Tese descreve potencial do mentol para disfunção erétil associada ao diabetes

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Estudante: Fênix Alexandra Araújo
Orientação: Darízy Flávia Silva Amorim de Vasconcelos
Título da tese: POTENCIAL TERAPÊUTICO DO MENTOL PARA TRATAMENTO DA DISFUNÇÃO ERÉTIL ASSOCIADA AO DIABETES MELLITUS: FOCO NOS EFEITOS SOBRE ARTERIAS PUDENDAS E CORPOS CAVERNOSOS DE CAMUNDONGOS db/db
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 26/09/2024
Horário: 09h00
Local: Auditório Sonia Andrade

Resumo

INTRODUÇÃO: O diabetes mellitus é um grave problema de saúde com a estimativa de crescente aumento da população acometida. Há diversas complicações crônicas associadas ao diabetes, inclusive disfunções sexuais. A disfunção erétil (DE) é mais grave por ser um marcador de doença arterial coronariana e possui maior prevalência em pacientes diabéticos comparado aos pacientes não diabéticos, que infelizmente, não respondem de maneira satisfatória ao tratamento farmacológico oral disponível. Sendo necessária a busca por novas ferramentas farmacológicas para abranger a terapia à esses pacientes. Neste sentido, o mentol é um candidato ao induzir sensação de frescor, por ativar canais termossensores ao frio (clássico agonista de canal TRPM8), e por isso ser amplamente utilizado em produtos relacionados a função sexual; mas, ainda não se sabe se o mentol teria efeito vascular, para além da termossensação, para melhorar o aporte sanguíneo para a região genital. OBJETIVO: Descrever o potencial farmacológico do mentol para o tratamento da DE-associada ao diabetes utilizando modelo experimental murino. MATERIAL E MÉTODOS: Artéria pudenda e corpos cavernosos de camundongos adultos db/db e os controles lean foram utilizados. Histologia e microscopia confocal foi utilizada para descrever a estrutura das artérias pudendas e corpos cavernosos de lean e db/db. A artéria pudenda foi utilizada em miógrafo de fio e pressão, enquanto o corpo cavernoso em miógrafo de tira. Western blott e imunofluorescência foi realizada para avaliar a expressão do TRPM8. A pressão intracavernosa foi verificada após administração do mentol. RESULTADOS: As artérias pudendas e corpos cavernosos de db/db apresentam alterações morfológicas que indicam prejuízo de resposta funcional adequada para a ereção, com menor razão entre célula muscular lisa e colágeno. As artérias pudendas de db/db apresentam remodelamento para dentro, com menor resposta a vasorrelaxamento a acetilcolina e sildenafil comparado ao lean. Os corpos cavernosos de db/db tem área de secção transversa menor que o lean e com maior detecção de espécies reativas de oxigênio. O mentol induziu importante relaxamento destes tecidos tanto em lean quanto em db/db, de maneira independente do endotélio vascular, parcialmente dependente do canal TRPM8 (que está expresso igualmente entre os grupos) e TRPA1, sem participação do GABA-A. A exposição prévia ao mentol reduziu a contração posterior à fenilefrina, sem alterar a potência ou eficácia da acetilcolina. Mentol inibe a contração induzida por influxo de Ca2+ e aumenta a dilatação em resposta ao aumento de pressão intraluminal em pudenda. Interessantemente, mentol (1 mM) administrado no corpo cavernoso reduz a pressão arterial tanto de lean quanto db/db e aumenta a pressão intracavernosa de db/db. CONCLUSÕES: Mentol é uma molécula promissora para desenvolvimento de fármacos para o tratamento de DE-associado ao diabetes ao induzir relaxamento de artérias pudendas e corpo cavernoso de lean e db/db, bem como aumentar a pressão intracavernosa de db/db sendo sugestivo de melhora da função erétil.

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