangente, como esses lipídios influenciam o comportamento dos macrófagos.

Foi feito o sequenciamento de RNA para saber quais genes foram ativados nos macrófagos; foi realizada a espectrometria de massas para investigar o perfil de eicosanoides, moléculas lipídicas envolvidas na inflamação, como prostaglandinas e leucotrienos; e a lipidômica não direcionada, ou seja, uma análise ampla das alterações no metabolismo de lipídios nos macrófagos.

A partir dos resultados, os pesquisadores concluem que os lipídios não polares do Mtb induzem macrófagos imunorreguladores, ativando marcadores inflamatórios, desequilibrando o metabolismo lipídico do macrofágo e direcionando a síntese de eicosanoides para a via das prostaglandinas. Esses achados apontam um mecanismo complexo que pode favorecer a sobrevivência prolongada do Mtb no hospedeiro.

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Instalado pela Fiocruz, Grupo de Trabalho sobre qualidade do ar e saúde será coordenado por pesquisadora da Fiocruz Bahia

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS), realizou a primeira reunião do Grupo de Trabalho (GT) sobre Qualidade do Ar e Saúde, do Programa de Saúde, Ambiente e Sustentabilidade (FioProsas). Os integrantes se reuniram de forma remota, em maio, para estruturar a atuação do GT que tem o objetivo de analisar os impactos da poluição atmosférica na saúde humana, além de propor ações de prevenção, mitigação de riscos e promoção da saúde ambiental. O GT foi criado por meio da Portaria nº 3/2024.

“O Grupo de Trabalho é um espaço extraordinário, estamos estruturando esse GT, materializamos com a normativa e, agora, com a instalação iniciam-se as atividades. Todos nós estaremos juntos trabalhando nessa dimensão que se relaciona com a agenda climática, agenda da biodiversidade, entre outras pautas relevantes”, ressalta Guilherme Franco Netto, coordenador de Saúde e Ambiente, da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS/Fiocruz).

Na reunião de instalação, foi definida a responsável pela coordenação técnica do GT, Nelzair Vianna, do Instituto Gonçalo Moniz (IGM), pesquisadora da Fiocruz Bahia, que possui contribuições importantes sobre o tema e tem passagem pelo serviço de saúde, e, também, foi conversado sobre a necessidade de elaborar o Termo de Referência. O grupo também definiu a periodicidade das reuniões que será toda primeira sexta-feira do mês. O GT sobre Qualidade do Ar e Saúde, associado à Câmara Técnica de Saúde e Ambiente da Fiocruz, contará com pesquisadores e colaboradores especialistas no tema, podendo incluir convidados externos.

“A criação do Grupo de Trabalho sobre Qualidade do Ar e Saúde representa um passo importante no fortalecimento das ações institucionais frente aos impactos da poluição atmosférica sobre a saúde humana, reconhecendo a complexidade e a gravidade deste problema, que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e está diretamente associada a muitos desfechos de saúde, como doenças respiratórias, cardiovasculares, neurológicas, câncer, entre outras. Como coordenadora do GT, assumo a responsabilidade de articular conhecimento técnico-científico, ações de formação, produção de evidências e proposições de políticas públicas voltadas à promoção do ar limpo como direito fundamental. Nosso compromisso é transformar conhecimento em ação, conectando saúde, justiça ambiental e sustentabilidade”, comentou Nelzair Vianna, coordenadora do GT.

Os objetivos do grupo estão definidos na Portaria n° 3/2024 e visam as seguintes atividades: assessorar a Fiocruz no conhecimento, análise e avaliação sobre a poluição atmosférica e a saúde humana, nos âmbitos nacional e internacional; propor e induzir processos estratégicos de pesquisa, inovação, educação, formação, extensão, comunicação, informação e cooperação relacionados à qualidade do ar e seus efeitos na saúde; articulação com outras unidades, programas e grupos de trabalho da Fiocruz; desenvolvimento de estudos, notas técnicas, análise de situação de saúde e disseminação de conhecimento; subsidiar o acompanhamento e a implementação de políticas públicas para a saúde das populações expostas à poluição do ar; e, identificar parceiros externos à Fiocruz para o desenvolvimento de projetos, estudos e atividades de ensino sobre a qualidade do ar e saúde, propondo cooperações e alianças estratégicas.

“Atuando de forma transversal, a poluição do ar é um dos principais desafios sanitários e ambientais da atualidade. A Fiocruz, como instituição pública de ciência e tecnologia em saúde, assume com este GT o papel de fortalecer o conhecimento técnico-científico sobre o tema e transformá-lo em ações concretas para proteger a saúde da população, em especial das populações mais vulnerabilizadas. O GT integra diferentes unidades da Fiocruz e dialoga com redes externas, fortalecendo uma abordagem intersetorial e baseada em evidências”, explicou a coordenadora.

“Desde 2001, a gente fala de qualidade do ar em saúde. Essa questão vem de forma orgânica contribuindo para estruturação de políticas públicas junto ao Ministério da Saúde, isso é um histórico formidável, uma construção estratégica. O GT trouxe a possibilidade de sistematizar, organizar e apontar os elementos relevantes, contribuindo para a construção do campo de saúde e ambiente”, ressaltou Juliana Wotzasek Rulli Villardi, assessora de Saúde e Ambiente da VPAAPS/Fiocruz.

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Estudo aponta desempenho promissor do teste DAgS-ELISA com TpN17 no diagnóstico da sífilis

Um estudo recente avaliou o desempenho diagnóstico de um ensaio imunoenzimático de duplo antígeno em sanduíche (DAgS-ELISA) que emprega a proteína recombinante TpN17. O objetivo principal foi verificar a aplicabilidade e a eficácia dessa técnica no diagnóstico da sífilis, comparativamente aos métodos tradicionalmente utilizados. A pesquisa, coordenada pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Fred Luciano Santos, foi publicada no periódico Frontiers in Microbiology.

A sífilis, uma infecção sexualmente transmissível causada pela bactéria Treponema pallidum, apresenta elevadas taxas de incidência em populações adultas, gestantes e recém-nascidos. O diagnóstico laboratorial convencional da doença geralmente envolve uma abordagem em duas etapas: inicialmente, um teste treponêmico (como ELISA, CMIA ou IFI), seguido por um teste não treponêmico (VDRL ou RPR) para monitoramento da atividade da doença.

Para a avaliação, foram selecionadas 712 amostras de soro, consideradas elegíveis e previamente caracterizadas por meio de VDRL, ELISA e FTA-ABS. Destas, 613 amostras foram incluídas na análise: 180 positivas para T. pallidum e 169 negativas e 264 amostras provenientes de indivíduos com outras patologias, visando avaliar a especificidade do teste. O DAgS-ELISA com TpN17 foi padronizado utilizando a metodologia de “checkerboard titration” para otimizar as concentrações dos reagentes. O desempenho diagnóstico do teste foi avaliado por meio de diversas medidas estatísticas, incluindo a Área Sob a Curva ROC (AUC), sensibilidade, especificidade, precisão, índice Kappa, razão de verossimilhança (LR) e Diagnostic Odds Ratio (DOR). Essas métricas são utilizadas para determinar a capacidade do teste em identificar corretamente indivíduos infectados e não infectados, bem como sua confiabilidade.

Os resultados foram divididos em duas fases distintas. Na fase 1, foi demonstrado que a proteína TpN17 foi capaz de distinguir corretamente casos positivos de negativos (p < 0,0001). A curva ROC apresentou uma AUC de 98,7%, indicando um desempenho diagnóstico excelente. O índice Kappa de 0,91 revelou uma alta concordância com os testes de referência. Já na fase 2, o valor de AUC foi de 97,5%. A sensibilidade atingiu 88,9%, indicando uma boa capacidade de detecção de casos positivos, enquanto a especificidade foi de 100%, eliminando a ocorrência de falsos positivos.

Os pesquisadores concluíram que o teste DAgS-ELISA com TpN17 demonstrou um bom desempenho diagnóstico, embora ligeiramente inferior ao ELISA indireto tradicional. Contudo, essa ferramenta é considerada promissora, especialmente por sua capacidade de detectar simultaneamente anticorpos IgG e IgM. Para otimizar sua eficácia e aplicabilidade em diversos contextos clínicos, os autores sugerem a necessidade de validação com um número maior e mais variado de amostras, além da exploração de novos antígenos para aprimoramento contínuo do desempenho diagnóstico da sífilis.

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Festival Pint of Science aproxima ciência e sociedade em Salvador

Realizado entre os dias 19 e 21 de maio, o Festival Internacional de Divulgação Científica Pint of Science levou a ciência para além dos muros acadêmicos reunindo pesquisadores, estudantes e o público em geral em encontros informais que celebram o conhecimento. 

Em Salvador, o evento tem o apoio da Fiocruz Bahia em parceria com a Universidade Federal da Bahia (UFBA). O festival é coordenado pela pesquisadora da Fiocruz, Valéria Borges e conta com a vice-coordenação do professor Denis Soares (UFBA). O evento, que aconteceu na Cervejaria ArtMalte, no Rio Vermelho, contou com cerca de 500 participantes ao longo dos três dias e reafirma seu propósito central: aproximar a ciência da vida cotidiana, promovendo o pensamento crítico, a escuta mútua e o engajamento social em espaços descontraídos. 

A mesa de abertura, realizada em 19/05, abordou o tema “Poderes plurais: Ciência e interseccionalidades”, destacando a presença e as contribuições de mulheres e grupos historicamente minorizados na ciência. A mediação foi feita pela pesquisadora da Fiocruz Bahia e coordenadora do projeto Meninas Baianas nas Ciências, Karine Damasceno, com participação da química e influenciadora Kananda Eller (Deusa Cientista), da psicóloga Juliana Prates (UFBA) e da tradutora e pesquisadora Feibriss Cassilhas (UFBA). A atração musical da noite ficou por conta de Iane Kathleen, estudante do Programa de Vocação Científica da Fiocruz Bahia. 

Com foco na crise ambiental e na desinformação, a segunda mesa, realizada em 20/05, teve como tema “Ciência está em tudo: Crise ecológica, povos originários e desinformação”. A mediação foi feita por Camila Indiani de Oliveira (Fiocruz Bahia e EBMSP), com participações de Manoel Barral Neto (Fiocruz Bahia e presidente da Academia de Ciências da Bahia), Vanessa Pataxó (UFBA) e Charbel El-Hani (INCT em Ecologia). A segunda noite foi animada pelo cantor e  estudante da UFBA, Marcos Oorun. 

O encerramento, no dia 21/05, tratou do tema “Pinceladas da mente: Neurociências e saúde mental”, com mediação do professor emérito Antonio Nery Filho (UFBA). Estiveram no painel os pesquisadores Bruno Solano (Fiocruz Bahia e Instituto D’Or), Marcelo Veras (UFBA) e Milena Pereira Pondé (EBMSP/LABIRINTO). A programação contou ainda com a apresentação musical de Jeferson Bastos, estudante da UFBA. 

Com entrada gratuita e sem necessidade de inscrição prévia, o Pint of Science reforça o papel da divulgação científica como ferramenta estratégica de inclusão, democratização do conhecimento e engajamento social. Para a coordenadora Valéria Borges, o festival exige esforço coletivo, mas tem impacto direto na relação entre ciência e sociedade: “O evento reforça que precisamos criar mais espaços de interação para despertar o interesse da população por temas científicos atuais e urgentes. Nada melhor que um ambiente descontraído para brindar a ciência”, afirmou.

A organização do Pint of Science Salvador contou com uma comissão local formada por Daniel Almeida (CIMATEC/MCTI); Jailson Alves (IQ/Ufba, Apub Sindicato); Jéssica Ferro (UFBA); Laise Graziella Paixão (UFBA); Rafael Short (UFBA); Raphael Akira (CIMATEC); Romero Nazaré (Fiocruz Bahia); Samuel Pita (UFBA); Yasmin Luz (Fiocruz Bahia) e o programador visual: Márcio Santos. O evento mobilizou cerca de 50 voluntários dos programas de graduação e pós-graduação das instituições da UFBA e da Fiocruz Bahia envolvidas: PGFAR, PGPAT, PGBSMI, PGPCT, PROIIC, PROFORTEC. O evento foi apoiado pela Cervejaria ArtMalte; Assessoria de Comunicação: Ascom Fiocruz Bahia e Ascom UFBA; Assessoria de Imprensa: Berradêro Comunicação/Assessoria de imprensa e Mkt Digital; Academia de Ciências da Bahia; Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia; Apub UFBA; SENAI CIMATEC e as empresas parceiras: Síntese Biotecnologia e DJ Jonas Som e Iluminação. Esta edição contou ainda com uma cerveja “Pint” exclusiva produzida com malte e lúpulo nacional, produzida por Rubens Soares.

Sobre o festival

Criado em 2013, em Londres, o Pint of Science surgiu da iniciativa de jovens pesquisadores interessados em compartilhar suas descobertas em bares e restaurantes. Atualmente presente em 27 países, o festival celebra em 2025 uma década de atuação no Brasil, o país com maior número de cidades participantes — 169 ao todo.

O festival chegou ao Nordeste em 2017, trazido pelo professor Denis Soares, que coordenou a edição soteropolitana até 2023. Desde o ano passado, o Pint Salvador é conduzido pela pesquisadora Valéria Borges, reafirmando o compromisso da Fiocruz Bahia com a promoção da ciência como bem público. 

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33ª edição da RAIC e premia estudantes da Iniciação Científica da Fiocruz Bahia

Foi realizada na sexta-feira, (30/05) a cerimônia de premiação da 33ª edição da Reunião Anual de Iniciação Científica – RAIC. O evento, promovido pelo Programa Institucional de Iniciação Científica (PROIIC), foi realizado no auditório Sonia Andrade e teve início com Sessão Científica especial, ministrada pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Bruno Bezerril. Estiveram presentes pesquisadores, estudantes e demais membros da comunidade da Fiocruz Bahia. 

Durante a abertura, o coordenador da RAIC, Jorge Clarêncio, agradeceu à banca avaliadora e a toda equipe organizadora do evento. “Eu tenho uma equipe incrível, sem essa equipe eu não sei o que seria de mim. Então eu queria agradecer a cada membro”, afirmou. 

A Vice-diretora de de Ensino e Informação da Fiocruz Bahia, Claudia Ida Brodskyn, também agradeceu pelo trabalho desenvolvido com a equipe da secretaria de ensino durante os últimos anos. “São pessoas que eu contei sempre que precisei, a qualquer hora e a qualquer momento. Vocês transformam o trabalho em muito mais fácil e prazeroso. Muito obrigada”, disse. 

A cerimônia premiou bolsistas das seguintes modalidades: Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), do Programa de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI) – Fiocruz/CNPq, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), Ações Afirmativas e do Edital Iniciação Científica Júnior CNPq – Programa de Vocação Científica (PROVOC).

Ágatha Raissa de Almeida, participou na modalidade PROVOC e foi premiada em primeiro lugar com o projeto orientado pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, intitulado “Investigação de Polimorfismos no gene NAT2 em indivíduos com anemia falciforme”. Para a estudante, participar da RAIC foi um misto de sentimentos. “Me senti realizada e agradecida por ter a oportunidade de compartilhar os resultados do meu trabalho. Ganhar como melhor trabalho na minha categoria foi muito emocionante, pois foi um resultado da minha dedicação e esforço. Tudo isso só foi possível porque meus orientadores sempre me ensinaram e me ajudaram. Sou imensamente grata por sua paciência, dedicação e por acreditarem no meu potencial”, disse.

Orientada pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Karine Damasceno, Esther dos Santos apresentou o projeto “Relação de miRNA-329 e infiltrado de linfócitos tumorais em modelo de câncer de mama triplo ativo”,  vencedor na modalidade Fapesb. Segundo ela, participar da RAIC é sempre uma experiência desafiadora e prazerosa. “Momentos antes de anunciarem o prêmio, parte de mim se imaginou descendo a rampa do auditório mas a outra sabia que independente do resultado, eu estaria satisfeita por ter dado o melhor de mim. Parece que a ficha ainda não caiu sobre a proporção do prêmio, mas fico extremamente feliz em ter fechado esse ciclo sendo premiada em meio a tantos trabalhos incríveis”, declarou.

Roberto dos Santos, orientando da pesquisadora da Fiocruz Bahia, Clarissa Gurgel, também está entre os seis vencedores. Ele apresentou o projeto “Estudo de alvos moleculares relacionados ao câncer e à metástase em carcinoma oral de células escamosas”. Para o estudante, a participação na RAIC representa o encerramento de um ciclo de três anos e meio como estudante de Iniciação Científica no IGM. “Agora que estou iniciando o mestrado no PGPAT. Além disso, acredito que meu trabalho contribui para consolidar a presença da pesquisa em oncologia aliada à bioinformática em nossa comunidade acadêmica, destacando o potencial translacional da pesquisa básica para a prática clínica “, concluiu.

Além dos seis vencedores, a 33ª edição da RAIC também concedeu seis títulos de Menção Honrosa, destinados aos trabalhos que ficaram em segundo lugar nas avaliações da banca. 

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Fiocruz Bahia realiza parceria com NUTED/EPSJV sobre jogos para educação em saúde

A Fiocruz Bahia realizou uma parceria com o Núcleo de Tecnologias Educacionais em Saúde (NUTED), da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) para a formação de seus estudantes de pós-graduação no tema jogos para educação em saúde. A atividade é uma iniciativa do Laboratório Transdisciplinar de Ensino, Inovação e Afins (LabTEIA), composto pelos professores da disciplina de Didática Especial Daniel Manzonni, Valéria Borges, Deboraci Prates, Jaqueline França e Clara Mutti, que convidaram as professoras Cynthia Dias e Flávia Carvalho, do NUTED/EPSJV para colaborar na disciplina no semestre 2025.1. 

Com a participação de 30 estudantes do Programa de Pós-graduação em Biotecnologia, Saúde e Medicina Investigativa e do Programa de Pós-graduação em Patologia, a disciplina teve como proposta educacional a elaboração sequências didáticas que envolvessem temas em saúde e interseccionalidades, utilizando jogos.

De acordo com o professor convidado do  Programa de Pós-Graduação em Patologia Humana (PGPAT), Daniel Manzoni, a proposta é que a atividade seja um laboratório para construção de conhecimento e tecnologias em ensino. “Nessa área, os ‘produtos’ gerados são sequências e material de ensino que são disponibilizados para o uso em sala de aula. Todos os anos nós temos alinhado as perspectivas metodológicas e pedagógicas inovadoras, que estão sendo propostas na atualidade com temas sociais e políticos, por exemplo, a questão da interseccionalidade”, comentou.

O professor destacou que nos últimos anos a preocupação tem sido como tais temas se articulam com os saberes científicos e se transformam em recursos pedagógicos como instrumentos de alfabetização científica, justiça e transformação social. “Esses objetivos são importantes para formação de cientistas e professores alinhados aos direitos humanos e aos desafios do mundo no século XXI”, pontuou Manzoni.

Oficina e palestra sobre jogos foram realizadas presencialmente

As professoras do NUTED/EPSJV participaram de um encontro com os estudantes durante a realização da disciplina, e promoveram uma oficina presencial nos dias 28 e 29 de abril, proporcionando uma experiência prática com os jogos e monitorias sobre a construção dos jogos de cada equipe.

Flávia Carvalho compartilhou que a oficina foi uma adaptação de um modelo criado e aplicado anteriormente na Fiocruz, pelo próprio Eric Zimmerman, uma das maiores referências em game design do mundo. “A oficina foi super divertida e foi muito gratificante ver os estudantes se engajando e se divertindo enquanto criavam. Eles puderam entender, na prática, o que é essa motivação para jogar e como as próprias regras do jogo comunicam ideias. Além disso, a oficina proporcionou um aprendizado valioso sobre novos formatos e regras de jogo, expandindo a visão deles sobre o que é possível criar”, observou.

Já no dia 30 de abril, foi realizada a palestra “Jogos para a educação em saúde: jogando para conhecer, participar e questionar”, ministrada por Cynthia Dias e aberta à comunidade da Fiocruz Bahia.

Cynthia Dias explicou sobre a importância de disseminar e divulgar a perspectiva dos jogos, por serem uma prática cultural, espaço de interação e interlocução. “Não compreendemos a divulgação científica como algo só para levar a ciência para aquele que não sabe. E sim de uma forma dialógica, considerando públicos diferentes, e os jogos vão nos ajudar também a promover essas experiências”. 

A palestrante também ponderou sobre o potencial dos jogos de tabuleiro e de carta, pois promovem uma dinâmica que coloca as pessoas em contato para raciocinar, conversar e se olhar. “Os jogos promovem encontros, diálogos, e reflexões, bem como o questionamento das regras do mundo real. Muitas vezes o que a gente precisa é se reunir, pensar sobre como as coisas estão acontecendo, e se mobilizar para modificá-las”. 

Outro ponto ressaltado pela pesquisadora, foi que os jogos para educação em saúde ajudam a promover valores. “A Fiocruz é uma instituição que preza muito por determinados valores, ligados diretamente ao SUS e à saúde coletiva. Nesse sentido, temos formas de aproveitar melhor o potencial dos jogos para promover esses valores e para envolver a população na produção de ciência, para que possam se ver como cientistas, tomando decisões, construindo estratégias e experimentando outros papeis”, concluiu Dias.

Astrid Madeleine Calero Goicochea, estudante de mestrado do programa de pós-graduação em Patologia Humana (PGPAT), e monitora da disciplina Didática Especial nesse semestre compartilhou que participar da palestra foi uma experiência enriquecedora, que proporcionou um espaço de troca valioso sobre como os jogos podem tornar o aprendizado em saúde mais acessível, envolvente e reflexivo.

“Vejo nos jogos uma ferramenta muito potente para aproximar o conhecimento científico das pessoas, de forma mais leve e interativa. Eles podem ajudar não só na divulgação científica, mas também na construção de um olhar mais crítico e participativo sobre a saúde, o que tem tudo a ver com a forma como quero desenvolver minha pesquisa”, observou a mestranda.

Já o estudante do Programa de Vocação Científica (PROVOC), Mateus de Lima Souza, comentou que participar do evento foi interessante porque teve contato com o processo de elaboração dos jogos de tabuleiro. “Pude aprender como pensam para conseguir encaixar um contexto em específico num jogo, o que eu acho ser bem complicado”, afirmou.

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Diretor eleito da Fiocruz Bahia, Valdeyer Reis, participou da cerimônia de posse dos diretores das unidades da Fiocruz para o quadriênio 2025-2029

O diretor eleito da Fiocruz Bahia, Valdeyer Galvão dos Reis, participou da cerimônia de posse dos diretores das unidades da Fiocruz para o quadriênio 2025-2029. O evento foi realizado no dia 28 de maio,  no auditório de Bio-Manguinhos, na Fiocruz, no Rio de Janeiro.  A cerimônia integrou as comemorações dos 125 anos da instituição e contou com a presença de autoridades, pesquisadores e representantes de instituições e universidades parceiras.

O presidente da Fiocruz, Mário Moreira, falou sobre a importância de comemorar os 125 anos da Fiocruz.  “A celebração dos 125 anos da Fiocruz nos mostra que nossa história é viva, está em constante transformação, mas se orienta também pela reafirmação do projeto formulado originalmente pelas primeiras gerações de Manguinhos: o de uma instituição que alia pesquisa científica, educação, comunicação, vigilância, inovação tecnológica e produção de bens e serviços, e que fazem da Fiocruz um patrimônio nacional único, reconhecido por todas as brasileiras e brasileiros como o símbolo mais importante da ciência e da saúde pública do país”, disse o presidente da Fiocruz, Mario Moreira.

Durante a celebração, Valdeyer Reis proferiu o discurso em nome dos novos diretores e falou sobre o orgulho de poder representar os demais profissionais eleitos. “Sinto-me muito honrado e feliz pela oportunidade de tentar traduzir a voz daqueles e daquelas que hoje assumem aqui a nobre missão de conduzir e representar o coletivo de colaboradores de várias unidades da Fundação Oswaldo Cruz em todo o Brasil. Missão esta que se soma ao grande compromisso de integrar o Conselho Deliberativo de uma das instituições mais respeitadas e admiradas do país e do mundo”, disse. 

Ele também falou sobre a importância das contribuições da Fundação Oswaldo Cruz para todo o país, ressaltando a atuação frente a importantes desafios da saúde pública como as epidemias de dengue, Zika, Chikungunya, febre amarela e pandemia da COVID-19. “Mais do que nunca, será essencial defender e promover os princípios democráticos, pois democracia e saúde pública devem sempre caminhar juntas. Defender a democracia é também defender o direito à saúde, o cuidado com o meio ambiente, a noção de que a saúde, é sim, única e que a produção científica é um bem público e, até mesmo por isso, a ciência se firmará mais efetivamente como caminho emancipatório, quando for produzida conjuntamente com aqueles que mais precisam dela. É igualmente necessário estar atento, refletir estrategicamente e enfrentar os efeitos das recentes mudanças na geopolítica mundial, as quais já impactam fortemente na ciência, na tecnologia e na solidariedade entre os povos”, ponderou.

O diretor finalizou desejando um bom trabalho a todos os colegas que, assim como ele, iniciam uma nova trajetória assumindo a diretoria das unidades regionais da Fiocruz. “Sigamos firmes por uma Fiocruz cada vez mais forte, justa, inclusiva, democrática, científica e inovadora e comprometida com a redução das desigualdades sociais em saúde. Parabéns a cada uma das pessoas que compõem e compuseram essa trajetória. Parabéns, Fiocruz, pelos seus 125 anos!”, completou. 

Eleito com 64,1% dos votos válidos, Valdeyer Galvão dos Reis atua na instituição há quase trinta anos e já participou ativamente de sete gestões da diretoria. Graduado em ciências econômicas, sua formação acadêmica inclui especialização em gestão organizacional e desenvolvimento humano, mestrado em saúde pública com área de concentração em gestão de instituições de ciência e tecnologia em saúde e doutorado em gestão e tecnologia industrial. Paralelamente à formação acadêmica, fez diversos cursos de capacitação, dentre os quais o Programa de Desenvolvimento Gerencial (para altos gestores da FIOCRUZ) e o de desenvolvimento gerencial da Escola Nacional de Administração Pública.

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Projeto da Fiocruz Bahia realiza ação de prevenção as arboviroses em territórios indígenas de Santa Cruz Cabrália, no sul da Bahia

O Núcleo de Estudos em Saúde Indígena – NESI / Fiocruz Bahia realizou durante os dias 26 e 27 de maio uma importante ação de atualização e prevenção das arboviroses em territórios indígenas. As atividades aconteceram no Auditório da Secretaria de Cultura de Santa Cruz Cabrália. 

O evento contou com a participação de profissionais de saúde indígena do Polo Base Porto Seguro do DSEI-BA, além de caciques e lideranças da região. A iniciativa, que faz parte do edital Terra 2030 da Fiocruz, teve como principal objetivo fortalecer a capacidade dos profissionais de saúde e líderes indígenas no combate às arboviroses.

No primeiro dia do evento, a equipe do NESI apresentou o projeto e detalhou os resultados dos inquéritos sorológicos realizados com a população indígena local. Em seguida, foi promovida uma oficina sobre dengue, zika e chikungunya, com atualizações sobre a febre oropouche, uma doença que tem sido motivo de preocupação devido à epidemia em curso no país. O segundo dia foi dedicado à apresentação do projeto para as lideranças indígenas, seguida de uma roda de conversa, discutindo e planejando ações para a prevenção das arboviroses nos territórios.

A pesquisadora da Fiocruz Bahia e coordenadora do NESI, Isadora Siqueira, falou sobre a importância da atividade e da participação dos profissionais de saúde da região. “Esse foi um momento muito produtivo, tivemos uma excelente aderência dos profissionais de saúde do território e esperamos que eles sejam agentes multiplicadores das discussões que tivemos”, afirmou. 

A enfermeira da saúde indígena, Juciara Menezes, atua em seis aldeias da região e falou sobre as contribuições para a comunidade. “O NESI veio para colaborar muito com a nossa comunidade. Trouxe diagnóstico para muitos pacientes que até então não sabiam da doença e trouxe muitos benefícios. Agora estaremos multiplicando essas informações para que eles também possam nos ajudar nesse serviço”, afirmou. 

O técnico de enfermagem, Aratimbó Pataxó, reforçou a importância de compartilhar conhecimento em saúde entre os indígenas da localidade. “Esse é um evento maravilhoso, é a segunda vez que eu estou participando com o pessoal da Fiocruz. Vamos procurar semear essa sementinha para as comunidades mais distantes para que possamos ter ainda mais êxito. A equipe está de parabéns por todo o empenho”, ressaltou. 

O agente indígena de saúde, Manoel Txohõ, também falou da importância da informação na prevenção das arboviroses. “Foi muito importante ter esse momento para nos informar porque quanto mais informação, melhor. Sabemos que temos que qualificar a nossa comunidade, qualificar as nossas aldeias sobre a prevenção da dengue, zika e chikungunya”, concluiu. 

A conselheira de saúde da aldeia Nova Coroa, Jussimara Menezes, elogiou a iniciativa e a oportunidade de discutir cuidados para a saúde e as formas de prevenção das arboviroses. “Espero que muitas outras comunidades sejam contempladas com esse projeto porque é uma maravilha”, disse

O Cacique Sinaldo, da aldeia Nova Coroa, participou do evento e falou da importância da ação. “Esse é o momento da gente se cuidar porque a gente não vive sem saúde. Por isso eu agradeço a Fiocruz e toda a sua equipe por trazer orientação para  todos da nossa região”, finalizou. 

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Tese analisa complexos metálicos para o desenvolvimento de metalofármacos para terapia da doença de Chagas

Estudante: Diogo Crispim Nascimento Portella

Orientação: Milena Botelho Pereira Soares

Coorientação: Cássio Santana Meira

Título da Dissertação: Complexos Metálicos: Um terreno emergente para o desenvolvimento de metalofármacos para terapia da doença de Chagas

Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde-IGM

Data da Defesa: 17/06/2025

Horário: Local: 9h

Local: Sala virtual Zoom Educacional 03

ID da reunião: 856 8923 2989

Senha: diogo

Resumo

A doença de Chagas, causada pelo protozoário hemoflagelado Trypanosoma cruzi, é uma doença tropical negligenciada endêmica em vários países da América Latina e acomete aproximadamente 6-7 milhões de indivíduos em todo o mundo. O tratamento farmacológico atual da doença de Chagas é limitado e não foram introduzidas novas drogas nos últimos 40 anos. As opções terapêuticas disponíveis, benzonidazol e nifurtimox, são eficientes apenas na fase aguda da doença, e ambas têm o seu uso associado a uma série de efeitos adversos. Diante disso, faz-se necessário o desenvolvimento de novos fármacos para uma terapia adequada da doença de Chagas. OBJETIVO: Avaliar o potencial anti-T. cruzi in vitro e em modelo experimental de doença de Chagas aguda de complexos metálicos inéditos. MÉTODOS: Foram testados 15 compostos metálicos contendo diferentes ligantes. Inicialmente, a citotoxicidade e a atividade anti-T. cruzi dos complexos metálicos foram avaliadas em testes in vitro utilizando células da linhagem H9c2 e as formas de relevância clínica do T. cruzi (cepa Y): amastigotas e tripomastigotas. Os 15 compostos em teste foram então incubados em triplicatas em diferentes concentrações com o objetivo de calcular os valores de concentração inibitória de 50% (CI50), concentração citotóxica de 50% (CC50) e o índice de seletividade (IS). O mecanismo de ação celular, do complexo mais promissor (FOR0D2) foi investigado inicialmente através de microscopia eletrônica de varredura e transmissão, com o objetivo de identificar alterações estruturais induzidas pelo tratamento. Posteriormente, foram realizadas marcações com MitoSOX e Rodamina123 em formas tripomastigotas, seguidas de análise por citometria de fluxo. A interação dos complexos com a enzima tripanotiona redutase foi avaliada por simulações de ancoragem molecular, utilizando os softwares MetalDock e AutoDock. Por fim, a eficácia do composto FOR0D2 foi analisada em modelo murino de infecção chagásica aguda. RESULTADOS: No ensaio de citotoxicidade, apenas os compostos FGB21 e FGB23 apresentaram citotoxicidade, com valores de CC50 de 18,2 e 18,3 μM, respectivamente. Os demais complexos metálicos testados não apresentaram citotoxicidade nas concentrações avaliadas, tendo valores de CC50 superiores a 50 μM. Em relação a inibição da viabilidade da forma extracelular tripomastigota, os compostos FOR00E e FOR0D2 promoveram lise significativa dos parasitos, apresentando valores de CI50 de 4,1 μM e 1,81 μM respectivamente. Ambos demonstraram maior atividade que o fármaco padrão benzonidazol (CI50 = 12,5 μM). Em relação, as formas intracelulares amastigotas, os complexos FGB21 e FBB23 apresentaram valores de CI50 de 2,56 e 2,74 μM, respectivamente, comparáveis ao benzonidazol (CI₅₀ = 2,72 μM). O complexo metálico de Rutênio(II) cis-[Ru(Hind)2(bpy)2](PF6)2 (FOR0D2) foi selecionado para as etapas subsequentes devido ao seu perfil de potência e seletividade. As análises morfológicas por microscopia eletrônica de varredura e transmissão revelaram que o tratamento com FOR0D2 induziu alterações estruturais nos parasitas, incluindo encolhimento celular, morfologia esférica, presença de blebs, reentrâncias e fragmentações na membrana plasmática, além de alterações no retículo endoplasmático, vacuolização e degeneração mitocondrial. Os ensaios de citometria de fluxo indicam danos oxidativos na mitocôndria, assim como a despolarização da sua membrana. As avaliações in silico mostraram que o complexo FOR0D2 possui alta afinidade pela enzima tripanotiona redutase. A atividade tripanocida do complexo FOR0D2 também foi avaliada in vivo, sendo observada uma redução significativa de 37.9% da parasitemia dos animais tratados com 20 mg/Kg do complexo (via oral). Os animais tratados com BDZ (100 mg/Kg) tiveram redução de 99% da parasitemia. CONCLUSÃO: Os dados obtidos demonstraram uma atividade tripanocida potente e seletiva do complexo FOR0D2 in vitro e em modelo de infecção chagásica aguda. Estudos adicionais são necessários para confirmar seu potencial terapêutico e elucidar completamente seus mecanismos de ação.

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