Dissertação investiga potencial antineoplásico da Mararuíra em modelos experimentais

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AUTORA: Ana Carolina Borges da Cruz Rodrigues
ORIENTADOR: Daniel Pereira Bezerra
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “Potencial antineoplásico da planta Salacia impressifolia” 
PROGRAMA: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (Fiocruz)
DATA DE DEFESA: 21/02/2019

RESUMO

Salacia impressifolia (Miers) A .C Smith (família Celastraceae) é uma planta medicinal tradicional encontrada na Amazônia conhecida como “miraruíra”, “cipó-miraruíra” ou “panu” e é tradicionalmente usada para tratar dengue, gripe, inflamação, dor, diabetes, impotência masculina, afecções renais, reumatismo e câncer. O objetivo deste estudo foi investigar o potencial antineoplásico in vitro e in vivo da planta S. impressifolia em modelos experimentais. Determinou-se a atividade citotóxica in vitro de extratos, frações e triterpenos quinonametídios (22-hidroxtingenona, tingenona e pristimerina) da casca do caule de S. impressifolia em um pequeno painel de linhagens cancerígenas em cultura. Posteriormente, células de leucemia promielocítica humana HL-60 foram incubadas com tingenona (0,6 e 1,2μM), 22-hidroxitingenona (1,2 e 2,4μM) e pristimerina (2,5 e 5μM), e o número de células viáveis foi determinado pelo ensaio de exclusão com o azul de tripam. A análise do ciclo celular, o potencial transmembrânico mitocondrial, marcação para anexina V/iodeto de propídio e a quantificação de espécies reativas de oxigênio foram determinadas por citometria de fluxo. A atividade antitumoral in vivo do extrato de acetato de etila (EAE) e de sua fração (FEAE.3) foi avaliada em camundongos C.B-17 SCID inoculados com células HL-60. O extrato EAE, sua fração FEAE.3 e os triterpenos quinonametídeos exibiram potente citotoxicidade contra linhagens de células neoplásicas. Células HL-60 tratadas com tingenona, 22-hidroxitingenona e pristimerina apresentaram uma redução no número de células viáveis, aumento da fragmentação do DNA internucleossomal, redução do potencial transmembrânico mitocondrial e aumento da externalização de fosfatidilserina, sugerindo indução de morte celular apoptótica. Os compostos não induziram aumento dos níveis de espécies reativas de oxigênio. Além disso, o extrato EAE e sua fração FEAE.3 inibiram o desenvolvimento in vivo de células HL-60 inoculadas em camundongos C.B-17 SCID. As taxas de inibição da massa tumoral foram mensuradas em 40,4 e 81,5% para o extrato EAE (20 mg/kg) e sua fração FEAE.3 (20 mg/kg), respectivamente. Assim, concluímos que o extrato de acetato de etila e sua fração obtidos da casca do caule de S. impressifolia exibem potencial antineoplásico in vitro e in vivo que pode ser atribuída aos seus triterpenos quinonametídeos. Esses dados confirmam o uso etnofarmacológico desta espécie e podem contribuir para o desenvolvimento de um novo fitoterápico antineoplásico.

Palavras-chave: Salacia impressifolia, triterpenos, HL-60, citotoxicidade, apoptose.

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