XXII Epimol reuniu pesquisadores e estudantes para formação em epidemiologia molecular

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Entre os dias 11 e 16 de agosto aconteceu, na Fiocruz Bahia, o XXII Curso Internacional de Epidemiologia Molecular em Doenças Infecciosas e Parasitárias Emergentes (XXII Epimol). Com coordenação dos pesquisadores da Fiocruz Bahia, Mitermayer Galvão Reis e Luciano Kalabric, e a pesquisadora Joice Neves, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), o objetivo principal do curso é apresentar os princípios básicos da epidemiologia molecular para epidemiologistas e profissionais de laboratório, trabalhando em instituições nacionais e internacionais com doenças infecciosas e parasitárias emergentes e/ou reemergentes, de importância para a saúde pública em seus respectivos países.

A capacitação contou com a participação de 80 inscritos, dentre estudantes da pós-graduação da Fiocruz Bahia, servidores da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (SVSA/MS), e ouvintes do público geral.

Mitermayer Galvão Reis relatou que a cada edição o curso traz alguma novidade e que é um privilégio ter no evento professores que vêm de outros países, que trazem suas experiências e novas ferramentas. “Já estamos definindo a nova edição. O Epimol é um curso que se renova, e a cada ano nós temos mais candidatos, temos que fazer seleção, mostrando a relevância do curso para a formação. Estamos oferecendo oportunidade de treinamento para pessoas que vêm aqui em busca de um aumento de conhecimento e investimento na área”, concluiu.

De acordo com Luciano Kalabric, o Epimol é um curso maduro e as novidades se concentram nos temas da saúde que são mais importantes a cada ano. “Trouxemos de volta a doença de Chagas pelo segundo ano consecutivo, e foram feitas colaborações com a Universidade de Tulane, que permitem que a gente faça estudos sobre a doença de Chagas, e com isso podemos trazer os professores”.

Além desses temas, Kalabric observou que a participação do professor Felipe Naveca foi importante para abordar a dinâmica de transmissão de uma série de doenças como dengue, zika, chikungunya e Oroupoche. E a professora Katherine Walters e juntamente com a pesquisadora Theolis Bessa, trouxeram discussão dos temas sobre tuberculose.

Para Joice Neves, a XXII edição do Epimol continua impactando como as primeiras e sempre com novos aprendizados sendo compartilhados. “Esse ano, as ferramentas de sequenciamento genômico trouxeram um destaque especial, principalmente na abordagem de estudos epidemiológicos de vírus emergentes”, pontuou.

Ronald Blanton, médico especializado em doenças infecciosas da Universidade de Tulane (EUA) e professor do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PGBSMI) da Fiocruz Bahia, compartilhou que sente prazer em participar do curso que completou 22 anos de existência.

“Estão acontecendo mudanças no mundo inteiro, e nós estamos introduzindo essas mudanças no Epimol. É um grande prazer participar e crescer com todo o grupo que está fazendo o curso, aumentando também o conhecimento nas técnicas”. Além de estar entre os professores do curso, Blanton também palestrou na Sessão Científica no último dia, sobre a

“Esquistossomose como doença urbana: 13 anos de estudos nos bairros de Salvador”. Na programação, houve ainda uma homenagem a um dos criadores do curso, o professor da Universidade de Berkeley (EUA), Lee Riley, que faleceu em 2022.

A estudante de mestrado do PGBSMI, Maria Victoria Lima de Castro, contou que participar do curso foi uma experiência que abriu muitas possibilidades. Para ela, a parte dos exercícios foi uma das mais interessantes, pois tinha a oportunidade de colocar em prática o que havia sido ensinado. “Tenho uma curiosidade muito aflorada, amo bancar a detetive, então realmente desvendar os casos foi o ápice para mim. Graças ao curso, agora observo a pesquisa por outros olhos. O Epimol me abriu os olhos para outras possibilidades de atuação”, finalizou Maria Victoria.

Texto: Jamile Araújo, com supervisão de Júlia Lins | Fotos: Mateus Almeida

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