Dinâmica do estado de portador de N. meningitidis é tema de tese

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Autoria: Lara Evellyn do Nascimento Macedo
Orientação: Leila Carvalho Campos
Título da tese: “DINÂMICA DO ESTADO DE PORTADOR DE Neisseria meningitidis: ESTUDO LONGITUDINAL COM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS DE 18 A 24 ANOS DE IDADE, SALVADOR, BRASIL”. 
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 25/05/2022
Horário: 09h00
Local: Sala virtual do Zoom

RESUMO

INTRODUÇÃO: Neisseria meningitidis (Nm) é uma bactéria comensal que comumente coloniza a orofaringe de humanos, de forma assintomática, embora possa tornar-se patogênica, causando principalmente meningite. Os adolescentes e adultos jovens são os principais transmissores da bactéria e são, portanto, considerados alvos importantes de programas de vacinação. Estudos longitudinais com portadores assintomáticos podem fornecer informações fundamentais sobre a epidemiologia e estrutura da população das cepas circulantes de N. meningitidis. Entretanto, poucos estudos são realizados para estimar a duração do estado de portador sadio do meningococo, através do acompanhamento de indivíduos ao longo do tempo. OBJETIVO: Estudar a dinâmica do estado de portador de Nm em uma população de estudantes de 18 a 24 anos de idade de uma universidade na cidade de Salvador, Bahia. MATERIAL E MÉTODOS: Entre os meses de fevereiro e novembro de 2019 nós conduzimos um estudo longitudinal para a coleta de cinco swabs de orofaringe de cada estudante. O isolamento e identificação das cepas de Nm foram realizados por métodos clássicos. O sequenciamento do genoma total (WGS) foi empregado para a caracterização molecular dos isolados. Foi aplicado um questionário para a obtenção das informações sociodemográficas dos estudantes. Além disso, foi calculada a taxa de aquisição de Nm bem como o tempo de colonização pela bactéria. RESULTADOS: Cada aluno realizou, em média, três coletas, sendo que 11,2% (n=47/418) deles apresentaram-se como portadores de Nm pelo menos uma vez durante o estudo. Sete estudantes foram portadores em cinco coletas. A taxa de aquisição do meningococo foi de 3,2% (n=12) e estava associada à frequência a festas pelo menos uma vez durante o estudo (OR: 4,37 95% IC 1,15 – 16,67; p=0,031). A maioria dos isolados (n=102/115; 88,7%) foi caracterizada como não-grupável, sendo que 72,2% (n=83/115) apresentaram deleção do gene da cápsula. O genogrupo B correspondeu a 8,7% (n=10/115) das cepas. Um total de 19 STs foram identificadas e distribuídas em oito complexos clonais. Quatro STs eram novos. O complexo clonal mais frequente foi o cc198, presente em 20% (n=23/115) dos isolados. As variantes de PorA e FetA mais prevalentes foram P1.18,25-37 (n=11; 9,6%) e F5-5 (n=65; 56,5%), respectivamente. Todos isolados apresentaram a PorB de classe 3. A subfamília A/v2-3 da FHbp correspondeu a 67,8% (n=78) dos isolados, enquanto a subvariante 912 da NHBA foi predominante entre as amostras analisadas (n=30; 26,1%). A maioria das cepas sequenciadas (n=74; 64,3%) não apresentou o gene nadA. Entretanto, a variante NadA-1.1 correspondeu a 4,3% (n=5) dos isolados e estava associada ao complexo clonal hiperinvasivo cc32. A média de tempo de colonização foi de 22,5 semanas, sendo que sete indivíduos permaneceram colonizados durante 38,8 semanas. A maioria (n=23/29; 79,3%) dos participantes albergou a mesma cepa ou cepas idênticas de Nm durante o estudo. CONCLUSÕES: Os resultados do nosso trabalho demonstram uma baixa taxa de aquisição de Nm entre os universitários; o estado de portador se mostrou duradouro, sendo mantido pela mesma cepa na maioria dos casos. Também foi identificada uma alta diversidade genética entre as cepas analisadas, com a predominância de isolados não grupáveis. Palavras-chave: Neisseria meningitidis; portador; colonização; epidemiologia

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