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O CineFIO promoveu debates acerca de temas sobre saúde e ciência através da linguagem cinematográfica. Foram exibidas três sessões de cinema, na Fiocruz Bahia, entre maio e junho de 2024, reunindo 193 pessoas, entre estudantes do Colégio Estadual Luis Viana e Colégio Maanaim e integrantes da instituição. O CineFIO é um projeto realizado por meio do edital interno de divulgação científica e foi organizado por um grupo de pesquisadores e estudantes de pós-graduação.
A primeira sessão do CineFio, realizada no dia 17 de maio, abordou a jornada da paciente com câncer de mama. A atividade teve a participação a médica mastologista e oncoplástica, Ana Claudia Imbassahy como debatedora. O público fez perguntas e tirou dúvidas com a especialista, que também é coordenadora do Serviço e Residência de Mastologia do Hospital Aristides Maltez. O média-metragem exibido foi “Cristina” (Diretora: Michèle Ohayon. Ano 2016. Duração: 39’).
Já no dia 24 de maio, o tema da sessão foi “Saúde Planetária”, com participação da pesquisadora da Fiocruz Bahia Nelzair Araújo Vianna. Na ocasião, foi exibido o curta-metragem ‘A Promessa da Saúde Planetária’ (Direção: Planetary Health Alliance. Ano 2021. Duração: 10 min). A Saúde Planetária é um campo e movimento social transdisciplinar e orientado para soluções, focado em analisar e abordar os impactos das perturbações humanas nos sistemas naturais da Terra, na saúde humana e em toda a vida no planeta.
A última sessão aconteceu no dia 07 de junho, com o tema “Mulheres na Ciência”, com a exibição do curta-metragem “Ciência, Luta de Mulher” (Diretora: Rithyele Dantas. Ano 2022. Duração: 22’48”); e teve como debatedoras Valéria de Matos Borges e Natália Tavares, pesquisadoras da Fiocruz Bahia. O filme conta as histórias reais de Isis Abel, bióloga, biomedicina e epidemiologista; Helena Padilha, assistente social, socióloga e bacharel em Direito; Maria da Glória Teixeira, medica e sanitarista; e Nina da Hora, cientista da computação e hacker antirracista, que conversam sobre o fazer e lutar pela ciência no país, além de abordar suas carreiras e os temas das desigualdades, raça e maternidade.
Elza Rosana Malhado Freitas, professora de Educação Física do Colégio Luiz Viana, compartilhou que gosta de levar os alunos a buscar conhecimento. “Incentivo eles a aprenderem coisas novas. E a importância dessa atividade foi falarmos sobre o câncer de mama. Foi um momento muito bom de conhecimento e de grande importância para os meus alunos”, comentou.
A estudante do Colégio Luis Viana, Evelyn Santos Carvalho, de 16 anos, disse que gostou de conhecer a Fiocruz e que achou o cine debate informativo. “Acho que é muito importante levar os alunos para esse tipo de espaço. É muito interessante para a gente saber coisas novas, até assuntos como câncer de mama que é algo que acontece muito entre as mulheres e causa muitas mortes, então é muito bom a gente ter esse tipo de conhecimento. Principalmente guiado pela escola”.
Darlan Souza, estudante de 16 anos, achou interessante os conteúdos do cine debate. O aluno mora no bairro de Brotas, mas não conhecia o espaço físico da Fiocruz, e comentou que gostou de conhecer o local. “Achei super interessante conhecer um pouco mais, e até ver o microscópio antigo da exposição”. O estudante não conhecia pessoalmente laboratórios de pesquisa e disse que gostaria de voltar a visitar o espaço.
O pós-doutorando da Fiocruz Bahia, Joab Xavier, que fez parte da equipe organizadora do CineFio, explicou que todos consideraram importante fazer parte de um projeto de divulgação científica que envolvia temas de saúde e cinema. Ele destacou ainda a relevância do trabalho realizado em equipe nas funções que cada pessoa exerceu. “Outro aspecto importante foi o oferecimento de pipoca, suco e refrigerante para os participantes para remeter ao aspecto lúdico do cinema e como espaço de interação entre os participantes, a equipe e as debatedoras, que suscitaram discussões e curiosidades importantes sobre os temas abordados”, relatou Joab.
Para Nelzair Vianna, orientadora de Joab, o Cine Fio foi uma oportunidade de trazer temas científicos importantes de uma forma lúdica. “Nós ficamos muito felizes com essa iniciativa de Joab. Essa atividade conseguiu engajar alunos, funcionários e pesquisadores com bastante entusiasmo na proposta de divulgação científica, alcançando não só o público interno mas também especialmente jovens estudantes da rede pública de Salvador. Nós estamos empenhados em estimular este tipo de debate como uma iniciativa de combate à desinformação”, concluiu.
Exposição comemorativa
Os participantes também visitaram a Exposição Fotográfica Memórias da Fiocruz Bahia, guiados pelo historiador Adroaldo Bélens. Aberta ao público e com entrada gratuita, a exposição em homenagem aos 67 anos da instituição reúne registros fotográficos preservados desde a década de 1940, antes mesmo do marco fundacional do instituição.
Dentre os principais registros estão fotografias de pesquisadores e pesquisadoras em plena função, tanto nos laboratórios, como em trabalhos de campo, imagens de vetores e parasitos, fotografias das estruturas físicas dos prédios e laboratórios.
Texto: Jamile Araújo com supervisão de Júlia Lins | Fotos: Mateus Almeida