Discussões sobre arboviroses foram destaque do XVIII Epimol

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A 18ª edição do Curso Internacional de Epidemiologia Molecular em Doenças Infecciosas e Parasitárias Emergentes (XVIII Epimol) foi realizada entre os dias 5 e 10 de agosto, no Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia). Organizado pelos pesquisadores Mitermayer Galvão e Luciano Kalabric, da Fiocruz Bahia, e Joice Neves, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), o curso apresentou os princípios básicos da epidemiologia molecular para epidemiologistas e profissionais de laboratório de instituições nacionais e internacionais.

O XVIII Epimol contou com o total de cerca de 200 participantes, entre inscritos, ouvintes e palestrantes. Luciano Kalabric destacou a participação de alunos de diversas partes do Brasil e também de países africanos, como Quênia e Moçambique, sendo o ano com maior número de participantes deste continente. “Mesmo sabendo que não haviam sido selecionados para participar, muitos vieram de fora como ouvintes. Foi o caso de duas estudantes naturais da África, que ouviram falar do curso e vieram”, afirmou o pesquisador.

Embora discussões sobre doenças como zika fossem predominantes na programação, diversos temas foram abordados durante a semana, através de palestras e estudos em grupos, como as epidemias de febre amarela que ocorreram recentemente no Brasil, o ambiente carcerário como fonte de transmissão da tuberculose e a urbanização da doença de Chagas.

Outro diferencial do curso esse ano foi que o Epimol contou como disciplina optativa para alunos da pós-graduação da Fiocruz Bahia, o que, para o pesquisador Mitermayer Galvão, enriqueceu ainda mais os debates, através da interação entre estudantes que estão participando de pesquisas com os profissionais que trabalham na área de saúde. “Essa combinação ficou perfeita de forma tal que acho que melhorou mais os debates e houve mais a interação entre aluno e professor, que é um dos objetivos desse curso” acrescentou.

A professora da Universidade Federal Fluminense (UFF/RJ) Ianick Martins, que também é professora do curso, ressaltou que essa edição trouxe novidades em relação as doenças infecciosas, como os arbovírus e o sarampo, além da colaboração de pesquisadores de diversas regiões do mundo trabalhando com diferentes tópicos dessas doenças. “A cada edição há novidades em relação ao que tá acontecendo no nosso país, no mundo, em relação as doenças infecciosas e emergentes. É sempre muito bom, gratificante e estimulante participar desse curso. Os alunos saem daqui qualificados e motivados para voltar para suas regiões e começarem um novo projeto de pesquisa”, declarou.

O professor da Universidade da Califórnia (EUA) e professor do curso, Lee Riley, comentou que as doenças infecciosas, como febre amarela, zika e dengue, estão sempre em mutação, o que faz com que elas sirvam como uma boa lição para a investigação epidemiológica. “Nós, professores, também aprendemos no curso, porque pessoas de outros lugares apresentaram seus trabalhos e há uma troca de conhecimentos, todos os anos”, salientou.

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