Nota de esclarecimento sobre posicionamento da Fiocruz Bahia para realização do Carnaval de Salvador

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Em virtude das recentes citações à Fiocruz Bahia em torno do debate sobre a realização do Carnaval de Salvador em 2022, esclarecemos que a seleção de trechos específicos do ofício encaminhado à Comissão de Retomada de Eventos da Câmara Municipal de Salvador, no dia 22 de novembro de 2021, está levando a uma interpretação errônea de que a Fiocruz Bahia avalizou a realização do Carnaval de Salvador, que reúne milhões de pessoas, se 90% da população da capital baiana estiver vacinada.

No documento, o observatório Covid-19 da Fiocruz, destaca de início, a partir da avaliação de especialistas em epidemiologia da instituição, que têm acompanhado a evolução da pandemia desde março de 2020, que “tudo dependerá do cenário no período que antecede o carnaval, a partir de janeiro”, em função das consequências das comemorações de final de ano e das férias escolares. Esta ressalva apontava o grau de incerteza em que nos encontramos no momento, o que impediria afirmativas categóricas sobre o planejamento de um evento de grandes dimensões, com aglomeração inevitável de milhões de pessoas.

Assim, a recomendação de avanço da vacinação, a pelo menos 90%, seria o fator necessário para que fosse iniciada qualquer discussão, ou seja, atingida esta margem, será necessário avaliar outros fatores citados no documento, a exemplo, do controle da entrada de não vacinados e a testagem, uma vez que o evento atrai indivíduos de outras regiões do Brasil e de outros países.

A Fiocruz, como instituição paradigmática no âmbito da saúde, com amplo reconhecimento nacional e internacional, sempre atuou em favor da vida, da saúde dos indivíduos e coletiva. Nossa atuação durante a pandemia da Covid-19 demonstra nosso compromisso centenário com a saúde dos brasileiros. Desta forma, é equivocado informar que a Fiocruz Bahia se posicionou a favor da realização do Carnaval de Salvador, uma vez que as recomendações colocadas no referido ofício não estão sequer contempladas para que fosse iniciada a discussão.

A Fiocruz Bahia sempre esteve disponível para dialogar com outras instituições representativas da sociedade, por isso não nos furtamos em participar de debates públicos que versem sobre políticas públicas que irão atingir a saúde dos brasileiros, principalmente em momento de alerta de nova onda da Covid-19, em diversos países da Europa, e com a possibilidade de aparecimento de novas variantes do SARS-Cov-2. Continuamos abertos ao diálogo para que a saúde da população seja preservada e priorizada.

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