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O periódico científico Cytokine, vinculado a editora Elsevier, publicou o artigo intitulado Sickle red cells as danger signals on proinflammatory gene expression, leukotriene B4 and interleukin-1 beta production in peripheral blood mononuclear cells assinado por pesquisadores da Fiocruz Bahia. No trabalho, o grupo de pesquisa coordenado pela pesquisadora Marilda Gonçalves demonstrou, através de achados originais, importantes vias de sinalização associadas ao estado inflamatório do paciente com anemia falciforme.
A anemia falciforme (AF) é uma doença genética caracterizada pela produção da hemoglobina variante S (HbS) que, em condições de redução de oxigênio, pode polimerizar e modificar a forma bicôncava dos glóbulos vermelhos para o formato em foice, acarretando em disfunção do transporte de oxigênio. Os indivíduos com AF podem estar estáveis, com manifestações subclínicas, ou em crise, mostrando inflamação sistêmica com fenômenos vaso-oclusivos, situação que além de ser extremamente dolorosa, pode torná-los suscetíveis à destruição dos glóbulos vermelhos e infecções.
No estudo, os pesquisadores testaram a hipótese de que as hemácias de pacientes com AF induzem expressão gênica de receptores do tipo Toll (TLR) e Nod (NLR, domínio pyrin contendo o NLRP3) em células mononucleares de sangue periférico (PBMC). Esta condição também pode contribuir para a manutenção do estado inflamatório em pacientes com a doença.
Foram analisados os TLRs (2, 4, 5 e 9), NLRP3, caspase-1, IL-1 beta e IL-18 em PBMC isolados de indivíduos com a AF em comparação ao PBMC de indivíduos saudáveis. Além disso, foi investigado o papel das hemácias desses pacientes como padrões moleculares associados ao dano celular (DAMPs) em relação à expressão gênica dessas moléculas em culturas de PBMC de indivíduos sadios.
Desta forma, o trabalho demonstrou que as hemácias de pacientes com AF não apenas contribuem para o aumento da expressão gênica de moléculas relacionadas a inflamação sistêmica, mas também podem ser responsáveis pela manutenção desses eventos inflamatórios.
A pesquisa foi realizada através de parceria da Fiocruz Bahia com a Universidade Federal da Bahia e a Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia (HEMOBA).
Clique aqui para acessar o artigo publicado em março de 2016.